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PEREGRINO - APOSTILA N 08 1

SÉRIE PEREGRINO
AULA N 36
BRASIL, BERÇO DE UMA NOVA CIVILIZAÇÃO

INTRODUÇÃO
A História mostra-nos que a humanidade avança tangida por impulsos renovadores que
eclodem periodicamente, causando convulsões, revoluções e destruições, apurando valores e
transformando-os.
Os Estados Unidos da América do Norte estavam sendo preparados para o
desenvolvimento da 6a sub-raça da 5a raça-raiz ou Ária; no entanto, pelos desmandos, fracassou.
O Brasil, que estava sendo preparado para a eclosão da 7a sub-raça, teve que assumir a da 5a
sub-raça.
Para essa missão transcendental, ele já vem sendo preparado desde tempos anteriores à
vinda de Jesus.
Quem perlustrar com olhos de ver, e enxergar as páginas de nossa história, verá que no
Brasil se desenvolvem as sementes de um povo inteligente, ativo, pacificador, ordeiro e fraterno,
com extraordinárias condições de maleabilidade e adaptabilidade.
Para os profanos, a força política e o poder financeiro é que determinam o âmbito de
projeção de um povo no concerto das nações; porém, na realidade, o seu valor e importância
medem-se pelo estado de consciência que apresenta.
A verdade, que não pode ser entendida, sempre acaba transformando-se em mistério ou
lenda.
Há a causa oculta do descobrimento da América e do Brasil, ligada, como vemos, ao
Itinerário de IÓ, onde deparamo-nos com dois grandes Personagens extraordinários: Cabral e
Colombo.
O Professor Henrique José de Souza assim relaciona o nome ao feito: “Pedro Álvares
Cabral – Pedro vem do grego petrus, que significa pedra; Álvares tem como raiz alvo, claro; e
Cabral origina-se de capri, relacionado com o trópico de Capricórnio. Temos então que Cabral
tinha um conhecimento claro como o sol e firme como a pedra, a indicar-lhe o caminho, a
direção a seguir: Capricórnio”.
Colombo e Cabral eram iniciados e tinham por missão abrir os caminhos marítimos e do
progresso para que a mônada pudesse prosseguir a sua marcha pelos mistérios do Itinerário de
IO.
A História do Brasil e das Américas não se inicia com o seu descobrimento nos fins do século
XV e início do XVI. É bem anterior, pois os remanescentes atlantes do último cataclismo vieram
para cá.
Há comparações científicas dessas migrações, pois as tradições e doutrinas dos maias,
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incas, astecas, toltecas, tupis e guaranis, estão fundamentadas na metodologia grega.


O folclore, a tradição e a mitologia dos indígenas brasileiros são de origem atlante; como
também o ritual praticado na caça e na guerra, e o domínio das forças da Natureza são
reminiscências do conhecimento atlante.
As inscrições na Pedra da Gávea, e de muitas outras encontradas em diversos pontos do
Brasil, comprovam que aqui floresceram civilizações outras; entre elas a fenícia.
Através das 7 chaves do conhecimento poderíamos estudar as lendas que correm pelos
sertões brasileiros, e por certo veríamos desenrolar-se, aos nossos olhos, o glorioso destino da
grande pátria brasileira.
Diz-se que na Serra do Roncador existe uma tribo de índios altos, de compleição atlética,
guerreiros de pele vermelha ou bronzeada, de origem étnica não identificada. Os índios Xavantes
montam guarda a essa região e não deixam os brancos aproximarem-se.
Um pequeno véu poderá ser erguido, se nos lembrarmos de que Xavantes quer dizer
“chave dos Andes”, ou “Chave-antes”, ou melhor, a palavra de passe, tão usadas nas Ordens
Secretas, para identificação de seus componentes.
A tradição esotérica fala de uma raça dourada, produto do caldeamento racial inca-tupi
com a raça branca ou Ária.
Outro detalhe importante: o nome indígena da Serra do Roncador é Arabutã, que significa
a “pedra que fala”. Dizem, ainda, as lendas, que na Serra do Roncador existe um ser que sabe de
tudo o que ocorre na face da Terra. Fala-se em lagos de águas cristalinas, em entradas
subaquáticas que dão acesso aos mundos subterrâneos, em cavernas que produzem sons
estranhos.
O fundador da Bandeira Piratininga conta fatos verdadeiramente fantásticos, ocorridos
com o Coronel Fawcett e seus filhos, misteriosamente desaparecidos em Mato Grosso. Um deles,
é que o referido Coronel recebeu de um Ser estranho uma figura de argila, a qual emanava
fumaça pelo orifício do umbigo todas as vezes que ele errava o caminho que estava percorrendo.
Todas essas coisas extraordinárias e mais as descobertas arqueológicas mostram que
houve um trabalho manúsico de orientação aos indígenas e que estes assimilaram o
conhecimento que lhes foi dado.
Vemos assim que o preparo do Brasil para a formação de sub-raças vem de muito longe, e
claro está que o caldeamento vem implícito, pois a nossa raça sempre se firma nas experiências
colhidas pelas precedentes. Dessa forma, pelo caldeamento racial, surgirá no Brasil a raça-
síntese, isto é, aquela que trará, em potencial, a somatória qualitativa das experiências da
mônada humana, na sua peregrinação pelo Itinerário de IÓ, objetivado no trópico de Capricórnio,
que faz o seu final aqui no Sistema Geográfico Sul Mineiro, que tem como coroa esplendorosa, a
cidade de São Lourenço, escolhida para berço do Avatara Maitreia.
A primeira semente dessa raça alvissareira foi dada pelo sublime consórcio de Diogo
Álvares Correia, o Caramuru, com a índia Paraguaçu, formando a raiz étnica indo-europeia. Mais
tarde vieram os negros africanos.
Hoje, o Brasil é o regaço fraterno que abriga todos aqueles que foram chamados a
participar da grande tarefa de unir as sementes espalhadas e cultivadas nos diversos campos dos
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cinco continentes, unificando-as para frutificarem em amor, sabedoria, concórdia e paz.


São Lourenço é a capital espiritual do mundo e, portanto, tem por função difundir os
ensinamentos avatáricos e orientar a espiritualidade na Terra. Mesmo assim, poderíamos
questionar: Por que é o Brasil o berço de uma grande civilização e não os Estados Unidos da
América do Norte, com seu alto padrão tecnológico? Ou a Inglaterra, país adiantado, berço da
civilização? Ou a França, berço dos ideais democráticos? Ou Portugal, Espanha, etc... Falar do
Brasil, não seria bairrismo ou patriotismo?
Dentro do Itinerário de IÓ, à civilização egípcia, sucedeu a fenícia, a assíria, a persa, a grega
e a romana. Daí a civilização percorreu a Europa até a Península Ibérica.
Henrique de Sagres era um iniciado e, com o conhecimento sua missão construiu a escola
de Sagres. Cristóvão Colombo e Cabral eram também iniciados nos mistérios maiores e tinham
consciência de sua missão.
O nome Brasil já existia antes do descobrimento da América. Brasil, Braçul, O Brasil, Bresail
vem do irlandês e significa ilha do afortunado. Posteriormente, o nome Brasil acabou sendo
confundido com a madeira pau-brasil. Isto também dá-nos a entender o significado de brasas que
ardem nas aras ou fogo Sagrado do altar.
Na Série Aprendiz, aula no 04, tivemos ocasião de relatar a respeito do rei fenício Badezir ou
Bedezir, que estivera no Brasil, juntamente com seus dois filhos divinos, Yet-Baal e Yet-Baal-Bey e
sua corte, para preparar o país a que temos a honra e privilégio de pertencer, para o advento da
nova civilização. Em aulas posteriores falaremos da participação de outros povos que
contribuíram para a formação da Obra dos Deuses na face da Terra, em nosso querido e amado
rincão.

O BRASIL PRÉ-CABRALINO
Sendo Yet-Baal muito inteligente, este era o conselheiro do Rei e, por isso, também
considerado o filho favorito, e perseguido pelos irmãos, nas Fenícias.
Os irmãos de Yet-Baal, revoltados, organizaram uma revolta contra o império, a fim de
depor o Rei Badezir e seus filhos amados.
Quando Badezir tomou conhecimento do complô, para evitar uma guerra interna, onde
haveria certamente derramamento de sangue, partiu, com sua corte, de Tiro em direção ao
Ocidente.
Chegando às terras, hoje conhecidas com o nome de Brasil, dividiram-nas em dois
impérios, Badezir, como poder Temporal, passou a dirigir a região compreendida do Amazonas
até a Bahia; esta, como ponto de intersecção, separava o Pai do Filho, isto é, da Bahia até onde
hoje é o Rio Grande do Sul.
O Brasil, já naquela altura, estava sendo preparado para o advento da “Grande Obra
Universal”, com vistas aos dias de hoje.
Yet-Baal e Yet-Baal-Bey faziam travessias constantes entre Niterói (ou Nish-Tao-Ram: o
caminho percorrido pelo Sol) e Rio de Janeiro, fazendo tessitura entre essas cidades. Numa
dessas viagens, as forças contrárias provocaram o naufrágio da barquinha, onde os dois irmãos
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pereceram afogados, juntamente com um servo núbio, na Baia de Guanabara.


Os irmãos gêmeos foram socorridos, mas, infelizmente, como dissemos anteriormente,
deixaram o convívio terreno. Para a sepultura de seus filhos, o Rei Badezir deu ordens para
construir um túmulo na Pedra da Gávea, onde seus Augustos Filhos foram colocados.
Posteriormente, ele mesmo, após a sua morte e mumificação de seu corpo, também fora
encerrado neste mesmo lugar. Depois de sete anos, o corpo de Badezir foi transportado para uma
determinada região da Amazônia, num santuário oculto nas selvas.
Na Pedra da Gávea (monumento à civilização fenícia que esteve em nosso querido e amado
Brasil), encontramos uma inscrição traduzida por Bernardo Ramos:
“Tyro Fenícia Yet-Baal Primogênito de Badezir”.
Gustavo Barroso, em seu magnífico livro “Aquém da Atlântida”, diz: “O nome Brasil surge
na geografia muito anteriormente ao descobrimento da grande região sul-americana banhada
pelo Atlântico”. Continua o autor: “o nome Brasil teria evoluído de vários nomes como: Bracil,
Berzil, Braçur etc. Braxilis, O-Brasile, Ó-Brasil e, afinal, Brasail, Hy-Brasail” (estas designações são
irlandesas).
“O nome geográfico irlandês corresponde, em suma, ao que os antigos davam às Canárias;
Afortunadas”.
Capristano de Abreu admitia que o nome do nosso país é mais velho do que se possa
imaginar, e que não se deriva da cor da brasa do pau (madeira) de tintura tão famoso.
A crença na existência de terras venturosas do lado do Ocidente é antiquíssima.
A ideia é longínqua e pertinaz na tradição dos povos. Todos, em tempos idos, acreditavam
numa idade de ouro, em terras do além.
Southey escreveu: “Entre vários povos, havia uma tradição relativa a uma ilha encantada
chamada Brasil”.

Conclusão: “Houve verdadeiramente intercorrência entre a lenda e a história. O Brasil do


pau de brasa, ou melhor, verzino, berzino e berzil, confundiu-se com o Brasil da Ilha Bem-
aventurada, da terra feliz, de Ó-Brasil céltico; e pela força moral do último motivo é que, na nossa
opinião, prevaleceu”.

Segundo o Professor Henrique José de Souza, o nome Brasil confunde-se com o do Rei
fenício Badezir, que é encontrado na Pedra da Gávea. Ele esteve no estado do Amazonas (segundo
Pennafort, Amazonas viria do tupi Amachons, significando as puras, as virgens, como o eram as
Walkírias, do imortal Wagner).
Bernardo Ramos (o Champollion brasileiro) em sua interpretação das inscrições fenícias da
Pedra da Gávea mostra que os fenícios estiveram aqui, bem antes do descobrimento do nosso
país. A sua tese foi aceita pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (4 de maio de 1919);
em síntese:
1o) “Existiu no Brasil uma civilização pré-Colombiana;
2o) Tal civilização foi trazida por migração de fenícios e gregos;
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3o) Essas migrações remontam a uma antiguidade anterior a oitocentos anos da Era Cristã”.

AS DESCOBERTAS DA AMÉRICA E DO BRASIL


A história oficial admite que ocorreram quatro grandes migrações humanas para a
América:
1a) a asiática: populações vindas da Ásia atravessaram o estreito de Bering, ocupando a
América do Norte;
2a) a australiana: populações vindas pelo polo sul atingiram a Patagônia;
3a) a malaio-polinésia: populações originárias das ilhas da Polinésia teriam aproveitado a
corrente marítima do Peru e navegado até o nosso continente;
4a) a esquimó: populações vindas do polo norte para a América do Norte”.
Creem os historiadores que essas migrações tenham sido iniciadas há 20.000 anos. Esses
migrantes, na sua adaptação, sofreram grandes transformações culturais, originando os maias,
incas e os indígenas brasileiros que para muitos seriam autóctones – originários do próprio
continente.
Para nós, que bebemos na fonte do conhecimento das Ciências das Idades, os americanos
são descendentes, na sua maioria, dos Atlantes, que se deslocaram para essa região devido às
grandes transformações provocadas pelos cataclismos ocorridos há mais de um milhão de anos.
Em 1385, D. João, mestre de Aviz (ordem secreta), foi aclamado Rei de Portugal pela corte
portuguesa. Com isso, houve um conflito interno que foi definido na Batalha de Aljubarrota, no
mesmo ano; no entanto, só em 1411 foi firmada a paz com Castela.
Com o novo reinado, a nobreza submeteu-se ao trono, dando ao rei liberdade de apoiar a
burguesia e, com a centralização do poder, criaram-se condições favoráveis para a expansão do
comércio, abrindo caminho para as grandes navegações lusitanas.
Assim, com o progresso tecnológico, ocorrido nos séculos XV e XVI, foi possível a expansão
marítima: os mapas das costas europeias foram traçados pelos italianos; houve a retomada dos
estudos de Ptolomeu, sobre a esfericidade da Terra; caravelas foram equipadas com velas
triangulares, permitindo a navegação junto à costa e em alto-mar; instrumentos náuticos, tais
como a bússola e o astrolábio, foram inventados ou adaptados às novas necessidades; e, com o
surgimento da imprensa, ocorreram facilidades na divulgação e no intercâmbio de novas
técnicas.
D. Henrique, o Navegador, entra em cena em Portugal e, segundo Elaine Sanceau: “o seu
trabalho não foi desperdiçado. Apesar das poucas descobertas de terras transoceânicas, no
tempo de D. Henrique, para os mareantes portugueses, o oceano tornou-se um livro aberto”.
Neste ponto da História, há a presença do Infante Henrique de Sagres, o Grande
Navegador. Foi ele o criador da sublime epopeia marítima de Portugal, cantada pelo gênio de
Camões, de que resultou o descobrimento do Brasil.
“As gerações seguintes descobriram mais terras que os navegadores de D. Henrique, mas a
este deviam o conhecimento do mar. Quase obscuramente eles abriam caminho àqueles nomes
que mais tarde colheram louros”.
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Na opinião de Alves Mendes: “Henrique de Sagres era uma encarnação fenomenal, mescla
de celta e de fenício, de pensador e aventureiro, de soldado e de monge, de sacerdote e de profeta;
adusto, austero, antipático, inflexível, seco, frio, duro e cru, curvadíssimo e tenacíssimo; de um
porte severo, de uma pontualidade matemática e de uma robustez mineral; de corpo agigantado
e quase refratário às doenças; de aspecto reflexivo e quase impenetrável às paixões; casto,
abstêmio, solitário, sombrio, imaleável, concentradíssimo e firmíssimo”.
Rocha Martins descreveu-o: “Virgem como um cavaleiro do Santo Graal”, “um frei de uma
nova ordem: a cavalaria dos mares”.
Pedro Balmon identificou-o: “A mais empolgante personalidade da Europa de então”.
É importante lembrar que, quando o Infante Henrique de Sagres “atravessou as colunas de
Hércules” (Gibraltar), teve um grande “sobressalto” ao descobrir ao longe “a estátua de um
cavaleiro apontando para o OCIDENTE”. Semelhante “sobressalto” significou que aquela estátua
era mais do que um MARCO definidor do papel que o Ocidente iria ter, em breve, ou melhor, o
OCIDENTE em substituição ao ORIENTE, na evolução humana. Assim, ao EX ORIENTE LUX, de
Emmanuel Swedenborg, substituía o EX OCCIDENTE LUX, do Prof. Henrique José de Souza. E isto,
através da MISSÃO de que é detentora a Sociedade Brasileira de Eubiose. No ano de 1480, foram
diplomados na Escola de Sagres os seguintes alunos: Luiz Eusébio Vasco da Gama (alta distinção);
Fernão Dias Magalhães (distinção); Pedro Gustavo Álvares Cabral (distinção); Sebastian Cabot
(distinção); Alfonso Dias Solis (distinção); Gaspar Gonçalo Coelho (distinção); Sebastião Gomes
deI Cano (plenamente).
Os alunos restantes foram aprovados “simplesmente”, mas, apesar disso, alguns dentre
eles, depois de viagens práticas, fizeram-se grandes figuras.
A conquista de Ceuta, em 1415, foi o marco inicial da expansão ultramarina portuguesa.
Ceuta, simbolizando o poderio muçulmano, localizava-se na costa marroquina, de onde partiam
os piratas árabes; foi tomada pelos portugueses como uma defesa cristã aos ataques
muçulmanos.
A aventura portuguesa foi chamada de périplo africano, pois queria chegar à Índia
contornando a costa africana, criando feitorias, com o único objetivo de obter lucros dos
produtos na região conquistada.
As ilhas atlânticas Açores, Cabo Verde e Madeira foram ocupadas pelos portugueses na
segunda década do século XV. Eles chegaram ao Cabo Bojador em 1434.
Em 1460, ano da morte do Infante Henrique de Sagres, desenvolvia-se um comércio
lucrativo, desde o Senegal até a Serra Leoa; mais tarde, Pedro Sintra descobriu o cobiçado ouro da
Guiné. Em 1481, D. João II subiu ao trono e decretou o monopólio régio sobre a exploração
colonial.
O Cabo da Boa Esperança foi transposto em 1488. Os portugueses, chefiados por
Bartolomeu Dias, ultrapassaram o turbulento mar da região, cruzando o extremo sul-africano e
chegando, assim, ao Oceano Índico.
Vasco da Gama completou, entre 1497 e 1498, a epopeia marítima portuguesa, aportando
em Calcutá, nas Índias.
Portugal promovia, então, o périplo africano e chegava às Índias. Nessa altura, os
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espanhóis empenhavam-se na guerra de Reconquista.


