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O outsourcing pode trazer riscos às empresas quando não for bem implantado. Alguns
autores apontam para alguns fatores que podem dificultar a implantação do outsourcing:
Inexistência de fornecedores adequados.
Fortes resistências internas à mudança.
Perda de credibilidade e imagem da empresa no caso de uma falha de qualidade do
fornecedor.
Perda do controle sobre o processo de desenvolvimento de produtos e incentivos a
criação de potenciais competidores.
Ao mesmo tempo em que muitas empresas decidiram (ou foram forçadas) a concentrar seus
esforços nos seus negócios principais (core business) e promover um intenso repasse de
processos/atividades, também prosperaram muitos fornecedores que se especializaram em
fabricar produtos ou componentes, que não foram desenvolvidos pelos mesmos. Os
fornecedores dessa modalidade, que têm sido rotulados de Contract Manufacturers (CM),
ou Empresas de Manufatura Sob Contrato, têm como principal característica, o fato
de serem “sem marca”, ou seja, não colocam a marca da sua empresa e sim, a do cliente
no produto ou componente produzido.
A função das empresas de manufatura contratada, inicialmente, era apenas fabricar
produtos para as OEMs. Hoje, a presença de mercados mundiais ampliou esse escopo,
tornando-as responsáveis, também, pela compra dos materiais, seleção de fornecedores e
gerenciamento da cadeia de suprimentos.
O uso dos CM dentro das estratégias da SCM tem crescido em diversos setores. Os
exemplos de sucesso aparecem em um grande número de publicações, principalmente
nos segmentos eletrônico (Foxconn 1), produtos alimentícios (com os produtos marca
própria de um supermercado ou rede atacadista) e higiene pessoal (que também segue
o modelo dos produtos alimentícios). Alguns autores destacam também, a existência de
estudos que questionam o fato dos CMs não lançarem produtos com suas próprias marcas.
Esse fato tende a ser explicado, pelo fato de que, para que isso seja possível, os CM teriam
que aprender a conquistar e se relacionar com o cliente final, processo que normalmente é
sempre mais difícil, arriscado e caro, além desse ter que rever o seu core business.
1
http://foxconn.com.br/site/
A contratação de serviços logísticos pode ter vários enfoques, desde o simples contrato de
transporte e armazenagem até o total controle da SCM de uma empresa. A prestação desses
serviços pode ser executada por modelos tradicionais, pautada na manutenção do modelo
logístico já existente ou por modelos inovativos, fazendo uso de novas tendências de
transferência total de competências logísticas para terceiros, por meio do uso de 3PL, 4PL e
5Pl.
Para um melhor entendimento do conceito de 3PL é necessário, a apresentação de alguns
outros conceitos:
Empresas responsáveis por gerenciar todo o seu próprio processo de logística (sem
o envolvimento de terceiros) são classificadas como 1PL. Nesse cenário, são
empresas se mostram capazes de gerir suas próprias atividades logísticas, uma vez
que essas atividades são de baixa complexidade. Essas empresas administram, por
exemplo, seus próprios veículos e armazéns, estoques, etc. Por não englobar
terceiros em suas atividades logísticas, as empresas classificadas como 1PL podem
enfrentar dificuldades, com sua expansão comercial ou com o aumento da
complexidade do seu processo logístico.
A partir do crescimento da complexidade na gestão do processo logístico das
empresas, surge o conceito de 2PL, no qual uma empresa terceira assume a
gestão de algumas atividades logísticas de empresas clientes, tais como:
transportes, armazénagem, etc. Sendo assim, o conceito de 2PL envolve passar para
terceiros algumas atividades logísticas, as quais eram executadas tradicionalmente
pelas próprias empresas.
No que se refere a outros tipos mais complexos de prestadores de serviços
logísticos, são várias as denominações encontradas na literatura internacional.
Expressões como, Provedores de Serviços Logísticos Terceirizados (Third-Part
Logistics Providers ou 3PL), Provedores de Logística Integrada (Integrated
Logistics Providers), Empresas de Logística Contratada (Contract Logistics
Companies) são alguns dos termos normalmente utilizados. No cenário global,
existe uma forte tendência para se usar a denominação 3PL. Já no Brasil, o
termo “Operador Logístico” é atualmente o mais comum.
Uma forma de classificação dos 3PLs, diz respeito às características dos ativos da empresa.
Essa é a categoria que se pode enquadrar um operador logístico, qualificando-o como
“baseado em ativos” ou “não baseado em ativos” (baseado na gestão e tratamento da
informação).
Baseado em ativos - nesse caso, o 3PL adquire e incorpora a sua carteira de ativos os
recursos que são utilizados (em geral, recursos relacionados às operações de
transporte e de armazenagem) no desenvolvimento de suas atividades.
Baseado em gestão e tratamento da informação - aqui, o 3PL executa apenas a gestão
dos recursos logísticos do cliente ou subcontrata os recursos necessários a sua
atividade e até mesmo a operação de terceiros, focando-se apenas na gestão do
processo. Cabe destacar que, existem também os 3PL híbridos, os quais operam das
duas formas apresentadas.
No que diz respeito à origem dos 3PLs, pode-se afirmar que são duas as principais fontes
para o seu surgimento: ampliação de serviços e diversificação de atividades:
1) No primeiro caso as fontes são as empresas especializadas em transporte, ou
armazenagem ou informação, que por meio de parcerias ou aquisições ampliam sua
atuação para oferecer um serviço ampliado e integrado de Logística para seus
clientes.
2) No segundo caso encontram-se empresas industriais ou comerciais, que por terem
desenvolvido uma alta competência para o gerenciamento interno de suas operações
logísticas, decidem diversificar sua atividade, por meio de criação de empresa
prestadora de serviços logísticos integrados para terceiros.
III2.4) FATORES CRÍTICOS NA CONTRATAÇÃO DE UM 3PL
Para a correta contratação do serviço de um 3PL é necessário ainda observar alguns outros
requisitos:
Total compatibilidade de TIC entre o cliente e o fornecedor (3PL).
Facilidade de comunicação entre as empresas.
Capacidade plena do 3PL atender a demanda do contratante.
Adequada flexibilidade e tempo de resposta dos serviços.
Reputação e experiência da empresa contratada.
Estabilidade financeira da empresa a ser contratada.
Compatibilidade cultural das empresas envolvidas.
Localização e escopo dos serviços.
Preço do pacote de serviços ofertados.
a) 4PL
4PL (Fourth Party Logistics) trata-se de um provedor de serviço logístico que, pode
desenvolver e operar uma rede de Prestadores de Serviços Logísticos
(3PLs) e outras empresas (2PLs) de forma a otimizar toda a SC. Dessa
forma, entende-se 4PL como um novo conceito de prestação de serviços de logísticos,
que utiliza um agente integrador da SC, o qual reúne e gerencia recursos, capacidades e
tecnologias, sejam próprias ou de terceiros, para oferecer uma solução ampla, combinando
as capacidades de consultoria e gestão da tecnologia de informação.
Alguns autores definem um provedor 4PL, como um membro da SC altamente
fundamentado em informação e coordenação, de modo a obter vantagens para os
envolvidos na SC, em nome de seus clientes.
Dessa forma, o 4PL participa na coordenação da SC, em vez de simplesmente prover
serviços operacionais como os tradicionais PSLs, tornando-se um coordenador do
fluxo de produtos, cabendo também às atividades de desenvolvimento e
implementação de processos logísticos, operação logística do cliente, avaliação e
contratação de PSLs (3PLs e 2PLs), serviços de apoio a operação e serviços
financeiros, de pagamentos e seguro, dessa forma passa a agir como um intermediário
de serviços logísticos.
b) 5PL
Um outro tipo de provedor de serviço logístico que tem surgido, nos últimos anos pelo
mundo é o 5PL (Fifth Party Logistics), o qual não possui qualquer ativo próprio,
podendo assumir a forma de um portal informacional de oferta e demanda
de atividades logísticas. O 5PL foi desenvolvido para atuar no mercado de e-business,
integrando os 3PL e os 4PL e promovendo o encontro entre prestadores de serviços
logísticos (PSL) e seus potenciais clientes.
Evolução dos PSLs