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DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO:
A BELEZA DO ENCONTRO
Vivo na Freguesia de Arroios, Lisboa, em virtude das nossas semelhanças,
um bairro de caleidoscópica diversida- mas sim por causa das nossas diferen-
de cultural: o número de nacionalida- ças. É aqui que somos mais desafiados,
des diferentes dos residentes chega às mas também onde mais nos enrique-
várias dezenas e os turistas compõem cemos. No nosso exercício de escuta,
uma outra significativa parcela da po- seja no diálogo da partilha de alegrias
P. Adelino Ascenso
pulação que constitui o rio colorido de [Superior Geral da SMBN] e tristezas, de colaboração em vista ao
gente com quem nos cruzamos na rua. desenvolvimento integral e à libertação
Sem dúvida que se trata de um desa- pecialistas em história das religiões. A dos povos, de intercâmbios teológicos
fio premente e constante, uma vez que assembleia era constituída por cerca de ou de experiências religiosas concretas
sentimos fugir-nos o chão em que fo- 80% de monges budistas. Os restantes (cf. Diálogo e Anúncio, 42), existirão
mos alicerçando as nossas convicções cerca de 20% da assembleia eram leigos momentos de treva, de dúvida, talvez
e seguranças. Requer-se uma ousada budistas e alguns fiéis das paróquias mesmo de quase desespero. O diálogo
abertura de horizontes e uma vigilân- onde eu trabalhava. A dado momen- não é um caminho linear. Mas não se-
cia prudente às tendências de rigidez to, fui interpelado pelo chefe supremo rão precisamente as vias árduas que nos
que nos podem assaltar a qualquer da escola do budismo exotérico no Ja- estimulam à beleza do encontro?
momento. O diálogo intercultural e pão, o Rev. Matsunaga Yūkei, que era,
inter-religioso é um elemento consti- também ele, um dos intervenientes no
tutivo da nossa identidade de cristãos, painel: «Padre, como missionário, cer-
uma vez que os terrenos que pisamos já tamente está no Japão para converter os
não são de uma cristandade assumida, japoneses, não é verdade?» Surpreen-
mas sim de desconcertantes realidades dido com a acutilância da pergunta,
desconhecidas e eventualmente inós- respondi que não estava no Japão para
pitas, que nos forçam a aprofundar as converter, mas sim para acompanhar.
próprias convicções, ensopando-as em E acrescentei que se aquele nosso diá- PARA MARCAR NA
escuta séria e silente daquele que pensa, logo contribuísse para que cada um de AGENDA
age e crê de modo diferente. nós aprofundasse mais a sua própria fé,
Mas qual será, no fundo, a finalidade então estaríamos a realizar a finalidade ENCONTRO REGIONAL EM
do diálogo intercultural e inter-religio- principal do nosso diálogo.
so? Quando estava em Osaka (Japão), Sim, escutar, aprender, acompanhar,
TRÁS-OS-MONTES
tinha a meu cargo algumas atividades estar com…, e voltar a escutar. Isto deve
neste setor. Um dia, estava num fórum
anual, organizado principalmente por
ser a nossa função essencial. No diálo-
go inter-religioso, reconhecemos as
CARÇÃO
uma escola budista, no qual eu partici- diferenças que existem entre nós (por
pava como representante da Igreja Ca-
20 de AGOSTO de 2022
exemplo, cristãos e budistas), reafirma-
tólica. Os restantes membros do painel mos o nosso credo e respeitamos o crer
eram dois monges budistas e dois es- do outro. O diálogo existe, não tanto NÃO FALTES!
2 BOLETIM DA ARM - ASSOCIAÇÃO REGINA MUNDI
E DEPOIS DA
COVID-19
Fernando Silva
[Ex-Presidente da ARM]
EDITORIAL
Caros Armistas, António Padrão
No passado dia 21 de maio, a ARM vol-
tou à sua atividade “normal” com a sua Batem leve, levemente, / como quem que hoje sou, em busca permanente
Assembleia Geral anual que, por impera- chama por mim. / Será chuva? Será de mim e dos outros.
tivos relacionados com o Covid-19, não gente? / Gente não é, certamente / e a O vírus tentou e quase conseguiu
se realizou nos dois anos anteriores. chuva não bate assim (Augusto Gil). derrubar-nos, mas tudo o que nos
Transcorrido e já ultrapassado o tempo tenta derrubar torna-nos mais fortes.
