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Peregrino 7
Peregrino 7
SÉRIE PEREGRINO
AULA N 31
O HOMEM
INTUIÇÃO É FÉ
A respeito da Fé, disse o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA:
“Que é a Fé, senão uma verdadeira Intuição?... Claro é que nem sempre com a Fé
estejamos certos. Por isso, tão pouco assegurarei que a Intuição possa proporcionar ideia
exata. Posto que nem sempre o Homem se acha em condições de poder interpretá-la
devidamente”.
Do mesmo modo que nem sempre uma máquina obedece à intenção do maquinista, não
devemos esquecer que o Homem é um Ser material, embora em si habite uma alma que o
anima, e um Espírito que o guia para sua verdadeira morada, que é o Divino.
A Fé é uma Intuição: Certo que, para desenvolvê-la, contribui a força persuasiva do
pregador. Não criaria, porém, raízes, se não estivesse auxiliada pela Intuição do ouvinte... Essa
Intuição não se obriga a concretizar, precisamente, nesta ou naquela crença, porém, obriga a
pessoa a fazer ideia de algo Superior, de uma futura existência ultraterrena. E essa ideia vaga
relaciona tudo mais com o que disse o orador, o instrutor, os quais desejam incutir
determinadas crenças ou coisas. Compreendemos: A Fé é a manifestação da Inspiração;
porém, de um modo inconsciente, indefinível. É, com efeito, o poder da Vontade Divina,
agindo de uma maneira primária, sem o devido ajuste do cérebro. É a Supra-Vontade
manifestando-se como potencial, como semente, num cérebro sem preparo e sem grau, de
uma estância anterior à Inspiração. Ainda, é algo como o cristal de rocha: cristaliza-se e só se
revela através do atrito. Por exemplo, quando se toma nas mãos um cristal de rocha, não
vemos, não sentimos o aspecto exterior da existência de fogo. Quando o atritamos, ele
começa a faiscar, produzir fagulhas... houve, portanto, a manifestação da Essência do cristal
pelo atrito. Fenômeno semelhante dá-se com a Fé. Alegorizando-a por um Cristal, não
percebemos o poder da Inspiração. Mas com o permanente atrito com o mundo exterior:
obstáculos, opiniões em contrário, manifestações medíocres, conselhos sem substância, vai
se aquecendo e com o calor da sinceridade inflama-se e transforma-se na Intuição.
O grande pensador José Ingenieres, em seu monumental livro: “O Homem Medíocre”,
Nova Edição autorizada, 1933, da Livraria para Todos, escreveu:
“A Fé é a força do Gênio. Para se imaginar uma era, é preciso amar o seu Ideal, e
transformá-lo em paixão; isto é, vivê-lo apaixonadamente”. Continua ele: “A cultura não
enfraquece os visionários: sua vida inteira é uma Fé em ação. Sabem que os caminhos mais
escarpados conduzem a pontos mais altos. Não empreendem coisa alguma que não estejam
decididos a concluir. As resistências são aguilhoadas que os incitam a perseverar, embora
nuvens espessas de ceticismo encobrem o seu Céu; são, em conclusão, otimistas e crentes:
quando sorriem, facilmente adivinham as áscuas crepitantes sob a ironia”.
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Bibliografia:
Blavatsky. H. P. Glossário Teosófico. Editora Ground Ltda., 2.ed. 1991.
Rompendo os Mistérios, Aquarius. p. 79-81.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
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AULA No 32
DOUTRINA DOS AVATARAS
CONCEITO DE AVATARA
Os Avataras têm como objetivo principal trazer a Essência Divina cósmica para a Terra. Dar
forma inteligente à energia (ou Essência) donde Tudo e Todos se originam. Transformar o
abstrato (subjetivo) num elemento de Ação.
Avatar quer dizer: baixar; descer; movimento de cima para baixo; objetivação do
subjetivo; uma consciência cósmica agindo dentro da limitação antropogênica. Na Índia:
nome dado às encarnações de um Deus, de uma Divindade, transformação... metamorfose...
as quais são classificadas em Avataras: de Brahma, de Vishnu e de Shiva.
Segundo a definição do Professor Henrique José de Souza: “encarnação ou manifestação
do Espírito de Verdade”, quando se trata de Avataras cíclicos... pois também se aplica a outras
manifestações deíficas. Embora não falem as escrituras sagradas, os Avataras são de três
categorias ou naturezas: totais, parciais e momentâneos.
– AVA – antepassados, antigo, velho, o mais antigo...
– TARA-TORA-TORAH-ROTA, tem o sentido de Divindade ou Divina Lei que se manifesta
nos planos inferiores constituídos de matéria grosseira.
– TARI – é o veículo, é a nave, portador de alguma coisa...
– TAR – este prefixo tem o sentido de superar, sobrepujar.
– AVATARA no Tupi: AVA – antepassados, velho, avô...; TARA – vinda, chegada... pousou...;
logo, AVATARA é a vinda de Tupan (Deus). O conjunto das palavras: AVA+TARA é a
manifestação da Divina Lei (TORAH) nos planos inferiores da matéria densa, grosseira.
– ARA-TUPAN CABAYÚ é o Deus do Fogo, do Facho Luminoso, senão a chegada do Ancião
das Idades, como uma alegoria do Eterno.
Consoante às escrituras antiquíssimas, temos os termos AVALOMA e ISHVARA ou
AVALOKITEZVARA, isto é, a Consciência, a Civilização, a Humanidade criada pelo Avatara,
pela Manifestação de um Ishvara (Luzeiro).
– AVALOM – Avatara, Ada-Lohan, logo: a encarnação de um Chohan – Cisne Celeste –
como orientador de uma civili-zação.
– CHOHAN-YO-CHOHAN, LO-CHOHAN, LO-EHIM, LOHENGRIN-GLOHIM... temos ainda,
HELOIM, HÉLIO + KIM, ou seja, a manifestação do sol espiritual (KIM), como Hélio (o sol no
plano físico).
