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INTEGRANTES DO GRUPO

• Brenda Silva Alves


R.A.95802
brendasilveiero2209@gmail.com
(17) 99776-1253
SERVENTUÁRIA

• Breno Ferreira Teixeira


R.A. 65170
brenoteixeira668@gmail.com
(17) 99607-6386
ADVOGADO DE DEFESA

• Caio Henrique dos Santos Vila


R.A: 95.152
caiovila95@gmail.com
(17) 99756-6039
DESEMBARGADOR

• Carlos Alberto Fascina


R.A. 95860
carlos1junior@hotmail.com
(17) 99260-8484
PROMOTOR

• Elora Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da Silva


R.A: 95738
elora_dekaminavicius@hotmail.com
(17) 99743-0068
DESEMBARGADORA
RELATORA

• Gabriel Oliveira Rodrigues


R.A: 96.067
gabriel.orodri@gmail.com
(17) 99109-6163
ADVOGADO DE
DEFESA
• Guilherme Francisco Roda
R.A. 95,317
guilhermeroda1999@gmail.com
(17) 99623-6898
SERVENTUÁRIO

• Nayara Aparecida Vidotti Gava


R.A. 95309
nayaravidotti@hotmail.com
(18) 99680-6599
SERVENTUÁRIA
• Rodrigo Fávaro Rozanez
R.A: 96.262
rodrigorozanez@gmail.com
(17) 98117-0122
DESEMBARGADOR
REVISOR

• Thiago Henrique de Oliveira


R.A: 82.479
thiago.holi@hotmail.com
(17) 98142-1299
ADVOGADO DE
DEFESA
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
FORO DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CIVIL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – Estado Universitário
Telefone: (17)3405-9990 – E-Mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital nº: 0000028-10.2019.1.02.3069.


Classe – Assunto: Ação Penal - Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito : 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalam
Juan Jolan
Joan Juban

SENTENÇA

Em 20 de agosto de 2021, faço estes autos conclusos ao Excelentíssimo Senhora Doutora Elora
Dekaminavicius, MM. Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca da Cidade Universitária.

Vistos.

Trata-se de ação penal pública condicionada à representação com o cometimento de


três furtos cometidos à três vítimas diferentes, com a rés furtiva sendo 06 talões de cheque.
No dia 15 de setembro de 2020, os três acusados, Jam Jalan, Joan Juban e Juan Jolam
foram presos em flagrante em posse dos talões de cheque supracitados, já sendo faltantes algumas folhas.
Abriu-se o inquérito policial, onde fora colhido imagens de câmera de segurança,
depoimentos das vítimas e acusados. Inclusive, o acusado Jam Jalam CONFESSOU em interrogatório a
autoria dos três furtos e, ainda, imputou a autoria também aos outros dois acusados, Joan Juban e Juan
Jolam.
Os réus Joan Juban e Juan Jolam alegaram em seus depoimentos que são inocentes e
que apenas se conhecem e coincidiram de estarem juntos no momento da prisão em flagrante.
O Ministério Público pediu, em fls. 34 pela conversão da prisão em flagrante pela
prisão preventiva, nos termos do art. 312 e seguintes.
Em decisão de fls. 35 foi concedida à liberdade provisória aos três acusados, aja vista
não cumprirem os requesitos para a mesma, além de seguir a Recomendação nº 62 do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), de 17 de março de 2020, que estabeleceu medidas de combate à propagação do
coronavírus (Covid-19), em especial o disposto no art. 8º, § 1º, I, c, haja vista que o crime não foi
praticado com emprego de violência ou grave ameaça contra a pessoa.
O Ministério Público pede em sua exordial em fls. 44-46 pela condenação dos três
réus, imputados no crime de furto qualificado pelo concurso de agentes e observando o crime continuado,
todos previstos nos arts. 155, §4º, inciso IV (concurso de agentes), c/c o art. 71, “caput”, ambos do Código
Penal.
Citados e notificados os réus paraa apresentação de defesa, assim o fizeram,
Devidamente credenciado, o defensor dos três acusados apresentou Resposta à
Acusação nos autos de fls. 62-72, clamando pela absolvição do três réus, tendo em vista a falta de provas
suficientes para ensejar uma condenação.
Não podendo ser acolhida nenhuma das causas absolutórias do art. 397 do CPP, haja
vista a conduta imputada ao réu , em tese, típica,
Em despacho de fls. 82 fora designada audiência de instrução e julgamento pela
plataforma MICROSOFT TEAMS para o dia 07 de novembro de 2020 às 10h10, sendo nesta realizada
a colheita dos depoimentos pessoais das vítimas e dos acusados, bem como a oitiva de testemunha

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É o relatório. DECIDO.

O acusado Jam Jalan confessa a autoria criminosa dos três furtos cometidos conforme
depoimentos colhidos em fls. 6, nos termos do art. 65, inciso III, d, do CP, explica, ainda em seu
depoimento, explica que os furtos cometidos se dão pelo fato de estar desempregado e passando
necessidade juntamente com sua família.
Importante ressaltar que não resta caracterizado o furto famélico, haja vista o acusado
ter subtraído talões de cheque e não propriamente os alimentos, segundo Capez:

“ O furto deve ser um recurso inevitável, um ato in extremis. Assim sendo,


se o agente tinha a possibilidade de captar recursos e a conduta recair
sobre bens supérfluos, não configurará furto famélico.”

Em depoimento colhidos, o acusado Jam Jalan confessa que o furto cometido à


residência da vítima Carlos Américo foi realizado somente por ele. Tal confissão é coronada pelas
imagens de câmera obtidas em inquérito policial de fls. 26, onde é mostrado o acusado furtando a caixa
de correio que continha os talões de cheque da vítima. Ainda, o próprio acusado, Jam Jalam, em
depoimento colhido em audiência de instrução e julgamento, reconhece-se nas imagens obtidas.
Contudo, haja vista não ter laudo acostado aos autos comprovando o rompimento e
quebra da caixa de correio, elemento essencial para a configuração da qualificadora, não há como ser
comprovado a mesma.

