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ANÁLISE DINÂMICA DE ESTRUTURAS COM

ELEMENTOS FINITOS HÍBRIDOS-MISTOS DE TENSÃO

Mário Rui Tiago Arruda

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em


Engenharia Civil

Júri

Presidente: Doutor Pedro Guilherme Sampaio Viola Parreira


Orientador: Doutor Luís Manuel Soares dos Santos Castro
Vogais: Doutor Luís Manuel Coelho Guerreiro

Dezembro de 2008
RESUMO:

Neste trabalho é apresentado um modelo de elementos finitos Híbrido-Misto de


Tensão (HMT) para a análise dinâmica de pórticos planos, placas e lajes. Este modelo
foi implementado utilizando monómios e polinómios ortonormais de Legendre como
funções de aproximação para os campos de esforços e de deslocamentos. A utilização
deste tipo de funções permite o cálculo dos operadores matriciais do sistema
governativo através da utilização de expressões analíticas e possibilita a adopção de
refinamentos p-hierárquicos muito eficazes.
Demonstra-se que ainda que apesar do sistema governativo inicial dos HMT não
ser idêntico aos dos Elementos Finitos (EF) convencionais, é possível chegar a um
sistema governativo matematicamente semelhante, mas com significado fisico diferente.
Desta forma, podem ser aplicadas as técnicas usais para o cálculo dinâmico de
estruturas com os modelos HMT.
Assumindo um comportamento física e geometricamente linear, a solução do
problema pode ser determinada através da realização de uma análise dinâmica com
recurso à técnica da sobreposição modal, ou com uma análise com integração ao longo
do tempo. Para validar o modelo apresentado e para demonstrar as suas potencialidades,
são apresentados e discutidos alguns exemplos numéricos. Os resultados obtidos são
comparados com soluções analíticas e com soluções obtidas com recurso a outras
técnicas numéricas de referência usando EF convencionais.

PALAVRAS-CHAVE
Elementos Finitos

Modelos Híbridos Mistos de Tensão

Análise Dinâmica

Pórticos Planos, Placas e Lajes Espessas

Polinómios de Legendre

i
ABSTRACT:

This work presents a hybrid mixed stress finite element model for the dynamic
analysis of beams, plane elasticity and Reissner-Mindlin plate bending problems.
This model is based on the use of complete sets of orthonormal Legendre
polynomials as approximation functions. The use of this type of functions allows the
development of analytical closed form solutions for the computation of all integrals
involved in the definition of the different structural operators. It enables also the
implementation of highly efficient p- refinement procedures.
Assuming a physically and geometrically linear behaviour, the solution of the
problem can be determined by performing a dynamic analysis with modal superposition
technique or by implementation a time-step integration procedure, such as the Newmark
method.
To validate the model and to illustrate its potential, several numerical tests are
presented and discussed. The results obtained with the hybrid-mixed model are
compared with analytical solutions and with other numerical solutions computed with
the classical displacement finite element formulation.

KEYWORDS
Finite Elements

Hybrid Mixed Stress Models

Dynamic Analysis

Beams, Plane Elasticity and Reissner-Mindlin Plate Bending problems

Legendre Polynomials

ii
AGRADECIMENTOS

Esta dissertação foi desenvolvida no âmbito do programa de investigação do


Instituto de Engenharia de Estruturas Território e Construção (ICIST), financiado pela
Fundação da Ciência e Tecnologia (FCT).

Como meu orientador, agradeço ao Professor Luís de Castro pelas horas gastas,
compreensão e paciência que teve comigo. Horas essas que me deram a conhecer um
grande amigo que nunca irei esquecer.

Como meu professor da Licenciatura, agradeço novamente ao Professor Luís de


Castro pela maneira como me cativou a mim e a todos os meus colegas no mundo de
Análise de Estruturas. O seu carinho, qualidades humanas e dedicação pelos alunos é
algo que ainda é falado na reunião do curso de Engenharia Civil 2005.

Como meus professores do Mestrado:


- Agradeço ao Professor Moitinho de Almeida, pela maneira como me ensinou a
ver as estruturas dum modo “diferente” e a ajuda tanto na introdução do mundo da
programação como na resolução de alguns problemas práticos.

- Agradeço ao Professor Borges Pires, pela introdução ao mundo teórico dos


Elementos Finitos e por toda a sua disponibilidade no laboratório de Mecânica
Estrutural.

- Agradeço ao Professor Luís Guerreiro, por todo o empenho que teve em


ensinar os fundamentos de dinâmica de estruturas, que foram inspiração para elaboração
deste trabalho e por todas as ocasiões em que o professor se disponibilizou para me
esclarecer algumas questões relativas ao segredo da dinâmica de estruturas.

- Ao Professor Carlos Tiago pela sua ajuda em questões relacionadas com a


mecânica estrutural e elementos finitos e pela sua disponibilidade em facultar-me e
indicar-me bibliografia de mérito.

iii
- Ao Professor Eduardo Pereira por toda ajuda dada no mundo da matemática
dos Polinómios de Legendre.

Agradeço ainda com muito carinho:


- À Teresa Malheiro, apesar de sermos designers de diferentes tipos de Obras de
Arte, conseguimos partilhar inúmeros momentos de convívio ☺.

- A todos os meus colegas do IST, em particular ao Carlos Bhatt, Miguel Lopes,


Miguel Branco, Carlos Gomes, Daniel Luís, Pedro Lente, Pedro Bispo e Marcos
Esteves em especial pela compreensão e paciência que tiveram comigo.

- Aos meus colegas do Laboratório de Mecânica Computacional, quero


agradecer ao Filipe Aparício, Vera Aparício, Pedro Vicente e Luís Mendes por serem
óptimos colegas de gabinete, um grupo que sempre conseguiu rir-se de si próprio ☺.

Aos meus pais:


- Ao Meu Pai pela compreensão e aceitação que teve pela minha vida académica.
- À Minha Mãe pela compreensão e pelas horas em que não ajudava na casa para
me dedicar à tese.

- Ao meu puto de Irmão Pedro pelas pausas pouco tranquilas que tínhamos à
mesa a discutir política, davam sempre para refrescar um pouco a mente do trabalho da
tese.

E a todos os professores do Ramo de Engenharia de Estruturas que me ajudaram


a moldar no Engenheiro Civil que sou hoje !!!

iv
NOTAÇÃO
Letras Latinas Minúsculas

b – Forças de massa.
e – Deformações generalizadas.
f – Matriz que reúne os parâmetros elásticos - formato de flexibilidade.
h – espessura da laje.
mx – Momento flector de laje ao longo do x.
my – Momento flector de laje ao longo do y.
mxy – Momento torsor de laje ao longo de x e y .
m – Matriz de massa do elemento infinitesimal.
n – Normal exterior unitária à fronteira.
pn – Frequência própria do modo de vibração n.
qV – Pesos da aproximação dos deslocamentos generalizados no domínio.
qΓ – Pesos da aproximação dos deslocamentos generalizados na fronteira.
s – Esforços independentes no domínio.
t – Forças na fronteira.
t - Tempo.
ti - Tempo no incremento i.
u – Campo de deslocamentos do elemento.
u – Deslocamento longitudinal de barra.
uΓ – Deslocamento de fronteira generalizado.
u – Deslocamento longitudinal nodal de barra.
u Γ – Operador dos deslocamentos de fronteira.
uV – Campos de deslocamentos no domínio do elemento.
uΓ – Campos de deslocamentos na fronteira do elemento.
vx – Esforço transverso de laje ao longo de x.
vy – Esforço transverso de laje ao longo de y.
w – Frequência de excitação harmónica.
w – Deslocamento transversal de barra.
w – Deslocamento transversal de fronteira.
xi – Monómio de grau i.
zVn – Campo de deslocamentos principais devido ao modo de vibração n.

Letras Latinas Maiúsculas

A – Área da secção.
Ac – Área de corte da secção.
AV – Operador de compatibilidade no domínio.
AΓ – Operador de compatibilidade na fronteira.
C – Operador de Amortecimento.
D – Operador diferencial de equilíbrio.
D* – Operador diferencia de compatibilidade.
E – Módulo de elasticidade.
Ee – Operador de flexibilidade linear.
F – Operador de flexibilidade generalizado.
Fi – Forças nodais de barra.
I – Inércia geométrica da secção.

v
M – Operador de massa.
N – Matriz das normais exteriores à fronteira.
QV – Forças de massa generalizadas.
QΓ – Forças de fronteira generalizadas.
Pi(x) – Polinómio de Legendre de grau i.
S – Função aproximação dos campos de esforços no domínio.
T – Matriz dos cosenos directores.
UV – Funções de aproximação dos campos de deslocamentos no domínio do elemento.
UΓ – Funções de aproximação dos campos de deslocamentos na fronteira do elemento.
V – Domínio do elemento.
X – Pesos das aproximações dos campos de esforços no domínio.

Letras Gregas Minúsculas

α – Ângulo de rotação da barra.


γ – Distorção.
ε – Deformação.
ζ – Coeficiente de proporcionalidade de amortecimento.
θ – Rotação.
λ – Coeficiente de normalização dos polinómios de Legendre.
ξ – Coeficiente de amortecimento.
– Peso volúmico.
– Referencial de fronteira do elemento.
σ – Tensão.
υ – Coeficiente de poisson.
χ – Curvatura.

Letras Gregas Maiúsculas

Γ – Fronteira do elemento.
Γσ – Fronteira estática do elemento.
Γu – Fronteira cinemática do elemento.
Δti – Incremento de tempo em ti.
Φ – Coeficiente de Corte.
Φn – Vector próprio normalizado do modo de vibração n.

Abreviaturas

EF – Elementos Finitos.
HMT – Híbridos Mistos de Tensão.

vi
INDICE
Página

CAPÍTULO 1 - Introdução 1
1.1 Considerações iniciais 1
1.2 Objectivos 4
1.3 Organização do Trabalho 4

CAPÍTULO 2 - Formulação do Problema 5


2.1 Relações Fundamentais em Problemas de Elasticidade Plana 5
2.2 Placas (Estados Planos de Tensão e de Deformação) 5
2.3 Lajes de Reissner-Mindlin (Lajes Espessas) 8
2.4 Pórticos Planos 9

CAPÍTULO 3 - Modelos de Elementos Finitos 13


3.1 Grandezas a Aproximar 13
3.2 Sistema Governativo 14

CAPÍTULO 4 - Análise Dinâmica 19


4.1 Introdução 19
4.2 Análise Modal 19
4.3 Análise com Sobreposição Modal 20
4.4 Análise com Integração ao longo do Tempo 22
4.5 Amortecimento de Rayleigh 24

CAPÍTULO 5 - Exemplos 27
5.1 Recuperação da Matriz de Rigidez no Elemento Viga 28
5.2 Frequências e Modos de Vibração dum Pórtico 35
5.3 Análise do Movimento Forçado de um Pórtico Plano 41
5.4 Frequências e Modos de Vibração duma Laje 42
5.5 Locking no HMT 48
5.6 Análise do Movimento Forçado de uma Laje 49
5.7 Frequências e Modos de Vibração duma Placa 51
5.8 Análise no com Integração ao longo do Tempo numa Laje 53
5.9 Análise do Efeito de uma Carga Rolante numa Laje 54
5.10 Análise de um Movimento Forçado de uma Placa 57

CAPÍTULO 6 - Conclusões 59

vii
INDICE
Página

ANEXO A - Sistema Governativo dos Híbridos-Mistos de Tensão 61


A.1 Pórticos Planos 61
A.2 Placas 71
A.3 Lajes de Reissner-Mindlin 83

ANEXO B - Polinómios de Legendre 95


B.1 Considerações Iniciais 95
B.2 Propriedades dos Polinómios de Legendre 95
B.3 Fórmulas Geradoras de Polinómios de Legendre 96
B.4 Expressões para as Integrações Analíticas 97

ANEXO C - Fórmulas e Teoremas Matemáticos 101


C.1 Divergência dum Campo Vectorial 101
C.2 Teorema da Divergência 101
C.3 Mudança de Referencial 101

BIBLIOGRAFIA 103

viii
INDICE DE FIGURAS
Página

Figura 2.1 – Diagrama de grandezas físicas. 5


Figura 2.2 – Elemento de Placa. 6
Figura 2.3 –Laje de Reissner-Mindlin. 8
Figura 2.4 – Pórtico plano. 10
Figura 2.5 – Elemento Viga. 11
Figura 4.1 – Gráfico do amortecimento de Rayleigh. 25
Figura 5.1 – Viga bi-encastrada. 29
Figura 5.2 – Pórtico Recto. 35
Figura 5.3 – Gráfico dos monómios. 36
Figura 5.4 – Modos de vibração usando HMT do pórtico recto. 37
Figura 5.5 – Frequências e Modos de Vibração obtidos com EF convencionais. 38
Figura 5.6 – Pórtico Inclinado. 39
Figura 5.7 – Modos de vibração usando HMT do pórtico inclinado. 39
Figura 5.9 – Pórtico recto forçado harmonicamente. 41
Figura 5.10 – Gráfico do deslocamento horizontal em B. 41
Figura 5.11 – Gráfico do esforço axial em A. 42
Figura 5.12 – Laje simplesmente apoiada. 42
Figura 5.13 – Modos de vibração da laje simplesmente apoiada usando HMT. 43
Figura 5.14 – Erros em relação aos valores teóricos. 45
Figura 5.15 – Erros em relação aos valores teóricos. 46
Figura 5.16 – Teste com malha distorcida. 47
Figura 5.17 – Erros em relação aos valores teóricos. 47
Figura 5.18 – Rácio das frequências em função da esbelteza da laje. 49
Figura 5.19 – Laje em forma de L. 49
Figura 5.20 – Discretização utilizada na análise de laje em forma de L. 50
Figura 5.21 – Deslocamento vertical da laje em L no ponto (3m,3m). 50
Figura 5.22 – Momento torsor da laje em L no ponto (3m,3m). 51
Figura 5.23 – Placa em consola. 51
Figura 5.24 – Modos de vibração e frequências da placa em consola usando
modelos HMT. 52
Figura 5.25 – Modos de vibração e frequências da placa em consola usando um
modelo de EF convencionais. 53
Figura 5.26 – Deslocamento vertical da laje em L no ponto (3m,3m). 54
Figura 5.27 – Carga rolante numa laje. 55
Figura 5.28 – Resposta estrutural duma carga rolante no domínio do tempo
usando HMT. 56
Figura 5.29 – Resposta estrutural da laje para valores diferentes da velocidade da
carga pontual. 56
Figura 5.30 – Placa em consola solicitada harmonicamente. 57
Figura 5.31 – Evolução do deslocamento vertical no ponto (12m,6m) modelo
HMT. 58

ix
Figura 5.32 – Evolução do deslocamento vertical no ponto (12m,6m) modelo
clássico de EF. 58
Figura A.1 – Mudança de coordenadas no elemento viga. 66
Figura A.2 – Viga da montagem do sistema governativo. 70
Figura A.3 – Mudança de coordenadas no elemento placa. 72
Figura A.4 – Elemento mestre. 78
Figura A.5 – Placa utilizada para ilustrar a construção do sistema governativo. 81
Figura A.6 – Laje utilizada para ilustrar a construção do sistema governativo. 92
Figura B.1 – Gráficos dos polinómios de Legendre. 97

x
INDICE DE QUADROS
Página

Quadro 5.1 – Comparação dos períodos de vibração 40


Quadro 5.2 – Definição das discretização utilizadas na análise do refinamento
tipo p-. 44
Quadro 5.3 – Definição da discretização utilizadas na análise do refinamento
tipo h-. 45
Quadro 5.4 – Definição das discretizações utilizadas 46
Quadro A.1 – Graus de liberdade do HMT numa viga 70
Quadro A.2 – Quadro das condições de fronteira estática 82
Quadro A.3 – Quadro dos graus de liberdade 82
Quadro A.4 – Colunas do operador de compatibilidade na fronteira 82
Quadro A.5 – Quadro das condições de fronteira estática 92
Quadro A.6 – Quadro dos graus de liberdade 92
Quadro A.7 – Colunas do operador de compatibilidade na fronteira 93

xi
xii
“Equilibrium Is Essential - Compatibility Is Optional” [62]

CAPÍTULO 1 - Introdução
1.1 Considerações Iniciais
A formulação clássica do Método dos Elementos Finitos [6,21,63] é ainda a
mais usada no mundo profissional de projecto. Isto deve-se fundamentalmente a dois
aspectos. Por um lado, o desenvolvimento do modelo é bastante intuitivo [23,28] e
todas as grandezas e operadores possuem um significado físico imediato e facilmente
perceptível se se tiver em consideração o “Método dos Deslocamentos” [29,37],
estudado em todos os cursos de Engenharia Civil. Por outro lado, a formulação clássica
possui uma sólida fundamentação matemática [7,46] que permite estabelecer a forma
através da qual as soluções aproximadas convergem para a solução exacta pretendida.
Nas formulações não-convencionais [18,24,51-53] de elementos finitos, o
sistema governativo não apresenta a priori nenhuma semelhança com o habitual
formato de rigidez da formulação clássica. Também as grandezas discretas presentes na
definição das aproximações não possuem qualquer significado físico directo [31,32].
A razão para o estudo dos modelos Híbridos-Mistos de Tensão (HMT) deve-se
ao facto de se tentar contornar algumas das limitações associadas à utilização dos
modelos convencionais de Elementos Finitos (EF). Estas correspondem
fundamentalmente a [6,27,39]:
- As soluções aproximadas são apenas compatíveis, não se verificando o
equilíbrio localmente, quer no domínio quer na fronteira. De acordo com os teoremas da
análise plástica limite, os resultados obtidos desta forma estão contra a segurança;
- A qualidade dos resultados depende fortemente da discretização utilizada, o
que obriga regra geral a utilização de geradores automáticos de malha;

1
- A definição da malha depende das condições de fronteira e dos tipos de
carregamento.
- Em fenómenos de fendilhação, os modelos de EF convencionais tendem a ser
complexos, dado haver a necessidade de se introduzirem descontinuidades na definição
campo de deslocamentos [25,26].

Em anos recentes, têm vindo a ser desenvolvidos modelos híbridos-mistos de


tensão para a análise estática de estruturas laminares planas, placas e lajes
[1,2,10,19,47]. Uma das vantagens associadas à utilização deste tipo de formulação
reside na flexibilidade que possibilita na escolha das funções de aproximação a
considerar. Esta característica permite que sejam considerados conjuntos de funções
com propriedades especiais e cuja utilização não é possível caso se adopte a clássica
formulação de deslocamentos do método dos elementos finitos. São exemplos destas
funções os monómios, os polinómios ortogonais de Legendre [48], os sistemas de
Wavelets e as series de Walsh [11-12-13-15].
Neste trabalho é apresentada a generalização dos modelos híbridos-mistos de
tensão para permitir a análise dinâmica de pórticos planos, placas e lajes.
O modelo aqui apresentado diz-se híbrido pelo facto de se aproximar de forma
independente o campo de tensões no domínio e o campo de deslocamentos na fronteira
estática (onde se consideram incluídas as fronteiras inter-elementares), e mista por se
aproximar simultaneamente o campo de tensões e de deslocamentos no domínio de cada
elemento. Todas as condições fundamentais do problema são impostas ponderadamente
na forma de resíduos pesados.
O modelo diz-se de tensão tendo em conta a forma como são tratadas no
domínio as condições de equilíbrio e de compatibilidade e porque a ligação entre
elementos é efectuada através da imposição ponderada das condições de equilíbrio na
fronteira. As ponderações acima referidas podem ser efectuadas por forma a que a
solução obtida possa verificar localmente as condições de equilíbrio no domínio e/ou na
fronteira.
Como não é necessário verificar a priori nenhuma das condições fundamentais
do problema, há uma grande liberdade na escolha das funções de aproximação a
considerar. São utilizados neste trabalho monómios e polinómios ortonormais de
Legendre [48,49]. A exploração das propriedades destas funções permite a definição de
soluções analíticas para todos os operadores estruturais envolvidos na definição do

2
sistema governativo da estrutura. Evita-se desta forma o recurso a quaisquer esquemas
de integração numérica. Por outro lado, a estabilidade numérica associada à
consideração de polinómios ortonormais de Legendre permite a utilização de graus
elevados na definição da aproximação. Este facto possibilita que se definam malhas de
macro-elementos onde o refinamento da solução se consegue através da consideração de
processos p-adaptativos altamente eficazes. Uma apresentação detalhada destas funções
e dos algoritmos que permitem o cálculo analítico dos integrais pode ser encontrada em
[42,56].

As vantagens decorrentes da utilização dos modelos HMT podem ser resumidas


da seguinte forma [2,10,30-35,47,59]:
- Como não é imposta a priori nenhuma das condições fundamentais do
problema, há a possibilidade de se utilizar na definição das aproximações uma gama
muito variadas de funções. Este facto permite incluir nos modelos HMT funções que
não podem ser utilizadas nos modelos clássicos de elementos finitos;
- Podem ser definidos processos de refinamento p- e h- altamente eficazes;
- O uso de macroelementos permite evitar o uso de geradores de malhas. Regra
geral, a consideração de um maior número de elementos depende essencialmente da
geometria da estrutura a estudar;
- A distorção da malha não afecta de forma significativa a qualidade da solução
obtida;
- Uma escolha adequada para os graus das funções de aproximação permite
chegar a soluções “quasi-equilibradas”;
- Se as funções de aproximação forem ortogonais, como é caso dos Polinómios
de Legendre, então o sistema governativo resulta muito esparso. Isto corresponde à
existência de um grande número de coeficientes nulos nos operadores estruturais. Este
facto permite que sejam adoptados algoritmos altamente eficientes para o tratamento de
sistemas governativos esparsos;
- Os modelos HMT não sofrem do fenómeno de locking quando se analisam
lajes de Reissner-Mindlin;
- Quando se efectuam análises fisicamente não lineares, a evolução dos vários
campos depende regra geral do valor do campo de tensões [25,26,41,44]. Como os
campos estáticos são melhor aproximados nos modelos HMT, estes são mais adequados
para este tipo de análise que os modelos clássicos de elementos finitos.

3
1.2 Objectivos
O modelo discutido neste trabalho permite realizar análises dinâmicas com
sobreposição modal [20] e uma análise com integração ao longo do tempo usando o
método de Newmark [22]. Para simplificar o problema, evitando problemas numéricos
associados ao amortecimento, é assumido um amortecimento do tipo de Rayleigh [22].
A principal inovação deste trabalho corresponde ao desenvolvimento de modelos
Híbridos-Mistos de Tensão para a análise dinâmica de estruturas, tanto para
sobreposição modal como para integração ao longo do tempo.

1.3 Organização do Trabalho


Este trabalho começa com a apresentação sumária da formulação do problema.
De seguida, é apresentado o modelo híbrido-misto de tensão e é indicada a forma
através da qual se efectua a análise modal, a análise com sobreposição modal e a análise
com integração ao longo do tempo.
É apresentado depois um conjunto de exemplos de aplicação que tem por
finalidade validar os modelos apresentados e aferir a sua eficácia numérica. O trabalho
termina com a apresentação das principais conclusões e com a indicação de
desenvolvimentos futuros.
Para que o leitor se familiarize com o sistema governativo dos modelos HMT,
este é apresentado no Anexo A para cada um dos tipos de estrutura estudado pórticos
planos, placas e lajes de Reissner-Mindlin.

4
“Before 1960, the Field of Structural Analysis Was Restricted to One-
Dimensional Elements” [62]

CAPÍTULO 2 - Formulação do Problema

2.1 Relações Fundamentais em Problemas de Elasticidade


As grandezas físicas que permitem caracterizar o comportamento de um corpo
em regime elástico linear e as grandezas que as permitem relacionar, podem ser
representadas através do diagrama apresentado na Figura 2.1.

Esforços Elasticidade Deformações


(s) (e=f s) (e)

Equilíbrio
(Ds+b -2mr z du
2
du Compatibilidade
dt -mr dt =0)
2
(e=D*u)

Cargas Deslocamentos
(b) (u)

Figura 2.1 – Diagrama de grandezas físicas.

