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N.

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N.º 110
BOLETIM TRIMESTRAL
Janeiro/Março
2011

S.S. Bento XVI envia aos Nesta edição:


Armistas:
Pág.
votos de Santo Natal, Correio Armista 2
feliz Ano Novo
Um Sorriso 5
e Benção Apostólica
Numpula 6
(Pág. 6 e 7)
A. G.
Fátima/Tomar 10 e 11

Memórias esparsas em
SMBN 14
homenagem a
D. José dos Santos Garcia, Chibuto 16

primeiro bispo da
Sociedade Missionária Visite o site
da ARM em
www.arm.org.pt
(Pág. 8 e 9)

Assembleia Geral da ARM, neste ano de 2011,


realizar-se-á nos dias 21 e 22 de Maio, em Fátima/Tomar.
É ano de eleições dos O.S. para o triénio 2011/2014
Vamos preparar as listas concorrentes!
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Propriedade:

ARM Associação CORREIO ARMISTA


Regina Mundi
Malema, 3 de Dezembro de 2010, fazer baptismos, casamentos e as-
Sede: sistir as comunidades. Por incrível
Dia de S. Francisco Xavier
Rua da Bempostinha, 30 que pareça, nesse tempo nasceram
1150-066 Lisboa muitas novas comunidades, sobre-
Tel. 218 851 546 Um ano em Moçambique tudo nas regiões mais muçulmanas,
Fax: 218 850 258 onde os padres não tinham conse-
É verdade! Um ano passou. Dei- guido entrar.
NIPC n° 503 268 372 xei Portugal a 15 de Dezembro. Pas- Hoje são 106 comunidades, es-
sei o Natal e Ano Novo no Sul, a vi- palhadas numa área de 2.000 km2,
NIB da conta da ARM: sitar os colegas de Maputo, Matola assistidas pelos padres José Ale-
003501210000130053098 e Chibuto e a aprender com eles. Já xandre e João Baltar e pelas Irmãs
no Norte,tratei das burocracias da da Imaculada Conceição, fundadas
emigração e passei uns dias com os por Santa Paulina. No primeiro se-
Presidente da Direcção: colegas de Nampula e Nametil. mestre, das chuvas e malárias, de-
José Domingues dos Santos Cheguei a Malema no dia 19 de diquei-me sobretudo ao estudo de
Ponciano Janeiro. Esse dia é sagrado (foi a todos os livros que encontrei sobre
19.01 que cheguei ao Brasil, há 40 cultura macua e comprei os livros
Direcção, Redacção e anos, e em 1987,exactamente 17 litúrgicos para começar a aprender
Administração: anos depois, deixei a querida dio- a ler macua nas comunidades onde o
Rua da Bempostinha, 30 cese de Teófilo Otóni para ir morar português é desconhecido. Há mui-
1150-066 Lisboa em Belo Horizonte). tos anos que não tinha tanto tempo
Telem. 927 651 624 Malema é uma área de longa tra- para ler e estudar.
Tel. 218 851 546 dição para a Sociedade Missioná- Comigo veio o Ronaldo Viana,
Fax: 218 850 258 ria. As primeiras comunidades fo- jovem estagiário brasileiro da So-
ram criadas por leigos antes de os ciedade. Ele foi professor de in-
Site: www.arm.org.pt nossos padres chegarem a Mutuáli formática na escola profissional de
E-mail: em 1938, outras foram criadas logo carpinteiros e foi entrando no meio
geral@arm.org.pt em 1939. Os mais velhos veneram da juventude por meio do teatro,
como santos a esses cristãos e aos do futebol e curso para acólitos.
Fotocomposição e Impressão: padres. Muita gente estudou nas Tornou-se um líder da juventu-
escolas fundadas na década de qua- de nos 10 meses que aqui passou.
Escola Tipográfica das Missões
renta e foi baptizada por eles. O P. Enquanto íamos conhecendo o tra-
Cucujães
Valente de Matos deixou muitas re- balho dos mais velhos,dedicámo-
cordações. Mas o grande fundador -nos a fazer fotografias e a filmar
Tiragem desta Edição:
das paróquias de Malema e Nataleia a realidade. Daí surgiu uma série de
800 exemplares foi o P. Manuel Silva. filmes de sucesso: Travessia, Cami-
Depois da independência, estas nho da Cruz (baseado na Via Sacra
duas paróquias ficaram sem padre. encenada na sexta-feira santa),
Colaboradores deste número:
Eram visitadas pelos padres do Jovem, Levanta-te (reportagem do
Ronaldo Viana Mutuáli. Libério e Godinho foram Dia Paroquial da Juventude) e Paró-
Jerónimo Nunes os heróis desse tempo da guerra. quia – Casa do Evangelho (um resu-
Santos Ponciano D. Manuel Vieira Pinto nomeou um mo da vida das duas paróquias). Ele
Aires Nascimento pároco leigo com autorização para era o realizador técnico e eu suge-
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CORREIO ARMISTA
ria ideias. Foi uma bela parceria. comunidade simpática junto à ser- me de simpatia e dedicação total ao
No mês de Agosto tivemos a casa ra de Nampatiua. Foram 3 dias de povo. É um trabalhador incansável e
cheia com a visita das meninas LBN encontro, dirigidos, em macua, por fazer mais do que ele é impossível.
e do Presidente da ARM e sua fa- três leigos experientes. O povo fi- O desafio é simplificar os métodos
mília. Além da presença amiga e da cou animado, continua a estudar e para podermos aprofundar o
ajuda financeira, foi uma lufada de rezar os textos que deixámos. Na que ele fez, ir onde ele não che-
ar fresco a entusiasmar-nos. Como próxima semana lá estaremos para gou e fazer da paróquia a tal casa
nós padres já estamos todos na re- dar continuidade. Não podemos do Evangelho – Evangelização. Na
forma, a vinda de gente mais cabeça está claro, como vai
jovem deu outra cor à Missão funcionar, iremos aprendendo
e suscitou na juventude de Ma- na caminhada.
lema novas esperanças para a Na cidade não vejo quem
sua caminhada. Esperamos que esteja disposto a dar 3 dias
ela(e)s voltem para ficar. para repetirmos aqui a experi-
Nas férias do P. José Ale- ência de Muricai. Teremos de
xandre, eu fui pároco prematu- usar outros métodos e come-
ro durante dois meses e meio. çar pela carência mais sentida:
Sem inventar nada de novo, o caos da família. Vou socor-
dediquei-me sobretudo às co- rer-me da convivência dos últi-
munidades mais longínquas que mos anos com os Encontros de
só podem ser visitadas nesse Reflexão para Casais na região
tempo seco. Foi a melhor oca- de S. João da Madeira. Aqui a
sião para conhecer os proble- família é diferente, os proble-
mas do povo e das comunidades. mas apresentam-se de forma
Qual seria o problema maior a diversa e a cultura macua exige
ser atacado? À primeira vista outro tratamento. Mas, lá no
é a formação dos responsáveis fundo, a doença é a mesma e os
pelo funcionamento das comu- objectivos terão de ser idênti-
nidades: animadores de zona, cos. O Carlindo que iniciou esse
anciãos, catequistas, ministros da abandonar a sementeira que fize- trabalho em S. João, estará con-
Comunhão e outros ministérios. mos. A ideia é que de cada expe- nosco porque vê tudo lá do alto. Va-
Vendo mais a fundo, o problema riência destas surjam novos após- mos tentar abrir caminho para um
maior é a evangelização. Porque tolos para irem levar a Boa Nova a movimento de casais cristãos.
esses líderes não podem dar o que outras comunidades. Isso é traba- Aos nossos amigos que vivem
não receberam. Se não foram bem lho para 2011, lá para Maio, depois longe pedimos a solidariedade de
evangelizados não podem evangeli- das chuvas que estão a começar. nos acompanharem com a ora-
zar nem orientar as comunidades. A novidade deste final de ano é ção. Porque sem a Graça, isto não
E a melhor maneira de evangelizar que o P. José Alexandre (que diri- avança.
os líderes é trabalhar com toda a gia este barco há 18 anos) vai ser Um santo Natal para cada um de
comunidade. Fiz a primeira expe- transferido para Pemba e virá para vós e um 2011 cheio da bênção de
riência no mês das missões. Como aqui o P. Luís Figueiredo. Eu terei Deus.
Cristo nos ensinou a começar pelos de tomar o leme em Fevereiro. P. O amigo,
mais pobres, fomos começar numa Alexandre deixa uma herança enor- P. Jerónimo Nunes
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Programa Encontros com o