FURTO QUALIFICADO PELA DESTRUIÇÃO OU ROMPIMENTO


DE OBSTÁCULO - QUALIFICADORA DEMONSTRADA –
AFASTAMENTO – IMPOSSIBILIDADE. Provado pelos depoimentos
colhidos e pelo laudo pericial, essencial para a comprovação da
qualificadora, que o furto foi cometido mediante destruição ou rompimento de
obstáculo, não há como se afastar a qualificadora. PRIVILÉGIO
PREVISTO NO ART. 155, § 2º DO CP – NÃO CABIMENTO NO CASO
CONCRETO – BENS QUE NÃO PODEM SER CONSIDERADOS DE
PEQUENO VALOR. DOSIMETRIA DAS PENAS – PENA-BASE ACIMA
DO MÍNIMO LEGAL -– EXASPERAÇÃO EXCESSIVA – REDUÇÃO DA
FRAÇÃO – POSSIBILIDADE. REGIME PRISIONAL SEMIABERTO –
RÉU QUE OSTENTA CONDENAÇÃO EM DELITO DA MESMA
ESPÉCIE – ADEQUAÇÃO. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-SP 00003768720118260458 SP 0000376-87.2011.8.26.0458, Relator:
Willian Campos, Data de Julgamento: 31/08/2017, 12ª Câmara Criminal
Extraordinária, Data de Publicação: 04/09/2017)

Desta forma, em relação ao réu Jam Jalam e o furto cometido sozinho à residência de
Carlos Américo, resta comprovado por meio de confissão e imagens de segurança, o furto simples,
previsto no art.155 do Código penal.
Culpável é o agente, porque sendo imputável tinha para o caso a potencial
consciência da ilicitude, sendo-lhes, pois, exigível conduta diversa no fato criminoso.
Inexistentem circunstâncias agravantes. Todavia, concorre em favor do réu a
circunstância atenuante prevista no art. 65, III, “d” do Código Penal, sendo esta a confissão espontânea,
prestanda perante autoridade policial e em audiência de instrução e julgamento.
Inexistem causas de aumenta e de diminuição.
Inexistem excludenes de tipicidade, de ilicitude e de culpabilidade, razão pela qual a
responsabilidade penal se impõe.
Passando pelo furto dos talões de cheque na residência da vítima Juarez Tiburcio, o
réu confesso Jam Jalam afirma haver mais de um indivíduo junto ao cometimento do crime. Porém, em
imagens de câmera obtidas 28-30 é possível ver o réu se aproveitando do portão da residência aberto para
furtar os talões de cheque em questão, atuando SOZINHO.
A confissão e o chamamento do co-réu não são suficientes para a condenação quando
não há prova que corrobora com a mesma. Conforme dito acima, nas imagens de segurança da residência
de Juarez Tiburcio, é possível ver somente um indivíduo, Jam Jalam, que se reconheceu no momento da
audiência de instrução e julgamento, e não agindo em conjunto conforme consta em seu ato de confissão.
Desta forma, não há o que se falar em furto qualificado, haja vista o acusado se
aproveitar da oportunidade do portão aberto para adentrar à residência de Juarez Tiburcio, não havendo
qualquer rompimento de obstáculo e pouco menos participação de um segundo indivíduo.
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Culpável é o agente, porque sendo imputável tinha para o caso a potencial consciência
da ilicitude, sendo-lhes, pois, exigível conduta diversa no fato criminoso.
Inexistentem circunstâncias agravantes. Todavia, concorre em favor do réu a
circunstância atenuante prevista no art. 65, III, “d” do Código Penal, sendo esta a confissão espontânea,
prestanda perante autoridade policial e em audiência de instrução e julgamento.
Inexistem causas de aumenta e de diminuição.
Inexistem excludenes de tipicidade, de ilicitude e de culpabilidade, razão pela qual a
responsabilidade penal se impõe.
Por fim, em relação ao furto de talões de cheque cometido à casa da vítima de Antônio
Juab, está merece mais atenção.
Em depoimentos colhidos em sede policial e em audiência de instrução e julgamento,
a vítima, Antônio Juab, afirma ter avistado se evadindo de sua casa dois indivíduos, porém não conseguiu
identificar nenhum deles.
Já é fato a confissão e corrobação da mesma por meio de imagens de segurança e
depoimento da testemunha quanto ao réu Jam Jalan. Também é fato o chamamento dos co-réus Juab
Juban e Juan Jolan ante a confissão de Jam Jalan.
O sistema penal brasileiro tem como um de seus princípios a não condenação de um
acusado sem meios suficientes de prova, prezando pela presunção de inocência.
No caso in loco, temos somente a confissão do réu Jam Jalan, além do testemunho
prestado pelo policial Cristiano Ronaldo e câmeras de vigilância em que o próprio acusado se reconheceu.
Quanto ao chamamento dos co-réus, não há nenhuma prova cabal de que os mesmos
participaram efetivamente dos furtos.
Desta forma, como não há provas seguras da autoria e materialidade quanto ao furto
praticado, ABSOLVO os réus Joan Juban e Juan Jolan pelo crime de furto os quais foram lhes imputados.

APELAÇÃO CRIMINAL - ART. 155, CAPUT, e ART. 155, § 4º, IV, DO


CÓDIGO PENAL - RECURSO DEFENSIVO - PRETENDIDA
ABSOLVIÇÃO POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS - PROVAS SEGURAS
DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE QUANTO AO FURTO
PRATICADO MEDIANTE O CONCURSO DE DUAS PESSOAS -
ABSOLVIÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS QUANTO AO FURTO
SIMPLES - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
(TJ-MS - ACR: 2504 MS 2009.002504-7, Relator: Des. Romero Osme Dias
Lopes, Data de Julgamento: 08/06/2009, 2ª Turma Criminal, Data de
Publicação: 18/06/2009)

Quanto ao réu confesso Jam Jalam, haja vista não haver rompimento de obstáculo,
escalada ou qualquer tipo de qualificadora incidentes no crime do art.155 do CP, resta comprovado, por
todos os elementos probatórios elencados acima, que o mesmo efetivamente realizou o furto simples,
previsto no art. 155, caput, do Código Penal.
Culpável é o agente, porque sendo imputável tinha para o caso a potencial consciência
da ilicitude, sendo-lhes, pois, exigível conduta diversa no fato criminoso.
Inexistentem circunstâncias agravantes. Todavia, concorre em favor do réu a
circunstância atenuante prevista no art. 65, III, “d” do Código Penal, sendo esta a confissão espontânea,
prestanda perante autoridade policial e em audiência de instrução e julgamento.
Inexistem causas de aumenta e de diminuição.
Inexistem excludenes de tipicidade, de ilicitude e de culpabilidade, razão pela qual a
responsabilidade penal se impõe.
Em depoimento colhido da testemunha Cristiano Ronaldo, policial militar que
realizou a operação, consta que no momento do flagrante os talões de cheque foram encontrados
distribuídos entre os 3 acusados. Ainda, no depoimento do réu Juan Jolan o mesmo afirma desconfiar
que os cheques eram furtados:

“[...]Eu cheguei a ver porque ele tinha acabado de fazer uma compra e
estava guardando, só que assim, eu desconfiei que seria produto de
alguma coisa ilícita esses cheques que estavam com ele [...]”

Desta forma, os acusados Joan Juban e Juan Jolam enquadrar-se-iam no crime de


receptação, porém em sua modalidade culposa, considerando que ambos tinham conhecimento que o réu
Jam Jalam encontrava-se desempregado e não possuía recursos para arcar as compras dos três acusados.
Existe a figura do dolo eventual no crime de receptação culposa, aquele em que se
assume o risco, consiste na dúvida sobre a origem delituosa da coisa, e por isso, caracteriza a receptação
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culposa. Não seria razoável, deixar que se passe impune, referida atitude.
Na apuração do ato, leva-se em conta o comportamento do “homem médio”. Se,
porventura, for possível desconfiar da origem criminosa da coisa, torna-se imperioso reconhecer a culpa
dos réus em questão.

