SOS ... - ... Pastores Salvem-Se!-1

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Pastores,
Salvem se!
i
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Encontre solucoes
i
para os desafios
da vida pastoral.
Denis almeida
Denis almeida
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Pastores,
Salvem se!
i
i
Encontre solucoes
i
para os desafios
da vida pastoral
1ª Edição
EDITORA SAL CULTURAL

MACEIÓ / 2019
SOS - Pastores, Salvem-se!
Encontre soluções para os desafios da vida pastoral.
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Copyright © 2019 Denis Almeida - Instituto noReino
Assistente editorial: Iasnaya Almeida

Produção: Denis Almeida
Projeto Gráfico: UpCreative
Revisão: Abner Sodré
1ª Edição – dezembro de 2019
Ficha Catalográfica
Almeida, Denis
Pastores, Salvem-se! Encontre
soluções para os desafios da vida
pastoral / Denis Almeida
“Publicarão abundantemente a
Instituto noReino, 2019
memória da tua grande bondade, e
52 pp.
cantarão a tua justiça.”
ISBN 978-85-67383-33-0
Salmos 145:7
1. Cuidados Pastorais 2. Saúde
Mental no Trabalho
Editora Sal Cultural
3. Qualidade de Vida Pastoral 4.
Av. Aryosvaldo Pereira Cintra, 181
Estratégias e Soluções 5. Psicologia
Maceió/AL – Tel.: (82) 996650072
do Trabalho
Todos os direitos reservados ao Instituto noReino - www.noreino.org

Publicado pela Editora Sal Cultural mediante permissão.
A utilização do texto e/ou parte do texto, deverá citar a autoria.
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Sobre o Autor
Denis Almeida, é Pastor, formado em
Teologia pelo Seminário Teológico
Nazareno do Brasil (STNB); Psicólogo e
Mestre em Psicologia pela Universidade
Federal de Alagoas (UFAL),
Especializando em Psicologia do Trabalho,
versa para assuntos relacionados a Psicologia
Clínica do Trabalho, Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), Saúde
Mental no Trabalho, Saúde do Trabalhador, Psicologia
Organizacional e do Trabalho, Liderança e Gestão de Pessoas, Clima
Organizacional, Cultura Organizacional, Saúde, Clínica e Práticas
Psicológicas. Também é Professor, Palestrante, Escritor, Mentor,
Consultor, Empreendedor e Fundador do Instituto noReino.
Todos os direitos reservados ao Instituto noReino. ®

A utilização do texto e/ou parte do texto, deverá citar a autoria. 2
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Como ler este livro
Querido(a) Pastor(a), mais do que ter a posse deste livro é poder
se comprometer com ele. Em nenhum momento lançamos este material
apenas para ser mais um livro que você incluirá em sua lista de livros lidos,
mas para que de alguma forma ele faça a diferença na sua vida pessoal,
familiar e ministerial.
Você encontrará aqui resultados de uma pesquisa realizadas

exclusivamente com pastores, e com base nelas, sugestões para algumas
soluções que ajudará você em algumas áreas da sua vida emocional e
psicológica, familiar e ministerial, por isso é necessário cumprir as tarefas
sugeridas. Por ser um livro digital, a interatividade é um diferencial, você
poderá clicar nos links ao longo do livro para ser direcionado a recursos
disponibilizados a você e sua família.
Ah...! Queremos muito saber dos resultados deste livro, os

benefícios que trouxeram. Para isso, nos conte algum testemunho, pois isso
ajudará a mim e minha equipe a dar continuidade a este projeto, você pode
usar o Facebook e/ou Instagram: @denisalmeidapr.
Em Cristo, servindo-O, também como pastor,
Denis Almeida.

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Sumário
0. Introdução. 05
1. A excelente escolha e a caminhada não tão excelente
assim. 14
2. Acredite! O episcopado não é ruim, mas “o como” você
está trabalhando. 20
3. Não somos super-heróis, somos humanos. 25
4. Pastores, se apossem da sabedoria e cuidem-se! 32
5. Querido(a) Pastor(a), escute a voz da Sabedoria. 42
6. Referências Bibliográficas. 47
7. Conheça o noReino. 48

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Introdução
Quando decidi me dedicar a promover benefícios à
qualidade de vida pastoral, percebi que já estava envolvido há muito
tempo. O que quero dizer é que não me tornei dedicado depois da
formação em psicologia, nem depois do mestrado. Tanto é que meus
trabalhos de conclusão de curso tornaram-se uma ponte para estas
ações.
O estudo do indivíduo-trabalhado-organização me
trouxe possibilidades de compreender os fenômenos do trabalho e
melhorá-los. Não é o trabalho uma
maldição e sim a aflição no labor
que faz o trabalho não ser bem
visto.
É possível realizar o
trabalho de forma que venha a
Alavanca de Arquimedes
minimizar dores e adoecimentos
desnecessários. A exemplo disso, o trabalho no decorrer dos séculos
passou por diversas formas em seu regime, e por mais que se

observem as situações precárias e até desumanas, existiram também

pessoas preocupadas com a qualidade de vida, no momento do
trabalho, em favor de seus trabalhadores e do serviço facilitado. O
arado para o plantio é um exemplo disso. Evidências históricas
mostram que esses instrumentos agrícolas começaram a aparecer no
Egito por volta de 4 mil a.C. Em 2987 a.C. as alavancas de
Arquimedes facilitaram o trabalho braçal (SAMPAIO, 2011).
Quando falamos sobre ofício pastoral, estamos tratando

sobre um trabalho desempenhado por homens e mulheres que
Intro d uç ão - D e nis A lm ei d a
exercem uma função episcopal a serviço do Reino de Deus a uma

comunidade ligada a uma denominação dita evangélica. Estas
denominações utilizam-se de alguns títulos para referenciar o
exercício pastoral, como: Reverendo, Pastor, Apóstolo, Bispo,
Presbítero, Ancião, Ministro; e em alguns casos, o Diácono, e
Missionário ou Obreiro exercem a função de pastor local, a saber, que
o gênero feminino está subentendido nestes títulos. Para facilitar a
escrita, usarei somente o título “Pastor” representando todos os
outros.
Por anos tenho ouvido que ser pastor não é uma profissão e
sim uma vocação. Bem, a forma como você denomina o seu ofício,
deixarei com você mesmo, mas independentemente do que escolher,
a função pastoral trata-se de uma atividade laboral.

