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Júri
Março 2009
Aos Meus Pais
RESUMO
ABSTRACT
This dissertation presents a hybrid stress finite element model for the physically non-linear
analysis of reinforced concrete plane frame structures. In this formulation, both the stress resultant
fields in the domain of each element and the displacements on the static boundary are independently
approximated. In the hybrid stress model, all equilibrium conditions are locally verified.
Both the hyperbolic and the parabolic-rectangle diagrams are used to model the concrete
behavior to compression states. A bi-linear law is used to model the behavior for the reinforcement
steel bars.
The Lobatto quadrature rule is used to perform all numerical integrations required by the
computation of the cross section stiffness matrices and by the computation of all structural operators
present in the hybrid stress global governing system.
To validate the model being discussed and to assess its numerical performance, a set of
numerical tests is presented and discussed. The results are compared with the solutions provided by
other numerical techniques.
PALAVRAS-CHAVE
Análise de secções
Betão Armado
KEYWORDS
Reinforced concrete
AGRADECIMENTOS
Vou aproveitar este espaço para expressar os meus sinceros agradecimentos a todos
aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para que este trabalho fosse realizado.
À minha Família, em especial aos meus Pais, pela dedicação, afecto, paciência e
compreensão na minha formação humana e técnica.
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
NOMENCLATURA
- Fronteira do elemento.
- Fronteira estática.
- Fronteira cinemática.
- Rotação segundo y.
- Curvatura da secção.
- Deslocamento segundo z.
- Momento flector.
- Esforço normal.
– Matriz que reúne as componentes da normal exterior unitária associada à fronteira estática
- Matriz das funções de forma para a parcela complementar dos esforços no elemento de
barra.
- Deslocamento segundo x.
- Eixo de referência.
- Eixo de referência.
- Eixo de referência.
- Deslocamento segundo z.
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1. Objectivos
A utilização de uma formulação híbrida de tensão permite assegurar que a solução que
resulta da análise do pórtico satisfaz todas as condições de equilíbrio, pelo que a aplicação do
Teorema Estático da Análise Plástica permite garantir que a solução obtida se encontra do lado da
segurança.
1.2. Metodologia
fronteiras entre elementos. Este modelo é caracterizado por assegurar a verificação local de todas as
condições de equilíbrio. Consideraram-se apenas barras com eixo recto e com secção constante. No
desenvolvimento destes modelos foi utilizado como base um programa já existente para a análise de
pórticos em regime elástico linear. Desta forma, as rotinas de cálculo existentes foram modificadas
por forma a ter em consideração o comportamento fisicamente não-linear dos materiais estruturais.
As relações constitutivas que são correntemente utilizados para o aço e para o betão
apresentam-se no capítulo 3.
CAPÍTULO 2
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
2.1. Introdução
Neste capítulo, são definidas as variáveis que surgem na formulação deste problema -
deslocamentos, deformações, esforços e cargas aplicadas – e as condições que as relacionam -
compatibilidade, equilíbrio e relações constitutivas.
Considera-se, ao longo deste trabalho, que o material é isotrópico e que é válida a hipótese
da linearidade geométrica. A hipótese da linearidade geométrica engloba a hipótese dos pequenos
deslocamentos e das pequenas deformações. Admite-se desta forma que as deformações são muito
pequenas quando comparadas com a menor dimensão do corpo. Assim, a configuração deformada
confunde-se com a configuração inicial e as condições de equilíbrio podem ser estabelecidas em
relação a esta última.