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - RECEPTAÇÃO - DOLO NÃO


DEMONSTRADO - DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE
RECEPTAÇÃO CULPOSA - DAR PARCIAL PROVIMENTO AO
RECURSO DEFENSIVO. - O crime de receptação dolosa consiste na
aquisição de produto de crime, tendo o agente ciência da origem ilícita do
bem, ao passo que o crime de receptação culposa caracteriza-se pela
presunção do agente de que o objeto seria produto de furto, pelas
circunstâncias do fato e pela desproporção entre o valor do bem e o preço
pago.
(TJ-MG - APR: 10414130037347001 MG, Relator: Beatriz Pinheiro Caires,
Data de Julgamento: 22/11/2018, Data de Publicação: 03/12/2018).

Tendo em vista a prova testemunhal do policial militar Cristiano Ronaldo, que


conduziu celebremente a apreensão dos indivíduos junto a sua equipe, e também o próprio acusado Juan
Jolam que afirma desconfiar que os talões de cheques utilizados em proveitos dos três réus eram res
furtiva, resta caracterizado o crime de RECEPTAÇÃO CULPOSA, prevista no art. 180, parágrafo 3°
do Código Penal.
Ainda de acordo com o §5º do referido artigo:

“na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em


consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena”

Considerando que a pena é alternativa, entre a privativa de liberdade e a de multa;


considerando que, no caso, a pena de multa revela-se mais pedagógica, já que a atitude do denunciado
envolveu, no campo das virtudes, o desprezo pela prudência e pela temperança.

Escolhida a reprimenda, dentre as possíveis, observa-se que as circunstâncias


judiciais são amplamente favoráveis aos denunciados. Não laboraram com dolo, mas com culpa, o que
refreia a intensidade da culpabilidade.

Assim, já atento ao que dispõe a Súmula Criminal nº 43 do Tribunal de Justiça de


Minas Gerais (“se o réu é primário e de bons antecedentes, a pena deve tender para o mínimo legal”),
fixo a reprimenda em 20 dias-multa, fixando o valor do dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do
salário mínimo.

Os réus poderão apelar, caso queiram, em liberdade, já que não põe em risco a
ordem pública.

Ante ao acima exposto, julgo parcialmente procedente a denúncia, para


CONDENAR os réus JUAN JOBAN e JUAN JOLAM pela prática de receptação culposa, prevista
no art.180, § 3º do Código Penal, com pena revertida em 20 dias-multa, fixando o valor do dia-
multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo. Ainda, CONDENO o réu JAM JALAM à prática
dos três furtos presentes nestes autos, com incurso no art. 155, caput, c/c art.71, ambos do Código
Penal, passando-se a seguir a efetuar a dosimetria da pena.

DA DOSIMETRIA DA PENA
Culpabilidade inerente ao crime, O réu deve ser considerado primário, pois inexiste
condenação penal trânsita em julgado anterior a esta ação. Não há nos autos elementos que informem a
personalidade e a conduta social.
Levando em conta as circusntâncias judiciais trazidas no art. 59 do CP, fixo a pena-
base em 01 (um) ano de reclusão e 10 dias multa, para cada crime, totalizando 3 (três) anos de reclusão
e 10 dias multa, eis que as circunstâncias judiciais são amplamentes favoravéis ao réu.
Inexistem circunstâncias agravantes .
Verifica-se a presença da circusntância atenuante da confissão espontânea, prevista
no art. 65, III, “d” do CP. Entretanto , tendo em vista que a pena foi fixada no mínimo legal, deixo de
aplicara referida atenuante, mantendo a reprimenda em seu mínimo legal, o que faço com fundamento
no Entendimento Sumulado pelo STJ, no Enunciado nº 231.
122
Ausentes as causas de diminuição e causa de aumento.
Os três crimes de furto imputados ao réu Jam Jalam foram realizados em
continuidade, assim sendo, considerados crimes continuados devido aos três furtos terem sido realizados
no mesmo dia, com mais de uma ação, sendo crimes da mesma espécie, conforme estabelece o art. 71 do
Código Penal:
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
,
Para a aplicação de pena, como visto no art. 71 do Código Penal, levar-se-a em conta
a pena maior, no caso in loco todas as penas referentes ao crime continuado são idênticas, haja vista se
tratar de furto simples, aumentados em 3/5, haja vista terem sido cometidos 3 delitos em continuidade,
conforme apresenta modelos para o cálculo de acordo com a melhor doutrina e jurisprudência.
Tomo a pena definitiva em 1 ano, 7 meses e 3 dias.
Em razão do atendimento aos três requisitos cumulativos dispostos nos incisos I, II e
III do art. 44 do CP, SUBSTITUO a pena privativa de liberdade por uma restritiva de direito, qual
seja a prestação de serviços à comunidade, por se configurar a melhor medida a ser aplicavél na situação
evidenciada, como forma de buscar resgatar a auto-estima e o sentimento utilitáio do agente, devendo
se dar mediante a realização de tarefas gratuitas a perant uma das entidades enumeradas no art. 44, §2º do
CP, em local a ser designado pelo Juizo de Execução, devendo ser cumprida à razão de duashoras de
tarefa por dia de condenação, que será distribuída e fiscalizada, de modo a não prejudicar possível
jornada de trabalho do condenado.
Ao Juízo da Execução, após trânsitado em julgado desta decisão, em audiência
admonitória a ser designada, caberá indicar a entidade beneficiária com a prestação dos serviços
comunitários, a qual deverá ser comunicada a respeito, por intermédio de seu representante legal com
remessa de cópia da presente sentença, incumbindo-lhe encaminhar mensalmente relatório
circunstânciado, bem como a qualquer tempo, comunicar sobre a ausência ou falta disciplinar da
condenada, ocnsoante disposto pelo art. 150 da Lei nº 7.210/84.
Deverá ainda, cientificar o condenado que lhe é facultado cumprir a pena
substitutiva em menor tempo (art. 55 do CP) mas nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade
fixada ou restante.
Nos termos do art.77, inciso III, do CP, deixo de aplicar a suspensão condicional da
pena, tendo em vista a aplicação da pena restritiva de direitos.
Afasto a detração prevista no art. 387, §2º do CPP, em razão da substituição da pena
aplicada ao réu, por duas restritivas de direito.
Concedo ao sentenciado o direito de recorrer em liberdade, uma vez que não existe
qualquer motivo que justifique a necessidade de aplicação de medida cautelar diversa da prisão, nem
mesmo de prisão preventiva, por estarem ausentes os seus requisitos.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Após o trânsito em julgado, adotem-se as seguintes medidas:


a) expeça-se guia de execução definitiva;
b) inclua-se o nome dos réus no rol de culpados;
c) comunique-se a Justiça Eleitoral para os fins do art. 15, III da Constituição do
Brasil;
d) providencie-se e encaminhe-se a C.D.J.;
e) agende-se, perante a Central de Conciliação, a audiência admonitória, com
intimação pessoal do condenado.
P.R.I.C.

