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TÓPICOS DE GEOMETRIA DAS SUPERFÍCIES PLANAS

1ª PARTE

MOMENTO DE PRIMEIRA ORDEM OU MOMENTO ESTÁTICO

Uma placa bidimensional está no plano XOY, mostrada na Fig. 7 e tem as


seguintes características:
 A área total da placa = A;
 Espessura da placa = t;
 Peso total da placa = P, cujo vetor é P;
 Peso específico da placa (peso por unidade de volume) = ;
 Coordenadas do baricentro da placa = G (xG, yG)
 Elemento de área da placa “dA”, de peso dP, cujo vetor é dP;
 Peso do elemento de área “dA” da placa = .t.dA.
 Coordenada do peso de um elemento “dA” da placa = (x, y)

Y Y
Z Z
P dP

G = x
xG yG y
O X O X
(a) (b)

Figura 7: Baricentro de uma placa homogênia


O módulo “P” do vetor peso “P” é a soma dos módulos dos pesos elementares,
ou seja

P = ʃ dP = .ʃ dA :. P = .A

Para obter-se as coordenadas xG e yG do ponto G, onde a resultante P deve ser


aplicada, utiliza-se os recursos da estática, ou seja, o momentos de P em
relação aos eixos OX e OY, são iguais à soma dos momentos dos pesos
elementares em relação às respectivas ordenadas, ou seja,

ƩMy = xG.P = ʃ x.dP


ƩMx = yG.P = ʃ y.dP (1)
Para as Placas, os valores de P e dP são: P = .A.t e dP = .dA.t.
Substituindo-se esses valores na expressão (1), tem-se:

xG..t.A = ʃ x..t.dA : . xG.A = ʃ x.dA :. xG = (ʃ x.dA)/A (2)

e yG..t.A = ʃ y..t.dA : . yG A = ʃ y.dA :. yG = (ʃ y.dA)/A (3)

As expressões (2) e (3), definem as coordenadas x G e yG do baricentro G da


área A de uma placa plana homogênea.

As mesmas equações poderiam ser deduzidas para um arame situado no


plano XOY, conforme mostra a Fig. 9, abaixo. Observa-se nesse caso que o
Baricentro G não estará sobre o arame.

Y Y
Z Z
P dP
x
G = dL
xG yG y
O X O X
(a) (b)

Figura 9: Baricentro de um arame

As equações da estática são as mesmas utilizadas para as placas, ou seja:

ƩMy = xG.P = ʃ x.dP


ƩMx = yG.P = ʃ y.dP (4)

Para o Arame, os valores de P e dP são: P = .L.t e dP = .dL.t. Substituindo-


se esses valores na expressão (4), tem-se:

xG..t.L = ʃ x..t.dL : . xG.L = ʃ x.dL :. xG = (ʃ x.dL)/L (5)

yG..t.L = ʃ y..t.dL : . yG.L = ʃ y.dL :. yG = (ʃ y.dL)/L (8)

2
As expressões (5) e (6), definem as coordenadas x G e yG do baricentro do
comprimento L de um arame homogêneo situado totalmente em um plano
XOY.
Essas equações definem as coordenadas x G e yG do baricentro do comprimento
L de um arame homogêneo, no referido plano.

Reportando-se às expressões (2) e (3), podem-se adotar as seguintes


definições:

 ʃ x.dA = Momento de Primeira Ordem (OU Momento Estático) da área A


em relação ao eixo OY;
 ʃ y.dA = Momento de Primeira Ordem (ou Momento Estático) da área A
em relação ao eixo OX.
Designando como Qy e Qx, respectivamente, os Momentos de Primeira Ordem
definidos acima, tem-se:

Qy = ʃ x.dA
Qx = ʃ x.dA (4)