Cristóvão Colombo nasceu em Gênova, porto marítimo da Itália, em 1477; era o Filho mais
velho de um cortador de lã e tinha dois irmãos, que mais tarde seriam seus companheiros de
viagem, e uma irmã. Desde pequeno gostava de conversar com os marinheiros e, ao completar
catorze anos, fez sua primeira viagem marítima. No colégio, aprendeu a ler e a escreverem pouco
tempo. Alguns quiseram que ele se dedicasse a copiar cartas, pois tinha uma bela caligrafia e
poderia alcançar uma boa posição na vida.
Além de ler e escrever, Colombo aprendeu aritmética, pintura, desenho e latim, sentindo
muito apreço pelas matérias que lhe foram úteis mais tarde, tais como a Geografia, Astronomia e
Ciências. Aproveitava todo o seu momento de folga para praticar os seus dotes de marujo.
Quando Colombo realizou a sua primeira viagem, as “grandes viagens” ainda não eram
realizadas; a Austrália, as Américas e a África do Sul eram desconhecidas. Os portugueses
conheciam certo trecho que margeava a costa ocidental da África, entretanto não tinham os
mapas daquelas regiões, pois os barcos naufragavam com as informações.
Com 30 anos de idade, foi para Lisboa e se casou com uma portuguesa, Filipa Muniz de
Perestrelo. Em Portugal, travou muitas amizades e ficou a par dos descobrimentos geográficos.
Realizou contatos importantes com cartógrafos, monges, capitães de naus e astrólogos. Escrevia
aos sábios da época, pedindo-lhes informações sobre a Ásia, inclusive de como chegar-se lá pelo
Atlântico.
O mais notável, entre todos os sábios com que Colombo se correspondia, era Toscanelli, de
Florença. Este enviou-lhe um mapa que situava a Ásia (onde está a América) no outro lado do
oceano, e aconselhou-o a atravessar o Atlântico, seguindo sempre na direção oeste; pois o sábio
cientificava que se não se deparasse com o Japão, iria parar na China, na Índia ou em qualquer
outro dos países localizados no mapa.
Assim, Cristóvão Colombo passou a conversar com marinheiros, procurando obter
informações sobre o oeste. Um velho disse-lhe sobre dois homens morenos de rostos largos, sem
semelhança aos cristãos, que foram arremessados na praia, pelas ondas; provavelmente, seriam
procedentes de alguma região longínqua e estranha. Outros lhe narraram terem encontrado no
mar arbustos e árvores desconhecidas, pedaço de madeira esculpida, provindos de terras
distantes. Essas narrativas levaram Colombo a pensar intensamente em realizar um projeto para
uma viagem rumo ao oeste.
Sem dinheiro, pois não ganhava o suficiente como desenhista de mapas, saiu à procura das
condições necessárias para seu grande empreendimento, pois tinha certeza de que se possuísse
meios, poderia alcançar seus objetivos. Assim, como residia em Portugal, dirigiu-se
primeiramente ao Rei João. Como este Rei era inteligente e ardiloso, consultou seus conselheiros
a fim de verificar a viabilidade do projeto. Estes lhe informaram que o empreendimento seria
muito custoso, portanto, inviável.
Entretanto, como o Rei queria aumentar o seu poderio, mandou uma caravela na direção
indicada por Cristóvão Colombo. Mas, os tripulantes, após muitos dias de viagem, não
encontraram nenhum vestígio de terra, e passaram a falar que Colombo era um visionário. Este,
tomando conhecimento do empreendimento do Rei João, sentiu-se enganado, descontente e,
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assim, mudou-se de Portugal.


Desacreditado em várias cortes europeias, inclusive em Gênova, sua cidade natal,
Colombo enviou seu irmão Bartolomeu à corte do Rei Henrique VII, da Inglaterra, mas os piratas
além de aprisionarem a Caravela, encarceraram o seu irmão em lugar desconhecido.
Mais tarde, o Rei João arrependeu-se de ter negado ajuda à Colombo e enviou-lhe uma
mensagem, pedindo-lhe que regressasse a Lisboa. Mas, muito magoado, ele recusou o auxílio,
pois perdera a credibilidade no Rei de Portugal.
Ainda, tentando buscar auxílio financeiro para o seu empreendimento, acreditou que seria
atendido pelos monarcas espanhóis, Fernando e Isabel, que eram ricos, poderosos e católicos. A
rainha, dotada de caráter íntegro e de grande bondade, acreditou em Colombo. Nesta época, ele,
que era muito simpático, tinha olhos azuis e cabelos grisalhos (embora não fosse velho), era
inteligente, vestia-se com elegância e expressava-se de maneira convincente e brilhante estava
ainda mais seguro do projeto e decidira o seguinte:
“Devereis fazer-me, senhora, almirante de vossas naves nos mares ocidentais e Vice-Rei
das terras que descobrir para a Espanha. Desejo, ademais, a décima parte das riquezas que venha
a conquistar e que esses direitos sejam transmitidos a meu filho Diego e, depois de minha morte, a
seus descendentes. É preciso que a família Colombo, senhora, seja honrada para sempre com o
meu feito”.
Os reis, preocupados com os grandes gastos na guerra contra os sarracenos, que ocupavam
o sul da Espanha, e com as afirmações dos sábios, que asseguravam a impossibilidade de um
projeto vitorioso, não deram de imediato a resposta a Colombo. Além disso, estavam guerreando
contra Boabdil, rei de Granada. Mas, Colombo aguardou pacientemente.
Cansado de esperar, procurou o rei da França. Pondo-se a caminho, passou por Calos,
cidade marítima, pequena, da província de Huelva. Em companhia de seu filho Diego resolveu
bater à porta do convento de Rábia, pois estavam cansados.
Colombo falou ao frade com muito entusiasmo de seu empreendimento. Este, mostrando-
se interessado, pediu que Cristóvão não se afastasse da Espanha, prometendo-lhe auxílio. Assim,
solicitou ao prior do convento, Frei Juan Pérez de Marchena, que tomasse conhecimento da
narrativa do viajante. Após ouvi-la, Juan Perez fez o que prometera e falou com vários
comerciantes em Paios. Um deles, Martim Alonso Pinzón, além de prometer que acompanharia
Colombo, ajudá-lo-ia a conseguir as caravelas necessárias.
O prior, dirigindo-se à Corte, relatou a falta de esperança de Colombo que, sem obter a
devida colaboração, estava querendo seguir para a França.
Naquele momento ouviu-se:
– Não, não deixe que ele parta! exclamou a rainha.
– Venderei todas as minhas joias e, assim, levantarei a quantia necessária.
E, assim, enviou a Colombo uma montaria e trajes finos para ele apresentar-se
condignamente na Corte, pois sabia ela que a sua situação financeira não era das melhores. Após
a audiência, ficou acertado que Cristóvão seria vice-rei e almirante e, ao descobrir novas terras,
receberia parte das riquezas. Além disso, Diego passou a ser pajem do Príncipe João (filho dos
reis) e prometeu cuidar com carinho do menino de quatro anos de idade.
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Colombo ficou hospedado na casa do médico Garcia Hernandez e, para conseguir os


barcos necessários, entregou às autoridades de Palos de Moguer as ordens reais, mandando
providenciar três embarcações.
Quando as ordens foram lidas publicamente na igreja daquele lugar, os marinheiros
reagiram com medo, e falaram que não regressariam jamais daquela viagem louca. Os
proprietários das embarcações, temendo os riscos, protestavam. Novamente o prior interveio,
tranquilizando a todos. Martim Pinzón e seus irmãos cederam uma caravela e os mercadores,
para não desobedecerem às ordens reais, cederam outras duas, tendo a maior delas dezenove
metros de comprimento, pois, provavelmente, teriam de navegar por entre recifes ou subir a
corrente de algum rio.
A caravela com cobertura tinha o nome de “Santa Maria”, e as outras duas que possuíam
apenas beliches na popa e na proa, chamavam-se “Pinta” e “Nina”.
Devido às várias resistências encontradas, Colombo teve muita dificuldade em arrumar a
tripulação, impedindo-a de permanecer em terra (por isso, foi mal compreendido pelo povo de
Palos). Com 120 homens ao todo (90 marinheiros; aventureiros, como fidalgos arruinados e
náufragos; artesões; religiosos; e, um médico), enfrentaria os mares desconhecidos.
Às oito horas da manhã, do dia 3 de agosto de 1492 (quarta-feira), o almirante Cristóvão
Colombo, da caravela “Santa Maria”, e os comandantes Martim Pinzón e seu irmão, das caravelas
“Pinta” e “Nina”, respectivamente, afastaram-se lentamente do porto de Palos.
Durante a viagem, Colombo encontrou muitas dificuldades e transtornos, principalmente
com os marinheiros. Assim, propôs o seguinte: Concedei-me mais três dias apenas, quero apenas
três dias. E, se não encontrarmos terra, regressaremos à Espanha.
Os marujos concordaram e, trabalhando, aguardavam o terceiro dia com muita ansiedade.
Na quinta-feira do dia 11 de outubro, e já passados dois dias sem novidade alguma, os
marujos recolheram do mar um galho de espinheiro cheio de bagas vermelhas e frescas, algumas
canas de rio e um pedaço de madeira cortada por mãos humanas. O fato trouxa um grande
contentamento à tripulação a, naquela noite não conseguiram dormir. Às duas horas da
madrugada foi disparado um tiro de canhão do barco “Pinta”, que mandou um bote à “Santa
Maria”, informando que fora visto o contorno de uma ilha.
No dia 12 de outubro de 1492, avistaram uma ilha de grande extensão, com muitas árvores.
Logo viram grande número de pessoas que surgiram na praia. Estava descoberta a América.
Cristóvão Colombo, para nós, foi um ser de alta hierarquia, inclusive revelada no seu
próprio nome, em grego Christoferens Columbus: “Aquele que carrega o Cristo em forma de
Pomba do Espírito Santo”, “Descobridor do Novo Mundo”, “Avis Raris in Terris”.
Seu brasão apresentava no alto da armadura de ferro (Marte) um dragão (símbolo do
poder, da inteligência), representando, assim, um guerreiro, a perseverança, a ousadia; em baixo
da armadura, apareciam 4 figuras:
1o) um castelo com três torres: representando a sua origem divina;
2o) um animal: simbolizando a força;
3o) o mar com ilhas: indicando a sua missão de descobridor;
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4o) cinco esferas: representando que estava a trabalho de seu grande chefe e senhor (o
grande Rei e Senhor do 5o Sistema de Evolução), senão a descoberta do quinto continente.
Colombo chegou à ilha de Guanaâni, supondo ter aportado nas Índias.
Mais tarde, quando Américo Vespúcio explorou o Novo Mundo, constatou que Cristóvão
Colombo não havia chegado às Índias, e sim a outro continente, que ora denominamos de
América. Essa é a versão da história oficial.
Luis S., A. Costa e Leonel I. A. Mello, no livro “História do Brasil”, citam: “A descoberta dessas
novas terras gerou polêmica entre Portugal e Espanha quanto à sua posse, cabendo ao papa
Alexandre VI desempenhar o papel de árbitro internacional. Em 1493, ele proclamou a Bula
“Intercoetera”,segundo a qual seria traçada uma linha imaginária a 100 léguas para ocidente a
partir das ilhas de Cabo Verde, ficando as terras a oeste dessa linha para a Espanha e as terras a
leste para Portugal.”
“Os lusitanos, que já tinham pleno conhecimento do Atlântico, não se contentaram com
essa partilha, pois sabiam que apenas algumas ilhas lhes caberiam. Por isso, D. João VI exigiu
novo acordo. Em 1494 celebrou-se o Tratado de Tordesilhas, que ampliava a distância em 370
léguas a partir das ilhas de Cabo Verde”.
“Ao reino português era importante assegurar o domínio das regiões asiáticas. Por isso, o
monarca português D. Manuel, o Venturoso (substituto de D. João lI), organizou uma poderosa
esquadra com esse fim. O fidalgo Pedro Álvares Cabral comandou as dez naus, as duas caravelas e
os 1500 homens que participavam da expedição, que contava com marinheiros experientes como
Bartolomeu Dias, Nicolau Coelho e Sancho Tovar”.
Como vimos no relato do livro “História do Brasil”, no reinado de D. Manuel, o Venturoso,
apareceu uma figura exponencial que foi Pedro Álvares Cabral, o homem que até em seu nome
inscreve o trópico de Capricórnio (Cabral – Caprino – Capricórnio); trazendo no seu escudo três
cabritos ou Capris, Capricórnio, Kumara etc., indicando a missão que tinha perante a Lei. Não
poderia, de modo algum, vir às plagas do Brasil por casualidade, como querem admitir, mas sim
por CAUSALIDADE, obedecendo ao Itinerário pelo qual a Humanidade, através das múltiplas
etapas evolutivas, deveria centralizar suas potências máximas de cultura, de espiritualidade,
completando os trabalhos outrora realizados no Brasil pré-histórico.
Mas quem era Pedro Álvares Cabral que, aos 32 anos de idade, recebia das mãos de D.
Manuel, então Rei de Portugal, a difícil incumbência de fundar, em bases políticas, o seu império
nas índias, apesar de sua vida obscura, que assim continuou após o seu regresso? Que motivo
teria tido ele de, obedecendo aos conselhos de Vasco da Gama, afastar-se tanto das costas
africanas? Teria sido apenas o receio das calmarias ali existentes naquela parte do ano, ou algum
motivo talvez de natureza não revelada, que o fez levar ao exagero aquele conselho do grande
navegador, que o precedera no caminho que pretendia traçar?
Segundo tudo indica, não foi a missão de Cabral mais do que “um codicilo para o espiritual
testamento de Cristóvão Colombo. Foi ele – como Pedro – a Pedra fundamental, ao raiar do
século XVI (1500), do Grande Edifício Humano”.
Na opinião abalizada do nosso Venerável Mestre, o Prof. Henrique José de Souza: “O fato
de alguém se chamar Pedro Álvares Cabral e adotar por brasão vários ramos de uma Árvores (a
PEREGRINO - APOSTILA N 08 11