Cidade Universitária, 20 de agosto de 2021.

Elora de Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da Silva


Juiza de Direito

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006


123
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

CERTIFICO E DOU FÉ QUE, no Diário da Justiça


Eletrônico de 20 de agosto de 2021, sexta-feira, foi
publicada a Resolução do Tribunal Universitário. Cidade
Universitária-Estado Universitário. NADA MAIS. Eu,
Nayara A. Vidotti Gava, Assistente Judiciário, digitei.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

Ato Ordinatório

Ciência ao Ministério Público.


Cidade Universitária, 20 de Agosto de 2021.
Eu, , Nayara A. Vidotti Gava, Assistente
Judiciário.

125
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

CERTIFICA-SE que em 20/08/2021 o ato abaixo foi encaminhado ao portal eletrônico.


Teor do ato: Ato Ordinatório - Ciência ao Minitério Público.

Cidade universitária, 20 de Agosto de 2021

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Foro: Cidade Universitária

Declaramos ciência nesta data, através do acesso ao portal eletrônico, do teor do ato
transcrito abaixo.

Data da Intimação: 20/08/2021


Prazo: 10 dias
Intimado: Ministério público do Estado Universitário
Teor do Ato: Ato Ordinatório – Ciência ao Ministério público

Cidade Universitária, 20 de Agosto de 2021.

127
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

Justiça Gratuita

Pessoa(s) a ser(em) intimada(s):


Réu: JAN JALAM, brasileiro, desempregado, RG n° 49.515.358-X/SP e CPF n° 357.372.910-
78, natural de Juvenal Feliciano–BA, filho de Juvenal Jalam e Benedita Jalam, , residente e
domiciliado na Rua Anaconda, nº 5519, no bairro Universitário, na Cidade Universitária-SP.
JUAN JOLAM, brasileiro, desempregado R.G. n° 556.033.136-58/SP e CPF: 468.091.195-09 ,
natural de Uruchua–PA, filho de Cristóvão Jolam e Josefina Jolam, residente e domiciliado na
Rua dos Cruiz Credo, n° 6732, no bairro Universitário, na Cidade Universitária-SP.
JOAN JUBAN, brasileiro, desempregado, R.G. n° 69.556.987-10/SP e CPF: 564.336.399-09,
natural de Cozonorte - AM, filho de Joesley Juban e Dagoberta Juban, residente e domiciliado
na Rua Juqreide, n° 2790, no bairro Universitário, na Cidade Universitária-SP.
O(A) MM. Juíz(a) de Direito da 1° Vara Criminal do Foro da Cidade Universitária, Dra.
ELORA DE CÁSSIA CARNAHUBA DEKAMINAVICIUS ZANELATO DA SILVA, na
forma da lei, MANDA a qualquer Oficial de Justiça de sua jurisdição que, em
cumprimento deste, proceda à INTIMAÇÃO, no(s) endereço(s) indicado(s) ou onde
for(em) encontrado(s), da(s) pessoa(s) acima Indicaada(s), do inteiro teor da r. Sentença
com cópia encaminhada por e-mail nos termos do Comunicado CG n°226/2020,
cientificando-o(a) (s) de que o prazo para dela apelar é de 5 (cinco) dis. O TERMO DE
RECURSO/RENÚNCIA seguiu por e-mail nos termos do Comunicado CG n°226/2020.
CUMPRA-SE na forma e sob as penas da lei. Cidade Universitária, 24 de Agosto de
2021. Nayara A. Vidotti Gava, Assistente Judiciária.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA, ESTADO DA CIDADE
UNIVERSITÁRIA

Processo-crime 0000028-10.2019.1.02.3069

JUAN JOLAM e JOAN JUBAN, já qualificados nos autos da Ação


Criminal em epígrafe, que lhe move a JUSTIÇA PÚBLICA por seus advogados infra-
assinados, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo
593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

contra a r. sentença de fls. 119/123, requerendo, desde já, seja o recurso conhecido por este
Juízo e, consequentemente, remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Cidade
Universitária, para que dele conheça e, consequentemente, lhe dê total provimento.

Requer, ainda, a concessão dos benefícios da Justiça gratuita, haja vista serem os apelantes
pobres na acepção jurídica do termo, não podendo arcar com as custas processuais sem prejuízo
do seu sustento e de sua família.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Cidade Universitária, 26 de agosto de 2021

Rua Jubiabá, 6517 – Jardim Universitário – CEP:15952-317 – e-mail: rodriguesteixeira.adv@gmail.com

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RAZÕES DE APELAÇÃO

Processo n.º 0000028-10.2019.1.02.3069


Origem: 1ª Vara Criminal da Comarca de Cidade Universitária/CU
Ação Criminal
Apelantes: JUAN JOLAM e JOAN JUBAN
Apelado: Justiça Pública

EGRÉGIO TRIBUNAL

CONSPÍCUA TURMA

ÍNCLITOS DESEMBARGADORES

1. DA ADMISSIBILIDADE

O presente recurso é cabível, haja vista ser interposto contra sentença penal
condenatória prolatada pelo respeitável Juízo a quo.
Além do mais, tempestivo a presente Apelação, já que o prazo de 05 (cinco)
dias, disposto no art. 593, inciso I, do CPC, para apresentação do recurso começou a contar da
data da intimação da sentença, que se deu na data de 20/08/2021. Dentro do prazo, portanto, o
presente apelo.

2. DA SENTENÇA RECORRIDA

O juízo a quo julgou parcialmente procedente a denúncia apresentada pelo r.


Ministério Público, condenando os apelantes JUAN JOBAN e JUAN JOLAM pela prática de
receptação culposa, prevista no art. 180, § 3º, do Código Penal, com pena revertida em 20 dias-
multa, fixando o valor do dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo.
Em que pese o conhecimento jurídico do Juízo prolator da sentença, vê-se
que não decidiu com acerto, fazendo-se necessária a reforma da decisão de 1º Grau.