Substituindo-se os valores de Q y e Qx, dadas em (4), nas expressões (2) e (3),


obtêm-se os valores das coordenadas do Baricentro da área A, em relação ao
sistema de eixos XOY, em função dos Momentos de Primeira Ordem, da
referida área, em relação aos eixos OX e OY do sistema de eixos coordenados
no qual a área A está referida.
As coordenadas têm as seguintes forma:

xG = Qy/A
yG = Qx/A (5)

Com base nas expressões dadas em (5), pode-se concluir que:

 Se o baricentro da área A de uma superfície plana estiver situado sobre o


eixo OY, é porque xG = 0, então o Momento de Primeira Ordem (ou
Momento Estático) da área A da superfície plana em relação a esse eixo
é nulo, ou seja, Qy = 0.

Conclusão: “Se o Momento de Primeira Ordem (ou Momento Estático)


dá área A da superfície em relação ao eixo OY é nulo, então esse eixo é
Baricêntrico.

3
 Se o Baricentro da área A de uma superfície plana estiver situado sobre
o eixo OX, é porque yG = 0, então o Momento de Primeira Ordem (ou
Momento Estático) da área A da superfície plana em relação a esse eixo
é nulo, ou seja, Qx = 0.

Conclusão: “Se o Momento de Primeira Ordem (ou Momento Estático)


da área A da superfície plana em relação ao eixo OX é nulo, então esse
eixo é Baricêntrico.

Exercícios sobre Momentos de 1ª Ordem

Momento de Segunda Ordem (também chamado de Momento de Inércia) –


BEER, Mecânica Vetorial para Engenheiros, pg.605

Na Resistência dos Materiais, as forças internas desenvolvidas na seção


transversal de uma peça, são consideradas forças distribuídas. A força
distribuída atuando num elemento de área dA, de A, é dF, e na unidade de
área é  = dF/dA, (batizada com o nome de tensão), cujo módulo depende da
distância desse elemento de área, a um dado eixo, batizado com o nome de
Eixo Neutro, que é o lugar geométrico dos pontos da área A, no qual as
tensões são nulas..
Se as deformações desenvolvidas por  na área dA da seção transversal da
peça, estiverem no regime ELÁSTICO (que obedece a Lei de Hooke), essa
tensão , variará linearmente com a distância ao Eixo Neutro.
Na Fig. 10, abaixo, uma viga de seção transversal retangular está submetida a
um carregamento, de tal forma, que produz, em determinada seção transversal
dessa viga, um Estado de Flexão Pura (o único esforço interno atuante é o
Momento Fletor). Supondo-se que as tensões produzidas estejam trabalhando
no regime elástico, de maneira que o eixo OX é o Eixo Neutro da área A da
seção transversal, então em num elemento de área dA dessa área, a tensão 
é proporcional à distância do referido elemento de área dA ao eixo OX (Eixo
Neutro), ou seja,

 = dF/dA = k.y, onde k é uma constante.

A força sobre a área elementar dA é,

dF = k.y.dA ou dF = k.Qx

4
O momento de dF em relação ao Eixo Neutro (OX) é,

dM = dF.y = (k.y.dA).y = k.y2.dA

0 momento M na área A da seção transversal da viga (que é o Momento Fletor


na seção transversal, devido ao carregamento na viga), será:

M = ʃ dM = ʃ k.y2.dA ou seja,

M = k.(ʃ y2.dA) (6)

A Fig. 10, abaixo, representa uma viga simplesmente apoiada em suas


extremidade, submetida à dois binários de mesmo módulo M e de sianais
contrários, localizados, respectivamente, um no apoio esquerdo A e o outro no
apoio direito B. Com esse carregamento, não haverá reações de apoio,
portanto não haverá Esforço Cortante, somente Momento Fletor, por essa
razão, as tensões desenvolvidas nas seções transversais da viga serão de
flexão, devido a ação do momento Fletor. Portanto, diz-se que a viga está sob
Estado de Flexão Pura.