Árvore Genealógica dos Kumaras ou Cabiras, Cabires), tendo embaixo, no escudo, dois CABRITOS
e, em cima, no “cume”, na cúspide etc., um outro, um pouco menor, na razão de uma Trindade
Kumárica, ou Pai-Mãe e Filho, denota superiores conhecimentos esotéricos, que não os podem ter
homens vulgares, por mais ilustres que sejam. Bastava isso para confirmar tudo quanto dissemos
a seu respeito”.
Precedeu ao embarque na Praia do Restelo um cerimonial grandioso. Assistiu o Rei D.
Manuel à missa que, no domingo, dia 8 de março, véspera da partida, foi oficiada na ermida votiva
do Infante D. Henrique, pelo Bispo Diogo Ortiz (um dos matemáticos da junta dos físicos que
menosprezava os projetos de Colombo); e com a Corte vestida de luto, solenemente – como se
usava nessas despedidas – viu as caravelas prontas para zarparem, e entregou a Pedra Álvares
Cabral o estandarte régio, comunicando-lhe as ordens miúdas e graves.
Assim, a frota dos treze navios largou no dia 9 de março; no dia 14 estavam entre as
Canárias; a 23 perdeu-se de vista a nau de Vasco de Ataíde, exatamente quando deixava no
horizonte a Ilha de São Nicolau do Cabo Verde. E com vento à feição ao oeste, “por este mar
longo”, seiscentos e sessenta ou seiscentas e setenta léguas, a 21 de abril uma surpresa comoveu
e exaltou a marinhagem. “Pescaram-se gramíneas, vindas da terra próxima!”.
O grande historiador, prof. Pedro Calmon, na sua “História do Brasil”, começa com um
relato minucioso e de irrestrito escrúpulo porque foi calcado em fontes de absoluto valor, sobre a
primeira visão que teve dessas plagas o grande navegador que foi o “descobridor” do Brasil.
Aquela data, portanto, representa em verdade o primeiro contato com a terra que, sendo a
última a ser descoberta pelos grandes navegadores da época, trazia em seu formato de coração o
destino histórico que lhe cabia de ser o Berço da Nova Civilização.
A Carta de Pero Vaz de Caminha, Carta a El rei D. Manuel, escrita em 1o de maio de 1500, diz:
“E assim seguimos nosso caminho por este mar, de longo, até terça-feira das Oitavas da Páscoa,
que foram 21 dias de Abril estando à dita ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos
diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muitas quantidade de ervas compridas, a
que os mercantes chamam de botelho quantidades de ervas compridas, a que os mercantes
chamam de botelho, assim como outros a que dão o nome de rabo de asno. E quarta-feira
seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura buchos. Neste dia, à hora de véspera,
houvemos vista de Terra. Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo, e doutras serras
mais baixas ao sul dele; e de terra chã com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome
– Monte Pascoal, e à Terra – a Terra de Vera Cruz”.
Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, Terra de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz,
completou o codicilo de tão espiritual testamento, com o encerramento do ciclo das navegações.

Bibliografia:
FILHO, A. Os Grandes Personagens e a História: Cristóvão Colombo. Editora Ediouro, Rio de Janeiro.
HERMIDA, B. História do Brasil. 5a série, 8 ed., Companhia Ed. Nacional.
História Geral da Civilização Brasileira. Direção de Sérgio Buarque de Hollanda, v. 1, 6 ed., DIFEL, 1981.
SILVA, F. A.; BASTOS, P. I. A. História do Brasil, Editora Moderna. São Paulo.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
12 PEREGRINO - APOSTILA N 08

AULA N 37
O CALDEAMENTO RACIAL

Segundo a história, os índios estavam num estágio cultural inferior na época da chegada
dos portugueses, sendo muito simples a sua organização social e política. Agrupavam-se em
Nações divididas em tribos. Contribuíram decisivamente para a formação da etnia brasileira.
As tabas eram compostas de malocas. Respeitavam as forças da Natureza e temiam os
maus espíritos. Sua agricultura era rudimentar, vivendo também da caça e da pesca; o trabalho
era dividido de acordo com o sexo e idade.
No ano de 1510, houve o naufrágio de uma nau portuguesa, e veio dar na praia um
náufrago português de nome Diogo Álvares Correia, que mais tarde recebeu um apelido, dado
pelos índios Tupinambás: o Caramuru, significando o Filho do Trovão ou Dragão do Mar.
No livro “A História Geral da Civilização Brasileira”, escrito sob a direção de Sérgio Buarque
de Hollanda, diz o seguinte: “A presença de Diogo Álvares, o Caramuru, entre os Tupinambás, e o
grande crédito de que desfrutava entre eles o antigo náufrago português, serviu para suavizar
notavelmente esses primeiros contatos do europeu com os naturais do lugar. Ao Caramuru
escrevera diretamente El Rei, advertindo-o da missão de Tomé de Souza e da ajuda que
necessitaria esse fidalgo de sua casa para fazer uma “povoação e assento grande”, de onde
pudesse governar a Bahia de Todos os Santos e as capitanias do Estado do Brasil, Não seria preciso
mais do que esse honroso estímulo para que ele e os índios, depois de acolherem festivamente os
recém-chegados, tratassem de abastecê-los e servi-los na medida das suas possibilidades”.
O contato dos europeus com os índios era inconveniente, sobre o ponto de vista Cristão. Se
alguns eclesiásticos fechavam os olhos ao relacionamento entre os colonos e os gentios, não raro
acumpliciavam, conformando-os em seu “erro”. No entanto os jesuítas foram muito
intransigentes nesse ponto.
A coroa portuguesa mostrava-se, até certo ponto, desfavorável ao embosque de mulheres
em navios para ultramar e, provavelmente, não vieram muitas na armada de Tomé de Souza.
Continua a descrição do livro “História Geral da Civilização Brasileira”: “De uma, ao menos,
consta que chegou a ser motivo de peleja sobre qual a haveria, e não faltou quem pedisse ao
governador certa escrava que este trouxera – talvez escrava moura – dizendo que a queria
alforriar. O resultado é que veio logo a prevalecer aqui, como na generalidade das colônias
portuguesas, o costume de amancebarem-se os adventícios com mulheres indígenas, por vezes,
com mais de uma, Já em 1549, o ano da chegada da frota, queixa se o Padre Manuel da Nóbrega
desse hábito e, ainda mais, do fato de largarem os homens a essas suas mulheres sempre que
aprouvesse, no que não se mostravam diferentes ou melhores do que os pagãos”.
Com todos esses desmandos de não assumirem a responsabilidade de suas ações para
com as mulheres da terra, havia certamente homens compenetrados para com os seus deveres
de seres dignos e honrados, e um desses foi Diogo Álvares Correia que, além de auxiliar Tomé de
Souza em seus empreendimentos, tomou por esposa uma índia de nome Paraguaçu.
PEREGRINO - APOSTILA N 08 13

Laurentus, em Dhâranâ, no 13/14, ano XXXI, de março/junho de 1956, relata: “A misteriosa


Ilha de Itaparica, um tanto semelhante àquela idealizada por Júlio Verne, mas aqui “como Ilha
Tabérica de Nassau” e reduto dos Tupinambás, fica bem em frente à cidade do Salvador, como
Capital do Estado da Bahia. A mesma possui o cabalístico número 137, cuja soma, dando o XI,
equivale à FORÇA, letra CAPH do alfabeto hebraico. E isto porque, como ILHA, É UM, tendo 7
léguas de extensão por 3 de largura. Sim, o CAPH, no caso vertente, como Força ou Poder do
Destino; antes dito, Lei de Causalidade, pois que a escolheu por BERÇO, não só da Raça Brasileira,
como também de nossa Obra. Foi nela, ainda, que se firmou o primeiro estaleiro de nossa marinha
de guerra, como uma das primeiras do mundo naquela época. Na mesma ilha nasceu a jovem
índia que Diogo Álvares Correia, tomou por esposa”.
Não podemos deixar de citar o romance O Guarani de José de Alencar, que apresenta o
amor de um gentio por uma europeia, isto é, Peri e Ceci. E, aproveitando a oportunidade,
transcreveremos um trecho de uma poesia, escrita na revista Dhâranâ, no 13/14, ano XXXV, de
janeiro/junho de 1960:
Diogo Álvares Correia,
Serpente Caramuru,
Foi quem tomou por esposa
Catarina Paraguaçu...
E assim,
debaixo de um céu de anil,
Portugal se uniu ao Brasil,
Veio depois o romance
Obra de grande alcance
Que Alencar idealizou:
Peri amou Ceci,
Ceci a Peri amou...
E partiram p'ra Lisboa.
De início, numa palmeira
e depois, numa canoa,
Chegados ao litoral,
já no céu estava escrito
Como n'um manuscrito:
“Ali está PORTUGAL”.
Em outros trechos da revista Dhâranâ, no 13/14, ano XXXI, de março/junho de 1956, diz:
“E, para resumir o valor histórico de Itaparica e revelar sua missão oculta... seu transcendente
papel na formação de nossa Raça basta citar-se o nome de Catarina Paraguaçu, a nobre filha dessa
terra que, depois de salvar Diogo Álvares Correia, “o Caramuru” ou “Dragão filho do Mar”, com ele
se uniu para iniciar a fusão dos dois ramos atlantes que, após o grande cataclismo, fizeram-se nas
margens opostas do grande mar”.
14 PEREGRINO - APOSTILA N 08

Frei José S. R. Durão diz o seguinte sobre Diogo Álvares Correia: “Misto de missionário e
colono português, embarca para a França, com sua mulher, a índia Paraguaçu”.
No livro “História do Brasil” de Francisco de A. Silva e Pedro I.A. Bastos, escrevendo sobre a
Etnia Brasileira, cita-se:
1o) “Fundamentalmente, três grandes grupos étnicos – o Branco, o Negro e o índio –
entraram na formação do povo brasileiro num longo e lento processo. Como resultado da
miscigenação (cruzamento) entre estes três grupos, originaram-se vários tipos de mestiço: o
Mulato: mestiço de branco com negro; o Mameluco (caboclo): mestiço de branco com índio; e, o
Cafuzo: mestiço de negro com índio”.
2o) “O Elemento Branco: pelo menos até meados do século XIX, o principal elemento
branco foi o português, considerado como o mais qualificado para colonizar uma região como o
Brasil, devido à sua facilidade de miscigenação e aclimatação a regiões tropicais. Dele herdamos
quase a totalidade das nossas instituições sociais, políticas e econômicas.
O Elemento Negro: de origem africana, os negros, que já conheciam o trabalho agrícola, o
uso dos metais e o pastoreiro eram comprados por bugigangas de vidro, facões, fumo e cachaça.
Foram trazidos para o Brasil em navios negreiros (tumbeiros) e desembarcados principalmente
em Salvador, Recife e Rio de Janeiro”.
3o) “Dos grupos de negros trazidos para o Brasil, os principais eram:
– Sudaneses: oriundos da Nigéria, Daomei, Costa do Ouro (Iorubas, Geges, Fantiashantis);
– Bantos: divididos em dois grupos: angola-congoleses e moçambiques;
– Malês: sudaneses islamizados”.
4o) “O índio: de acordo com uma classificação tradicional, baseada em critérios linguísticos,
os índios do Brasil foram divididos em 4 (quatro) grandes nações:
– Tupi: espalhados por toda a costa atlântica e várias áreas do interior;
– Jê ou Tapuia: ocupa o planalto central brasileiro;
– Nuaruaque: ocupa a Bacia Amazônica até os Andes;
– Caraíba: ocupa o norte da Bacia Amazônica”.
Deve-se notar que, além destas quatro nações, existe um grande número de nações
menores. Assim, destacamos a importância da pesquisa e não desprezamos nenhuma
informação que sirva para melhor esclarecimento. E sobre o Caldeamento Racial, vamos encerrar
essa aula com um pensamento de Gilberto Freyre: “Todo brasileiro, mesmo alvo, de cabelo louro,
traz na alma, quando não na alma e no corpo (...), a sombra ou, pelo menos, a pinta do negro”, e
do índio, dizemos nós.

Bibliografia:
Dhâranâ, n. 13-4, ano XXXV, janeiro/junho, 1960.
HERMIDA, B. História do Brasil, 5a série, 8 ed., Companhia Ed. Nacional.
História Geral da Civilização Brasileira, Direção de Sérgio Buarque de Hollanda, v. 1,6 ed., DIFEL, 1981.
LAURENTUS. Dhâranâ, n. 13-4, ano XXXI, março/junho, 1956.
SILVA, F.A.: BASTOS, P.I.A. História do Brasil, Editora Moderna. São Paulo.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
PEREGRINO - APOSTILA N 08 15

AULA N 38
HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA – SUA VIDA E SUA OBRA

NASCIMENTO E INFÂNCIA
À meia-noite do dia 14 para 15 de setembro de 1883, enquanto estranha chuva de estrelas
cintilava nos céus, e ainda atroava nos ares os últimos rugidos do Vulcão Krakatoa, ocorria na
capital do Estado da Bahia, à antiga Rua Portão da Piedade, 27, o agartino nascimento de
Henrique José de Souza, filho do conceituado capitalista Honorato José de Souza e de Amélia Elisa
Guerra de Souza, esta descendente de alta linhagem portuguesa, a cuja família pertencia o
famoso poeta Guerra Junqueiro.
Chegara afinal o Esperado Ser a quem, pouco após o descobrimento do Brasil, São
Francisco de Paula vaticinava em suas cartas ao rei de Portugal como procedente de uma região
subterrânea, para depois aportar em uma Ilha. Cumpria ele sua própria promessa de voltar à face
da Terra no começo do século XX, conforme inscrição que se acha gravada na Capelinha do
Espírito Santo, em Eifurt, na Alemanha.
Realizava-se a profecia de Helena Petrovna Blavatsky, constante da introdução de sua
monumental obra “A Doutrina Secreta”, acerca de um Iluminado que, nesta época, viria trazer aos
homens as provas finais e irrefutáveis sobre a existência da Divina Sabedoria.
Submetia-se voluntariamente, mais uma vez, aos grilhões da carne, a Potestade que,
assim, não se quis poupar dos sofrimentos e mazelas inerentes à mesma humanidade que se
incumbiu de redimir.
Inexorável dualidade manifesta-se sobre sua pessoa: uma, com seu protetor manto estelar,
a brindá-lo com bênçãos, intuições e poderes ocultos; ao passo que outra, investia iracunda,
espreitando o ensejo de eliminar-lhe a vida.
Na mesma hora de seu nascimento, S.S., o último Buddha Vivo da Mongólia, perdia o
sentido da visão, e o místico Ramakrishna dizia palavras inefáveis a um grupo de discípulos.
Com apenas sete dias, contraiu varíola confluente, infecção grave para aquela época de
poucos conhecimentos de assepsia e menores recursos terapêuticos, repercutindo esse fato no
Mosteiro de Narabanchi Kure, no Oriente, onde mãos invisíveis cobriam a imagem do Buddha
com um manto de verdes folhas e perfumosas flores. Os prognósticos eram de êxito letal, e,
então, como último recurso, apelaram para a homeopatia e a criança melhorou.
Desabrochou-lhe a puerícia como se fora uma criança comum, sob os afagos e carinhos da
mãe extremosa. Mas incomuns, de oculta significação, foram os acidentes e atitudes de sua
infância e adolescência:
Certa vez, voltando de uma sessão de circo, quis imitar a malabarista do arame, e estendeu
uma tábua de passar roupa sobre a grade de lanças do jardim e nela começou a se equilibrar; em
dado momento, o pé falseou e ele caiu sobre uma das lanças, ferindo o peito na direção do
coração.
Sua mãe mandou chamar um médico, da proximidade, para tratá-lo e, enquanto este
16 PEREGRINO - APOSTILA N 08