Património novamente
distinguido
Um Sorriso para Ti
Quando no início do ano de 2009 conscientes que são as gotas, insis-
nos propusemos, em parceria com a tentes e persistentes, que enchem o
Sociedade Missionária da Boa Nova, cântaro, pensámos que era possível
a elevar um projecto que dotasse os fazer mais. Tivemos oportunidade
nossos missionários de alguns meios de, no terreno, sentir as dificuldades,
na ajuda às crianças mais carencia- necessidades, angustias de quem quer
das das suas missões e ao mesmo fazer mais e não pode, de quem quer
13 DEZ 10 às 22:56
O programa Encontros com o Pa- Nametil
trimónio recebeu desta vez uma men-
ção honrosa da parte da Associação
Portuguesa de Museologia, após os
prémios atribuídos pela SPA e Asso-
ciação Nacional do Ambiente.
O programa Encontros com o Pa-
trimónio foi distinguido com a men-
ção honrosa em Jornalismo Cultural
pela Associação Portuguesa de Mu-
seologia.
O prémio foi entregue, esta segun-
da-feira à noite, no Museu do Oriente,
durante uma sessão especial promovi-
da por esta associação.
Esta é a terceira distinção atribuí-
da a este programa em parceria com tempo contribuíssemos no combate dar mais e nada mais possui, de quem
o IGESPAR, depois dos galardões da a esse flagelo que grassa no mundo, precisa e não sabe pedir nem a quem
Sociedade Portuguesa de Autores e da e particularmente em África, que é a se dirigir. Pessoas que não acreditam
Associação Nacional do Ambiente. pobreza, muitos de nós tivemos dúvi- no Estado e que apenas contam com
das que tal fosse possível. a Igreja. Isto, meus caros, pode pa-
Ao Manuel Vilas Boas, rei- Com muito empenho, muita cola- recer lamechas, mas não é. É a pura
teramos os nossos parabéns boração e muita generosidade conse- realidade, nua e crua. Vejam que em
guiu-se, em 2010, que 100 crianças qualquer campo difícil, seja em que
por mais este galardão. tivessem acesso à escola. país for, quem vemos lá? Missioná-
Os resultados rios! Sejam católicos ou não, são os
estão à vista de missionários. Ponto.
todos. Elaborámos Em Maio de 2010 decidimos, em
um processo eficaz Cucujães, elevar para 200 as crianças
e transparente. a ser apoiadas. Aproveitar a logística
Tendo consci- montada e duplicar os apoios.
António Gomes da Costa & Ca., Lda. ência de que é uma Nesta data as inscrições colocam-
FÁBRICA DE FERRAGENS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL gota de água nesse -se nas 160. Faltam-nos 40 para atin-
grande oceano que girmos o objectivo. É possível, mas
Telef. 256 374 083 / 84 – Fax 256 374 082 – Apart. 407
4524-907 RIO MEÃO – PORTUGAL
é a iliteracia mun- só com o seu apoio é possível. Falta
dial, mas também a tua inscrição.
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PROPOSTA DE PROJECTO da ARM em Nampula

TEMA: OBJECTIVOS sábias através de:


Serviço de Acolhimento e Apoio Psi- Coordenação;
Os objectivos de prestação destes
co-Social das Crianças Órfãs e De- Administração;
serviços de Acolhimento e Apoio Psi-
samparadas, vivendo em situações Intervenção conjunta;
co-Social das Crianças Órfãs e De-
de/na Rua.(Algumas que tendo família Precisamos de um ensaio e treina-
samparadas, vivendo em situações
se fazem as ruas, precisam ser reen- mento segundo:
de/na Rua, visam:
caminhadas ao seu convívio familiar. Competências de serviços sociais;
1. Ajudar a criança a recuperar sua
As que não tem família precisam ser Humildade no trabalho em equipa:
auto-estima e a viver plenamente
encaminhadas a um centro de acolhi- Vontade de colaboração;
seus direitos;
mento em parceria). Espírito de projecto.
2. Promover uma mudança de atitu-
de na sociedade onde nos encon- Estas acções são materializáveis atra-
APRESENTAÇÃO:
tramos, isto porque nem todas as vés do espírito de boa vontade e na
Para esta projecção, que surge como crianças que se encontram em si- permissão da correcção fraterna.
fruto das vivências do dia-a-dia com tuações de rua e na rua são órfã, APOIO
a maioria das crianças moçambica- a maioria delas são marginalizadas
nas, precisamos de mostrar a nossa simplesmente pelos seus próprios Contamos, a priori, com o apoio dos
dimensão humana e cristã através de progenitores; ou seja, sendo órfãs, irmãos da ARM de Portugal e precisa-
um gesto. Precisamos de mostrar que têm alguém que as pudesse pro- mos de criar condições para que, com
como humanos, estamos contra a mar- teger e assumir responsabilidade o tempo, possamos ser apoiantes do
ginalização e abandono das crianças, delas. projecto.
seja qual for a sua situação económica 3. Assistir e ajudar essas crianças
e social. na sua realização e reabilitação de
PARCERIAS
Estas crianças precisam de recuperar suas potencialidades e habilida- Contamos com a parceria de:
sua identidade, ganhar auto-estima des; - ARM
e possuir potencialidades de cresci- 4. Fazer nelas uma reabilitação psico- - Igreja Católica em Nampula em
mento físico e psicológico que, inevi- lógica de toda vida “amarga” de que especial as Paroquias sob tutela da
tavelmente, merecem. Precisamos dar tanto viveram; Sociedade Missionaria;
a essas crianças condições que lhes 5. Mostrar para elas uma outra di- - Direcçao da mulher criança e ac-
favoreçam uma educação para a pre- mensão de vida e de convivência ção social;
paração incondicional de seu futuro. social. - Orfanatos de Nampula;
NOSSA VISÃO 6. Substituir nelas os rostos de tris- - ONG Save the Children;
teza e desespero pelos de alegria e - Comunidade se Santo Egidio em
Promover um desenvolvimento inte- prosperidade. Moçambique;
gral da pessoa humana, fazendo com
que as crianças que vivem nestas si- Algumas destas instituições são as
IDEAL DE ACÇÃO
tuações passem a aproximar o modo que trabalham com crianças vulnerá-
de vida digno e íntegro, que conheçam Precisamos de uma estruturação des- veis, desamparadas e vitimas de vio-
e vivam os seus direitos e que sejam ses serviços com acções concretas e lência.
respeitadas segundo sua situação eco-
nómica e social.
NOSSA MISSÃO
Sociedade de Advogados
1. Acolher e proteger as crianças de-
samparadas e em condições deplo-
ráveis;
2. Criar para elas, condições para a António Emílio Pires
educação, saúde e convívio social Advogado
de que merecem;
3. Viver feliz com elas para fazê-las Av. Conselheiro Fernando de Sousa, no 19 – 18o
felizes; 1070-072 Lisboa – Portugal
4. Mostrarmos a nossa dimensão hu-
Tel.: 351.21 384 63 00 Fax 351.21 387 01 67
mana, social e cristã neste propó-
Email: epires@pmbgr.pt
sito de solidariedade.
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Ao comemorarmos os 650
anos do seu nascimento e S.S. Bento XVI envia aos Armistas:
primeiro da sua canonização,
votos de Santo Natal,
a ARM quis prestar uma sin-
gela homenagem a NUNO de feliz Ano Novo
SANTA MARIA. Pedimos ao e Benção Apostólica
Senhor Prof. Doutor Aires A.
Nascimento, para ser o autor
É com muita emoção que leva- do através de carta assinada pelo
e escrever algo diferente do mos até vós a carta que hoje nos Senhor Núncio Apostólico, em 12
que soe fazer-se. chegou, via Nunciatura Apostó- de Maio, p.p. (de que demos opor-
lica de Lisboa. Vem da parte da tuno conhecimento); se esse gesto
Secretaria de Estado do Vatica- nos surpreendeu, a reiteração dele
no e tem todas as marcas de ser e os termos agora usados deixa-
de iniciativa de Sua Santidade o -nos sem palavras, pois só alguém
Papa Bento XVI. muito atento e
Trata-se de um generoso pode
gesto de simpatia referir-se ao livro
que ultrapassa as entregue como
formalidades pro- “ponderosa obra
tocolares e revela Nuno de Santa
a personalidade Maria: fragmen-
de um Papa que tos de memória
atende aos míni- persistente, da
mos pormenores autoria de Aires
de gentileza. Co- A. Nascimento,
Prontamente aceitou. E nes- move-nos que a querendo deste
te livro, que não é nenhuma todos os membros modo testemu-
da ARM conce- nhar o seu apreço
biografia, trouxe à memória o
da a Sua Benção e regozijo pela
testemunho do rei D. Duarte,
Apostólica e que formule votos visita do Sucessor de Pedro”. Se
Crónica do Condestável, Fer-
de santo Natal e Feliz Ano Novo o juízo vai para o autor, não pode-
não Lopes, Camões... sobre para as famílias de cada um. mos nós deixar de nos sentirmos
Nun’Àlvares. Toca-nos que, em final de Ano, orgulhosos como ARM, editores,
De referir que o autor ofereceu nos tenha a todos no coração para e com isso nos congratularmos
os direitos, sendo estes inte- connosco partilhar a alegria da com o nosso amigo, Prof. Pe. Ai-
gralmente canalizados para o visita a Portugal. Não pode ficar res A. Nascimento que confiou em
projecto. desapercebido que o motivo de nós para executarmos o que ele
tanta gentileza seja a obra que lhe preparou. Mais que qualquer co-
entregámos através da Nunciatura mentário vale por si o documento
“Um Sorriso para Ti”. Apostólica, dedicada a S. Nuno. original que anexamos.
Sua Santidade já a tinha agradeci-
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Memórias esparsas em homenagem a