Nas secções seguintes, estas grandezas e estas equações vão ser detalhadas para
cada um dos tipos de estruturas estudados: placas (estados planos de tensão e de
deformação), lajes de Reissner-Mindlin e pórticos planos.

2.2 Placas (Estados Planos de Tensão e de Deformação)

Considere-se uma placa, solicitada por um conjunto de forças dinâmicas


complanares e paralelas ao plano médio dessa estrutura, como representado na Figura
2.2.

5
G t

V
Gu
G
b

n
Figura 2.2 – Elemento de Placa.

A equação de equilíbrio dinâmico no domínio pode ser escrita no formato matricial:

Ds + b = 2 mρ ζ + mρ 2
du d 2u
(2.1)
dt dt

⎡∂ ∂⎤
com:
⎡σ x ⎤
⎢ ∂x ∂y ⎥ ⎢ ⎥ ⎡q x ⎤ ⎡u x ⎤ ⎡1 0⎤
D=⎢ s = ⎢σ y ⎥ b=⎢ ⎥ u=⎢ ⎥ mρ = ρ ⎢
0
⎥ ⎥ (2.2)
⎢0 ∂ ∂⎥ ⎣q y ⎦ ⎣u y ⎦ ⎣0 1 ⎦
⎢σ xy ⎥
⎢⎣ ∂y ∂x ⎥⎦ ⎣ ⎦

O equilíbrio na fronteira pode ser expresso através da condição:

Ns = t em Γt (2.3)

⎡ nx ny ⎤ ⎡t x ⎤
onde agora

N=⎢ t=⎢ ⎥
nx ⎥⎦
0
⎣0 ⎣t y ⎦
(2.4)
ny

O formato matricial da relação de elasticidade linear é dado por [36]:

e = fs (2.5)
com:
⎡ε x ⎤
⎢ ⎥
e = ⎢ε y ⎥
⎢γ ⎥
(2.6)

⎣ xy ⎦
Para estados planos de tensão é possível escrever [60],

⎛ ⎡ 1 −υ 0 ⎤⎞ ⎡1 υ ⎤
−1

⎜1 ⎟
f = ⎜ ⎢⎢− υ 0 ⎥⎥ ⎟ = ⎢υ 1 ⎥
0
−1

1−υ2 ⎢ ⎥
E
⎜E⎢ 0 2(1 + υ )⎥⎦ ⎟⎠
1 0 (2.7)
⎝ ⎣ 0 ⎢⎣ 0 0 (1 − υ ) / 2⎥⎦

enquanto que para estados planos de deformação se tem [60]:

6
⎛ ⎡1 − υ − υ 0⎤ ⎞ ⎡1 − υ υ ⎤
−1

⎜1+υ ⎢ ⎥ ⎟ ⎢ ⎥ (2.8)
0
f =⎜ ⎢ −υ 1−υ 0⎥ ⎟ = ×⎢ υ 1−υ
−1

(1 + υ )(1 − 2υ ) ⎥
E
⎜ E ⎢ 0 2⎥⎦ ⎟⎠
0
⎝ ⎣ 0 ⎢⎣ 0 0 (1 − 2υ ) / 2⎥⎦

A equação de compatibilidade no domínio pode ser escrita na forma,

e = D *u (2.9)
onde:
⎡∂ ⎤
⎢ 0⎥
⎢ ∂x ⎥
∂⎥ ⎡u x ⎤
D* = ⎢ 0 u=⎢ ⎥
⎢ ∂y ⎥ ⎣u y ⎦
(2.10)
⎢∂ ∂⎥
⎢ ⎥
⎣⎢ ∂y ∂x ⎦⎥

As condições de compatibilidade na fronteira cinemática são dadas por:


u = u Γ em Γu (2.11)

⎡uΓx ⎤
com:

uΓ = ⎢ ⎥
⎣uΓy ⎦
(2.12)

Nas equações anteriores, os vectores s, e e u reúnem as componentes dos


esforços, das deformações e dos deslocamentos independentes, respectivamente; D
corresponde ao operador diferencial de equilíbrio, e o seu adjunto, D* é o operador
diferencial de compatibilidade. Os vectores b e m listam as forças no domínio e as
componentes de inércia, respectivamente. Considera-se para o problema um
amortecimento proporcional à inércia e ao coeficiente ζ.
No contorno de cada elemento de placa podem estabelecer-se dois conjuntos
distintos de condições de fronteiras: (i) condições de Dirichelet, nas quais se prescreve o
valor dos deslocamentos nas fronteiras designadas por cinemáticas, Γu ; (ii) condições
de Neumann, através das quais se relacionam as forças externas com os esforços ao
longo fronteiras estáticas, Γt.
Os vectores uΓ e t reúnem as componentes dos deslocamentos e esforços
prescritos na fronteira cinemática e na fronteira estática, respectivamente. A matriz N
lista as componentes da normal exterior à fronteira considerada.

7
2.3 Lajes de Reissner-Mindlin (Lajes Espessas)
Considere-se agora o caso das lajes de Reissnner-Mindlin, genericamente
representadas na Figura 2.3. As grandezas físicas envolvidas na caracterização do
comportamento deste tipo de estruturas e as equações que as relacionam podem ser
escritas no mesmo formato genérico [16]. No entanto, essas grandezas e os diferentes
operadores presentes nas equações fundamentais são agora diferentes.

vy
m xy

x vx my x

Gu
b
m xy m xy
m xy + dx
x
mx
V mx
Gs
mx + dx
x
my vx
my + dy vx + dx
y x
y y
m xy
m xy + dy vy
y vy + dy
y

Figura 2.3 –Laje de Reissner-Mindlin.

Os campos de esforços, de deformações, de deslocamentos e as forças actuantes


no domínio podem ser agrupados nos seguintes vectores [14]:
⎧m x ⎫ ⎧χ x ⎫
⎪ ⎪ ⎪χ ⎪
⎪m y ⎪ ⎪ y ⎪ ⎧θ x ⎫ ⎧m1 ⎫
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
s = ⎨mxy ⎬ e = ⎨2 χ xy ⎬ u = ⎨θ y ⎬ b = ⎨m2 ⎬
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪q ⎪
(2.13)

⎪vx ⎪ ⎪γ x ⎪ ⎩w ⎭ ⎩ ⎭
⎪v y ⎪ ⎪⎩γ x ⎪⎭
⎩ ⎭

A matriz com as componentes de inércia mρ [43], e o operador diferencial de


equilíbrio no domínio D, são agora dados por [50]:
⎡∂ ∂ ⎤
⎢ ∂x −1 0⎥
⎡I 0 0⎤ ⎢ ∂y ⎥
0
∂ ∂
mρ = ρ ⎢⎢0 I 0 ⎥⎥ D=⎢0 − 1⎥
⎢ ∂y ∂x ⎥
0 (2.14)
⎢⎣0 0 A⎥⎦ ⎢ ∂ ∂⎥
⎢0 ⎥
⎣⎢ ∂x ∂y ⎥⎦
0 0

O operador diferencial de compatibilidade D*, e a matriz de flexibilidade


infinitesimal f [54], são dados por:

8
⎡∂ ⎤
⎢ ∂x 0 0⎥
⎢ ⎥ ⎡ 1 −υ ⎤
∂ ⎢− υ 1 ⎥
⎢0 0⎥
0 0 0

⎢ ∂y ⎥ ⎢ 0 0 0 ⎥
⎢∂ ∂ ⎥ ⎢ + υ ⎥
D* = ⎢ 0⎥ f = 3⎢ (1 + υ )h ⎥ (2.15)
0 0 2 (1 ) 0 0
∂ ∂
12
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
2

∂ ⎢ Φ ⎥
y x Eh
⎢1 ⎥
0 0 0 0
⎢ + υ ⎥
6
⎢ ∂x ⎥
⎢ 6Φ ⎥⎦
0 2

⎢ ⎥
(1 ) h
∂ ⎣
0 0 0 0
⎢0 ⎥
⎣ ∂y ⎦
1

A matriz com as componentes da normal unitária exterior à fronteira, N, e os


vectores que reúnem as forças prescritas ao longo da fronteira estática t, e os
deslocamentos impostos na fronteira cinemática uΓ, são dados por [61];

⎡n x 0⎤ ⎧m n ⎫ ⎧θ n ⎫
⎢ ⎥ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
0 ny 0
N =⎢0 0⎥ t = ⎨ mt ⎬ uΓ = ⎨θ t ⎬
⎢0 n y ⎥⎦ ⎪v ⎪ ⎪w ⎪
ny nx 0 (2.16)
⎣ 0 0 nx ⎩ t ⎭ ⎩ ⎭

Nas definições anteriores, θx{y} representa a rotação ao longo de x{y}, γx{y} a


distorção no plano (x,z){(y,z)}, χx{y} a curvatura de flexão ao longo de x{y}, χxy a
curvatura de torção, mx{y} o momento flector ao longo de x{y} e mxy, o momento torsor.
As características geométricas da matriz de massa [43] são: I = h 3 / 12 e A = h , onde h
representa a altura da laje. As propriedades mecânicas do material são definidas através
da densidade de massa , do módulo de elasticidade E, do coeficiente de poisson υ e do
coeficiente de corte reduzido Φ.

2.4 Pórticos Planos


Finalmente, considere-se agora o caso dos Pórticos Planos, tipo de estrutura
representado genericamente na Figura 2.4. De novo, o mesmo formato geral pode ser
utilizado para denotar as grandezas físicas envolvidas na caracterização do
comportamento deste tipo de estruturas e as equações que as relacionam.

9
b

Gs
Gu e Gs
V

Gu

Figura 2.4 – Pórtico plano.

Os campos de esforços, de deformações, de deslocamentos e as forças actuantes


no domínio podem ser agrupados nos seguintes vectores:

⎧M ⎫ ⎧χ ⎫ ⎧ w⎫ ⎧p⎫
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
s = ⎨N ⎬ e = ⎨ε ⎬ u = ⎨u ⎬ b = ⎨q ⎬
⎪V ⎪ ⎪γ ⎪ ⎪θ ⎪ ⎪m ⎪
(2.17)
⎩ ⎭ ⎩ ⎭ ⎩ ⎭ ⎩ ⎭

A matriz com as componentes de inércia mρ [57], e o operador diferencial de


equilíbrio no domínio D, são agora dados por:
⎡ d⎤
⎢0 dx ⎥
⎡A 0⎤
⎢ ⎥
0

mρ = ρ ⎢⎢ 0 A 0⎥⎥
0
D=⎢0 0⎥
d
⎢ ⎥
(2.18)
⎢⎣ 0 0 I ⎥⎦ ⎢d − 1⎥⎥
dx

⎢⎣ dx 0

O operador diferencial de compatibilidade D*, e a matriz de flexibilidade


infinitesimal f, são dados por:

⎡ d⎤ ⎡1 ⎤
⎢0 dx ⎥ ⎢ EI 0 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
0 0

D* = ⎢ 0 0⎥ f =⎢ 0 0 ⎥
d 1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
(2.19)
⎢d ⎢ 1 ⎥
1 ⎥⎥
dx EA

⎢⎣ dx ⎢0 GAc ⎥⎦
⎦ ⎣
0 0

A matriz com as componentes da normal exterior à fronteira N, e os vectores que


reúnem as forças prescritas ao longo da fronteira estática t, e os deslocamentos impostos
na fronteira cinemática uΓ, são dados por;

10
⎡0 0 − 1⎤ ⎡0 0 1 ⎤ ⎧ F1 ⎫ ⎧ F4 ⎫ ⎧ w⎫
⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪⎪ ⎪⎪
N i = ⎢⎢ 0 − 1 0 ⎥⎥ N f = ⎢⎢0 1 0⎥⎥ t i = ⎨ F2 ⎬ t f = ⎨ F5 ⎬ uΓ = ⎨u ⎬ (2.20)
⎢⎣− 1 0 0 ⎥⎦ ⎢⎣1 0 0⎥⎦ ⎪F ⎪ ⎪F ⎪ ⎪ ⎪
⎩ 3⎭ ⎩ 6⎭ ⎪⎩θ ⎪⎭

Como o eixo da barra pode rodar em torno do plano, é necessário projectar as


forças com as mesmas direcções dos deslocamentos independentes.

F6
x
q F5
q
u
p F4
F3 w
a
m
F2
F1
Figura 2.5 – Elemento Viga.

De acordo com a Figura 2.4, é possível escrever:

NTs = t em Γt (2.21)
com,
⎡cos(α ) - sen(α ) 0⎤
T = ⎢⎢sen(α ) cos(α ) 0⎥⎥ (2.22)
⎢⎣ 0 0 1⎥⎦

Nas definições anteriores, (M,N,V) representam o momento flector, o esforço


normal e o esforço transverso ao longo da barra e (w,u,θ) o deslocamento transversal, o
deslocamento longitudinal e a rotação ao longo da barra. Também ao longo da barra são
definidas as componentes de deformação associadas a cada um dos esforços: curvatura,
extensão e deformação por corte (χ,ε,γ). O vector b tem como componentes o
carregamento transversal, o carregamento longitudinal e momento distribuído ao longo
do eixo da barra. As características geométricas da matriz de massa são a inércia da
secção I, e a área da secção A. Define-se como inércia de translação ou massa a
grandeza A e como inércia de rotação ou momento de inércia ao movimento a
grandeza I [57]. As propriedades mecânicas do material são definidas através da
densidade de massa , do módulo de elasticidade E, do coeficiente de poisson υ e da
área de corte reduzida Ac.

11
12
“When Incompatible Elements Were Introduced in 1971, Mathematics
Professor Strang of MIT Stated
- In Berkeley, Two Wrongs Make a Right -”

CAPÍTULO 3 - Modelos de Elementos Finitos

3.1 Grandezas a Aproximar


A formulação híbrida-mista de tensão (HMT) de elementos finitos utilizada
neste trabalho considera duas aproximações distintas e independentes para o campo de
esforços e para o campo de deslocamentos no domínio, expressas por:
s = SX
uV = UV qV
(3.1)

As matrizes S e UV reúnem as funções de aproximação no domínio. Os vectores


X e qV listam os pesos das funções de aproximação, os quais constituem as incógnitas do
problema. A estas funções impõe-se apenas, como única restrição, formarem uma base
completa e serem integráveis no domínio. No anexo A apresenta-se a definição das
matrizes S e UV e dos vectores X e qV para cada um dos tipos de estrutura analisado,
vigas, placas e lajes espessas.

Na fronteira estática (a qual inclui também as fronteiras entre elementos), é


também aproximado de forma independente o campo de deslocamentos. Tem-se então,
u Γ = U Γ qΓ (3.2)

A matriz UΓ lista as funções de aproximação e o vector qΓ os pesos


correspondentes. No Anexo A encontra-se a definição da matriz UΓ e do vector qΓ para
cada um dos tipos de estrutura considerados.

13
3.2 Sistema Governativo
Recorrendo ao método de Galerkin e utilizando como funções de peso as
funções de aproximação do campo dos deslocamentos no domínio, a equação de
equilíbrio dinâmico (2.1) é imposta ponderadamente na seguinte forma [34]:

∫UV ( Ds + b − 2 m ρ ζ − m ρ 2 )dV =0
t du d 2u
(3.3)
dt dt

∫ UV Ds dV − ∫ UV 2 m ρ ζ dV − ∫ UVt m ρ 2 dV = − ∫ UVt bdV


t t du d 2u
(3.4)
dt dt

∫ U V DS dVX −∫ U V 2 m ρ ζ U V dV − ∫ U Vt m ρ U V dV = − ∫ U Vt bdV
t t t dqV d 2 qV
2
(3.5)
dt dt
A equação de equilíbrio dinâmico no domínio pode ser reescrita na forma,

AVt X − C × − M × 2v = −QV ,
dqV d 2q
(3.6)
dt dt

AVt = ∫ UVt DS dV
com
(3.7)

C = ∫ UVt 2 m ρ ζ UV dV (3.8)

M = ∫ UVt m ρUV dV (3.9)

QV = ∫ UVt bdV (3.10)

As equações de equilíbrio na fronteira estática no modelo HMT resultam da

∫U
imposição ponderada da condição (2.3). Pode escrever-se [10]:

Γ
t
( Ns − t )dΓσ = 0 (3.11)

∫U Γ Ns dΓσ = ∫ U Γt t dΓσ
t
(3.12)

∫U Γ ( NS )dΓσ X = ∫ U Γt t dΓσ
t
(3.13)

A equação (3.13) pode ser escrita na forma:


AΓt X = QΓ (3.14)

AΓt = ∫ U Γt ( NS )dΓσ
com
(3.15)

QΓ = ∫ U Γt t dΓσ (3.16)

∫ S (e − fs)dV = 0
A imposição ponderada da relação de elasticidade (2.5) permite obter [10]:
t
(3.17)

14
∫ S e dV = ∫ S fs dV
t t
(3.18)

∫ S e dV = ∫ S f S dV X
t t
(3.19)

A equação de elasticidade no modelo discreto pode ser apresentada no seguinte


formato:
Ee = FX (3.20)

Ee = ∫ S t e dV
com

F = ∫ S t f S dV
(3.21)
(3.22)

As equações de compatibilidade no modelo HMT são obtidas a partir da

∫ S (e − D * u)dV = 0
imposição ponderada da condição (2.9). Obtêm-se [10]:
t
(3.23)

∫ S e dV = ∫ S D * u dV
t t
(3.24)

∫ S e dV =−1∫4( DS ) u dV + ∫ ( NS ) u dΓσ + ∫ ( NS ) u dΓ
A utilização do teorema da divergência permite escrever:
t t t t
u (3.25)

∫ S D*u dV
44444442444444443
t

Substituindo em (3.25) as aproximações para o campo de deslocamentos no


domínio e na fronteira (3.1) e (3.2) e tendo em conta as condições de fronteira

∫ S e dV = −∫ ( DS ) U dVqV + ∫ ( NS )t U Γ dΓσ qΓ + ∫ ( NS )t u dΓu


cinemática obtém-se:
t t
(3.26)
Γ
V

Tendo em conta as definições (3.7), (3.15), (3.21) e (3.26) é por fim possível
escrever:
E e = − AV qV + AΓ q Γ + u Γ (3.27)

u Γ = ∫ ( NS )t u dΓu
com
(3.28)
Γ

O sistema governativo elementar resulta da combinação das condições de


equilíbrio, (3.6) e (3.14), das relações de elasticidade, (3.20) e das condições de
compatibilidade, (3.27). Obtêm-se desta forma:

15
⎧ dX ⎫ ⎧d 2 X ⎫
⎪ ⎪ ⎪ dt2 ⎪
⎡ F − AΓ AV ⎤ ⎧ X ⎫ ⎡0 0 0 ⎤ ⎪ dt ⎪ ⎡0 0 0 ⎤ ⎪ 2 ⎪ ⎧ uΓ ⎫
⎢− At ⎪ ⎪ ⎪ dq ⎪ ⎪d q ⎪ ⎪ ⎪
⎢ Γ 0 ⎥⎥ × ⎨qΓ ⎬ − ⎢⎢0 0 0 ⎥⎥ × ⎨ Γ ⎬ − ⎢⎢0 0 0 ⎥⎥ × ⎨ 2Γ ⎬ = ⎨− QΓ ⎬ (3.29)
0 ⎥⎦ ⎪⎩qV ⎪⎭ ⎢⎣0 0 C⎥⎦ ⎪
dt ⎪
⎢⎣0 0 M ⎥⎦ ⎪ 2 ⎪ ⎪⎩− QV ⎪⎭
0
⎢⎣ AV
⎪ dqV ⎪ ⎪ d qV ⎪
t dt
0
⎪ dt ⎪ ⎪ 2 ⎪
⎩ ⎭ ⎩ dt ⎭
O sistema governativo global tem uma estrutura muito semelhante ao do sistema
governativo elementar e resulta de um processo de espalhamento directo, apresentado
de forma detalhada no Anexo A. A ligação entre elementos é efectuada através da
imposição de uma mesma aproximação para o campo de deslocamentos na fronteira
comum a esses elementos.
Para se obter um sistema de equações com um formato idêntico ao que é obtido
com recurso à formulação clássica do método dos elementos finitos, pode efectuar-se
uma condensação matricial do sistema governativo. Para tal, escreve-se primeiro o
sistema governativo (3.29) na forma:
⎡d X ⎤ ⎡d2 X ⎤
⎡F A⎤ ⎡ X ⎤ ⎡0 0 ⎤ ⎢ dt ⎥ ⎡0 0 ⎤ ⎢ dt 2 ⎥ ⎡ Q ⎤
⎢ t ⎥×⎢ ⎥ − ⎢ ⎥×⎢ ⎥−⎢ ⎥×⎢ 2 ⎥ = ⎢ ⎥
⎣A 0 ⎦ ⎣qV ⎦ ⎣0 C ⎦ ⎢ dqV ⎥ ⎣0 M ⎦ ⎢ d qV ⎥ ⎣− QV ⎦
(3.30)

⎣⎢ dt ⎦⎥ ⎢⎣ dt 2 ⎦⎥
com
⎡ F − AΓ ⎤ ⎡A ⎤ ⎡ uΓ ⎤ ⎡ X⎤
F=⎢ t A=⎢ V⎥ Q=⎢ ⎥ X =⎢ ⎥
⎣− AΓ 0 ⎥⎦ ⎣0⎦ ⎣− QΓ ⎦ ⎣ qΓ ⎦
(3.31)

É então possível obter:

⎧F X + AqV = Q ⎧ X = F −1 Q − F −1 Aq
⎪ ⎪
⎨ t ⇔ ⎨ t −1
V

⎪A X − C −M = − ⎪ − − − = −
−1
dqV 2
d qV d 2 qV (3.32)

dqV

QV A ( F Q F Aq ) C M Q
dt dt 2 V
dt dt 2
V

O formato condensado do sistema governativo global vem então dado por:

⇔ [M ]× ⎨ 2V ⎬ + [C ]× ⎨ V ⎬ + [K ]× {qV } = {Q(t )}
⎧ d 2q ⎫ ⎧ dq ⎫
⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(3.33)

com:

[K ] = At F −1 A e {Q(t )} = QV + A F
t −1
Q (3.34)

Esta equação é formalmente idêntica à dos EF convencionais ou, seja é possível


usar os mesmos algoritmos para efectuar uma análise modal e integração ao longo do
tempo. Em todo caso o seu significado físico é completamente diferente, isto porque as

16
incógnitas qV são apenas pesos das funções aproximação, sem qualquer significado
físico imediato em relação ao elemento finito.

17
18
“Force Equilibrium is Fundamental in the Dynamic Analysis of Structures”
[62]

CAPÍTULO 4 - Análise Dinâmica


4.1 Introdução

Neste capítulo apresentam-se as duas técnicas que permitem efectuar a análise


dinâmica de uma estrutura utilizando uma modelação com elementos finitos híbridos-
mistos de tensão.
A primeira corresponde a uma análise com sobreposição modal e a segunda uma
análise com integração ao longo do tempo, para a qual foi adoptado o método de
Newmark.

4.2 Análise Modal

Para calcular as frequências e os modos de vibração, é necessário considerar que


a estrutura se encontra em regime livre não-amortecido. Assim sendo, a equação de
equilíbrio dinâmico no modelo discreto (3.6) fica:

AVt X − M =0
d 2 qV
(4.1)
dt 2
Considerando que o movimento da estrutura em regime livre é harmónico, a
solução da equação pode ser escrita na forma [22],
qVn = qˆVn sen( pnt + φn ) (4.2)

Tendo em conta (4.2), é possível rescrever o sistema (3.33) onde a parcela


dependente do tempo é agora eliminada das equações que regem o problema. Obtém-se:
( K − pn M )qˆVn = 0
2
(4.3)

19
Esta corresponde à clássica equação de análise modal. As frequências e os
modos de vibração da estrutura correspondem aos valores e vectores próprios da matriz
definida em (4.3). A sua determinação passa pela resolução da equação característica:
det( K − pn M ) = 0
2
(4.4)

4.3 Análise com Sobreposição Modal

O objectivo subjacente a uma análise dinâmica com sobreposição modal [20] é


transformar um problema definido no espaço e no tempo, num problema que seja
independente do tempo. Caso se efectue uma sobreposição modal para obter a resposta
estrutural, é necessário primeiro calcular as frequências e os modos de vibração em
regime elástico.