preparava a agulha para a sutura, a irmã do pequeno peralta, Maria Luísa, perguntou-lhe se podia
colocar uma toalha molhada sobre o ferimento, ao que, sorrindo, o médico respondeu que sim,
pois mal não lhe ia fazer.
Qual não foi o seu espanto ao retirar a toalha e verificar que a ferida não mais sangrava e já
apresentava sinais de cicatrização, ao que, admirado, exclamou: “Tal milagre só poderia ter
ocorrido nesta casa”.
Passaram-se quatro anos quando, certa vez, vai acompanhado de sua família assistir às
comemorações da Semana Santa na Igreja de São Francisco. O menor presenciava a tudo e sentiu
profundo misticismo com os Passos da Tragédia e, ao colocar-se em frente ao passo “Descida da
Cruz”, sua contemplação foi interrompida pela exclamação aflita da mãe: “Que é isso, meu filho?”
Sua alva roupinha de marinheiro avermelhava-se à altura do peito; os pais, apreensivos, levaram-
no de volta ao lar, sem atinar com a causa do estigma no peitinho de seu caçula.
Criança ainda, já lhe sangrava o coração num arroubo de puro misticismo que, após
dezenove séculos, repercutia em sua alma juvenil as torturas suportadas com divina resignação
na tragédia de Jerusalém. Fora como uma mensagem premonitória de que também nesta
existência, outras vezes seu peito haveria de abrir-se em chaga viva para chorar lágrimas de
sangue pelas ingratidões do mundo.
Seus cabelos ainda não haviam sido cortados até à idade de sete anos. Parecia que seus
pais estivessem adotando um dos ritos da iniciação essênia, denominada Nazar, aguardando,
inconscientemente, a época oportuna para dádiva ao Senhor dos Passos.
Certo dia, saindo a passeio com sua irmã, enquanto esta conversava com uma amiga, saiu
sorrateiramente e pôs em prática um projeto que havia arquitetado: Dirigiu-se ao salão de
barbeiro chamado Portugal, que ficava ao lado direito do elevador Lacerda, e mandou cortar
rente a longa cabeleira.
A família já se encontrava em alvoroço pelo desaparecimento do maroto, chegando até a
colocar a polícia em seu encalço, quando ele aparece se esgueirando pela porta da cozinha para
ver como iam as coisas.
A mãe ao vê-lo, ficou triste com sua aparência, mas, em seguida, foi oferecer sua cabeleira
à Irmandade do Senhor dos Passos da Ajuda. Surpreendeu-se ao saber que os cabelos do filho iam
ornamentar a cabeça da imagem do Cristo da Ajuda, cuja cabeleira havia desaparecido
misteriosamente na noite anterior.
Tão precoce era seu patriotismo que o pequeno se envolvia na Bandeira do Império; o
mesmo fazendo, mais tarde, com a República, ufanando-se de haver nascido brasileiro.
Neste tempo a família residia no Palácio da Aclamação, em frente ao forte São Pedro. Ali
estava aquartelado o décimo sexto Batalhão de Infantaria; os oficiais e soldados, ao passarem por
ele, manifestavam-lhe a estima com uma rápida continência militar, quiçá por reconhecerem seu
direito de futuro cadete, sendo filho de pais brasonados.
Suas peraltices e peripécias foram inúmeras e também as doenças graves como sarampo,
varíola, escarlatina, paratifo.
Sobre esta última temos a relatar o seguinte: Residia a família no Palácio da Penha quando
apareceu uma senhora de nome Sofia que era zeladora da igreja da Penha e entregou 4 (quatro)
PEREGRINO - APOSTILA N 08 17

ervas que eram destinadas a curar o enfermo. Tais ervas vinham da parte de um Adepto
disfarçado de mendigo. Com essas Ele curou, mais tarde, muitas pessoas atacadas desse mal,
inclusive um conhecido pianista patrício.
Desde pequeno se interessou por ler livros que instruíssem em alguma coisa, e já gastava a
sua mesada em formar uma boa biblioteca.
Um dos poderes cedo manifestado foi o do hipo-magnetismo, que usava para magnetizar
os empregados da casa, curar dores e doenças várias. Sua mãe foi atacada de paralisia agitante
(mal de Parkinson), considerada incurável, e o menino passou a tratá-la com passes magnéticos,
único tratamento que aliviava suas dores.
Era tão comum se impregnarem de suave perfume as coisas que tocava que na hora das
refeições costumavam recomendar-lhe de bom humor: “Não vá tocar no pão; preferimos comê-
lo sem perfume”. Para ele próprio, tudo aquilo era simples e natural, e talvez até estranhasse que
os outros não dispusessem dessas qualidades. Alguns parentes e amigos, maravilhados ante essa
natureza excepcional, passaram a respeitá-lo como um Ser Superior.
Sua família pertencia à religião católica e sua mãe era dessas almas puras e inocentes que
acreditava em tudo que algumas pessoas ligadas ao clero falavam para ela. Mas o diabrete não se
deixava levar pelo “canto da sereia” e, quando lhe queriam incutir ideias contrárias à sua maneira
de pensar, ele fazia trocadilhos jocosos e epítetos irreverentes. Nenhum conceito filosófico,
nenhum ato religioso era por ele aceito, sem passar pela análise e crítica de seu raciocínio. Não
obstante, sempre demonstrou respeito ante as convicções alheias.

O TEATRO SÃO JOÃO


O Teatro São João tem muita importância na história de nossa Obra.
Ele era de propriedade do Pai de nosso Venerável Mestre Henrique José de Souza. Muitas
peças foram apresentadas nessa memorável Casa de Arte.
Serve de legenda ao tradicional Teatro São João apenas a transcrição da notícia do seu
incêndio total na noite de 6 de junho de 1923:
– “Eram ruínas sagradas depois do opróbrio, o incêndio criminoso!
– “O velho São João! Desapareceu esta noite em poucas horas.
– O velho São João! Era uma das tradições antigas da cidade, como primeiro Templo de Me
aqui erguido, casarão secular ainda reboante das grandes vozes dos nossos poetas, Castro Alves
sobranceando a todos; dos nossos oradores Nabuco, José do Patrocínio, Manoel Vitorino e do
maior de todos, Ruy; dos nossos escritores teatrais ou candidatos a isso, Agrario de Menezes à
frente; dos nossos atores ou projeto deles, Xisto Bahia destacando-se entre eles.
– Muitas noites de glória; à Luz das gambiarras, registraram as crônicas de várias épocas;
ruidosas manifestações em que as plateias incendeiam vibrantes em partidos, odes, hinos e
palmas às estrelas de primeira grandeza; memoráveis comícios políticos pelas grandes causas
nacionais; a Abolição e a República.
Mas tudo passou.
- Só restava um pardieiro em ruínas que, a não ser transformado à altura, melhor valia ser
18 PEREGRINO - APOSTILA N 08

substituído por um teatro moderno. As tradições ligadas a ele deviam ficar, mas o casarão podia
perfeitamente desaparecer, sem nenhuma ofensa ao passado e à arte...” (transcrição de “A
Tarde”, de 06/06/1923).
Estamos na década de noventa, e faz anos que o primoroso Teatro São João desapareceu.
Faz muitos anos que se deu a Fundação Espiritual de nossa Obra, no ano de 1921, na Ilha de
Itaparica, da peça maior de quantas no mesmo Teatro foram representadas. Sim, Teatro, Escola e
Templo!
No dia 3 de julho de 1899, o adolescente Henrique saiu de sua casa para encontrar a sua
“companheira” de missão no Teatro São João, de nome, Helena da Silva Neves e, a partir desta
data, começa outra peça sobre Henrique e Helena.

A CIA. TEATRAL TIM-TIM POR TIM-TIM


No ano de 1899, Henrique José de Souza completa suas dezesseis primaveras.
Era a idade da adolescência.
No ensino, torna-se difícil atrair o interesse do discípulo numa fase em que o desabrochar
das emoções conduz à poesia, à dança, ao teatro. Sua atenção, porém, estava voltada para os
planos do incognoscível. Aprazia-lhe investigar os mistérios do mundo das causas, das leis e dos
efeitos. Devotou-se à pesquisa da verdade com todo ardor, recebendo, por vezes, auxílio de
misteriosos seres humanos, que com ele conviveram e que tinham por missão superior orientá-la
e despertar-lhe a consciência inata; a qual, todavia, só poderia tornar-se integral mediante
gradativa iniciação.
Por essa época, chegou de Lisboa, procedente das Índias Portuguesas, para exibir-se em
Salvador, uma companhia teatral composta de adolescentes. Esse acontecimento poderia
parecer casual, mas, na verdade, fazia parte de um grandioso plano de que poucos tinham
conhecimento.
A companhia teatral passou a fazer seus ensaios no Teatro São João, da família do jovem
Henrique, e o nosso adolescente passou a ser frequentador assíduo do espetáculo e também dos
ensaios, pois havia se apaixonado pela atriz da companhia, a jovem e bela Helena que tinha
também dezesseis anos.
Era apresentada a peça “Tim-tim por Tim-tim” que contava a história de Helena de Tróia
tendo, como personagem masculino central, Ulisses. Num dos ensaios, propositalmente ou não,
tal personagem deixou de comparecer, e Henrique José de Souza foi convidado a assumir o lugar
do personagem principal da peça. Terminada a apresentação, foi calorosamente aplaudido pelos
presentes e até pelo maestro que elogiou a sua voz de tenorino.
A 24 de junho de 1899, dia de São João, compuseram um idílio na paradisíaca Ilha de
Itaparica, na baía de Todos os Santos, viajando a bordo de um saveiro denominado “Deus te
Guie”.

A VIAGEM DE HJS AO NORTE DA ÍNDIA


O ritual místico, realizado na paradisíaca Ilha de Itaparica em 24 de junho de 1899, originou
PEREGRINO - APOSTILA N 08 19

um dos maiores acontecimentos da atualidade que foi a fundação cíclica de nossa Obra, o início
do Ciclo da Era de Aquarius.
Laurentus diz o seguinte a respeito disso: “Os dois Dirigentes e Fundadores em que se acha
empenhada a Sociedade Brasileira de Eubiose, por Ordem Superior, tiveram que ir à Ilha de
Itaparica, no dia 24 de junho, ou seja, o Dia de São João, como Arauto, lokanan ou lo-Canaan de
Todos os Messias e Missões que neste baixo ou inferior mundo se manifestaram, nos ciclos
avatáricos. Como já foi descrito na Biografia de ambos, para ali foram depois de terem cantado no
Teatro São João (o mesmo nome, portanto). E a seguir ao Ritual que ali houvera, a própria Lei lhes
exigiu que realizassem, no lugar denominado ILHOTA... depois voltaram à cidade de S. Salvador, a
capital baiana, donde, dias depois, dirigiram-se para Lisboa”.
“Foi, no dia 3 de julho de 1899, se encontrar com a sua “companheira” no TEATRO SÃO
JOÃO para realizarem aquela MISTERIOSA VIAGEM DE UM ADOLESCENTE AO NORTE DA
ÍNDIA. Estavam ambos com DEZESSEIS anos de idade. Nas escrituras orientais se dá o nome de
“adolescente das 16 primaveras”, a qualquer um dos QUATRO KUMARAS que dirigem a Evolução
Humana, à frente das demais Hierarquias...”
Soavam as Aves Marias quando o vapor “Minho” zarpou do Porto.
Assim, Henrique começou efetivamente a dar cumprimento à sua Obra e, para tal, viajou
primeiro para Portugal.
O jovem, debruçado na amurada, olhava tristonho aquele quadro que lhe enchia o coração
de dúvidas e saudades... As lágrimas banhavam as faces do adolescente, enquanto invadia-lhe o
coração um misto de dor e mistério impenetráveis...
E dizia de si para si: “Porque devo fazer tal coisa, deixando meus pais por uma jovem que
caiu do céu, é bem verdade, mas que não fazia parte da minha vida?”
Ela, como se tivesse adivinhado o que se passava na mente do AMOROSO, acariciava-lhe
os cabelos, dizendo: “Não desanimes. Os Deuses nos acompanham. Tudo há de sair da melhor
maneira possível! Nós estamos completando um drama inúmeras vezes representado e que tem
por epílogo a vida presente”...
Sua bem amada sempre ao seu lado tentava consolá-lo, a dizer-lhe coisas misteriosas! Para
outro fim ela não fora educada!
Finalmente o vapor chega ao Tejo, cumprindo-se assim a profecia da Serra de Sintra:
“Patente me farei aos do Ocidente
Quando a porta se abrir lá do Oriente.
Será coisa pasmosa quando o Indo,
Quando o Ganges trocar, segundo vejo
Seus espirituais efeitos com o Tejo”.
Um venerável e nobre casal vem receber os dois protagonistas da Peça, levando-os para
sua casa, um mimo de conforto e riqueza. Aí ficaram durante algum tempo, visitando a cidade,
indo até Sintra, para que o mistério não ficasse sem o devido efeito.
Aconteceu, porém, que as forças contrárias, sobre as quais a Voz de Deus os prevenira, as
mesmas que os perseguiam de vida em vida, para que a sua Missão fracassasse, modificaram as
20 PEREGRINO - APOSTILA N 08

diretrizes traçadas da lei.


Ocorreu um metabolismo que mais tarde voltaremos a falar. A jovem Helena saiu de cena.
Mas essa mesma Lei imediatamente reformulou os planos e deu continuidade de maneira
mais esplendorosa ainda, com resultados mais positivos em prol da evolução.
O venerável casal nada disse ao nosso herói, a respeito de sua amada. Contaram-lhe uma
história em que aquela viagem teria por finalidade apenas levá-lo para o outro lado do mundo, a
fim de entrar em contato direto com as iniciações daquela região.
A partir de então, tem fim a vida despreocupada do jovem Henrique, começando outra
fase de muito trabalho e muito sofrimento que seria prolongado até o fim de seus dias, na face da
Terra.
A respeito da viagem à índia, comenta o Prof. Henrique José de Souza:
“Alguns dias são passados, e novamente um outro vapor nos conduzia para Calcutá,
tocando em Ceilão, “cidade de Lanka” dirigida outrora pela Deusa KUVERA...”
“... E a viagem que foi realizada debaixo de mil peripécias, como será narrada um dia por
quem de direito, não podia deixar de levar a comitiva ao Cairo, pois que a mesma foi feita através
do Canal de Suez”.
E, portanto, visita também “a mansão dos deuses”, que é aquela onde se acham as famosas
pirâmides e esfinge. Depois de vinte e quatro horas no referido lugar, etapa mais perigosa teve
que ser vencida, ou seja, a do Mar de Omam, a caminho de Goa. Em tal lugar, o casal que fazia
parte da mesma comitiva, possuía um lar dos mais confortáveis e pitorescos. À beira do cais se
achava postado o mordomo da família, de nome José Ramayana, criado e educado desde criança
pela mesma família”.
Segue o Prof. Henrique José de Souza:
“Também chegou ao seu conhecimento que o amigo da família, com seu nome velado de
Jean Dubonet Beauville, pintor parisiense, de olhos cor do céu e cabelos loiros batendo nos
ombros, ou “Cortados à nazareno”, além de ter sido professor de música, pintura, línguas etc., da
“jovem desaparecida”, era o mesmo a quem o Coronel Henry Steel Olcott, companheiro de Helena
Petrovna Blavatsky, tanto elogiara a sua angelical figura, além de cognominá-lo de “o Adepto de
Pondcherri”. Os cuidados pelo mesmo dispensados ao “adolescente das 16 primaveras”, até hoje
são conservados no escrínio do seu coração, como “gemas preciosas”.
“Tempos depois, a comitiva teve que deixar tão místico quão querido lugar, pois que a data
para a mesma se encontrar no Norte da índia estava muito próxima”.
“Depois de longa e penosíssima viagem, onde não faltou sequer, uma séria tempestade nas
proximidades de Goa, pois em tal época do ano, o Mar de Oman se torna revolto. E a comitiva
esteve durante três dias prisioneira em seu próprio camarote. E isto, no tempo em que a
navegação a vapor ainda se achava em grande atraso; a luz elétrica era substituída por castiçais
de metal amarelo, sustentando uma grossa vela, a marcar compasso, acompanhando o jogo do
navio, péssimo divertimento a que se dedicava o jovem Henrique, que nem sequer se apercebia
que, ao acompanhar ele mesmo, com a cabeça o referido movimento, aumentava o enjoo...; a
primeira classe equivalia a uma terceira de hoje. E esta, por sua vez, levava os passageiros, sem
PEREGRINO - APOSTILA N 08 21