Cumpre-nos observar: a doutrina dos Avataras é de grande importância para que
possamos compreender perfeitamente a Missão dos Fundadores do Movimento Cultural
Espiritualista de que fazemos parte. Essa doutrina é para nós muito clara, posto que explica,
muito bem, o entrosamento da manifestação da Vida Universal, vivenciada pelas humanas
criaturas, e nos oferece elementos primorosos que nos permite compreender o motivo pelo
qual a Divindade, a Suprema Consciência Universal, o Deus Único e Real, se projeta nos
diversos planos do Universo e nos setores da vida; orienta-nos de modo brilhante, mostrando
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como proceder para que possamos ser bafejados pelas sublimes vibrações dos Avataras; dá-
nos uma ideia de como se processa a progressiva evolução espiritual da humanidade, senão
da Mônada (essência divina ou centelha divina, segundo a classificação teosófica ou
eubiótica, através dos Ciclos).
Graças a essa teoria, possuímos elementos que permite nos classificarmos como
participantes da evolução monádica da maravilhosa Hierarquia Humana.
O processo de “Avatarização” oferece potência e capacidade às humanas criaturas, para
que elas se tornem divinas e se confundam com Aquele Princípio Crístico a que os teósofos
denominam de Atmã, ou de Divindade...
A Essência Única, embora sendo de natureza sutilíssima, projeta-se nos planos de
natureza, mais densa em relação ao da sua existência, envolvendo-os e modificando-os.
A projeção dos Avataras tem por fim transformar as ambiências grosseiras em sutis...
Destarte, a Divindade se projeta hipostaticamente, numa gradação formal, desde o
homem até o infusório, obedecendo, contudo, à relatividade muito natural, das limitações
das formas. H. P. Blavatsky na sua monumental Obra “A Doutrina Secreta” diz: “Os Avataras
são filhos de direta descendência do Pai Eterno”. Como expressão dessa divina Essência no
meio do torvelinho da vida humana, aparecem, ciclicamente, seres de grande estirpe para
orientar os homens na sua caminhada evolucional.
DESCIDA DA LEI
Os Avataras representam a Lei manifestada, procurando dar novas diretrizes, para o novo
ciclo, de suas responsabilidades. Na maioria das vezes não são compreendidos,
principalmente no Ocidente, onde o des-conhecimento é muito grande, devido muitas vezes
à omissão de certas Instituições, que na ânsia de subjugar seus seguidores escondem o
verdadeiro conhecimento, e muitas vezes, perseguem aqueles que deles tomam consciência.
Vamos citar alguns Avataras entre outros não menos importantes, que vieram ao mundo,
sempre dentro de suas respectivas épocas: Krishna, Buddha, Jesus (o Cristo), Shankârâchârya
e muitos outros. A missão desses Seres é engrandecer o bem e transformar o mal, daí as
sublimes palavras de Krishna: “Eu nasço em cada Yuga (Idade); porém, todos nasceram do
mesmo Poder Divino”.
Krishna, desejando provar a Arjuna (discípulo), a manifestação dessa Essência Divina em
vários personagens e em várias épocas, disse:
“Muitos nascimentos deixei atrás de Mim e muitos deixastes Tu; Oh! Arjuna. Porém Eu os
recordo todos, porém tu não recordas os teus. Oh! Porantapas; Ainda que sou o novato e
imperecedor Ser, o Senhor de todos os Seres, projeto a Natureza que é o meu domínio,
também, nasço por virtude do meu próprio poder; Para proteger os bons, confundir os maus
e restaurar firmemente a Justiça, de Idade em Idade, de Ciclo em Ciclo, renasço Eu com este
intento; Quem assim conheça em sua essência Meu Divino nascimento e minhas divinas
ações... não voltará a nascer quando deixar o corpo, sendo que a Mim se unirá, oh! Arjuna!”
De modo que todos os Avataras são unos e os mesmos são Filhos de seu Pai, em direta
descendência. O PAI... é uma das sete Chamas, que atinge eternidades.
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AULA No 33
EUBIOSE
INTRODUÇÃO
A EUBIOSE, segundo os ensinamentos do Prof. Henrique José de Souza, oferecidos à
Instituição a que pertencemos, é uma espécie de “Naturismo Cósmico” em que a criatura
humana vivencia a sabedoria humana e a sabedoria eterna. Vive em harmonia com as forças
Cósmicas.
O EU-INTERNO de cada homem passa a ter vida própria. EU + BIO = o EU com VIDA. O EU
passa a ter vida, movimento, começa a funcionar com liberdade. Passa a funcionar como
“EXPANSÃO DE DEUS”.
A humana criatura, a exemplo desta definição, é algo à semelhança de uma semente, logo
constituída de atributos em estado de latência. Por outro lado, o homem é uma semente de
Deus, de Buddha, de Brahma.
A semente, após lançada na gleba, passa a germinar, a dar nascimento, a desenvolver os
atributos que lhe são inerentes. O mesmo acontece às humanas criaturas: após o
nascimento, passam a desenvolveras tendências; a dar forma aos “Arquétipos”.
A gleba, o campo de germinação, o ambiente de desenvolvimento estão muito bem
representados pelos métodos de ensino, de orientação, baseados nas leis da EUBIOSE, nos
processos de ensino pela insinuação; em que os Mestres, os Orientadores são amigos dos
discípulos, dos orientados.
Disse nosso orientador, o Prof. Henrique José de Souza:
“Deus é a ideia; o Espírito no homem é a Inteligência. Logo, o Homem é, ao mesmo tempo,
a semente de Deus e do Espírito; Isto é, da Ideia e da Inteligência”.
Convém pensar no conceito: Espírito é a limitação de Deus e a Inteligência é a Suprema
Ideia, plasmação da Ideia Integral, do Absoluto. Daí a linguagem “Ideoplástica”, a que
expressa as Ideias Integrais.
Toda criatura humana nasce com seus “arquétipos”, com suas tendências superiores ou
inferiores, com os elementos que se acham como resíduos no inconsciente (conteúdo do
inconsciente?...). Conforme orientação, esses arquétipos vão se desenvolvendo positiva ou
negativamente.
Com a marcha da vida biológica, também se desenvolvem os atributos psíquicos e
espirituais, o que deve ser feito harmoniosamente. De modo que ninguém ensina nada a
ninguém. Há sim os orientadores que partejam o desabrochar dos Arquétipos, das
tendências de natureza psíquica e espiritual do elemento humano.
A consciência humana desenvolve-se de acordo com as possibilidades, com os valores,
com as dimensões de cada um. Ela se desabrocha de dentro para fora. Por exemplo: não se
pode contemplar o próprio rosto se não houver uma superfície espelhada. Com essa
analogia, poderíamos dizer que não se pode despertar o que se acha em nós, em estado de
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latência, se não houver uma motivação externa. Esta motivação orientada por um Mestre,
segundo os orientais, chama-se “MÂYÂ-BUDISTA”.