Quando eu e minha família

morávamos em São Paulo, vínhamos
de uma tradição católica ferrenha, ou
seja, aquela bem idólatra e de romarias
à Aparecida do Norte todos os anos.
Aos meus 12 anos, fomos morar em Recife por
oportunidades de negócios de meu pai e não dando muito certo,
fomos para Fortaleza um ano depois e foi lá que aos 15 anos tive um
encontro pessoal com Cristo em 1995 na escola em que eu estudava.
Com essa trajetória familiar, eu não tinha ideia do que era ser pastor,
nem de suas atividades em específico. Tornei-me o primeiro cristão
protestante da minha família. Minha única referência era de que todo
pastor era ladrão (pois fui orientado assim).
Sendo um jovem ativo, desde cedo me envolvi com as

atividades na igreja, me possibilitando uma aproximação com pastores
e com isso pude conhecê-los mais de perto
e tive mistos de sentimentos quanto a
querer ser um pastor algum dia.
Lembro-me que na comunidade cristã
que participava, o pastor titular doou sua
casa e de sua família para que lá fosse construída uma igreja, e
começaram a morar de aluguel. Mesmo passando por uma traição de
membros alguns anos antes, esse ato de doação, por mais que para

mim na época tenha sido nobre e altruísta, hoje já não vejo dessa
forma, salvo pela ordenança de Deus.
Passados alguns anos, agora aos 22, tinha certeza do que

eu queria, e não era ser pastor. Queria ser um empresário de sucesso
e poder financiar a obra de Deus. Considero um desejo saudável e
motivo os jovens a terem esse tipo de desejo, se Deus tem isso para
você, porém para mim foi diferente, fui ensinado a fazer a vontade de
Deus, pois ela é boa, perfeita e agradável, e ser um empresário naquela
época não era a vontade de Deus.
Fui chamado por Deus em uma noite chuvosa em que

estava em uma aula de missões na base da Jocum Cariri ao sul do
Ceará. A chuva estava torrencial e de repente faltou energia, que já era
esperado devido à tempestade, mas a aula deu prosseguimento. O que
me deixou extremamente incomodado foi o fato de ninguém que
estava fora da aula não ter ido libertar dois cachorros que estavam
amarrados externamente.
Não suportando mais os

latidos desesperados deles, fui até
o dormitório, troquei a roupa e
fui em direção deles, e nesse
caminho, ouvi a voz maravilhosa
de Deus me chamando para liberdade

de cativos, pois muitos estão acomodados em seu conforto e se negam

a irem.
Voltei à sala muito feliz, falando que aquela mensagem

de Deus era para todos nós, porém uma mulher de Deus, que se
encontrava naquele lugar, disse que não era para todos e sim que a
Palavra era somente para mim.
No entanto, somente aos 27

anos tomei uma posição de seguir o
episcopado de fato. Deus me

direcionou à Igreja do Nazareno na
cidade de Natal - Rio Grande do
Norte, onde passei 5 anos como
pastor da juventude e depois fui para
Maceió em Alagoas, onde passei mais 7
anos ainda como pastor da juventude e coordenador do seminário
teológico.
Formei-me em Psicologia e no Mestrado em Psicologia,

sendo meus interesses de estudo a vida do trabalhador e sua qualidade
laboral, que foi ponte para o que faço hoje no olhar para qualidade de
vida pastoral.
Nesses anos, sempre estive próximo a pastores e pude

ouvir e sentir os mais inúmeros relatos de suas dores, angústias e

doenças da alma. De alguma forma, eles acharam graça em mim para

esses relatos, que para um jovem pastor sem a certeza de seu
compromisso pastoral, desistiria facilmente. Atrelado a isso, pude
perceber na pele os desafios de ser pastor. Pastorear a juventude por
tanto tempo me muniu e me preparou para suportar algumas
intemperes e para sentir aquilo que só sabia de ouvir falar, como
testemunha, sendo ouvinte para alguns pastores tristes e de alguma
forma poder ser algum tipo de suporte naquele momento.
O fato é que pastores passam por situações adversas

iguais ou piores àquelas da época da minha conversão, e confesso que

luto diariamente para não entrar em dados estatísticos que definhem
a minha saúde mental.
Na vivência pastoral, pude ver de perto alguns dos dados

que refletiam a realidade de pastores e até a minha própria. Em 2016
passei um período da minha vida onde fui acometido por Hipotimia,
que está ligada a Distimia, sendo um Transtorno do Humor (tipo de
depressão) em que passei cerca de 4 meses em reclusão total, mas em
outro momento trato mais a fundo sobre o assunto.

No ano de 2009, falei com Deus que

queria iniciar uma atividade que fosse boa para os
cristãos. Fiz todo o projeto, logomarca, fiz
apresentações para amigos, mas não coloquei em
prática, pois aceitei uma proposta para gerenciar
projetos educacionais no Estado de Alagoas.
Depois de alguns anos, não lembrando mais do

projeto, tive um sonho específico e novamente
reacendeu o desejo de servir à comunidade cristã,
mas agora em específico, a pastores, líderes e suas

famílias.
Agora o Instituto noReino torna-se realidade, tendo

como missão: Contribuir com pastores, líderes e suas famílias para
que exerçam o serviço do Reino com prazer e transbordo, de forma
saudável e bíblica, atingindo a plenitude e a contínua satisfação no seu
ministério.
Em 2016, iniciei atendimentos psicológicos exclusivos

para pastores e passei a realizar palestras,
aconselhamentos, trocas de ideias,
conhecer instituições e firmar parcerias
que tratassem dessa temática.

Infelizmente, na época, tive algumas dificuldades para

conseguir dados que representassem nossa realidade Brasileira, pois
as informações obtidas tratavam do cenário Norte-Americano. Isso
não significa que tais dados, não pudessem nos ajudar a nos mostrar
alguns perigos e algumas verdades vivenciadas no Brasil.
Em várias palestras ministradas a pastores, pude notar, no

momento dos eventos, que o dado que informava onde 70% dos
pastores entrevistados não tinham alguém que consideram um amigo
próximo era confirmado pelos pastores presentes que se identificaram
com a mesma realidade, assim como aqueles que se identificaram com

o resultado que 90% dos pastores relatam trabalhar entre 55 a 75 horas
por semana (FULLER INSTITUTE; BARNA; CARE, 2009).
Entendi que se estou comprometido com a causa em

benefício de pastores e suas famílias no Brasil, seria salutar conhecer
um pouco mais sobre a realidade deles. Esta primeira pesquisa
realizada não teve a pretensão da profundidade da vida do pastor, da
sua família e ministério e sim dirimir dúvidas para início de um
processo de restabelecimento da satisfação do ofício e a prevenção
daqueles que não têm passado por situações adversas acometidas pela
prática do ofício, mas que se não tomarem as devidas providências,
haverá danos e quando o pastor sofre, sua família sofre, a igreja sofre
e o Reino sofre.