conforto algum, dormindo quase ao ar livre, comendo em bacias de folha, tendo por talher uma
simples colher de estanho. Entretanto, nos dias de sol, cantavam, sentiam-se felizes com a sua
sorte... Muito mais, por saberem que em pouco tempo estariam no lugar para onde se dirigiam; e,
portanto, livres dos perigos e dos sofrimentos passados em viagem. O que não podiam saber,
como não o sabe nenhum ser humano, o que lhe reserva de bom ou mau o futuro, vivendo de
esperanças, que muitas vezes se desfazem como “castelos de cartas” ou a fumaça de um mísero
cigarro... Mas, entre tais passageiros não faltavam os “Iedores da buena-dicha”, que era um
grupo de ciganos.
Finalmente, o “Indian Prince” chegava a Colombo, capital de Ceilão, num dia azulado, a
cidade em festa, por sinal um domingo, dia do Sol ou de Apolo... Apareceram dois seres estranhos
que não foram vistos no navio. Muitos dias depois, quando o Indian Prince chegou a Calcutá,
capital das índias inglesas (na época a Índia era uma possessão da Inglaterra), os seres estranhos
foram vistos novamente, sem se unirem à comitiva. O jovem Henrique ficou hospedado num
hotel, em Calcutá, que para a época era magnífico.
Na véspera da partida para o Norte da índia, a comitiva fez uma visita a um brâmane
ilustre, sendo a mesma recebida condignamente, cercada de maiores gentilezas. Na hora da
partida da comitiva, houve muita emoção”.
Conta o Prof. Henrique José de Souza:
“Semelhante viagem, e em tal época, foi das mais penosas. Baldeações e mais baldeações.
Pequenos trechos a pé; outros, em veículos puxados por “cavalos humanos”; quando não, num
costado de elefante, sacudindo mais que o Indian Prince, sobre as ondas revoltas do Mar de Oman
ou Oceano índico. Vários lugares e cidades foram visitados; além do mais, por força de
circunstâncias, sendo os principais: Allahabad, Delhi... Na cidade de Simllah, na encosta do
Himalaia, foi de todas essas cidades indianas, onde mais se demorou a comitiva. Tal como
Srinagar, Simllah acha-se estreitamente ligada à Obra em que a S. T.B. (hoje S. B.E.) está
empenhada”.
“Nos arredores desta cidade (de Simllah), num verdadeiro retiro privado, teve que ficar o
jovem Henrique antes do ritual, porque tinha de passar em Srinagar, de muito maior
importância... ficou sob a guarda de respeitável Guru”.
Depois de algum tempo, já de partida, dois membros da comitiva foram buscar o jovem
Henrique. Seu pseudo-Guru chamou-o ao seu santuário e, quando ambos ali chegaram, o santo e
sábio Homem disse-lhe o seguinte:
– “Meu Filho! Seu papel aqui está terminado. Você não precisa de iniciação alguma... Já
passou por tudo isso em outras vidas. Algo de imenso valor espera-o na “cidade sagrada de
Srinagar”, em companhia de seus grandes Amigos. Eu nada fiz senão obedecer ao que me foi
imposto pela Lei”. E olhando para as bandas do Himalaia completou: “Que os Deuses, meu filho, o
protejam, a fim de que possa realizar – segundo a Sua vontade – o grande feito que o obrigou a vir
até estes lugares distantes “daquele que passa por ser o de seu nascimento”... É bem provável que
um dia ainda nos tornemos a encontrar. Será um dia muito feliz para mim”.
Depois de algum tempo, a comitiva chega ao seu destino, SRINAGAR. Havia três dias que a
cidade festejava o aniversário de Krishna a cuja festa se dá o nome de Mamchstami.
22 PEREGRINO - APOSTILA N 08

Antes da comitiva ira um determinado Templo, procurou visitar acertos lugares, inclusive o
famoso “trono de Salomão”, que se acha no topo da Montanha Sagrada, onde existia um Templo
Bhudista, destruído por hindus revoltados, numa luta entre brâmanes e budistas.
A comitiva assistiu à reprodução em gesso da fisionomia do “jovem adolescente”, para
servir de modelo à imagem de um Bhudda, que iria figurar futuramente num Templo Tibetano...
Com esse trabalho árduo, que posteriormente iremos comentar de forma mais profunda,
cumpriu-se a profecia da Serra de Sintra.
Com o cumprimento de tudo aquilo que a Lei exigiu, apresentou-se o momento do jovem
Henrique voltar à capital baiana, a cidade de Salvador.
Quando o jovem Henrique esteve na índia, tomou conhecimento da sua missão no
Ocidente.
Enquanto isso, em Salvador, a família recebera a notícia que seu filho havia ido para a
Europa, pois não estava preparada para tomar conhecimento de tão grandioso trabalho.
Contra a vontade do pai, mas por insistência da mãe que temia nova fuga, quando
Henrique retomou ao Brasil foi colocado num colégio interno para continuar os estudos.
Estuda e gradua-se em medicina e engenharia.
Em 1907 falece seu pai Honorato, e ele assume o controle dos bens da família, pois seus
irmãos mais velhos haviam deixado o convívio terreno. Obrigado pelas circunstâncias a fazer algo
a que não tinha inclinação e, aliado a um coração amoroso, pois não podia ver ninguém em
dificuldade, pois ia logo oferecendo dinheiro, não fez uma boa administração dos bens deixados
pelo pai.
Estas mesmas pessoas às quais havia socorrido, foram as primeiras a lhe voltar às costas em
hora tão difícil.
Mas a missão tem que ser cumprida e o trabalho da Obra levado a termo.

COMUNHÃO ESOTÉRICA SAMYAMA


Com a perda da fortuna, e a necessidade de continuar com a missão, Henrique José de
Souza muda-se para Niterói, onde houve o falecimento dos irmãos Yet-Baal e Yet-Baal-Bey, para
dar continuidade ao trabalho interrompido pelos dois irmãos, e a transferência do poder
espiritual do Oriente para o Ocidente.
O despertar da consciência de Henrique José de Souza vai se fazendo aos poucos, à medida
que desenvolve o seu trabalho.
Para os ocidentais, toda cultura oriental é considerada exótica, e sua aceitação é muito
limitada. Os movimentos religiosos colocam um abismo quase que intransponível entre um lado
e outro do mundo. A distância havia aumentado com a não aceitação da Lei da Reencarnação.
Devido a essa ideia, alguns intelectuais surgiram com um conceito puramente materialista
de que tudo estava baseado apenas no que os sentidos podiam captar e de que, fora disso, não
havia mais nada.
Só a ciência oficial tinha a verdade.
Foi nesse panorama totalmente desfavorável que o Professor Henrique José de Souza deu
PEREGRINO - APOSTILA N 08 23

continuidade ao seu trabalho gigantesco de transferência da Luz do Oriente para o Ocidente.


No começo houve necessidade de atrair um número razoável de pessoas que o ouvisse
para formar um grupo de trabalho. Para tanto, usou de um recurso que mexia com o emocional
das mesmas que era a parte fenomênica, como levantar objetos; materializar coisas; fazer curas
etc. Conseguiu atrair muita gente, que vinha com os mais diferentes propósitos, quais sejam, de
se arrumar financeiramente; fazer ou desfazer casamentos; saber do futuro e de outras coisas
mais. E uns poucos, atraídos por uma necessidade interior de procurar respostas aos anseios de
sua alma peregrina...
Após longo tempo de preparo intelectual, moral e espiritual, o Mestre escolheu um grupo
de pessoas certas e precisas e começou a prepará-las, transmitindo-lhes os conhecimentos
necessários.
Assim nasceu a Comunhão Esotérica Samyama, que viu patentear-se uma pequenina
fímbria da grande alma do Mestre, nos extraordinários fenômenos de alta magia que ali
ocorreram, inclusive levitação. Alguns discípulos fixaram o conhecimento em suas mentes, e
assim fizeram a sua iniciação.
Durante três anos, a Comunhão Esotérica Samyama irradiou para o mundo a luz divina do
Mestre e veiculou as sementes que o Excelso Semeador lançou no coração dos homens.
As que caíram em terreno fértil germinaram, floresceram e, por sua vez, repetem o milagre
da multiplicação dos pães, alimentando as almas famintas.

SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA – SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE


Passada a fase fenomênica, Henrique começa a transmitir coisas relacionadas ao mental, e
o número de frequentadores diminui sensivelmente, até restarem uns poucos que tinham estado
de consciência para perceber a grande verdade das mensagens que lhes eram transmitidas.
Começa-se a ensinar uma nova filosofia de vida, baseada em conhecimentos e não em
ilusões.
Os diversos sistemas de yogas passam a fazer parte da cultura ocidental, e se
popularizaram de tal maneira que apareceram até academias para tal ensino nos dias atuais.
Em 1921, incorpora-se, ao grupo de sacerdotisas, uma jovem de 15 primaveras, chamada
Helena, que recebe a incumbência de zeladora do Fogo Sagrado.
O Professor Henrique José de Souza recebe a mensagem de se dirigir a suma Cidade Sul-
Mineira, São Lourenço, em companhia de Helena.
Em 28 de setembro de 1921, dá-se outro acontecimento de grande expressão para a Obra.
Nessa data, nosso Mestre, já em São Lourenço, hospedado na Pensão São Benedito, fazendo a
estação de água por questão de saúde, recebe outra mensagem: para se dirigir a um determinado
lugar da Estância Hidromineral.
Henrique e Helena se dirigem, a cavalo, para a encosta do Monte da Esperança, hoje
Montanha Sagrada, onde se dá a Fundação Espiritual da Obra.
Em 1924 se dá o “falecimento” do décimo terceiro Dalai Lama, cujo nome era Thupten
Gyatso. Ele deixa um testamento político no qual se lê: “No ano do Cachorro da Terra (1959), a
24 PEREGRINO - APOSTILA N 08

religião e a administração secular do Tibete serão atacadas pela Fênix Vermelha. O décimo quarto
Dalai Lama e o Pantchen Lama, os guardiões da Fé, serão vencidos pelos invasores. As terras e as
propriedades dos Mosteiros Lamaístas serão distribuídas. Os nobres e as altas personalidades do
Estado terão suas terras e seus bens confiscados, e serão obrigados a servir à força invasora.
Contudo, a Grande Luz Espiritual, que há séculos brilha sobre o Tibete, não se apagará. Ela
aumentará, será difundida e resplandecerá na América do Sul, onde será indicado um novo ciclo
de progresso: surgirá então a sétima raça dourada”.
Observamos que tudo o que foi escrito nesse testamento político, foi realizado, com a
invasão do Tibete pelos chineses, quando o 14 Dalai Lama teve que pedir auxílio à Índia, além dos
invasores confiscarem os bens dos tibetanos, e até influírem na sua cultura religiosa.
Atesta também o Grande Lama – que era chefe oculto da Maçonaria dos Traichu-Marutas,
pois era responsável pelo Poder Temporal, enquanto o Trachi-Lama pelo Poder Espiritual, tendo o
Buddha Vivo como o Mentor dos dois Poderes – o papel da América do Sul, como a região da
futura civilização.
Em 1924, morando no Rio de Janeiro, a família de Henrique, recebe ordem de se mudar
para Niterói, pois a casa em que moravam não oferecia condições para a realização do que iria
acontecer. Tais mensagens eram materializadas em cristaleiras fechadas, em revistas onde eram
escritas a carvão etc.
Muda-se, então, para uma casa tranquila e sossegada, com jardim, afastada do barulho da
rua, que ficava na Rua Santa Rosa no 426.
Tudo que até então havia sido realizado no campo subjetivo, começou a ser realizado no
campo objetivo. A Grande Obra começava a ter base no mundo material.
Assim, teve início uma série de sete rituais, todos realizados aos domingos, que
culminaram num oitavo, realizado a 10 de agosto de 1924, data considerada como a da Fundação
Material da Obra, quando ela tomou corpo e forma com o nome de “DHÂRANÂ, SOCIEDADE
MENTAL ESPIRITUALISTA”.
“DHÂRANÂ é um vocábulo sânscrito, que significa intensa e perfeita concentração da
mente em determinado objeto interno, com a completa abstração do mundo dos sentidos; Isto
é, o sumo controle do pensamento, da inteligência ou do mental”.
Um detalhe importante a se notar, é que Niterói, onde a Grande Obra foi fundada
materialmente, encontra-se exatamente a 23 graus de latitude sul, Trópico de Capricórnio.
Em 8 de maio de 1928 encerra-se definitivamente o ciclo Oriental, e a luz se faz no
Ocidente, substituindo o EX ORIENTE LUX de Emmanuel Swedenborg, pelo EX OCCIDENTE LUX
do Prof. Henrique José de Souza.
Por esse motivo, em 1928, o nome da Instituição é mudado para SOCIEDADE TEOSÓFICA
BRASILEIRA, em homenagem à mártir do século XIX que foi Helena Petrovna Blavatsky (o
mesmo nome da escola iniciática de Blavatsky, pois essas duas escolas ou Sociedades deveriam
ser as hastes do Itinerário de IO. A do Norte deveria florescer nos Estados Unidos, mas falhou;
infelizmente não obteve o êxito necessário, além de outros fatores, que levaram os Estados
Unidos a perder seu papel importante na trilha evolucional).
PEREGRINO - APOSTILA N 08 25

O papel que os Estados Unidos da América deveriam representar cessou; cabendo ao Brasil
a tarefa de desempenhar o seu próprio e o dos Estados Unidos, assumindo, portanto, a
responsabilidade de preparar o núcleo civilizador, das 6a e 7a sub-raças.
O Professor Henrique José de Souza, que deixou a face da Terra no dia 9 de setembro de
1963, às 14h45, preferia que o nome desse dia, o de sua partida, fosse denominado o “Dia da
Libertação”.
Mas no período em que esteve à frente de nosso Colégio Iniciático, reproduziu todas as
Iniciações da antiguidade, as contemporâneas e as do futuro.
Passou pelas iniciações: chinesa, lamaísta, shamaísta, bramânica, buddhista, védica,
caldáica, egípcia, grega, romana e zoroastrina ou zoroastriana. Reviveu as da América Pré-
Colombiana, Pré-Cabralina. Despertou as consciências trabalhadas pelo Padre Anchieta. Fez,
espiritualmente, a função da mentalidade Oriental e Ocidental. Reproduziu no Santuário de
Niterói toda a teurgia vivida pelo 31o Buddha Vivo da Mongólia. Dramatizou os ritos europeus, a
verdadeira Rosacruz de São Germano.
Finalmente, ressuscitou o Cristianismo primitivo com a finalidade de promover a união do
Cristianismo e Buddhismo.
Em 1969, atendendo às exigências do Novo Ciclo, a Sociedade Teosófica Brasileira adotou o
nome de Sociedade Brasileira de Eubiose, pelo seu presidente Hélio Jefferson de Souza, com foro
e sede em São Lourenço, Minas Gerais.
A Sociedade Brasileira de Eubiose é a caçula das escolas iniciáticas já fundadas na face da
Terra. Surgiu sob a égide de certa Confraria do Norte da Índia a Oeste do Tibete, e sob a direção do
Professor Henrique José de Souza, que disse: “Eubiose é a ciência da vida”, e como tal, é aquela
que ensina os meios de se viver em harmonia com as leis da natureza e, consequentemente, com
as leis do Universo.
“A finalidade da Eubiose, em última análise, é a readaptação do homem ao meio
cósmico”.
A Eubiose é a ciência da integração do homem com o Todo Universal, equilibrando o
sistema cósmico-humano-evolucional, que funciona como uma grande Unidade.
A Sociedade Brasileira de Eubiose, na sua etapa atual, no seu trabalho externo, visa a
homogeneização da humanidade dentro dos princípios Universais. Os mesmos princípios para
todos cumprirem livres e conscientes, formando uma unidade.

