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O Movimento Moderno
Le Corbusier
Tony Garnier
(Cité Industrielle)
Le Corbusier: primeiros anos
Em 1908, Le Corbusier muda-se para Paris e
consegue um emprego com Auguste Perret (àquela
altura, já famoso por suas realizações em concreto
armado);
O contato com Perret, admirador
dos “valores humanistas das
formas clássicas”, convenceu-o
de que este material (o concreto
armado), por razões econômicas
e estéticas, era o material do
futuro.
Auguste Perret:
Garage Ponthieu (1907)
Le Corbusier: primeiros anos
Le Corbusier: primeiros anos
Em 1910, Le Corbusier viajou para a Alemanha com o
objetivo de ampliar seu conhecimento da técnica do
concreto armado;
Lá, manteve contato com as principais figuras do
Deutsche Werkbund, vindo inclusive a trabalhar no
escritório de Peter Behrens (onde ele conheceu Mies
van der Rohe e Walter Gropius também).
Peter Behrens
Le Corbusier: primeiros anos
Em 1913, Le Corbusier retorna à Suiça, onde, além de
assumir um cargo docente, aproveita para abrir o seu
próprio escritório (e manter-se afastado dos horrores
da Primeira Guerra Mundial).
Cinema Scala
(1916)
Maison Citrohan
Le Corbusier: 1916-1927
Em 1926, Le Corbusier teve a oportunidade de usar
uma versão da Maison Citrohan nos projetos das
cidades que projetou em Pessac e em Liége (França).
Pessac
Le Corbusier: 1916-1927
Pessac, nas palavras de Frampton, “foi uma
culminação de suas incessantes tentativas, no início
da década de 1920, de pôr em prática seus diversos
projetos para a moradia estandardizada”.
Pessac
Le Corbusier: 1916-1927
A Ville Contemporaine, por sua vez, evidenciou o
desejo de Le Corbusier em aplicar no urbanismo as
ideias propostas para a arquitetura;
Influenciado pelas metrópoles de arranha-céus dos
EUA, Le Corbusier projetou a Ville Contemporaine
como uma “cidade capitalista de elite” para 3 milhões
de habitantes, que funcionaria como um “centro de
administração e controle” de um complexo maior que
incluía “cidades-jardim” para os trabalhadores, zonas
industriais, um cinturão verde etc.
Le Corbusier: 1916-1927
A cidade - cujo plano era rigorosamente simétrico, com
vias ortogonais e diagonais “conforme o modelo
acadêmico” - consistia em blocos residenciais de 10 a
12 andares cada, além de 24 escritórios centrais com 60
andares, sendo o conjunto cercado por um parque que
manteria a separação
de classe entre a
“elite urbana” e o
“proletariado
suburbano”.
Le Corbusier: 1916-1927
As zonas da cidade também
seriam separadas por
FUNÇÕES!
Casa Curutchet
(Buenos Aires,1949)
Le Corbusier: 1916-1927
3. Pilotis (que elevam a massa construída acima do
solo): “A casa sobre pilotis! (...) O concreto armado
torna possível os pilotis. A casa fica no ar, longe do
terreno; o jardim passa sob a casa, o jardim também
está sobre a casa, no teto”.
Villa Savoye
Maison Cook
Le Corbusier: 1916-1927
Esse texto, na época, provocou inúmeras críticas e
debates tanto entre os “modernistas” quanto entre
os “tradicionalistas”;
L. Benevolo: “Hoje nos damos conta, naturalmente,
do caráter restrito e elementar do texto escrito em
1926, quando o comparamos com a enorme
problemática que temos à nossa frente. Tudo isto
não deve nos fazer esquecer o valor revolucionário
desse discurso, que elimina totalmente as
referências culturalistas e filosóficas que até então
eram de rigor em todo programa artístico”.
Le Corbusier: 1916-1927
Como demonstração desses “5 pontos”, Le Corbusier
projetou uma série de villas burguesas num curto
espaço de tempo: a Maison Cook (1925-1926), a Villa
Meyer, a Villa Stein (ou Garches) e, finalmente, a Villa
Savoye (as últimas três construídas entre 1927-1929).