A pesquisa foi realizada no período de 21 a 26 de

novembro de 2019, o intervalo de poucos dias com um pouco mais
de uma centena de respostas, se dá pela
tentativa rápida de conhecer minimamente
do pastor, sua família e ministério para
assuntos pontuais sobre: tempo de
ministério, correlação do tempo de
ministério com a satisfação, saúde mental,
financeira e familiar.
Não se teve a pretensão, em apenas 10 perguntas, se saber

tudo sobre a vida do pastor, nem de se inferir que o resultado
representa a totalidade de pastores do Brasil, porém nos deu uma
visão interessante que será debatida nos capítulos seguintes.

...---...
1. A excelente escolha e
a caminhada não tão
excelente assim.
Você é feliz realizando o ofício do episcopado? Acredite,
nem todos são ou estão felizes e você pode ser um deles mesmo que
o Apóstolo Paulo tenha dito que excelente coisa escolhestes em I
Timóteo 3:1: “Fiel é a palavra: se alguém deseja o episcopado,
excelente obra almeja”.
Para alguns, a infelicidade no

pastorado se deu pela confusão no
momento de aceitar o desafio do
pastorado, muitas vezes empolgados
por alguma mensagem em culto de
missões, referente ao IDE, ou pela ausência de ministros para exercer
o cargo em alguma igreja, ou pela utopia romântica do exercício do
ministério, ou até mesmo pela imposição do pai pastor para com os
filhos, como já vi casos.

A pesquisa possibilitou fazer o cruzamento entre os anos

de ministério e nível de satisfação no exercício pastoral e nos mostrou
que aqueles que têm exercido a atividade pastoral nos primeiros 5
A ex c el en te e sc o l ha e a c a m inha da não tão ex c e le nt e as si m . – D eni s A lm ei da
anos, consideraram sua realização no episcopado de forma moderada

em 55%, e plenamente realizados foram declarados em 36% dos
pastores. O que me chamou a atenção foram os que responderam o
tempo de ministério acima de 21 anos, estabelecendo seu maior
percentual de 58% para plenamente realizados.
Gráfico 1 – Percentual da satisfação pastoral, sem cruzamento

por idade.
Há algo a se pensar, trata-se sobre os jovens pastores.

Cada vez mais precisamos de novos pastores no campo, seja no
urbano, seja no rural. Sempre tenho dito, se tivesse duzentos pastores
disponíveis, teria para ele duzentas novas igrejas. Ao relatarem que
estão moderadamente realizados, não estão dizendo que estão
insatisfeitos ou não realizados, mas se não souberem lidar com

15
situações adversas e perigos do
“
ministério, pode ser que entrem
no quadro negativo da pesquisa.
Não se precisa mostrar uma

irrealidade do ministério para eles
ou fazer propaganda enganosa,
mas e sim quais armas utilizar no .
”
dia da adversidade, pois ela
inevitavelmente virá.
Em relação ao sofrimento atribuído ao relacionamento

com a igreja, 76,4% declararam ter tido algum tipo sofrimento no
decorrer do ministério, confirmando algumas pesquisas e
experiências, no entanto, 23,6% declararam não ter passado por
sofrimentos desse tipo.
Importante enfatizar aqui, que a idade não influenciou

no resultado ligado ao sofrimento, ou seja, tanto os mais novos como
os mais experientes no ministério já passaram ou estão passando por
algum tipo de sofrimento.
Não nos é permitido mensurar grau de sofrimento de

cada pastor. Para alguns, o sofrimento pela saída de uma família da
igreja pode ser maior que a própria destituição do cargo. Lembro-me

16
de um pastor que sofreu muito pela
“
saída de alguns membros da igreja,
porém tais membros estavam fazendo
mal à igreja e a ele próprio, afetando sua

saúde mental com consequências
psicossomáticas.
Eu considerei um alívio
para ele a saída desses irmãos. Talvez se
fosse comigo não sofreria como este
pastor sofreu. Jesus sofreu em seu
”
ministério, também os apóstolos
depois dele e tantos outros. O
Apóstolo Paulo menciona Alexandre,
que exercia a profissão de latoeiro, isto é, um artífice em bronze, que
tinha lhe causado muitos males em II Timóteo 4:14. Porém levo uma
frase comigo que já tem sido um jargão próprio: - Não precisamos
sofrer a sós, não precisamos carregar pesos desnecessários e sacrificar
a família, podemos aprender a canalizar tais sofrimentos em prol do
próprio Reino.

17
O sofrimento do pastor afeta sua família em 81,7% doa

pastores, um número expressivo e nocivo, considerando as possíveis
consequências ao nosso maior
bem. Temos aprendido nos

seminários de formação para
pastor que não devemos levar
a família, esposa e filhos,
principalmente aos filhos os
problemas da igreja. O nosso problema enquanto pastores é por
estarmos ligados ao ofício, impregnados a nós mesmos, exemplo: o
pedreiro é pedreiro enquanto trabalha, o dentista é dentista enquanto
trabalha, e em tantas outras atividades profissionais também, mesmo
que eles sejam chamados para algum tipo de assunto relacionado à
profissão, eles podem dizer: amanhã vejo isso com calma! Vá amanhã
no meu consultório!
Prestei muitos anos de consultoria a várias empresas. Em

uma delas, uma Telecom, sua principal atividade era o fornecimento
de internet, mas se por acaso a internet viesse a não ter conexão e não
tivesse suporte de plantão, somente no outro dia que haveria
restauração da rede, ou seja, todos teriam que esperar o profissional
no dia seguinte.
Nós, pastores, aprendemos que desde o dia que fomos

consagrados, intitulados pastores, vestimos um fardamento e nunca

18
mais tiramos, nem mesmo em casa. Com isso, a casa se torna mais um
escritório da igreja, onde não há horário de entrada nem de saída do
trabalho.
É verdade que muitas vezes o pastor não tem com quem

desabafar suas angústias restando para a esposa esse papel, de
“Ouvido do Bem”, porém é necessário haver acordos, horários e dias
para que isso aconteça, inclusive longe dos filhos. Se sua esposa não é
pastora não a force a ser. É preferível que ela seja a melhor esposa e
mãe, do que ser a pior pastora forçada por você.
Tenho uma tarefa

para você agora! Você não deve
prosseguir para o próximo
capítulo sem antes cumprir esta
tarefa. Encontre-se com sua
esposa agora. Se for inviável ser
pessoalmente, ligue para ela
neste momento e diga como ela
é importante para você e como sua família é importante para
você mais do que a igreja. Se houver necessidade de pedir
perdão, este é o momento. Se você é pastora e encontra-se na
mesma situação, faça o mesmo!
Não leia o próximo capítulo até realizar a tarefa.