Depois de determinados os modos de vibração, efectua-se a seguinte

{qˆVn }
normalização:

{Φ Vn } =
{qˆVn }t × [M ]× {qˆVn }
(4.5)

Considera-se que os deslocamentos generalizados no domínio podem ser


expressos como combinação linear dos modos de vibração. É então possível escrever
[20]:

{qV (t )} = ∑ zVn (t ){ΦVn }


k
(4.6)
n =1

{qV (t )} = [ΦV ]{zV (t )}


Em linguagem matricial fica:
(4.7)

Onde na matriz ΦV se agrupam em colunas os vectores correspondentes a cada


um dos modos de vibração normalizados. No vector zV agrupam-se os pesos dessa
combinação, denominados habitualmente por coordenadas naturais.
Substituindo (4.7) em (3.33) obtêm-se:

[M ]× [ΦV ]× ⎧⎨ dzV ⎫
2 ⎬
+ [C ]× [ΦV ]× ⎨ V ⎬ + [K ]× [ΦV ]× {zV } = {Q(t )}
⎧ dz ⎫
2

⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.8)

Pré-multiplicando a equação (4.8) pela transposta do n-ésimo modo de vibração


e tendo em conta as condições de ortogonalidade para todos os operadores matriciais, é
possível escrever:

20
⎧ d 2 zVn ⎫
⎬ + K n {zVn } = Qn
⎧ dzVn ⎫
⎨ 2 ⎬ + Cn ⎨
⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.9)

C n = {Φ Vn } × [C ] × {Φ Vn } K n = {Φ Vn } × [K ] × {Φ Vn } Qn = {Φ Vn } {Q(t )} (4.10)
com
t t t

A equação (4.9) pode ainda ser escrita no formato:

+ 2 ξ n pn Vn + pn2 zVn = Qn
d 2 zVn dz
2
(4.11)
dt dt
Onde ξn corresponde ao factor de amortecimento e pn é a frequência associada ao

Qn = {ΦVn } × {Q(t )} = {ΦVn } × {Q0 }sin( wt )


modo de vibração n. Considera-se que o carregamento é harmónico, ou seja:
t t
(4.12)

A resolução da equação diferencial (4.11) envolve duas parcelas: a solução


particular que é a solução em regime forçado (regime permanente), e a solução
homogénea que é a solução da estrutura a vibrar em regime livre (regime transitório)
[20].
zVn (t ) = e −ξ pn t ( An sin( p nd t ) + Bn cos( p nd t )) + C n sin( wt ) + Dn cos( wt ) (4.13)
14444442444444 3 1444 424444 3
Regime transitór io Regime permanente

sendo:

p nd = p n (1 − ξ n2 ) (4.14)

Substituindo a solução particular na equação diferencial chega-se à conclusão


que [20]:
⎧ 1 − ( w / pn ) 2
= ×
⎪ n p 2 (1 − ( w / p ) 2 ) 2 + (2 ξ w / p ) 2
Q0 n

C

⎪D = 0n × − ξ
n n n
(4.15)

⎪⎩ n pn2 (1 − ( w / pn ) 2 ) 2 + (2 ξ w / pn ) 2
Q 2 w / p n

Considerando as condições iniciais zn (0) = 0 e = 0 , deduz-se que [3,4]:


dzn (0)
dt
⎧ Bn = − Dn

⎨ ( Bn pnξ − Cn w)
⎪ An =
(4.16)
⎩ pnd

No final a resposta é obtida por sobreposição de todas as respostas modais, tendo


em conta a definição (4.6).

21
O campo de deslocamentos no domínio pode ser determinado tendo em conta as
aproximações definidas em (3.1):
uV (t ) = UV qV (t ) (4.17)

O valor do campo dos esforços serão determinados através da primeira das


equações definidas em (3.1) e tendo em conta o valor obtido para os esforços
independentes através da primeira das equações no sistema (3.32).

4.4 Análise com Integração ao longo do Tempo


Para resolver a equação (3.33) é também possível optar por uma integração ao
longo do tempo. Existem várias técnicas que o permitem efectuar [22]. Estas são regra
geral catalogadas em duas grandes categorias, os métodos explícitos e os métodos
implícitos [22].
Nos métodos explícitos os valores de campo de deslocamentos num dado
instante podem ser expressos em função do valor que essa mesma grandeza e as suas
derivadas tomam em instantes anteriores. Este facto simplifica o algoritmo a adoptar.
No entanto, a convergência dos métodos explícitos não é garantida à partida,
dependendo regra geral da dimensão do incremento de tempo associado à análise. Foi
no decorrer deste trabalho testado o Método das Diferenças Finitas e não se conseguiu
em geral assegurar a convergência.
Para evitar problemas de convergência, utiliza-se neste trabalho um dos métodos
implícitos mais populares; o método de Newmark [22].
Considera-se o instante de tempo (n+1). A equação (3.33) vem expressa na
seguinte forma [5]:

[M ]× ⎧⎨ d q2V ⎫⎬ + [C ]× ⎨ V ⎬
⎧ dq ⎫
+ [K ]× {qV } = {Q(tn +1 )}
n +1 n +1
n +1
2

⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.18)

O ponto de partida para o desenvolvimento do método de Newmark passa por


assumir que:

⎧ dqV ⎫ Δt ⎡ ⎧ d 2 qV ⎫ ⎧ d 2 qV ⎫ ⎤
{qV } = {qV } + Δt ⎨
n +1

⎬ + ⎢(1 − 2 β )⎨ 2 ⎬ + 2 β ⎨ 2 ⎬ ⎥
n
n +1
n 2

⎩ dt ⎭ 2 ⎢ ⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭ ⎥⎦
n


(4.19)

⎧ dqV ⎫
n +1
⎧ dqV ⎫ ⎡ ⎧ d 2 qV ⎫ ⎧ d 2 qV ⎫ ⎤
n +1

⎨ ⎬ =⎨ ⎬ + Δt ⎢(1 − γ )⎨ 2 ⎬ + γ ⎨ 2 ⎬ ⎥
n n

⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭ ⎢⎣ ⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭ ⎥⎦
(4.20)

Para simplificar as equações, considera-se agora que:

22
⎧ 2 ⎫
{q~V }n +1 = {qV }n + Δt ⎧⎨ dqV ⎫⎬ + Δt (1 − 2β )⎨ d q2V ⎬
n 2 n

⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.21)
2

⎧ dq~V ⎫ ⎧ dqV ⎫ ⎧ d 2 qV ⎫
n +1

⎨ ⎬ =⎨ ⎬ + Δt (1 − γ )⎨ 2 ⎬
n n

⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.22)

Tendo em conta (4.21) e (4.22), é possível rescrever (4.19) e (4.20) da seguinte


forma:

⎧ 2 ⎫
{qV } = {q~V }n +1 + Δt 2 β ⎨ d q2V ⎬
n +1
n +1

⎩ dt ⎭
(4.23)

⎧ dqV ⎫ ⎧ dq~V ⎫ ⎧ d 2 qV ⎫
n +1 n +1 n +1

⎨ ⎬ =⎨ ⎬ + γΔt ⎨ 2 ⎬
⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭ ⎩ dt ⎭
(4.24)

( )
Trabalhando as equações (4.23) e (4.24) é possível obter:

⎧ d 2 qV ⎫
{qV }n +1 − {q~V }n +1
n +1

⎨ 2 ⎬ =
βΔt
1
⎩ dt ⎭
(4.25)

( )
2

γ
⎧ dqV ⎫
{q } − {qV } + ⎨ ⎬ ⎧ dq~V ⎫
n +1 n +1

⎨ ⎬ =
n +1 n +1

⎩ dt ⎭ βΔt V ⎩ dt ⎭
~ (4.26)

( ) ( )
Substituindo as definições (4.25) e (4.26) na equação (4.18) obtém-se:

[M ]× {qV }n+1 −{q~V }n+1 + [C]× γ {qV }n+1 − {q~V }n+1


βΔt βΔt
1
2

+ [C]× ⎨ ⎬ + [K]×{qV } = {Q(tn+1 )}


⎧dq~V ⎫
n+1 (4.27)
n+1

⎩ dt ⎭

{ }
ou ainda:
⎛ 1
⎜⎜ [M ] + γ [C ] + [K ]⎞⎟⎟ × {qV }n +1 = Q~(tn +1 )
⎝ βΔt βΔt ⎠
2
(4.28)

{ }
com:

Q (tn+1 ) = {Q (tn+1 )} + [M ]× {qV } + [C ]× {qV } − [C ]× ⎨ ⎬ (4.29)


γ ⎧ dq~V ⎫
n +1
n +1 n +1

β Δt 2 β Δt
~ 1
⎩ dt ⎭
~ ~

A equação (4.28) permite determinar o valor dos deslocamentos de domínio


generalizados no instante de tempo n+1. Salienta-se que neste sistema de equações,
para o cálculo do termo independente, definido por (4.29), são apenas necessárias
grandezas definidas em passos anteriores.

23
Os parâmetros e γ definem a variação da aceleração ao longo do passo de
tempo e condicionam a estabilidade e precisão do método. Estabilidade incondicional é
garantida se se utilizar [22].
2β ≥ γ ≥ 1 / 2 (4.30)

Para valores de γ superiores a 1/2, é aconselhável a utilização da expressão


(4.31) qual permite maximizar a dissipação dos conteúdos de alta frequência.

1⎛ 1⎞
β = ⎜γ + ⎟
2

4⎝ 2⎠
(4.31)

Por outro lado, de acordo com [20], para que o método de Newmark seja estável,
é necessário que o passo do tempo seja inferior a:

Δt < ×
Tn 1
π 2 γ − 2β
(4.32)

Quando se considera γ=1/2 e =1/4 a equação (4.32) permite escrever que


Δt<∞, o que significa que este método é estável para esta gama de valores.
Uma vez determinado o valor dos deslocamentos generalizados do domínio num
determinado instante n+1, {qV}n+1, o valor do campo de deslocamentos no domínio é

{uV (t i )} = [U V ]× {qV (t i )}
calculado tendo em conta as aproximações definidas em (3.1).
(4.33)

Os campos de esforços são determinados através da primeira das equações (3.1)


e tendo em conta os valores obtidos para os esforços independentes através da utilização
da primeira das equações no sistema (3.32).

4.5 Amortecimento de Rayleigh


A forma clássica de determinar o amortecimento duma estrutura com vários
graus de liberdade é através da consideração da hipótese de Rayleigh. Esta admite que a
matriz de amortecimento é uma combinação linear das matrizes de massa e de rigidez.
De acordo com [20], esta simplificação é admissível visto ser possível diagonalizar a
matriz de massa e rigidez. Escreve-se então:
C = a1M + a2 K (4.34)

Torna-se necessário determinar o valor a adoptar para os parâmetros a1 e a2.


Para cada um dos graus de liberdade da análise modal, é possível escrever:
Cn = a1M n + a2 K n (4.35)

24
C n = {Φ Vn } × [C ] × {Φ Vn } K n = {Φ Vn } × [K ] × {Φ Vn } Qn = {Φ Vn } {Q (t )}
com
t t t
(4.36)

Tendo em conta que ξ n =


Cn
, é possível escrever (4.36) na forma:
2 pn M n
2 M n pnξ n = a1M n + a2 × pn2 M n (4.37)

pelo que se obtém:


1 ⎛ a1 ⎞
ξ n = ⎜⎜ + a2 × pn ⎟⎟
2 ⎝ pn ⎠
(4.38)

No caso de amortecimento ser idêntico para todos os modos de vibração pode


escrever-se:

1⎛ a ⎞
ξ = ⎜⎜ 1 + a2 × pn ⎟⎟
2 ⎝ pn ⎠
(4.39)

O gráfico desta função encontra-se representado na Figura 4.1.


xn

xn=a1/(2pn ) +a2 pn/2


x xn=a2 pn/2

xn=a1/(2pn )

pi pj pn

Figura 4.1 – Gráfico do amortecimento de Rayleigh.

Para dois valores de frequência diferentes, pi e pj, é possível escrever:


⎡1 ⎤
⎧ξi ⎫ 1 ⎢ pi
pi ⎥
⎧a ⎫
⎨ ⎬= ⎢ 1 ⎥⎨ 1 ⎬
⎩ξ j ⎭ 2 ⎢ p j ⎥ ⎩ a2 ⎭
(4.40)
⎢⎣ p j ⎥⎦

Invertendo a equação anterior obtém-se:


⎡ p − pi ⎤
⎧a1 ⎫ pi p j ⎢ j ⎧ξ ⎫
⎨ ⎬=2 2 1 ⎥⎨ i ⎬
⎩a2 ⎭ p j − pi2 ⎢− ⎥ ξ
pi ⎦⎥ ⎩ j ⎭
1 (4.41)
⎣⎢ p j

25
Ao assumir de novo um amortecimento idêntico para todos os modos de
vibração vem:

⎪a1 = ξ p + p
2 pi p j


i j

⎪a = ξ
(4.42)


2
⎩ pi + p j
2

26
“Bruce Irons, in 1968, Revolutionized the Finite Element
Method by Introducing a Natural Coordinate Reference System” [62]

CAPÍTULO 5 - Exemplos

Os exemplos que se apresentam nesta secção têm por finalidade validar o


modelo proposto e aferir a sua eficácia numérica.
Num primeiro conjunto de testes, são determinadas frequências, modos de
vibração e respostas dinâmicas com sobreposição modal para várias estruturas. São
considerados os seguintes casos de estudo: determinação dos modos de vibração de um
pórtico recto e de um pórtico inclinado, cálculo da resposta dinâmica do pórtico recto,
identificação dos modos de vibração duma laje rectangular simplesmente apoiada,
determinação da resposta dinâmica duma laje irregular e ainda o cálculo modos de
vibração duma placa em consola. Os resultados são comparados com valores teóricos e
com valores numéricos obtidos com recurso a modelações com elementos finitos
convencionais. É avaliado o desempenho dos processos de refinamento p- (aumento do
grau dos polinómios de Legendre utilizados nas aproximações sem alteração do número
de elementos da malha) e de refinamento h- (aumento do número de elementos
mantendo inalterado o grau de aproximação). Depois, é estudada a sensibilidade do
modelo HMT à distorção da malha e aos fenómenos de locking.
Num segundo bloco de exemplos apresentam-se várias análises com integração
ao longo do tempo. Nestes casos, a validação do modelo é efectuada através da
comparação dos resultados obtidos com os que são fornecidos por modelos clássicos de
elementos finitos. Utilizam-se para este efeito os seguintes casos de estudo: um pórtico
rectangular com uma carga pontual harmónica, uma carga rolante que atravessa uma
laje simplesmente apoiada em 3 lados e uma placa submetida a uma carga pontual
harmónica. No caso da modelação com elementos finitos convencionais utilizou-se

27
sempre o programa comercial SAP2000 [55]. Para modelar pórticos planos utilizou-se o
tipo de elemento denotado por “Frame With Shear”, para a modelação de lajes
utilizaram-se elementos do tipo “DSE” e na análise de placas foi considerado o
elemento tipo “Q4 with DDF” [62]. Para os HMT foram desenvolvidos de raiz 3
programas de cálculo automático, para a análise estática e dinâmica linear de pórticos,
placas e lajes. Estes programas foram implementados no ambiente MATLAB [45].

5.1 Recuperação da Matriz de Rigidez no Elemento Viga


Pretende-se com este exemplo mostrar usando o Mathematica [9] que os
modelos HMT podem permitir a obtenção de soluções equilibradas desde que se efectue
uma escolha apropriada para os graus das funções envolvidas na aproximação dos
campos estáticos e cinemáticos.
Considera-se uma aproximação com monómios até ao 2º grau para os campos de
esforços e uma aproximação com monómios de grau igual ou inferior a 1 para os
campos de deslocamentos no domínio.
Pretende-se demonstrar que se se construir a forma condensada do sistema
governativo se consegue recuperar a matriz de rigidez do método dos deslocamentos.
Utiliza-se neste caso apenas a “parcela” estática do sistema governativo (3.29).

⎡ F − AΓ ⎤ ⎧ X ⎫ ⎧ u Γ ⎫
⎢ At ⎪ ⎪ ⎪ ⎪
0 ⎥⎥ × ⎨qV ⎬ = ⎨− QV ⎬
AV
⎢ V
0 ⎦⎥ ⎪⎩q Γ ⎪⎭ ⎪⎩− QΓ ⎪⎭
0
⎣⎢− AΓ
t
0

Para se obter um sistema de equações no formato habitual dos elementos finitos


convencionais, vai efectuar-se uma nova condensação matricial do sistema governativo.
Para tal, considera-se:
⎡F A⎤ ⎡ X ⎤ ⎡ Q ⎤
⎢ t ⎥×⎢ ⎥ = ⎢ ⎥
⎣A 0 ⎦ ⎣qΓ ⎦ ⎣− QΓ ⎦

⎡ uΓ ⎤
com:
⎡ F AV ⎤
F=⎢ t Q=⎢ ⎥
⎣ AV 0 ⎥⎦ ⎣− QV ⎦
⎡− A ⎤ ⎡ X⎤
A = ⎢ Γ⎥ X =⎢ ⎥
⎣ 0 ⎦ ⎣ qV ⎦
É possível escrever:

28
⎧⎪ F X + AqΓ = Q ⎧⎪ X = F −1 Q − F −1 Aq
⎨ t ⇔ ⎨ t −1 Γ

⎪⎩ A X = −QΓ ⎪⎩ A ( F Q − F AqΓ ) = −QΓ


−1

[K ]× {qΓ } = {Q}
O sistema condensado resulta na forma:

com:

[K ] = A F A e {Q} = QΓ + A F Q
t −1 t −1

q
q3 q6

q2 q5 x
q1 q4
Figura 5.1 – Viga bi-encastrada.

Considere-se a viga representada na Figura 5.1. Para o problema em questão, a


aproximação para os campos de esforços pode ser expressa na forma:
⎡ X 1M ⎤
⎢ M⎥
⎢X2 ⎥
⎢X M ⎥
⎢ 3 ⎥
⎡1 x x 2 0 0 0 0 0 0 ⎤ ⎢ X 1 ⎥
⎢ ⎥
[s] = ⎢⎢0 0 0 1 x x 2 0 0 0 ⎥⎥ × ⎢ X 2N ⎥
N

⎢0 0 0 0 0 0 1 x x 2 ⎥ ⎢ X N ⎥
⎣144444424444443⎦ ⎢ 3 ⎥
⎢X V ⎥
⎢ 1 ⎥
S

⎢ X 2V ⎥
⎢ V ⎥
X 3 ⎦⎥
⎣⎢123
X
Para que não existam dependências no sistema governativo, utiliza-se um grau
inferior para os monómios envolvidos na definição da aproximação dos deslocamentos
no domínio. Tem-se:

29
⎡qVw1 ⎤
⎢ w ⎥
⎢qV 2 ⎥
⎡1 x 0 0 0 0 ⎤ ⎢ u ⎥
[uV ] = ⎢⎢0 0 1 x 0 0 ⎥⎥ × ⎢⎢ Vu 1 ⎥⎥
q

⎢⎣0 0 0 0 1 x ⎥⎦ ⎢ V 2 ⎥
q
144424443 ⎢qθ ⎥
⎢ θ ⎥
V1

⎣q2
V2⎦
UV

1 3
qV

Na aproximação do campo de deslocamentos na fronteira tem-se:

⎡1 0 0 0 0 0⎤ ⎡ qΓ1 ⎤
⎢0
⎢ 1 0 0 0 0⎥⎥ ⎢⎢qΓ 2 ⎥⎥
⎢0 0 1 0 0 0⎥ ⎢ q Γ 3 ⎥
[u Γ ] = ⎢ ⎥×⎢ ⎥
⎢0 0 0 1 0 0⎥ ⎢ q Γ 4 ⎥
⎢0 0 0 0 1 0⎥ ⎢ q Γ 5 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣⎢0 0 0 0 0 1⎦⎥ ⎣⎢ q Γ 6 ⎦⎥

Tendo em conta (3.22), a matriz de flexibilidade generalizada F é dada por:

F = ∫ S t f S dV = ∫ S t ( x) f S ( x)dx
L

0
ou seja,

⎡ L ⎤
⎢ EI 0 ⎥
L2 L3
⎢ 2 ⎥
0 0 0 0 0
2 EI 3EI
⎢ L 0 ⎥
L3 L4
⎢ 2 EI ⎥
0 0 0 0 0
⎢ L3 ⎥
3EI 4 EI
⎢ 0 ⎥
L4 L5
⎢ 3EI ⎥
0 0 0 0 0

⎢ 0 0 ⎥
4 EI 5 EI

⎢ ⎥
L L2 L3
0 0 0 0
⎢ ⎥
EA 2 EA 3EA
F =⎢ 0 0 ⎥
L2 L3 L4
⎢ ⎥
0 0 0 0
⎢ ⎥
2 EA 3EA 4 EA

⎢ 0 0 ⎥
L3 L4 L5
0 0 0 0
⎢ L3 ⎥
3EA 4 EA 5 EA
⎢ 0 ⎥
L L2
⎢ 3EAc ⎥
0 0 0 0 0
⎢ L4 ⎥
EAc 2 EAc

⎢ 0 ⎥
L2 L3
⎢ 4 EAc ⎥
0 0 0 0 0
⎢ L5 ⎥
2 EAc 3EAc

⎢ 0 ⎥
L3 L4
⎣ 5EAc ⎦
0 0 0 0 0
3EAc 4 EAc

30
De acordo com (3.7), o operador de compatibilidade no domínio resulta:

AVt = ∫ UVt DS dV = ∫ UVt ( x) DS ( x)dx


L

0
V

⎡0 ⎤
⎢ ⎥
0 0 0 0 0
⎢0 ⎥
L2
⎢ ⎥
0 0 0 L
2
⎢0 2 L3 ⎥
⎢ ⎥
0 0 0 L2
⎢0 ⎥
3
⎢ ⎥
0 0 0 0 0
⎢0 0 ⎥
L2

AV = ⎢ ⎥
0 L 0

⎢0 0 ⎥
2
2 L3
⎢ ⎥
0 L2 0
⎢ 2⎥
3
⎢0 −L − ⎥
L
⎢ 2⎥
0 0 0

⎢L − −
L3 ⎥
⎢ 3⎥
L2 L2
0 0
⎢ 2 L4 ⎥
2 2
⎢L − − ⎥
2 L3 L3
⎣ 4⎦
0 0
3 3

Aplicando a definição (3.15), obtém-se os seguinte operador de compatibilidade

AΓt = ∫ U Γt ( NS )dΓ
na fronteira:

⎡ 0 0 −1 0 1⎤
⎢0 0 L ⎥⎥
0
⎢ 0 0 0
⎢0 0 L2 ⎥
⎢ ⎥
0 0 0
⎢ 0 −1 0 0 0⎥
AΓ = ⎢ 0 0 0⎥
1

⎢ ⎥
0 0 L
⎢0 0 0⎥
⎢− 1 0 0⎥
0 0 L2

⎢ ⎥
0 1 0
⎢0 0 0⎥
⎢0 0 0 ⎥⎦
0 L 0
⎣ 0 L2 0

Como referido anteriormente as matrizes F e A são dadas por:

31
⎡ L ⎤
⎢ 0 ⎥
L2 L3
⎢ EI2 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 EI 3EI
⎢ L L3 L4 L2 ⎥
⎢ 2 EI 2 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 L
⎢ L3 2 L3 ⎥
3EI 4 EI
⎢ ⎥
L4 L5
⎢ 3EI 3 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 L2

⎢ 0 0 ⎥
4 EI 5 EI

⎢ ⎥
L L2 L3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ ⎥
EA 2 EA 3EA
⎢ 0 0 ⎥
L2 L3 L4 L2