do mandato da última direção e demais
Foi assim, o vírus bateu leve, leve- Esse é o meu desejo para todos, que
órgãos sociais da associação, foram elei-
mente, mas tornou-se assustador, dei- saiamos deste acontecimento trágico
tos novos elementos para desempenhar
xando-nos a todos numa angústia de mais fortes. Isso só depende de nós,
diferentes funções, os quais quero desde
já felicitar pela coragem de avançar com incertezas... pois não são os acontecimentos em si
espírito de serviço e sentido de missão, e Este vírus tirou-nos a felicidade de que são trágicos, o que pode ser trá-
desejar que tenham um trabalho profí- convivermos juntos, de vivermos em gico é o que fazemos desses aconteci-
cuo em favor da nossa associação. relação física, que é como o ser huma- mentos, e o que fazemos desses acon-
Se, pela sua composição, podemos de- no se sente bem. Nós só somos porque tecimentos está ao nosso alcance.
positar toda a confiança nesta direção, os outros são. O vírus veio forçar-nos Deixo-vos um imperativo Socráti-
não podemos depositar nela todos os a ficar em casa e as relações… “tudo o co: conhece-te a ti mesmo e conhe-
afazeres e todas as responsabilidades pela vento (vírus) levou”. cerás os Deuses e o Universo. O au-
vitalidade da nossa ARM. É importan- O vírus parece ter-nos dado umas toconhecimento e a autoconsciência
tíssimo que haja uma participação mais tréguas, não sabemos por quanto tem- fazem de nós conhecedores do nosso
ativa de todos nós. Só assim há sentido po. self e do nosso valor, na humildade
na organização de eventos e atividades. Este vírus veio, não se sabe bem de de quem se descobre para si e depois
A título de exemplo, antes da pandemia, onde, mas isso não interessa por ago- para os outros, conscientes de que so-
aquando do colóquio realizado no Con- ra. O que interessa é que podemos mos seres em interdependência com
vento de Cristo em Tomar sobre os Tem- pensar novamente em estar juntos, os outros e com o planeta.
plários, local por onde passaram uma tratar de nós e de todos os que nos ro- Saudações Missionárias e força para
larga maioria dos antigos alunos, e pese a deiam, como bons missionários, servi- os que continuam a nobre missão de
excelência de todos os intervenientes no dores dos outros, realizando a missão servir o outro mesmo não o conhe-
colóquio, escassos foram os antigos alu-
mais nobre do ser humano, de sentido cendo, numa dádiva despojada do ter,
nos que aí compareceram. Foi mais par-
último da vida que perdurará depois em perseguição do ser, que nos eleva
ticipada por pessoa externas, se é assim
de nós. Esse é o sentido de vida dos até ao Criador, nossa última morada
que as possa chamar, do que por nós. Este
é só um exemplo e não quero que daqui nossos missionários. Que pena ter se- e eterna.
se faça um caso merecedor de grandes guido outro rumo, pois sei hoje o quão Para decretarmos a morte do vírus,
discussões. reconfortante seria para a minha alma construamos um superego que resista
É, portanto, imperativa uma participa- ter seguido esse caminho de entrega. É ao vírus e nos traga a calma perdida.
ção mais efetiva de cada um de nós. Não na entrega ao outro que nos conhece- Convido-vos a estarem presentes no
nos podemos escusar naqueles que são os mos, a nossa vida só faz sentido numa nosso encontro da ARM-Norte em
problemas naturais da nossa associação liderança servidora dos outros e para Carção no dia 20 de agosto, onde fa-
como o envelhecimento, a escassa ine- os outros, pois só existimos na exis- remos uma homenagem a alguns ar-
xistência de novos seminaristas ou outra tência dos outros. mistas da ARM-Norte que tombaram
qualquer desculpa. Deixo os meus agradecimentos aos nestes tempos de Covid-19, sendo um
Nós estamos cá, e enquanto cá estiver- muitos missionários que me forma- deles o Torrão, do meu ano de semi-
mos, a ARM somos todos nós. ram e que me ajudaram a ser o homem nário e natural de Carção.