TRANSFERÊNCIA DA LUZ DO ORIENTE PARA O OCIDENTE


Laurentus, no artigo “O Novo Taro Sacerdotal”, escreve o seguinte: “Em nossa obra de
crítica construtiva, intitulada “O Verdadeiro Caminho da Iniciação”, tivemos ocasião de provar a
queda da civilização atual, justamente pelo fato de haver terminado o ciclo de Piscis, ou do qual
Jesus, o Cristo, a bem dizer, foi o último rebento (ou Bodhisattva – como se chamaria no Oriente).
E, com isso, há o começo do ciclo imediato, que é o de Aquário, com a manifestação da mesma
“Essência Divina”, em corpos diferentes. Desta vez, no Ocidente, pois que os ciclos variam de um
ponto para outro; é o mesmo que dizer que “ora é o Oriente que dirige espiritualmente o mundo,
ora é o Ocidente”.
26 PEREGRINO - APOSTILA N 08

Continua Laurentus: “Quem visita o templo de Tjigad-jé no Tibete, ligado ao antigo “retiro
privado do último da série dos Trachi- Lamas” encontrarão na sua galeria de Bodhisattvas, o
último ou oitavo, “o futuro Budha Branco do Ocidente”. Além da sua tez dessa cor, e não amarela,
vem provar “que ele se manifestará no Ocidente”, Seu adorno alegórico é uma ferradura de
pedras preciosas, Para leigos, nenhuma expressão possui a referida alegoria, mas para um
Iniciado, a mesma signifique a excelsa manifestação, do Kalki-Avatara, ou “Cavalo Branco”; ou
seja, Maitreia (a quem é dedicado o nosso Templo de São Lourenço)”.
“Todos os guerreiros que alegorizam a redenção humana cavalgam um cavalo branco, Foi
daí, também, que alguns imperadores iniciados, como Heilé Selassié, por exemplo, só cavalgavam
um cavalo dessa cor. Assim também, Carlos Magno, embora Napoleão preferisse uma égua da
mesma cor, mas, então, por estar provado que é mais resistente que o outro sexo. Nas próprias
corridas de cavalos, o fenômeno está mais que demonstrado. Napoleão – que também era um
iniciado, embora possuísse um Mestre que o dirigia de longe, mas algumas vezes aparecia para
lhe dar conselhos (o chamado “Homem da Capa Vermelha”); o último, dos quais, por ele não ter
aceitado, pagou caro a desobediência, perdendo a batalha de Waterloo, e sendo exilado em Santa
Helena”.
Como dissemos anteriormente, Jesus, o Cristo, foi o último avatara de Piscis e dois mil anos
são passados. Novo brado se eleva aos céus.
O Ex Oriente Lux de Swendenborg transformou-se no Ex-Occidente Lux, isto é, A Luz vem
do Ocidente, na atual manifestação cíclica da Verdade, sendo a Sociedade Brasileira de Eubiose
sua única e legítima representante na face da Terra.
Na Maçonaria, o Trono do Venerável Mestre encontra-se no Oriente, isto porque a mesma
estava sob a direção do Oriente. Somente a Suprema Chefia entrava em contato com o Grão
Gopta, ou Grão Mestre da Maçonaria dos Traichus-Marutas.
“Quando houver uma conscientização maior do trabalho a ser realizado, haverá
provavelmente o deslocamento do Trono do Venerável do Oriente para o Ocidente. A tradição não
será esquecida, mas sim respeitada, e fará parte da história. Mas a nova ordem deverá ser
respeitada e seguida pelos “Verdadeiros Maçons”.
Em verdade, o nosso Lema: “Spes messis in semine – A esperança da colheita reside na
semente” é a escolha da semente da Nova Era, da nova civilização, do Ciclo de Aquarius, que a
Sociedade Brasileira de Eubiose está fazendo desde 1924, já que anteriormente a Obra se firmara
nos quatro pontos cardeais, onde existem seres de hierarquia elevada, servindo de marcos
gloriosos de tão extraordinário e augusto Movimento Cultural Espiritualista.
Ela é o próprio eco do AVATARA que se aproxima, movimento que tem sido bastante
prejudicado por aqueles que, julgando conhecer a verdade, apenas têm comércio com a mentira,
inclusive aqueles que são do Oriente, quando é sabido que este perdeu, ciclicamente, a sua
jurisdição espiritual sobre o Mundo, como já sucedeu em recuadas idades da História da Mônada.
Ao Ex-Oriente Lux Swendenborgiano, sucede o Ex-Occidente Lux Eubiótico.
A Lei Divina, tangenciando a mônada no seu caminhar de Oriente para Ocidente, chamado
Itinerário de IÓ, contemplou-nos com uma das mais expressivas manifestações Avatáricas de
todos os tempos. Seu esplendor foi tal que deu origem a uma nova contagem de tempo que
PEREGRINO - APOSTILA N 08 27

começou no ano zero de nossa Era. Seu nome era Jeoshua Ben Pandira, conhecido como Jesus, o
Cristo. Sua missão era implantar a quinta sub-raça da raça Ariana.
Ao mesmo tempo se levantava o maior de todos os impérios de que se tem notícia em
todas as eras, pois dominou todo o mundo conhecido da época: o Império Romano. Sua missão
era delimitar o território sagrado onde iria florescer tal sub-raça que seria fruto da união dos
povos da época, Jesus, o Cristo, ficaria com a parte esotérica da missão e Roma com a parte
exotérica.
A parte de Roma foi cumprida por ser a matéria e, portanto de mais fácil compreensão. A
do Cristo, entretanto, sofreu muitos percalços que chegaram até os nossos dias, não tendo sido
possível completar seu trabalho pela não aceitação dos homens como sendo Ele um Avatara, e
não seguirem seus ensinamentos transcendentais adequados ao novo estado de consciência da
época.
Mas o ciclo não para o seu caminho e a civilização chegou até às margens do oceano
Atlântico, mais precisamente na Península Ibérica que teve o papel de realizar, dentro do ciclo
maior, o ciclo menor que foi o das grandes navegações e veio dar em terras do Ocidente.
Colombo colocou a semente na América, onde, no Norte, viria a ser a sexta sub-raça e
Cabral fê-lo na América do Sul, dando origem à sétima sub-raça, com vistas à formação das sexta e
sétima Raças-Mães.
Sim, coube a Colombo e a Cabral descobrirem, para o mundo civilizado de então, a
América, onde se firmaria a missão Y e, dentro desta, o Brasil, que viria a ser o “Santuário da
Iniciação do Gênero Humano a Caminho da Sociedade Futura”. Sim, as Américas do Norte e do
Sul, entrelaçadas como as hastes lunar e solar da Missão Y.
Surgiu o NOVO MUNDO, surgiram as Américas. E, consequentemente, a região que devia
servir de BERÇO para a Nova Civilização, a Nova Humanidade da ERA DE AQUARIUS ou do
Avatara Mitra-Deva. Sim, o QUINTO CONTINENTE, de acordo com os cinco sentidos, os cinco
dedos, os cinco tatvas ou forças sutis da Natureza.
Quinta sub-raça partindo da Europa; sexta sub-raça, com origem na América do Norte,
unindo-se e formando a sétima sub-raça no Brasil, dando a letra Y ou formando a missão Y.
“Formava-se, nas Américas, um povo com um tipo de relacionamento mais fraterno, mais
aberto, mais voltado para as coisas do amor do que da guerra, maior LIBERDADE de expressão,
mais IGUALDADE entre os homens, praticando amplamente a FRATERNIDADE, resultando o
maior caldeamento racial que se tem notícia na História das Civilizações”.
Os Estados Unidos da América já eram uma nação independente, mesmo antes da
revolução francesa. Nesse país surge Helena Petrovna Blavatsky, princesa de origem russa, que se
radicou em terra americana, onde deveria dar início ao trabalho de transferência dos eflúvios
espirituais do Oriente para o Ocidente. Mas as perseguições, a falta de compreensão, dificultaram
o trabalho que deveria ser realizado por essa mulher, que foi cognominada por Roso de Luna de “A
Mártir do Século XIX”.
Para que tudo pudesse se realizar, surge em cena um ser com o nome de Henrique José de
Souza, com a Missão de realizar esse Grandioso Trabalho.
28 PEREGRINO - APOSTILA N 08

INICIAÇÃO SIMBÓLICA E INICIAÇÃO REAL


No livro “Orientação Maçônica” de Oneas D'A. Correa e Arnaldo Pertence, escreve-se o
seguinte sobre a palavra iniciação: “Iniciação é a palavra derivada do latim initiare, que guarda a
mesma etimologia de initium (começo ou início), provindo as duas de in-tere (entrar ou ingressar).
Deste modo, encontramos nela o duplo sentido de "ingresso em” e do “começo ou princípio de”
uma nova coisa. Noutras palavras, iniciação é a porta que leva a ingressar num novo estado moral
ou material, na qual se começa ou inicia uma nova maneira de ser ou de viver”.
O simbolismo é descrito no livro “Orientação Maçônica” como: “Estudo ou tratado dos
símbolos. Símbolo, do grego symbolon, é um sinal de reconhecimento formado pelas duas
metades de um objeto quebrado que tornam a juntar-se; por extensão, esta palavra significa uma
representação analógica relacionada com o objeto considerado”.
Em outro trecho, os autores Oneas D. A. Correia e Arnaldo Pertence, dizem: “O simbolismo
é, com efeito, uma verdadeira ciência, que tem suas regras precisas e cujos princípios emanam do
mundo dos arquétipos. Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em todas as suas partes. É
preciso, portanto, penetrar pacientemente seu significado”.
Segundo o Professor Henrique José de Souza: “A divindade manifesta-se utilizando
símbolos, cor e som”, Portanto, podemos compreender que os símbolos são de grande
importância para o entendimento da criação.
Pitágoras dizia a seus discípulos que Deus cria geometrizando. Através da geometria,
entendemos toda a beleza da criação.
Em nosso Colégio Iniciático, consideramos como Iniciação Simbólica os quatro graus,
denominados de Manu, Yama, Karuna (Karma) e Astaroth. Esses quatro graus de iniciação têm
como objetivo adaptar o discípulo ao processo Iniciático ou de Iniciação Real.
No grau Manu, o discípulo tem o conhecimento; isto é, trabalha o mental que, no oriente, é
denominado Jnâna. No grau Yama, adquire o conhecimento relacionado com a emoção que, no
oriente é denominado de Bhakti. No grau Karuna, o discípulo adquire o conhecimento que
permite o equilíbrio entre Jnâna e Bhakti: mente e emoção, onde Karma, como Lei, funciona
cormo Fiel da Balança. Finalmente, no grau Astaroth, adquire o conhecimento, procurando
transformá-lo em sabedoria; portanto, está a um passo da Iniciação Real.
Na Iniciação Simbólica, o discípulo está empenhado em adquirir o conhecimento, com o
objetivo de fazer uma careação de todos os conceitos obtidos no decorrer de seu caminhar pelo
mundo, à procura de sua real identidade. Dá a condição ao discípulo de adaptar-se ou não, na
nova etapa de sua existência.
Na Maçonaria, existem três graus, a saber: Aprendiz, Companheiro e Mestre e, no nosso
Colégio Iniciático, há três etapas: Preparação, Iniciação e Integração, que podemos relacionar,
respectivamente, com Aprendiz, Companheiro e Mestre. As duas primeiras etapas (Preparação
e Iniciação) estão ligadas à Iniciação Simbólica; enquanto que a terceira (Integração), relaciona-
se com a Iniciação Real.
Como a missão do Professor Henrique José de Souza foi a de criar uma Instituição que
servisse para firmar a Obra na face da Terra e, consequentemente, preparar a humanidade que
vai participar da nova civilização, o Mestre traduziu a linguagem simbólica em termos mais claros,
PEREGRINO - APOSTILA N 08 29

para poder transmiti-los aos seus discípulos, herdeiros da Obra.


O Iniciado deve estudar o outro lado, o lunar, o aspecto negativo da evolução – para
compreender todas as suas características, para aquilatar, discernir, averiguar os seus efeitos e
suas contribuições para a evolução.
A Iniciação Real, em nosso Colégio Iniciático, está relacionada à terceira etapa e recebe a
denominação de Série Interna; é a etapa da vivenciação do simbolismo e do conhecimento.
Referindo-se aos Mistérios de Elêusis, Aristóteles dizia:
“Nos Mistérios não se aprende uma doutrina secreta, mas experimenta-se sentimentos”.
Que pretendia dizer Aristóteles com isso? A frase é um tanto vaga, mas encerra, no espírito
que vivifica, algo muito belo.
Experimentar sentimentos é levar o Iniciado à compreensão global, enfeixando-os em
suas próprias tendências que já traz consigo projetadas, isto é, pela afinidade, pela mescla do
conhecimento e da mística, pela complementação da Jñâna e Bhakti, como apregoa uma velha
doutrina hindu, pelo confinamento entre o saber e o amor, pela ruptura dos elementos grosseiros
que envolvem o homem, pela queima dos fusíveis que engastam a individualidade, pelo
aprimoramento do caráter e da inteligência. Sendo a iniciação tríplice em sua forma unitária,
veremos que, para cada uma dessas particularidades, existe um meio adequado a ser
empregado, para que o objetivo último se realize. Por isso é que vamos encontrar vários tipos de
Colégios que tratam, respectivamente, do bem estar físico (aliás, na Índia, é muito comum), das
coisas do psíquico, da matéria pura mente filosófica e aqueles, mais completos, tratando, em
conjunto, do problema iniciático.
Mas, analisando o homem em seu todo, na sua tríplice manifestação, temos que encarar a
iniciação também como tríplice, para que não haja o desequilíbrio no discípulo. É a PALAVRA DE
PASSE por assim dizer, é a Pedra Filosofal, é a mescla das mutações originárias dos impactos
produzidos no campo psíquico-mental-físico.
Então, vemos que é pertinente a uma Escola Iniciática amparar os iniciandos, no que se
refere ao chamado equilíbrio iniciático. Esse equilíbrio processa-se de várias formas, a fim de que
haja transformação do discípulo com equilíbrio de ações, superação no equilíbrio, e metástase,
que é a síntese do equilíbrio.
É através dos Ritos ou Rituais, dos temas de analogia, do simbolismo, da matemática, das
regras de conduta, da mantrikâshakti, do conhecimento científico, da filogenia, da magia, da
liturgia, da metafísica etc., que os iniciados projetam-se em seus discípulos, a fim de que estes
absorvam aquilo que lhes foi ensinado ou ministrado dentro das possibilidades de cada estado de
consciência, condizentes em seus estados evolutivos.
Um dos pontos básicos, ou dos elementos alquímicos de que se servem as Ordens Secretas
de Iniciação, são os RITOS.
Os Rituais são condição essencial.
Não se pode conceber a iniciação sem Ritos.
Aliás, os Ritos, que hoje se processam em todas as modalidades da sociedade humana, são
provenientes dos Mistérios das Ordens Ocultas, da antiga Sudha-Dharma-Mandalam, ou dos
30 PEREGRINO - APOSTILA N 08

Adeptos da Boa Lei. Eles têm, por influência essencial, precipitar as chamadas provas físicas ou
morais.
É óbvio que a ação ritualística, exercida física ou moralmente, tenha como pivô o plano
psíquico. E é justamente através da mente emocional ou psíquica que os rituais alcançam o seu
desideratum, o seu objetivo maior.
A finalidade é clara: É fazer com que o discípulo vá paulatinamente se sublimando através
das provas que se lhe vão deparando a cada instante, produzidas pela magia do rito, cuja
consequência última é a ação sobre o psíquico.
Diante dessa afirmativa, vocês poderão perguntar:
– Como o rito em si tem esse poder?
Sendo a mente emocional um plano ligado relativamente à quarta dimensão, é lógico, é
natural, que o ritual esteja condicionado a esse mesmo plano dimensional.
Ora, o rito contém em sua essência ou em seu âmago, aquilo que se condiciona em tempo,
espaço, número e potência, atributos esses que, diluídos no veículo emocional do discípulo,
produzirão aquilo que se chama iniciação de quinta essência.
É por isso que se fala em quinta essência Divina, Ambrósia dos Deuses, Licor da
Imortalidade e outros adjetivos que servem para expressar aquilo que seria mais tarde realizado
no Adepto ou Homem Perfeito; ou seja, o princípio Crístico: daí rituais eucarísticos.
De maneira que, se pudéssemos realizar uma regra de proporção, não no seu aspecto
analítico, mas no consciente, teríamos a seguinte fórmula: espaço e tempo, condicionando a ação
energética, o número e a potência; a ação dinâmica e cuja equação seria: ação energética está
para a vida-energia, assim como a ação dinâmica para a vida-consciência.
É devido ao quádruplo aspecto dos ritos, que as Sociedades Iniciáticas lhes dão tanto valor.
Eles encerram, em sua constituição, vários aspectos:
1o) Simbologia;
2o) Mantrikâshakti;
3o) Liturgia;
4o) Alguns outros derivados que complementam esses mesmos aspectos.
Então temos que, num colegiado de ritos, os símbolos servem para expressar ideias; além
do mais, os ideogramas são de natureza quase incorruptível; são alegorias perenes, ao passo que
a escrita, seja de que maneira for está sujeita a declinações, a más interpretações em gênero e
número.
Os maiores iniciadores pela simbologia foram os egípcios, através dos seus hierofantes, em
cujos Templos eram engastados os mais preciosos símbolos. As próprias Pirâmides e Esfinges são
símbolos imorredouros.
A Mantrikâshakti é a Doutrina do Som, dos hinos, dos mantras. Tem o significado de poder
transformador e criador pelo som; isto é, o som físico ou audível que se transforma em som
abstrato ou inaudível. Quando esses vocábulos são pronunciados dentro de uma determinada
tônica (pronunciados com acompanhamento de notas musicais), produzem estados íntimos de
grande eficácia, de maneira que o aspecto Litúrgico entra automaticamente em cena.
PEREGRINO - APOSTILA N 08 31

Não se pode compreender Ritual sem mística, porque lhe é peculiar. Assim, o caráter
místico solene é fator preponderante.
Ainda, paralelo ao Rito, o Templo de um Colégio Iniciático (ou outro nome que lhe
quiserem dar, como: Loja, Mosteiro, Colégio de Ritos) deve obedecer a medidas canônicas. Ele
não pode ser baseado somente em uma bela arquitetura. Suas medidas têm que ser expressas na
Arcanologia, porque, fora dessas bases, os Rituais não surtem o efeito necessário.
Em iniciação, tudo deve ser pesado, medido e contado. Daí o sentido pragmático do Rito.
Mas o estudo ainda encerra múltiplas facetas que complementam a iniciação, que a integralizam
em uma Fraternidade.
Portanto, é o homem a causa de tudo isso. É o pivô desse sistema solar de evolução;
carreando, em si, as características genéticas ou hereditárias, somáticas ou intrínsecas, mas
sempre o homem, esse Peregrino da Vida, na sua expressão mais ampla, caminhando de
continente em continente; de raça em raça; de ciclo em ciclo; até que um dia possa libertar-se do
Cáucaso e fundir-se na GLÓRIA ETERNA.