⎢ ⎥
0 0 0 0 0 0 0 L 0
⎢ ⎥
2 EA 3EA 4 EA 2

⎢ 0 0 ⎥
L3 L4 L5 2 L3
0 0 0 0 0 0 0 L2 0
⎢ L2 ⎥
3EA 4 EA 5 EA 3
⎢ 0 −L − ⎥
2 3
L L L
F = ⎢⎢
2⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0

L3 ⎥
EAc 2 EAc 3EAc
⎢ 0 − − ⎥
L2 L3 L4 L2 L2
⎢ 3⎥
0 0 0 0 0 L 0 0
⎢ L4 ⎥
2 EAc 3EAc 4 EAc 2 2

⎢ 0 − − ⎥
L3 L4 L5 2 L3 L3
⎢ 4⎥
0 0 0 0 0 L2 0 0

⎢ 0 0 ⎥
3EAc 4 EAc 5 EAc 3 3

⎢ ⎥
0 0 0 0 0 0 L L2 0 0 0 0 0
⎢ 0 0 ⎥
L2 2 L3
⎢ ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 3
⎢ 0 0 ⎥
2

⎢ 0 0 ⎥
0 0 0 L L 0 0 0 0 0 0 0 0

⎢ ⎥
L2 2 L3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ ⎥
2 3
⎢ 0 −L − − 0 ⎥
L2 L3
⎢ ⎥
L L2 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ ⎥
2 3

⎢⎣ 0 − − − 0 ⎥
L2 2 L3 L2 L3 L4

0 0 0 0 0 0 0 0
2 3 2 3 4

⎡0 0 −1 0 1⎤
⎢0 L ⎥⎥
0
⎢ 0 0 0 0
⎢0 L2 ⎥
⎢ ⎥
0 0 0 0
⎢ 0 −1 0 0 0⎥
⎢0 0⎥
1

⎢ ⎥
0 0 0 L
⎢0 0⎥
⎢− 1 0 0⎥
0 0 0 L2

⎢ ⎥
0 1 0
A=⎢ 0 0⎥
⎢0 0⎥
0 0 L 0

⎢ ⎥
0 0 L2 0
⎢0 0⎥
⎢ ⎥
0 0 0 0
⎢0 0 0 0 0 0⎥
⎢0 0⎥
⎢ ⎥
0 0 0 0
⎢0 0⎥
⎢0 0⎥
0 0 0 0

⎢ ⎥
0 0 0 0
⎣⎢ 0 0 0 0 0 0 ⎦⎥

32
Caso se considere uma carga uniformemente distribuída no domínio, os vectores
que listam as cargas generalizadas no domínio e na fronteira, são dados por:
⎡ Lp ⎤
⎢ 2 ⎥ ⎡ F1 ⎤
⎢ L p⎥ ⎢F ⎥
⎢2 ⎥ ⎢ 2⎥
⎢ Lq ⎥ ⎢ F3 ⎥
QV = ⎢ 2 ⎥ QΓ = ⎢ ⎥
⎢L ⎥ ⎢ F4 ⎥
⎢ q⎥ ⎢F ⎥
⎢2 ⎥ ⎢ 5⎥
⎢0 ⎥ ⎢⎣ F6 ⎥⎦
⎢0 ⎥
⎣ ⎦
Não havendo assentamentos de apoio, o vector eΓ é nulo. Deste modo, o vector
Q vem:

⎡ 0 ⎤
⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ 0 ⎥
Q=⎢
0 ⎥
⎢ ⎥
⎢ − Lp ⎥
⎢ L2 ⎥
⎢− p⎥
⎢ 2 ⎥
⎢ − Lq ⎥
⎢ L2 ⎥
⎢− q ⎥
⎢ 2 ⎥
⎢ 0 ⎥
⎢⎣ 0 ⎥⎦

O sistema generalizado condensado vem dado por:

33
⎡ ⎤
⎢ L(12 EI + GA L2 ) − − − ⎥
12 EIGAc 6 EIGAc 12 EIGAc 6 EIGAc
12 EI + GAc L2 L(12 EI + GAc L2 ) 12 EI + GAc L2
0 0
⎢ ⎥
⎢ − ⎥
c

⎢ ⎥
EA EA
0 0 0 0
⎢ 3EIGAc ⎥
L L
⎢ − 12 EI + GA L2 + − +
L 12 EI + GAc L2 ⎥⎥
6 EIGAc EI 3EIGAc 6 EIGAc EI
L 12 EI + GAc L2 12 EI + GAc L2
K =⎢
0 0

⎢− ⎥
c

⎢ L(12 EI + GAc L2 ) ⎥
12 EIGAc 6 EIGAc 12 EIGAc 6 EIGAc
12 EI + GAc L2 L(12 EI + GAc L2 ) 12 EI + GAc L2
0 0
⎢ ⎥
⎢ − ⎥
EA EA
⎢ ⎥
0 0 0 0
⎢ − 6 EIGAc ⎥
L L

⎢ 12 EI + GA L2 − + + 2 ⎥
EI 3EIGAc 6 EIGAc EI 3EIGAc
⎣ L 12 EI + GAc L2 12 EI + GAc L2 L 12 EI + GAc L ⎦
0 0
c

Admitindo que a flexibilidade por corte é desprezável ( GAc → +∞ ), esta matriz


pode ser escrita na forma:
⎡ 12 EI 6 EI ⎤
⎢ L3 − − −
L2 ⎥
6 EI 12 EI
0 0
⎢ ⎥
L2 L3
⎢ 0 − 0 ⎥
EA EA
⎢ ⎥
0 0
⎢ − 6 EI 2 EI ⎥
L L

⎢ L ⎥
4 EI 6 EI
K =⎢ L
0 0
6 EI ⎥
2
L L2
⎢− 3 ⎥
12 EI 6 EI 12 EI
⎢ L L2 ⎥
0 0
L2 L3
⎢ 0 − 0 ⎥

EA EA

0 0
⎢ 6 EI 4 EI ⎥
L L
⎢⎣ − L2 L ⎥⎦
2 EI 6 EI
0 0
L L2
Reconhece-se de imediato a matriz de rigidez elementar habitual do método dos
deslocamentos. O vector de forças aplicadas no sistema condensado é dado por:
⎡ Lp ⎤
⎢ F1 + 2 ⎥
⎢ Lq ⎥
⎢ F2 + ⎥
⎢ 2 ⎥
⎢ L2 p ⎥

⎢ 3 12 ⎥
Q=⎢
F
Lp ⎥
⎢ F4 + ⎥
⎢ 2 ⎥
⎢ F + Lq ⎥
⎢ 5 2 ⎥
⎢ L2 p ⎥
⎢ F6 + ⎥
⎣ 12 ⎦
No vector Q reconhecem-se as forças nodais equivalentes habituais no Método
dos deslocamentos.

34
Com isto se conclui que para o referido grau do monómio é possível obter uma
solução equilibrada usando modelos HMT. Em o todo caso, não se consegue uma boa
aproximação para o campo de deslocamentos, isto porque a aproximação foi linear o
que é muito diferente da solução real que é do 4º grau.

5.2 Frequências e Modos de Vibração dum Pórtico

Neste exemplo pretende-se testar o cálculo de frequências próprias e modos de


vibração de pórticos usando os modelos HMT. Considerou-se nesta análise o pórtico
representado na Figura 5.2. Também aí se indicam as propriedades geométricas e
mecânicas consideradas na análise.
3
m=200 ton/m

E=30 GPa
A=1,0 m2
3
m=2,5 ton/m I=0,0833 m4
u=0,2
9m

F=5/6

4m

Figura 5.2 – Pórtico Recto.

Para validar o modelo podia ter-se usado a equação da elastodinâmica sem


deformação por corte [20], para obter uma solução teórica exacta:

∂ 2u ∂ 2 ⎡ ∂ 2u ⎤
m( x ) 2 + 2 ⎢ EI ( x) ∂x 2 ⎥ = q ( x, t )
∂t ∂x ⎣ ⎦
(5.1)

No entanto, esta teoria não tem em conta a inércia de rotação do elemento


infinitesimal e esta inércia é tida em conta nos modelos HMT. Esta característica tende
a ser importante para modos de vibração superiores, onde o erro em relação às fórmulas
teóricas da elastodinâmica tende a aumentar progressivamente.
Os elementos finitos convencionais implementados no programa comercial
SAP2000 foram deduzidos com a equação (5.1) e consideram deformabilidade por corte
[62]. Assim sendo, para comparar e validar resultados, teve de se considerar a inércia de
rotação nula no programa que implementa os modelos HMT. Para validar os resultados

35
obtidos para frequências e modos de vibração, considerou-se uma malha de elementos
finitos convencionais com um total de 298 graus de liberdade.
Trabalhos anteriores [10] permitiram verificar que os monómios conduzem a
sistemas de equações mal condicionados. Isto deve-se ao facto dos monómios ficarem
bastante semelhantes para 0<x<1 quando se aumenta o grau, criando assim uma função
de aproximação muito parecida com as anteriores, tal como se ilustra na Figura 5.3.

Figura 5.3 – Gráfico dos monómios.

Este facto leva a que o sistema governativo global resulte muito mal
condicionado, o que não é de todo aconselhável de um ponto de vista de estabilidade
numérica. Sendo assim, nos exemplos que se apresentam daqui para a frente apenas se
consideram polinómios ortonormais de Legendre como funções de aproximação.
Na análise do exemplo apresentado ma Figura 5.2 usou-se uma discretização que
considera apenas um elemento finito por barra. Na aproximação dos esforços (M,N,V)
consideraram-se polinómios de grau igual ou inferior a 13. Para evitar o aparecimento
de modos espúrios no sistema governativo, utilizaram-se polinómios de Legendre de
grau igual ou inferior a 12 para a aproximação dos campos de deslocamentos (w,u,θ). A
escolha deste grau elevado tem por finalidade permitir o cálculo preciso dos primeiros
12 modos de vibração Esta discretização engloba um total de 250 graus de liberdade
(gdl).
Apresentam-se na Figura 5.4 as deformadas correspondentes aos 12 primeiros
modos de vibração.

36
Figura 5.4 – Modos de vibração calculado com os modelos HMT do pórtico recto.

Na Figura 5.4 lista-se ainda o valor das frequências para cada um dos modos de
vibração. Na Figura 5.5 apresentam-se os 12 primeiros modos e frequências de vibração
obtidos através da utilização do programa de cálculo comercial SAP2000.

37
1º modo de vibração 1,0872 (f[s^-1]) 2º modo de vibração 9,5364 (f[s^-1]) 3º modo de vibração 21,113 (f[s^-1])

4º modo de vibração 25,149 (f[s^-1]) 5º modo de vibração 33,971 (f[s^-1]) 6º modo de vibração 38,979 (f[s^-1])

7º modo de vibração 48,317 (f[s^-1]) 8º modo de vibração 60,167 (f[s^-1]) 9º modo de vibração 80,401 (f[s^-1])

10º modo de vibração 88,8 (f[s^-1]) 11º modo de vibração 95,838 (f[s^-1]) 12º modo de vibração 100,87 (f[s^-1])

Figura 5.5 – Frequências e Modos de Vibração obtidos com EF convencionais.

Como se pode observar através da análise das Figuras 5.4 e 5.5 tanto as
frequências como os modos de vibração são bastante semelhantes.
Uma das vantagens do modelo HMT desenvolvido é a de poder contabilizar a
inércia de rotação da barra, e a deformabilidade por corte, podendo assim obedecer à
equação da viga de Timoshenko [20].
Admitindo inércia e massa constante, EI=EI(x), m=m(x) pode escrever-se:
∂ 2u ∂ 4u 2⎛ E ⎞ ∂ 4u m 2 r 2 ∂ 4u
+ − ⎜ + ⎟ 2 2 + = q ( x, t )
∂t 2 ∂x 4 ⎝ ΦG ⎠ ∂x ∂t ΦGA ∂t 4
m EI mr 1 (5.2)

Para aferir a importância da inércia de rotação, considere-se agora a análise do


pórtico representado na Figura 5.6.

38
m=200 ton/m3

E=30 GPa
A=1,0 m2
m=2,5 ton/m 3 I=0,0833 m4
u=0,2
9m

F=5/6
m=2,5 ton/m3

9m 4m

Figura 5.6 – Pórtico Inclinado.

Utilizou-se no modelo HMT uma discretização com polinómios de Legendre de


grau 50 para os esforços e grau 49 para os campos de deslocamentos no domínio. Cada
barra foi sub-dividida apenas num elemento finito. Esta discretização envolve um total
de 918 gdl. Para efectuar a comparação utilizou-se um modelo de EF convencionais
com 480 graus de liberdade, mas sem inércia de rotação. Tendo em conta o elevado
grau dos polinómios de Legendre no modelo HMT, é passível considerar que este
providencia uma solução próxima da exacta para os modos de vibração associados às
frequências mais baixas.

Figura 5.7 – Modos de vibração calculado com os modelos HMT do pórtico inclinado.

39
Na Figura 5.7 apresentam-se os primeiros 12 modos de vibração e as
correspondentes frequências obtidas com o modelo HMT considerando inércia de
rotação. No Quadro 5.1 apresentam-se para os primeiros modos de vibração as
frequências obtidas com EF convencionais não considerando inércia de rotação. Lista-se
ainda o erro relativo associado.

FREQUENCIAS DE VIBRAÇÃO [s^-1]


Modos HMT EF Convencionais Erro %
1 0,3386 0,3386 0,01%
2 2,8412 2,8565 0,54%
3 11,0995 11,2480 1,34%
4 16,0050 16,2170 1,32%
5 24,5694 24,9470 1,54%
6 29,6540 30,7310 3,63%
7 41,9762 43,0490 2,56%
8 46,5282 46,5710 0,09%
9 55,6673 58,8380 5,70%
10 66,3670 67,3670 1,51%
11 75,4225 79,9250 5,97%
12 83,7009 86,1770 2,96%

Quadro 5.1 – Comparação dos períodos de vibração.

Verifica-se que as frequências de vibração dos primeiros modos não são


praticamente afectadas pela consideração da inércia de rotação. De acordo com [20], a
consideração da inércia de rotação tende a reduzir a frequência própria isto porque
aumenta a massa, tal como é verificado neste exemplo. No entanto, à medida que o
valor da frequência aumenta, maior se torna a influência dessa inércia de rotação.

40
5.3 Análise do Movimento Forçado de um Pórtico Plano

Analisa-se nesta secção o pórtico representado na Figura 5.9. Considera-se


aplicada no nó B uma carga horizontal harmónica. As características deste carregamento
e as propriedades geométricas e mecânicas das barras do pórtico encontram-se listadas
também na Figura 5.9. Este problema é resolvido com uma análise de sobreposição
modal.
Considera-se uma discretização com apenas 1 elemento finito por barra. Na
aproximação de esforços consideram-se polinómios de grau 3 e na aproximação de
deslocamentos polinómios de grau 2. Usou-se neste caso uma discretização mais baixa
isto porque o factor de participação de modos superiores era muito baixo. Esta
discretização envolve um total de 70 gdl.

3
m=200 ton/m
Q B C
E=30 GPa
A=1,0 m2
3
m=2,5 ton/m I=0,0833 m4
u=0,2
9m

w=55 rad/s

x=20%
Q=9000 kN

A D F=5/6

4m

Figura 5.9 – Pórtico recto forçado harmonicamente.

Figura 5.10 – Gráfico do deslocamento horizontal em B.

41
Figura 5.11 – Gráfico do esforço axial em A.

Para validar o modelo foi usado o mesmo programa comercial, o SAP2000.


Considerou-se para o efeito uma discretização com um total de 73 gdl.
Na Figura 5.10 encontra-se representada a variação do deslocamento horizontal
em B ao longo do tempo, obtida com o modelo HMT e com o modelo de EF
convencionais. Na Figura 5.11 encontra-se representada a variação do esforço axial no
ponto A ao longo do tempo.
Devido ao baixo grau usado na aproximação dos deslocamentos no modelo de
HMT, verifica-se que os deslocamentos em alguns picos não coincidem com os dos EF
convencionais. No entanto, é possível verificar que os resultados fornecidos pelos dois
modelos são praticamente coincidentes.

5.4 Frequências e Modos de Vibração duma Laje


Considera-se uma laje rectangular (12m x 6m) simplesmente apoiada e com as
características indicadas na Figura 5.12.

(0,6) (12,6)
E=30 GPa

F=5/6
h=0,05 m

u=0,2 3
m=2,5 ton/m
(0,0) (12,0)

Figura 5.12 – Laje simplesmente apoiada.

42
Utiliza-se inicialmente uma discretização com apenas 1 elemento finito.
Consideram-se polinómios de Legendre de grau 12 para aproximação dos campos de
momentos (mx,my,mxy) e polinómios de grau 11 para a aproximação dos campos de
esforços transversos, (vx,vy). Para evitar o aparecimento de dependências no sistema de
equações, utilizaram-se polinómios de grau 11 na aproximação das rotações (θx,θy) e
polinómios de grau 10 na modelação do campo de deslocamentos transversais, (w). Esta
discretização envolve um total de 1252 gdl. Apresenta-se na Figura 5.13 a configuração
deformada e frequência associada aos 6 primeiros modos de vibração.

1º modo de vibração f =2,7828 [1/s] 2º modo de vibração f =4,4522 [1/s]

3º modo de vibração f =7,2339 [1/s] 4º modo de vibração f =9,4586 [1/s]

5º modo de vibração f =11,1268 [1/s] 6º modo de vibração f =11,1271 [1/s]

Figura 5.13 – Modos de vibração da laje simplesmente apoiada usando HMT.

43
As deformadas dos modos de vibração foram confirmadas com as fórmulas
teóricas apresentadas em [38], as quais são dadas por:

⎛ nπx ⎞ ⎛ mπy ⎞
wnm ( x, y ) = Asen⎜⎜ ⎟⎟sen⎜ ⎟
⎜ ⎟
⎝ Lx ⎠ ⎝ Ly ⎠
(5.3)

A expressão analítica que permite calcular as frequências de vibração duma laje


rectangular simplesmente apoiada é dada por [38]:

pnm = π 2 × ( + 2 )× D=
n2 m2 Eh 3
ρ×h 12 × (1 − υ 2 )
D
2
(5.4)
a b

Para poder comparar a fórmula teórica com os resultados fornecidos pelo


modelo HMT, foi necessário aumentar a rigidez de corte e desprezar a inércia de
rotação. Isto porque estas não foram tidas em conta na dedução da respectiva equação.
Verifica-se que tanto as deformadas como os valores das frequências dos
modelos HMT da Figura 5.13, são praticamente coincidentes com os respectivos valores
teóricos.

Começou por se efectuar um teste ao refinamento tipo p- , utilizando apenas um


elemento finito e fazendo variar o grau das funções de aproximação.
Apresentam-se no Quadro 5.2 as características de todas as discretizações
envolvidas na análise do refinamento tipo p-. No gráfico da Figura 5.14 apresenta-se o
valor do erro relativo calculado para a frequência associada a cada um dos 12 primeiros
modos de vibração. Verifica-se que o aumento do grau das funções de aproximação
conduz a uma maior precisão no cálculo dos valores das frequências.

Discretização tipo p - Grau de aproximação


Esforços
1 EF [164 gdl] 1 EF [244 gdl] 1 EF [340 gdl] 1 EF [580 gdl] 1 EF [884 gdl] 1 EF [1252 gdl]
mx 4 5 6 8 10 12
my 4 5 6 8 10 12
mxy 4 5 6 8 10 12
vx 3 4 5 7 9 11
vy 3 4 5 7 9 11

Quadro 5.2 – Definição das discretização utilizadas na análise do refinamento tipo p-.

44
Figura 5.14 – Erros em relação aos valores teóricos.

Visto o modelo não ser equilibrado nem compatível, não é possível concluir se
os valores dos períodos de vibração são majorantes ou minorantes.

Efectua-se a seguir um teste ao refinamento tipo h- . Considera-se agora sempre


o mesmo grau de aproximação e faz-se variar o número de elementos finitos na malha
considerada.

No Quadro 5.3 listam-se as características de todas as discretizações envolvidas


na análise do refinamento tipo h-.

Discretização tipo h - Grau de aproximação


Esforços
1 EF [164 gdl] 2 EF [331 gdl] 4 EF [668 gdl] 16 EF [2696 gdl]
mx 4 4 4 4
my 4 4 4 4
mxy 4 4 4 4
vx 3 3 3 3
vy 3 3 3 3

Quadro 5.3 – Definição da discretização utilizadas na análise do refinamento tipo h-.

No gráfico da Figura 5.15 apresenta-se o valor do erro relativo calculado para a


frequência associada a cada um dos 12 primeiros modos de vibração. Verifica-se que o
aumento do número de elementos na malha conduz a uma maior precisão no cálculo dos
valores das frequências.

45
Figura 5.15 – Erros em relação aos valores teóricos.

Efectua-se agora uma comparação da precisão obtida no cálculo das frequências


da estrutura com diferentes discretizações do tipo p- e tipo h-. Verifica-se que para um
conjunto de discretizações envolvendo um número semelhante de graus de liberdade, a
que conduz a uma melhor solução é a que corresponde à utilização de um grau mais
elevado para as funções de aproximação. Para ilustrar este facto, foram consideradas
malhas com 4 e 16 elementos finitos, mas onde se considerou um grau de aproximação
inferior ao utilizado nas discretizações com apenas um elemento.

Discretização tipo p vs tipo h - Grau de aproximação


Esforços
1 EF [1252 gdl] 4 EF [1380 gdl] 16 EF [1976 gdl] 2 EF distorcido [1456 gdl]
mx 12 6 3 9
my 12 6 3 9
mxy 12 6 3 9
vx 11 5 3 8
vy 11 5 3 8

Quadro 5.4 – Definição das discretizações utilizadas.

No Quadro 5.4 definem-se, para cada uma das discretizações consideradas, os


graus das aproximações para os campos de momentos e para os campos de esforços
transversos. Os graus de aproximação para os campos de rotações{deslocamentos
transversais} (quer no domínio quer ao longo da fronteira estática) são inferiores em
uma unidade aos das funções consideradas na aproximação dos campos de
momentos{esforços transversos}. No Quadro 5.4 apresenta-se também o número total
de graus de liberdade associado a cada discretização.

46
Na Figura 5.17 apresentam-se os erros, calculados em relação ao valor teórico, o
qual pode ser calculado através da definição (5.4). A análise desta figura permite
verificar que a solução obtida com a discretização envolvendo apenas um elemento mas
considerado polinómios de grau 12{11} para a aproximação dos campos de momentos
{esforços transversos} é a que está associada a um menor erro na determinação das
frequências mais baixas da estrutura.
Para ilustrar a insensibilidade do modelo HMT à distorção da malha, foi
considerada a discretização com dois elementos finitos que se encontra representada na
Figura 5.16. Adoptaram-se os graus de liberdade indicados na Quadro 5.4, os quais são
semelhantes aos que foram considerados na malha com apenas um elemento finito.

Figura 5.16 – Teste com malha distorcida.

Da análise dos resultados apresentados no Figura 5.17 é possível concluir que,


mesmo com distorção importante na malha, os resultados obtidos para as primeiras seis
frequências continuam a ser bastante precisos. Em todo caso, se usa-se um grau
bastantes inferior no modelo distorcido o erro tenderia a aumentar.

Figura 5.17 – Erros em relação aos valores teóricos.

47
5.5 Locking no HMT
Ao contrário do que acontece com os elementos finitos de deslocamento, nos
modelos HMT o fenómeno do locking não ocorre. Para explicar este facto, basta ter em
conta a forma utilizada na dedução dos sistemas governativos. Enquanto que nos EF
convencionais se tem em conta a rigidez ( K flexão + K corte )q = Q [8], nos HMT depois de

se efectuar a condensação matricial utiliza-se a flexibilidade ( F flexão + Fcorte ) −1 qV = Q .