19
...---...
2. Acredite! O episcopado
não é ruim, mas “o como”
você está trabalhando.
O trabalho do pastor não está somente na elaboração e
pregação de mensagens semanais. Supor assim, leva
alguns a pensarem que o pastor “não faz nada”.
Dentre as responsabilidades mais comuns de um
pastor, no quesito stricto do ofício, estão: o
aconselhamento pastoral; professor de
assuntos pertinentes à igreja, discipulados,
treinamentos e capacitações; coordenador de
celebrações para cultos e a Ceia do Senhor; realizador de visitas em
lares, hospitais, penitenciárias e outros lugares; condução de orações;
realização de casamentos; apresentação de crianças; batismo nas ou
com águas. Além disso, o pastor também é o responsável por
coordenar as atividades de administração, finanças e o bom
funcionamento da igreja de forma estrutural, assim como, atividades

que envolvam a comunidade em ações de grupos de comunhão ou

células, ações e/ou projetos sociais, retiros espirituais etc. Sem contar
aqueles que são o “Severino” da igreja, aquele que faz tudo, é pedreiro,
eletricista, motorista, zelador, pois considera que se não fizer, não tem
2. Acredite! O episcopado não é ruim, mas “o como” você está trabalhando. – Denis Almeida
quem faça e não há recursos para contratações. Eu particularmente

conheço diversos assim, e ainda se orgulham em dizer que nunca
tiraram férias (pobres homens, pobres famílias que sofrem
desnecessariamente)!
É preciso explicar que as atividades pastorais não são um

dano em si mesmas, e sim o modo como se está relacionando com a
função, a forma como se está interagindo com o ofício, isso sim é o
causador de adoecimentos e insatisfações.
As organizações eclesiásticas também precisam despertar

e ficar atentas para favorecer o pastor e sua família na relação ao
ofício. Soares (2008) diz que a vida ocupacional saudável do
trabalhador/pastor resultará em saúde para a organização/igreja. (grifo
nosso).
[...] fica demonstrado que uma força de trabalho

saudável e competente é um pré-requisito para
uma organização eficaz do trabalho. Por outro
lado, a ocupação é um componente significativo
e essencial à saúde mental, visto o trabalhador
permanecer a maior parte do seu tempo
envolvido com a vida ocupacional (SOARES,
2008, p.103).

21
“
Doenças relacionadas as
atividades laborais têm a ver com a função
desempenhada, pessoas que realizam
atividades repetitivas sem os devidos

cuidados terão Lesão por Esforço Repetitivo
(LER).
Aqueles que lidam diretamente

com pessoas e estresse do ofício e não sabem
lidar com situações adversas podem
[]
desenvolver transtornos psicológicos, os
”
enfermeiros por exemplo são um dos
profissionais que mais se queixam de
sintomas psíquicos provocados pelo trabalho. E o pastor? Segundo o
site Guia da Carreira, o Líder Religioso ocupa a 10ª colocação das
profissões mais estressantes, ficando atrás do Operário de fábricas em
9º lugar na lista encabeçada pelos Profissionais de TI. (GUIA DA
CARREIRA, 2019)
O exercício do pastorado tem seus dissabores por 53

motivos (quando parei de contar, mas no próximo livro debaterei
sobre eles) e um deles está relacionado às frustrações no ministério
das mais variadas: como o membro que não quer mudar sua vida em
Cristo depois de você ter investido em amor o que podia por ele;

22
pecados desestabilizantes na igreja e que às vezes vêm da sua própria

liderança; dissensão e divisão entre membros e seus líderes quando
não entram em comum acordo a respeito de um tema; com o
provento ministerial quando atrasa ou não vem, acumulando dívidas;
mudança de igreja quando não considerava ainda ser o tempo de sair;

e tantas outras.
Suponho que você

tenha algumas aí guardadas,
caso sim, escreva elas agora no
papel em ordem numerada. Fixe
seus olhos em todas as
frustrações listadas por 30
segundos e respire lentamente
ouvindo sua respiração. Feche
seus olhos e fale com Deus sobre cada uma específica e peça
que Ele possa ajudar você em estratégias para guiá-lo. Após esse
tempo, escreva ao lado de cada frustração e pelo menos uma
possível solução. Veja o exemplo abaixo.

23
Exemplo:
FRUSTRAÇÃO SOLUÇÃO
1.
Com o que ganho, não Preciso poupar e vender um
consigo pagar as contas. dos dois carros da família.
2.
Tenho investido muitas Preciso implantar novas
horas com a igreja, mas não a estratégias; fazer um curso de
vejo crescer. reciclagem ministerial.

24
...---...
3. Não somos super-
heróis, somos humanos.
A pesquisa mostrou que nos últimos seis meses 69% dos
pastores declararam que tiveram ou estão com algum tipo de sintoma
e/ou transtornos psicológicos, em que a causa está ligada ao
relacionamento com a igreja, ou seja, tal resultado é muito
preocupante!
O estresse, esgotamento,
conflitos, falta de repouso e de lazer,
foram os que mais afetaram pastores
com 75%, seguidos de: transtornos do
humor - depressão, perdas de interesse,
bipolaridade e de transtornos de ansiedade -
fobias, medos, pânico, que juntos somam 24%.
Perguntados sobre algum tipo de acompanhamento nos