Figura 2.1: Peça linear: geometria, eixos e grandezas envolvidas na formulação do problema .
os campos de esforços;
os campos de deformações;
(2.1)
em que,
Para que o campo de esforços esteja em equilíbrio com as forças de extremidade, deve ser
verificada a condição de equilíbrio na fronteira,
(2.2)
(2.3)
figura 2.2. Os vectores e listam os valores dos esforços nas secções inicial e final do elemento
de barra e a matriz reúne as componentes da normal exterior unitária associada à fronteira
estática . A matriz é dada por:
(2.4)
com:
(2.5)
ou seja,
(2.6)
com
(2.7)
Nos casos em que a secção transversal da peça é constituída por um único material que
apresenta um comportamento elástico linear, é possível escrever:
(2.8)
(2.9)
CAPÍTULO 3
RELAÇÃO CONSTITUTIVAS DOS MATERIAIS
3.1. Introdução
Para uma grande maioria das estruturas, o dimensionamento em regime linear não é viável
nem desejável por razões económicas e práticas. O desenvolvimento dos meios de cálculo
verificado nos últimos anos, tem tornado acessível a um número cada vez maior de utilizadores a
realização de análises não lineares. Este tipo de análises, possibilitando a modelação de
comportamentos fisicamente não lineares, são as únicas que permitem simular convenientemente o
comportamento de estruturas para determinados tipos de carregamento, fornecendo assim
informação directa sobre o que se presume ser a resposta estrutural real.
São discutidos nesta secção quais os principais factores que caracterizam a resistência à
compressão do betão e são apresentados os modelos de comportamentos utilizados neste trabalho.
No modelo desenvolvido despreza-se a resistência à tracção do betão devido ao facto desta não
alterar significativamente os resultados de uma análise aos estados últimos de resistência. As
relações tensões-extensões de cálculo são representadas por um diagrama parábola-rectângulo
para o betão à compressão, ou em alternativa, por um diagrama hiperbólico, Pereira [1].
Para a modelação do betão, o CEB Model Code [2] e o REBAP [3] propõem como relação
a utilizar na verificação dos estados últimos de resistência, o diagrama parábola-rectângulo,
ilustrado na figura 3.1.
(3.1)
Para a definição deste modelo de comportamento para o betão, basta especificar um único
parâmetro,
Saliente-se que este diagrama não deve ser utilizado para o cálculo de relações momento
curvatura ou deformabilidade em geral. Com efeito, o módulo de deformabilidade na origem
associado a este diagrama é muito inferior ao módulo de elasticidade do betão, Appleton [4].
Em análises não lineares e para carregamentos de curta duração, o CEB Model Code [2]
indica para o betão uma lei do tipo indicado na figura 3.2.
(3.2)
com
(3.3)
sendo .
segunda ordem;
15 20 25 30 37 45 50 55 60
12 16 20 25 30 35 40 45 50
[MPa]
Uma das vantagens associadas à adopção de uma rigidez pós cedência é a de minorar as
possibilidades de ocorrência de problemas de convergência no modelo numérico para a análise de
cada uma das secções da estrutura. Além disso, não introduz variações significativas nas
distribuições de tensões, Vinagre [5], obtidas em análises não lineares quando se adoptam relações
constitutivas com patamares de rigidez nula. Saliente-se, no entanto, que este procedimento pode
conduzir a um aumento dos esforços resistentes da secção e, consequentemente, a um aumento da
capacidade resistente da estrutura em relação às hipóteses usuais de cálculo.
(3.4)
onde é o módulo de Young do aço, considerado igual a 200 GPa e corresponde ao valor de
cálculo da tensão de cedência do aço.
Para a verificação da segurança aos Estados Limites Últimos, a relação existente entre os
parâmetros indicados e os definidos na tabela 3.2 é dada pelas seguintes relações:
Classe
[MPa] [MPa] (x10-3)
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DE SECÇÕES
4.1. Introdução
Com a introdução das relações constitutivas do betão e do aço, obtém-se uma relação não
linear entre esforços e deformações na secção. São definidos dois tipos possíveis de análise. O
primeiro corresponde à determinação dos esforços que surgem na secção quando se definem os
valores das deformações generalizadas. A este tipo de procedimento é usual chamar problema
directo. A sua aplicação permite a determinação, por exemplo, dos diagramas de interacção entre o
esforço normal e o momento flector ( , ).
O segundo tipo de análise, aqui designado por problema indirecto, permite a determinação
dos valores das deformações generalizadas na secção uma vez especificado o valor dos esforços
instalados. Para a resolução deste tipo de situação é necessário implementar um algoritmo de
No final deste capítulo são apresentados alguns exemplos de aplicação das metodologias
de análise acima referidas.