D. José dos Santos Garcia, primeiro bispo da Sociedade Missionária

Era por meados do mês de Abril gas, com doze anos em África, sem de todos pelo que significava de con-
de 1957. Aproximava-se a Páscoa, interrupção, admirado sobretudo pela fiança por parte do Santo Padre.
que esse ano calhou a 21, um tanto obra que estava a erguer na Missão No dia seguinte, à meditação, o
sobre o tarde, como acontece este do Mutuáli. Era muito, no entanto, o P.e Campos voltaria ao tema. Subli-
ano de 2011. O dia de Páscoa desse que devíamos aprender de quem com nhava ele: todos sabíamos que Pio
longínquo ano haveria de ficar inde- ele convivera e com ele colaborara XII seguia de perto as actividades
levelmente marcada pela publicação na edificação de uma comunidade da Sociedade Missionária, desde os
da encíclica Fidei Donum, dedicada – humana e cristã. Felizmente, não tempos em que fora Secretário de
particularmente à África. Para nós, nos faltavam testemunhos imediatos. Estado do Vaticano; todos sabíamos
os da Sociedade Missionária Portu- O P.e Vaz, antigo companheiro de também que o Santo Padre Pio XII,
guesa (sobretudo para os que desper- estudos e bem a par da actividade do repetidas vezes, havia manifestado as
távamos para a vida), teve um brilho P.e Garcia, ajoelhou voltado para o suas expectativas quanto à acção que
particular a aproximação desse dia: sacrário e rezou a antífona do Veni, a Sociedade ia realizando no campo
a eleição do primeiro bispo, D. José Sancte Spiritus. Já não teve voz para missionário; nem outra coisa era de
dos Santos Garcia. É inevitável re- entoar o Salve Regina porque a co- esperar, como se podia deduzir de
cordá-lo, em momento em que ele, moção era muita; apenas rezou: “Ó tantos gestos do passado, entre os
D. José, passou definitivamente para Maria, rainha das missões, dai-nos quais se deviam contar as bem signi-
o Pai (a 11 de Janeiro). muitos e santos missionários”. Era o ficativas as palavras que na encíclica
Inesperadamente, em semana de primeiro gesto de solidariedade com Saeculo exeunte octavo, ele dedicara
Paixão, chegava uma notícia que nos o novo bispo e simultaneamente de à Sociedade Portuguesa das Missões
alvoroçou no Seminário de Cucu- veneração e ansiedade pelo que a de- Católicas Ultramarinas, salientando
jães. Pela solenidade que revestia, o signação representava para a Socie- que a Sociedade tinha saído do co-
Reitor, P.e Domingos Marques Vaz, dade Missionária. ração do Papa; no ano em que íamos
decidiu transmiti-la na capela, no fi- Todos nos irmanámos num mes- celebrar as Bodas de Prata da institu-
nal das “Orações do Meio-dia”. Com mo sentimento. Invocávamos sobre cionalização da Sociedade, a nomea-
emoção contida, anunciou: “Habe- ele o Espírito de Deus: a Deus o con- ção de um bispo tomado de entre os
mus Episcopum; o Santo Padre Pio fiávamos, por Cristo que o escolhera nossos devia ser motivo de alegria e
XII, nomeou esta manhã o P.e José e por Maria de quem esperávamos de renovação de fidelidade à vocação
dos Santos Garcia, Superior Regio- protecção. A ele lhe desejávamos as missionária: era momento, insistia,
nal de Nampula, como bispo da nova maiores bênçãos divinas. No fundo de agradecer a Deus e ao Santo Pa-
diocese de Moçambique, Porto Amé- da capela, sentiu-se que o P.e Alfre- dre o gesto que nos abrangia a todos
lia.” do Alves, imperturbável, rejubilava. nós.
Ao tempo, não se haviam intro- Sem se mover, o P.e Manuel Morei- Estava dado o tom que iríamos
duzido ainda as palmas no espaço ra Campos, Director Espiritual, que respeitar, mas ficavam a pairar as
sagrado nem estávamos preparados tudo acompanhava, contemplativo, novas responsabilidades de acom-
para tanto. A resposta de aplauso, na curvado sobre o banco, também no panhamento que iriam pesar sobre a
surpresa da notícia, foi apenas de um fundo da capela, conteve-se para não Sociedade Missionária – um bispo,
olhar e de um sorriso, ambos admira- exteriorizar a sua alegria; só no fi- com uma nova diocese, num cam-
tivos, por parte da comunidade intei- nal do dia, ao exame de consciência, po novo de missão, definitivamente
ra, sem excepção. Ainda emocionado deixou ele expandir o que lhe ia na aberto por um dos nossos...
pela novidade que acabava de comu- alma e que reflectia já o que ocupara Por tudo isso havia em todos uma
nicar, o Reitor não adiantou muitas as conversas do dia inteiro (passado alegria contida, com um misto de an-
mais palavras. Na realidade, para com a tarde sem aulas, em dispensa siedade, que prolongava a do Reitor
nós, alunos (eu ia no 3º ano do curso de actividades dada pelo Reitor): a do Seminário, que era também Assis-
de filosofia), o nome era conhecido, nomeação de um bispo da Sociedade tente Geral e Secretário da Direcção
mas pouco mais tínhamos dele que a Missionária devia ser motivo de ac- da mesma Sociedade: o campo de
imagem de umas barbas fartas e lon- ção de graças a Deus e de regozijo trabalho em Moçambique iria alar-
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Memórias esparsas em homenagem a