últimos 6 meses com profissionais da psicologia e psiquiatria e/ou

mentores e líderes espirituais,

com pelo menos 10 encontros,
“
percebeu-se que apenas 4 em
cada 10 pastores reconhecem que
tiveram encontros sistemáticos
3. N ão som o s su p e r -h e rói s , somo s h umano s . – D e ni s A lm ei d a
para o seu próprio apoio, no que

diz respeito à saúde mental.
Os que buscam
ajuda declararam em 64% que
tem sido excelente e os têm
ajudado muito e, 28%
[]
consideraram razoável tais
”
acompanhamentos. Percebemos
nesses dados apresentados um
número elevado para a saúde
mental dos pastores, onde podemos dizer que 7 em cada 10 pastores
estão ou estiveram em sofrimento psíquico relacionados à igreja nos
últimos 6 meses.
Algumas reflexões precisam ser feitas a respeito de como

estamos, enquanto pastores, encarando e absorvendo a caminhada
ministerial. Muitos pastores são exímios pregadores, conhecedores da
Palavra e das pessoas, extremamente resolutivo em conflitos e
pacificadores de guerras dos outros, mas não sabem lidar consigo

26
mesmos. Não aprenderam a estruturar-se mentalmente, nem

considerar suas limitações e acreditam que agindo de forma
irresponsável em relação a si próprios, em nome de Deus, o exime de
quaisquer danos e/ou consequências de seus erros.
Lembro-me de um atendimento a um pastor que entrava

em crise de pânico provocada por um Transtorno de Ansiedade ao

saber que teria que se encontrar com seu líder em reuniões, dando-lhe
tremores, sudorese e taquicardia. Tudo porque era uma situação
conflituosa que ele não estava sabendo lidar. Na 8ª sessão, declarou
estar bem para estes enfrentamentos.
O que quero trazer aqui, é que diversas situações

estressantes ocorrerão em nossa caminhada ministerial e nem todas
precisamos enfrentar sozinhos, podemos aprender a lidar com elas,
caso seja muito difícil enfrentá-las sozinho, talvez por traumas, é
necessário buscar ajuda especializada ou com alguém que você confia
e que de certeza poderá ajudá-lo. Observe que na pesquisa, há uma
satisfação muito boa quando se há busca por acompanhamentos.
O estresse ocupou o primeiro lugar na pesquisa com 75%

de queixas pelos pastores. Compreende-se que o estresse é uma defesa
natural que nos ajuda a sobreviver diante de perigos por exemplo, mas
quando se está diante do fator estressante de forma contínua, serão
colhidas consequências danosas ao organismo.

27
Sem dúvida, há necessidade de serem criadas estratégias

para resolver questões pertinentes ao ofício pastoral, às exigências do
ministério que são as mais variadas, à situação econômica que muitas
vezes não está positiva, às mais diversas situações do dia a dia junto
com a família, expectativas diante sonhos e projetos não realizados
etc.
Em uma entrevista do médico Dráuzio Varella, a

psiquiatra Alexandrina Meleiro traz um alerta para aqueles que não
estão cuidando de si mesmos ao não criar estratégias de vencer este
desequilíbrio.
Se não conseguir criar essas estratégias, seu

organismo não irá reagir convenientemente
diante dos problemas e dará sinais de cansaço que
podem afetar os sistemas imunológico,
endócrino, nervoso e o comportamento do dia a
dia. A continuidade dessa situação afeta a pessoa,
exaurindo suas forças e ela cai num estado de
exaustão, de estresse propriamente dito. Caso
não consiga reverter o processo, as
consequências não tardarão a surgir: aumento da
pressão arterial, crises de angina que podem levar
ao infarto, dores musculares, nas costas, na região
cervical, alterações de pele, etc. Daí a importância
de a pessoa estar alerta para os sinais que o corpo
registra. (VARELLA,2019)

28
Os transtornos de humor estão presentes na vida de

alguns pastores, porém é preciso diferenciar tristeza da depressão. A
tristeza é uma alteração do humor inerente ao indivíduo, é normal em
alguns dias estarmos tristes, não querendo contatos com outras
pessoas nem mesmo querendo sair da cama. O problema está na
permanência da tristeza indo para um Transtorno Depressivo Maior

(TDM), em que na maioria dos casos, o pastor pode sentir:
diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas

ou quase todas as atividades durante a maior parte do dia, mesmo
aquelas que traziam alegria antes;
fadiga ou perda de energia, até mesmo para coisas mais

simples, como o tempo de oração;
sentimentos de inutilidade ou
culpa excessiva ou inapropriada, muito
característicos quando alguns objetivos não
são alcançados;
capacidade diminuída de pensar,

concentrar-se ou indecisão, por isso se recorre
a medicamentos para dormir;
pensamentos recorrentes de
morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um
plano específico para cometer suicídio (nesse

29
momento se pesquisam formas de morte menos dolorosa na internet).

Caso você se encontre com um desses sintomas, por favor!
Procure ajuda!
Já o Transtorno de Ansiedade
Generalizada (TAG), é caracterizado pela
ansiedade em excesso, preocupações que

extrapolam a normalidade com os eventos
futuros, que eram vivenciados normalmente,
como pregar no domingo à noite. Os pastores
com os sintomas de TGA tendem sempre a
esperar um desastre e estão sempre
extremamente preocupados com o ministério,
com saúde, com a velhice, com dinheiro, família e outros. Uma
característica para quem está vivendo tal transtorno é a preocupação
que normalmente é irreal ou desproporcional para a situação. A vida
diária torna-se um constante estado de preocupação, medo e pânico,
dominando o pensamento e interferindo na vida diária e de seus
relacionamentos.

30
Esta talvez seja

a tarefa mais importante
que você deve fazer, em
seu favor, por sua família,
pelo Reino de Deus. Se
você se encontra com

alguns dos sintomas e/ou
transtornos acima ou
outros que não foram
mencionados aqui, entre em contato agora mesmo com alguém
que possa ajudá-lo ou entre no site www.noreino.org e clique no
botão Preciso de Ajuda! Que iremos entrar em contato com você
o mais breve para ajudá-lo com nossa equipe.

