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Valeria Wolf - Grupo Arteterapêutico Diario do Bordado

História do Bordado

“O bordado é a arte de adicionar a uma superfície de tela já fabricada e acabada, a


representação de um objeto tal qual se deseje, plano ou em relevo, em ouro, prata ou
matizes”.
Charles- Germain de Saint-Aubin, “El Arte del Bordador” 1770.

Falar sobre a história do bordado é buscar as maneiras e formas de expressão na gênese


da humanidade. Bordar é adornar, é expressar, comunicar. É utilizar a agulha como meio,
no tecido onde vamos ver, mediante símbolos, a história da humanidade transcender e
desnudar um sem fim de mensagens envoltas em mistérios e códigos que nos fazem querer
descobrir seus significados.
O bordado sempre foi considerado uma “ arte menor” dentro da história da arte e por
isso seu trajeto é um pouco menos claro. Na idade média o bordado foi uma prerrogativa
das classes dominantes ( a aristocracia e a igreja). Os reis tinham na corte um bordador que
se encarregava de criar os desenhos a serem bordados e para tanto foram criados espaços
amplos e cómodos, os grandes ateliers de bordado geralmente dirigidos por damas da alta
sociedade. Alguns destes ateliers eram instalados nas casas dos reis, nobres ou em
conventos. Possuíam grandes bastidores retangulares, chamados teares de bordado que
precisavam de mesas do mesmo tamanho onde se acomodavam os tecidos em que se
desenvolviam estes bordados: sedas, veludos e brocados.
A utilização de técnicas sofisticadas que com o tempo adquiriram cada vez mais
precisão, como a técnica do crochet de Luneville ou o opus anglicanum, ou então o broderie
d’or, todas voltadas para temas religiosos, ou de nobres e sacerdotes. Eram utilizadas
purpurinas, pérolas e fios de ouro.
Nos ateliers familiares, menores, os bordadores criavam seus próprios desenhos.
Muito acontecia que alguns patrocinadores chamavam desenhistas e impunham aos artistas
que imitassem algumas obras já criadas na pintura. O artista criador, muitas vezes
desempenhava um papel de apenas coordenador ou supervisor dos bordados que outras
pessoas executavam. Estes bordados também atuaram como presentes diplomáticos
oferecidos a reis, papas, cúrias ou a seus emissários. De uma maneira geral pode-se dizer
que o bordado quase sempre esteve vinculado a um sinal de status social.
O bordado começou a ser simplificado à medida que se tornou mais doméstico. As
nobres tinham mais tempo ocioso para bordar que a classe proletária e se tornou menos
artístico e mais comum à medida que se aproximava da idade moderna. Com o tempo, a
prática profissional foi mais relegada aos homens e as mulheres estavam mais vinculadas a
uma prática prazerosa.
Na década de 1970 as mulheres tomaram um novo impulso ressignificando o
espaço profissional da mulher do campo e começaram a bordar como ofício.
Valeria Wolf - Grupo Arteterapêutico Diario do Bordado

A origem do bordado na humanidade se remete a achados arqueológicos


fossilizados em 30.000 anos AC. Na China entre os séculos 5 e 3 Ac. Na Suecia , no
periodo da era Viking. Por volta do ano 1000 na Europa, com a ascensão da igreja cristã .
Na era medieval, não só no ocidente, mas como em cidades do Oriente ( Damasco,
Istambul, Cairo, lenços, bandeiras, uniformes, robes, etc eram ricamente adornados. No
século 18 , na Inglaterra e suas colônias, era comum como um rito de passagem da menina
adolescente para a vida adulta, o hábito de bordar. Com a revolução industrial surgiram as
primeiras máquinas de bordar e mesclava-se com o bordado manual.
Logo, dependendo do país e sua cultura temos os mais diversos tipos de bordados,
com diferentes materiais e temáticas.

Em termos de classificação temos:


1. Bordado de superfície ou livre
2. Bordado Contado
3. Bordado em Tela ( canvas work)

DICAS:

Referencias:
● Club de Bordado - Argentina Periodico - Publicación 1 - Noviembre 2020
● Stitch Encyclopedia - Embroidery- “ An illustrated Guide to the Essential
Embroidery Stitches”, Chronicle Books, San Francisco, 2014.
● https://www.vam.ac.uk/articles/embroidery-styles-an-illustrated-guide
● www.needlenthread.com

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