Este campo de deformações, onde se despreza a deformação por corte, pode ser
decomposto em duas parcelas, referidas a um referencial ortogonal baricêntrico, (x, z): a rotação em
torno de y ( ), e a extensão axial no centro de gravidade ( ).
Sendo linear o campo de deformações, é possível obter a extensão de uma fibra genérica,
situada à distância z do centro de gravidade da secção.
(4.1)
(4.2)
com
(4.3)
(4.4)
Para uma dada secção de geometria irregular ou composta por diferentes materiais
estruturais, é usual discretizar a secção em elementos homogéneos e de geometria regular. Esta
discretização facilita a realização das integrações associadas à definição dos campos de esforços e
das componentes da matriz de rigidez da secção. Estas integrações são geralmente efectuadas com
recurso a técnicas de integração numérica. Nos modelos implementados neste trabalho, assume-se
sempre que a secção é simétrica em relação ao eixo z.
Considere-se agora uma secção em betão armado como, por exemplo, a representada na
figura 4.3.
Em cada uma das regiões elementares em que a secção é discretizada, é válida a equação
de compatibilidade (4.1), sendo z a distância de uma fibra genérica dessa região ao centro de
gravidade da secção. Relativamente às camadas de armadura, dado serem consideradas pontuais,
é somente necessário estabelecer a sua extensão média, a qual é obtida a partir da mesma
equação.
Para facilitar o processo de integração numérica da equação (4.4), admite-se neste trabalho
que os elementos de betão são rectangulares, de lados paralelos a um referencial baricêntrico (y, z)
(ver figura 4.2). A incorporação de técnicas como as utilizadas nos elementos isoparamétricos, tal
como proposto por Pereira [1], permite ultrapassar esta simplificação, se assim se desejar.
Para garantir a continuidade da secção, é agora necessário estabelecer uma relação entre
as componentes de deformação de cada um dos blocos de betão considerados e de cada um dos
níveis de armadura existentes com as componentes de deformação da secção. As deformações
ao nível de cada elemento, podem ser relacionadas com as deformações na secção, , através de
uma relação de incidência. Para cada um dos blocos de betão é possível escrever:
(4.5)
(4.6)
A equação de compatibilidade para cada um dos blocos de betão pode agora ser escrita
na forma:
(4.7)
onde corresponde ao referencial local associado a esse mesmo bloco. Tendo em conta a
expressão (4.6) vem:
(4.8)
(4.9)
A cada elemento está agora associado um conjunto de esforços, , que se torna necessário
relacionar com os esforços na secção, . Os esforços ao nível de cada bloco são dadas por:
(4.10)
(4.11)
(4.12)
(4.13)
(4.14)
Figura 4.5: Relação entre os esforços da secção e os esforços definidos ao nível dos elementos.
calculado ao nível do centro de gravidade desse mesmo varão. Pode escrever -se então para
cada nível:
(4.15)
O cálculo do esforço normal associado a cada nível de armadura passa pela aplicação
das seguintes igualdades
(4.16)
(4.17)
(4.18)
Tendo em conta as igualdades anteriores, a matriz de rigidez para cada bloco de betão
assume a seguinte forma:
(4.19)
(4.20)
(4.21)
Na análise de uma secção de betão armado podem ser considerados os seguintes dois
tipos de problemas:
O algoritmo associado à resolução do problema directo pode ser resumido nos seguintes
passos:
ARBITRAR [ ]
DETERMINAR
e
SIM
NÃO
DETERMINAR
RESOLVER
ACTUALIZAR
RECALCULAR
utilizado o método directo, tal como apresentado na secção anterior. O procedimento iterativo
apresentado baseia-se na correcção sucessiva para os valores das deformações, até que os
valores dos resíduos, definidos por e por , sejam inferiores
a uma dada tolerância, previamente fixada. Em cada uma das iterações, a correcção para o valor
das deformações, e , é determinado através da aplicação do método de Newton-Raphson,
Vinagre [5] e Freitas [7]. Para tal, resolve-se um sistema de equações onde a matriz dos
coeficientes corresponde à matriz de rigidez da secção e o vector dos termos independentes é dado
pelos resíduos determinados através do procedimento descrito no parágrafo anterior. O problema
inverso é utilizado na secção 4.7 para se efectuar o traçado de diagramas momentos-curvatura para
secções de betão armado. Tal como se discutirá no capítulo 5, o algoritmo associado à resolução do
problema indirecto é essencial para a implementação do modelo híbrido de tensão para a análise
fisicamente não-linear de pórticos planos de betão armado.