Quando nos EF convencionais K corte >> K flexão a rigidez de corte absorve a parcela da

rigidez de flexão e o sistema governativo entra em erro numérico locking. Nos modelos
HMT este fenómeno não acontece, porque Fcorte << Fflexão , o que evita o aparecimento

deste fenómeno.
Alguns autores [40] justificam que o locking não ocorre nos HMT doutra forma.
O referido artigo demonstra que caso se efectue uma integração reduzida da
componente da rigidez de corte nos EF convencionais, passamos a ter uma formulação
mista indirectamente. Assim sendo a razão para a qual o HMT não sofre do locking é
porque este é um elemento misto, onde não existe relação directa entre a aproximação
do campo de esforço transverso e a aproximação do campo das distorções no domínio.
Para ilustrar a não ocorrência deste efeito, varia-se a espessura da laje e
determina-se para cada caso o quociente entre o valor das frequências teóricas e o valor
das frequências determinadas numericamente.

Rácio =
p ( teórico)
(5.5)
p (numérico)

Utiliza-se para este efeito o valor analítico determinado para as frequências de


lajes finas. É de esperar que os valores dos rácios determinados desta forma tendam
para a unidade à medida que a espessura da laje vai diminuindo. Esse é precisamente o
efeito que se recupera, tal como se encontra ilustrado nos gráficos apresentados na
Figura 5.18. Neste estudo foram considerados o 1º e 8º modo de vibração de forma a
ilustrar que o fenómeno de locking também não afecta modos associados a frequências
mais elevadas.
Para executar este teste foi utilizada a laje rectangular simplesmente apoiada do
exemplo 5.4.

48
Figura 5.18 – Rácio das frequências em função da esbelteza da laje.

5.6 Análise do Movimento Forçado de uma Laje


Para ilustrar a aplicação dos modelos HMT na determinação da resposta
estrutural a movimentos forçados, considerou-se a laje representada na Figura 5.19. Esta
laje possui apenas bordos simplesmente apoiados. Considerou-se aplicado um conjunto
de cargas uniformemente distribuídas harmónicas. As características deste carregamento
e as propriedades geométricas e mecânicas dos elementos de laje encontram-se
representados na Figura 5.19. A análise é efectuada com sobreposição modal.
Considera-se uma malha com 3 elementos finitos, tal como representado na Figura 5.20.
Na aproximação dos campos de esforços utilizaram-se polinómios de grau 3 e na
modelação de campo de deslocamentos utilizaram-se polinómios de grau 2. Usou-se
neste caso uma discretização mais baixa isto porque o factor de participação de modos
superiores era muito baixo. Esta discretização envolve um total de 375 gdl.

(0,12) (6,12) (12,12)

E=30 GPa
h=0,3 m
F=5/6
3

u=0,2
(0,6)
m=2,5 ton/m
(6,6) (12,6)
w=5p rad/s
q=10 kN/m2
x=8%

(0,0) (6,0)

Figura 5.19 – Laje em forma de L.

49
(0,12) (6,12) (12,12)

2º E.F. 3º E.F.

(0,6)
(6,6) (12,6)

1º E.F.

(0,0) (6,0)

Figura 5.20 – Discretização utilizada na análise de laje em forma de L.

Apresenta-se na Figura 5.21 a evolução do valor do deslocamento vertical no


ponto de coordenadas (3m,3m). A resposta apresenta claramente um regime transitório e
um regime permanente.
Esta solução foi comparada com a que foi obtida com recurso ao programa
comercial de elementos finitos convencionais [55] onde as 3 primeiras frequências de
vibração tinham os respectivos valores f1=1,02s-1, f2=2,46s-1, f1=3,15s-1. Neste caso
considerou-se uma discretização com 962 gdl.

Figura 5.21 – Deslocamento vertical da laje em L no ponto (3m,3m).

Apresenta-se ainda na Figura 5.22 a resposta estrutural no ponto (3m,3m) para o


esforço mxy. A análise das Figuras 5.21.e 5.22. permite verificar que as soluções obtidas
com os dois modelos são praticamente coincidentes.

50
Figura 5.22 – Momento torsor da laje em L no ponto (3m,3m).

5.7 Frequências e Modos de Vibração de uma Placa

Nesta secção ilustram-se as potencialidades dos modelos HMT na determinação


de frequências e modos de vibração em problemas de estados planos de tensão. Para
este efeito, considere-se o caso da placa representada na Figura 5.23.

(0,6 ) ( 12,6)

E=30 GPa

u=0,2
h =0,05 m
3
m=2,5 ton/m

(0,0 ) ( 12,0)

Figura 5.23 – Placa em consola.

Foi usado apenas um elemento finito na discretização da estrutura. Na


aproximação do campo de tensões (σx, σy, σxy) foram utilizados polinómios de Legendre
de grau 8. Para evitar o aparecimento de dependências no sistema governativo,
consideram-se polinómios de grau 7 na aproximação dos campos de deslocamentos no
domínio e na fronteira. Esta discretização envolve um total de 419 gdl.
A mesma placa foi analisada com recurso ao programa de EF clássicos
SAP2000. Foi neste caso considerada uma malha com 2541 gdl. Usou um grau elevado
no SAP2000 para apanhar a mesma gama de valores das frequências dos HMT

51
Apresentam-se na Figura 5.24 os 6 primeiros modos de vibração e as respectivas
frequências obtidas com o modelo HMT. Na Figura 5.25 apresentam-se os resultados
obtidos com os EF convencionais.

20,07009 (f[s^-1]) 72,30405 (f[s^-1])

77,59057 (f[s^-1]) 163,02254 (f[s^-1])

210,67195 (f[s^-1]) 213,81112 (f[s^-1])

Figura 5.24 – Modos de vibração e frequências da placa em consola usando modelos


HMT.

52
20,078709 (f[s^-1]) 72,3118 (f[s^-1])

77,5975 (f[s^-1]) 162,9460 (f[s^-1])

210,5706 (f[s^-1]) 213,6752 (f[s^-1])

Figura 5.25 – Modos de vibração e frequências da placa em consola usando um modelo


de EF convencionais.

Mais uma vez é possível verificar a qualidade da solução que se consegue obter
com os modelos HMT, mesmo utilizando um número de graus de liberdade
significativamente inferior ao que é considerado nos modelos de EF convencionais.

5.8 Análise com Integração ao longo do Tempo numa Laje


Usando a mesma laje do exemplo 5.6, calculou-se a resposta estrutural usando
uma análise com integração ao longo do tempo. O amortecimento considerado foi o de
Rayleigh, e depois de corridos alguns testes verificou-se que a resposta estrutural mais
correcta era obtida quando na determinação dos parâmetros a1 e a2 se consideram as
duas frequências mais baixas para p1 e p2.

53
A discretização adoptada é a mesma da secção 5.6. Na aplicação do método de
Newmark considerou-se que γ=0,5 e =0,25 o que significa aceleração constante em
cada passo no tempo. Considerou-se um intervalo de tempo de 0,01s.
Apresenta-se na Figura 5.26 a variação ao longo do tempo do deslocamento
vertical no ponto de coordenada (3m,3m).

Figura 5.26 – Deslocamento vertical da laje em L no ponto de coordenadas (3m,3m).

Comparando o gráfico da Figura 5.26 com o que foi apresentado na Figura 5.21,
conclui-se que a análise com integração ao longo do tempo permite obter excelentes
resultados para a resposta estrutural da laje.
Exactamente como na análise com sobreposição modal, pode observar-se no
gráfico um regime transitório dos 0 aos 6 segundos e um regime praticamente
permanente a partir dos 6 segundos.

5.9 Análise do Efeito de uma Carga Rolante numa Laje


Neste exemplo pretende-se estudar a eficiência dos modelos HMT na modelação
do efeito de cargas pontuais dinâmicas. Foi considerada uma laje simplesmente apoiada
em apenas 3 bordos, com a geometria e propriedades apresentadas na Figura 5.27

54
(0,6) (12,6) E=30 GPa
h=0,05 m
F=5/6
3

u=0,2
m=2,5 ton/m

x =8%
Q=100 kN

(0,0) (12,0)

Q=100 kN
v [m/s]

Figura 5.27 – Carga rolante numa laje.

Na discretização foi usado apenas um elemento finito e polinómios de Legendre


de grau 6 para aproximar os campos de momentos (mx,my,mxy) e de grau 5 para a
aproximação dos campos de esforços transversos (vx,vy). Para evitar o aparecimento de
dependências no sistema governativo, considerou-se grau 5 para a aproximação das
rotações (θx,θy) e grau 4 para a aproximação dos deslocamentos tranversais (w) . Usou-
se para a determinação de a1 e a2 os valores das duas frequências de vibração de valor
mais baixo, onde as 3 primeiras frequências de vibração tinham os respectivos valores
f1=0,95s-1, f2=2,69s-1, f1=4,27s-1. Considerou-se um intervalo de tempo de 0,01s.

Visto estar a considerar-se uma carga pontual teve de se alterar o código do


modelo HMT. Deste modo, modificou-se o integral que define o operador QV por forma
a incluir o efeito de uma carga pontual na posição ( xi (t ) → ξ i (t ) ; yi (t ) → ηi (t )) :

QV = ∫ ∫ UVt (ξ ,η ) f (ξ ,η ) J dξdη = UVt (ξi (t ),ηi (t )) × Q


1 1
(5.6)
−1 −1

No gráfico apresentado na Figura 5.28 foi medido o deslocamento vertical no


ponto A de coordenadas (6m,0m), para uma velocidade de deslocamento de carga dada
por v=3m/s. Para que se verifiquem as diferenças nas diferentes respostas (EF
convencionais e HMT), foi dado um atraso à carga aplicada no modelo HMT.
Considerou-se de novo que γ=0,5 e =0,25.

55
Figura 5.28 – Resposta estrutural duma carga rolante no domínio do tempo usando
modelos HMT.

Para validar o modelo HMT, foi usado um programa de EF convencionais


SAP2000 e considerada uma discretização com 2502 graus de liberdade. Visto a
velocidade da carga ser de 3 m/s, esta atravessa a estrutura ao fim de 4 segundos.
Observando os gráficos apresentados na Figura 5.28, verifica-se que a partir deste
instante a laje passa a um movimento livre amortecido.
Apresenta-se na Figura 5.29 a evolução do valor do deslocamento vertical
medido no mesmo ponto, mas considerando valores diferentes para a velocidade da
carga que atravessa a estrutura.

Figura 5.29 – Resposta estrutural da laje para valores diferentes da velocidade da


carga pontual.

Em os todos os gráficos é visível que depois de a carga abandonar a estrutura


esta entra em regime amortecido livre.
56
5.10 Análise de um Movimento Forçado de uma Placa
Nesta secção efectua-se a análise da placa representada na Figura 5.30, a qual se
considera sujeita à aplicação de uma força de massa harmónica. Na discretização foi
usado apenas um elemento finito e polinómios de Legendre de grau 4 para aproximar os
campos de tensões, (σx, σy, σxy). Para assegurar a inexistência de dependências no
sistema governativo, considerou-se uma aproximação de grau 3 para os campos de
deslocamentos, (ux,uy), tanto no domínio quanto na fronteira. Esta discretização
considera um total de 131 gdl .
Calculou-se a resposta da placa para uma carga harmónica uniformemente
distribuída (qx=0,qy=1000kN/m2) usando o modelo HMT. Mediram-se ao longo do
tempo os deslocamentos (ux,uy) no ponto de coordenadas (12m,6m) usando uma análise
com integração ao longo do tempo, com o método de Newmark. Usou-se para a
determinação de a1 e a2 os valores de das duas frequências de vibração de valor mais
baixo. Considerou-se que γ=0,5 e =0,25 e um intervalo de tempo de 0,001s.
Para validar o modelo foi usado um programa de EF convencionais SAP2000
considerando uma discretização com um total de 2541 gdl.

uy
(0,6) (12,6)
ux
E=30 GPa

u=0,2
h=0,05 m
3
m=2,5 ton/m
q=1000 kN/m2
x =8%
y

w=200p rad/s
(0,0) (12,0)

Figura 5.30 – Placa em consola solicitada harmonicamente.

Apresenta-se na Figura 5.31 a evolução do valor do deslocamento vertical no


ponto de coordenadas (12m,6m) ao longo do tempo. Devido ao baixo grau usado na
aproximação dos deslocamentos no modelo de HMT, verifica-se que os deslocamentos
em alguns picos não coincidem com o que é fornecido pela modelação com EF
convencionais.
Na Figura 5.32 apresenta-se a variação ao longo do tempo do deslocamento
horizontal no ponto de coordenadas (12m,6m). Também neste se verifica que alguns
valores do deslocamento no pico não são exactamente coincidentes.

57
Figura 5.31 – Evolução do deslocamento vertical no ponto (12,6m) determinado com
modelo HMT.

Figura 5.32 – Evolução do deslocamento horizontal no ponto (12,6m) determinado com


modelo clássico de EF.

58
“The fundamental physical laws that are the basis of the static and
dynamic analysis of structures are over 100 years old. Therefore, anyone
who believes they have discovered a new fundamental principle of
mechanics is a victim of their own ignorance” [62]

CAPÍTULO 6 - Conclusões
O objectivo deste trabalho consistiu no desenvolvimento e teste de um modelo
híbrido-misto de tensão para a análise dinâmica, tanto com sobreposição modal como
integração ao longo do tempo, de pórticos, de placas e de lajes de Reissner-Mindlin.
Embora utilizando uma formulação não-convencional, o formato condensado do
sistema governativo global obtido apresenta uma estrutura semelhante à que é habitual
nas formulações clássicas do Método dos Elementos Finitos, não obstante o significado
físico dos diferentes operadores e das grandezas generalizadas ser substancialmente
distinto. Esta semelhança possibilita o recurso às metodologias tradicionalmente
utilizadas na realização de análises dinâmicas.
Foram apresentados alguns exemplos numéricos. A qualidade dos resultados
obtidos traduz um bom desempenho do modelo apresentado. As principais conclusões
são as seguintes:
- Os modelos HMT permitem a adopção de processos de refinamento p- e h-
bastante eficazes;
- Sendo possível o refinamento hierárquico sem alteração da malha, podem
utilizar-se na discretização da estrutura macro-elementos de grandes dimensões, o que
simplifica de forma significativa as operações de pós-processamento;
- O uso de monómios como funções aproximação deve ser evitado tendo em
conta que o aumento do respectivo grau conduz geralmente a sistemas de equações mal
condicionados;

59
- A distorção da malha tem pouca influência na qualidade da solução fornecida
pelos modelos HMT, ao contrário do que acontece nos modelos de EF convencionais;
- No caso de lajes espessas o fenómeno do locking não ocorre nos modelos
HMT, ao contrário do que pode suceder nos modelos de EF convencionais.
- Em regime física e geometricamente linear, os operadores estruturais podem
ser determinados analiticamente, sem recurso a quaisquer esquemas de integração
numérica. Este facto deve-se às propriedades dos polinómios de Legendre e permite
assegurar uma elevada eficiência e precisão nos cálculos associados à obtenção do
sistema governativo global;
- No modelo HMT, as discretizações podem conduzir a sistemas com um
número bastante elevado de graus de liberdade. No entanto, como as matrizes são
sempre muito esparsas, o uso de algoritmos especialmente desenhados para o
armazenamento e tratamento de sistemas esparsos de grandes dimensões permite
assegurar a eficácia numérica de todo o processo de cálculo;
- A relação entre os graus dos polinómios utilizados na aproximação dos campos
estáticos e os graus dos polinómios associados à aproximação dos campos cinemáticos
deve ser cuidadosamente estabelecida por forma a evitar o aparecimento de modos
espúrios, os quais se manifestam através da existência de dependências no sistema
governativo global;
- No caso dos elementos de barra, e caso se adopte para a aproximação dos
deslocamentos no domínio polinómios com um grau imediatamente inferior aos dos que
são utilizados na aproximação dos campos de esforços, é possível obter soluções que
satisfaçam localmente todas as condições de equilíbrio;
- Visto o modelo HMT não satisfazer localmente nem as condições de equilíbrio
nem as condições de compatibilidade, nada se pode concluir em relação à minoração ou
majoração das frequências calculadas.

Como trabalhos futuros prevê-se:


- A utilização de outro tipo de funções de aproximação. Especial interesse terá a
aplicação de sistemas de wavelets e séries de Walsh para esse efeito [17];
- Desenvolvimento de modelos HMT para análises fisicamente não lineares
(plasticidade e dano) de estruturas sujeitas à acção de carregamentos cíclicos;
- Inclusão dos efeitos geometricamente não lineares para a determinação de
cargas críticas e de efeitos de 2ª ordem.

60
Anexo A

Sistema Governativo dos Híbridos-Mistos de Tensão


A.1 Pórticos Planos
Definem-se agora as matrizes de aproximação e os operadores estruturais
utilizados na análise de pórticos planos. Primeiro, consideram-se monómios como
funções de aproximação. Repete-se depois o mesmo tipo de informação, mas
considerando polinómios ortonomais de Legendre como funções de aproximação.

a) Monómios

A aproximação para os campos de esforços no domínio é dada através de:


⎡ i ⎤
⎢− − − − − −
⎥ ⎡ X i }nM + 1⎤

⎢ n M +1
− − 0 − ⎥ × ⎢ X j }nN + 1⎥
x 0 0

[s] = ⎢ − 0 − −12
123
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎥ ⎢⎣ X k }nV + 1⎥⎦
j
x3

n N +1

⎢ − − − − − −
123 ⎥ 142
k

⎣144442444V 43⎦
0 0 x 43
n + 1 X

S
com

nM – Grau máximo para a aproximação do campo de momentos flectores M


nN – Grau máximo para a aproximação do campo de esforços axiais N
nV – Grau máximo para a aproximação do campo de esforços transversos V

A aproximação para os campos de deslocamentos no domínio é dada através de:


⎡ i ⎤
⎥ ⎢qV i }n w + 1⎤⎥
⎢− − − − − − ⎥ ⎡

}
⎢ nw +1
x 0 0

[uV ] = ⎢ − 0 − −12
123
− − 0 − ⎥ × ⎢qV j nu + 1⎥
⎢ ⎥ ⎢
⎥ ⎣qV k }nθ + 1⎥⎦
j
x3

nu +1

⎢ − − − − − −
123 ⎥ 14243
k

⎣144442444 nθ +1 ⎦
0 0 x
qV
43
UV

com

nw – Grau máximo para aproximação do campo de deslocamentos transversais w


nu – Grau máximo para aproximação do campo de deslocamentos longitudinais u
n – Grau máximo para aproximação do campo de rotações θ

A aproximação para os campos de deslocamentos na fronteira é dada através de:

61
⎡ d w ⎤ ⎡1 0 0 ⎤ ⎡ q ⎤
⎢ ⎥ ⎢
[uΓ ] = ⎢du ⎥ = ⎢0 1 0⎥ × ⎢qΓ 2 ⎥⎥
⎥ ⎢
Γ1

⎢ ⎥ ⎢0 0 1 ⎥ ⎢ q ⎥
⎢⎣dθ ⎥⎦ ⎣14243⎦ ⎣12 Γ3 ⎦
3
UΓ qΓ

Definem-se de seguida os diferentes operadores estruturais para cada elemento


da malha.

⎡ ⎤
- Matriz F

⎢⎡− ⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎥


[ ]
⎢⎢ i ⎥ 1 ⎪ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢0⎥[− 0 −] ⎥
⎢⎢x ⎥ − x − ⎬nM +1 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢⎢ ⎥ EI ⎪ ⎥
j

⎣−4⎦ 442444 ⎭ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦


⎢1 ⎥
⎢ ⎥
3

nM +1

⎡−⎤ ⎡− ⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎥
L⎢
[ ]
⎢0⎥[− 0 −] ⎢0⎥[− 0 −] ⎥
F =∫ ⎢
⎢ i⎥ 1 ⎪
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ EA − − ⎬ + ⎢ ⎥ ⎥dx
⎢ ⎪ ⎥
j

⎢− ⎥
x x n 1
⎢⎣−⎥⎦ ⎣14 ⎦ 442444 ⎭ ⎢⎣−⎥⎦
N

⎢ ⎥
0

⎢ ⎥
3
⎢ ⎥
nN +1

⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎡− ⎤ ⎫
[ ]
⎢ ⎥
⎢ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢0⎥[− 0 −] ⎢ i⎥ 1
− −

+ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ GA ⎬
⎢ ⎪ ⎥
j

⎢− ⎥ c
x x n 1
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎣14 ⎦ 4424443 ⎭ ⎥
V

⎢⎣ nV +1 ⎥⎦

62
- Matriz AV
⎡ ⎤
⎢ ⎡− − − −⎤ ⎥
⎢ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎫ ⎥
[ ]
⎢d ⎥
⎢ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢0⎥[− 0 −] ⎢ (x )⎥ − x − ⎬nM +1⎥ ⎪
⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ dx ⎥ ⎥

i j

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢− − − −⎥ ⎭ ⎥
⎢ ⎣1444 ⎦24443 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
nθ +1

⎡− − − −⎤
⎢ ⎡−⎤ ⎫ ⎡ − ⎤ ⎥
[ ]
⎢d ⎥
AV = ∫ ⎢
L⎢ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢ (x )⎥ − x − ⎬nN +1⎪ ⎢ 0⎥[− 0 −]
⎥ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ dx ⎥ ⎢ ⎥dx

i j

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢− − − −⎥ ⎭ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
0

⎢ ⎣1444 ⎦24443 ⎥
⎢ ⎥
⎢⎡− − − −⎤ ⎥
nu +1

⎢⎢ ⎫ ⎡ ⎤ − ⎡ − ⎤ ⎥
[
⎢⎢ d i ⎥⎥
] ⎪
⎢⎢ dx (x )⎥ − x − ⎬nV +1
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥
⎢ i ⎥
⎢x × −1⎥ − x −

⎥ [ ]

j j

⎢⎢ ⎥ ⎭ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢ − ⎥ ⎥
− −
⎢⎣1444 − − ⎦24443 ⎣ ⎦ ⎥
⎢⎣ nw +1 ⎥⎦

- Matriz AΓ
⎡ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− 1⎤ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎡− ⎤ ⎫ ⎤
⎢⎢ ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢−⎥ ⎢− ⎥ ⎪ ⎥
⎢ ⎢− ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎪ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥ ⎢ Li ⎥ ⎬nM + 1⎥
⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎪
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎣−⎦ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎪⎭ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− 1⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎫ ⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎪ ⎥
⎢ − ⎢ ⎥ ⎪ ⎥
AΓ = ⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎬n N + 1 ⎥
⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ Li ⎥ ⎢0 ⎥ ⎪
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎣− ⎦ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎣− ⎦ ⎪⎭ ⎥
⎢ −1 ⎡− ⎤ ⎥
⎢⎡ ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎡− ⎤ ⎫ ⎥
⎢ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢− ⎥ ⎢−⎥ ⎢− ⎥ ⎪ ⎥
⎢ ⎥ ⎪
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ Li ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎬nV + 1 ⎥
⎢ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥
⎢ ⎥
⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎪ ⎥
⎢ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢ ⎥
⎣− ⎦
⎢ ⎥
⎣− ⎦ ⎣⎢− ⎦⎥
⎢ ⎥
⎣−⎦
⎢ ⎥
⎣− ⎦ ⎪⎭ ⎥
⎣ ⎦

63
⎡ ⎤
- Matriz M

⎢ ⎡− ⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎥
[ ]
⎢⎢ i ⎥ ⎪ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
⎢⎢ x ⎥ A − x − ⎬nw + 1 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢− ⎥ ⎪ ⎥
j

⎦ 42443 ⎭
⎣ 4 ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦
⎢1 ⎥
⎢ n w +1 ⎥
⎢ −
⎡ ⎤ ⎡− ⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎥
L ⎢
[ ]
⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
M = ∫ ρ⎢
⎢ i⎥ ⎪
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ − − ⎬ + ⎢ ⎥ ⎥ dx
⎢ ⎪ ⎥
j

⎢− ⎥
x A x n 1
⎢⎣−⎥⎦ ⎣14 ⎦ 42443 ⎭ ⎢⎣−⎥⎦
u

⎢ ⎥
0

⎢ ⎥
⎢ ⎥
nu +1

⎡−⎤ ⎡−⎤ −
⎡ ⎤ ⎫
[ ]
⎢ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢ i⎥ ⎪
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ − − ⎬θ ⎥
+
⎢ ⎪ ⎥
j

⎢− ⎥
x I x n 1
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎣14⎦ 42443 ⎭ ⎥
⎢⎣ nθ +1 ⎥⎦

As cargas generalizadas aplicadas no domínio e na fronteira são dadas por:


- Vector QV
⎡− ⎫ ⎤
⎢ i ⎪ ⎥
⎢ x p ⎬nw + 1⎥
⎢− ⎪ ⎥
⎢ ⎭ ⎥
⎢− ⎫ ⎥
⎢ ⎥
QV = ∫ ⎢ x i q ⎬nu + 1 ⎥ dx
L ⎪
⎢− ⎪ ⎥
⎢ ⎭ ⎥
0

⎢− ⎫ ⎥
⎢ ⎪ ⎥
⎢ x i m⎬nθ + 1⎥
⎢ ⎪ ⎥
⎢⎣− ⎭ ⎥⎦

- Vector QΓ
⎡V0 ⎤
QΓ = ⎢⎢ N 0 ⎥⎥
⎢⎣ M 0 ⎥⎦

Os valores de QΓ são as correspondentes cargas nodais aplicadas em cada um


dos nós do pórtico.