D. José dos Santos Garcia, primeiro bispo da Sociedade Missionária

gar-se e obrigaria a repartir forças manteve laços de estreita e viva co- trito de Cabo Delgado, divisão ad-
e efectivos por mais uma diocese, laboração, considerando-se sempre ministrativa criada em 1954, o qual
quando havia consciência de que os como um dos seus membros, visitan- era constituído por dois concelhos
grupos do Sul do Save e de Nampula do as suas Casas com regularidade e (Porto Amélia e Ibo) e diversas cir-
não tinham mãos a medir, apesar de mostrando-se sempre disponível para cunscrições (Macomia, Macondes,
em 1956 ter sido enviado um grupo as iniciativas para as quais fosse con- Mecúli, Mocímboa da Praia, Monte-
de oito novos missionários. O Supe- vidado. Contava com a colaboração puez, Palma e Quissanga), com uma
rior Geral não estava em Cucujães. da mesma Sociedade e apresentava população oficialmente estimada em
O P.e Alfredo Alves demonstrava os seus projectos ao Superior Geral 497.105 habitantes, distribuídos por
contentamento que contagiava. O P.e da Sociedade, admitindo que nem 78.480 Km2. As dimensões territo-
Francisco Mendes Sequeira acom- todos os pedidos iriam ser atendidos, riais eram enormes; a evangelização
panhava-o, com o P.e tinha a seu favor a pre-
José Lourenço Baptis- sença de uma congre-
ta. Outros não ousavam gação, devotada a um
exteriorizar sentimen- trabalho de evangeli-
tos, contentando-se com zação sério e metódico
referir impressões de – a de S. Luís de Mon-
circunstância ou relata- fort (Monfortinhos);
vam episódios antigos era um grupo originá-
em que a figura do novo rio dos Países Baixos
bispo vinha à colação. e experimentado por
Em 10 de Abril de trinta anos de presen-
1957, D. José foi no- ça. Ao tempo, o grupo
meado Bispo da nas- era constituído por 29
cente diocese de Porto sacerdotes e 2 irmãos.
Amélia (actual Pemba). Ao seu lado, trabalha-
Era sua vontade receber va um grupo signifi-
a sagração episcopal na cativo de 27 irmãs da
igreja de Cucujães, em Consolata, de outras
homenagem à Socieda- origens. O número de
de Missionária que ali católicos era de 37.000
tinha a sua Casa principal e como mas pressupondo que planos conju- e a rede escolar apresentava 357 pos-
testemunho da sua vinculação a ela, gados facilitavam entendimentos na tos, 372 professores e 32.253 alunos
com isso tencionando também signi- destinação dos missionários. Man- matriculados.
ficar quanto esperava da colaboração tendo uma relação directa e interessa- A Diocese de Pemba deve a D.
pastoral dos membros do Instituto na da, colocava-se também à disposição José a criação de todas as estrutu-
nova diocese a que ia presidir. Por da Direcção Geral para funções que ras fundamentais de uma Diocese,
razões menores, tal desejo não foi se- estivessem ao seu alcance. Assim mi- a começar pelos Seminários e pela
cundado pelo Superior Geral da SM. nistrou ordens a muitos dos membros formação de vocações de vida con-
A cerimónia teve lugar na catedral da Sociedade, na capela de Santa Fi- sagrada. Homem de acção, apostava
de Nampula em 16 de Junho daquele lomena, em Cucujães, quando para na simplicidade das actuações e na
ano, com a presença de quase todos tal era convidado e tinha disponibili- colaboração que oferecia e solicitava
os bispos moçambicanos e com gran- dade (assim aconteceu em 1962, ano – com humildade e sem alarido. Pas-
de representação dos missionários da em que o signatário das linhas foi por sou fazendo o bem. Entrou agora no
Sociedade Missionária e de outros ele ordenado de presbítero). gozo do seu Senhor. Com saudade o
Institutos. Coincidia a Diocese de Porto revemos e lhe rezamos.
Com a Sociedade Missionária Amélia com as dimensões do dis- Aires A. Nascimento
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Assembeia Geral
21 e 22 de Maio — Fátima/Tomar

Assembleia Geral 20,00h Jantar


21,00h Convívio e tempo livre
Convocatória
Domingo, dia 22 de Maio
Nos termos do Art.º 6º dos Estatutos da ARM - As-
09,00h Saída para Tomar
sociação dos Antigos Alunos da Sociedade Missionária,
10,00h Chegada e recepção no Claustro da Micha,
convoco todos os Armistas, no pleno gozo dos seus di-
Convento de Cristo
reitos, para a ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a
10,30h Visita guiada, acompanhados pelo Arq. Álvaro
realizar-se no Seminário de Fátima, no próximo dia 21
Barbosa a todo o convento, incluindo o an-
de Maio, Sábado, pelas 14,30h, com a seguinte ordem
tigo seminário (cortes, reitoria, camaratas,
de trabalhos:
corredores, campo de futebol, Pegões, celas,
1. Apresentação do relatório de actividades. claustros, Charola,etc.etc.)
2. Apreciação, discussão e aprovação das contas de 12,00h Missa no scriptorium (nossa capela no Claus-
2010. tro dos Corvos)
13,00h Almoço no refeitório do convento servido por
3. Delegações de Angola e Moçambique restaurante local.
4. Adesão à COPAEC; O jantar em Fátima será na Casa de S. Nuno, na Av.
5. Adesão Á UASP Nun’Álvares, perto do Santuário.
A dormida será em quartos duplos no Seminário da
6. Eleições dos Orgãos Sociais para o triénio SMBN e na Casa de S. Nuno.
2011/2014. O pequeno almoço, tomado no local onde pernoita-
7. Apreciação, discussão e aprovação dos projectos para rem (ou Seminário ou Casa de S. Nuno)
2011. Almoço em Tomar será, como já se disse, no refeitó-
rio do Convento de Cristo.
8. Outros assuntos
Preço por pessoa (tudo incluído) 42,00€
Só Almoço no Domingo 16,00€ por pessoa.
Lisboa, 31 de Março de 2011
Após o jantar, e porque estamos em Fátima, é dado
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
algum tempo livre para quem queira ir ao Santuário, que
José Maria Ribeiro Novo
é mesmo nas traseiras da Casa de S. Nuno.
Uma vez que as refeições são servidas por terceiros,
PROGRAMA não pode haver, este ano, a indisciplina que tem aconte-
cido nos anos anteriores. Isto é, precisamos de saber an-
A Assembleia Geral deste ano, manda a tradição, será tecipadamente com quantas pessoas teremos que contar.
no Seminário do Alto da Fazarga, em Fátima. Precisamos das inscrições prévias.
Terá o seguinte programa: Só assim poderemos garantir um bom serviço.
Este ano é ano de eleições para o próximo triénio.
Sábado, dia 21 de Maio Elaborem as vossas listas.
14,00h Chegada e recepção Podem fazer as vossas inscrições:
14,30h Inicio da Assembleia Geral por e-mail para: geral@arm.org.pt
17,00h Pausa para café (pequeno lanche) ou, telefone para:
17,30h Retoma dos trabalhos 966924794 – Santos Ponciano
19,00h Ensaio coral para a missa dominical 966447955 – Armindo Henriques
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Demonstração de Resultados a 31.03.2010


