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ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS METÁLICAS

Projeto e Detalhes Construtivos

MÓDULO: Análise de Estruturas

Introdução ao método dos elementos finitos

Prof. M.Sc. Paulo Cavalcante Ormonde

Fortaleza, 2017
Introdução
 O método dos elementos finitos tornou-se uma ferramenta poderosa
na solução numérica de uma grande variedade de problemas de
engenharia.

 As aplicações variam desde a análise de tensão e deformação em


estruturas automotivas, aeronaves, prédios e pontes até a análise
de transferência de calor, escoamento de fluidos, fluxo magnético,
infiltração e outros problemas de fluxo.

 Com os avanços na tecnologia de computação e sistemas CAD,


problemas complexos podem ser modelados com relativa
facilidade.
Contexto histórico
 Em 1941, Hrenikoff apresentou uma solução para problemas de
elasticidade usando “métodos de teoria de estruturas”.

 O termo elemento finito foi a princípio criado e utilizado por


Clough em 1960.

 As bases matemáticas foram estabelecidas na década de 1970.

 Hoje, o avanço em computadores de grande porte e a


disponibilidade de microcomputadores poderosos mantêm esse
método ao alcance de alunos e engenheiros que trabalham em
pequenas indústrias.
Análise de sistemas de engenharia
Problema Físico
Simplificações e Aproximações

Modelo Matemático
Ex: Eq. Diferencial
Discretização

Modelo Numérico
Ex: Elementos Finitos
Análise de sistemas de engenharia
• A seleção do modelo matemático depende da resposta a ser
obtida.
• Exemplos:
- Distribuição de temperatura.
- Campo de tensões.
• Um bom modelo deve:
- Considerar os aspectos essenciais do problema.
- Desprezar os fatores secundários.
- Fornecer resultados próximos das respostas reais.
• Se as previsões do modelo não estão de acordo com as respostas
reais é necessário refinar o modelo:
- Incluir aspectos inicialmente desprezados.
Análise de sistemas de engenharia
• Modelos numéricos são aproximações dos modelos matemáticos.

• Um método numérico é confiável se ele converge para a solução


exata do modelo matemático:
- Garantia de convergência com o refinamento.
- Velocidade de convergência.
- Custo computacional envolvido.
- Facilidade de implementação e utilização.

• A solução numérica de um problema não pode ser melhor do


que o modelo matemático utilizado.
Análise de sistemas de engenharia
• Determinação de Pi(π):
Análise de sistemas de engenharia
• Determinação de Pi(π):

sin(360/2n)= (L/2) / (d/2)

L = d . sin(180/n)

L = Pn / n  Pn = L . n

Pn = n . d . sin(180/n) = πn . d

πn = n . sin(180/n)
Projeto estrutural
• Conceito:
- Definição de uma configuração estrutural capaz de resistir às ações
externas “transferindo” o efeitos destas ações até os apoios.
- Envolve a definição da geometria e materiais utilizados.

• Requisitos:
- Segurança (resistência + estabilidade).
- Conforto e estética.
- Durabilidade.
- Economia (construção e manutenção).
- Viabilidade construtiva.
Ações externas
• Peso próprio e cargas de utilização (sobrecarga).

• Ações ambientais:
Variação de temperatura.
Forças de vento, neve, correntes marinhas, ondas, ...

• Expansão/retração dos materiais. Protensão.

• Deslocamentos prescritos:
Terremotos.
Recalques de apoio.
Análise estrutural
• Conceito:
Determinação das respostas mecânicas de uma estrutura devido a
ações externas.
Obs: a geometria e os materiais são conhecidos.

• Respostas mecânicas:
Deslocamentos e deformações
Tensões e esforços internos.
Cargas e modos de flambagem.
Freqüências naturais e modos de vibração.
Carga de ruptura.
Importância dos métodos numéricos
• A análise de estruturas envolve a solução de equações
diferenciais parciais.
• Soluções analíticas exatas (fechadas) só existem em casos
especiais:
Geometria e condições de contorno simples.
Certos tipos de carregamento.
Material homogêneo.
• A solução de problemas reais requer a utilização de métodos
numéricos (aproximados):
Método das Diferenças Finitas.
Método dos Elementos Finitos.
Método dos Elementos de Contorno.
Análise por elementos finitos
Análise por elementos finitos
• Dividir o domínio do problema em regiões (elementos finitos) de
geometria simples:
Triângulos, quadriláteros, tetraedros, hexaedros,...
Os elementos adjacentes são conectados através dos nós.
• Aproximar os deslocamentos no interior dos elementos:
Interpolar a partir dos valores nodais.
Utilizar funções simples: lineares, quadráticas,...
• Obter e resolver as equações de equilíbrio em função dos
deslocamentos nodais (graus de liberdade).
• Calcular respostas no interior dos elementos:
Deformações a partir do campo de deslocamentos.
Tensões a partir das deformações.
Vantagens do MEF
• Aplicação a qualquer problema de campo:
Tensões, transferência de calor, percolação, etc.
• Não há restrição quanto a geometria do problema.
• Não há restrições sobre o carregamento e as condições de contorno
do problema.
• O material pode variar de elemento para elemento.
• O Modelo de elementos finitos parece com o corpo ou região a ser
analisada.
• Um modelo pode incluir componentes com diferentes
comportamentos:
Barras, vigas, placas, cascas, sólidos, etc.
• A aproximação é melhorada facilmente refinando a malha de
elementos finitos ⇒ convergência.
Exemplo de aplicação:
• Barra Engastada:
Exemplo de aplicação:
• Barra Engastada:
Exemplo de aplicação:
• Barra Engastada:
Exemplo de aplicação:
• Estrutura de edi cio
Exemplo de aplicação:
• Tanque esférico
Utilização do MEF
• Análise preliminar:
- Obter uma solução aproximada do problema.
- Modelo analítico simplificado, fórmulas, análise experimental,
análises anteriores, etc.

• Análise por elementos finitos:


- Pré-processamento:
Modelagem: geometria, apoios, carregamento, materiais, ...
Geração de malha.
- Análise numérica.
- Pós-processamento:
Deformadas, modos de vibração/flambagem, animações,...
Contornos e gráficos de tensões.
Utilização do MEF
• Verificação dos resultados
- Avaliação qualitativa:
A resposta “parece” certa ?
Deslocamentos (deformada).
Tensões.
Existem erros grosseiros ?
O problema desejado foi resolvido ? Ou foi outro problema ?
O campo de deslocamentos satisfaz as condições de contorno
esperadas ?
Ex: deslocamentos e rotações nulas nos apoios.

As simetrias esperadas estão presentes nas respostas ?


Utilização do MEF
• Verificação dos resultados
- Avaliação quantitativa
- Comparar resultados de EF com as soluções preliminares.
- Verificar se o nível de discre zação é sa sfatório.
- Continuidade do campo de tensões.
- Estimadores de erros.

• Revisão do modelo:
- Eliminar os erros grosseiros
- Dados de entrada (apoios, propriedades dos materiais,...)
- Melhorar o modelo de elementos finitos.
- Refinar a malha.
Utilização do MEF
Utilização do MEF
• Por que estudar a teoria do MEF ?
Existem programas comerciais utilizados a bastante tempo.
Intensivamente testados: fabricantes e usuários.
Os programas atuais possuem interface amigável.
Sua utilização não requer grandes conhecimentos.
• A obtenção de resultados confiáveis requer:
Conhecimento do comportamento estrutural:
Mecânica, resistência dos materiais, teoria das estruturas, ...
• Conhecimento do MEF:
Comportamento dos elementos utilizados.
Características dos algoritmos de análise.
Limitações e aproximações utilizadas pelo programa.
Modelos para análise de estruturas
• Questões envolvidas:
Geometria.

• Cinemática:
Deslocamentos. Rotações.

• Comportamento dos materiais.


Relação tensão-deformação.

• Carregamento.

• Condições de contorno:
Apoios e Carrregamentos
Modelos para análise de estruturas
• Contínuos ou sólidos:
Barra (1D).
Estado Plano de Tensão.
Estado Plano de Deformação.
Sólido axissimétrico.
Sólido 3D.

• Estruturais:
Vigas.
Pórticos.
Placas.
Cascas.
Tipos de análise
• Estático x dinâmico
As cargas atuantes são periódicas ou impulsivas ?
A estrutura é muito flexível ?
A freqüência do carregamento é próxima a da estrutura ?
O comportamento do material é dependente do tempo ?
• Linear x não-linear
Os deslocamentos/rotações são grandes ?
Qual a magnitude das deformações ?
A região apoiada depende da deformação ?
A relação tensão-deformação pode ser considerada linear ?
O material sofre deformações permanentes ?
Existe a formação de trincas ?
Tipos de análise
• Acoplada (multi-física) x desacoplada Termo-mecânico.
Solo-estrutura.
Fluido-estrutrura.
Piezoelétrico.

• Estado da prática:
Depende do ramo de aplicação.
Engenharia civil: estática, linear e desacoplada.
Análise dinâmica: terremotos, edifícios altos,...
Análise não-linear: problemas especiais.

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