A “MÂYÂ-BUDISTA” é, portanto, o processo aplicado para promover, através da
motivação, o despertar do interesse para determinada realização, para o estudo, para a
pesquisa de alguma coisa. É o artifício usado para que a criatura humana tome qualquer
posição, qualquer atitude, qualquer deliberação. Enquanto não tomamos interesse por um
assunto, por determinada realização, não temos consciência dele: então nada realizamos.
Nas próprias palavras do Bodhisattva Jesus, o Cristo, está implícito a ideia da “EUBIOSE":
“Faze por ti que Eu te ajudarei”. Compreendemos, portanto, que a Eubiose já foi, sem dúvida,
aplicada de vários modos, de várias maneiras, em várias épocas. Em tempos idos e, talvez,
em outros mundos... O sistema de estudo, de aprendizagem, era realizado com o auxílio da
Mãe-Natureza, isto é, ao ar livre, nos parques, nos jardins, nos bosques... A motivação para o
estudo era o contato com a Natureza, na qual se inclui o próprio homem.
O senso estético, a sensibilidade humana em contato com a natureza, desperta a ânsia, o
interesse por determinada coisa. Nesse caso fala o EU, pedindo alguma coisa; e esse pedido
traduz-se com alegria, desejo de cantar e conhecer os mistérios da Vida; manifesta-se, ainda,
como a harmonia, o encantamento através dos matizes da vegetação, flores, pássaros, lagos,
peixes... Começa-se a sentir que cada árvore é um ser vivente e a brisa soprando na folhagem
dá um quê de bailado, de conversa, de diálogo emocional e muitas vezes, funciona com a
pujança da poética.
NA EUBIOSE procurasse aplicar os conhecimentos adquiridos na vida prática, diária... e
também no aspecto evolucional. Logo, o conhecimento, a orientação, deve ser
acompanhada do exemplo. De modo geral, aquele que transmite as experiências vividas, as
brotadas do íntimo, o faz com imenso poder convincente.
Platão, com sua “MAYÊUTICA”, aplicou em sua época a EUBIOSE. A Filosofia era Platão e
Platão era a Filosofia, posto que nenhum sábio latino possa acrescentar uma só ideia à sua
maravilhosa categoria. Emerson chamava-a de homem representativo por excelência. Por
isso o verdadeiro teósofo se diferencia dos cientistas comuns que tomam Platão ao pé da
letra e não se preocupam com o seu “espírito que vivifica” – não se contentam em estudá-lo
eruditamente; senão procurando assimilar sua doutrina, fazendo, naturalmente, o possível
para vivenciá-la.
A Filosofia de Platão é de origem asiática; daí o nome “filosofia acadêmica”. Este nome
vem se repetindo desde há muitos séculos. É derivado dos “Jardins de Academus”, onde era
aplicada a filosofia da Vida, onde eram relatados os problemas da época e onde era estudado
o sentido filosófico das coisas.
Os gregos e latinos, que nunca pesquisaram suas línguas à luz da etimologia, julgaram ser
“Academus”, onde era aplicada a filosofia da Vida, relatados os problemas da época e onde
era estudado o sentido filosófico das coisas. Eles, que nunca pesquisaram suas línguas à luz
da etimologia, julgaram ser “Academus” o nome de um homem, mas não o fato de “CADM”
significar Oriente; pois as ciências orientais foram as primeiras a criar o alfabeto escrito. Por
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ter sido trazido da Ásia até a Grécia, todo sábio, durante muito tempo, era considerado um
oriental, um “CADMUS” e todo lugar consagrado à instrução; a CADMIA ou ACADEMIA
(Ragon “Orthodoxe Maçonnique” - p. 150).
CADMUS – grego – é o suposto inventor das letras do alfabeto. Sim, alfabeto ensinado (ou
inventado) na Europa e na Ásia Menor; porém, na Índia, as letras já eram conhecidas e
empregadas pelos Iniciados em épocas e em idades bem anteriores à da Grécia. “CADMUS”
também poderá ter origem em KADMON, KADlR, AKADIR.
Em sânscrito há o termo “CADANA” – CAD+ ANA – designação dos dez mandamentos,
dos preceitos ritualísticos...
A etimologia da palavra “MAYÊUTICA” não é, senão, da “MÂYÂ- BUDISTA”, que quer dizer
ilusão, sombra, projeção;
MÂYÂ-EU-ETICA: a ética, o processo, a arte que tem por finalidade partejar as almas. Esta
é a suprema arte que os Instrutores ou Mestres usam para se fazer compreender o
ilusório, o mayávico, características de nossa vida física, de nossa personalidade como
sombra, projeção, reflexo, contraste de extravida superior, futura, para a qual nosso
Mestre nos prepara com seus conselhos e ensinamentos, sem prejuízo de sermos nós e
só nós, os encarregados de pôr em prática, desde logo, as teorias dos Mestres e o que Eles
nos ensinam.
MÂYÂ (Do sânscrito) é ilusão, o relativo; é o poder cósmico que permite a manifestação de
fenômenos estranhos; é aquilo que se passa noutra dimensão e nossos sentidos não
alcançam o entendimento do processamento dos mesmos. É o conhecimento, a
sabedoria, a ciência, a orientação relativa aplicadas nos ciclos progressivos da evolução da
Mônada humana. “MÂY” é, sem dúvida, a eterna impermanência das coisas, tanto do
Universo manifestado, como do ilusório. Os conceitos do BEM e do MAL, ignorância e
Sabedoria relativas, são considerados “MÂY”, ilusão. O poder do pensamento, a magia, a
capacidade do Ser Humano de criar formas ilusórias é, tipicamente, “MÂY”. O potencial
magnético que permite o elemento masculino ser atraído, ter interesse pelo feminino é
“MÁY”. Em sentido contrário, também o é.
Segundo a Filosofia hindu, somente aquilo que é imutável e eterno merece o nome de
“Realidade”. Tudo aquilo que é mutável, sujeito à manifestação, diferenciação, quedas,
exaltações, está no ciclo de transformações, evoluções, aperfeiçoamentos, tem princípio
e fim; está sujeito às leis de causa e efeito; é considerado “MÂY”, ilusão.