Receita Despesa
Saldo Ano anterior 4.724,05 € Livro de cheques 15,38 €
Quotas 1.951,66 € Bole!ns 2.661,44 €
Dona!vos 450,00 € CTT 19,71 €
Encontro Cucujães 1.628,00 € Papelaria 202,50 €
Um Sorriso para Ti 24.860,00 € Livro Nuno de Santa Maria 6.536,85 €
Leilão 210,00 € Reconstrução Chibuto 2.500,00 €
Angariação fundos p/ Reconstrução do Chibuto 3.558,00 € Um Sorriso para Ti 20.000,00 €
Encontro de Lisboa 120,00 € Impressos 151,40 €
Venda de Livros 9.473,00 € Bolo aniversário S.G. 52,80 €
Encontro Monsanto 110,00 € Alojamento Cucujães 672,00 €
Publicidade 300,00 € Refeições Cucujães 909,50 €

Saldo D.O. 2.970,82 €


Fundo Projectos 5.840,00 €
Conta Projectos 4.852,31 €
Totais 47.384,71 € 47.384,71 €

PARECER DO CONSELHO FISCAL


CAROS CONSÓCIOS O saldo positivo apresenta- da aplicação de resultados apre-
do nas contas gerais da ARM foi sentada pela Direcção;
No cumprimento das disposi- apreciado positivamente pelo c) Um voto de pesar por todos
ções legais e estatutárias, e nos Conselho Fiscal. Não temos dúvi- os associados falecidos.
termos do mandato que nos foi das, por isso, em dar o nosso pa-
Lisboa, 31 de Março de 2011
conferido pela AG, vimos apre- recer favorável às contas apresen-
sentar-vos o nosso parecer sobre tadas e propomos que na AG seja O Presidente do Conselho Fiscal
os documentos de prestação de deliberado:
contas da Direcção relativos ao
ano findo. a) Aprova-
Analisados esses documen- ção do relatório R I B E I R O N OVO
tos, constatou o Conselho Fiscal da Direcção e ADVOGADO

que os mesmos reflectem a acti- das contas apre-


vidade desenvolvida pela ARM sentadas;
bem como a sua situação patri- b) Aprova- Rua Marquês de Fronteira, 117, 2.º Esq.
Telefs. 213 879 258 - 213 858 671 1070-292 LISBOA
monial. ção da proposta
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Fotos antigas Necrologia


Continuamos o nosso trabalho Tivemos conhecimento
através do jornal Cor-
de pesquisa de fotografias da era reio de Unhais, edição
de Janeiro, do faleci-
em que não havia máquinas digi- mento no dia 3 de Ja-
neiro do Armista João
tais. Temos conseguido algumas, José Gaspar Alexandre,
num hospital de Lisboa,
neste momento mais de duas cen- onde residia e trabalha-
va como despachante
tenas, não só de encontros idos,
alfandegário, e foi se-
pultado no cemitério do Faleceu na mesa de
mas também da nossa passagem Faleceu em 30 de Julho
de 2010. Alto de S. João. operações do Egas Mo-
pelos seminários. O Missionário Domingos José Sousa niz, em Lisboa, no pas-
Valente, nascido em O João Alexandre era na- sado dia 4 de Janeiro, o
Católico tem sido uma boa fonte. Bunheiro-Estarreja, em tural de Unhais da Serra, armista António Domin-
12 de Maio de 1929, en- entrou no Seminário de gos Leitão de Carvalho
Alguns amigos enviaram-nos as trou em Tomar em 1939. Tomar em 1958, e era ir- o funeral depois de uma
Chegou ao primeiro ano mão de outro Armista, o missa de corpo presente
que tinham no baú do sótão. de filosofia. Carlos tendo este entra- na capela da casa mor-
do, também em Tomar tuária de Linda-a-Velha,
Faltam as tuas. Digitaliza e em 1957. foi para o crematório de
Despachante alfande-
gário, vivia em Lisboa. Rio de Mouro.
envia por e-mail ou envia os origi-
Par!cipou em diversas Ao Carlos e restante Era irmão do também
nais, que nós devolvemos na volta Assembleias Gerais, família queremos apre- armista José Domin-
com a família, sendo re- sentar as nossas sen!- gues Leitão Carvalho,
do correio Teremos, em breve, tudo servado. O facto de ele das condolências. Nasceu em Castelo
e a esposa serem minis- Novo, Castelo Branco,
disponível no blogue da ARM. Vai tros da comunhão, nos ******************* a 11 de Novembro de
Jerónimos, impediam- Foi através da internet 1943, entrou em To-
espreitando. Vais ter surpresas -no de par!cipar com a mar em 1955. Termi-
que soubemos do fale-
regularidade que gosta- cimento, em 2010, do nou filosofia, tendo
muito agradáveis. ria. saído em 1965. Tra-
Vitor Manuel Paulino
Gabriel. Era natural do balhou no BES e exer-
Louriçal do campo, Cas- ceu a actividade de
telo Branco, e entrou construção e serviços.
em Cucujães em 1972. Actualmente estava
Ingressou na Força Aé- reformado e vivia em
rea, onde a!ngiu o pos- Linda-a-Velha. Tinha
to de Major. Era irmão dois filhos.
de outros dois armis-
tas, Joaquim Zacarias *******************
Paulino Gabriel e José Às famílias enlutadas e
António Paulino Ga- de forma par!cular aos
briel. Residiu em Lisboa que são armistas, as
RUA ENGENHEIRO CANTO RESENDE, 3 — 1050-104 LISBOA
TELEF. 213 540 609 FAX 213 531 987 e actualmente no norte nossas sen!das condo-
do país. lências.
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Angola
Comemorar em 2011
A ARM em Angola está de pa-
D.José entregou o Caso a ARM cujo presi- rabéns e em grande força.
dente aceitou e disse que promoverá
D. José dos Santos Garcia foi o um encontro com dia a determinar. São cerca de 20, e reúnem-se
primeiro bispo da Sociedade Mis- Não será possível estares por aqui mensalmente no Seminário da
sionária, facto que não deve ser ig- por essa ocasião?
norado ou esquecido. Assim, con- Boa Nova em Luanda, com as fa-
Vou fazer a mesma pergunta ao
juntamente com a SMBN, estamos a Pe. J. António. Estamos na véspera mílias.
preparar a evocação da sua memória do começo do nosso Retiro anual Estão a organizar-se para es-
para o próximo dia 16 de Junho, dia ao qual será a Assembleia. Amanhã
da sua ordenação episcopal,. Estão tarem presentes e nos representa-
será o dia da chegada. Envio-te um
a ser desenvolvidas algumas acções pequeno resumo histórico dos três rem na ordenação sacerdotal do
no sentido de que o evento ocorra no anos que aqui passámos juntos.
salão nobre da Câmara Municipal Pe. José Pedro Carlos, no próxi-
Pe. André”
da Covilhã, e com a colaboração da mo dia 5 em Malanje.
Diocese da Guarda. Nesse dia será Dado que o P.e João Almendra Foram estas boas noticias que
lançado um livro monográfico de D. vem a Portugal em Julho para cele-
José, da autoria do Prf. Doutor P.e nos comunicou o Serafim Gomes
brar as Bodas de Ouro sacerdotais
Aires do Nascimento, já em fase de em 31 de Julho, está a prever-se que no passado dia 7, numa das suas
envio para a gráfica. É a nossa sin- o dia 24 do mesmo mês será a data vindas a Lisboa. Os encontros têm
gela homenagem ao Homem, ao Pa- mais conveniente. Está na forja o
dre e ao Missionário, que foi D. José tido o patrocínio da SMBN, e em
último livro sobre os nossos semi-
dos Santos Garcia. nários. particular dos P.es Augusto Farias