M M

A B

RA = 0 A RB = 0
Figura 10: uma viga, de seção transversal retangular, simplesmente apoiada nas
extremidades sujeita um Binário (- M) no extremo esquerdo, e a um Binário (+ M), no apoio
direito.

Na Fig. 11, abaixo, está desenhado em (a), o diagrama de Momento Fletor e


em (b) o Diagrama de Esforço Cortante que se reduz a uma reta (eixo da viga),
em virtude do cortante ser nulo ao longo dela.

D.M.F.
A B
(a) M + M

D.E.C.

(b) V = 0 (em toda extensão da viga)


5
Figura 11: Diagrama de Esforços internos da viga da Fig.10, em estado de Flexão Pura.

Reportando-se à expressão (6), com relação a integral (ʃ y2.dA), ela é


conhecida como Momento de Segunda Ordem (ou Momento de Inércia) da
área da seção transversal da viga em relação ao eixo OX e é representada
pela letra I com índice indicativo do eixo considerado, no caso, o eixo OX.
Definição idêntica pode ser feita para o eixo OY, neste caso é só, na integral
anteriormente apresentada, trocar o y por x, que é a distância do elemento de
área da ao eixo OY. Em resumos temos:

 Ix = ʃ y2.dA = Momento de Segunda Ordem (ou Momento Estático) da


área A em relação ao eixo OX;
Iy = ʃ y2.dA = Momento de Segunda Ordem (ou Momento de Inércia) da

área A em relação ao eixo OY.


Momento Polar de Inércia

Por definição, a soma dos produtos das áreas elementares dA de A de uma


superfície plana, pela distância a um ponto do plano da superfície, ao
quadrado. Supondo-se que o ponto no plano da superfície seja um ponto
qualquer O, e nele colocamos um sistema de coordenadas XOY, Fg. 12.
Y
Distância de dA ao eixo OX = y
Distância de dA ao eixo OY = x
x dA
Distância de dA ao ponto O = r
r y
O X
Por definição, a soma dos produtos
dos elementos de área dA de A pela
distância de dA à origem do sistema
de coordenadas ao quadrado, é
chamada de Momento Polar de Inércia
da área A em relação ao ponto O. Ele é Figura 12:
representado pela letra J, tendo como
índice, o ponto considerado, ou seja,

JO = ʃ r2.dA (7)

O valor de r2 pode ser obtido usando-se o teorema de Pitágoras, ou seja,

6
r2 = x2 + y2, que substituindo na expressão (7), toma a seguinte forma:

JO = ʃ (x2 + y2).dA = ʃ x2.dA + ʃ y2.dA, portanto,

JO = I x + I y (8)

O momento Polar de Inércia é de grande importância em problemas relativos à


torção de eixos cilíndricos e em problemas referentes à rotação de placas.

Raio de Giração de uma Superfície

Considerando uma superfície de área A, que tem um Momento de Inércia I x em


relação ao eixo OX (Fig. 13a). Imaginando-se a área A concentrada em uma
faixa estreita, paralela ao eixo OX (Fig. 13b). Se a área A, assim concentrada,
deve ter o mesmo Momento de Inércia em relação ao eixo OX, a faixa deve
estar colocada a uma distância kx desse eixo, definida pela relação

Ix = kx2.A 9

Procurando o valor de kx, tal que isso aconteça, obtêm-se

Kx = (Ix/A)1/2 10

A distância kx é denominada RAIO DE GIRAÇÃO da área A em relação ao eixo


OX (Fig. 13b)

Y
Y
A
A

kx
7
X
O O X

(a) (b)

Y Y
A

ky
kO
X X
O O

(c) A

Figura 13: Raio de giração de superfície planas (d)