31
...---...
4. Pastores, se apossem da
sabedoria e cuidem-se!
O interesse em fazer a pergunta sobre soluções imediatas,
tinha como objetivo saber quais as principais dores dos pastores, pois
diante de uma hipotética solução, nos mostraria o seu real desejo
diante da sua real dor. A pergunta foi: Entre as soluções apresentadas
abaixo, qual você considera a "PRIMEIRA" que mais resolveria o seu
problema de imediato? Pelo gráfico percebeu-se que com 31,1%, os
desejos maiores dos pastores estão relacionados ao crescimento de
suas igrejas, seguido pela quitação de suas dívidas com 23,6%.
15,1% declararam não ter problemas, ficando em 3º lugar,

porém quando filtramos para aqueles que declararam terem algum
tipo de sintoma e/ou transtornos psicológicos, as soluções para saúde
emocional e psicológica ocupa o 3º lugar com 19%. Em último lugar

ficou: a compreensão e participação da família no ministério, mas

8,5% dos pastores desejam uma nova atividade com salário melhor.
Gráfico 2 – Percentual de desejos de soluções imediatas como

primeira opção.
4. Pa s tor e s, se a po s s em d a sab e doria e c ui d em - s e! – D eni s A lm ei da
Quando perguntados sobre as soluções apresentadas

abaixo, qual você considera a "SEGUNDA" que mais resolveria o seu
problema de imediato? A quitação das dívidas ocupa o primeiro lugar,
seguidos praticamente em empate das soluções para saúde mental e
psicológica e o crescimento da igreja. Como segunda solução
imediata, a compreensão e participação da família, não ocupou mais
o último lugar.
Os dados apresentados nos levam para algumas

inferências preocupantes, uma delas é que o crescimento da igreja é
um ponto determinante para os pastores, mesmo para aqueles que
declararam em que sua saúde mental está afetada. Para pensarem

33
assim, considera-se o entendimento

que a causa maior de suas dores está
no “não desenvolvimento de suas
igrejas”, ou seja, se elas se
desenvolverem e crescerem, suas

dores serão amenizadas ou sanadas. A
questão é: será?
Como alguém interessado, voltado para os estudos do

trabalho e seus fenômenos, pude perceber como consultor e
psicólogo organizacional e do trabalho, que muitos dos males nas
empresas se iniciavam pelos gestores, ao ponto de não iniciar
nenhuma atividade com a organização sem antes atuar com os
gestores no âmbito psicológico. Lembro-me de um caso da não
continuidade do contrato devido à resistência do gestor por não ter
preocupações com a sua saúde mental.
O que quero trazer aqui é uma reflexão e não uma

afirmação, mas pense comigo, ainda que a solução do crescimento da
igreja viesse de forma imediata e milagrosa, os pastores que se
declararam afetados emocionalmente e psicologicamente dariam
conta de conduzir suas igrejas sem antes se tratarem? Ou seus
problemas estão ligados restritamente ao não desenvolvimento da
igreja?

34
Conheço pastores em que suas igrejas e até suas famílias

não se desenvolvem por serem resistentes a qualquer tipo de
intervenção psicológica ou qualquer outro tipo de ajuda. Consideram-
se experientes e espirituais. Para eles isso é suficiente e não
reconhecem suas fragilidades, por serem turrões, teimosos, inflexíveis,

e assim todos sofrem. Imagine este pastor agora pastoreando uma
grande igreja... todos iriam sofrer também.
Queridos pastores, pensem se com o seu estado atual de

saúde, seja física ou psicológica, o ideal realmente é o crescimento da
igreja? Será que cuidar de si, não seria prioritário?
Outro ponto que me chamou a atenção, é o

endividamento financeiro dos pastores estarem em alta. Para
entendermos melhor precisaríamos ter uma pesquisa muito mais
completa ou estudar caso por caso. O fato é que muitos pastores estão
endividados e certamente faz com que o
sofrimento seja inevitável. Isso pode se dar
pelo fato do pastor que recebe provento
ministerial ou salário ter episódios de atrasos ou
até não recebimento.
Quando não, se dá pela renda ser

incompatível com seu estilo de
vida, ou não haver rendas

35
extras mensais, ou pela ocorrência de
“
imprevistos financeiros, ou total
descontrole sobre as finanças (não
havendo disciplina e organização para
saber sobre suas entradas, saídas e

saldos). Tudo isso traz consequências
ainda maiores quando envolve a igreja,
no pedido demasiado de ofertas para
cobrir seus próprios custos.
Recentemente soube de
um caso de um pastor que fez um
plano de saúde odontológico para os
membros da igreja a um valor mais
barato devido ao quantitativo de
pessoas, porém quando um dos
membros da igreja foi usar o serviço,
constou o não pagamento. Quando o
pastor foi perguntado pelo motivo do
não pagamento, disse que precisou
”
usar o dinheiro para um pagamento
pessoal, mas que iria devolver com
brevidade. Antes que isso acontecesse,
vários membros se sentiram lesados e saíram da igreja.

36
Finanças da igreja e o pastor é casadinha muito perigosa

que deve ser evitada ao máximo elegendo um tesoureiro de confiança
responsável para isso. Mas se não for possível de imediato, o pastor
tem que trabalhar sua disciplina, organização, e nas conferências
financeiras, fazer sempre com alguém, como testemunha.
Tenho um
presente para você! Vá no
site do Instituto noReino
(www.noreino.org), clique
no menu Recursos e lá você
poderá baixar uma planilha
financeira que eu mesmo
uso que ajudará você para o
seu controle financeiro
pessoal. Mude sua história financeira a partir de agora! Em
breve voltarei com este assunto de como você deve poupar e
fazer renda extra.

37
Entendo que se o ofício pastoral é

agradável e prazeroso, haverá o desejo dos pais
para que os seus filhos possam realizar o
mesmo ofício. Porém 3 em cada 10 pastores
pesquisados declararam que não têm o desejo

que seus filhos sejam pastores. Certa vez ouvi
de um pastor já aposentado falando da felicidade
em ver seu filho exercendo a mesma função
pastoral e alguns que estavam presentes estavam também com a
mesma felicidade. Assim como também já ouvi a aversão de uma mãe
cristã não desejando o envolvimento ministerial para seu filho.
Gráfico 3 – Percentual das respostas para ações de início de

ministério se começassem hoje.
Mudaria poucas coisas em seu ministério se começassem

hoje foi de 52,8%, no entanto, 24,5% faria tudo diferente. E
aproximadamente 1 em cada 10 pastores declararam que não

38
exerceriam a atividade pastoral se pudessem começar novamente sua

vida laboral.
Não sabemos o que cada um passou ou está passando

para terem este tipo de resposta, que trata de uma frustração a uma
atividade que certamente considerou nobre em algum dia, ainda

quando a Bíblia nos aponta para essa nobreza.
Queridos pastores tristes e frutados, será que é possível

restaurar a alegria em servir ao Rei? Queridos pastores alegres e felizes,
será que é possível você em algum dia vier a viver a frustração do
ministério a serviço do Rei? Para as
duas perguntas a resposta é SIM!
Tudo vai depender da sua decisão e
atitude hoje.

39
Gráfico 4 – Percentual de pastores que declararam usarem

máscaras para parecerem mais fortes diante da igreja.
Por fim, 52,8% dos pastores entrevistados afirmaram que

não usam máscaras para se parecerem fortes. Considero isso
importante para que haja um senso de humanidade do pastor com
suas igrejas, pois 9,4% demonstram a suas igrejas que são super
pastores e 37,7% só às vezes.
Entendo que, enquanto líder de uma igreja, é necessário

estarmos fortes diante da tempestade, mas entendo que isso deve
acontecer em momentos
emergenciais ou
circunstanciais, o viver
assim, não é saudável, é
surreal.

40
A igreja precisa ver no pastor um líder que demonstra a

sua humanidade e isso só pode ser ensinado pelo próprio pastor. Já
tive inúmeros momentos em minha trajetória episcopal que desmarcar
algumas agendas por não me sentir bem mentalmente naqueles dias.
Tento ensinar a igreja a valorização de seu pastor, a valorização das

férias anuais, dentre outros.
Mas isso quem tem que ensinar, sou eu mesmo! O pastor

da igreja.

41
...---...
5. Querido(a) Pastor(a),
escute a voz da
Sabedoria.
Querido(a) Pastor(a), fico feliz em ver
que você chegou até aqui, considero que existe
um desejo por melhorias em sua vida, na vida da sua
família e ministério. É muito importante que haja
sinceridade em uma autoavaliação e autocrítica
do como está a sua vida, pois se houver algum
tipo de esquiva e/ou fuga é possível que você não encontre uma
solução.
Utilizei no decorrer deste livro imagens em cada capítulo

representando algum tipo de resgate, para dizer a você que existem as
mais variadas formas de resgate, seja por este livro, por pessoas
próximas, por profissionais, pelo próprio Deus etc. Se existe uma
necessidade em pedir SOS, que significa socorro em qualquer língua

e em qualquer lugar do mundo, peça!
Observe também que no decorrer do livro usei este sinal:
...---...
Ele significa SOS em Código Morse, não importa a forma como você
vai em busca do socorro, o importante é iniciar dando os primeiros
passos, tomando pequenas atitudes. Lembre-se! Sua família é o seu
bem mais precioso, se você está bem, ela estará bem.
Tenho usado alguns livros da Bíblia para

servir de base para alguns futuros livros sobre
o tema da qualidade de vida pastoral. O livro
de Provérbios tem sido um presente nestes
últimos dias, tenho captado muita luz que
trata sobre a saúde pastoral, dentre os capítulos de
Provérbios, o capítulo 4:20-27 me chama atenção. Diz assim:
Filho, preste atenção no que eu digo. Escute as minhas

palavras. Nunca deixe que elas se afastem de você.
Lembre delas e ame-as. Elas darão vida longa e saúde a
quem entendê-las. Tenha cuidado com o que você pensa,
pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos. Nunca
fale mentiras, nem diga palavras perversas. Olhe firme
para a frente, com toda a confiança; não abaixe a cabeça,
envergonhado. Pense bem no que você vai fazer, e todos
os seus planos darão certo. Evite o mal e caminhe sempre

em frente; não se desvie nem um só passo do

caminho certo.
“
O autor dispõe os primeiros
capítulos do livro para tratar sobre a
SABEDORIA conclamando a todos para se
apossarem dela e nunca se afastarem. Nos
versículos acima ele irá tratar sobre
longevidade e também sobre saúde mental,
orientando-nos para que tenhamos cuidados
[]
com os pensamentos, com determinadas
”
atitudes, com desânimos e tomadas de
decisões.
A forma como pensamos sobre nós mesmos e os outros

pode ser perigosa se existe uma realidade psicológica distorcida,
também conhecida como Pensamentos Disfuncionais, quando a
realidade e as conceituações e crenças estão distorcidas. Exemplo:
“Todos na igreja falam mal de mim, inclusive minha esposa; sou um
pastor que preciso sofrer mesmo, pois nasci para isso.”
As atitudes referentes a fala também precisam estar sob a

tutela da Sabedoria. Por não se estar em um estado psicológico
equilibrado, existe uma forte tendência de usarmos a fala como um
escape ou enfrentamento, e isso às vezes pode magoar pessoas.
Lembro-me que estava em um estado de desequilíbrio emocional, e

solicitaram a mim uma visita pastoral, quando cheguei a residência e

fui saber do que se tratava, considerei tão fútil a situação e
desnecessária minha ida, que proferi uma palavra perversa, que no
momento não percebi, mas a pessoa veio a sofrer por essa minha
atitude.
A Sabedoria diz também: Não desanime! Olhe para frente,

erga a cabeça! Ela sabe que somos suscetíveis a nos deixar abalar com
situação adversas, não é fácil, mas é possível. É necessário lutarmos
para não deixarmos a tristeza entrar quando bater em nossa porta.
Por fim, saber tomar decisões é necessária

a ajuda da Sabedoria, dependendo do nosso
estado mental será um perigo tomar caminhos
(decisões). Ela diz: - siga no caminho correto, não
tome decisões para direita, nem para esquerda. Na
fragilidade da alma ficamos vulneráveis e podemos tomar
decisões que poderão ser desastrosas. Exemplo: Por
estar com a autoestima baixa, compra-se um carro acreditando que irá
elevar a autoestima, porém não se pode arcar com as prestações e por
essa tomada de decisão as consequências são inevitáveis.
Querido(a) Pastor(a), eu esqueci de dizer que esta Sabedoria

aqui mencionada vem de Deus, Ele provê a Sabedoria para nós.
Observe que a Sabedoria está totalmente ligada à prática. Neste livro

você adquiriu mais conhecimentos, porém não o colocar em prática é

não se apropriar da Sabedoria de Deus.
Considere que se de alguma forma este livro

chegou a você é porque Deus tem propósitos de
restauração ou prevenção para com sua vida,
sua família e ministério. Espero que eu tenha
sido benção para sua vida, que você tenha captado
toda a luz fornecida pelo Espírito Santo, e se sim e se
possível, me envie um testemunho pelas redes socias:
@denisalmeidapr ou em nosso site www.noreino.org.
Lembre-se! Nunca, nunca se afaste da Sabedoria!
Em Cristo, servindo-O, também Pastor,
Denis Almeida

6. Referências Bibliográficas
FULLER INSTITUTE; BARNA, George; CARE, Pastoral. Why
Pastors Leave the Ministry. 2009. Disponível em:
<http://freebelievers.com/article/why-pastors-leave-the-ministry>.
Acesso em: 22 nov. 2019.
GUIA DA CARREIRA. Conheça as 10 Profissões mais
estressantes no Mundo. 2019. Disponível em:
<https://www.guiadacarreira.com.br/profissao/profissoes-
estressantes/>. Acesso em: 22 nov. 2019.
SAMPAIO, W. Arquimedes e as Alavancas. 2011. Disponível em:
<https://caldeiradigital.wordpress.com/2011/06/28/arquimedes-e-
as-alavancas/>. Acesso em: 04 ago. 2016.
SOARES, A. S. Mobbing: relações com a síndrome de burnout e
a qualidade de vida dos trabalhadores de uma Instituição
Universitária de Campo Grande, MS. 2008. 177 f. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Mestrado em Psicologia, Universidade
Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2008
VARELLA, Drauzio. Efeitos do Estresse Constante. 2019.
Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-
2/estresse-entrevista/>. Acesso em: 26 nov. 2019.

7. Conheça o noReino
Somos uma organização que visa abençoar pessoas que
têm servido no Reino de Deus como pastores, líderes e suas famílias.
A forma de realizar isso é fazendo uso das diversas áreas de
conhecimento para restabelecer a alegria e o prazer em servir ao Rei,
além de trazer prevenção aos sofrimentos desnecessários provocados
pelo ministério.
Em 2009, Denis Almeida, o fundador do noReino, teve
em oração um desejo de servir no Reino de Deus e abençoar aqueles
que servem o Rei. Passados alguns anos, houve vários
aperfeiçoamentos, estudos, publicações para a temática da vida
pastoral e sua saúde mental. Por ser pastor, psicólogo e pesquisador,
considera que o serviço do Reino pode ser danoso para muitos, pois
às vezes trilha-se em caminhos não orientados pelo Rei.
Depois de 10 anos, compreendeu que a direção do
próprio Rei não poderia mais esperar e agora o objetivo de restaurar
vidas ministeriais já está acontecendo no Brasil.

Nossa Missão
Contribuir com pastores, líderes e suas famílias para
que exerçam o serviço do Reino com prazer, de forma
saudável e bíblica, atingindo a plenitude e a contínua
satisfação no seu ministério.
Nossa Visão
Abençoar diretamente pelos menos 10 mil pastores,
líderes e suas famílias em todo Brasil, com resultados
efetivos para uma melhor qualidade de vida no
ministério.
Nossos Valores
• Apropriação dos princípios bíblicos aplicados para
o ministério;
• Utilização das mais diferentes áreas de
conhecimento para atingirmos nosso objetivo em
favor dos pastores, líderes e suas famílias;
• Responsabilidade, confiança e ética para com os servos do Reino;
• Aspiração por ver resultados profícuos como força propulsora
desta missão.
www.noreino.org
SEJA NOSSO PARCEIRO!

Pastores,
Salvem se!
...---...
i
Não precisamos sofrer a sós, não precisamos
carregar pesos desnecessários e sacriﬁcar a
família, podemos aprender a canalizar tais
sofrimentos em prol do próprio Reino.
Denis Almeida
i
Encontre solucoes
i
para os desafios
da vida pastoral.
Denis almeida

SOS ... - ... Pastores Salvem-Se!-1

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EDITORA SAL CULTURAL

Assistente editorial: Iasnaya Almeida

1ª Edição – dezembro de 2019

Todos os direitos reservados ao Instituto noReino - www.noreino.org

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Você encontrará aqui resultados de uma pesquisa realizadas

Ah...! Queremos muito saber dos resultados deste livro, os

Em Cristo, servindo-O, também como pastor,

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1. A excelente escolha e a caminhada não tão excelente

2. Acredite! O episcopado não é ruim, mas “o como” você

3. Não somos super-heróis, somos humanos. 25

4. Pastores, se apossem da sabedoria e cuidem-se! 32

5. Querido(a) Pastor(a), escute a voz da Sabedoria. 42

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observem as situações precárias e até desumanas, existiram também

Quando falamos sobre ofício pastoral, estamos tratando

exercem uma função episcopal a serviço do Reino de Deus a uma

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Quando eu e minha família

Sendo um jovem ativo, desde cedo me envolvi com as

Todos os direitos reservados ao Instituto noReino. ®

Passados alguns anos, agora aos 22, tinha certeza do que

Fui chamado por Deus em uma noite chuvosa em que

Não suportando mais os

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de cativos, pois muitos estão acomodados em seu conforto e se negam

Voltei à sala muito feliz, falando que aquela mensagem

No entanto, somente aos 27

episcopado de fato. Deus me

Formei-me em Psicologia e no Mestrado em Psicologia,

Nesses anos, sempre estive próximo a pastores e pude

Todos os direitos reservados ao Instituto noReino. ®

doenças da alma. De alguma forma, eles acharam graça em mim para

O fato é que pastores passam por situações adversas

iguais ou piores àquelas da época da minha conversão, e confesso que

Na vivência pastoral, pude ver de perto alguns dos dados

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No ano de 2009, falei com Deus que

Depois de alguns anos, não lembrando mais do

mas agora em específico, a pastores, líderes e suas

Agora o Instituto noReino torna-se realidade, tendo

Em 2016, iniciei atendimentos psicológicos exclusivos

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Infelizmente, na época, tive algumas dificuldades para

Em várias palestras ministradas a pastores, pude notar, no

com a mesma realidade, assim como aqueles que se identificaram com

Entendi que se estou comprometido com a causa em

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A pesquisa foi realizada no período de 21 a 26 de

Não se teve a pretensão, em apenas 10 perguntas, se saber

Todos os direitos reservados ao Instituto noReino. ®

Para alguns, a infelicidade no

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A pesquisa possibilitou fazer o cruzamento entre os anos

anos, consideraram sua realização no episcopado de forma moderada

Gráfico 1 – Percentual da satisfação pastoral, sem cruzamento

Há algo a se pensar, trata-se sobre os jovens pastores.

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situações adversas e perigos do

Não se precisa mostrar uma