Rua Jubiabá, 6517 – Jardim Universitário – CEP:15952-317 – e-mail: rodriguesteixeira.adv@gmail.com

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3. DA INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA EM RELAÇÃO AO RÉUS JUAN JOBAN E
JUAN JOLAM

A excelentíssima juíza de 1º grau achou por bem condenar os réus JUAN


JOBAN e JUAN JOLAM na prática do crime de receptação culposa, nos conformes artigo 180,
3º, do Código Penal. Contudo, tal condenação não deve prosperar.
Os apelantes, durante todo o processo e instrução processual, inclusive
audiência, negaram veementemente a prática de qualquer ato delitivo.
Em seus depoimentos, negam qualquer participação junto ao acusado JAN
JALAM na prática de crimes.
Ademais, Excelência, não há qualquer prova nos autos que indique que os
réus tenham agido para a prática do crime de receptação culposa.
Ainda, Nobres Julgadores, há a possibilidade - que não foi exaurida - de que
os senhores policiais possam ter plantado os cheques junto com os réus, o que não foi
devidamente analisado pelo juízo, tampouco pelas autoridades da Corregedoria da Polícia
Militar.
Inclusive, no momento da audiência, a douta juíza perguntou ao senhor
policial militar se foram feitos laudos sobre a abordagem dos acusados, e este não soube
responder, o que se presume que tais laudos jamais foram feitos! Ou seja, “passou batido”
durante todo o processo tal falha grave, que, com toda certeza, se fosse feito tal laudo, iria
corroborar com as declarações dos acusados de que a abordagem policial foi além do
necessário, configurando verdadeiro abuso de poder e excesso de força.
Assim, não merece prosperar o conjunto probatório formado apenas pelos
depoimentos do senhor policial, já que há a possibilidade de os agentes terem fabricado o
flagrante, o que é vedado pelo nosso ordenamento.
Portanto, seria extremamente válido a aplicação quanto a absolvição de
ambos corréus, visto que, apesar de SUPOSTAMENTE portarem aqueles cheques, não havia
o dolo em utilizá-los, apesar da conduta estar mencionada no tipo penal, de transportar. Como
demonstrado em audiência, não era de conhecimento que aqueles produtos eram advindos de

131
ilícito, apesar de tanto quanto desconhecida as atividades que o condenado (Jam Jalam)
praticava.
Já decidiram assim nossos tribunais:

APELAÇÃO CRIMINAL – CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO


DE USO PERMITIDO – ARTIGO 14, DA LEI 10.826/2003– SENTENÇA
CONDENATÓRIA - IRRESIGNAÇÃO DA DEFESA - PRELIMINAR DE
NULIDADE EM VIRTUDE DA AUSÊNCIA DE FLAGRANTE - AUSÊNCIA DO
MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO - OCORRÊNCIA - ACUSADO QUE
NÃO APRESENTOU ATITUDE SUSPEITA - AUSÊNCIA DE FUNDADAS
RAZÕES PARA A BUSCA NO VEÍCULO - ALEGAÇÃO DE FLAGRANTE
FORJADO - OCORRÊNCIA - ANÁLISE DAS PROVAS DOS AUTOS -
DISSONÂNCIA DOS DEPOIMENTOS DE POLICIAIS MILITARES -
TESTEMUNHAS QUE AFIRMAM QUE VIRAM POLÍCIA COLOCANDO A
ARMA NO VEÍCULO DO ACUSADO - CRIME NÃO CONFIGURADO -
ABSOLVIÇÃO DO ACUSADO MEDIDA QUE SE IMPÕE - RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. (TJPR - 2ª C. Criminal - 0003967-13.2012.8.16.0034 -
Piraquara - Rel. JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU
BENJAMIM ACACIO DE MOURA E COSTA - J. 15.03.2021)

Dessa forma, excelências, requer que seja decretado a falta de provas para a
condenação dos réus JUAN JOBAN e JUAN JOLAM, em apreço ao direito constitucional da
presunção de inocência, e consequentemente a absolvição sumária dos dois, na forma do artigo
386, inciso VII, do Código de Processo Penal.

5. DOS PEDIDOS

Requer-se, portanto, que o presente recurso seja CONHECIDO e


PROVIDO. Em primeiro ponto, quanto aos réus JUAN JOBAN e JUAN JOLAM, onde
suplica a vossa absolvição, para que sejam então inocentados quanto ao indigesto.
Aguarda o provimento do recurso, estabelecendo-se a mais precisa
JUSTIÇA!

Termos em que,
Pede e Espera o deferimento.

132
Cidade Universitária, 26 de agosto de 2021

(assinatura digital) (assinatura digital)


BRENO FERREIRA TEIXEIRA GABRIEL OLIVEIRA RODRIGUES
OAB/FEV N° 465.170 OAB/FEV N° 496.067

133
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

Juíza de Direito Dra. ELORA DE CÁSSIA CARNAHUBA DEKAMINAVICIUS


ZANELATO DA SILVA

Vistos

Recebo o recurso interposto pelo Defensor às p.129/ 133, com suas razões
deapelação nos seus efeitos legais. Vistas ao MP para apresentar as contrarrazões.

Procedam-se as anotações e comunicações necessárias e epeça-se guia de


recolhimento provisória.

Após cumpridas as formalidades legis, remetam-se os autos ao Egrégio


tribunal de Justiça do Estado de cidade Universitária Seção Criminal.

Intime-se

Cidade Universitária, 27 de Agosto de 2021.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006

134
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

ATO ORDINATÓRIO

Vistas ao Minitério Público

Cidade Universitária, 27 de Agosto de 2021.


Eu, , Nayara A. Vidotti Gava, Técnico Judiciário.

135
Autos nº 0000028-10.2019.1.02.3069.

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL,

COLENDA CÂMARA,

DOUTA PROCURADORIA DE JUSTIÇA:

JUAN JOLAM e JOAN JUBAN foram processados e


condenados pela prática de receptação culposa, prevista no art.180, §3º, do Código
Penal, com pena revertida em 20 dias-multa, fixando o valor do dia-multa em 1/30 (um
trigésimo) do salário mínimo.

Inconformados com os termos da r. sentença (fls. 119/123),


os réus articularam apelação, amparados na respectiva razão recursal, visando à
reforma do decisum. Requereram, quanto a JUAN JOLAM e JOAN JUBAN a
absolvição, sustentando, em resumo, a fragilidade probatória (art. 386, inciso V, do
CPP).

É a síntese do necessário.

O recurso preenche as condições de admissibilidade, eis


que presentes os pressupostos objetivos e subjetivos, forçando o conhecimento do
mesmo.

Verifica-se que não foram suscitadas preliminares nas


razões apresentadas.

136
Quanto ao mérito da causa, ante a inexistência de
questões fáticas supervenientes ou não examinadas pela r. sentença, no que
concerne à análise do quadro probatório e seu cotejo com a imputação vertida na
inicial acusatória, reservamo-nos à faculdade inscrita no artigo 2º, caput, do Ato
Normativo nº 536/2008-PGJ-CGMP, pelo que se reiteram as pertinentes alegações
ministeriais (fls. 108/111).

Acrescente-se apenas que a Magistrada a quo reconheceu


de forma irrepreensível e detida a conduta delitiva dos apelantes, a partir de um
suficiente e cristalino contexto probatório, o qual bem demonstrou tanto autoria quanto
materialidade delitiva.

Destarte, a condenação é medida de rigor, não merecendo


prosperar as teses ventiladas na apelação, eis que foram muito bem enfrentadas e
repelidas, fundamentadamente, pela Nobre Julgadora.