Bibliografia:
A Missão Y. Dhâranâ, n. 142-4, abril, 1951.
A Tarde, de 06.06.1923.
CORREA, O. D'A; PERTENCE, A. Orientação Maçônica.
Luzeiro, n. 13-4, ano II, junho/julho, 1953.
MYRIAN, G.R. Série Peregrino, aulas 28-9/31-2, Departamento de Campinas.
Novo Taro Sacerdotal de Laurentus. Dhâranâ, n. 11-2, novembro/fevereiro, 1956.
RAMALHO, M. G.; MOREIRA, S.P.M. Série Peregrino, aula 27, Departamento de Campinas.
RAMALHO, M. G. Série Peregrino, aula 28, Departamento de Campinas.
Série Peregrino, aulas 25-7, Departamento de São Paulo.
SOUZA, H.J. Revista Luzeiro, Ano lI, n. 13, Jun/Jul, 1953.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
32 PEREGRINO - APOSTILA N 08

AULA N 39
PEDAGOGIA EUBIÓTICA

A fim de preparar a humanidade para um novo ciclo que vicejará após os cataclismos que
advirão nesse “fim de ciclo apodrecido e gasto”, cataclismos econômicos já em franco
desenvolvimento, sociais em elaboração de há muito, e telúricos – não duvidem – pois é só
analisar o que ocorre à nossa volta – é necessário que a Sociedade Brasileira de Eubiose,
cumprindo um dever, também indique um novo processo de educação e formação das gerações
futuras.
Conforme já descrito anteriormente, a história da Grande Obra em que a Sociedade
Brasileira de Eubiose está empenhada teve o seu evento inicial no Brasil, com o nome oriental de
Dhâranâ – Sociedade Mental Espiritualista.
Entretanto, com o desenvolvimento de suas atividades culturais, se tornando conhecidas,
socialmente falando, passou a se denominar Sociedade Teosófica Brasileira. Atualmente, numa
nova fase evolutiva, passou a se chamar Sociedade Brasileira de Eubiose.
EUBIOSE significa também vida perfeita através do cultivo do Bem, do Bom e do Belo.
Do Bem, em relação à diretriz de nossa vida física e material. Do Bom, em relação ao
desenvolvimento de nossa alma. Do Belo, em relação à expansão de nossa consciência espiritual.
A Sabedoria Divina não muda e não se altera em sua essência, pois sua múltipla
manifestação é que varia de nome e linha de ação no plano da objetivação. Daí, concluímos que
Eubiose é o novo impulso do Verbo Divino na face da Terra, à semelhança do movimento que se
imprime a um veículo. Partindo deste raciocínio, diríamos que o saudoso Professor Henrique José
de Souza teria imprimido o primeiro movimento, no tocante à instrução filosófica, colocando em
evidência a Sabedoria do Pai.
A Sociedade Brasileira de Eubiose possui uma Missão Fundamental: despertar no homem
sua essência original divina. Mesmo com suas características divinas ainda adormecidas, o
homem já edifica extraordinariamente nas três dimensões, mostrando a capacidade de sua
inteligência criadora, embora muitas vezes aplicada negativamente. Daí a necessidade da
instrução Eubiótica, induzindo-o a agir com Sabedoria, Vontade e Atividade, que são os atributos
do Eterno, que conferem ao homem a sua redenção espiritual. Antes do seu advento, muito
pouco se conhecia sobre os Mundos Subterrâneos, as suas ligações com certas regiões na face da
Terra, e igualmente que o sacerdócio de Melki-Tsedek é o do Governo Oculto do Mundo, cuja
Sede é o “Sanctum Sanctorum” da “Mãe Terra”.
Desconhecia-se, também, a verdadeira constituição do ser humano, no que diz respeito a
seu sistema glandular, com os aspectos superiores, bem como a sua origem divina, que se vai
despertando através de yogas, rituais, novos conhecimentos; e, sobretudo, pela fiel observância
da “Lei que a tudo e a todos rege”. Pouco se conhecia sobre a origem das Raças-Mães com as
respectivas Sub-Raças e Ramos Raciais, e o verdadeiro papel que está reservado a este País, como
pátria do futuro Avatara Maitreia, o Buddha Branco do Ocidente, que se manifestará no ano 2005,
a fim de implantar a República Eubiótica Universal.
PEREGRINO - APOSTILA N 08 33

Passou-se a conhecer os valores místicos dos grandes Centros Orográficos do Mundo, tais
como a Meseta do Pamir, Tibete, como Centro irradiador da Raça Ariana para todo o globo
terráqueo; os Montes Sinai, Gólgota, Moreb, Ararat, Matatu-Araracanga e Arabutã, os Três
últimos no Estado de Mato Grosso; a Ilha de Itaparica, na Bahia. Muitos outros Centros
Orográficos, que seria longo enumerar, estão ligados espiritualmente à Sociedade Brasileira de
Eubiose. Ignorava-se, também, que a cidade Sul Mineira de São Lourenço é atualmente a “Capital
Espiritual do Mundo”, onde existe um Templo dedicado ao Supremo Arquiteto do Universo, em
sua manifestação cíclica no Avatara Maitreia. Ignorava-se que o “Brasil é a Terra do Fogo Sagrado
e o Santuário da Iniciação moral do gênero humano a caminho da sociedade futura”.
Foram revelados os Arcanos do Taro, do ciclo de Aquarius, até o ponto em que a inteligência
de cada discípulo pode alcançar.
Conhecíamos, apenas, dois planos da manifestação: material e astral. Nosso saudoso
Mestre apontou sete planos da manifestação divina, os quais estão ligados, intrinsecamente, a
um oitavo. Desconhecia-se o verdadeiro significado de “Fim do Mundo” e o “Juízo Final”. Através
da meridiana luz da Eubiose, vemos que a Vida Universal está repartida em ciclos maiores e
menores, de modo que o início de um ciclo é sempre precedido pelo fim de outro, tendo à frente
um Guia, um Instrutor da humanidade.
O ano de 1956, por exemplo, foi palco de um julgamento parcial da humanidade, sem que
disso ela tivesse tomado o menor conhecimento. Portanto, “Fim do Mundo” é apenas fim de uma
raça ou de um povo, e não a destruição total da humanidade com o seu “habitat”, haja vista a
Lemúria e a Atlântida.
Pouco se conhecia, também, das três Leis fundamentais que se completam e regem a vida
humana: Lei de Evolução, Lei de Karma e Lei da Reencarnação.
A Lei da Evolução, como já dissemos, está sintetizada na transformação da vida-energia em
vida-consciência. Praticando-se boa ação, incorremos num carma positivo; praticando-se má
ação, incorremos num carma negativo e, assim, somos creditados ou debitados pelas nossas
ações, pois carma é Lei de Ação e Reação. Praticando, hoje, más ações, geraremos nosso próximo
corpo físico cheio de defeitos, na mesma medida das ações praticadas; temos aí a Lei da
Reencarnação, intimamente relacionada com a de Carma e Evolução.
A Eubiose trouxe luz de verdadeiros conhecimentos, ligados à História, até então
desconhecida de muitos, em relação à Revolução Francesa, que teve como articuladores os
Condes de São Germano e Cagliostro, apesar de não serem reconhecidos pela história oficial, que
muito ainda tem de pesquisar para chegar à verdadeira história da humanidade. São Germano e
Cagliostro, até hoje, são considerados lendários pela maioria dos estudiosos.
À Luz da Sabedoria Divina, ambos desenvolveram grande trabalho em prol do povo
francês, provocando a queda da Bastilha, cuja história profana é por demais, conhecida. Aquela
Revolução abriu novos horizontes no campo da evolução humana.
Em resumo, o brasileiro, como raça síntese, pode se orgulhar de ter nascido nesta
privilegiada terra, sede atual da Radiosa Sabedoria Iniciática das Idades, que tem na Sociedade
Brasileira de Eubiose sua lídima detentora na face da Terra, visando ao futuro da pátria do Avatara
Maitreia, com a mente e o coração empenhados na reeducação dos jovens e dos adultos,
34 PEREGRINO - APOSTILA N 08

facultando-lhes o Verdadeiro Caminho da Iniciação.


O majestoso Templo que o Venerabilíssimo Professor Henrique José de Souza construiu em
São Lourenço é dedicado também, à realização espiritual do discípulo.
Empunhando o Cetro de Comando da Evolução do Gênero Humano, o seu Venerabilíssimo
filho, Hélio Jefferson de Souza, trabalha denodadamente no sentido de superar a ignorância na
face da Terra, fazendo florescer em seu lugar os sagrados princípios da Harmonia, Amor, Verdade
e Justiça, que são os altos objetivos da grandiosa missão da Sociedade Brasileira de Eubiose que
hão de equilibrar a humanidade que comporá a portentosa Civilização de Aquarius já em
formação.
A História da Educação nos mostra que, desde as mais longínquas eras, a preocupação das
sociedades primitivas se resumia, segundo Paul Monroe, no “ajustamento da criança ao seu
ambiente físico e social por meio da aquisição de experiências de gerações passadas”.
O processo educacional se efetuava por intermédio da imitação inconsciente, ou alógica,
dos costumes e usos adotados por uma tribo para a obtenção de abrigo, de alimentos e
indumentária, incluindo-se, necessariamente o aprendizado bélico e o da confecção de utensílios
domésticos.
Ao lado desse “ajustamento ao ambiente físico”, havia o de cunho social, abrangendo as
cerimônias religiosas, as danças e os diversos rituais de caráter secreto.
O conceito educacional moderno, ligado ao mecanismo da aprendizagem, não difere, em
sua essência, do modo pelo qual os antigos agrupamentos humanos ministravam o ensino.
EDUCAR consiste, hoje em dia, em “Provocar uma transformação na conduta do
Indivíduo” a qual tem por objetivo ajustar a criatura ao grupo social a que pertence.
Desse modo, tanto primitiva quanto modernamente, a Educação fundamenta-se na
APRENDIZAGEM, que nada mais é do que o processo ou maneira pela qual o selvagem e o
civilizado adquirem novas formas de conduta e novos estados de consciência, assimilando a
experiência e a cultura de determinada camada social.
No conceito educacional de Aristóteles, também está implícita a aprendizagem: “O
verdadeiro fim da Educação consiste em alcançar a felicidade através da virtude feita,
aprendendo coisas e contraindo hábitos”.
O “Aprender coisas e contrais hábitos” é o que se considera, na atualidade, como
aprendizagem, estando subordinada a dois valores: o positivo e o negativo.
A educação, contudo, somente se processará quando a aprendizagem possuir valor
positivo. Uma criança que aprende a mentir, ferir, roubar, matar, qualquer que tenha sido o meio
ou processo educacional, não estará se educando em vista de a aprendizagem haver se efetuado
no sentido negativo, Daí a importância dos métodos educacionais, dos meios utilizados pelo
EDUCADOR para obter a indispensável “mudança de conduta do EDUCANDO”.
Tanto o Estado como a Família, a Religião, o meio social, os pais e, até mesmo, a Imprensas
Falada, Escrita e Televisada podem exercer o papel de EDUCADOR.
A nossa tese consiste, justamente, nesse ponto: o de demonstrar eubioticamente, a missão
do jornalismo perante o meio social neste “Alvorecer de um novo ciclo”. Através das páginas de um
PEREGRINO - APOSTILA N 08 35

jornal, revista ou de um periódico qualquer, não poucas vezes o povo (ou parte dele) é levado a
adquirir “Novas formas de conduta e novos estados de consciência”, tal como ocorreu na
Revolução Francesa, quando panfletos espalhados pelo chamado “grupo de intelectuais”, de
maneira eficiente, concorreram para a eclosão do movimento; por isso é que, num golpe de
estado ou revolução, é feito a censura imediata nos meios de comunicação.
Tudo porque o Jornalismo, já naquela época, foi utilizado como um processo para provocar
a mudança de conduta de toda uma população. De lá para cá, a sua importância cresceu
progressivamente; muito embora no Brasil, ele venha sendo empregado de forma analógica e
inconsciente, havendo se transformado em mero instrumento de desagregação social.
Os assassinatos, os roubos, a violência, a impunidade dos criminosos, o sexo, os exemplos
de rebaixamento da cultura e da moral são estampados, todos os dias, nas páginas de um sem
número de veículos informativos, cujos dirigentes colocam o interesse imediato da publicação
acima de qualquer razão de natureza educacional, sociológica e humana.
E a juventude, atraída pela leitura fácil das histórias que giram em torno de temas como os
que citamos acima; tendo, ainda, nas histórias em quadrinhos, um dos fatores da propagação da
preguiça mental, termina como o correr dos anos, por se viciar mentalmente. Nessas condições
não pode ser dirigida para fins altruísticos em virtude de se encontrar cercada de exemplos
negativos e de ser objeto de solicitações das mais diversas causas. A juventude torna-se então
fútil, oca, delinquente, incapaz de se voltar para fins altruísticos e construtivos. Desajusta-se no
terreno sócio-educacional e também emocional.
O desamor a Deus, o abandono aos estudos, às regras de ética e de conduta social, são
caminhos inevitáveis. A falta de instrução em muitos, a ausência de princípios éticos em outros, a
incultura em alguns, são facilmente explorados pelos que colocam os interesses particulares e
pessoais acima dos interesses de origem coletiva, possibilitando a rápida difusão de processos de
aprendizagem negativos. O resultado imediato é o agravamento do problema cruciante da
Educação, por intermédio da subversão da escala de valores e o aumento da tensão e da
intranquilidade sociais.
Sentindo-se fraca, sem poder suprir a lacuna deixada no terreno psico-educacional, a
juventude aceita qualquer nova norma de conduta que se lhe apresente, extravasando, dessa
maneira, os seus recalques e a sua insegurança íntima, oriunda de choques emocionais dentro e
fora dos lares.
Quando o meio social fornece o elemento necessário, e a propaganda jornalística,
televisada etc., intencional ou não, cria um clima psicológico propício, surgem os fenômenos do
Punk etc... os dos fanáticos e fanáticas adoradores das escuderias, dando valor excessivo às coisas
exteriores (como à moda, ao dinheiro e a determinadas modalidades de profissão); o do vício de
encontrar o prazer nas reportagens e nas narrativas de episódios sangrentos, onde o terror se
mescla com o erotismo degenerado; a psicose do sexo e tantos outros mais, deixando bem claro o
processo de desagregação social em curso, sem esquecermos dos filmes pornográficos.
É nesse panorama conturbado e caótico que a nova pedagogia deverá procurar
conscientizar aqueles que, por sua pouca idade, experiência, estão sujeitos a serem presos pelas
tenazes do artificialismo e da descrença. Mais do que nunca, o ideal da nova pedagogia se
enquadra na constituição de Rosseau, pois: “A arte de criar crianças é formar homens”. Terá que
36 PEREGRINO - APOSTILA N 08

se substituírem os processos carcomidos da estruturação hodierna, a fim de salvaguardar as


“sementes do provir” da maléfica influência de paradigmas sociais corruptos e denegridos.
Em virtude do seu baixo custo, da maior penetração nos lares, não resta dúvida de que a
Imprensa televisada e escrita, como um processo ou meio educacional, tem uma grande e árdua
missão a cumprir. Jamais se poderá permitir que os seus objetivos elevados e altruísticos sejam
desvirtuados ou conspurcados pelo emprego de modalidades fundamentais, na maioria das
vezes, no empirismo e na venalidade!
Caberá a ela, sobretudo, orientar ao mesmo tempo em que educa; instruir enquanto
entretém, evitando o sensacionalismo barato e condenável; a heroificação de corruptos e
criminosos; a inversão de valores; a exploração da ignorância das massas; o comercialismo barato
e a falta de sinceridade de propósitos, porquanto o seu papel deve pairar acima de ideologias e
credos, de ódios, concorrências baratas e desleais; de ódios e de vendetas pessoais, da política e
de interesses mesquinhos!
“A sua missão é educar!!!”
O Lema da Sociedade Brasileira de Eubiose é: “Spes Messis in Semine” – a esperança da
colheita reside na semente. Hoje está dividida em dois setores: o primeiro, na instrução e
educação apenas das crianças; e, o segundo, na reeducação dos adultos, pois, desde 1921, nossos
guias e fundadores, o Professor Henrique José de Souza e a sua Companheira de missão, Helena
Jefferson de Souza, juntamente com os obreiros que os acompanham, trabalharam e trabalham
exaustivamente, em prol do engrandecimento físico, moral e intelectual do Povo Brasileiro (e
agora em Portugal) o que concorreu para o alto privilégio de ser “reconhecido de utilidade
pública”, em todos os lugares onde se firma.
A Sociedade Brasileira de Eubiose sempre orienta aos que se interessam pelo seu próprio
desenvolvimento moral e intelectual, cujo se escopo principal é o da reconstituição geral de todos
os setores da vida humana, neste momento em franca decadência, seja no político, como no
religioso, filosófico, científico etc.
Aceitamos com gratidão, carinho e respeito, a todos quantos desejam dar, a seu modo, sem
necessidade mesmo de pertencer às suas fileiras, a sua valiosa colaboração nesse sentido,
pensando, ao mesmo tempo, que está auxiliando tanto o Governo da União como os dos Estados
e Municípios a colocar nossa Pátria no lugar que a Lei (ou Deus, se o quiserem) apontou-lhe como
“Santuário da iniciação do gênero humano, a caminho da sociedade futura”. E isto, para que Ela
sirva de exemplo aos demais Países do mundo, que também merecem tal coisa, a fim de que a Paz
Universal seja um fato ou REALIZAÇÃO no mundo.