64
b) Polinómios de Legendre

Repete-se agora informação anterior, mas considerando agora que se utilizam


polinómios ortonormais de Legendre.

- Funções aproximação

A aproximação para o campo de esforços no domínio pode ser escrita na forma:


⎡ ⎤
⎢− P (ξ ) − −0− −0− ⎥
⎢1 ⎥ ⎡ X i }nM + 1⎤
[s] = ⎢ − 0 − −14 − 0 − ⎥ × ⎢ X j }nN + 1⎥
⎢ n M +1 ⎥ ⎢ ⎥
4i24 3
Pj (ξ ) −
⎢ ⎥ ⎢ X }n + 1⎥
⎣ k V ⎦
24 3
⎢ −0− − Pk (ξ ) − ⎥ 14243
n N +1
−0−
⎢ ⎥
⎣144444424444 3⎦
14 2 4 3
nV +1
X

44
S
onde

nM – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de M


nN – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de N
nV – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de V

A aproximação para o campo de deslocamentos no domínio vem dada por:


⎡ ⎤
⎢− P (ξ ) − ⎥
⎥ ⎡qV i }n w + 1⎤
− − − −
⎢1
}
0 0

[uV ] = ⎢ − 0 − −14
⎢ nw +1 ⎥ ⎢ ⎥
4i24 3
Pj (ξ ) − − 0 − ⎥ × ⎢qV j nu + 1⎥
qV k }nθ + 1⎥⎦
⎢ ⎥ ⎢
24 3
⎢ −0− ⎥ ⎣
nu +1
−0− − Pk (ξ ) − 14243
⎢ 3⎥
⎣144444424444nθ4 ⎦
1424
+1
qV

43
UV

onde

nw – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de w


nu – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de u
n – Grau máximo do Polinómio de Legendre para aproximação de θ

A aproximação para os campos de deslocamentos na fronteira é dada através de:


⎡ d w ⎤ ⎡1 0 0 ⎤ ⎡ q ⎤
⎢ ⎥
[uΓ ] = ⎢du ⎥ = ⎢⎢0 1 0⎥⎥ × ⎢⎢qΓ 2 ⎥⎥
Γ1

⎢ ⎥ ⎢0 0 1 ⎥ ⎢ q ⎥
⎢⎣dθ ⎥⎦ 1⎣ 4243⎦ ⎣12 Γ3 ⎦
3
UΓ qΓ

- Mudança de Base

65
Para se tirar partido da ortogonalidade dos polinómios de Legendre, a definição
da aproximação e o cálculo dos diferentes operadores estruturais vai ter de ser efectuada
ao nível de um elemento mestre.

x1 x2 x=-1 x=0 x=1


L

Figura A.1 – Mudança de coordenadas no elemento viga.

Exactamente como no caso dos elementos isoparamétricos da formulação


clássica de EF, utiliza-se a seguinte transformação de coordenadas (ver Figura A.1):

ψ = (1 − ξ )
⎪⎪ 1 2
1
x = x1 ×ψ 1 + x2 ×ψ 2 ⎨
⎪ψ = 1 (1 + ξ )
onde (A1)
⎪⎩ 2 2

Usando a regra da derivada da função composta:


dψ dψ dξ dξ 2
= × = ⇒ =
dξ dx dξ 2
dx L
onde (A2)
dx dx L

Tendo em conta a definição das aproximações e a necessária mudança de


coordenadas, os operadores estruturais são agora definidos da seguinte forma:

66
- Matriz F

O operador de flexibilidade generalizado no domínio é dado pela seguinte


forma:

F = ∫ S t ( x) f S ( x)dx = ∫ S t (ξ ) f S (ξ ) × dξ = ∫ S t (ξ ) f S (ξ )dξ

L 1 dx L 1
(A3)
0 −1 2 −1
⎡ ⎤
⎢⎡− − −⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎥
⎢⎢ ⎥ 1
[ ⎪
]
⎢⎢Pi (ξ )⎥ − Pj (ξ ) − ⎬nM +1
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥


⎢⎢− − −⎥ ⎪ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢⎣144 ⎦44244443 ⎭ ⎥
EI

⎢ nM +1 ⎥
⎢ ⎡−⎤ ⎡− − −⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎥
F= ∫ ⎢
L 1⎢ ⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥ [ ]
⎢P (ξ )⎥ 1 − P (ξ ) − ⎪n +1
⎢ i ⎥ EA ⎬N
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥

⎥dξ
2 −1
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− − −⎥⎦ ⎪ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
4444244443 ⎭
j

⎢ ⎥
⎢ ⎥
1
nN +1

⎢ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎡− − −⎤ ⎫ ⎥


⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥ ⎢ i ⎥ GA [
⎢P (ξ )⎥ 1 − P (ξ) − ⎪n +1⎥
⎬V ⎥ ]
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− − −⎥⎦ c ⎪ ⎥
3⎭
j

⎢ ⎥
⎣ ⎦
14444 4244444
nV +1

- Matriz AV

O operador de compatibilidade no domínio é dado por:

AV = ∫ ( DS ( x))t UV ( x)dx = ∫ ( DS (ξ ))t × UV (ξ ) dξ = ∫ ( DS (ξ ))t × UV (ξ )dξ



L 1 dx 1 L
(A4)
0 −1 −1 2

⎡ ⎤
⎢ ⎡−−−− ⎤ ⎥
⎢ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎫ ⎥
[ ]
⎢ ⎥
⎢ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢0⎥[− 0 −] ⎢ Pi (ξ)⎥ − Pj (ξ) − ⎬nM +1⎥⎪
⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢dξ ⎥ ⎥
d

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎪ ⎥
⎢ ⎥ ⎭
⎢ −−−− ⎦
⎣1 ⎥
⎢ 444424444 3 ⎥
⎢ ⎥
nθ +1

⎢ ⎡−−−− ⎤ ⎥
⎡−⎤ ⎫ ⎡−⎤
[ ]
1⎢
⎢ ⎥ ⎥
AV = ∫ ⎢ ⎢0⎥[− 0 −] ⎢ d Pi (ξ)⎥ − Pj (ξ) − ⎪⎬nN +1 ⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥dξ
−1
⎢ ⎢dξ ⎥ ⎪ ⎥
⎢⎣−⎥⎦ ⎢ ⎥ ⎭ ⎢⎣−⎥⎦
⎢ − − −
⎣ 4444 − ⎦ 24444 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
1 3
nu +1

⎢⎡−−−− ⎤ ⎥
⎫ ⎡−⎤ ⎡−−−⎤
[ ] [ ]
⎢⎢ d ⎥ ⎥
⎢⎢ Pi (ξ)⎥ − Pj (ξ) − ⎪⎬nV +1 ⎢0⎥[− 0 −] −
L⎢
ξ ⎥ − P (ξ) − ⎥
⎢⎢dξ ⎥ ⎢ ⎥ 2⎢ ⎥ ⎥

P ( )
⎢ −−−− ⎥
⎢ ⎭ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−−−⎥⎦ ⎥
i j

⎢1⎣ 4444 ⎦ 24444 ⎥


⎣⎢ ⎦⎥
3
nw+1

67
- Matriz AΓ

O operador de compatibilidade na fronteira é dado por:


AV = ( N k S (ξ k ))t × UV (ξ k ) (A5)

⎡ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− − − − − −⎤ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎡− − − ⎤ ⎫ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ P (−1) × −1⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ P (1) ⎥ ⎪n + 1⎥
⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ i ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ i ⎥ ⎬ M ⎥
⎢ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢⎣− − − − − −⎥⎦ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− − − ⎥⎦ ⎪⎭ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− − − − − − ⎤ ⎡−⎤ ⎡− ⎤ ⎡− − −⎤ ⎡−⎤ ⎫ ⎥
⎢0 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ ⎥ ⎢0 ⎥ ⎪n + 1 ⎥
AΓ = ⎢ ⎢ ⎥ ⎢ Pj (−1) × −1⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ Pj (1) ⎥ ⎢ ⎥ ⎬ N
⎢ ⎥
⎢ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢− − − − − − ⎥
⎣ ⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢− − −⎥
⎣ ⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎪⎭ ⎥
⎢ ⎡− − − − − − ⎤ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎡− − − ⎤ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎫ ⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ P (1) ⎥ ⎢0 ⎥ ⎢ 0 ⎥ ⎪n + 1 ⎥
⎢ ⎢ Pk (−1) × −1⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ k ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎬ V ⎥
⎢ ⎢− − − − − − ⎥ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− − − ⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎪
⎢⎣−⎥⎦ ⎭ ⎥
⎣⎣ ⎦ ⎦

- Matriz M

A matriz de massas no domínio é dada por:

M = ∫ U t ( x)m ρU ( x)dx = ∫ U t (ξ )m ρU (ξ ) × dξ = ∫ U t (ξ )m ρU (ξ )dξ (A6)



L 1 dx L 1
0 −1 2 −1

⎡ ⎤
⎢⎡− − −⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎥
⎢⎢ ⎥ [ ] ⎪
⎢⎢Pi (ξ )⎥ A − Pj (ξ ) − ⎬nw +1
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥


⎢⎢− − −⎥ ⎪ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎣ 44
⎢1 ⎦4 3⎭ ⎥
⎢ ⎥
424444
nw+1
⎢ −
⎡ ⎤ ⎡− − −⎤ ⎫ ⎡−⎤ ⎥
M= ∫ ⎢
L 1⎢ ⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥ [ ]
⎢P(ξ )⎥ A − P (ξ ) − ⎪n +1
⎢i ⎥ ⎬u
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥

⎥dξ
⎢ ⎪ ⎥

⎢⎣−⎦⎥ ⎢⎣− − −⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦
3⎭
j
2 1

⎢ ⎥
⎢ ⎥
1 444 424444
nu +1

⎢ ⎡−⎤ ⎡−⎤ ⎡− − −⎤ ⎫ ⎥


⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥
⎢0⎥[− 0 −]
⎢ ⎥ ⎢i ⎥ [
⎢P(ξ )⎥I − P (ξ ) − ⎪n +1⎥
⎬θ ⎥ ]
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣− − −⎥⎦ ⎪ ⎥
3⎭
j

⎢ ⎥
⎣ ⎦
1 444 424444
nθ +1

As propriedades dos polinómios de Legendre permitem que sejam obtidas


fórmulas analíticas para todos os integrais envolvendo estas funções e as suas derivadas.
As expressões correspondentes podem encontrar-se no Anexo B..

- Vector QV

68
O vector das cargas generalizadas no domínio é dado por:

QV = ∫ UVt ( x)b( x)dx = ∫ UVt (ξ )b(ξ ) dξ = ∫ UVt (ξ )b(ξ )dξ



L 1 dx L 1
(A7)
0 −1 2 −1

⎡− − − − ⎫ ⎤
ou seja,

⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ξ ) p ⎬nw + 1⎥
⎢− − − −⎪⎭ ⎥
⎢ ⎥
⎢− − − − ⎫ ⎥
QV = ∫ ⎢ Pj (ξ )q ⎬nu + 1 ⎥ dξ
1 L⎢ ⎪ ⎥
⎢− − − − ⎪ ⎥
−1 2

⎢ ⎭ ⎥
⎢− − − − ⎫ ⎥
⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pk (ξ )m⎬nθ + 1⎥
⎢− − − − ⎪⎭ ⎥
⎣ ⎦

Quando se consideram cargas constantes, apenas é diferente de 0 o termo que


envolve o polinómio P0. Tal como indicado no Anexo B, tem-se neste caso:

∫ P0 (ξ )dξ = 2
1
(A8)
−1

- Vector QΓ

As cargas generalizadas aplicadas na fronteira são dadas por:


⎡V0 ⎤
QΓ = ⎢⎢ N 0 ⎥⎥
⎢⎣ M 0 ⎥⎦

- Montagem do sistema governativo

Na montagem do sistema governativo global, o que difere em relação aos EF


convencionais é que as matrizes F e AV são espalhadas de forma independente para cada
elemento. Apenas a matriz AΓ é espalhada tendo em conta os elementos vizinhos e as
condições de fronteira.

O número de colunas da matriz AΓ está associado ao número de deslocamentos


independentes nas fronteiras de cada elemento, cuja identificação é em tudo semelhante
ao dos EF convencionais. Apenas entram na matriz AΓ do sistema governativo global as
colunas da matriz AΓ do elemento isolado associadas ao grau de liberdade global. Para

69
ilustrar este processo de espalhamento considere-se o exemplo representado na Figura
A.2.

d2 d3 q3 q6

Gs1 Gs2 d 4
(a) (b) q2 q5
d1
q1 q4

Figura A.2 – Viga utilizada para ilustrar a montagem do sistema governativo.

⎧2 blocos de F (2 × 2)
Temos 2 EF ⇒ ⎨
⎩2 blocos de AV (2 × 2)

Temos 2 Γσ com 2 EF ⇒ 2 blocos por 2 blocos de AΓ (2 × 2)

A relação entre os graus de liberdade elementares e os graus de liberdade globais


é dada pela seguinte tabela de incidências:

Elemento q1 q2 q3 q4 q5 q6
a − − − − d1 d 2
b − d1 d 2 − d 4 d3
Quadro A.1 – Espalhamento dos graus de liberdade.

O sistema governativo global tem o seguinte formato:


⎡ Fa − AΓa1 0 ⎤
⎢ ⎥
0 AVa 0
⎢ 0 − AΓb1 − AΓb 2 ⎥
⎢ AVa 0 ⎥
Fb 0 AVb

⎢ ⎥
t
0 0 0 0
⎢ 0 0 ⎥
⎢− At 0 ⎥
t
AVb 0 0 0
− AΓt b1
⎢ Γa1

0 0 0
⎢⎣ 0 − AΓt b 2 0 0 0 0 ⎥⎦

Para a matriz AΓa1 entram a 5ª e 6ª coluna de AΓa , para AΓb1 entram a 2ª e 3ª

coluna de AΓb e para AΓb 2 entram a 5ª e 6ª coluna de AΓb . Apesar de X e qV não terem

significado físico imediato, isso já não acontece com qΓ que está associado aos graus de

⎡d ⎤ ⎡d ⎤
liberdade. Neste caso, qΓ1 = ⎢ 1 ⎥ e qΓ 2 = ⎢ 4 ⎥ .
⎣d 2 ⎦ ⎣d 3 ⎦

70
A.2 Placas
Apresentam-se agora os operadores estruturais e o sistema governativo que
resultam da aplicação dos modelos HMT na análise de placas. Neste caso apenas se
utilizam os polinómios de Legendre como funções de aproximação.

- Definição das aproximações

A aproximação para os campos de tensões no domínio é definida através de:


⎡ ⎤

}
⎢ ⎥
⎢− Pi (ξ ) Pj (η ) − −0− −0− ⎥ ⎡ X σx (n + 1) 2 ⎤

}
⎢ ⎥ ⎢ ij σx

[s ] = ⎢⎢ − 0 −
144244 3
⎥ × ⎢ X (n + 1) 2 ⎥
( nσx +1)
− Pi (ξ ) Pj (η ) − −0−
}
σ
2

⎥ ⎢ ij σy

y

⎢ ⎥ ⎢X + ⎥
144244 3
σ
⎣ 4 3⎦
( nσy +1)
⎢ −0− −0− − Pi (ξ ) Pj (η ) −⎥ 1
σxy
2 xy 2
( n 1)
⎢ 3⎥
ij
442444
⎢⎣ ⎥⎦
144244 X
( nσxy +1) 2
144444444424444444443
S
onde

nσx – Grau máximo para os Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de σx


nσy – Grau máximo para os Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de σy
nσxy – Grau máximo para os Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de σxy

A aproximação para os campos de deslocamentos no domínio é definido através


de:

}
⎡− Pi (ξ ) Pj (η ) − −0− ⎤
⎢ 14424 ⎥ ⎡qV ij ux (nux + 1) 2 ⎤
[uV ] = ⎢ − 0 −
}
4
3
( nux +1)
⎥×⎢ ⎥
⎢ − Pi (ξ ) Pj (η ) −⎥ ⎢q uy (n + 1) 2 ⎥
2

3 ⎣ V ij
⎢ ⎥ 144 3⎦
⎣14444442444444 ⎦
144244 uy
+
( n 1) 2 42444
uy
3 qV
UV

onde

nux – Grau máximo para os Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de ux


nuy – Grau máximo para os Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de uy

Por outro lado a, aproximação para o campo de deslocamentos ao longo de cada

}
uma das fronteiras estáticas é dada por:
⎡− Pi (ς ) − −0− ⎤
⎢1 ⎥ ⎡qΓi nux + 1⎤
[uΓ ] = ⎢ − 0 − − P (ς ) −⎥ × ⎢ uy
}
42 43

ux
nux +1

⎢ 3 ⎥ ⎣ Γi uy ⎥⎦
⎢ +
⎢⎣ ⎥ 14
144424443⎦
1
424i q n 1
nuy +1 4244 3

71
onde corresponde ao sistema de eixo local referente à fronteira considerada.

- Mudança de Base

Tal como no caso dos pórticos planos, também neste caso se definem as
aproximações e se efectuam os cálculos envolvidos na determinação dos operadores
estruturais ao nível do elemento mestre.

h
(-1,1) (1,1)
y (4) (3) (4) (3)

x
(1) (2)
x (1) (2)
(-1,-1) (1,-1)

Figura A.3 – Mudança de coordenadas no elemento de placa.

Mais uma vez, utiliza-se para este efeito uma transformação de coordenadas em
tudo semelhante à que é definida no caso dos elementos isoparametricos. Tendo em
conta a mudança de coordenadas genericamente representada na Figura A.3. é possível
escrever:

( x, y ) = ∑ψ i (ξ ,η ) × ( xi , yi ) ψ i (ξ ,η ) = (1 + ξiξ )(1 + ηiη )


4
1
onde (A9)
i =1 4

Usando a derivada da função composta tem-se:


∂ ∂ ∂ξ ∂ ∂η
= × + × =A
∂x ∂ξ ∂x ∂η ∂x
∂ ∂ ∂ξ ∂ ∂η
(A10)
= × + × =B
∂y ∂ξ ∂y ∂η ∂y

Assim sendo, o operador diferencial D é modificado para:


⎡ A 0 B⎤
D=⎢ ⎥
⎣ 0 B A⎦
(A11)

onde

72
⎧ ∂ξ 1 ∂y
⎪ ∂x =
J ∂η

⎪ ∂ξ 1 ∂x
⎪ ∂y =−
⎪ J ∂η

⎪ ∂η 1 ∂y
(A12)
=−
⎪ ∂x J ∂ξ

⎪ ∂η =
1 ∂x
⎪ ∂y J ∂ξ

e J representa o jacobiano da transformação, definido por:

∂x ∂y ∂x ∂y
J = −
∂ξ ∂η ∂η ∂ξ
(A13)

É possível escrever:
∂ ∂ 1 ∂y ∂ 1 ∂y
= × − × =A
∂x ∂ξ J ∂η ∂η J ∂ξ
∂ ∂ 1 ∂x ∂ 1 ∂x
(A14)
=− × + × =B
∂y ∂ξ J ∂η ∂η J ∂ξ

k = {x = 1, y = 2}
Rescrevendo a transformação de coordenadas obtém-se:
xk (ξ ,η ) = xok + α kη + β kξ + γ kξη para (A15)

Os parâmetros xok , α k , β k , e γ k são dados por:

⎧ x0 k = 1 / 4( xk[1] + xk[2 ] + xk[3] + xk[4 ] )



⎪α k = 1 / 4(− xk − xk + xk + xk )
[1] [2 ] [3] [4 ]

⎪β k = 1 / 4(− xk + xk + xk − xk )
[1] [2 ] [3] [4 ]
(A16)

⎪γ = 1 / 4( x [1] − x [2 ] + x [3] − x [4 ] )
⎩ k k k k k

A matriz jacobiana é escrita na forma:


⎡ ∂x ∂x ⎤
⎢ ∂ξ ∂η ⎥ ⎡ β1 + γ 1η α1 + γ 1ξ ⎤
J =⎢ ⎥=
⎢ ∂y ∂y ⎥ ⎢⎣ β 2 + γ 2η α 2 + γ 2ξ ⎥⎦
(A17)
⎢⎣ ∂ξ ∂η ⎥⎦

e o jacobiano da transformação é dado por:

⎧ J 0 = β1α 2 − α1β 2

J = J 0 + J ξ ξ + Jηη ⎨ J ξ = β1γ 2 − β 2γ 1

com (A18)
⎩ Jη = γ 1α 2 − α1γ 2

73
Tendo em conta as igualdades anteriores, o operador diferencial D passa a
escrever-se do seguinte modo:
⎡ ∂ ∂ ⎤ ⎡ ∂ ∂ ⎤
1 ⎢ 1 ∂ξ ∂ξ ⎥ ⎢ ∂η ∂η ⎥
D(ξ ,η ) = ⎢ ⎥− ⎢
A 0 B1 C1 0 D1

∂ ∂ ⎥ J ⎢ ∂ ∂ ⎥
1 (A19)
J ⎢ 0
⎢⎣ ∂ξ ∂ξ ⎥⎦ ⎢⎣ ∂η ∂η ⎥⎦
B1 A1 0 D1 C1

⎧ A1 = α 2 + γ 2ξ
com

⎪ B = −α − γ ξ
⎪ 1

⎪C1 = β 2 + γ 2η
1 1
(A20)

⎪⎩ D1 = − β1 − γ 1η

Tendo em conta a definição das aproximações e utilizando as expressões


definidas para as mudanças de coordenadas, é agora possível obter as equações que
definem os diferentes operadores estruturais.

