Ville Radieuse (Cidade Radiante) foi um plano urbano não construído de Le
Corbusier, publicado no livro homônimo em 1933. Embora Le Corbusier tenha já exposto as suas ideias para uma cidade ideal na década de 1920, a Ville Contemporaine, é no início da década de 1930, após contacto com urbanistas internacionais, que começa a trabalhar nos projetos da Ville Radieuse. Em 1930 torna-se membro ativo do movimento sindicalista, e em 1931 propõe a Ville Radieuse como plano para uma reforma social. O seu carácter utópico esteve na origem de vários planos durante as décadas de 1930 e 1940, que culminaram no projeto da primeira Unité d'Habitation em Marselha em 1952.
A Villa Radieuse representava o sonho utópico de comunhão do Homem com
um meio ambiente corretamente ordenado. Ao contrário do design radial da Ville Contemporaine, a Ville Radieuse era uma cidade linear baseada na forma abstrata do corpo humano, com cabeça, coluna e membros. Projetado para conter meios eficientes de transporte, bem como uma abundância de espaços verdes e luz solar, a cidade do futuro de Le Corbusier não só almejava oferecer uma vida melhor aos residentes, mas contribuir para criar uma sociedade melhor. Embora radical, rigorosa e quase totalitária na sua ordem, simetria e padronização, os princípios propostos por Le Corbusier tiveram extensa influência sobre o planeamento urbano moderno, levando ao desenvolvimento de novas tipologias de habitação de alta densidade. O projeto manteve o conceito de blocos de habitação em altura, livre circulação ao nível do solo e espaços verdes abundantes já propostos nos seus trabalhos anteriores. Os blocos de habitação eram dispostos de forma linear e eram vidrados na fachada sul e assentes sobre pilotis. Possuíam terraços visitáveis na cobertura. No cerne do plano de Le Corbusier estava a noção de zoneamento: a divisão estrita da cidade em áreas segregadas comerciais, de negócios, de lazer e residenciais. A área de negócios localizava-se no centro, e apresentava mega-arranha- céus monolíticos, cada um atingindo uma altura de 200 metros e com capacidade para entre cinco e oito mil pessoas. Localizado no centro deste distrito cívico estava a principal plataforma de transporte, a partir da qual um vasto sistema subterrâneo de transportes transportaria cidadãos pela Villa. Os bairros habitacionais contariam com edifícios de apartamentos pré-fabricados. conhecidos como "Unités". Atingindo uma altura de cinquenta metros, uma única Unité poderia acomodar 2.700 habitantes e funcionar como uma vila vertical". Instalações de restaurantes e lavandarias ficariam no piso térreo, um jardim de infância e uma piscina na cobertura. Entre os blocos existiriam parques, proporcionando aos residentes um máximo de luz natural, um mínimo de ruído e instalações de lazer logo à porta. A influência da Ville Radieuse não foi exclusiva para o mundo do planeamento urbano. Em 1947, Le Corbusier projetou o Unité d'Habitation em Marselha, que - inspirada pelas Unités da Cidade Radiante - continha 337 apartamentos em uma única edificação, juntamente com instalações públicas no piso térreo e na cobertura. Devido aos custos de produção do aço na economia pós-guerra, a Unité d'Habitation foi construída em concreto aparente e anunciou a chegada da arquitetura brutalista. Nos anos que seguiram, quatro edifícios semelhantes foram erguidos na França e na Alemanha. Esta tipologia, que forneceu uma resposta à falta de habitação no pós-guerra, foi ainda adaptada ao redor do mundo em inúmeros projetos habitacionais. Juntamente com instalações públicas no piso térreo e na cobertura. Devido aos custos de produção do aço na economia pós-guerra, a Unité d'Habitation foi construída em concreto aparente e anunciou a chegada da arquitetura brutalista. Nos anos que seguiram, quatro edifícios semelhantes foram erguidos na França e na Alemanha. Esta tipologia, que forneceu uma resposta à falta de habitação no pós-guerra, foi ainda adaptada ao redor do mundo em inúmeros projetos habitacionais.