De modo semelhante define-se os raios de giração da área em relação ao eixo


OY e em relação à origem do sistema de eixos XOY, escrevendo

Para o eixo OY (Fig. 13c), definido pela relação

Iy = ky2.A 11

Procurando o valor de ky, tal que isso aconteça, obtêm-se

Ky = (Iy/A)1/2 12

Para a origem do sistema de eixos O (Fig. 13d), definido pela relação

JO = kO2.A 13

Procurando o valor de kO, tal que isso aconteça, obtêm-se

KO = (J0/A)1/2 14
Aplicações

 Determinar os Momentos de Inércia da área do retângulo dado abaixo:


(a) Em relação ao eixo OX;
(b) Em relação ao eixo OY.
8
Y

X
O
b

(a) Em relação ao eixo OX:

Y
Ix = ʃ y2.dA
(dA = b.dy) Ix = ʃ y2.(b.dy) =
= b.ʃ y2.dy = b.ʃ (y3/3), que inte-
grando-se de 0 Até h, tem-se:
h
dy Ix = b.h3/3 (7)

y
O X

(b) Em relação ao eixo OY:

Y b
Iy = ʃ x2.dA
(dA = h.dx) Ix = ʃ x2.(h.dx) =
= h.ʃ x2.dy = h.ʃ (x3/3), que inte-
9
grando-se de 0 Até b, tem-se:
h
Iy = h.b3/3 (8)

O X

x
dx
Produto de Inércia de uma Área Plana A, em relação aos Eixos
Coordenados de um Sistema de eixos XOY estabelecido no plano dessa
área

A Fig. 14, abaixo mostra uma superfície plana, em um sistema de eixos


ortogonais qualquer, pertencente ao seu plano.
Y

Área da superfície = A
Área do elemento de área = dA x dA
Distância de dA ao eixo OX = y
Distância de dA ao eixo OY = x y
O X

Figura 14: Área de uma superfície plana localizada no sistema de eixos ortogonais XOY em
seu interior.

Por definição, a soma dos produtos das áreas elementares dA pelas suas
distâncias aos eixos coordenados OX e OY, é chamado de PRODUTO DE
INÉRCIA, sendo representado pela letra I tendo como índice as coordenadas
xy, conforme se vê na expressão (9), a seguir:

Ixy = ʃ x.y.dA (9)

Aplicações

10
 Determinar o Produto de Inércia da área do retângulo dado abaixo, em
relação aos eixos do sistema de coordenadas XOY, mostrado na figura
abaixo:
Y
b

dA
h dy

O
x
dx
Ixy = ʃ x.y.dA
(dA = dx.dy) Ixy = ʃ x.y.(dx.dy) = ʃ x.dx.ʃ y.dy

ʃ y.dy = [ y2/2 ], integrando de 0 até h = [ h 2/2 ], levando-se na equação acima,


tem-se:

Ixy = ʃ [ h2/2 ].x.dx = (h2/2).ʃ x.dx

ʃ x.dx = [ x2/2 ], integrando de 0 até b = [ b2/2 ], levando-se nessa última


equação, tem-se:

Ixy = (h2/2).(b2/2) :. Ixy = b2.h2/4 (10)

SINAIS DOS MOMENTOS DE PRIMEIRA E SEGUNDA ORDEM E PRODUTO


DE INÉRCIA E UNIDADES

 Momento de Primeira Ordem (ou Momento Estático

11
Abaixo a Fig. 15, mostra a localização de uma Área Plana em cada
quadrante do sistema de eixos ortogonais XOY e o sinal do momento de
Primeira Ordem quando da sua localização no quadrante do sistema de
eixos referido acima

Qx > 0 Qx > 0
Qy < 0 Qy > 0

A2 A1
X
O
A3 A4
Qx < 0 Qx < 0
Qy < 0 Qy > o

Fig. 15: Sinal de Q x e Qy, em função da localização nos quadrantes do sistema de eixos
coordenados XOY

 Para o Qx = ʃ y.dA, o elemento de área é sempre positivo, pois não tem


sentido em falar em área negativa. Nesse caso analisa-se o sinal de Q x
deve ser o sinal de y no quadrante analisado:

1º Quadrante y > 0, portanto Qx > 0;