No mais, quanto à reprimenda aplicada, vê-se que não


comporta reparo algum reivindicado pela defesa, estando perfeitamente respeitadas
as regras legais e os princípios normativos a elas atinentes, com fundamentação farta
e logicamente adequada aos montantes fixados.

Posto isso, requer-se seja negado provimento ao recurso


interposto pelos apelantes, mantendo-se a r. sentença recorrida, como medida de
JUSTIÇA!

Cidade Universitária, 31 de agosto de 2021.

Carlos Alberto Fascina Junior


Promotor de Justiça

137
1 VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CIDADE UNIVERSITÁRIA.
Autos nº 0000028-10.2019.1.02.3069.
Recorrente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Recorrido: JAN JALAM.

RAZÕES DE APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA CÂMARA
DOUTA PROCURADORIA

JAN JALAM foi processado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DA


CIDADE UNIVERSITÁRIA como incurso no artigo 155, §4º, inciso IV (concurso
de agentes), c/c o art. 71, “caput”, ambos do Código Penal.

Após regular instrução, o Juiz a quo julgou a ação penal


parcialmente procedente, a qual, apesar de condenar JAN JALAM pela prática do
crime de furto, tipificado no art. 155, “caput”, c/c art. 71, ambos do Código Penal,
deixou de reconhecer a qualificadora do art. 155, inciso IV, do Código Penal.

Entretanto, não concorda com tal entendimento esta


Promotoria de Justiça da Cidade Universitária, motivo pelo qual recorre do
“decisum”, visando o reconhecimento da qualificadora do art. 155, inciso IV,
do Código Penal.

142
Inicialmente, cumpre observar que tanto a materialidade
delitiva quanto autoria restaram incontroversas nos autos.

No tocante à qualificadora do art. 155, inciso IV, do


Código Penal, peço vênia para transcrever trecho do acórdão proferido pela 7ª
Câmara de Direito Criminal da Comarca de Tremembé (Apelação nº 0003281-
85.2012.8.26.0634), figurando como relator o Desembargador Eduardo Abdalla,
que julgou feito com objeto idêntico, condenando o apelado como incurso no crime
de furto, reconhecendo a incidência da citada qualificadora (art. 155, inciso IV, do
Código Penal): “Na fatídica noite, SANDRO, com outros três desconhecidos,
arrombou a porta da lavanderia, ingressou na residência e, aproveitando-se da
ausência de moradores, apoderou-se dos bens mencionados, fugindo em seguida.
Assim, correta a condenação e a dosimetria”.

No mesmo sentido, o entendimento do Egrégio Tribunal


de Justiça do Amapá TJ-AP na Apelação nº 0028730-04.2016.8.03.0001:

APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO QUALIFICADO TENTADO -USO


DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS - AUSÊNCIA DE
IDENTIFICAÇÃO DO COMPARSA - IRRELEVÂNCIA -
IMPOSSIBILIDADE DE DECOTE DA QUALIFICADORA DE
CONCURSO PESSOAS - RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. 1) Se o contexto probatório dos autos é
suficiente para comprovar que o réu, juntamente com uma
terceira pessoa tentou subtrair o bem da vítima, irrelevante se
o co-autor foi ou não identificado para configuração da
qualificadora do concurso de pessoas; 2) recurso conhecido e
desprovido (grifo nosso). (TJ-AP - APL: 00287300420168030001
AP, Relator: Juiz de Direito Convocado EDUARDO FREIRE
CONTRERAS, Data de Julgamento: 10/10/2017, Tribunal)

143
Como se vê, em relação a este ponto do guerreado “decisum”,
não andou bem o julgador, motivo pelo qual, em nosso entender, o recurso
ministerial merece medrar para o fim de haver o reconhecimento da
qualificadora prevista no art. 155, inciso IV, do Código Penal.

Isto é, a vítima Antonio Juab confirmou a atuação conjunta de


dois indivíduos quando do furto em sua residência, com a possibilidade da
participação, ainda, de um terceiro integrante. Ora, havendo confissão
(declarações a fls. 06) e comprovação fatídica da realização do ilícito por parte de
JAN JALAM (sentença de fls. 119/123), bem como convergência de informações
da vítima e do acusado no sentido do furto ter ocorrido em concurso de pessoas,
totalmente cabível a qualificadora.

Além disso, o contexto probatório é suficiente para comprovar


o furto com terceira pessoa, sendo dispensável a delimitação subjetiva do co-autor.

De resto, fica reiterado o memorial ministerial de fls.


108/111.

Diante do exposto, requer esta Promotoria de Justiça Criminal


seja o presente recurso recebido, conhecido e provido, para o fim de se reformar
a r. sentença nos termos acima descritos, como medida de cristalina JUSTIÇA.

Cidade Universitária, 03 de setembro de 2021.

CARLOS ALBERTO FASCINA JÚNIOR


Promotor de Justiça

144
EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA, ESTADO DA CIDADE
UNIVERSITÁRIA

Processo-crime 0000028-10.2019.1.02.3069

JAN JALAM, já qualificado nos autos da Ação Criminal em epígrafe, que


lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA, por seus
advogados infra-assinados, vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 600, caput, do Código de Processo Penal, requerer a juntada das

CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Assim, requesta-se pelo seu recebimento, autuação e devido processamento, para que, ao final,
esta Câmara Criminal, usando de seu poder jurisdicional, conheça e dê total improvimento ao
apelo ministerial, mantendo a sentença proferido pelo juízo a quo de fls.119-123, consoante as
razões fáticas e jurídicas aduzidas a seguir.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Cidade Universitária, 30 de agosto de 2021

Rua Jubiabá, 6517 – Jardim Universitário – CEP:15952-317 – e-mail: rodriguesteixeira.adv@gmail.com


CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO

Processo n.º 0000028-10.2019.1.02.3069


Origem: 1ª Vara Criminal da Comarca de Cidade Universitária/CU
Ação Criminal
Apelantes: MINISTÉRIO PÚBLICO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA
Apelado: JAN JALAM

EGRÉGIO TRIBUNAL

CONSPÍCUA TURMA

ÍNCLITOS DESEMBARGADORES

Em que pese o árduo trabalho do órgão ministerial, destaca-se que o apelo


interposto por este merece seu julgamento a TOTAL IMPROCEDÊNCIA, mantendo-se a
irretocável e justa sentença absolutória, proferida pelo juízo de primeiro grau, em fls. 119/123.
Dado isso, a Colenda Câmara Criminal chegará a prevista conclusão, em compatibilidade com
o juízo a quo, após a análise da argumentação defensiva a seguir.