Bibliografia:
BEZERRA. F. Dhâranâ. Ano XXXII. n. 1-2, março/junho. 1957.
NAHIM. F. Rompendo os Mistérios. v. 2, p. 246-7.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.
PEREGRINO - APOSTILA N 08 37

AULA N 40
A MISSÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

A MISSÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE

TRANSFORMAÇÃO, SUPERAÇÃO E METÁSTASE – ESCOLA, TEATRO E TEMPLO –


TRANSFORMAÇÃO dos acontecimentos, SUPERAÇÃO dos CICLOS e METÁSTASE Avatárica.

Tudo deveria estar sendo vivenciado em ESCOLA, TEATRO e TEMPLO.


Na ESCOLA aprendemos a ÉTICA, a linguagem perfeita e doce do Segundo Trono, do
Mundo Celestial, do Mundo da Poética, da suprema diplomacia, onde nós aprimoramos a
linguagem ideoplástica; a humana linguagem para que, através dela, possamos transmitir a
Sabedoria Mayávica e relativa dos Superiores Arcanos. A ESCOLA é o Cadinho, a Cadmia,
Academia para o enriquecimento dos Conhecimentos de todos os Setores da Vida.
Através do TEATRO, da educação teatralizada, desenvolvemos e aprimoramos o nosso
corpo afetivo-emocional, sede das nossas emoções.
No TEMPLO, a Divindade, a Ideia do Avatara, a Consciência Integral, iriam se manifestando
gradativamente. Conseguir-se-ia o senso da ESTÉTICA, da forma com linhas perfeitas e
harmônicas. A forma seria ritmada pelas âsanas, pelo bailado sagrado, pela arte plasmadora, pela
ação sublime ESTÉTICA. Graças à divina ESTÉTICA, surgiram dos colégios Iniciáticos de outrora as
Ordens Arquitetônicas: DÓRICA, JÔNICA e CORÍNTIA. Realizamos o sentido superior da ação da
Consciência Integral,o processo pelo qual apreendemos, sentimos, temos a Sabedoria Mayávica,
a caminho da Sabedoria Real.
O TEMPLO é a Barreira onde a Mâyâ e a Realidade se confundem. Ele é a linha divisória
entre os Mundos Mayávicos e os da Realidade Única. Por isso nosso Orientador, o Professor
Henrique José de Souza, teve ocasião de dizer:
“O TEMPLO não é lugar de Religião e sim, de Realização. É através do TEMPLO que
adquirimos a METÁSTASE Avatárica. ESCOLA é a Academia onde se adquire a Ciência
especulativa, pesquisadora, relativa. O TEMPLO é o lugar da realidade única, onde nós
adquirimos nossas experiências mentais, culturais, filosóficas, metafísicas, através das três
qualidades: Emoção, Inteligência e Vontade, abstratas, divinas... O TEMPLO é o lugar do
conhecimento direto. Portanto, é nele onde nos envolvemos na Mâyâ de natureza de Satva: onde
lançamos de dentro para fora nossos arquétipos cósmicos e, também, os humanos.
Salve, pois, a feliz ideia de aplicar os métodos evolucionais através de TEATRO – ESCOLA –
TEMPLO, para promover a ação da Transformação, Superação e Metástase; senão, da Mâyâ
Buddhista – da Mayêutica e da EUBIOSE.
Glória ÀQUELES que conseguiram se realizar através destes três sublimes Elementos.
ESCOLA – Aplicação da Ética, da Sabedoria Mayávica.
38 PEREGRINO - APOSTILA N 08

TEATRO – Aplicação da Divina Estética, aprimoramento da forma, da estrutura física.


TEMPLO – Ação, vivenciação da Mâyâ Superior, preparando o elemento para começar a
sentir os vislumbres da realidade única, a sentir a realidade do que é permanente, da Consciência
Superior.
No Templo deve haver a vivenciação do EU, isto é, o local onde se manifesta o EU como
realidade nos elementos humanos.
As Grandes Revelações de natureza cósmica são dadas nos Templos; isto porque neles há,
naturalmente, a mudança do estado de consciência dos discípulos, homens, estudantes...
Nos Templos poderemos vivenciar o verdadeiro sentido da célebre frase: “Sinto-me
despido diante de mim mesmo, e não como outrora diante de Ti, porque Teu Altar é o meu próprio
corpo.”
Para o elemento humano sincero, nobre, idealista, esta frase quer dizer: estar despido de
vaidade, de segundo interesse, de ambições tolas, presunções negativas. Estar com as portas do
consciente abertas para a ação do inconsciente, de uma dimensão superior.
No Templo a consciência superior parteja a inferior. É o local onde se retém as Forças
Cósmicas, Celestes, a fim de modificarem a sensibilidade, os humanos atributos.
Para terminar o sentido da Mayêutica de Platão e da EUBIOSE, como métodos de permitir
despertar o EU INTERNO DAS CRIATURAS, vamos transcrever um trecho de Roso de Luna: Uma
das passagens melhores de São Paulo é a relativa à MAYÊUTICA de Platão, aquela em que diz: “A
criatura humana está sujeita aos Arcontes ou Potestades do AR – as Aves de Aristófanes – a
uma escravatura neste Mundo sublunar, a escravatura que terá de ser libertada um dia,
matando a própria morte”. E, por isso, acrescenta: “Todas as criaturas gemem e estão como que
sujeitas à dor de parto durante a vida, com gemidos inexplicáveis”, esperando a libertação deste
mal chamado vida, que não é senão, um contínuo morrer e um desejar contínuo, até alcançar a
plenitude da vida, acerca da qual um homem menos evoluído sempre tem um vislumbre desse
momento apoteótico, no qual sente algo muito acima do que sente neste mundo semi-animal,
com o qual está ligado pela necessidade física e por paixões inferiores.
Antes, porém, de se estudar a mayêutica platônica, há necessidade de se dizer e sentir
certo respeito por Platão, o homem mais representativo de todo o Mundo Ocidental, e de cujas
idéias derivam todas quantas constituem nossa decantada cultura.

O CURSO DE PREPARAÇÃO: APRENDIZ E PEREGRINO


OBJETIVOS
A palavra preparação, segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, significa: do
latim praeparatione – ato, efeito, ou modo de preparar (-se); preparativo, apresto, preparo, etc...
A partir destes conceitos, podemos observar que essa primeira etapa procura dar noções dos
conhecimentos propagados pela Sociedade Brasileira de Eubiose.
Essa etapa, na Maçonaria, está relacionada ao grau Aprendiz, do francês antigo, apprentiz:
aquele ofício ou arte; aquele que é pouco experiente; principiante; e, também, relacionado ao
peregrino, do latim peregrinus: que peregrina; estranho; estrangeiro etc. (Dicionário Aurélio da
PEREGRINO - APOSTILA N 08 39

língua portuguesa).
A Maçonaria tem como simbolismo a pedra bruta, que deve ser lapidada através dos
tempos, com o auxílio dos Irmãos Companheiros e Mestres-Maçons. Nessa etapa, o aprendiz e
peregrino procuram aprender a arte do ofício e, sentindo-se ainda estranhos, inseguros, eles
confiam nos seus guias, durante a jornada.
O Aprendiz tem, como símbolo, um ser com uma talhadeira na mão esquerda e um
martelo na mão direita, olhando para a pedra bruta, como que imaginando como cortar ou talhar
o material que se encontra à sua frente, pois ainda não tem o conhecimento suficiente para
lapidá-lo.
O Peregrino é aquele que caminha à procura da sua identidade em todos os cantos e, até
encontrá-la, sente-se estranho por todo o lugar onde passa; é compelido, nesse peregrinar, a
passar por muitas instituições, onde procura as respostas para suas interrogações ou
questionamentos internos, até encontrar um porto seguro, onde a sua sede de saber possa ser
saciada.
O objetivo, portanto, do Curso de preparação, é o de preparar o candidato para a Iniciação
na Sociedade Brasileira de Eubiose, à luz dos conhecimentos deixados pelo Professor Henrique
José de Souza.

O CURSO DE INICIAÇÃO
COMPOSIÇÃO E OBJETIVOS
Iniciação (Do latim initiatio), segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, significa:
ato ou efeito de iniciar (-se); ato de começar qualquer coisa; início; recebimento das primeiras
noções de coisas misteriosas ou desconhecidas; admissão em Loja Maçônica; cerimônia pela qual
se inicia alguém aos mistérios de alguma religião ou doutrina etc...
Essa etapa, na Maçonaria, está ligada ao grau de Companheiro – dicionário Aurélio,
significa: que acompanha; aquele que acompanha; camarada; colega etc... – portanto, o segundo
grau, onde o ser deixou o Aprendizado ou a Peregrinação, dizemos nós, para caminhar com mais
liberdade e segurança com a talhadeira e o martelo na mão direita, e a régua sobre o ombro
esquerdo, segurada pela mão esquerda.
No grau Aprendiz, o iniciante sai das trevas representadas pelo mundo profano,
renascendo à Luz da Maçonaria ou da iniciação, enquanto que no grau Companheiro-Maçon,
representa a síntese do aperfeiçoamento humano, através da Moral, das virtudes e das Ciências;
por isso já tem o direito de se aprofundar mais nos mistérios da Grande Obra, e caminhar com
mais firmeza nos propósitos da sua auto-realização, acompanhado de outros Irmãos nessa
gloriosa jornada.
A Sociedade Brasileira de Eubiose, baseada nos ensinamentos legados pelo Insigne
Professor Henrique José de Souza, nessa segunda etapa iniciática, procurou adequar os graus ao
compasso quaternário da Terra, pois a evolução é regida por esse metabolismo, que determina o
jogo da vida.
Temos no quaternário inferior, as 4 estações do ano, as 4 fases da Lua, os 4 pontos cardeais
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etc. E, de acordo com esse compasso quaternário, o método de iniciação eubiótico é dividido em
4 (quatro) graus a saber:

1o grau: MANU; MANU

2o grau: YAMA;
KARUNA ASTAROTH
3o grau: KARUNA;

4o grau: ASTAROTH. YAMA

1o grau: Manu – a palavra Manu tem origem em manas (mental) que significa faculdade
de pensar. A primeira obrigação do manu é pensar, raciocinar sobre tudo o que é ensinado,
relacionando uma coisa com outra; medindo com a sua consciência, fazendo um exame
racional, dentro do mental inferior.
2o grau: Yama – a palavra Yama é o Deus da morte, mas, para o discípulo, vai significar a
transformação de tudo o que é negativo dentro dele, e que deve morrer, para que o positivo
possa nascer. É o grau da mística em que o discípulo vai realizar aquilo que realmente entendeu,
isto é, vai vivenciar o que aprendeu, sair da teoria (manu) e penetrar na prática. Vai viver aquilo
que na mente captou, vai transformar-se internamente, viver em função de sua própria
consciência, isto é, de acordo com a Lei.
KARMA (Equilíbrio)
3o grau: Karuna (Karma) – a palavra
tem raiz em Kra = ação. Karma é a Lei de
causa e efeito. É uma etapa em que o
discípulo, tendo á equilibrado os pratos da
balança em sua consciência igual ao
Karma.
4o grau: Astaroth – Astaroth é a MANU YAMA
(Emoção)
(Mente)
síntese de todo esse processo: o homem
atinge a plenitude de sua própria
consciência.

Astaroth significa o “senhor do Facho” ou Lúcifer “aquele que conduz o Facho”. Diabo, por
exemplo, vem de Deo-ab = o 1o Deus.
O grau Astaroth representa o 5o Princípio, mental superior, quintessência divina, através do
qual se faz a ligação entre o mundo material e o mundo celeste; ou entre o quaternário inferior e o
ternário superior.
A iniciação é feita de maneira muito rápida, com um ano apenas para o grau, em virtude da
necessidade de preparar o homem para essa fase preparatória de recebimento do Avatara.
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Na realidade, cada grau de iniciação deveria durar vários anos.


Os ensinamentos que outrora as escolas iniciáticas ministravam em cursos de 14 a 20 anos,
aqui, hoje, são ministrados em 4 anos.
Mas o objetivo maior no Curso de iniciação é firmar o conhecimento e a Vivenciação das
Leis que regem a Evolução no Plano Cósmico, reveladas pelo nosso Professor Henrique José de
Souza.

O CURSO DE INTEGRAÇÃO
OBJETIVO
A palavra integração (Do latim integratione), segundo o dicionário Aurélio da língua
portuguesa, significa: ato ou efeito de integrar (-se); política que objetiva integrar (tornar integro;
completar; inteirar); etc. – já por si, mostra um significado muito profundo, pois visa integrar o ser
não só pelo conhecimento, mas pela vivenciação dos ensinamentos deixados pelo nosso Mestre
Henrique José de Souza.
Na Maçonaria, essa etapa está relacionada ao grau de Mestre-Maçon, caracterizado pela
firmeza de caráter, de moral, e de cumprimento dos deveres.
O Mestre-Maçon morre para os vícios, erros e paixões, libertando-se das ilusões,
renascendo na sua prístina pureza, e aumentando o Amor, dignificando a Verdade e está pronto
para conhecer e reconhecer o Portador da Palavra Perdida, conquistando a sua imortalidade ou
Milagre da Ressurreição.
Em quatro anos fazemos uma iniciação simbólica. É por isso que após o término do 4o grau,
o aluno deve continuar a trabalhar incansavelmente para atingir verdadeiramente, no decorrer
de sua vida, os graus de consciência mencionados.
Vivemos em uma época materialista, em que o Homem só acredita naquilo que pode
comprovar, experimentar. É o período máximo de desenvolvimento da Ciência que, por sua
natureza, restringe-se à matéria.
Mas como conhecer aquilo que não pode ser detectado por aparelhos comuns?
Respondemos:
– Pela sintonia com as Leis do Universo, o que, necessariamente acarretará a ampliação da
consciência.
O discípulo deve procurar se identificar com a Divindade, isto é, transformar-se nas
próprias Leis Universais. Mas, para atingir isso, há um processo, o qual é apresentado nos quatro
graus anteriores, e experimentado de maneira mais objetiva no Curso de Integração, que tem,
como ponto alto, integrar o discípulo na Grande Obra Universal.

Bibliografia:
Coletânea Aquarius. n. 2. p. 128-32
Série Peregrino. p. 139-40. Departamento de São Paulo.
Aula pesquisada por Wilson José Medeiros de Oliveira.

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