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A tecelagem é conhecida por ser uma das formas mais antigas de 

artesanato ainda
presente nos dias de hoje. Existem indícios que a tecelagem já era conhecida
no Paleolítico.
Há cerca 12 000 anos, na Era Neolítica, os homens já utilizavam o princípio da tecelagem,
entrelaçando pequenos galhos e ramos para construir barreiras, escudos ou
cestas. Teias de aranha e ninhos de pássaros podem ter sido as fontes de inspiração tal
trabalho. Uma vez que essa técnica já era conhecida, é muito provável que o homem
primitivo tenha começado a usar novos materiais para produzir os primeiros tecidos
rústicos, e, mais tarde, vestuário.
A produção de tecidos no Neolítico foi demonstrada pela descoberta em 2013 de um
tecido de linho no túmulo F 7121 em Çatalhüyük.[1] que foi datado como sendo de 7000
AC[2] com outras descobertas feitas nas palafitas neolíticas do Lago de Zurique

Tecelãs no Egipto Antigo

Um fragmento sobrevivente do Neolítico foi encontrado em Faium num local datado do ano


5000 AC[3]. Este fragmento possui cerca de 12 x 9 fios por cm num ponto tafetá. Nesta
altura (3600 AC), no Antigo Egipto, o linho era a fibra dominante.
A prática já foi utilizada como imagem para alegorias e temas mitológicos. Gargi
Vachaknavi, filósofa indiana do século VII a.C., é narrada em uma Upanixada como
utilizando metáforas de trama e urdidura para inquirir sobre o "tecido"
da realidade. Tantra é a palavra sânscrita para tecer, urdir.[4] Na cosmologia maia, deusas
frequentemente aparecem tecendo em um tear cósmico, representando o padrão das
estações temporais,[5] e no Popol Vuh a figura do entrelaçamento é utilizada em analogia
para a confecção do livro: “Este é o início da Palavra Antiga, aqui neste lugar chamado
Quiché. Aqui desenharemos, aqui teceremos em brocado a Antiga Palavra".
[6]
 As Moiras/Parcas são apresentadas como fiandeiras que tecem o destino.

China e Extremo Oriente


A tecelagem da seda a partir de casulos do bicho-da-seda é conhecida na China desde
3500 AC. Foram encontrados fragmentos de tecidos tingidos e com uma tecelagem
bastante intrincada num túmulo chinês datado de 2700 AC
A sericultura e a tecelagem da seda expandiu-se para a Coreia cerca do ano 2000 AC e
para o Japão cerca do ano 300 da nossa era.
A invenção do tear de pedais, de acordo com especialistas pode ter sido feita na China ou
na Índia.[7] Os Pedais foram adicionados para operar teares de Liços simples e duplos.
Na Idade Média estes equipamentos apareceram na Pérsia, Sudão, Egipto e
possivelmente na Península Arábica, onde o tecelão sentava-se com os pés num fosso por
debaixo de um tear rebaixado. No ano 700 os teares horizontais e verticais podiam ser
encontrados em muitos locais da Asia, África e Europa. No século XII, o tear de pedais
chegou à Europa quer através do Império Bizantino, quer através dos invasores árabes
na Al-Andalus, onde o mecanismo foi elevado acima do solo e montado numa estrutura
mais robusta.[8]

Europa Medieval

Tecelão, Nuremberga, c. 1425 (ver: Artes mecânicas).

Na Europa medieval a fibra predominante era a lã seguida


pelo Linho e Juta ou estopa para as classes mais baixas. O Algodão foi introduzido na
Europa através da Sicília e Espanha cerca do ano 800 d.C. Quando os Normandos
ocuparam a Sicília, levaram a tecnologia com eles para a Itália e o restante da Europa. A
tecelagem de seda foi introduzida também nesta altura e as suas técnicas sofisticadas
foram aplicadas a outras fibras[9]
O tecelão trabalhava em casa e vendia os seus tecidos na feira .[9] Os teares verticais de
pesos eram muito comuns nos séculos X e XI, antes da introdução dos Teares horizontais.
A tecelagem tornou-se um ofício urbano e para regulamentar o seu comércio, os artesão
associaram-se em Grémios ou Mesteirais que controlavam a qualidade e a formação
necessária para que um artesão pudesse ser considerado como tecelão. [9]
No século XII, ocorreu uma mudança organizacional com a introdução da subcontratação.
O mercador de tecidos comprava a fibra e fornecia-a ao tecelão o qual, por sua vez vendia
o tecido ao mercador. O Mercador controlava os preços e dominava economicamente a
indústria da tecelagem.[9]
Em Inglaterra , a prosperidade dos mercadores é bem patente nas cidades lanifícias do
leste da Inglaterra, Norwich, Lavenham.[10]
O fornecimento de fio limitou sempre a produção de um tecelão até ao momento em que o
fuso manual foi substituído pela roda de fiar. O tear permaneceu sempre igual, mas o
aumento na produção do fio permitiu que ele operasse durante mais tempo. [9]

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