SÍNTESE FÁTICA

Segundo as alegações do Inquérito Policial e Denúncia, por parte do


Ministério Público da Cidade Universitária, o acusado Jan Jalam, no dia 10 de setembro de
2020, em horário incerto, praticou alguns crimes, em concurso de agentes e agindo em
continuidade delitiva, ensejando no crime de furto, previsto no art. 155, CP, ao subtrair para si
06 (seis) talões de cheques, supostamente pertencentes às vítimas Antonio Juab, Carlos
Américo e Juarez Tibúrcio.
Em momento posterior, em 15 de setembro de 2020, o apelado e mais duas
pessoas foram surpreendidas pela Polícia Militar da Cidade Universitária, em determinada rua,
inseridas nos autos, onde estavam com a posse dos cheques furtados. Em detalhes, algumas das

Rua Jubiabá, 6517 – Jardim Universitário – CEP:15952-317 – e-mail: rodriguesteixeira.adv@gmail.com


folhas já estavam destacadas e faltantes, assim como outras estavam preenchidas. Após a
abordagem, e a fundada suspeita, resultou na condução dos mesmos ao Plantão Policial, onde
foram presos em flagrante delito. Posteriormente, foram denunciados pela prática no artigo
155, §4, inciso IV, do Código Penal.
No agente em questão, em sentença, fora o mesmo condenado a pena de 01
(um) ano e 07 (meses), devendo ser cumprido por pena restritiva de direitos, e cabendo ao juízo
das execuções determinar quais.

DO MÉRITO

Nobre Câmara recursal, resta claro as condutas do acusado, ora apelado, em


razão do furto cometido por este. Não se entrega a este reconhecido tribunal a vontade de
absolvição do mesmo. Todavia, apenas o justo, à luz da sentença proferida em primeiro grau,
bem como sua permanência.
O Parquet reitera seu pedido, rogando pela condenação do apelado, pelo que
transcreve o art. 155, §4°, IV, do Código Penal, caracterizando então o concurso de pessoas.
Entretanto, a defesa do acusado não concorda com o entendimento advindo do órgão
ministerial.
Abaixo, inicia a explanação dos motivos, por intermédio de outra apelação
criminal, proveniente do estado vizinho, Minas Gerais, pela 6ª Câmara Criminal:

APELAÇÃO CRIMINAL - FURTO - ABSOLVIÇÃO - AUTORIA E


MATERIALIDADE COMPROVADAS - IMPOSSIBILIDADE - DECOTE DA
QUALIFICADORA DO CONCURSO PESSOAS COMPROVADA PELA
PROVA ORAL - AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO COMPARSA -
IRRELEVÂNCIA - DESCLASSIFICAÇÃO PARA A FORMA TENTADA - NÃO
CABIMENTO - SUBSTITUIÇÃO DA PENA CORPORAL POR RESTRITIVAS
DE DIREITOS - INVIABILIDADE - RÉU REINCIDENTE ESPECÍFICO -
ISENÇÃO DAS CUSTAS JÁ CONCEDIDA NA PRIMEIRA INSTÂNCIA -
PEDIDO PREJUDICADO. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Impossível a absolvição
do acusado quando o conjunto probatório comprova a autoria e materialidade do
crime, estando demonstrado que a finalidade da conduta do recorrente era a de
assenhorear-se do que não lhe pertencia. 2. Se o contexto probatório dos autos é
suficiente para comprovar que o réu, juntamente com uma terceira pessoa adentrou
à casa da vítima e de lá subtraiu seu veículo, irrelevante se o coautor foi ou não
identificado para configuração da qualificadora. 3. Consuma-se o delito de furto
quando há inversão da posse do bem, ainda que por pouco tempo, não sendo
necessária a sua posse mansa e pacífica. 4. Tratando-se de réu reincidente específico,
inviável a substituição da pena corporal por restritivas de direitos. 5. Se a isenção das
custas já foi concedida pelo magistrado ''a quo'', encontra-se prejudicado tal pleito.
(TJ-MG - APR: 10518100253401001 Poços de Caldas, Relator: Rubens Gabriel
Soares, Data de Julgamento: 29/11/2011, Câmaras Criminais Isoladas / 6ª CÂMARA
CRIMINAL, Data de Publicação: 17/01/2012) (grifo nosso)

Nota-se que é cristalino o entendimento que o contexto probatório dos autos


deverá ser suficiente para que sobreponha então o concurso de pessoas. Dado isso, resta
demonstrando que deverão existir elementos concretos e transparentes sobre a intervenção
de outras pessoas na prática delitiva, e não tão somente na alegação de um terceiro.
Em função disto, aponta-se outro entendimento, agora do estado do Mato
Grosso:
RECURSO DA ACUSAÇÃO - ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE
PESSOAS - PROVA BASEADA EXCLUSIVAMENTE NO
RECONHECIMENTO DA VÍTIMA - AUSÊNCIA DE SUPORTE NO
CONJUNTO PROBATÓRIO - MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO -
IMPOSSIBILIDADE. "Em matéria de condenação criminal, não bastam meros
indícios. A prova da autoria deve ser concludente e estreme de dúvida, pois só a
certeza autoriza condenação no juízo criminal. Não havendo provas suficientes, a
absolvição do réu deve prevalecer" (TJMT - AP. - Rel. Paulo Inácio Dias Lessa - RT
708/339). (TJ-MG 105250506483240011 MG 1.0525.05.064832-4/001(1), Relator:
MARIA CELESTE PORTO, Data de Julgamento: 12/05/2006, Data de Publicação:
13/05/2006) (grifo nosso)

O reconhecimento de pessoas (acusados) então somente não basta, como


exposto no depoimento, devendo haver o complexo probatório contundente para a
possibilidade de tal. Inclusive, sequer sabe a vítima, Antônio Juab, se havia comparsas com o
apelado, ora que, em fls. 88/89, demonstrou clara incerteza, utilizando de palavras como
“parece” e em sequência, “não me recordo”, ao tratar sobre os indivíduos. Ademais, explanou
ainda que o sistema de monitoramento residencial foi incapaz de gravar quaisquer dos atos e
que somente viu o apelado pulando o muro de sua residência.
Adiante, ainda no depoimento da vítima e testemunha supramencionada,
incorreu em violação ao Código de Processo Penal tanto respeitável Promotor de Justiça,
quanto no momento inicial do Inquérito Policial, onde deveria seguir os preceitos estabelecidos
no art. 226, expondo:

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa,


proceder-se-á pela seguinte forma:
I - A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa
que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado
de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de
fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por
efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que
deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
IV - Do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela
autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas
testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da
instrução criminal ou em plenário de julgamento. (grifo nosso)

Portanto, a mera amostra daquelas pessoas (acusados) deveriam ser


incapazes de produzir quaisquer efeitos penais e condenatórios, devendo seguir, ao menos, um
procedimento, para que pudesse elaborar prova digna e passível de análise, não escorando-se
somente na indicação por parte de uma testemunha. Aliás, em momento de crise e “correria”,
como alega a vitima e testemunha, diante de adrenalina, poderia indicar qualquer pessoa como
coautora.
Ademais, há a ausência probatória de qualquer imagem, além da negação de
ambos que estavam com Jan Jalam no momento da prisão, sendo também considerado
insuficiente o reconhecimento da testemunha para que sobrevenha condenação. Dado isso, com
vistas a evitar arbitrariedades e injustiças, torna-se mais um motivo para permanência da
sentença do juízo a quo, viabilizando a segurança jurídica.
Em conclusão, estas alegações do Parquet demonstraram-se frágeis e
inconsistentes, com fulcro em mera suposição de um possível reconhecimento, pautado na
incerteza, JAMAIS devendo prosperar e surtir efeitos.
Ínclitos Desembargadores, por fim, suplica-se a IMPROCEDÊNCIA dos
pedidos requeridos pelo órgão ministerial, visto a fragilidade e ausência probatória em suas
alegações, sendo descabido então a inserção do concurso de pessoas.