- Matriz F

O operador de flexibilidade generalizado no domínio é dado por:

F=∫ ∫ S t ( x, y ) f S ( x, y )dxdy = ∫ ∫ S t (ξ ,η ) f S (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A21)
x1 y1 −1 −1

⎡ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎥
F11 F12
⎢⎣−⎥⎦
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎥
F=∫ ∫ J⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥dξdη
⎢ ⎢ ⎥ ⎥
1 1
F21 F22
−1 −1

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]
⎢⎢ ⎥ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
F33
⎣ ⎢⎣−⎥⎦ ⎦

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F11 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f11 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nσx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( nσx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F12 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f12 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nσx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( nσy +1) 2

74
⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F21 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 21 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nσy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( nσx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F22 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 22 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nσy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( nσy +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F33 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 33 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nσxy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( nσxy +1) 2

Expandindo (A21) é possível escrever:

∫∫ Pi (ξ ) Pj (η ) f ab Pm (ξ ) Pn (η ) J dξdη =
1 1

−1 −1

∫∫ Pi (ξ ) Pm (ξ ) f ab Pj (η ) Pn (η )( J 0 + J ξ ξ + Jηη )dξdη
1 1
(A22)
−1 −1

Tendo em conta as condições de ortognalidade dos polinomios de Legendre,


obtem-se:

f ab J 0δ imδ jn + f ab J ξ δ jn ∫ Pi (ξ ) Pm (ξ )ξdξ + f ab Jη δ im ∫ Pj (η ) Pn (η )ηdη


1 1
(A23)
−1 −1

- Matriz AV

O operador de compatibilidade no domínio pode escrever-se:

AV = ∫ ∫ ( DS ( x, y ))t UV ( x, y )dxdy = ∫ ∫ ( DS (ξ ,η ))t UV (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A24)
x1 y1 −1 −1

⎡ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ AV11 ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎡−⎤
J ⎢⎢ ⎥ ⎥
AV = ∫ ∫ ⎢ 0 [− 0 −] ⎥dξdη
J ⎢⎢ ⎥ ⎥
1 1
22
AV
−1 −1

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ AV31 ⎥
32

⎢ ⎥
AV
⎣ ⎦

75
⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV11 = ⎢ i ⎥ A [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥C [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nσx + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣ −4
1
− − − − − − −⎦
4444444444444424 ⎣ −4− − − − − − −⎦
44444444444443
( nux +1)2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV22 = ⎢ i ⎥ B [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥ D [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nσy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣1− − − − − − − −⎦ − − − − − − − −⎦
4444444444444442⎣4444444 444444443
( nuy +1) 2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV31 = ⎢ i ⎥ B [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥ D [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nσxy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣1− − − − − − − −⎦ − − − − − − − −⎦
4444444444444442⎣4444444 444444443
( nux +1)2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎫
A1 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −] − ⎢ i ⎥C [− P (ξ ) P (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
AV = ⎬(nσxy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
32 i j j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n

⎣1− − − − − − − −⎦ ⎣ −4− − − − − − −⎦
44444444444444424 44444444444443
( nuy +1)2

- Matriz AΓ

O operador de compatibilidade na fronteira é dado por:

AΓ = ∫ ( N ( z ) S ( z ))t U Γ ( z )dz = ∫ ( N (ς ) S (ς ))t U Γ (ς ) J (ς ) dς


z2 1
(A25)
z1 −1

Demonstra-se em [56] que :


⎡ nx ⎤ ⎡nξ ⎤
⎢n ⎥ = ( J (ξ ,η )) J (ξ ,η ) ⎢ ⎥
−1

⎣ y⎦ ⎢⎣nη ⎥⎦

⎡nx ⎤ ⎡ α + γ 2ξ − β 2 − γ 2η ⎤ ⎡nξ ⎤
⇒⎢ ⎥=⎢ 2 ⎢ ⎥
⎣n y ⎦ ⎣− α1 − γ 1ξ β1 + γ 1η ⎥⎦ ⎣⎢nη ⎦⎥

Para simplificar os cálculos, normalizam-se as componentes da normal exterior.


Define-se então:
⎡nx '⎤ ⎡ α 2 + γ 2ξ − β 2 − γ 2η ⎤ ⎡nξ ⎤
⎢n '⎥ = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥× 2
⎣ y ⎦ ⎣− α1 − γ 1ξ β1 + γ 1η ⎦ ⎢⎣nη ⎥⎦
1
nx + n y2

A matriz das normais exteriores pode ser escrita da seguinte forma:

76
⎡nx ' 0 n y '⎤
N ' (ξ ,η ) = ⎢ ⎥
⎣ 0 n y ' n x '⎦
É possível demonstrar que:

J (ς ) = n x2 + n y2

O Jacobiano da transformação ‘corta’ com o valor da normalização do vector


das normais, o que permite definir:
⎡ nx nx ⎤
N (ξ ,η ) = ⎢
nx ⎥⎦
0
⎣0 ny

Na definição (A24), os valores de ξ e dependem do lado em questão do


elemento mestre.
⎡ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ AΓ11 ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎡− ⎤
J ⎢⎢ ⎥ ⎥
AΓ = ∫ ⎢ 0 [− 0 −] ⎥dς
J ⎢⎢ ⎥ ⎥
1
AΓ22
−1

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎢ AΓ31 AΓ32 ⎥
⎢ ⎥
⎣ ⎦

É possível escrever de forma genérica:

⎡− − − ⎤ ⎫
A = nx ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nσx + 1)

11 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦244443
nux +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = n y ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nσy + 1)

22 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣14444 4⎦244444 3
nuy +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = n y ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nσxy + 1)

31 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣14444 4⎦244444 3
n ux +1

77
⎡− − − ⎤ ⎫
A = nx ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nσxy + 1)

32 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣14444 4⎦244444 3
n uy +1

(-1,1) Lado III (1,1)

x
Lado IV Lado II

(-1,-1) Lado I (1,-1)


Figura A.4 – Elemento mestre

Particularizam-se agora as equações anteriores para cada um dos lados do


elemento mestre representado na Figura A.4.

Lado I (ξ=ς ; =-1) (nξ=0 ; n =-1)


⎡nx ⎤ ⎡ α 2 + γ 2ξ − β 2 + γ 2 ⎤ ⎡0 ⎤
⎢n ⎥ = ⎢
⎣ y ⎦ ⎣− α1 − γ 1ξ β1 − γ 1 ⎥⎦ ⎢⎣− 1⎥⎦

AΓ( I ) = ∫ ( NPi (ξ ) Pj (−1))t Pm (ξ )dξ


1
(A26)
−1

Lado II (ξ=1 ; =ς) (nξ=1 ; n =0)


⎡nx ⎤ ⎡ α 2 + γ 2 − β 2 − γ 2η ⎤ ⎡1 ⎤
⎢n ⎥ = ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎣ y ⎦ ⎣− α1 − γ 1 β1 + γ 1η ⎦ ⎣0⎦

AΓ( II ) = ∫ ( NPi (1) Pj (η ))t Pm (η )dη


1
(A27)
−1

Lado III (ξ= ς ; =1) (nξ=0 ; n =1)


⎡nx ⎤ ⎡ α 2 + γ 2ξ − β 2 − γ 2 ⎤ ⎡0 ⎤
⎢n ⎥ = ⎢
⎣ y ⎦ ⎣− α1 − γ 1ξ β1 + γ 1 ⎥⎦ ⎢⎣1 ⎥⎦

AΓ( III ) = ∫ ( NPi (ξ ) Pj (1))t Pm (ξ )dξ


1
(A28)
−1

Lado IV (ξ= -1 ; = ς) (nξ=-1 ; n =0)


⎡nx ⎤ ⎡ α 2 − γ 2 − β 2 − γ 2η ⎤ ⎡− 1⎤
⎢n ⎥ = ⎢ ⎥⎢ ⎥
⎣ y ⎦ ⎣− α1 + γ 1 β1 + γ 1η ⎦ ⎣0 ⎦

78
AΓ( IV ) = ∫ ( NPi (−1) Pj (η ))t Pm (η )dη
1
(A29)
−1

- Matriz M

O operador de massa no domínio é dado por:

M =∫ ∫ UVt ( x, y )m ρUV ( x, y )dxdy = ∫ ∫ UVt (ξ ,η )m ρUV (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A30)
x1 y1 −1 −1

Genericamente tem-se que:


⎡ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎥
M 11
⎢⎣−⎥⎦
M = ∫ ∫ J ρ⎢ ⎥dξdη
⎢ ⎡− ⎤
1 1


⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]
−1 −1


⎢⎢ ⎥ ⎥
M 22
⎢⎣ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥⎦

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
M 11 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥[− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nux + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4 42444444 3
( nux +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
= ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥[− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nuy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥
M 22
⎣14444⎦4 42444444 3 ⎭
( n uy +1) 2

Expandindo (A30) é possível escrever:

J 0δ imδ jn + J ξ δ jn ∫ Pi (ξ ) Pm (ξ )ξdξ + Jη δ im ∫ Pj (η ) Pn (η )ηdη


1 1
(A31)
−1 −1

Como já foi referido, os integrais analíticos envolvendo polinómios de Legendre


e suas derivadas encontram-se apresentados no Anexo B.

- Vector QV

As cargas de domínio generalizadas são dadas por:

QV = ∫ ∫ UVt ( x, y ) f ( x, y )dxdy = ∫ ∫ UVt (ξ ,η ) f (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A32)
x1 y1 −1 −1

79
⎡− − − − − − − ⎫ ⎤
⎢ ⎪ 2⎥
⎢ Pi (ξ ) Pj (η )qx ⎬(nux + 1) ⎥
⎢− − − − − − − ⎪ ⎥
QV = ∫ ∫ J ⎢ ⎭ ⎥ dξdη
⎢− − − − − − − ⎫ ⎥
1 1

−1 −1
⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ξ ) Pj (η )q y ⎬(nuy + 1) ⎥
⎢ ⎪ ⎥
2

⎣− − − − − − − ⎭ ⎦

Para cargas constantes, apenas são diferentes de 0 os termos envolvendo


polinómios de Legendre constantes e lineares, P0, e P1. Tal como indicado no Anexo B,
para o cálculo destas parcelas basta ter em consideração que:

∫ ∫ P0 (ξ ) P0 (η )dξdη = 2
1 1
(A33)
−1 −1

∫ ∫ P1 (ξ ) P0 (η )ξdξdη =
1 1 2
(A34)
−1 −1 3
- Vector QΓ

O vector das forças de fronteira generalizadas, é dado pela igualdade:

QΓ = ∫ U Γt t dΓ = ∫ U Γt (ς )t J (ς ) dς
1
(A35)
−1

onde se demonstra que:


J (ς ) = nx2 (ξ ,η ) + n y2 (ξ ,η )

É desta forma possível escrever:


⎡− − − − ⎫ ⎤
⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ς )t x ⎬(nux + 1) ⎥
⎢− − − − ⎪⎭ ⎥
QΓ = ∫ J (ς ) ⎢ ⎥ dς
⎢− − − − ⎫ ⎥
1

−1

⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ς )t y ⎬(nuy + 1)⎥
⎢− − − − ⎪ ⎥
⎣ ⎭ ⎦
Particularizando agora para cada um dos lados do elemento mestre apresentado
na Figura A.4. vem:

Lado I (ξ=ς ; =-1) (nξ=0 ; n =-1)

QΓ( I ) = ∫ ( β 2 − γ 2 ) 2 + (− β1 + γ 1 ) 2 Pi (ξ )t (ξ )dξ
1
(A36)
−1

Lado II (ξ=1 ; =ς) (nξ=1 ; n =0)

80
QΓ( II ) = ∫ (α 2 + γ 2 ) 2 + (−α1 − γ 1 ) 2 Pi (η )t (η )dη
1
(A37)
−1

Lado III (ξ= ς ; =1) (nξ=0 ; n =1)

QΓ( III ) = ∫ (− β 2 − γ 2 ) 2 + ( β1 + γ 1 ) 2 Pi (ξ )t (ξ )dξ


1
(A38)
−1

Lado IV (ξ= -1 ; = ς) (nξ=-1 ; n =0)

QΓ( IV ) = ∫ (−α 2 + γ 2 ) 2 + (α1 − γ 1 ) 2 Pi (η )t (η )dη


1
(A39)
−1

- Montagem do sistema governativo

Na montagem do sistema governativo global, o que difere dos EF convencionais


é que as matrizes F e AV são espalhadas para cada elemento independentemente dos
elementos vizinhos e das condições de fronteira. Apenas a matriz AΓ é espalhada tendo
em conta os elementos vizinhos e as condições fronteira.

O número de colunas da matriz AΓ está associado ao número de pesos da


aproximação da fronteira de cada um dos graus de liberdade. Apenas entram na matriz
AΓ do sistema governativo as colunas da matriz AΓ do elemento isolado associadas aos
pesos das funções de aproximação do grau de liberdade global.
O procedimento envolvido na montagem do sistema governativo global é
semelhante ao que foi discutido para o caso dos pórticos planos. Considere-se a
estrutura representada na Figura A.5. A discretização envolve a consideração de apenas
dois elementos finitos. Ao todo existem seis troços de fronteira que devem ser
considerados como fronteira estática.
Gs6 Gs3

(a) Gs4 (b) Gs5

Gs1 Gs2

Figura A.5 – Placa utilizada para ilustrar a construção do sistema governativo.

⎧2 blocos de F (2 × 2)
Temos 2 EF ⇒ ⎨
⎩2 blocos de AV (2 × 2)

81
Temos 6 Γσ com 2 EF ⇒ 2 blocos de linhas por 6 blocos colunas de AΓ (2 × 6)

No Quadro A.2 apresenta-se a relação existente entre os deslocamentos de cada


lado de cada um dos elementos com a numeração global atribuída aos graus de
liberdade na fronteira.
Elemento Finito Mestre
Elemento Lado I Lado II Lado III Lado IV
ux uy ux uy ux uy ux uy
a Gs1 Gs1 Gs4 Gs4 Gs6 Gs6 - -
b Gs2 Gs2 Gs5 Gs5 Gs3 Gs3 Gs4 Gs4
Quadro A.2 – Quadro das condições de fronteira estática.

No Quadro A.3 indica-se qual o nº de colunas da matriz AΓ para cada um dos


elementos finitos.

Nº de colunas da Matriz AG do Elemento Finito Mestre usados na matriz AG do Sistema


Governativo
Elemento
Lado I Lado II Lado III Lado IV
ux de uy de ux de uy de ux de uy de ux de uy de
UG UG UG UG UG UG UG UG
a (nux+1) (nuy+1) (nux+1) (nuy+1) (nux+1) (nuy+1) - -
b (nux+1) (nuy+1) (nux+1) (nuy+1) (nux+1) (nuy+1) (nux+1) (nuy+1)

Quadro A.3 – Numero de colunas da matriz AΓ.

No Quadro A.4 lista-se o nº de colunas para cada um dos blocos da matriz AΓ


referente a cada um dos elementos da malha.

Nº de Colunas de AG do Sistema Governativo


AG a1
Nº de Colunas de AG do Lado I do Elemento (a)
AG a4
Nº de Colunas de AG do Lado II do Elemento (a)
AG a6
Nº de Colunas de AG do Lado III do Elemento (a)
AG b2
Nº de Colunas de AG do Lado I do Elemento (b)
AG b5
Nº de Colunas de AG do Lado II do Elemento (b)
AG b3
Nº de Colunas de AG do Lado III do Elemento (b)
AG b4
Nº de Colunas de AG do Lado IV do Elemento (b)
Quadro A.4 – Colunas do operador de compatibilidade na fronteira.

Tendo em conta o que foi visto para o caso dos pórticos planos, é agora possível
escrever o seguinte sistema governativo.

82
⎡ Fa − AΓa1 − AΓa 4 − AΓa 6 ⎤
⎢ 0 0 ⎥⎥
0 AVa 0 0 0 0
⎢ Fb 0 AVb 0 − AΓb 2 − AΓb 3 − AΓb 4 − AΓb 5
⎢ AVa 0 ⎥
⎢ ⎥
t
0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 0 ⎥
t

⎢ − AΓt a1 0 ⎥
AVb 0 0 0 0 0 0 0

⎢ ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 −AΓb 2 0 ⎥
⎢ 0 0 ⎥
t
0 0 0 0 0 0 0
−A
⎢ t Γb 3

t
0 0 0 0 0 0 0
⎢− AΓa 4 −A 0 ⎥
⎢ 0 0 ⎥
Γb 4
t
0 0 0 0 0 0 0
−A
⎢ Γb 5 ⎥
t
0 0 0 0 0 0 0
⎢⎣ − AΓt a 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 ⎥⎦

A.3 Lajes de Reissner-Mindlin


O cálculo dos operadores estruturais e a montagem do sistema governativo
global são agora discutidos para o caso das lajes de Reissner-Mindlin. As aproximações
são de novo baseadas na consideração de polinómios de Legendre.

- Definição das aproximações

A aproximação para os campos de esforços no domínio é definida por:


⎡− Pi (ξ)Pj (η) − −0− −0− −0− −0− ⎤

}
⎢14424 43 ⎥
⎢ (nmx+1) ⎥ ⎡X mx (n +1)2 ⎤
−0− − Pi (ξ)Pj (η) − −0− −0− −0−
}
⎢ ⎥ ⎢ ij
2


⎢ ⎥ ⎢X (n +1)2 ⎥
mx

}
144244 3
⎢ ⎥ ⎢
(nmy+1)2
−0− −0− − Pi (ξ)Pj (η) − −0− −0− ⎥
[s] = ⎢
my

⎥ × ⎢X mxy (n +1)2 ⎥
ij my

}
⎢ ⎥ ⎢ ij ⎥
144244 3
⎢ ⎥ ⎢Xij (nvx +1)2 ⎥
(nmxy+1)2
− Pi (ξ)Pj (η) −
mxy

−0− −0− −0− −0−


}
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
vx

⎢ ⎥ ⎢Xijvy (nvy +1)2 ⎥


144244 3
− Pi (ξ)Pj (η) −⎥ ⎣144 3⎦
(nvx+1)2
⎢ −0− −0− −0− −0−
⎢ ⎥
42444
⎣1444444444444444424444444444444 4443⎦
1 4 4 2 4 4
3 X
(nvy+1)2

nmx – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de mx


nmy – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de my
nmxy – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de mxy
nvx – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de vx
nvy – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação de vy

A aproximação para os campos de deslocamentos no domínio é dada através de:

83
⎡ ⎤

}
⎢− P (ξ ) P (η ) − −0− −0− ⎥
⎢ 14 ⎥ ⎡q θx (n + 1) 2 ⎤

}
⎢ ⎥ ⎢ V ij θx

[uV ] = ⎢ − 0 −
i j
4244 3
⎥ × ⎢qV
( nθx +1) 2
− Pi (ξ ) Pj (η ) − −0− + ⎥
θ

}
⎢ ⎥ ⎢ ij θ

y 2
( n 1)
⎢ ⎥ ⎢qV w (n w + 1) 2 ⎥
y
144244 3

− Pi (ξ ) Pj (η ) −⎥ ⎣144 3⎦
( nθy +1) 2
⎢ −0− −0−
⎢ 3⎥
ij
42444
⎣ 4444444442444444 4443⎦
144244
( nw +1) 2
qV

1
UV

n x – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação θx


n y – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação θy
nw – Grau máximo dos Polinómios de Legendre utilizados para aproximação w

Por fim, a aproximação para o campo de deslocamentos na fronteira estática é


dada por:
⎡ ⎤
⎢− Pi (ς ) −
⎢1
−0− −0− ⎥
⎥ ⎡qΓi nθx + 1⎤}
}
θx

⎥ ⎢ θy ⎥
[uΓ ] = ⎢ − 0 − −14P2
⎢ nθx +1
424 3
ς − − − × ⎢ + ⎥
}

⎢ ⎥
Γi θy
⎢ ⎥
( ) 0 q n 1
43
+
i

⎢ ⎥
nθy +1
⎢ −0− −0− − Pi (ς ) −⎥ 1 ⎣ 4Γ
3⎦
w

⎢ 3⎥
q i n w 1
4244
⎣ 44444 3⎦
1424
n +1

1 424444w44

Na definição anterior, corresponde ao sistema de eixos locais referente à


fronteira considerada.

- Mudança de Base

As aproximações são definidas no elemento mestre, já apresentado na Figura


A.3. Também os operadores estruturais são definidos sobre esse mesmo elemento. Para
esse efeito deve considerar-se a mudança de coordenadas apresentada na secção A.2.
O operador diferencial de equilíbrio, expresso no elemento mestre, vem dado
por:
⎡A 0 B −1 0⎤
D = ⎢⎢ 0 B A 0 − 1⎥⎥ (A40)
⎢⎣ 0 0 0 A B ⎥⎦

Os parâmetros A e B são definidos pelas igualdades (A10). Desta maneira, esse


operador diferencial passa a escrever-se do seguinte modo:

84
⎡ ∂ ∂ ⎤ ⎡ ∂ ∂ ⎤
⎢ A1 ∂ξ −J 0 ⎥ ⎢C1 ∂η 0 ⎥
∂ξ ∂η
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
0 B1 0 D1 0
∂ ∂ ∂ ∂
D(ξ ,η) = ⎢ 0 − J ⎥− ⎢ 0 0 ⎥
J⎢ ∂ξ ∂ξ ⎥ J⎢ ∂η ∂η ⎥
1
B1 A1 0
1
D1 C1 0
(A41)
⎢ ∂ ∂⎥ ⎢ ∂ ∂⎥
⎢ 0 B1 ⎥ ⎢ 0 D1 ⎥
⎣ ∂ξ ∂ξ ⎦ ⎣ ∂η ∂η ⎦
0 0 A1 0 0 C1

Com A1, B1, C1 e D1 dadas pelas igualdades (A20).

