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Agrupamento de Escolas Sá da Bandeira - 170562

Escola Secundária de Sá da Bandeira – 402837

Português – 12º ano – 2021/2022


outubro / 2021

Ficha de Trabalho

Escuta / observa atentamente o documentário sobre Fernando Pessoa e preenche os espaços:

 No universo pessoano encontramos tratadas a tragédia da existência, a incerteza da vida e da


morte, os sonhos, as ilusões / desilusões. Tudo isto concorre para que nos identifiquemos com a
sua obra.
 Após ter passado a sua infância e adolescência numa colónia inglesa no sul de África, regressou a
Portugal com 17 anos, para poder continuar os estudos.
 Criou vários heterónimos. O primeiro, designado “Cavaleiro de Coisa Nenhuma”, foi inventado
quando tinha apenas 6 anos.
 Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, a 13 de junho de 1888, no quarto andar de um prédio, em
frente ao Teatro Nacional de S. Carlos.
 O pai, funcionário público, escrevia crítica musical no Diário de Notícias. A mãe era uma pessoa
culta, conhecedora das línguas inglesa e francesa.
 Entretanto, sucederam-se duas tragédias familiares, a morte do pai e do irmão.
 Por isso, ele e a mãe passaram a viver com a avó. A criança receava herdar a sua loucura.
 O primeiro verso conhecido do Poeta foi dedicado à mãe.
 Em 1896, Fernando Pessoa e a mãe embarcaram para Durban.
 Durante esse período, preferiu concentrar-se nos estudos, na descoberta da literatura inglesa.
 Foi nesta fase que surgiram os primeiros heterónimos, com quem se correspondia em inglês.
Restam deste período duzentos poemas e textos em prosa.
 Já na adolescência, frequentou a escola comercial, onde aprendeu aquela que seria a sua única
profissão.
 O sonho de Pessoa era, no entanto, ir para Inglaterra, para Oxford ou Cambridge, mas não
concretizou o seu desejo.
 Regressou a Portugal e fixou-se em Lisboa. Aí frequentou o Curso Superior de Letras, que
abandonaria passados dois anos.
 Fundou uma tipografia, cujo negócio não vingou.
 Trabalhou como correspondente estrangeiro, empregado de escritório, a redigir cartas em inglês e
francês (tradutor / correspondente estrangeiro em casas comerciais).
 A rotina diária do escritor resumia-se a trabalhar como empregado comercial, durante alguns dias
da semana, em regime livre, e em escrever à noite. Sem escrever, Pessoa não poderia, não
saberia viver.
 Uma das suas influências literárias foi Walt Whitman, poeta americano.
 Pessoa foi um solitário acompanhado. Frequentou as tertúlias em cafés lisboetas como o Martinho
da Arcada e a Brazileira do Chiado.
 A estreia literária aconteceu em 1912, com a publicação de dois ensaios sobre a Nova Poesia
Portuguesa, na revista Águia.
 O Modernismo português nascia passado pouco tempo, no Chiado, com a revista Orpheu. Pessoa
publicou a peça O Marinheiro e lançou o heterónimo Álvaro de Campos, que assinava os poemas
Ode Triunfal e Opiário.
 A nova publicação não foi bem recebida. Consideraram-na um escândalo.
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Escola Secundária de Sá da Bandeira – 402837

 Entretanto, surgiu o número dois da revista Orpheu. Aí foram também publicados outros dois
poemas do engenheiro naval Álvaro de Campos, Chuva Oblíqua e Ode Marítima.
 Em 1914, foram dados a conhecer os três heterónimos mais importantes do universo pessoano:
Ricardo Reis é médico. Álvaro de Campos, o futurista, é o único que evolui em diferentes correntes
literárias. É o especialista da dor, de uma certa fragilidade sentimental. Alberto Caeiro é o mestre
de todos eles, mas é também um Fernando Pessoa cansado de pensar.
 Todavia, Pessoa sentia-se mais próximo do seu semi-heterónimo, Bernardo Soares, o seu ajudante
de guarda-livros.
 Com o passar do tempo, o Poeta não foi reconhecido pelo público. Foi revelando um temperamento
instável, apesar do humor e ironia que o caracterizam.
 A única relação amorosa conhecida, da qual ficou a correspondência trocada (Cartas de Amor)
aconteceu com Ophélia Queirós, colega de escritório.
 A nível profissional, Fernando Pessoa dedicou-se a outras atividades. Escreveu para publicidade,
destacando-se o slogan criado para o lançamento da Coca-cola em Portugal (“Primeiro estranha-
se, depois entranha-se.”).
 Em 1920, acabaram as andanças de casa em casa. A mãe e os seus três meios-irmãos
regressaram a Lisboa e passaram a viver na mesma casa. Foi ali que Pessoa passou os últimos
quinze anos da sua vida.
 A sua biblioteca é reveladora dos seus interesses: “Tudo, quase tudo”.
 Entretanto, também colaborou com a revista Presença, cujos colaboradores consideravam Pessoa
o maior escritor português vivo.
 Os heterónimos Alberto Caeiro e Ricardo Reis surgiram pela primeira vez em público, na revista
Athena.
 Nesta fase da sua vida, Fernando Pessoa percebeu que o sonho de editar em Inglaterra não se
concretizou e que só conseguia publicar os seus poemas em revistas.
 O único livro que o Poeta viu publicado em vida foi Mensagem. Nesta obra, está presente o
patriotismo exacerbado, exalta-se a grandeza portuguesa, o nacionalismo místico. O sonho da
Mensagem é o sonho do Quinto Império português, no qual Portugal seria uma espécie de farol do
mundo, dominando pela cultura e pela língua portuguesas.
 Pessoa ambicionava ser o maior poeta português. Mas nesta fase era um homem diferente, pois
não conseguia publicar em livro e não tinha o reconhecimento público que julgava merecer.
 Criou, entretanto, o seu último heterónimo, o Barão de Teive, que se suicidou, por não conseguir
concretizar as obras / o amor.
 Pessoa acabava desiludido. A morte da mãe deixara-o só. A irmã saíra de Lisboa.
 Após ter sido internado no hospital, escreveu as suas últimas palavras em inglês, a língua que lhe
dera a versatilidade de raciocínio, o conhecimento, a capacidade de inventar novo ritmo para as
palavras na poesia.
 Morreu sozinho, no dia 30 de novembro de 1935, com 47 anos.
 O túmulo do Poeta está no Mosteiro dos Jerónimos, juntamente com Camões e Vasco da Gama.
 Dos vinte e cinco mil documentos encontrados, alguns não foram ainda publicados. A sua obra está
traduzida em trinta e sete línguas.

«Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tem só duas
datas: a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra, todos os dias são meus.»

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