3 BOLETIM DA ARM - ASSOCIAÇÃO REGINA MUNDI
A ARM DO FUTURO
mos alegrias dificilmente acessíveis
P. Jerónimo Nunes aos que vivem em teletrabalho. Ainda
sobram alguns “missionários da porta
Tenho saudades da ARM. Embora eu da casa”, esses que aprenderam a alegria
não tenha estudado em Tomar, nem em da vida nas “normas regulamentares” e
Cernache ou Valadares, foi uma bele- no controle do reitor que só dava três
za passear, durante 16 anos, e conhe- semanas de férias. Quantos valores
cer os ilustres “antigos” dessas casas e dessas exigências bravas abriram ca-
os afamados que se encontravam em minhos para o sucesso? Há alguns ar-
NOVO PRESIDENTE DA ARM Cucujães, Miranda do Douro, Castelo rependidos do tempo que passaram no
BIOGRAFIA SUMÁRIA Branco, Fundão, Lisboa, Coimbra e ou- seminário, mas a maioria ficará feliz
tras cidades turísticas. Reativar as me- por contar e ouvir histórias de fracasso
Manuel José Tavares Soares, 54 anos; mórias da adolescência foi ótimo. ou de sucesso.
- Professor de Português e de Francês do O fechamento dos seminários me- Estou a imaginar como será a ARM
Ensino Secundário; nores foi uma decisão oportuna, mas no futuro. Penso que ela tem de contar
- Presidente da Assembleia Geral da Fede- diminuiu o número das crianças aven- com os alunos que, no últimos 30 anos,
ração das Associações de Pais do Concelho tureiras que procuravam os caminhos passaram pelo seminário, sejam padres
de Oliveira de Azeméis (FAPCOA); da vida nas nossas casas. Aconteceu sejam leigos casados ou solteiros (em
- Coordenador da Rádio Ad Gentes e também que a ARM não conseguiu tempo de sinodalidade, todos os bati-
radialista. atrair os mais jovens que passaram só zados são testemunhas ativas e corres-
por Cernache ou Valadares. A pande- ponsáveis pelo mundo). Todos eles es-
- Frequentou os Seminários de Cucujães,
mia acabou por arrasar, mas não tem tão a viver sucessos e são bons em artes:
Cernache do Bonjardim e Valadares entre todas as culpas. O turismo longínquo
1978 e 1985. poesia, música, dança, técnicas digitais.
parou um pouco mas continua e já te- Maio é reunião forte. Novembro é assar
mos bicicletas para esticar as pernas no castanhas. Mas esses “novos” têm que
monte mais próximo. Os netos ocupam montar dois concertos anuais em que
os mais sedentos de comunhão e o sofá entrarão eles, as esposas e os filhos para
COMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS SOCIAIS
ou a tasca aquecem os frios do inverno. divertir a malta. Os velhos têm que ir
Triénio | 2022-2025 Mas poderíamos inventar novidades. para contar novas histórias e contribuir
Estão a sair cada vez mais livros de para as crianças ucranianas ou moçam-
Direção memórias. É bonito ajudar os netos a bicanas (a direção organiza o destino).
Presidente: Manuel Soares descobrir os tempos que vivemos sem Os padres têm que ir todos para rezar
Secretário: Armindo Henriques eletricidade, sem telefone, sem rádios, solene Eucaristia pelos que já partiram
Tesoureiro: Jorge Carvalho com empregos conseguidos a cunha e para os braços do PAI.
1.º Vogal: Carlos Afonso alguma universidade para os mais bri- Na ARM do futuro seremos poucos,
2.º Vogal: Emídio Gomes lhantes. Mas, convenhamos que o me- mas de alta qualidade. Seremos ami-
lhor espaço para ativar os cérebros dos gos, abertos e solidários. Precisamos
reformados e passar para os netos os disso para refazer a alegria perdida no
Assembleia Geral
dramas e as alegrias dos “bons tempos” confinamento e ajudarmos a inventar
Presidente: Fernando Silva é a reunião da ARM. Ali, as histórias
1.º Secretário: José Silva o futuro do mundo sem solidão, sem
não têm fim. guerras, sem pessoas centradas na pe-
2.º Secretário: Sérgio Cabral Ainda temos uns missionários que quenez dos interesses pessoais.
viveram a guerra colonial, as indepen- Viva a Rainha do mundo, nossa
Conselho Fiscal dências e o colonialismo que retornou. maestra.