i) Fazer
5. Desenhar o gráfico.
As situações de Estados Limites Últimos de Resistência são definidas com base em limites
de extensão para o betão e para as armaduras. Com base nas extensões máximas para o betão e
armaduras, podem ser definidas 4 zonas com diagramas associados à rotura.
3/7h 2
M
h d
N
As
4
Segundo EC2 essas zonas são descritas pelas seguintes condições limites:
Com base nos diagramas de cálculo do betão e das armaduras, obtêm-se para um
campo de deformações genérico os esforços correspondentes. O varrimento completo das
quatro zonas atrás descritas permite definir a curva de interacção associada aos Estados
Limites Últimos de Resistência de uma secção genérica, Virtuoso et al. [10].
Nesta secção pretende-se ilustrar a aplicação dos algoritmos associados à resolução dos
problemas directo e indirecto. Para o efeito, é efectuado o traçado dos diagramas
momentos-curvaturas e dos diagramas de interacção para duas secções de betão armado. Os
algoritmos foram implementados em MATLAB [9]. Nos exemplos apresentados, os valores para o
momento flector estão referidos ao centro de gravidade da secção de betão e apenas são
consideradas curvaturas não negativas.
não-linear do betão. Os resultados obtidos são ainda comparados com os resultados apresentados
num relatório ICIST, Virtuoso et al. [10]. Neste relatório, é utilizada uma lei de comportamento
semelhante à que é definida no caso do diagrama hiperbólico.
A análise da secção rectangular de betão armado termina com a obtenção dos diagramas
de interacção. Também aqui se estuda a influência do número de pontos de integração
considerados e do tipo de relação constitutiva assumida para o betão. As curvas obtidas são
comparadas com os diagramas apresentados no relatório ICIST acima referido, Virtuoso et al. [10].
As2=6.28 cm2
0.3
y CG
0.3
0.04
As1=14.57 cm2
A escolha destas propriedades para o betão e para o aço teve como objectivo facilitar a
comparação da solução calculada com os resultados obtidos por Virtuoso et al. [10].
Diagrama (Parábola-Rectângulo)
A análise dos gráficos apresentados na figura 4.9 permite verificar que a consideração de
dez pontos de Lobatto (discretização com apenas um bloco) permite já obter resultados bastante
precisos. Tal como seria de esperar, a figura 4.9 mostra que existe uma diferença importante no
Esta diferença pode ser justificada se se tiver em consideração que nos resultados
referentes ao modelo que se encontra a ser testado se utiliza o diagrama parábola-rectângulo e que
no caso do relatório ICIST se utiliza uma relação constitutiva do tipo hiperbólico.
Diagrama
Figura 4.10: Comparação dos diagramas com os resultados apresentados em Virtuoso et al. [10].
Esta ideia é confirmada pela análise dos gráficos apresentados na figura 4.11, onde se
apresentam os diagramas para os dois níveis de esfoço axial considerados e utilizando os
diagramas parábola-rectângulo (P-Rect) e hiperbólico (Hiperb).
Diagrama
Figura 4.11: Comparação das curvas obtidas considerando os diagramas parábola-rectângulo e hiperbólico.
Verifica-se de novo que para o caso em que o esforço axial é nulo se verifica uma quase
coincidência das duas curvas. No caso em que se assume a existência de um esforço de
compressão significativo, os gráficos já diferem.