Valadares e José António. Força e coragem.


No próximo número daremos
mais pormenores. Podem sempre contar connosco.
Foi no ano de 1961 que, em Vilar
do Paraíso, nasceu o Seminário da
Boa Nova. Estamos, pois, a come-
morar o seu cinquentenário. O seu
primeiro reitor foi o nosso querido
Pe. André, e os formadores os P.es
João Almendra, José António e Ai-
res Nascimento.
Em Outubro a ideia vinda do Pe.
André deu os primeiros passos e es-
creveu ao P.e João Almendra:
“Amigo João
Há quanto tempo a gente não
tem comunicação. Mas hoje também
é dia. Certamente te lembras que
para o ano faz 50 anos que nós os
três: José António, tu e eu mais 24
alunos demos entrada nestas terras
da Boa Nova e Penedo. P. Aires já
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NOTÍCIAS BREVES DA SMBN

ANO DA RECONCILIAÇÃO / 2011


“Em nome de Cristo suplicamos-vos: Reconciliai-vos com Deus”

Nº ACTIVIDADE DATA / LUGAR ORIENTADOR


1ª Assembleia Regional de Portugal 17 a 19 Janeiro DG
Seminário de Valadares
2ª Retiro (comunidades de Valadares e Cucujães) 11 Março / Valadares Superior Geral
3ª Retiro (comunidade de Lisboa / Fátima / Cernache ) 12 Março / Fátima Superior Geral
4ª Publicação de um livro sobre:
D. António Barroso; DG / Editorial / Tipografia
D. Evangelista Lima Vidal Abril Coordenação:
D. Teotónio Pe. Castro
D. Manuel Ferreira da Silva
5ª Encontro anual dos familiares 25 Abril / Cernache Seminário de Cernache /
dos membros da SMBN / Animação Missionária
6ª Festa Missionária 5 Junho Cucujães
7ª Celebração da festa litúrgica 31 de Maio Folheto preparado pela DG
N.ª Senhora da Boa Nova
8ª Encontro com ex-padres e ex-membros da SMBN Junho DG
7ª Peregrinação Missionária 18 / 19 Junho Animação Missionária
8ª Retiro anual 4 a 8 de Julho / Valadares DG
9ª Actualização doutrinal / pastoral sobre 12 a 14 de Setembro
o sacramento da Reconciliação Valadares DG

10ª Igreja em diálogo / Colóquios Setembro / Outubro Pe. Anselmo


11ª Retiro do Advento 2 Dezembro Vigário Geral
(Comunidades de Valadares e Cucujães) Cucujães
12ª Retiro de Advento 3 de Dezembro Cernache Vigário Geral
(Comunidades de Lisboa / Fátima / Cernache)
13ª Impressão de uma oração sobre a reconciliação Janeiro Tipografia
14ª Apelo à valorização da reunião mensal
(programação, avaliação, Anual Todas as comunidades
revisão de vida, partilha, etc...)
15ª Em comunhão com os que partiram Anual Escala
16ª Envolver a animação missionária Animação Missionária / Editorial /
(grupos paroquias, leigos Boa Nova, auxiliares, etc... Anual Departamento das Viagens
17ª Envolver a imprensa missionária Anual CIM
18ª Homenagem a D. José dos Santos Garcia DG
Lançamento de um opúsculo Data a combinar Pe. Aires
19ª Celebração dos 50 anos do Data a combinar DG
Seminário da Boa Nova - Valadares Seminário de Valadares
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O meu EIFM (estágio missionário)