Presidente: Gabriel Conceição Se não os aproveitamos agora, perde-
Vice-Presidente. Simão Godinho
Secretário: Carlos Amílcar
da cidade de Matola, nos bairros do Fomen- Sociedade Missionária Portuguesa e, em Animação Missionária, em Cucujães. Re-
to e da Liberdade onde ajudou a construir 1982, foi incardinado no Patriarcado de gressou a Nampula em 1995 onde faleceu.
as novas igrejas. Partiu depois, juntamen- Lisboa. Para além da licenciatura em Teo- Que o Senhor o receba na Sua luz.
te com o P. Fernando Simões de Carvalho logia, o sacerdote era licenciado em Sagra-
e Silva, para a fronteira com a África do da Escritura e doutorado, desde 1986, em António Augusto Torrão Vaz
Sul, como responsável pelas paróquias de Ciências Eclesiásticas pela Universidade de Falecimento: 25/11/2021 (com 59 anos)
Ressano Garcia, Muamba e Sábié. Eram os Lovaina, na Bélgica. Foi pároco em várias O armista António Augusto Vaz era na-
tempos difíceis da guerra civil. A partir de paróquias da Diocese de Lisboa, professor tural de Carção (Vimioso) e entrou no se-
1984 dedicou-se, entre outras atividades, à da Universidade Católica Portuguesa e, minário de Cernache do Bonjardim no ano
formação de missionários, em Valadares, entre 2001 e 2007, reitor do Santuário de de 1975. Foi advogado, professor, vereador
Tomar e em Cucujães. Que o Senhor o re- Nossa Senhora de Fátima, em Paris, cidade e vice-presidente da Câmara Municipal de
ceba na Sua luz. onde foi também nomeado cónego honorá- Vimioso. Que o Senhor o receba nos Seus
rio da Catedral de Notre-Dame. Regressado braços.
António da Silva Costa ao Patriarcado de Lisboa, o sacerdote foi
Falecimento: 14/04/2020 diretor do Departamento da Formação e, Mário Fonseca de Brito
O armista António Costa era natural de entre 2008 e 2011, foi pároco de Carcavelos. Falecimento: 07/01/2022 (com 75 anos)
Remelhe, Barcelos (14/07/1937) e entrou Que o Senhor o receba no Seu Reino. O armista Mário Fonseca de Brito era na-
no seminário de Tomar em 1950. Foi pro- tural de Remelhe (Barcelos) e frequentou
fessor catedrático jubilado da Universidade Artur Augusto Fernandes os seminários de Tomar e de Cernache do
do Porto e missionário em Nampula nas dé- Falecimento: 16/01/2021 (com 74 anos) Bonjardim entre 1958 e 1962. Que o Senhor
cadas de 60 e 70. Faleceu na Bélgica, vítima Natural de Vila de Ala, Santiago (Moga- o receba na Sua luz.
de uma infeção generalizada, na sequência douro), entrou no Seminário de Tomar em
de linfoma de que padecia. Que o Senhor o 1959. Residia atualmente em Figueiros (Ca- José Luís da Silva Valente Morais
receba nos Seus braços. daval) e faleceu vítima de enfarte fulminan- Falecimento: 17/01/2022
te. Que o Senhor o receba no Seu Reino. O armista José Luís Morais era natural de
Pe. José Alves de Sá Fernandes Alvarenga e entrou no Seminário da Boa
Falecimento: 30/04/2020 Pe. Manuel Ferreira de Sá Nova em Valadares no ano de 1968. Era re-
Nascido a 19 de janeiro de 1938, o pa- Falecimento: 26/05/2021 (com 91 anos) formado da Política Judiciária e faleceu ví-
dre José Alves de Sá Fernandes estudou Natural do concelho de Ovar, Manuel tima de doença oncológica. Que o Senhor o
nos seminários da Sociedade Missioná- Ferreira de Sá entrou no Seminário das Mis- receba na Sua luz.