2º Quadrante y > 0, portanto Qx > 0;
3º Quadrante y < 0, portanto Qx < 0;
4º Quadrante y < 0, portanto Qx < 0;

No caso da superfície plana com área em todos os quadrantes, deve-se


analisar o sinal de cada parte no respectivo quadrante e somá-los
algebricamente, ou seja:

A1, está no 1º Quadrante, onde y > 0, logo é > 0;


A2, está no 2º Quadrante, onde y > 0, logo é > 0;
A3, está no 3º Quadrante, onde y < 0, logo é < 0
A2, está no 4º Quadrante, onde y < 0, logo é < 0

12
A soma algébrica dos s com os negativos, dá o sinal de Q x da área A
analisada.

 PARA o Qy = ʃ x.dA, o elemento de área é sempre positivo, conforme já


comentado. Nesse caso analisa-se o sinal de Q y que deve ser o sinal de x
no quadrante analisado:

1º Quadrante x > 0, portanto Qy > 0;


2º Quadrante x < 0, portanto Qy < 0;
3º Quadrante x < 0, portanto Qy < 0;
4º Quadrante x > 0, portanto Qy > 0;

No caso da superfície plana com área em todos os quadrantes, deve-se


analisar o sinal de cada parte no respectivo quadrante e somá-los
algebricamente, ou seja:

A1, está no 1º Quadrante, onde x > 0, logo é > 0;


A2, está no 2º Quadrante, onde x < 0, logo é > 0;
A3, está no 3º Quadrante, onde x < 0, logo é < 0
A2, está no 4º Quadrante, onde x > 0, logo é < 0

A soma algébrica dos positivos com os negativos, dá o sinal de Q x da


área A analisada.

 Unidade

O Momento de Primeira Ordem (ou Momento Estático) de uma área


plana A em relação a um eixo D qualquer, viu-se que é uma soma de
produtos das áreas elementares pela distância ao eixo D, considerado,
portanto, é o produto da unidade de área, m 2, pela unidade de
comprimento, m, ou seja a unidade de QD, no SI, é (m3).
 Momento de Segunda Ordem (ou Momento de Inércia)

O Momento de Segunda Ordem (ou Momento de Inércia) em relação a


um eixo qualquer  contido no plano de uma superfície plana , é dado
pela expressão:

ID = ʃ d2.dA (11)

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onde dA é o elemento de área da Área A da superfície, e d é a distância
de dA ao eixo , considerado. Como se nota, a expressão mostra o
produto do quadrado de um número por uma área. Tanto o quadrado de
um número (positivo ou negativo), quanto a área são sempre positivos,
portanto o produto deles dois, logicamente, será também, sempre
positivo, portanto em qualquer que seja o quadrante que a superfície
esteja, o I será positivo.

 Unidade

O Momento de Segunda Ordem (ou Momento de Inércia) de uma área


plana A em relação a um eixo  qualquer, viu-se que é uma soma de
produtos das áreas elementares pela distância ao quadrado ao eixo ,
considerado, portanto, é o produto da unidade de área, m 2, pela unidade
de comprimento ao quadrado, m2, ou seja, a unidade de I, no SI, é (m4).

 Produto de Inércia

 O Produto de Inércia é dado pela expressão:

Ixy = ʃ x.y.dA (12)

Examinando a expressão do Produto de Inércia, dado acima, vê-se que o


sinal dele vai depender do sinal do produto de uma coordenada por outra,
já que dA é sempre positivo. A Fig. 16, abaixo, mostra esses sinais.