ÉTICA é a ciência da moral, é a conduta, o processamento empregado para que a
Humanidade, os seus representantes, usem-na a fim de permitir o despertar do EU que
ainda permanece em estado de latência, em ciclo de transformação. Toda a Ciência, todo
o esforço empregado para conduzir o elemento humano ao ápice da evolução, é
considerado mayávico. Ética e, portanto, a parte dinâmica da forma, da estética. É a alma,
a sensibilidade ordenada; são os preceitos, os mandamentos, a cadana para permitir a
manutenção da boa estética.
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Bibliografia:
Blavatsky. H. P. Glossário Teosófico. Editora Ground. 2.ed. 1991.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
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AULA No 34
EVOLUÇÃO NA FACE DA TERRA
INTRODUÇÃO
A história registrou a vida da humanidade e patenteia a sua evolução. E nós, quando a
estudamos na escola, a perlustramos pelos caminhos da Literatura, deslumbramo-nos
acompanhando o desdobrar da inteligência humana, cujo débil vagido do Eu Sou, numa
fantástica progressão geométrica, chegou a esse milagre da tecnologia avançada e da
conquista do cosmo.
Sim, o homem, expressando o seu destino divino, saiu da terra rumo às estrelas de onde
veio. E a sua inteligência, como chispa da inteligência divina, emergindo da inconsciência,
atinge a culminância do Mental Inferior nas realizações e experiências do mundo objetivo, e
alça voo rumo ao desconhecido, aos mundos invisíveis, na ânsia indefinível de retornar às
suas origens.
Assim, de idade em idade, de ciclo em ciclo, orientada e amparada pelas mãos
experientes do Manu, a humanidade vai percorrendo um roteiro e executando um plano de
integração cósmica pré-estabelecido.
Tudo é cíclico no Universo. Até a manifestação divina faz-se através de períodos de
Manvantara e Pralaya.
Manvantara é o período de expansão ou de criação, também chamado “Dia de Brahma”
que, segundo os textos sagrados, têm uma duração de 4 bilhões e 320 milhões de anos.
Ao Manvantara sucede o Pralaya, que é a “Noite Cósmica” ou período de retração, em
que volta à Unidade, para ressurgir depois em uma nova criação de nível mais elevado;
também tem duração de 4 bilhões e 320 milhões de anos.
A mônada também faz a sua evolução em dois grandes ciclos: Pravritti-mârga que é o
período de involução ou descida da mônada até a matéria; e, Nivritti-mârga, que é a fase
ascensional ou de reintegração.
É importante que compreendamos que os grandes ciclos contêm em si os menores. Tudo
isso vemos refletido de maneira mais perceptível, aos nossos olhos, nos movimentos dos
astros, nos ciclos de evolução das enfermidades, na gestação dos seres, na germinação das
plantas, nas formações geológicas, nos períodos que marcam o tempo.
É graças à precisão e imutabilidade das leis universais que o próprio Universo existe e que,
através de experiências, o homem pode chegar ao conhecimento, domínio e explicação
dessas mesmas leis em suas atividades criativas. Os desenvolvimentos: científico, político,
artístico, religioso etc., são movimentos cíclicos: nascem, desenvolvem-se, chegam ao
apogeu, declinam e desaparecem. Entretanto, as sementes ficam lançadas no campo da
mente e, pelo esforço persistente da auto elaboração, germinam, florescem e dão frutos.
Toda criação tem uma meta a atingir que é a integração no cosmo, o retorno da mônada
já consciente à sua origem: Deus. Para que isso se cumpra, a Lei traçou um plano de evolução,
12 PEREGRINO - APOSTILA N 07
Como já dissemos, a evolução da raça atlante foi feita em 4 (quatro) períodos, marcados
pelos 4 (quatro) cataclismos. Antes de cada um desses cataclismos, eram escolhidos povos ou
elites, que conseguiram certos graus de consciência, para servir de fundamento para novas
sub-raças. A elite, para constituir as sementes da 5a Raça-Mãe, a Ariana, foi preparada pelo
Manu Vaisvásvata, há 1 milhão de anos, antes do primeiro cataclismo atlante.
Na destruição atlante, o sacerdote MU-KA havia alertado o povo quanto à destruição. A
Atlântida também é denominada País de Mu. No entanto não foi ouvido e, quando ocorreu o
cataclismo, os povos correram a suplicar para que o sacerdote os salvasse, levando-o a dizer:
“Eu os adverti, procurei a regeneração de vocês e, agora, frente à destruição, não fugirei, mas
morrerei com vocês”.
A humanidade continuou a sua caminhada pelo Itinerário de IO após a queda da raça
Atlante, quando o Manu Vaisvásvata selecionou as primeiras sementes, conduzindo o povo
eleito para a Meseta do Pamir, na Índia. Aí se desenvolveu o primeiro surto civilizador da raça
ariana que, por força de Lei deveria percorrer todo o planeta, deixando, em sua passagem, o
rastro luminoso da consciência que se expande em Vontade, Amor- Sabedoria e Atividade,
até atingir a reintegração cósmica.
Desde então, sempre impulsionada por uma tônica diferente, adaptada ao povo, ao meio
e à época, a cultura vem percorrendo a Terra, estagiando e desenvolvendo-se em regiões
cuja frequência vibratória harmoniza com a tônica do ciclo. Essa harmonia entre povo,
cultura e lugar, é imprescindível para que os conhecimentos e revelações de cada ciclo
encontrem receptividade na consciência humana, formando elos que ligam à grande cadeia
evolucional.
O esforço humano de auto realização é secundado pelos deuses que, como pais,
acompanham, orientam e dirigem os passos dos filhos. Assim é que, periodicamente, o
Espírito de Verdade manifesta-se através dos grandes Mestres, ou Manus como: Moisés,
Krishna, Jesus (o Cristo) etc. Esses seres trazem conhecimentos, novas revelações condizentes
com a época, destinadas a despertar na humanidade novos impulsos que lhe permitirão
alcançar maior grau de consciência.
O pensamento avatárico ou divino é universal, embora se expresse por meio de um Ser,
em determinado lugar.
O regionalismo ou nacionalismo, tal como é conhecido pelo homem, não se enquadra na
Lei Divina. O que existe é uma função pré-determinada no tempo e no espaço, naturalmente
condicionada à Lei da Causalidade.