A comparação dos gráficos apresentados nas figuras 4.10 e 4.11 permite verificar que os
diagramas obtidos considerando o diagrama hiperbólico são semelhantes aos que foram
obtidos no relatório ICIST.
Diagrama de interação
segunda (gráfico a azul), é considerada uma rigidez para o segundo troço igual a 1% da rigidez
elástica inicial. Considera-se em ambos os casos que .
Diagrama (Hiperbólico)
Diagrama Parábola-Rectângulo)
CAPÍTULO 5
MODELO HÍBRIDO DE TENSÃO
5.1. Introdução
Neste capítulo é apresentado o modelo de elementos finitos que foi seguido neste trabalho
para efectuar as análises fisicamente não-lineares de pórticos planos de betão armado. É utilizada
uma formulação híbrida de tensão, a qual apresenta como principal vantagem o facto de garantir
que a solução obtida satisfaz localmente todas as condições de equilíbrio, tanto no domínio quanto
na fronteira. O teorema estático da análise plástica limite permite então estabelecer que o
dimensionamento efectuado com base nos resultados obtidos está do lado da segurança.
5.2.Definição da aproximação
5.2.1.Aproximação no domínio
(5.1)
(5.2)
onde se reúne o valor do momento flector nas secções inicial e final da barra e o valor do esforço
normal na secção final.
5.2.2.Aproximação na fronteira
(5.3)
No vector listam-se os valores dos deslocamentos nos nós inicial e final da barra, tal
como se encontram identificados na figura 2.3.
(5.4)
(5.5)
5.3.Condições de compatibilidade
(5.6)
(5.7)
(5.8)
Para um elemento de barra com uma inclinação genérica, , e tal como se encontra
representado na figura 5.1, é necessário redefinir a condição de compatibilidade tendo em conta a
mudança de referencial associada à transformação do sistema de eixos local no sistema de eixos
global. É possível escrever:
Figura 5.1: Deslocamentos nos referenciais globais e local para uma barra inclinada.
(5.9)
onde c = cos( ) e s = sen( ). O vector lista o valor dos deslocamentos nodais expressos no
referencial global da estrutura.
(5.10)
5.4.Condições de equilíbrio
(5.11)
(5.12)
com
Figura 5.2: Representação das forças nodais nos referenciais global e local para uma barra inclinada.
Na figura 5.2, apresentam-se as forças nodais expressas nos referenciais global e local. A
análise desta figura permite escrever:
(5.13)
(5.14)
5.5.Relações constitutivas
(5.15)
(5.16)
com:
(5.17)
onde o operador de flexibilidade depende do valor dos esforços instalados em cada secção.
5.6.Sistema governativo
O sistema governativo de cada elemento para o modelo híbrido de tensão, (5.18), é obtido
através da combinação das condições de equilíbrio na fronteira (5.14), de compatibilidade (5.10) e
relação constitutiva (5.16). Obtém-se
(5.18)
(5.19)
(5.20)
(5.21)
(5.22)
(5.23)
ou, ainda,
(5.24)
com:
(5.25)
1. Considera-se que no início de cada passo de carga , as variáveis tomam o valor final do
passo de carga anterior:
2. Tendo determinar:
7. Caso o valor dos resíduos seja superior a uma determinada tolerância, voltar ao passo 2.
Para o modelo híbrido de tensão foi desenvolvido programa de cálculo automático para a
análise fisicamente não linear de pórticos de betão armado. Este programa foi implementado no
ambiente MATLAB [9]. A estrutura do programa é caracteriza definindo as coordenadas dos nós, as
suas condições de apoio e incidência dos elementos de barra. Em anexo descreve-se de forma
sucinta a organização do programa de cálculo automático desenvolvido.
CAPÍTULO 6
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO
6.1. Introdução
Apresenta-se por fim a análise de uma estrutura mais complexa, submetida à acção de uma
carga uniforme e duas forças concentradas.
0.15
CG
3
0.15
(m) 0.15 0.15
(m) 4 z
Carga distribuída
Neste exemplo é analisada a viga contínua biencastrada representada na figura 6.3. Esta
viga tem um comprimento de 3m, e está sujeita à acção de uma carga uniformemente distribuída. A
2
sua secção transversal é rectangular e tem uma área de mm . Apresenta dois níveis de
armadura, ambos constituídos por dois varões .