2º Quadrante Y 1º Quad5rante

Ixy > 0 I xy > 0

Ixy2 Ixy1

14
X
O
3º Quadrante Ixy3 Ixy4 4º Quadrante

Ixy > 0 I yxy > o

Fig. 16: Sinal de Ixy da localização da área A nos quadrantes do sistema de eixos
coordenados XOY

 Para o Ixy = ʃ x.y.dA, o elemento de área é sempre positivo, conforme


comentado anteriormente. Nesse caso, o sinal de I xy deve ser o sinal do
produto da coordenada x, pela coordenada y no quadrante analisado:

1º Quadrante, x > 0 e y > 0, portanto Ixy > 0;


2º Quadrante, x < 0 e y > 0, portanto Ixy < 0;
3º Quadrante, x < 0 e y < 0, portanto Ixy > 0;
4º Quadrante, x > 0 e y < 0, portanto Qx < 0;

No caso da superfície plana com área em todos os quadrantes, deve-se


analisar o sinal de cada parte no respectivo quadrante e somá-los
algebricamente, ou seja:

A1, está no 1º Quadrante, onde x > 0 e y > 0, logo é > 0;


A2, está no 2º Quadrante, onde x < 0 e y > 0, logo é < 0;
A3, está no 3º Quadrante, onde x < 0 e y < 0, logo é > 0
A2, está no 4º Quadrante, onde x > 0 e y < 0, logo é < 0

A soma algébrica dos positivos com os negativos dá o sinal de Ixy da área


A analisada.

 Unidade

O Produto de Inércia de uma área plana A em relação ao sistema de


eixos coordenados XOY considerado, viu-se que é uma soma de
produtos das áreas elementares pelo produto das coordenadas, dessa
forma, o produto da unidade de área, (m 2), pela unidade de comprimento
ao quadrado, (m2). Portanto, a unidade Ixy de, no SI, é (m4).

15
Teorema dos Eixos Paralelos (ou Teorema de Steiner)

Considerando o Momento de Inércia I de uma superfície plana de área A, em


relação a um eixo AA´ (Fig. 17). Seja y, a distância de um elemento de área dA
ao eixo AA´. Escreve-se

I = ʃ y2.dA

Seja agora traçado um eixo BB´, paralelo ao eixo AA´ e passa pelo Baricentro
G da superfície plana; esse eixo é denominado EIXO BARICÊNTRICO.

dA

B B´
G
y
d

A A´

Figura 17

A = Área da superfície plana;


dA = Elemento de área de A;
y = Distância do elemento de área dA de A ao eixo AA´
y´ = Distância do elemento dA de área ao eixo BB´;
d = Distância entre os eixos AA´ e BB;

da Fig. 17, tem-se que y = y´+ d. Substituindo-se esse valor na expressão que
representa I, dado acima, escreve-se

I = ʃ y2.dA = ʃ (y´+ d)2 :. IAA´ = ʃ y´2.dA + 2.d.ʃ y´.dA + d2.ʃ dA.

[ ʃ y´2.dA = IBB´; ʃ y´.dA = QBB`= 0 e ʃ dA =A ]. Substituindo-se esses valores na


expressão de IAA´ dada acima, obtêm-se:

IAA´ = IBB´ + d2.A (13)

16
Em palavras, o Momento de Inércia de uma superfície plana em relação a um
eixo qualquer, é igual ao Momento de Inércia da área da superfície plana em
relação ao eixo Baricentrico, paralelo ao eixo qualquer considerado, mais o
produto do quadrado da distância entre os eixos pela área A da superfície
plana.

Aplicações

 Conhecendo os momentos e produtos de inércia da área do retângulo em


relação aos eixos do sistema de coordenadas OXY, determine usando o
Teorema dos Eixos Paralelos determine para os eixos Baricêntricos
paralelos aos eixos OX e OU mostrados na figura:
(a) Os Momentos de Inércia da área A;
(b) O Produto de Inércia;
(c) O Momento Polar de Inércia da área A, em relação à origem do sistema
de coordenadas XOY;
(d) O Momento Polar de Inércia da área A, em relação ao Baricêntro da área
A.
Dados: Ix = b.h3/3; Iy = h.b3/3 e Ixy = b2.h2/4

X
O
b

17

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