Por isso, a grande cadeia evolucional desenvolve-se através dos Sistemas Geográficos,
para que a Mônada humana cumpra a sua marcha pelos caminhos do Itinerário de IO.
Assim, houve a peregrinação, iniciada na Meseta do Pamir, com as suas hastes
representando as civilizações lunar e solar, percorrendo a Ásia e a Europa, unificando-se na
Península Ibérica. Lá se bifurcou novamente para dar início a dois ramos raciais que
deveriam florescer na América do Norte e na América do Sul, para fechar o ciclo evolutivo da
5a Raça-Mãe ou ariana.
14 PEREGRINO - APOSTILA N 07
A formação da 6 sub-raça era tarefa dos Estados Unidos, mas, por falhas lá existentes,
decorrentes do livre arbítrio, direito sagrado outorgado ao homem, fracassou.
a
Em vista disso, o Brasil, que já tinha por tarefa o desenvolvimento da 7 sub-raça, assumiu
também o da 6 . Assim é que a Lei, que a tudo e a todos rege, determinou que a mônada
humana que se movimenta de Norte para o Sul, estagiasse no Trópico de Capricórnio, a 23°
de latitude sul, erigindo aí o novo Sistema Geográfico e enquadrando nele as terras
abençoadas do Brasil, escolhendo-o para o berço do novo Avatara cíclico: Maytreia.
Os descobrimentos da América e do Brasil estão ligados ao grande plano evolucional que
é o Itinerário de IO; o que não poderia ser entendido naquela época, como ainda não o é hoje
pela maioria; daí o grande drama.
Tendo a Eubiose a ética: “Nada cria, mas tudo transforma”, é a síntese de todo o trabalho
evolutivo que vem se processando através dos ciclos e das idades; para o advento do Avatara
de Aquarius. É, pois da responsabilidade da Eubiose preparar o caminho, limpando a casa
para aquele que virá inaugurar a Satya-Yuga, a Idade de Ouro, em que o amor e a concórdia
serão uma realidade.
Sabemos que é a Lei do Karma que obriga o homem a renascer em família, povos, países
etc. Entretanto, a humanidade sempre caminha pelo Itinerário de IO; caminhando de Norte
para Sul e do Ocidente para o Oriente e, pela raça ariana, veio do Oriente para o Ocidente.
Futuramente voltaremos ao assunto.
Jesus, o Cristo, ao declarar que o seu Reino não era deste Mundo, e que era ele o Alfa e o
Ômega de todas as coisas, referia-se veladamente à sagrada região de sua origem, início e fim
de toda a evolução, a tradicional Agharta.
Quando declinam as religiões e as filosofias, se corrompem as estruturas sociais.
Divergindo das diretrizes daquele Centro Oculto, entra-se na fase de decadência de um Ciclo
evolutivo, que será sucedido por outro, portador de melhores dias para o mundo.
Vemos isso, magistralmente, pelo verbo sagrado de Krishna, quando disse a seu discípulo
Arjuna:
“Toda vez em que a Lei justa se declina e que se levanta a injustiça, Eu me manifesto para
a salvação dos bons e perdição dos maus. É para o restabelecimento da Lei que renasço em
cada Ciclo... Eu sou tanto a morte que não poupa a ninguém, como o Renascimento, que
dissolve a morte”. (Bhagavad-Gita, X, 34).
Vários foram os centros iniciáticos que, sob a jurisdição espiritual de Agharta, estiveram
em ligação com a S.B.E., na fase em que ainda trazia o nome de “Dhâranâ”. Dentre eles
destacamos os de Simllah, Srinagar, Gartock e Leh, no Norte da Índia; o mosteiro de Lhassa,
sede do décimo terceiro e último (verdadeiro) Dalai-Lama; Tjigad-jé, no Oeste do Tibete, este
então dirigido pelo próprio Trachi-Lama; e, o mosteiro de Urga, capital da Mongólia, quando
sob a jurisdição do Venerável Buddha Vivo, trigésimo primeiro e último da série Oriental.
Em seguida foi a vez de duas secretíssimas Fraternidades, uma no Monte Líbano e outra
em Baalbeck. A Sociedade Brasileira de Eubiose conserva até hoje, em seus arquivos, a
preciosa mensagem dessa fraternidade de Baalbeck. Houve relações também com as
misteriosas de Kaleb, aos 23° de latitude Norte, no deserto da Líbia; com as de Karnak e Luxor,
no Egito. Na América do Norte, não poderíamos omitir a sede da verdadeira Rosacruz
americana, em região oculta do Novo México, também, portadora da excelsa mensagem à
Sociedade Brasileira de Eubiose; as operosas Fraternidades de Yucatan e Chichen-Itzá,no
México; bem como, na América do Sul, a antiquíssima detentora da Ordem do Sol dos Incas,
em Machu-Picchu, no Peru.
O Brasil, por ser o berço da nova civilização, não podia deixar de estar ligado a essas
veneráveis fraternidades. Dentre as nossas, destacam-se as de Parimã, no norte; de Vila
Velha, próxima à capital do Paraná; Matatu Araracanga, na Serra do Roncador, Mato Grosso,
também ligada à história dos exploradores ingleses Fawcett e seu filho; e, a que representa
na face da Terra a coroa real do mistério, situada em São Lourenço, Minas Gerais, por ser de
direito e de fato a que representa a Agharta na sua expressão.
O “Vishnu-Purâna”, obra que a crítica reconhece como uma das mais elevadas expressões
do saber, alude aos mundos subterrâneos, no diálogo entre o sábio Parâsara e Maytri, seu
discípulo, que lhe pergunta:
“Mestre, como é constituído este Mundo? É a Mãe da humanidade e de todas as
criaturas, este continente? Será verdade aquele e aquilo que vemos? No meu íntimo suspeito
haver mais alguma coisa, que minha Ignorância não permite vislumbrar”.
“Tu sentes, ó Maytri, a voz da verdade em teu coração. Os homens jamais estiveram
16 PEREGRINO - APOSTILA N 07
desamparados. Quase a tocar-nos, existe outra humanidade, não de seres aflitos, torturados
pela angústia, intranquilidade, nem pelos nascimentos e mortes. São criaturas que lograram
evolução espiritual tão alta que, mesmo vivendo em corpos físicos, acham-se à nossa frente
como guias e Instrutores. A Terra é mais misteriosa e complexa de quanto se possa Imaginar.
Setenta mil “yojinas” é a medida que dista do Centro venerando e oculto. Mas, devo dizer-te
que, de dez mil em dez mil dessa medida sagrada, há uma cidade; uma região misteriosa, que
nossas tradições chamam “Sapta PatáIa”, as Sete Cidades Santas”.
“Mais profundo que essa região – prossegue o sábio, venerado e louvado pelos próprios
deuses e seres celestiais, eternamente honrado em virtudes excelsas – encontra-se em seu
trono de glória o Mantenedor dos Mundos. Ele é o símbolo augusto e secreto desses reinos.
De sua coroa refulgem luzes brilhantes que iluminam e aquecem os Sete Reinos”.
Pouco divulgada tem sido a tradição desses reinos, que permanece hermeticamente em
alguns templos, mosteiros e ordens iniciáticas. Os primeiros autores a divulgá-la no Ocidente
foram: Sant-Yves d'Alveydre, René Guénon, Ferdinand Ossendowsky e Mario Roso de Luna,
em suas obras intituladas, respectivamente: “Missão da Índia”, “O Rei do Mundo”, “Bestas,
Homens e Deuses” e “O Livro que Mata a Morte”. Eles designaram-nos genericamente com
diversos nomes: País da Imortalidade, Reino da Bem-Aventurança e da Eterna Primavera,
Mundo Jina, Dum, As-Gardi, Agharta, Shamballah...
Roso de Luna, no prólogo de sua referida Obra, fala das extensas bibliotecas subterrâneas,
onde se conserva íntegro o tesouro bibliográfico da humanidade de todos os tempos, não
faltando ali nenhuma obra, de qualquer língua, que tenha tratado de problemas espirituais,
filosóficos ou religiosos.
J. M. Allegro, em seu livro “Manuscritos do Mar Morto”, escreve: “Debaixo desta caverna,
acha-se a cidade de As-Gardi”. Outras designações encontradas nas escrituras são: As-Gardi,
Arca e Barca, inclusive aquela onde Noé levou seu povo para salvá-lo do dilúvio.
Guénon disse que os mundos subterrâneos começam no Tibete e se comunicam com a
América do Sul.
No Brasil há numerosas embocaduras (entradas) e cavernas.
Um homem chamado Jack, precedente dos Estados Unidos da América do Norte, veio ter
ao Peru. Entrando por uma caverna, encontrou um clã inca, que lhe fez revelações, e lhe
contou algumas etapas da vida vividas por um brasileiro residente em São Lourenço...
Ordenaram-lhe que seguisse para o Estado da Bahia e se casasse com uma moça da família
Souza. Ele assim fez.
Mais tarde foi encontrar o Mestre em São Lourenço, tendo falecido na mesma cidade. O
epitáfio que ele mandou gravar em sua sepultura é bastante para qualificá-lo de “Jina”
autêntico. A Revista “Dhâranâ”, da Sociedade Brasileira de Eubiose, publicou traços
biográficos do misterioso Jack Seymour.
A superfície da Terra é o lugar por onde transita a mônada. A humanidade, se o quiserem,
cujo itinerário, chamado IO, vai conduzindo-a de etapa em etapa; procedente do Norte ou
Calota Polar, até chegar ao final que será o Polo Sul.
PEREGRINO - APOSTILA N 07 17
Os mundos interiores são governados por chefes que reconhecem a soberania do Rei do
Mundo, inclusive os que guardam as embocaduras (passagens) comunicantes com o mundo
de Duat e Agharta, conhecidos pelo nome de “Todes”.
“Em tudo isso, continua o entrevistado, há grandes maravilhas. Sabeis que nos espaços
ora ocupados pelos dois grandes Oceanos de Leste e Oeste, encontravam-se dois grandes
Continentes: Lemúria e Atlântida. Eles desapareceram sob as águas; porém, muitos de seus
habitantes salvaram-se encontrando os caminhos que os conduziram aos reinos
subterrâneos”.
“As cavernas profundas são iluminadas por uma Luz particular, que permite o crescimento
de vegetais e propicia aos homens vida longa, sem doença alguma”.
“Horizontes Perdidos”, “Ela, a Feiticeira” e outros romances do gênero foram baseados
naquela tradição.
René Guénon, em seu livro “O Rei do Mundo”, faz o confronto entre as narrações de Saint-
Yves e de Ossendowsky, dizendo que pessoas céticas ou maldosas acusam este de haver
plagiado “Mission de L'lnde”, pelo fato de haver concordância entre as duas Obras, quando
descrevem os misteriosos mundos do centro da Terra. Suas cidades encontram-se sob os
continentes e mares, havendo vias de comunicação secreta entre elas e certas regiões da
superfície.
O título de “Rei do Mundo” é aplicado ao Manu, o legislador primordial e, no sentido
esotérico, ao Planetário da Ronda, como Rei Melki-Tsedek, Monarca Universal. Menés, entre
os egípcios, e Minos na Grécia antiga, identificam-se com Deus Yama (Executor) das
escrituras hindus, como legislador dos vivos e juiz dos mortos.
Na opinião de Guénon, esses títulos não designam propriamente um personagem
histórico ou lendário, mas um princípio, a inteligência cósmica que reflete a luz espiritual e
formula a lei adequada às condições do nosso mundo e a determinado ciclo, sendo ao
mesmo tempo o arquétipo do homem.
Concordamos com ele, exceto na negação da existência de um Ser com semelhante
representação na Terra; por-quanto, a partir da metade do período da ronda, tudo quanto se
possa conceber como forças cósmicas deverá tomar forma ou corpo físico, tanto quanto
possível, humano.
Segundo ele, o que importa é que tal Princípio pode ser manifestado por um Centro
Espiritual, estabelecido no mundo Terrestre, símile de outro localizado no centro do Planeta,
por organização apta a conservar a sagrada Tradição de origem não humana, por meio da
qual a sabedoria primordial transmite-se através dos tempos aos que forem dignos de
recebê-las.
Essa organização representando o Manu, poderá legitimamente assumir os títulos e os
atributos por identificar-se, pelo grau de conhecimento que tem adquirido, com o referido
Princípio, do qual se faz a sua humana expressão e diante do qual desaparece a sua
personalidade.
PEREGRINO - APOSTILA N 07 19
“Tal é, continua o autor, o caso da Agharta, desde que aquele centro recolhe, como afirma
Sant-Yves, a herança da antiga dinastia solar, os “Sûrya-vansa” que residiam em Ayedhejá, a
cidade solar dos rosa-cruzes, a cidade do sol de Campanella etc.”.
Pode-se aceitá-la por certo, embora não o esteja totalmente, de vez que o termo “solar”
designa algo mais transcendente, digamos os “Pitris” solares ou “Agnisvattas” da doutrina
teosófica.
Discordamos, porém, de Guénon e Sant-Yves, segundo os quais o Rei do Mundo não seria
o Chefe Supremo da Agartha, mas o soberano Pontífice ou Chefe da Igreja bramânica. O Rei
do Mundo detém em suas mãos os dois poderes: o temporal e o espiritual. Os autores
cabalistas poderiam ter vislumbrado dois arcanos do Tarô, o quarto e o quinto,
respectivamente o Imperador e o Papa. E teriam descoberto que se trata do Rei Melki-
Tsedek, o qual exerce simultaneamente a função de Rei, Sacerdote, Senhor da Paz e da
Justiça.
A posse dos dois governos, temporal e espiritual pela Igreja, não poderiam ser exercidos
por nenhuma religião, mas por quem tivesse investido por semelhante privilégio, exclusivo
do Rei do Mundo, que se manifesta duplamente, isto é, tanto na superfície como no seio da
Terra; ou melhor, um duplo Avatara.
A Agharta é também conhecida como sede da Confraria Branca dos Bhante-Jauls (Irmãos
da Pureza). As duas iniciais desta expressão sânscrita lembram as das colunas do Templo de
Salomão, Jakim e Bohaz; e se relacionam aos dois caminhos da Vedanta, Jñana e Bhakti, isto
é, conhecimento e iluminação, justiça e amor etc. Entre as duas colunas acha-se a do kama.
Tal se afigura o Rei do Mundo entre seus dois Ministros: Mahima e Mahinga, que Guénon
chama de Mohatama e Mahinga. Disto tirou a maçonaria egípcia os termos Mênfis e
Mizraim, de simbolismo ainda mais secreto.
Bibliografia:
Blavatsky, H. P. Glossário Teosófico, Edilora Ground Ltda., 2.ed. 1991.
Coletânea Aquarius, n. 2. p. 44-8.
Série Peregrino, aulas 25-6. Departamento de São Paulo.
SOUZA, H.J. Artigo sobre o Brasil e Agharta
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
PEREGRINO - APOSTILA N 07 21
AULA No 35
A EVOLUÇÃO HUMANA NA FACE DA TERRA
OS CICLOS EVOLUTIVOS
Tudo evolui em ciclos: nasce, cresce, decresce e morre. Ao período do inverso da morte,
o homem chama de vida.
A ciência não explica o mundo subjetivo. Também os corpos celestes nascem, crescem e
morrem; atingem um certo limite, depois se transformam para dar forma a outros corpos
celestes. Os documentos históricos mais antigos datam de 7 (sete) mil anos mais ou menos,
e a vida dos astros é de bilhões de anos. Portanto, é muito curta a vida do homem para ele
entender os ciclos astrais.
O ciclo do homem chama-se reencarnação. O fenômeno da reencarnação é complexo.
Dizem: “A alma reencarna”. Mas o homem não tem ideia exata do que seja alma.
A alma é um conjunto de fatores positivos e negativos, que totalizam 78, isto é, 22
aspectos positivos denominados de skandhas e 56 aspectos negativos denominados de
nidanas, formando um jogo complexo. Estes aspectos serão comentados futuramente.
A evolução cíclica não se dá apenas no homem, mas também nos grupos humanos.
Uma civilização também nasce, cresce, atinge o apogeu e se degrada até desaparecer.
A história demonstra que quando termina o ciclo de uma civilização começa o de outra.
Mas a história não leva em conta os mitos das civilizações. Todas as civilizações nasceram
com um mito e terminaram com um outro mito.
O objetivo da existência universal é transformara vida-energia em vida-consciência.
O homem, na atualidade, atingiu o máximo de evolução como ser humano, pois atingiu
o desenvolvimento pleno da forma e da mente inferior (racional).
Agora inicia verdadeiramente o “caminho de volta ou regresso à casa do Pai”,
encerrando um ciclo. O homem começa a divinizar-se até chegar à unificação com o todo
ou Deus.
A vida universal sempre se apresenta sob o aspecto polar e, por isso, observamos ciclos
de ascensão e descensão.
Nos ciclos de ascensão, os movimentos são positivos e geram o progresso. Nessa fase
surgem as novas ideias filosóficas, artísticas, científicas e religiosas; idéias novas e conceitos
que se impõem pacificamente, provocando transformações profundas nas atividades
humanas. Nos ciclos de destruição ou decadência, todos os movimentos progressistas são
combatidos; repetidos; asfixiados; os instintos inferiores vêm à tona e há a degradação
geral. Todo ciclo Evolutivo inicia-se com a vinda de um Avatara, o qual vem trazer a tônica
do novo ciclo.
Na vigência de um novo ciclo, cada qual deve trabalhar no próprio campo e, de acordo
com o esforço de cada um, as sementes produzirão, tudo ou nada. E no final do ciclo,
22 PEREGRINO - APOSTILA N 07
não agora, como querem alguns...), ou melhor, com a volta da Essência Divina,
acompanhando o Novo ciclo, a Era, como chamam alguns do “Espírito Santo”, ou de
Maytreia, como querem os orientais, A ERA DE AQUARIUS etc... Os próprios adventistas, a
seu modo, .esperam pela volta do Cristo”. Não há como repetir a tradicional frase latina:
“ADVENIAT REGNUUM TUUM”!.
Este artigo original, escrito por LAURENTUS, o foi especialmente elaborado para a
revista “O LUZEIRO”.
O ITINERÁRIO DE IO
A marcha das civilizações, que a teosofia, chama de Itinerário de IO, é planificada e
dirigida pelo “Governo Oculto do Mundo”, que tem como responsável, O “Rei do Mundo”.
O significado de IO: I, simboliza o no 1, que é a Unidade da qual tudo se origina. O,
simboliza o círculo ou zero, que por sua vez, representa a origem de Tudo, ou seja, o Todo.
IO ou 10 é igual ao Supremo Arquiteto do Universo. O Itinerário de IO, também
conhecido por Itinerário de Isis, significa também, “o caminho real por onde tem de passar
um novo clã, família ou raça”. É o caminho percorrido pelas mônadas. O 10 pode ser
a
relacionado com a 10 lâmina do “tarô adivinhatório dos boêmios”, que simboliza a “Roda
da Fortuna”, que é a roda dos renascimentos e mortes nos mundos.
E quem faz girar a roda é o Divino “Rotan” ou “Wotan”, o Chakravartin, o Senhor dos 3
mundos.
Repetindo-se o 10, tem-se 1010 (mil e dez): permutando-se o 0, tem-se IOIO (mil e um),
que se relaciona com as “Mil e uma Noites”, ou seja, aos maravilhosos contos que encerram
profundos mistérios, relativos ao Itinerário de IO ou 1010 (trocando o O por S têm-se ISIS).
Os mistérios, em sua totalidade, são conhecidos apenas pelo Supremo Arquiteto ou
Logos Criador, do qual tem emanado, ciclicamente, os Avataras Divinos que vêm com a sua
palavra (a boa nova de cada ciclo) impulsionaras Mônadas “julgadas aptas” pelo longo
Itinerário de IO. Este teve início com a Raça Atlante, com as elites preparadas pelos Manus
Vaisvásvata e Osíris há 1 (um) milhão de anos atrás, por ocasião do 1o cataclismo atlante.
Vaisvásvata preparou seu povo e conduziu-o para a Meseta do Pamir, na Índia, dando
início a uma nova civilização. Tornou-se uma civilização estática, passiva, lunar e
desenvolveu-se em círculo fechado, destinada a conservar e a transmutar, através dos
colégios iniciáticos, o conhecimento transcendental herdado dos reis de Edon.
A civilização egípcia, preparada e orientada por Osíris em Ábidos, era solar, dinâmica e,
por isso mesmo, voltada às atividades comerciais, culturais, artísticas, agropecuárias etc.
A história mostra-nos que a civilização humana veio do Oriente para o Ocidente;
podemos dizer que a história da humanidade inicia-se oficialmente na Lemúria, pois as
raças anteriores não deixaram vestígios de sua passagem pela Terra.
Com a chegada da civilização oriental à Grécia, os grandes sábios e filósofos da época
beberam nas fontes da índia e Egito, e com seus conhecimentos deram origem à Ciência.
Depois do desenvolvimento desta civilização, houve um transbordo para Roma que, ao
PEREGRINO - APOSTILA N 07 25
plasmado e dirigido por consciências cósmicas, chamadas Planetários, os quais têm como
correspondentes, aqui no plano físico, uma hierarquia que chamamos de “Governo Oculto
do Mundo”, cujo supremo chefe é denominado hierarquicamente de “O Rei do Mundo”.
Os Avataras são os representantes do “Governo Oculto do Mundo”. Assim, a
manifestação de Krishna, na Índia, há 3500 anos a.C.; Buddha, na índia, há 568 a 488 a.C.;
Cristo, no ano 0 (zero), – e Maytreia no início do século XXI.
Voltemos um pouco mais no tempo, antes do primeiro cataclismo Atlante. Nessa época
a Atlântida era dirigida diretamente pelos Reis Divinos, Muisis e Muiska Com o assassinato
de ambos um pesado carma foi gerado, e o sacerdote Mu-Ka alertou o povo de que em
breve uma grande destruição ocorreria. Com esse alerta, o sacerdote estava dando a
oportunidade para que o povo despertasse a consciência e fosse preservado do cataclismo.
Entretanto, não foi ouvido e acabou morrendo com eles. Podemos entender, com essa
“morte”, o seu comprometimento com o homem até a sua redenção.
Houve a manifestação dos Manus Vaisvásvata e Osíris. O primeiro foi responsável por
dirigir e conduzir o povo eleito para a Meseta do Pamir, onde se desenvolveram os colégios
iniciáticos, vibrando o aspecto passivo ou lunar; por essa razão a Índia é considerada a Mãe
da humanidade. O segundo, Osíris, dirigiu e conduziu o povo eleito para a região, onde hoje
está localizado o Egito, desenvolvendo ali os aspectos ativo ou solar, as ciências, comércio
etc...; por isso, o Egito é considerado o Pai da humanidade.
O ser humano é uma consciência em evolução. É um ser que, através da
experimentação, vai ganhando conhecimentos, e assim a vida- energia transforma-se em
vida-consciência, ou seja, a matéria em espírito. Mas nesse trabalho de auto-burilamento o
homem é auxiliado por seres excelsos, sem os quais não conseguiria seu despertar. Nas
religiões são conhecidos como Messias, Cristo, Avataras etc... Tais seres são consciências
cósmicas, manifestações do Espírito de Verdade, que trazem revelações e ensinamentos
novos, adequados à época e ao estado de consciência do povo; os quais, rasgando os
horizontes mentais, obrigam os homens a reformular os seus conhecimentos e, portanto,
expandir a sua consciência.
Para nós, ocidentais, Jesus, o Cristo, é o Avatara mais conhecido. O Avatara é
simbolizado pelo semeador da parábola evangélica que vem lançar as sementes no
coração dos homens.
O objetivo do plano cósmico era preparar o advento do Cristo, Jesus, equilibrando o
poder temporal e espiritual.
A função do Cristo era a de restabelecer o Éden ou Paraíso terrestre na superfície da
Terra, secundado por João Batista e Jairo. Porém, houve falhas humanas em Jerusalém e o
plano cósmico não pôde ser cumprido. Jesus, com seu ensinamento místico do amor, iria
formar o equilíbrio amor-conhecimento.
No entanto a Terra nunca ficou órfã dos Deuses, pois sob o comando espiritual dos
Buddhas Vivos na Mongólia, e do lugar Jina do Monte Líbano, o trabalho foi levado avante,
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até chegarem nosso país que, por lei escolhido, será a sede do Avatara cíclico, que mais
uma vez estará entre nós como sempre esteve, mas não foi reconhecido. O Governo Oculto
do Mundo, com a sua corte, voltará à face da Terra e viverá entre os homens e estes o
reconhecerão e o amarão porque estarão em sintonia com ele, por já terem despertado o
Deus que há no interior de cada Ser.
Bibliografia:
Blavatsky. H. P. Glossário Teosófico. Editora Ground Ltda.. 2. ed. 1991.
Série Peregrino, aulas 25-6, Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.