- Matriz F

O operador de flexibilidade generalizado no domínio é dada por:

F=∫ ∫ S t ( x, y ) f S ( x, y )dxdy = ∫ ∫ S t (ξ ,η ) f S (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A42)
x1 y1 −1 −1

Genericamente, é possível escrever:


⎡ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− −]⎥

⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥
F11 F12 0
⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− −]⎥

F21 F22 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ 0

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
F = ∫ ∫ J ⎢ ⎢⎢0 ⎥⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− −]⎥dξdη
⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
1 1

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
F33 0
−1 −1
⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− −]⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
F44 0
⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]
⎢⎢ ⎥ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢− ⎥ ⎥
F55
⎣⎣ ⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎦

⎡− − − − − − ⎤
com

F11 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f11 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nmx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( n mx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F12 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f12 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nmx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4424444443
1
( n my +1) 2

85
⎡− − − − − −⎤ ⎫
F21 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 21 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nmy + 1)

2

⎢− − − − − −⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( n mx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F22 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 22 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nmy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4424444443
1
( n my +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F33 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 33 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nmxy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4424444443
1
( n mxy +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F44 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 44 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nvx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣14444⎦4424444443
( n vx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
F55 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ f 55 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nvy + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4424444443
1
( n vy +1) 2

Cada uma das entradas pode ser apresentada na seguinte forma:

∫∫ Pi (ξ ) Pj (η ) f ab Pm (ξ ) Pn (η ) J dξdη =
1 1

−1 −1

∫∫ Pi (ξ ) Pm (ξ ) f ab Pj (η ) Pn (η )( J 0 + J ξ ξ + Jηη )dξdη
1 1
(A43)
−1 −1

= f ab J 0δ imδ jn + f ab J ξ δ jn ∫ Pi (ξ ) Pm (ξ )ξdξ + f ab Jη δ im ∫ Pj (η ) Pn (η )ηdη


1 1
(A44)
−1 −1

- Matriz AV

O operador de compatibilidade no domínio é dado por:

AV = ∫ ∫ ( DS ( x, y ))t UV ( x, y )dxdy = ∫ ∫ ( DS (ξ ,η ))t UV (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A45)
x1 y1 −1 −1

86
⎡ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ AV11 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡−⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
AV22
⎢− ⎥ ⎢⎣−⎥⎦
J ⎢ ⎣ ⎦ 31 ⎥
AV = ∫ ∫ ⎢ ⎥dξdη
J ⎢ ⎥
1 1
AV32
⎡− ⎤
−1 −1
AV
⎢ ⎥
⎢ − J AV41 ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
⎢ ⎢ ⎥ AV43

⎢ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]
⎢⎢ ⎥ ⎥
− J AV52 AV53

⎢⎣ ⎢⎣− ⎥⎦ ⎥⎦

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV11 = ⎢ i ⎥ A1[− Pm (ξ ) Pn (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥C1[− Pm (ξ ) Pn (η ) −] ⎪
⎬(nmx + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ ⎢ ∂η ⎥ ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
⎣ −4
1
− − − − − − −⎦
4444444444444424 ⎣−4 − − − − − − −⎦
44444444444443
( nθx +1) 2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − − ⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV22 = ⎢ i ⎥ B [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥ D [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nmy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣−4
1
− − − − − − −⎦
444444444444442⎣4444444
− − − − − − − −⎦
444444443
( nθy +1) 2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎫
B1 [− Pm (ξ ) Pn (η ) −] − ⎢ i ⎥ D [− P (ξ ) P (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
AV = ⎬(nmxy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
31 i j j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n

⎣ −4
1
− − − − − − −⎦
444444444444442⎣4444444
− − − − − − − −⎦
444444443
( nθx +1)2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV32 = ⎢ i ⎥ A [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥C [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nmxy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
1 m n m n

⎣1 − − − − − − − −⎦ ⎣ − − − − − − − −⎦
44444444444444424444444444444443
( nθy +1)2

⎡− − − − − − − −⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV43 = ⎢ i ⎥ A [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥C [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nvx + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣ −4
1
− − − − − − −⎦
4444444444444424 ⎣ −4− − − − − − −⎦
44444444444443
( nw +1)2

87
⎡− − − − − − − − ⎤ ⎡− − − − − − − −⎤
⎢ ∂ ( P (ξ ) P (η )) ⎥ ⎢ ⎥ ⎫
AV53 = ⎢ i ⎥ B [− P (ξ ) P (η ) −] − ⎢ ∂ ( Pi (ξ ) Pj (η )) ⎥ D [− P (ξ ) P (η ) −] ⎪
⎬(nvy + 1)
⎢ ∂ξ ⎥ 1 ⎢ ∂η ⎥ 1 ⎪
j 2

⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎭
m n m n

⎣ −4
1
− − − − − − −⎦
444444444444442⎣4444444
− − − − − − − −⎦
444444443
( nw +1)2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
A = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nvx + 1)

41 2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4
V

1 42444444 3
( nθx +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
A = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nvy + 1)

52 2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4
V

1 42444444 3
( nθy +1) 2

- Matriz AΓ

O operador de compatibilidade na fronteira é dado por:

AΓ = ∫ ( N ( z ) S ( z ))t U Γ ( z ) = ∫ ( N (ς ) S (ς ))t U Γ (ς ) J (ς ) dς
z2 1
(A46)
z1 −1

Genericamente escreve-se:
⎡ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥ [− −] ⎢0 ⎥ [− − ]⎥

⎢ AΓ11 ⎢ ⎥ 0 ⎢ ⎥ 0
⎢ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥ [− 0 −] ⎢0 ⎥ [− − ]⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
AΓ22 0
⎢ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎥
⎢0 ⎥ [− − ]⎥ dς

J ⎢ ⎥
AΓ =
J ⎢ ⎢ ⎥
1
AΓ31 AΓ32
⎢ ⎥
0
−1
⎢⎣ − ⎥⎦
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥ [− 0 −] ⎢0 ⎥ [− −] ⎥
⎢⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
0 AΓ43
⎢ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥ [− 0 −]
⎢⎢ ⎥ ⎢0 ⎥ [− −]

⎢ ⎥ AΓ53 ⎥
⎢ ⎢− ⎥ ⎥
0
⎣⎣ ⎦ ⎢⎣ − ⎥⎦ ⎦

⎡− − − ⎤
com

A = nx ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nmx + 1)

11 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
nθx +1

88
⎡− − − ⎤ ⎫
A = n y ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nmy + 1)

22 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
nθy +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = n y ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nmxy + 1)

31 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
nθx +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = nx ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nmxy + 1)

32 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
nθy +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = nx ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nvx + 1)

43 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
n w +1

⎡− − − ⎤ ⎫
A = n y ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )⎥[− Pm (ς ) −]
⎢ ⎥ ⎪
Γ ⎬(nvy + 1)

53 2

⎢− − − ⎥ ⎭
⎣ 4444
1 4⎦244444 3
n w +1

Na secção anterior já se particularizaram estas equações para cada um dos lados


do elemento mestre definido na Figura A.4.

- Matriz M

A matriz de massas é dada por:

M =∫ ∫ UVt ( x, y )m ρUV ( x, y )dxdy = ∫ ∫ UVt (ξ ,η )m ρUV (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A47)
x1 y1 −1 −1

⎡ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎤
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥
⎢ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎥
M 11
⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦
⎢ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
M = ∫ ∫ J ⎢ ⎢⎢0 ⎥⎥[− 0 −] ⎢0 ⎥[− 0 −]⎥dξdη
⎢ ⎥
⎢ ⎥
1 1
M 22
−1 −1

⎢ ⎢⎣−⎥⎦ ⎢⎣−⎥⎦ ⎥
⎢ ⎡− ⎤ ⎡− ⎤ ⎥
⎢ ⎢0 ⎥[− 0 −]
⎢⎢ ⎥ ⎢0 ⎥[− 0 −] ⎥
⎢ ⎥ ⎥
⎢ ⎣⎢−⎦⎥ ⎥
M 33
⎣ ⎣⎢−⎦⎥ ⎦

89
⎡− − − − − − ⎤
com:

M 11 = ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ ρI [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nθx + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥ ⎭
⎣ 4444⎦4424444443
1
( nθx +1) 2

⎡− − − − − −⎤ ⎫
= ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ ρI [− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nθy + 1)

2

⎢− − − − − −⎥
M 22
⎣ 4444⎦4424444443
1 ⎭
( nθy +1) 2

⎡− − − − − − ⎤ ⎫
= ⎢ Pi (ξ ) Pj (η ) ⎥ ρA[− Pm (ξ ) Pn (η ) −]
⎢ ⎥ ⎪
⎬(nw + 1)

2

⎢− − − − − − ⎥
M 33
⎣ 4444⎦4424444443
1 ⎭
( nw +1) 2

As expressões analíticas para as integrações envolvendo polinómios de Legendre


e as suas derivadas estão apresentadas no Anexo B.

- Vector QV

As cargas generalizadas aplicadas no domínio são dadas por:

QV = ∫ ∫ UVt ( x, y ) f ( x, y )dxdy = ∫ ∫ UVt (ξ ,η ) f (ξ ,η ) J dξdη


x2 y2 1 1
(A48)
x1 y1 −1 −1

⎡− − − − − − − ⎫ ⎤
⎢ ⎪ 2 ⎥
⎢ Pi (ξ ) Pj (η )m1 ⎬(nθx + 1) ⎥
⎢− − − − − − − ⎪ ⎥
⎢ ⎭ ⎥
⎢− − − − − − − ⎫ ⎥
⎢ ⎥
QV = ∫ ∫ J ⎢ Pi (ξ ) Pj (η )m2 ⎬(nθy + 1) 2 ⎥ dξdη
1 1 ⎪
⎢ ⎪ ⎥
−1 −1

⎢− − − − − − − ⎭ ⎥
⎢− − − − − − − ⎫ ⎥
⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ξ ) Pj (η )q ⎬(nw + 1) 2 ⎥
⎢ ⎪ ⎥
⎣⎢− − − − − − − ⎭ ⎦⎥

Para cargas uniformemente distribuídas, apenas são não nulos os termos


envolvendo polinómios de Legendre constantes e lineares, P0 e P1. Os cálculos
envolvem então a utilização das expressões (A33) e (A34).

90
- Vector QΓ

As cargas generalizadas aplicadas na fronteira são dadas por:

QΓ = ∫ U Γt t dΓ = ∫ U Γt (ς )t J (ς ) dς
1
(A49)
−1

onde de novo se tem que:


⇒ J (ς ) = nx2 (ξ ,η ) + n y2 (ξ ,η )

É desta forma possível escrever:


⎡− − − − ⎫ ⎤
⎢ ⎪ ⎥
⎢ Pi (ς ) m n ⎬ ( nθx + 1) ⎥
⎢ − − − − ⎪⎭ ⎥
⎢ ⎥
⎢− − − − ⎫ ⎥


QΓ = J (ς ) Pi (ς ) m t ⎬ ( nθy + 1) ⎥ d ς

⎢ ⎥
1

⎢ − − − − ⎪⎭
−1

⎢ ⎥
⎢− − − − ⎫ ⎥
⎢ P (ς ) v ⎪ ( n + 1) ⎥
t⎬
⎢ i ⎥
⎢⎣ − − − − ⎭⎪ ⎥⎦
w

A particularização desta equação para cada um dos lados do elemento mestre


encontra-se apresentada na secção anterior.

- Montagem do sistema governativo

A estrutura apresentada na Figura A.6 vai servir para ilustrar a definição do


sistema governativo global nos modelos de HMT quando aplicados à análise de lajes de
Reissner-Mindlin. As técnicas a aplicar na obtenção deste sistema de equações são
semelhantes às que já foram discutidas no caso dos pórticos planos e das placas.

Gs3 Gs4

Gs8
Gs2 (b) (c)

Gs7 Gs5

Gs1 (a) Gs6

Figura A.6 – Laje utilizada para ilustrar a construção do sistema governativo.

91
Considera-se agora que a laje da Figura A.6 se encontra discretizada em 3
elementos finitos. Existem neste caso oito troços que devem ser incluídos na definição
da fronteira estática e ao longo dos quais se define uma aproximação independente para
o campo de deslocamentos.
⎧3 × 3 blocos em F
Temos 3 EF ⇒ ⎨
⎩3 × 3 blocos em AV

Temos 8 Γσ com 3 EF ⇒ 3 × 8 blocos em AΓ

No Quadro A.5 apresenta-se a relação entre os deslocamentos de cada lado de


cada um dos elementos com a numeração global atribuída para os graus de liberdade na
fronteira.
Elemento Finito Mestre
Lado I Lado II Lado III Lado IV
Elemento qx qy w qx qy w qx qy w qx qy w
a - - - Gs6 Gs6 Gs6 Gs7 Gs7 Gs7 Gs1 Gs1 Gs1
b Gs7 Gs7 Gs7 Gs8 Gs8 Gs8 Gs3 Gs3 Gs3 Gs2 Gs2 Gs2
c Gs5 Gs5 Gs5 - - - Gs4 Gs4 Gs4 Gs8 Gs8 Gs8
Quadro A.5 – Quadro das condições de fronteira estática.

No Quadro A.6 indica-se qual o número de colunas da matriz AΓ para cada um


dos elementos finitos.
Nº de colunas da Matriz AG do Elemento Finito Mestre usados na matriz AG do Sistema Governativo
Lado I Lado II Lado III Lado IV
qx de qy de w de qx de qy de w de qx de qy de w de qx de qy de w de
Elemento
UG UG UG UG UG UG UG UG UG UG UG UG
a - - - (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1)
b (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1)
c (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) - - - (nqx+1) (nqy+1) (nw+1) (nqx+1) (nqy+1) (nw+1)

Quadro A.6 – Numero de colunas da matriz AΓ.

92
Finalmente, no Quadro A.7 lista-se o nº de colunas para cada um dos blocos da
matriz AΓ referente a cada um dos elementos de malha.

Nº de Colunas de AG do Sistema Governativo


AG a6
Nº de Colunas de AG do Lado II do Elemento (a)
AG a7
Nº de Colunas de AG do Lado III do Elemento (a)
AG a1
Nº de Colunas de AG do Lado IV do Elemento (a)
AG b7
Nº de Colunas de AG do Lado I do Elemento (b)
AG b8
Nº de Colunas de AG do Lado II do Elemento (b)
AG b3
Nº de Colunas de AG do Lado III do Elemento (b)
AG b2
Nº de Colunas de AG do Lado IV do Elemento (b)
AG c5
Nº de Colunas de AG do Lado I do Elemento (c)
AG c4
Nº de Colunas de AG do Lado III do Elemento (c)
AG c8
Nº de Colunas de AG do Lado IV do Elemento (c)
Quadro A.7 – Colunas do operador de compatibilidade na fronteira.

O sistema governativo global assume então o seguinte aspecto:

⎡ Fa 0 − AΤa1 − AΤa6 − AΤa7 0 ⎤


⎢ 0 − AΤb8 ⎥⎥
0 0 AVa 0 0 0 0 0
⎢ Fb 0 0 AVb 0 0 − AΤb2 − AΤb3 0 0 0 − AΤb7
⎢ 0 0 − AΤc4 − AΤc5 − AΤc8 ⎥
⎢ t ⎥
0 Fc 0 0 AVc 0 0 0 0
⎢ AVa 0 ⎥
⎢ 0 0 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

⎢ ⎥
t
AVb 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 0 ⎥
⎢− At 0 ⎥
t
0 AVc 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

⎢ Γa1 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 − AΓt b2 0 ⎥
⎢ 0 0 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
− AΓb3
⎢ ⎥
t
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 0 − AΓt c4 0 ⎥
⎢ ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢ 0 0 − AΓt c5 0 ⎥
⎢− AΓt a6 0 ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

⎢ t ⎥
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎢− AΓa7 − AΓb7 0 ⎥
t

⎢ 0 0 ⎥⎦
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
⎣ − AΓb8 − AΓt c8
t
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

93
94
Anexo B

Polinómios de Legendre
Apresenta-se neste anexo a informação necessária para a definição dos
polinómios de Legendre. Discutem-se as suas propriedades mais relevantes e listam-se
as expressões que permitem efectuar o cálculo analítico de todos os integrais
envolvendo estas funções e as suas derivadas.

B.1 Considerações Iniciais


Os polinómios de Legendre de ordem n, Pn(x), correspondem às soluções da
equação diferencial de Legendre:

(1 − x ) × − 2× x× n + n × (n + 1) × Pn ( x) = 0
2 d 2 Pn ( x) dP ( x)
2
(B.1)
dx dx
Somos desta forma conduzidos à definição de funções do tipo polinomial, que
podem ser geradas pela fórmula de Rodriguez [58]:

Pn ( x) = × ( x − 1) n
1 dn 2
n n
(B.2)
2 n! dx

B.2 Propriedades dos Polinómios de Legendre


Verifica-se que polinómios de grau consecutivo são alternadamente funções
pares e ímpares:
Pn (− x) = (−1) n Pn ( x) (B.3)

Os integrais definidos no intervalo [-1,1] do produto de dois polinómios de


Legendre podem ser calculados a partir das igualdades:

⎪∫−1 n
⎧ 1 P ( x) P ( x)dx = 0 se n ≠ m
⎨ 1
⎪∫ Pn ( x) Pm ( x)dx =
m

se n = m
(B.4)
2
⎩ −1 2n + 1
Assim sendo, conclui-se que os polinómios de Legendre são ortogonais no
intervalo [-1,1].

95
B.3 Fórmulas Geradoras de Polinómios de Legendre
Várias fórmulas podem ser utilizadas para gerar os polinómios de Legendre,
correspondendo a maioria a fórmulas de recorrência [58]:

− x× n = (n + 1) × Pn ( x)
dPn +1 ( x) dP ( x)
(B.5)
dx dx
x× n − = n × Pn ( x)
dP ( x) dPn −1 ( x)
(B.6)
dx dx
− = (2n + 1) × Pn ( x)
dPn +1 ( x) dPn ( x)
(B.7)
dx dx
( x 2 − 1) × n = n × x × Pn ( x) − n × Pn −1 ( x)
dP ( x)
(B.8)
dx
Assim sendo, é possível usar a seguinte sucessão para determinar os valores de
Pn(x):
(n + 1) × Pn +1 ( x) − (2n + 1) × x × Pn ( x) + n × Pn −1 ( x) = 0 (B.9)

com P0(x)=1 e P1(x)=x.

Por forma a que se verifique a condição de ortonormalidade:

∫ (P ( x ) ) dx = 1
1 2
(B.10)
−1
n

A fórmula de Bonnet é escalada por λn;

2n + 1
λn = (B.11)
2
Obtem-se deste modo o formato alternativo apresentado em (B.12):
n +1 2n + 1
× Pn +1 ( x) = × Pn ( x) − × Pn −1 ( x)
λn +1 λn λn −1
n
(B.12)

com P0 ( x) = λ0 e P1 ( x) = λ1 × x

Na Figura B.1 apresentam-se os polinómios de Legendre unidimensionais de


grau igual ou inferior a 14.

96
Figura B.1 – Gráficos dos polinómios de Legendre de grau igual e inferior a 14.

B.4 Expressões para as Integrações Analíticas


Uma das principais vantagens associadas à utilização destes polinómios consiste
em ser possível dispensar os processos numéricos no cálculo das integrações, pois é
sempre possível definir expressões analíticas para os operadores estruturais (em
problemas onde se assumem as hipóteses de linearidade física e geométrica), mesmo
para os casos em que não se consegue tirar directamente partido da ortogonalidade.
Apresentam-se de seguida as expressões indicadas em [56]:

97
⎪∫−1 i
⎧ 1 P ( x) P ( x)dx = 1 se i = j
⎨1
⎪∫ Pi ( x) Pj ( x)dx = 0 c.c.
j
(B.13)
⎩ −1


⎧1
⎪ −1 = se i = j + 1
2λi λ j
i

Pi ( x ) Pj ( x ) xdx

⎪1
⎨∫−1 Pi ( x) Pj ( x) xdx = se i = j − 1
λ λ
j

(B.14)

⎪1
2

⎪∫−1 Pi ( x) Pj ( x) xdx = 0 c.c.


i j

⎧1
⎪∫−1 i
4i 3 + 6i 2 − 1
= se i = j
− + λ
2


P ( x ) Pj ( x ) x dx 2
2( 2 i 1)( 2 i 3)
⎪1
⎪⎪∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx =
j ( j − 1)
i

se i = j − 2
2(2 j − 1)λi λ j
2


⎪∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx = 2(2i − 1)λ λ
⎪1 i (i − 1)
(B.15)
2
se i = j + 2

⎪⎩∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx = 0 c.c.
⎪1
i j

⎪∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx = 2(2 j − 1)(2 j − 3)λ λ


⎧1 j ( j − 1)( j − 2)
3
se i = j − 3

⎪1
⎪∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx =
3 j ( j 2 − 2)
i j

se i = j − 1
⎪ 2(4 j 2 − 9)λi λ j
3

⎪1
⎨∫−1 Pi ( x) Pj ( x) x dx =
⎪ 3i (i 2 − 2)
se i = j + 1
⎪ 2(4i 2 − 9)λi λ j
3
(B.16)

⎪1
⎪∫ Pi ( x) Pj ( x) x 3 dx =
i (i − 1)(i − 2)
se i = j + 3
⎪ −1 2(2i − 1)(2i − 3)λi λ j
⎪1
⎪∫ Pi ( x) Pj ( x) x 3 dx = 0 c.c.
⎪⎩ −1

⎧1 ∂Pj ( x)
⎪⎪∫−1 Pi ( x) ∂x dx = 2λi λ j se i < j ∧ i + j é impar

⎪ 1 P ( x) ∂Pj ( x) dx = 0 c.c.
⎪⎩∫−1 i
(B.17)

∂x

98
⎧1 ∂Pj ( x)
⎪∫−1 Pi ( x) ∂x xdx = i se i = j

∂Pj ( x)
⎨∫−1 Pi ( x)
⎪1
xdx = 2λi λ j se i < j ∧ i + j é par
⎪ ∂x
(B.18)

⎪1 ∂Pj ( x)
⎪∫−1 Pi ( x) xdx = 0 c.c.
⎩ ∂x

⎧1 ∂Pj ( x) 2
⎪∫−1 Pi ( x) ∂x x dx = 2λ λ
i (i − 1)
se i = j + 1

⎪1 ∂P ( x) 2
⎪∫ Pi ( x) j
3 j2 − j −1
i j

x dx = se i = j − 1
⎪ −1 ∂x 2λi λ j

⎪1 ∂Pj ( x) 2
⎪∫−1 Pi ( x)
(B.19)
x dx = 2λi λ j se i < j ∧ i + j é par
⎪ ∂
⎪1 ∂Pj ( x) 2
⎪∫−1 Pi ( x) ∂x x dx = 0 c.c.
x

∫ P ( x)dx = 2
Alguns casos particulares:
1

−1

∫ ∫ P ( x) P ( y)dxdy =2
0

1 1
(B.20)
−1 −1

∫∫
0 0

P1 ( x) P0 ( y ) xdxdy =
1 1 2
−1 −1
3

99
100
Anexo C

Fórmulas e Teoremas Matemáticos


C.1 Divergência dum Campo Vectorial
Seja v(x,y,z)=(v1(x,y,z), v2(x,y,z), v3(x,y,z)) uma função vectorial diferenciável.
Define-se a divergência {v} do campo vectorial através de [58]:

div({ν }) =
∂v1 ∂v2 ∂v3
+ +
∂x ∂y ∂z
(C.1)

C.2 Teorema da Divergência


Seja (S) uma superfície fechada que encerra o domínio (V), definida em cada
ponto com um único vector normal e exterior (n). Seja v(x,y,z)=(v1(x,y,z), v2(x,y,z),

∫ div({ν })dV = ∫ {ν }{. n}dS


v3(x,y,z)) uma função vectorial diferenciável. Demonstra-se que:

(C.2)

C.3 Mudança de Referencial


Seja f uma função diferenciável em todo o seu domínio. Pode demonstrar-se que:

a) no caso do eixo linear com x = x(ξ ) para um eixo (ξ) isoparamétrico mestre
dx(ξ ) dx(ξ )
∫ f ( x)dx = ∫ f ( x(ξ )) dξ = ∫ g (ξ ) dξ
ξ2

dξ dξ
x2 1

ξ1
(C.3)
x1 −1

b) no caso do plano com ( x, y ) = ( x(ξ ,η ), y (ξ ,η )) para um domínio (ξ, )


isoparamétrico mestre

∫ ∫ f ( x, y)dxdy = ∫ ∫η f ( x(ξ ,η ), y(ξ ,η )) J (ξ ,η ) dξdη = ∫ ∫ g (ξ ,η ) J (ξ ,η ) dξdη


x2 y2 ξ2 η2 1 1

ξ1
(C.4)
x1 y1 1 −1 −1

101
102
BIBLIOGRAFIA
[1] Almeida J.P.B.M, Freitas J.A.T., “Alternative approach to the formulation of hybrid
equilibrium finite elements”, Comput & Struct, 1991.

[2] Almeida J.P.B.M., “Modelos de Elementos Finitos para a Análise Elastoplástica”,


Tese para obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,
Universidade Técnica de Lisboa, 1991.

[3] Arruda M.R., Castro L.M.S.S., “Análise dinâmica de lajes de Reissner-Mindlin com
modelos híbridos mistos de tensão”, Congresso de Métodos Numéricos em engenharia
Porto 2007.

[4] Arruda M.R., Castro L.M.S.S., “Modelos híbridos-mistos de tensão para a análise
dinâmica no domínio da frequência de lajes de Reissner-Mindlin”, aceite para
publicação, Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas 2008.

[5] Arruda M.R., Castro L.M.S.S., “Modelos híbridos-mistos de tensão para a análise
dinâmica no domínio do tempo”, aceite para publicação, Revista Portuguesa de
Engenharia de Estruturas 2008.

[6] Azevedo A.F.M., “Método dos Elementos Finitos”, Faculdade de Engenharia da


Universidade do Porto, FEUP 2003.

[7] Bathe K.J. “Finite Element Procedures In Engineering Analysis”, Prentice-Hall


Englewood Cliffs, 1982.

[8] Borges Pires, “Elementos Finitos Aplicados à Engenharia de Estruturas”, Mestrado


em Engenharia de Estruturas, IST, 2007.

[9] Carmo J., Sernadas A., Sernadas C., Dionísio F., Caleiro C., “Introdução à
Programação em Mathematica”, IST Press, 2004.

[10] Castro L.M.S.S., “Wavelets e Séries de Walsh em Elementos Finitos”, Tese para
obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil, IST 1996.

[11] Castro L.M.S.S., Freitas J.A.T., “Hybrid-Mixed Finite Element Elastoplastic


Analysis Based on Walsh and Wavelet Interpolation”, em Advanced Computational
Methods in Structural Mechanics, edição de Manolis Papadrakakis e Gabriel Bugeda,
CIMNE – A Series of Handbooks on Theory and Engineering Applications of
Computational Methods, pp. 146-165, Barcelona, 1996.

[12] Castro L.M.S.S., Freitas J.A.T., “Implementation of Walsh-based hybrid-mixed


stress elements”, resubmetido para publicação, Computers and Structures, 2008.

[13] Castro L.M.S.S., Freitas J.A.T., “Solution of plate bending problems using Walsh
functions and wavelets”, International Journal for Numerical Methods in Engineering,
resubmetido para publicação, 2008.

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