Villa Savoye
Le Corbusier: 1916-1927
Villa Savoye
Le Corbusier: 1916-1927
Villa Savoye
Le Corbusier: a produção em série
Le Corbusier e maquete
da Ville Radieuse
(blocos residenciais)
Le Corbusier: a produção em série
Neste projeto, Le Corbusier substitui, de fato, uma
proposta qualitativa (jardins suspensos, terraços
ajardinados, pavimento duplo etc.) por uma opção
quantitativa, mais econômica em termos de espaço e
custos.
Na Ville Radieuse os
apartamentos teriam
tamanhos variáveis, mesmo
que estivessem num
mesmo pavimento! As
pessoas usariam uma área
(da grande laje) compatível
com suas necessidades! Ville Radieuse
(maquete)
Le Corbusier: a produção em série
A unidade VR “otimizava cada cm² de espaço de que se
dispunha”, com divisões internas corrediças bastante
delgadas que mudavam de posição de acordo com o
o uso da unidade
durante dia e à noite,
além de núcleos de
serviços (cozinhas e
banheiros) reduzidos ao
mínimo.
Plano piloto de
Brasília
Le Corbusier: a “monumentalização
do vernáculo” (1930-1940)
A partir da segunda metade da década (1930), porém, Le
Corbusier “começou a reagir contra a produção
racionalizada da “máquina de habitar”. De acordo com
alguns historiadores, essa mudança de postura teria sido
um efeito direto da complicada conjuntura mundial
daquele período (“um mundo arrebentado pela
depressão econômica”).
Le Corbusier: a “monumentalização
do vernáculo” (1930-1940)
O fato é que, a partir de então, “elementos técnicos
primitivos começaram a aparecer em sua obra com
uma frequência e uma liberdade de expressão cada vez
maiores a partir de 1930”;
Exemplos: a Villa Mandrot (1931), em Toulon, com suas
paredes de cascalho; o Pavillon des Temps Nouveaux,
feito em lona (evocando uma “tenda nômade”) para a
Exposição Internacional
de Paris de 1937.
Villa Mandrot
(1931)
Le Corbusier: a “monumentalização
do vernáculo” (1930-1940)
Unité d’Habitation
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Nesse caso, Le Corbusier opta por um método de
construção mais “brutalista”, em que, por exemplo, a
modelagem da superestrutura em concreto deixa
bastante evidente o processo de reutilização de formas
de madeira, “uma revelação deliberada do processo de
construção”.
Unité d’Habitation
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Além desse aspecto de “concreto bruto”, a Unité
possui ainda uma disposição interna bastante
inovadora;
As unidades (apartamentos) de 2 andares, por
exemplo, compreendem toda a largura do edifício e
estão dispostas de maneira “cruzada”, de forma que
os acessos internos são
feitos apenas em
andares alternados!
Unité d’Habitation
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Ou seja, com esse partido extremamente original e
criativo, Le Corbusier não apenas valorizou a
ventilação cruzada nos apartamentos como também
reduziu quase à metade a área de circulação interna
do prédio (os corredores)!
circulação
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Uma área comercial interna, uma cobertura dotada
de uma série de “instalações comunitárias” - piscina,
creche, parque infantil etc. - e um grande parque ao
redor da Unité completavam a visão de Le Corbusier
de um estilo de vida comunitário.
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Unité d’Habitation
(terraço)
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Unité d’Habitation
Le Corbusier: Unité d’Habitacion
Unité d’Habitation
(corredor interno)
Unité d’Habitation
(apartamento)
Le Corbusier: Conclusão
Benevolo: “O grande mérito de Le Corbusier foi o de
empenhar o seu incomparável talento no campo da
razão e da comunicação geral. Ele nunca se
contentou com o fato de que suas invenções fossem
interessantes e sugestivas, mas sim úteis e aplicáveis
universalmente”.
