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Universidade de Brasília

Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária - FAV

Disciplina: Hidráulica e Hidrologia Aplicadas.


Código: FAV0032
Turmas A, Semestre: 2022/2

Hidrostática e
empuxo
Prof. Dr. Delvio Sandri

Brasília - DF
Hidrostática: relembrando

A estática dos
fluidos é a ramificação da
mecânica dos fluidos que
estuda o comportamento
de um fluido em uma
condição de equilíbrio
estático, ou seja, é a parte
da hidráulica que estuda o
comportamento dos fluidos
em repouso.
Empuxo ou força resultante: Definição
Quando se mergulha um corpo em um líquido, seu peso aparente
diminui. Esse fato se deve à existência de uma força vertical de baixo
para cima, exercida no corpo pelo líquido, a qual recebe o nome de
empuxo.
O empuxo se deve à diferença das pressões
exercidas pelo fluido nas superfícies inferior e
superior do corpo.
As forças aplicadas pelo fluido na parte inferior
quando são maiores que as exercidas na parte
superior, e a resultante dessas forças fornece
uma força vertical de baixo para cima, que é o
empuxo.
Arquimedes (282-212 AC).
Então se:
E= P - o corpo permanece parado onde esta;

E < P - o corpo afunda e

E > P - o corpo flutua


Forças exercidas sobre superfícies planas
submersas
Importância:
O conhecimento da força resultante da ação do fluído sobre
superfícies submersas, bem como do ponto de aplicação, serve
para dimensionar comportas, válvulas, paredes, lajes de
reservatório, dentre outras estruturas de contenção e
armazenamento de fluídos
A Equação usada de forma generalizada para o cálculo do empuxo
em superfícies planas é a seguinte:

F = γ  A  ho
em que,
F = Força resultante ou empuxo (kgf);
 = Peso específico do fluído (kgf/m3);
A = Área sobre ação de uma determinada pressão;
ho = distância vertical da superfície livre do fluido ao centro de
gravidade da superfície plana (m).
Superficiais planas na vertical
É o caso de paredes dos reservatórios, onde pode-se destacar três situações,
em função da superfície tomada como referência para cálculo do empuxo.
1º CASO: Pressão constante 2º CASO: Pressão variável conforme a
em toda área A coluna de fluido
0
NA NA
P1 h h
h=ho Alateral P2
P3 z h
Afundo ho =
P1 P2 P3 x 2
F = γΑ  ho F = γ  Α lateral  ho
P1 < P2 < P3
fundo

P1 = P2 = P3 e ho = h
3º CASO: Pressão com intensidades diferentes em virtude da posição do
corpo imerso no fluido

NA
h1
F = γ  A c  ho
Ac
h2 h2
Comporta ho = h1 +
2
Superfícies inclinadas
A força resultante é a soma vetorial das componentes horizontal e vertical, conforme Figura a seguir.
NA
FR = FH2 + FV2
FR FV
FH Barramento Em que:
FR = força de empuxo resultante;
FH = força de empuxo horizontal;
Figura. Ação das forças de empuxo horizontal FV = força de empuxo vertical
(FH), vertical (FV) e a resultante (FR) agindo
num plano inclinado de um reservatório
NA

NA B X

Montante Jusante
h y
x
Barramento

Figura. Apresentação esquemática de um volume de fluido em contato com um plano inclinado


NA
β

y h

 B

Figura. Ilustração dos ângulos  e β, sendo o primeiro formado pelo plano horizontal
inferior (fundo de uma barragem) e o plano inclinado, o segundo formado entre a
horizontal superior (superfície líquida) e o plano inclinado.

Neste caso, a altura de fluido h é dado por: = y . sen.

h2 Β h  Χ
FH = γ x X x FV = γ 
2 2
Em que,
FH = força de empuxo horizontal (kgf ou N ou outra unidade.
FV= força de empuxo vertical .
O centro de empucho (CE) esta sempre abaixo do centro de gravidade
(CG), então, yp > yo e é dado por:
Io
yp = yo +
Em que, yo  A
yp = Distância da linha de ação da força resultante à superfície livre, segundo o plano
da superfície (m);
yo = Distância do centro de gravidade da superfície plana à superfície livre, segundo o
plano da superfície (m);`
A = Área da superfície plana (m2);
Io = Momento de inércia da superfície plana em relação ao eixo que passa pelo centro
de gravidade;
ho = Distância vertical da superfície livre ao centro de gravidade da área (m) .
A
O

ho B yo
B yp

F
CG
CE
Área
A A
A Figura. Vista em corte de uma comporta de fundo.
NA

ho
Jusante
Crista yp
yo
H2O Montante

Comporta
CG
CE
Barramento

Fundo da área alagada

Figura. Centro de gravidade e centro de empuxo em uma superfície plana inclinada


retangular imersa (comporta) na água de uma barragem e forma de considerar as
distâncias em relação a superfície livre.
O momento de inércia de algumas figuras é apresentado a seguir.

Retangular Triangular isósceles Circular

x x x x
a x x a D

b b
Figura. Diferentes figuras geométricas para localização do momento de inércia.
π  D4
ba b  a3 Io =
3
Io = Io = 64
12 36
1 π  D2
A= ab A=
A = ba 2 4
1
CG: x = b 1 D
2 x= b x=y=
2 2
1 1
CG: y= a y= a
2 3
Momento de inércia ou momento de inércia de
massa: é uma resistência à mudança no movimento
rotacional.

- Expressa o grau de dificuldade em se alterar o estado de


movimento de um corpo em rotação, não importando em que
sentido seja;
-É a distribuição da massa de um determinada figura ou corpo,
- É a tendência do corpo ficar parado, ou entrar em movimento
caso não haja forças externas sobre ele.
Exemplo:
Uma pequena barragem de terra possui em sua vertical, formato
retangular, com dimensões e inclinações conforme Figura abaixo.
Considerando que o comprimento do dique é de 50 m, pede-se:
a) calcular a força de empuxo na vertical
b) calcular a força de empuxo na horizontal e
c) a força resultante.
NA
h2
FH = γ  Χ 
2

NA B = 7,5 m X = 50 m

h=3m 1,0
2,5
a

Figura. Esquema típico de uma barragem de terra.


Solução:
A relação 1,0:2,5, como mostra a Figura, significa que 1 m na
vertical, corresponde a 2,5 m na horizontal, já que h é igual a 3 m,
B é igual a 7,5 m. Daí se obtém:
a) Força de empuxo na horizontal

FH = γ  Χ 
h2 Ν
FH = 9800 3  50 m 
32
m2 FH = 2.205.000, 00 Ν
2 m 2

b) Força de empuxo na vertical


Β h  Χ 7,5  3  50 3
FV = γ  FV = 9800 Ν m −3  m FV = 5.513.000, 00 Ν
2 2

c) Força de empuxo resultante

FR = (F2
H
+ Fv2 )
FR = 2.205.000, 00 2 + 5.512.000, 00 2 FR = 5.937.144, 20N

Ou 605.831,05 kgf
Ou

F = γ  A  ho Para:
ho = h/2 = 1,5 m
A=?
a= (h 2
+ B2 )
a = 8,08 m
A=Xxa
A = 50 x 8,08
A = 404 m2
F = 1000  404 1,5
F = 606,000.00 kgf
Leitura complementar

BAPTISTA, M.; LARA, M. Fundamentos de Engenharia hidráulica.


Belo Horizonte: Editora UFMG, Escola de Engenharia da UFMG,
2ª ed. Revista, 2003. 437p. p.61 a 63.

Prof. Dr. Delvio Sandri

sandri@unb.br

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