0.04
● ● 2ϕ16
0.15
y CG
0.15
0.04
Nós da estrutura ● ● 2ϕ16
3 (m)
(m) 0.15 0.15
Betão Aço
Diagrama carga-deslocamento
140
p [kN]
120
100
80
60
40
Elástico não Linear
20
Elástico Linear
0
0 0,002 0,004 0,006 0,008 0,01 0,012
d [m]
Diagrama carga-deslocamento
140
p [kN]
120
100
80
60
40
2 Blocos
20
6 Blocos
0
0 0,005 0,01 0,015
d [m]
A análise dos gráficos apresentados na figura 6.6 permite verificar que as duas soluções são
muito semelhantes. Desta forma, é possível concluir que o modelo híbrido de tensão desenvolvido
permite obter soluções adequadas, mesmo considerando discretizações envolvendo um número de
elementos bastante reduzido. É de salientar no entanto que a viga em estudo tem apenas 3m de
comprimento.
Se o vão da barra fosse de maior dimensão, é natural que um maior número de elementos
fosse necessário para assegurar o mesmo nível de precisão.
Diagrama carga-deslocamento
140
p [kN] 120
100
80
60
40
2 Elementos
20
20 Elementos
0
0 0,005 0,01 0,015
d [m]
Figura 6.6: Diagramas carga-deslocamento obtidos para discretizações com 2 e 20 elementos de barra.
Tendo em conta que o ATENA considera o pórtico como uma estrutura bidimensional plana
(e não como uma estrutura constituída por peças lineares) é considerada para este estudo a linha
média como linha de referência.
VIGA
f
0.05
● ● 2ϕ12
0.25
Nós da estrutura
y CG
0.25
2,75
0.05
● ● ● 3ϕ20
0.05
● ● 2ϕ20
0.15
● CG ● 2ϕ20
y
0.15
0.05
● ● 2ϕ20
A carga distribuída,
(m) 0.15 0.15
Força horizontal,
z
Betão Aço
Hiperbólico
Tabela 6.3: Propriedades dos materiais na análise do pórtico plano rectangular biencastrado .
Os resultados desta análise são apresentados na figura 6.8 por meio do diagrama
carga-deslocamento. Na construção deste diagrama é considerado o deslocamento vertical a meio
vão da viga pela aplicação simultânea da carga uniformemente distribuída e a força pontual.
Diagrama carga-deslocamento
120
p [kN]
100
80
60
40
ATENA
ATHENA
20
Modelo Híbrido de Tensão
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
d [m]
Da figura 6.8 conclui-se que os resultados agora obtidos apresentam uma baixa rigidez
inicial em comparação com os resultados obtidos a partir do ATENA. Isto deve-se ao facto de não se
ter considerado a resistência do betão à tracção. Constata-se ainda que os parâmetros de carga
máxima bem como os deslocamentos associados são, como seria de esperar, da mesma ordem de
grandeza.
p
Fh VIGA
A
0.05
● ● 2ϕ12
0.25
2
Fh
y CG
0.25
2
0.05
● ● ● 3ϕ20
0.05
● ● 2ϕ20
0.15
2 2 2 ● CG ● 2ϕ20
(m) y
0.15
0.05
● ● 2ϕ20
Carga distribuída,
(m) 0.15 0.15
Forças horizontais,
z
1(viga)
21 1 Bloco 10 200
2(pilar)
Tabela 6.4: Discretização utilizada na análise do pórtico plano com três pisos.
DIAGRAMAS DE ESFORÇOS
Diagrama força-deslocamento
700
Fh [kN]
600
500
400
300
200
100
0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025
d [m]
CAPÍTULO 7
CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
7.1. Conclusões
Requer conhecimentos aprofundados para a sua correcta e eficiente utilização tanto a nível
de compreensão como a nível da sua formulação;
O desenvolvimento do trabalho aqui apresentado pode ser feito tanto ao nível da formulação
como ao nível da eficiência do modelo numérico de cálculo implementado.
ii) Generalização da formulação por forma a ser permitida a consideração de barras com eixo
curvo e/ou com secção variável.