ria em Tomar, Cernache do Bonjardim e sões de Tomar com 12 anos e, após ter feito
Cucujães. Recebeu a ordenação presbiteral o percurso de formação nos seminários de Orlando dos Anjos Meirinho Afonso
em Cucujães em 23 de julho de 1962 e foi Cernache e Cucujães, foi ordenado padre Falecimento: 26/01/2022
nomeado para as missões de Nampula, Mo- em Cucujães, no dia 29 de junho de 1956. O armista Orlando Afonso era natural de
çambique, onde viveu até 1981. Em 1974 Dedicou toda a sua vida à Missão em Mo- Campo de Víboras (Vimioso) e entrou no
foi eleito Assistente Regional de Nampula çambique, para onde foi enviado em agos- seminário em 1974. Residia e trabalhava em
e como responsável pela missão, sofreu “o to de 1956, um mês depois da ordenação. Espanha e era presença assídua nos encon-
trauma das nacionalizações: terras, esco- Após longos períodos em Portugal, a partir tros de Trás-os-Montes. Que o Senhor o re-
las, posto de saúde, casa paroquial e contas do ano 2000, regressou definitivamente a ceba nos Seus braços.
bancárias. Regressou definitivamente a Por- Portugal em 2007 e foi internado no Lar de
tugal em 1981 e foi nomeado Administra- Santa Teresinha de Cucujães. Que o Senhor Pe. António Gonçalves
dor das Publicações e Obras de Cooperação o receba no Seu Reino. Falecimento: 01/03/2022
Missionária (1982 a 1992). Sofreu um AVC Nascido a 07 de junho de 1932, na loca-
em 2015, mas conseguiu recuperar muitas Ir. Alberto Luís da Silva lidade de Louriçal (Pombal), o padre Antó-
funções humanas, mas ficou incapacitado Falecimento: 03/09/2021 nio Gonçalves estudou nos Seminários de
para trabalhar. Que o Senhor o receba na Natural do Concelho de Alvaiázere, o Ir. Tomar, Cernache do Bonjardim e Cucujães
Sua luz. Luís nasceu a 15 de maio de 1941, tendo en- e foi ordenado sacerdote a 30 de julho de
trado entrou no seminário, para ser irmão 1961. Em 1964 foi enviado para Moçam-
Daniel dos Santos Pereira leigo, a 1 de outubro de 1956, onde fez a sua bique, para a Diocese de Porto Amélia
Falecimento: 04/11/2020 (com 72 anos) formação missionária, académica e profis- (Pemba), com destino ao Seminário Maior
O armista Daniel Pereira era natural de sional. Exerceu várias atividades no Semi- daquela diocese, onde veio a ser reitor nos
Alpendurada (concelho de Marco de Ca- nário de Tomar e em Cucujães até outubro anos de 1969 e 1970. Mais tarde foi missio-
naveses), entrou no seminário de Tomar no de 1969, data em que partiu para Moçam- nário no Chiúre, na Paróquia de Maria Au-
ano de 1960 e foi funcionário bancário. Que bique, com destino à Diocese de Nampula. xiliadora em Pemba (de 1994 a 1997), tendo
o Senhor o receba no Seu Reino. Administrou a escola de Mecutamala, antes regressado ao Chiúre, onde permaneceu até
e depois da independência, e foi ecónomo 2007. Interessava-se pelos membros da So-
Pe. Manuel Marques Gonçalves geral da Arquidiocese de Nampula durante ciedade Missionária e todos os anos escre-
Falecimento: 31/12/2020 muitos anos. Em 1989 foi eleito assistente via uma carta pessoal a cada um dos mem-
Nasceu a 12 de novembro de 1931, em da Direção Geral da SMBN e veio para Por- bros, por ocasião do seu aniversário. A sua
Orca, no concelho do Fundão, Diocese da tugal, onde fez parte da equipa de Pastoral memória era extraordinária e memorizou
Guarda; foi ordenado sacerdote a 15 de ju- Vocacional e foi administrador interino da grande parte da liturgia e da Bíblia. Que o
nho de 1957, na sua paróquia, ingressou na Editorial Missões e do Departamento de Senhor o receba na Sua luz.
8 BOLETIM DA ARM - ASSOCIAÇÃO REGINA MUNDI
NOVO LIVRO
FICHA TÉCNICA
TESTEMUNHAS DE UMA MEMÓRIA VIVA Propriedade:
HISTÓRIA DA EVANGELIZAÇÃO DA PROVÍNCIA DE CABO DELGADO ARM – Associação Regina Mundi
Sede:
Rua da Bempostinha, 30
D. Luiz Fernando Lisboa 1150-066 Lisboa
[Arcebispo de Cachoeiro de Itapemirim] Tel.: 218 851546 | Fax: 218 850258
[Antigo Bispo de Pemba] “A Missão é de Deus!
