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Hidráulica Geral 1

Impulsão Hidrostática

Mestrado Integrado em Engenharia Civil


Prof. Elsa Carvalho

FEUP | 2015 / 2016

1. Definição de Impulsão
Uma superfície em contacto com um líquido fica submetida a uma distribuição
contínua de forças de pressão, equivalente, no caso geral, a um torsor – força
principal e momento, ou a duas forças não complanares.

Em alguns casos o problema simplifica-se por anulação do vetor principal ou, mais
frequentemente, do momento, como é o caso de superfícies planas, calotes
esféricas, cilindros, etc, sendo o sistema equivalente a um vetor único –
resultante – cujo ponto de aplicação na superfície é designado centro de
pressões ou centro de impulsão.

A Impulsão Hidrostática é a resultante da ação da pressão numa determinada


superfície.

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2. Impulsões em Superfícies Planas
x2
Considerando uma superfície S, em
contacto com um líquido em repouso, e
sendo ξ o plano a que a superfície SZ
pertence, α o ângulo que o plano faz
com a superfície livre e γ o peso
volúmico do fluido, tem-se: hG α
πZ
π Z = π cos α (1) π
CG S
S Z = S cos α (2) πH CI
X1
A componente vertical vale: π Z = γ S Z hG (3) ξ
X2
Impulsão Vertical = Peso do volume de líquido situado no
interior do volume limitado por S e pela sua projeção SZ e
pela superfície cilíndrica.

Ou, substituindo (1) e (2) em (3): π = γ S hG x1


hG = Distância do CG de S até à superfície livre, medido na vertical.

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2. Impulsões em Superfícies Planas


2.1. Posição do Centro de Gravidade
Ix 2
X1 = Ix2 = Momento de Inércia em relação ao eixo x2; A xG = Momento Estático
A xG

Ix 1x 2 Ix1x2 = Produto de Inércia (se eixo de simetria, X2=0)


X2 =
A xG

Pelo Teorema de Steiner:

Ix 2 = IGG + A x G 2

Momento de Inércia em relação ao centro de gravidade

Ix 2 I + A x G2 A k 2 + A x G 2 k2
X1 = = GG = = + xG X1 ≥ x G
A xG A xG A xG xG

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2. Impulsões em Superfícies Planas
2.2. Sólido de Pressões
Se a superfície plana for retangular, o valor da impulsão pode ser determinado pelo
volume do sólido de pressões.
Neste caso, o ponto de aplicação coincide com o CG do sólido de pressões.
a) Superfície livre coincide com o limite superior da superfície

πH = 1/ 2 × PB × h × b
b
Área do Diagrama de Pressões
PA=0
X1 = 2 / 3 h (= CG do H)
h

PB

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2. Impulsões em Superfícies Planas


2.2. Sólido de Pressões
Se a superfície plana for retangular, o valor da impulsão pode ser determinado pelo
volume do sólido de pressões.
Neste caso, o ponto de aplicação coincide com o CG do sólido de pressões.
b) Limite superior da superfície abaixo da superfície livre

b πH =
(PA + PB ) × h × b
PA 2

PA
Área do Diagrama de Pressões
PB
h
X 1 ≡ CG

PB

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3. Impulsões em Calotes Esféricas e Cilindros
3.1. Impulsão Vertical
Peso do volume de líquido acima da superfície (volume localizado entre a superfície S e
a superfície livre): π V = γ × Volume
Ponto de Aplicação: Centro de gravidade do volume.

Volume Real πV Volume Fictício

πV

3.2. Impulsão Horizontal


Igual à impulsão da projeção da superfície no plano vertical: πH = γ × SH × hG
Ix 2
Ponto de Aplicação: X1 =
A xG
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3. Impulsões em Calotes Esféricas e Cilindros


3.3. Impulsão Resultante

πR = (πH )2 + (π V )2
b
α = arctg (π V πH )
πV
X1 CG b
π
πH SH r
O

Linha de ação de πR passa pelo ponto “O”: A impulsão resultante passa sempre pelo
centro da esfera ou cilindro

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4. Ficha Nº2 – Impulsão Hidrostática
4.1. Exercício Nº1
Determinar o valor do impulso hidrostático e o seu ponto de aplicação em cada uma das
superfícies.

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4. Ficha Nº2 – Impulsão Hidrostática


4.2. Exercício Nº23
A comporta AB da figura é semicircular, articulada em B e mantida na sua posição por uma
força horizontal F em A. Qual a força F necessária para o equilíbrio?

π 8  4
IGG ' =  − R
 8 9π 

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4. Ficha Nº2 – Impulsão Hidrostática
4.3. Exercício Nº6
Determine a resultante da acção da água sobre a comporta cilíndrica AB de 3.0 m de
desenvolvimento, representada na Figura 6.

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4. Ficha Nº2 – Impulsão Hidrostática


4.4. Exercício Nº8
Para as condições apresentadas na Figura 8, determine:
(a) o impulso actuante sobre a parede por metro de desenvolvimento;
(b) o peso do cilindro por metro;
(c) o peso específico do material constituinte do cilindro.

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ANEXO - Momentos de Inércia de Figuras Planas

Posição do centro de Momento de Inércia em


Figura Plana
gravidade (dCG) relação ao eixo GG’
a/2

dCG ab 3
G b IGG =
G’ b/2 12

dCG
b ab 3
G 2/3 b IGG =
G’ 36

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ANEXO - Momentos de Inércia de Figuras Planas


Posição do centro de Momento de Inércia em
Figura Plana
gravidade (dCG) relação ao eixo GG’
a

dCG
h
h (a + 2b )
IGG' =
(
h3 a 2 + 4 ab + b 2 )
G 3(a + b ) 36(a + b )
G’

dCG= R
πR 4
G R IGG' =
G’ 4

4R π 8  4
R G IGG ' =  − R
G’ dCG 3π  8 9π 

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