Referências
[1] E.M.B.R. Pereira, “Análise fisicamente não linear de pórticos tridimensionais de betão armado”.
Dissertação de Mestrado em Engenharia de Estruturas. Instituto Superior Técnico, Universidade
Técnica de Lisboa, Lisboa, (1989).
[4] J.A.S. Appleton, “Análise não-linear de pórticos planos sujeitos à flexão”, Seminário 295
LNEC-IST, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, (1982).
[5] J. Vinagre, “Análise física e geometricamente não linear de pórticos de Betão Armado ”, Relatório
ICIST. Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, (1997).
[7] J.A.T. Freitas, “Análise de secções”, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa,
Lisboa, (1987).
[8] J.A.T. Freitas, “Strutural Analysis for Nonlinear Material Behavior”, Mathematical Programming
Methods in Structural Plasticity, CISM, Udine, (1986).
[9] The MathWorks, Inc, MATLAB, The Language of Technical Computing, Version 6.0, (2000).
[11] L.M.S.S. Castro “Wavelets e séries de Walsh em elementos finitos”, Tese de Doutoramento,
Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, (1996).
[12] C.M. Tiago, V.M.A. Leitão e V. Rosa, “Análise de problemas unidimensionais de mecânica do
dano com funções de base radial”, J.M.Goicolea, C. Mota Soares, M. Pastor e G. Bugeda, Editor,
Métodos Numéricos en Ingeniería V, Artes Gráficas Torres S.A., 2002.
[14] ATENA – Computer Program for Non Linear Finite Element Analysis of Reinforced Concrete
Structures – Cervenka Consulting, 2001.
[15] Eurocódigo 2 – Projectos de estruturas de betão armado – Parte 1: Regras gerais e regras para
edifícios. Pré – Norma Europeia, Dezembro de 1991.
Anexos
Estrutura do programa
Numa primeira fase descreve-se qual a estrutura dos ficheiros de dados que reúnem a
informação referente à definição da estrutura e das várias secções tipo de betão armado
consideradas na análise. Depois, é indicada a sequência de rotinas que são chamadas quando se
pretende efectuar uma análise em regime elástico linear. Por fim, é indicada a sequência de rotinas
que são chamadas quando se pretende efectuar uma análise fisicamente não-linear.
Número de nós;
Número de elementos;
Número de apoios;
Número de cargas de vão;
Número cargas nodais;
Número de tipos de apoio
Número de tipos de cargas de vão
Número de tipos de cargas nodais
Para cada nó:
Coordenadas ( ).
Para cada elemento:
Número do nó inicial;
Número do nó final;
Para cada tipo de apoio:
o Definição das restrições ao movimento em cada direcção
Para cada nó apoiado:
Número do nó apoiado;
Tipo de restrições
Para cada tipo de carga de vão:
o Definir o valor do carregamento uniforme a considerar em cada direcção
Para cada barra carregada no vão:
Número da barra carregada;
Tipo de carga de vão aplicada
Para cada tipo de carga nodal
o Definir o valor da carga concentrada a aplicar em cada direcção;
Para cada nó carregado:
Definir o número do nó;
Tipo de carga nodal aplicada
Número de assentamentos de apoio;
Número de tipos de assentamento de apoio;
Para cada tipo de assentamento;
o Definir o valor do assentamento segundo cada uma das direcções
Para cada assentamento de apoio:
Definir o número do nó com assentamento;
o Indicar o tipo de assentamento em causa
Número de pontos de Lobatto;
Número de passos de carga;
Número do nó onde se pretende calcular o deslocamento para o diagrama
carga-deslocamento;
Indicação da direcção do deslocamento para o traçado do diagrama
carga-deslocamento.
Aqui a solução do problema passa por um processo iterativo como descrito anteriormente.
Para um dado carregamento, a resolução da estrutura consiste em executar os seguintes passos: