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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA

3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARARANGUÁ-SC

MARIA SARAIVA FERREIRA, brasileira, casada,


merendeira, portadora do RG: 755789-2, inscrita no CPF:
785.785.999-78, residente e domiciliada na Avenida
Engenheiro Mesquita, nº 734, Ed. Karina, apto. 302,
centro da cidade de Araranguá-SC, através de seu
procurador infra-assinado (procuração em anexo), perante
a Vossa Excelência com base no art. 796 do Código de
Processo Civil, propor a presente ação:

MEDIDA CAUTELAR DE SEPARAÇÃO DE CORPOS:

Em desfavor de ARLINDO NORANDI PEREIRA,


brasileiro, casado, metalúrgico, inscrito no CPF:
555.666.777-95, residente e domiciliado na Rua Jorge
Vieira, nº 1.899, centro da cidade de Araranguá-SC, pelos
motivos que venho a expor:

I – DOS FATOS:

O requerido casou-se com a requerente em 12 de março


de 1988, pelo regime da comunhão universal de bens, e dessa sociedade
conjugal nasceram 3 (três) filhos: MÁRCIO LUCAS PEREIRA ( com 12 anos),
ARMANDO PEREIRA (com 09 anos) e BRUNO PEREIRA (com 05 anos).
O casal possui um patrimônio todo construído durante a
sociedade conjugal, o qual é composto por uma casa onde vive em Araranguá,
um automóvel GOL ano 2009, duas motos CG e móveis que guarnecem a
residência.

Ocorre que no ultimo ano o requerido, passou a fazer uso


constante de bebidas alcoólicas, chegando à casa várias vezes embriagado e
muitas vezes inutilizando os móveis da residência.

No ultimo final de semana quando chegou em casa o


requerido agrediu física e moralmente a requerente e seu filho MÁRCIO
LUCAS PEREIRA, causando em ambos os ferimentos registrados no exame de
corpo delito (documento em anexo), além de destruir mais uma quantidade
significativa de móveis.

A requerente e seus filhos, com medo e certo receio,


encontram-se na casa de vizinhos para assim se prevenirem de futuras
agressões psicológicas e físicas.

II – DO DIREITO

A separação de corpos esta legitimada na Lei nº 6.515/77


em seu art. 7º, “caput” e parágrafo I, esta poderá ser determinada como
medida cautelar conforme art. 796 do Código de Processo Civil:

“Art. 7º - A separação judicial importará na separação de


corpos e na partilha de bens.

§ 1º - A separação de corpos poderá ser determinada


como medida cautelar (art. 796 do CPC).”

“Art. 796 - O procedimento cautelar pode ser instaurado


antes ou no curso do processo principal e deste é sempre dependente.”
A medida cautelar tem como objetivo a retirada de um dos
cônjuges da residência conjugal, como procedimento preliminar, quando é
iminente e traumática a separação.

E por ser medida acautelatória, que prospera em proteger


os direitos atribuídos as crianças e a mãe, afastando assim a propositura de
ameaça de lesão, iminente e irreparável, ao direito de um dos cônjuges, a
separação de corpos deverá ser concedido o mais rápido possível.

Da liminar:

Acima apresento os requisitos necessários para a


concessão da liminar para a retirada imediata do requerido dos aposentos da
família.

Portanto coloco como base do pedido de liminar a


jurisprudência do Ilustríssimo Relator Desembargador do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro Sidney Hartung:

“SEPARACAO DE CORPOS. AFASTAMENTO DO


CONJUGE VARAO DO LAR. RUPTURA DA VIDA EM COMUM. VIOLENCIA
DOMESTICA. MEDIDA LIMINAR CONCEDIDA. Apelação Cível. Separação de
corpos. Afastamento do cônjuge varão do lar do casal. A medida cautelar de
separação de corpos objetiva assegurar a integridade física e moral do cônjuge
e dos filhos em comum,bem como impedir o constrangimento de compartilhar o
mesmo teto com alguém com quem o convívio se tornou penoso. A liminar
deve ser deferida na ação cautelar de separação de corpos, já que é resultado
de cognição sumária que, analisa os elementos trazidos pela autora, pois este
momento processual não se presta ao exame dos fatos e das alegações, a
serem discutidas na ação principal. São motivos suficientes à concessão da
medida liminar, os indícios de desarmonia da vida em comum, agressões
físicas, constrangimento moral, até mesmo com o objetivo de preservar o
equilíbrio emocional das partes, evitando que os litigantes continuem dividindo
o mesmo lar durante o processamento da ação principal. Determinação do
afastamento do varão do lar conjugal é medida que se impõe pelo bem estar
dos filhos. Provimento do recurso.” (TJRJ. APELAÇÃO CÍVEL -
2007.001.39397. JULGADO EM 06/11/2007. QUARTA CAMARA CIVEL -
Unanime. RELATOR: DESEMBARGADOR SIDNEY HARTUNG)

Conforme leciona também Yussef Said Cahali:

“Consolidou-se a jurisprudência no sentido de que,


presente o fundamento que norteia a separação prévia de corpos, qual seja a
conveniência de não se exporem os casais incompatibilizados em vésperas de
separação judicial ao desgaste de novos atritos ensejados por uma
desarmoniosa convivência conjugal, nada obsta a que seja deferido alvará de
separação quando requerido por ambos os cônjuges, com a declaração de que
aguardam o decurso do biênio do casamento para ajuizar pedido de
homologação de separação consensual; assim, podem os cônjuges pleitear
conjuntamente alvará de separação de corpos, mostrando sua necessidade ou
conveniência para evitar atritos até que ingressem em Juízo, para consumar a
separação por mútuo consentimento, á espera do prazo legal, acautelando,
assim, interesses recíprocos." (CAHALI, Yussef Said. Divórcio e separação. p.
475.)

Por sua vez, o “periculum in mora” está caracterizado pela


urgência do afastamento do requerido do lar, do modo que a não designação
da medida definitiva pode gerar danos físicos, morais e psicológicos uma vez
que a possibilidade de o requerido ser noticiado da presente ação e vir a
cometer outras violências contra os filhos e com a requerida.
III – DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

1 – A concessão da liminar, inaudita para o pronto


afastamento do requerido do lar conjugal.

2 – A citação do requerido, no endereço mencionado na


exordial para, querendo contestar a presente ação, no prazo legal.

3 – Produção de todas as provas em direito admitidas.

4 – Intimação do Ministério Público, para tomar ciência da


presente ação e requerer o que for devido.

5 – Procedência do pedido, para que o requerido tenha o


seu afastamento do lar conjugal por definitivo.

5 – Condenação do réu para o pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios.

Dá-se a causa o valor de R$ 540,00 (quinhentos e


quarenta reais) para efeitos fiscais.

Nestes termos, Pede deferimento.

18 de março de 2011.

___________________________
THIAGO BACHA TOURNIER
OAB/SC 11.111
IV – ROL DE DOCUMENTOS:

1 – PROCURAÇÃO

2 – BOLETIM DE OCORRÊNCIA

3 – CERTIDÃO DE CASAMENTO

4 – CERTIDÕES DE NASCIMENTO DOS FILHOS

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