NIPC: 503 268 372
Todos somos instrumentos NIB: 0035 0121 0000 1300 530 98
O lançamento deste livro abre o cente-
nário da primeira missão da Diocese de
de Deus para que Ele Presidente da Direção:
Pemba, Santa Maria de Namuno. Em- realize a Sua Missão”. Manuel José Soares
bora outros missionários tenham chega-
Direção, Redação e Administração:
do a estas terras antes do século XX, foi Seminário das Missões
em 1922 que se estabeleceu a primeira Largo da Igreja
missão católica do então chamado Dis- Apartado 40
trito de Cabo Delgado, mais tarde Pro- 3721-908 Vila de Cucujães
víncia de Cabo Delgado.
E-mail:
areginamundi@gmail.com
O presente livro foi fruto do trabalho
voluntarioso de muitas pessoas, coor- Site: www.arm.boanova.pt
denadas pela grande e abnegada mis- Facebook: www.facebook.com/arm.
sionária, Ir. Magdalena Medina, FI, que reginamundi
com perseverança e ousadia trouxeram
à tona uma parte importante da nossa rem à primeira missão, muitos outros Fotocomposição e impressão:
gastaram as suas vidas em favor deste Escola Tipográfica das Missões
história. Foram pesquisas, entrevistas,
sofrido e valente povo de Cabo Delga- Vila de Cucujães
gravações, viagens, fotocópias, emprés-
timos de material, correcções, leituras, do. Tiragem desta Edição:
procura de fotografias que, enfim, trou- Depois dos Monfortinos, vieram os 650 Exemplares
xeram à luz este livro. Provavelmente, Missionários da Boa Nova, as Missio-
haverá imperfeições, lacunas, excessos, nárias da Consolata, as Filhas de Ma- Colaboradores deste número:
mas é inegável que foi fruto de mui- ria Auxiliadora (Irmãs Salesianas), as António Padrão
Missionárias da Boa Nova. Estes são os D. Luiz Fernando Lisboa
ta abnegação, comunhão e amor pela Fernando Silva
Igreja e pela evangelização. mais antigos e pioneiros.
Manuel José Soares
(…) A chegada dos Missionários E os missionários e missionárias mo- P. Adelino Ascenso
Monfortinos, em 1922, é carregada de çambicanos? Quanta alegria e vibração P. Jerónimo Nunes
significado porque, para além de tes- pelo surgimento das primeiras voca- Sérgio Cabral
temunharem e de transmitirem a sua ções sacerdotais e para a vida religiosa!
Quanto bem têm feito os padres dioce- Design e paginação:
fé à população local, transmitiram-lhe Sérgio Cabral
conhecimentos em várias áreas, sobre- sanos e as Irmãs diocesanas ao longo
tudo na educação formal e na educação destes anos todos! Cabo Delgado é um
para as artes e ofícios. Até hoje os tijo- celeiro de vocações sacerdotais e reli-
los e telhas construídas por eles com giosas. lize a Sua Missão. “Não podemos dei-
a população local, sustentam e embe- Da nova geração de Missionários, xar de falar sobre o que vimos e ou-
lezam algumas Missões, sobretudo as próximo ou a partir do ano 2000, sur- vimos” (At 4,20). A missão continua!
de Na-muno, de Meza, de Mariri e de gem primeiro, a missionária leiga Laura Que este livro, além de resgatar a bo-
Montepuez. A bela Missão de Nango- Pierino, as Irmãs de Jesus Bom Pastor nita história da evangelização de Cabo
lolo (Muidumbe) e a igreja de Mocím- (Pastorelas) e os Religiosos Passionis- Delgado e o surgimento da Diocese de
boa da Praia foram parcialmente des- tas. Depois deles, como se verá, vieram Pemba, nos ajude a resgatar e a valo-
truídas, em 2020, nesta guerra infame. muitas outras famílias missionárias, rizar a vida de tantos cristãos, leigos,
Assim, tal como estes dois missionários além de leigas e leigos missionários. padres, irmãs, consagrados, bispos
gastaram os pneus das suas bicicletas e A Missão é de Deus! Todos somos que trabalharam tanto pela consolida-
as solas das suas sandálias para chega- instrumentos de Deus para que Ele rea- ção desta Igreja Diocesana.