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Reconhece-se que a particularidade de cada estaca – ainda que incluída num conjunto conduzido em
processos construtivos comuns – cria condições para que todas estas unidades sejam verificadas. Este
cuidado ainda mais se justifica pelo facto desta estrutura ficar inevitavelmente não visível e inacessível,
pelo que a sua recepção (aceitação) deve ser assumida após a sua verificação. Pelas suas características
os métodos não destrutivos têm clara vantagem por permitirem “respeitar” a unidade testada como
estrutura incluída no conjunto em serviço.
As indirectas inferem essas propriedades por respostas a outros sinais com excitações.
Desde já deve-se salientar que os métodos indirectos devem cobrir em rigor todas as estacas realizadas,
em favor da boa qualidade global e garantia de segurança, enquanto se devem executar alguns ensaios
directos.
Toda a escolha da técnica ideal resulta de um equilíbrio entre factores técnicos – a adaptabilidade do
ensaio em detectar os defeitos mais suspeitos – e económicos (ou de prazos).
Classificação de ensaios
- Durante a instalação
- Examinação visual
- Depois da instalação
Ensaios Ensaios
indirectos indirectos
internos internos
As técnicas directas , à excepção dos ensaios de carga, são geralmente usadas para confirmar ou
Embora a percentagem de estacas com defeitos não seja elevada, tem manifesta importância na
estabilidade estrutural, o que impõe acções rigorosas e inapeláveis.
Estes problemas são gerados por erros de construção e podem ser agrupados em quatro classes:
No Quadro1 apresentam-se indicação da compatibilidade das várias técnicas para detectar algumas
ocorrências da construção da estaca.
Nota: Os ensaios de compressão integral consistem na aplicação de uma força de compressão ao longo
da estaca conduzida por tensionamento de armaduras em bainhas e apoiadas discretamente.
Estas armaduras colocadas previamente - e no decurso da execução das estacas – fixas em
pontos pré-definidos, em geral na base da estaca – conduzem uma força de tensionamento
aplicada à cabeça, com uma placa de distribuição.
É um método de ensaio que só avalia as características do material que constitui a estaca, por
isso, é limitado.
Registos
Método de Ensaio Escavação Extracção
Contemporâneos
Registo de operações de Exame directo visual e físico Exame directo visual e físico
Medição de profundidade
construção de estacas da estaca ou fundação da estaca extraída
Pré-planeamento é requerido Nenhum Nenhum Nenhum
Quando o ensaio deve ser
Durante a construção Depois da construção Depois da construção
conduzido
Baixo a muito alto
Custo aproximado (*) Baixo Alto a muito alto
dependendo da aplicação
Frequência relativa (**)
- Ensaio de controlo 4 0–1 0
- Investigação Não é aplicável 4–5 0–1
retrospectiva
Os recursos de obra serão
Registos de campo do
usadas, só técnicas especiais Serão necessárias técnicas de
Disponibilidade empreiteiro de estacas e do
poderão ser requeridas para especialização
engenheiro de obra
poços
A escavação abaixo do nível
O ensaio é condicionado pelo
Não é aplicável de água, em profundidade, é Sim
comprimento da estaca
difícil
Todas as escavações
O grau de inspecção e registo As técnicas singulares são
Comentários requerem medidas de
depende do contrato usáveis circunstancialmente
segurança
(*) Baixo: < 1% do custo das estacas; Médio: 10-50%, Alto 50-100%; Muito alto: > 100%
(**) 0 – Muito raro; 1 – raro; 2 – ocasional; 3 - às vezes; 4 – frequente; 5 – muito comum.
Ensaio de compressão
Método de Ensaio Ensaio Estático Ensaio Dinâmico
integral
Características de carga / Estimativa e resposta da Capacidade da coluna a
Medição da profundidade deformação de uma estaca carga-deformação da estaca suportar elevadas tensões de
isolada isolada compressão
Não é estritamente necessário Os cabos têm que ser
A pré-selecção da estaca
Requerido pré-planeamento mas pode haver necessidade colocados no decurso da
pode ser necessária
de um estaleiro especial construção
Quando é que os ensaios têm Depois da construção Depois da construção Quando o betão da estaca
que ser conduzidos (≅7dias) (≅7dias) toma presa resistente
Comum nas estacas cravadas.
Tipo de estaca apropriado
Todos os tipos Pode ser usado em estacas Estacas moldadas em campo
para ensaio
moldadas
Custo aproximado (*) Muito alto Alto Baixo a médio
Frequência relativa (**)
- Ensaio de controlo 4 3–4 0
- Investigação 3–4 1–2 Não aplicável
retrospectiva
Comunemente disponível de
Em princípio prontamente
Disponibilidade Pontualmente disponível um empreiteiro de estacas um
disponível
caso de especialidade
Ensaios afectados pelo
Não Não Não
comprimento das estacas
Usualmente um máximo de 1 Crescente confiança no seu
a 2% de estacas devem ser uso, muito particularmente
Comentários Técnica pouco comum
usadas nos empreendimentos em estacas moldadas “in
mais simples situ”
(*) Baixo: < 1% do custo das estacas; Médio: 10-50%, Alto 50-100%; Muito alto: > 100%
(**) 0 – Muito raro; 1 – raro; 2 – ocasional; 3 - às vezes; 4 – frequente; 5 – muito comum.
ENCONTRAM INACESSÍVEIS
Classificados como (Sêco e Pinto, 1997): (i) ensaios sísmicos paralelos; (ii) ensaios de cross-hole; e
(iii) ensaios sónicos de um só furo, o primeiro grupo é nas circunstâncias de inacessibilidade às cabeças
das estacas o único que permitirá verificar à posteriori a qualidade das mesmas.
Os ensaios sísmicos paralelos constituem um método para procurar estimar o comprimento de uma
estaca por medição do tempo de propagação da onda acústica de pressão ao longo da estaca, incluindo
uma parcela de solo que medeia a face da estaca e o tubo que está colocado ao lado da mesma. Este
processo de emissão e recepção está ilustrado na figura.
Executa-se um furo de pequeno diâmetro adjacentemente à estaca, numa profundidade que deve ser
superior à da base da estaca (e pelo menos, duas vezes o diâmetro). O furo é então cheio de água e o
sensor é colocado no fundo de furo.
A partir de então, procede-se a leituras (registos) de chegada de ondas geradas por impacto de um
martelo na estaca ou na estrutura.
Opta-se geralmente por leituras de 0,5 em 0,5m, gerando-se um registo como o ilustrado na figura.
Uma mudança da taxa de aumento do tempo de percurso com a profundidade deve indicar a base da
estaca ou a presença de descontinuidades no pegão/estaca.
O furo de controlo deve ser o mais possível paralelo e adjacente à face da estaca. Este ensaio funciona
bem em estacas menores do que 10,0m.