Mies van der Rohe
O alemão Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) foi
um dos principais representantes da arquitetura do
vidro e do aço e um dos ícones da arquitetura
moderna;
Após trabalhar pouco tempo no
ramo da construção, mudou-se
para Berlim, tornando-se, de
início, assistente de um conhecido
designer e arquiteto de interiores;
Entre 1908 e 1911, assim como Le
Corbusier, trabalhou no escritório
de Peter Behrens (convivendo
também com W. Gropius).
Mies van der Rohe
Durante esses três anos no escritório de Behrens,
Mies também rendeu-se à estética “clássica-
brutalista” de Perret, não só enquanto “ideal de
elegância estética”, mas também como concepção
estrutural. (K. Frampton)
http://www.cliquearquitetura.com.br/public/Pai
nel/midia/imagem/grande/vidrorefletivo_0.jpg
Mies van der Rohe
Em 1927, por encomenda da Deutsche Werkbund,
ocorre em Stuttgart (Alemanha) a Weissenhofsiedlung,
exposição de arquitetura moderna, sob o comando de
Mies van der Rohe.
Mies van der Rohe
Texto de Mies para a exposição: “Hoje a questão da
economia torna a racionalização e a padronização
imperativas para as casas de aluguel. Por outro lado, a
crescente complexidades de nossas exigências requer
flexibilidade. O futuro terá que levar esses dois
fatores em conta. Tendo esse fim em vista, a
construção em esqueleto é o sistema mais adequado.
Possibilita os métodos de construção racionalizados e
permite a criação de interiores divididos com
liberdade. Se, devido à canalização doméstica,
considerarmos as cozinhas e os banheiros como um
núcleo fixo, então o restante do espaço deve ser
dividido com paredes móveis. Em minha opinião, isto
deve satisfazer todas as exigências normais”.
Mies van der Rohe
“O menos é
mais”
Tugendhat (1930)
Mies van der Rohe
Tugendhat (1930)
Mies van der Rohe
No Pavilhão de Barcelona, Mies também introduziu
alguns móveis desenhados por ele;
Tendo assumido a direção da Bauhaus em 1930, ele
continuou a projetar novas peças, uma atividade que
certamente lembraria o início de sua carreira com a
experiência no escritório de Peter Behrens.
Cadeira de
Barcelona Cadeira Brno
Mies van der Rohe
Diante da situação política opressiva da Alemanha na
década de 1930, Mies resolve emigrar para os EUA
em 1938 (tornando-se inclusive cidadão americano
em 1944). A partir desse momento, suas obras mais
conhecidas concentram-se em solo americano;
Destaque para o anteprojeto do campus do Instituto
de Tecnologia de Illinois (IIT), elaborado em 1939.
Mies van der Rohe
Todas as estruturas possuem a forma de “prismas
puros, revestidos com paredes-cortina quadriculadas e
com suas superfícies animadas por reflexos do
horizonte visível”. (Frampton)
Instituto de Tecnologia
de Illinois (IIT)
Mies van der Rohe
K. Frampton: “A articulação do sistema de colunas em
conjunção com o plano envidraçado torna-se cada vez
mais idealizada e monumental a cada estrutura
sucessiva”.
Crown Hall
Mies van der Rohe
Para alguns autores, o Crown Hall “foi uma volta
decisiva à tradição do clássico alemão e, em
particular, ao Altes Museum berlinense” que Mies
tanto admirava.
Mies van der Rohe
Os próprios elementos
estruturais (em aço), em
formatos comerciais (perfis em
“I”, “L”, “U”, “T” etc.) e os
ritmos criados por Mies
compõem a “ornamentação”!
Mies van der Rohe
Peter Carter: “As dimensões das colunas e dos mainéis
determinam a largura das janelas. As duas janelas
centrais (em cada vão estrutural) são, portanto, mais
largas do que às adjacentes às colunas. Essas variantes
produzem cadências visuais de intervalos de expansão e
contração: coluna – janela estreita – janela larga, e
depois o contrário: janela larga – janela estreita –
coluna, e assim por diante. Essas cadências são de uma
riqueza extraordinariamente sutil”.
Mies van der Rohe
Peter Carter : “A isso vem acrescentar-se a opacidade
do aço e a reflexibilidade do vidro alternadas (...).”
Detalhe da estrutura
metálica
Mies van der Rohe