Mon, 8 Nov 2010 11:55:51 Para coroar o meu EIFM fizemos um
Documentário PARÓQUIA: CASA DO
Caro Ponciano, EVANGELHO relatando a história da
É com imensa alegria que lhe envio SMBN em Moçambique, na paróquia de
este e-mail. Tenho a dizer que o meu EIFM Malema e as actividades pastorais. Os jovens
chegou ao fim. Assim, gostaria de partilhar que executaram esse projecto são fruto do
consigo alguns pontos: trabalho realizado no grupo de teatro. Sinto-
No campo de missão desenvolvi activi- -me feliz por ver jovens com potencialida-
dades. Essas actividades preencheram meu des nesta paróquia. Deus abençoe a todos.
tempo e beneficiaram-me no crescimento Ajudei nas aulas de informática na
pessoal e no complemento da vivência es- Escola Profissional. Foi um trabalho de
piritual e caminhada vocacional. Acredito cunho voluntário. Criei boa relação com os
que tornar-se missionário é o dom mais estudantes.
profundo e importante que podemos ofe- Portanto, sinto-me contente com o pou-
recer aos povos que ainda não conhecem co que pude oferecer de mim ao povo de
a Boa Nova. Malema, de modo especial à juventude. E
Durante o EIFM procurei reflectir so- muito agradecido pelo muito que aprendi
bre a importância da relação intersubjecti- com ele.
va com o povo. Cheguei a conclusão que Domingo, 7 de Novembro: às 8hs, na
a relação é uma dádiva enriquecedora que missa, despedida na igreja Matriz de Ma-
não pode faltar no pacote de tempero do lema; às 11hs, estive com dois grupos de
menu de um missionário. Essa relação fun- jovens Nelima e São José, na comunidade
damentada de emoção/paixão pelo Cristo, Nelima. Lá despedi-me deles; às 14hs en-
de levá-lo ao conhecimento do meu irmão, trei em acção desportiva: meu último jogo
o desconhecido, o outro, o diferente é a ga- na equipa São Miguel, formada por jovens.
rantia da presença do Mestre, que me aco- Às 17hs fui à comunidade de Canhunha
lhe, que está comigo e me impulsiona: “Ide participar de uma festa de casamento de
por todo o mundo, anunciai a Boa Nova a um casal amigo. As 18h30, juntos, padres e
todos os povos" (Mc 16,15). O dar-se ao irmãs fomos jantar na casa do Sr. Director
outro deve ser a sobremesa diária de quem Distrital de Educação. A alegria deste povo
anuncia a Boa Nova. é a garantia de que Deus me chama para o
anúncio da Boa Nova.
Foi nessa perspectiva que procurei tra-
No dia 12 de Novembro, sexta-feira, Art.º 24 dos Estatutos da ARM:
balhar em conjunto com nossos Padres,
partirei de Malema; dia 14 de Nampula; e, São deveres dos associados
Irmãs, Animadores de diversos grupos e
dia 17 de Maputo para o Brasil. e) Assinar a revista Boa Nova aproveitada
Catequistas.
Dediquei-me mais à juventude, na di- Ronaldo Viana como veículo noticioso da ARM
mensão desportiva e teatral. Foi uma expe-
riência muito rica: assim tive contacto com
jovens, crianças, mães e pais de diferentes
credos religiosos.
Formámos uma equipa futebolística:
São Miguel Futebol Clube da Paróquia de
Malema. É uma equipa formada por jovens
não só católicos. Esse contacto com jovens
de diferentes religiões tem ajudou-me a
ver, conviver, aceitar o outro como ele é.
Aprendi mais do que pensava ensinar.
Além do grupo futebolístico continuei
trabalhando com o grupo teatral. Durante
esse tempo fomos criando condições fa-
vorecedoras de formação para os nossos
jovens. Optamos por uma formação mais
humana. Isso tem favorecido muito o de-
sempenho artístico dos nossos jovens.
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O Boletim Trimestral da ARM


tem, incontestavelmente, gran- Reconstruir Chibuto – fase 2
de relevância como meio de
comunicação entre os seus as- Graças à generosidade de alguns No mesmo terreno da missão, em
sociados. armistas e de algumas paróquias, a frente à Escolinha, existem umas ruí-
primeira fase de reconstrução da Es- nas, que são passíveis de reconstru-
É também a grande despesa, colinha do Chibuto está concluída. Já ção, para fazer um refeitório para as
quer pela impressão, quer pela 40 crianças que neste
expedição, a grande despesa na momento frequentam
conta de demonstração de re- a escola. O custo das
obras de recuperação
sultados da Associação.
é de 3.000€ (três mil
A Direcção desejaria que a pu- euros).
blicação fosse auto-suficiente.
3.000€ é quanto cus-
Para atingir este objectivo era
ta transformar estas
necessário reduzir os custos e paredes em refeitó-
aumentar as receitas. Tomámos rio e servir diaria-
as seguintes medidas: mente 2 refeições a
tem portas, janelas e casas de banho. 40 crianças. Pensamos que com a
1. Formalizou com os CTT Aguardamos algumas fotos para do- mesma estratégia, é possível termi-
protocolo para o envio em cumentar, conforme e-mail recebido nar esta fase da Missão do Chibuto.
correio editorial; do Senhor Pe. Adauto da Silva: Esperamos que com a ajuda de todos
conseguir dar corpo e finalizar mais
2. Fez um apelo especial e par- “Caro Ponciano. este projecto. Assim Deus nos ajude.
ticular aos Armistas empre- Recebi a sua mensa-
sários, ENI’S e profissionais gem dos pequenos pedi-
dos de nossa Escolinha.
liberais para que fizessem
Os trabalhos estão a
publicidade; andar não estão de bom
A tiragem de cada edição au- ritmo como eu gostaria
que estivessem. Mas nas
mentou de 500 para 800, Che- janelas só faltam os vi-
gando cada vez mais longe e a dros e portas estão qua-
um maior número de antigos se a terminar bem como
alunos. casas de banhos. O re-
feitório já dei inicio.
Reiteramos, pois, o nosso apelo Pode enviar o seu donativo em
O tempo por aqui chove muito to-
para que colaborem connosco. dos os dias. Este final de Ano muito cheque ou vale postal, à ordem da
trabalho, Natal etc... ARM, para a Casa Central da SMBN
R. da Bempostinha, 30
Estou a organizar melhor para
BOLETIM N.º 110 1150-066 Lisboa,
o envio das fotos, como pediu.
Janeiro/Março de 2011 Esta noite roubaram a aporta da co- ou depositar directamente na Caixa
zinha da Escolinha. É Mocambique! Geral de Depósitos:
Este mês de Dezembro as crianças Conta n.º 0121/001300/530 com o
ARM – Associação Regina
estão de férias voltam em Janeiro NIB: 003501210000130053098
Mundi dos Antigos Alunos
Penso que recebeu as fotos das
da Sociedade Missionária da
40 crianças para o ano de 2011. Enviaremos o respectivo recibo, para
Portuguesa
Um feliz Natal. Pe. Adauto”. efeitos de dedução em sede de IRS.

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