DOS PEDIDOS

Dado isso, espera o apelado JAN JALAM que seja NEGADO o provimento
do recurso de apelação do órgão ministerial, mantendo então a sentença proferida pelo juízo a
quo, sendo ela irretocável e equitativa!
Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Cidade Universitária, 30 de agosto de 2021

(assinatura digital) (assinatura digital)


BRENO FERREIRA TEIXEIRA GABRIEL OLIVEIRA RODRIGUES
OAB/FEV N° 465.170 OAB/FEV N° 496.067
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Documento de Origem: Inquérito: 96262
Autor: Justiça Pública
Réu: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban

CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO

Certifico e dou fé haver transitado em julgado a r. Sentença de fls.119/123 para o representante


do Ministério Público em data de 31 de agosto de 2021. Cidade universitária, 01 de setembro de
2021. Eu, Nayara
A. Vidotti Gava, Técnico Judiciário.

CERTIDÃO – MÍDIA

Certifico e dou fé, nos termos dos Artigos 102 e 1.275 ambos da NCGJSP que não há midia de
gravação de audiência a serem encaminhadas e que os depoimentos foram gravados. Nada mais.
Cidade Universitária, 01 de setembro de 2021. Eu, Nayara A. Vidotti Gava, Técnico Judiciário.

REMESSA

Nesta data faço remessa destes autos ao Egrégio tribunal de Justiça, Seção Criminal – Serviço
de Entrada de Autos de Direito Criminal – S.E.J. – 2.1.5- Complexo Unifev – Sala 40. Nada mais.
Cidade Universitária, 01 de setembro de 2021. Eu, Nayara A. Vidotti Gava, Técnico Judiciário.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006

138
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO UNIVERSITÁRIO
COMARCA DE CIDADE UNIVERSITÁRIA
VARA CRIMINAL DA CIDADE UNIVERSITÁRIA – UNIVERSITÁRIO
Av. Nasser Marão, 3069, Fórum – Parque Industrial I
CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

0000028-10.2019.1.02.3069
Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069
Classe – Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Apelante: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban
Apelado: Justiça Pública
Relator: Elora de Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da Silva

Apelação Criminal – Entrado em 20/08/2021


Processo n° 0000028-10.2019.1.02.3069
Tipo da Distribuição: Livre
Impedimento: Magistrados impedidos – não informado
Observação: Motivo do Estudo da Prevenção: não informado
O presente processo foi distribuido nesta data, por processamento eletrônico, conforme descrito
abaixo:
RELATOR: Elora de Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da Silva
ÓRGÃO JULGADOR: 1 CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

CIDADE UNIVERSITÁRIA, 01 DE SETEMBRO 2021.

VISTA

Faço estes autos com vista á Douta Procuradoria Geral da justiça.

CIDADE UNIVERSITÁRIA, 01 DE SETEMBRO DE 2021.

Eu, Nayara A. Vidotti Gava


Matrícula 003
Escrevente tècnico Judiciário

139
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TERMO DE CONCLUSÃO

Processo Digital n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Classe: Apelação Criminal
Assunto: Ação Penal – Procedimento Ordinário – Furto
Relator: Elora de Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da Silva
Apelante: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban
Apelado: Justiça Pública
N° do processo de origem: 0000028-10.2019.1.02.3069

CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos a(o) Exmo(a).


Senhor(a) Desembargador(a) Relator(a) Elora de Cássia Carnahuba Dekaminavicius Zanelato da
Silva.
Universitária, 06 de setembro de 2021.

_______________________________________
Eu, Nayara A Vidotti Gava
Matrícula 003
Escrevente Técnico Judiciário, subscrevi.

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TERMO DE CONCLUSÃO

Apelação n°: 0000028-10.2019.1.02.3069


Apelante: Jam Jalan
Juan Jolan
Joan Juban
Apelado: Justiça Pública

Vistos

Pela referida sentença de fls. 119/123 prolatada pela MMª Juíza Elora
Dekaminavicius, cujo relatório ora se adota, o réu JAM JALAM foi condenado à prática dos
três furtos presentes nestes autos, com incurso no art. 155, caput, c/c art.71, ambos do Código
Penal, apenado definitivo em 1 ano, 7 meses e 3 dias, sendo SUBSTITUIDA a pena privativa de
liberdade por uma restritiva de direito, qual seja a prestação de serviços à comunidade; os réus
JUAN JOBAN e JUAN JOLAM foram condenados pela prática de receptação culposa, prevista
no art.180, § 3º do Código Penal, com pena revertida em 20 dias-multa, fixando o valor do dia
multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo.
Inconformado, apelou os rèus objetivando a concessão da gratuidade da justiça;
requer que seja decretado a falta de provas para a condenação dos réus JUAN JOBAN e JUAN
JOLAM, em apreço ao direito constitucional da presunção de inocência, e consequentemente a
absolvição sumária dos dois.
Processado e contrarrazoado o recurso, a Douta Procuradoria Geral de Justiça
manifestou-se pelo seu total desprovimento, mantendo-se a r. sentença.
É o Relatório.

À Exma. Sra. Revisora.

UNIFEV, 06 de Setembro de 2021

Elora Dekaminavicius
Relatora

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Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE UNIFEV

Secretária Judiciária
Serviço de Processamento do Grupo de Câmara de Direito Criminal

CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos ao Exmo. Desembargador Revisor Rodrigo Fávaro Rozanez.
Universitária, 08 de setembro de 2021
Eu, Nayara A. Vidotti Gava - Matr. 000-333-C, Técnico Judiciário, subscrevi.

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Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE UNIFEV

CONCLUSÃO

Nesta data, faço conclusos estes autos ao Excelentíssimo Desembargador Revisor Rodrigo
Fávaro Rozanez, Universitária, 08/09/2021.

Eu, Nayara A. Vidotti Gava - Matr. 000-333-C, Técnico Judiciário, subscrevi.

VOTO N° 010.111
VISTOS
Sigam os autos a mesa.
Designe-se audiência
Universitária, 08/09/2021.

(assinado digitalmente)
Rodrigo Fávaro Rozanez
Desembargador Revisor

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CEP 15.503-005 – Cidade Universitária – estado Universitário
Telefone (17) 3405-9990 – E-mail: faleconosco@fev.edu.br

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE UNIFEV

ATO ORDINATÓRIO

Designo a sessão de julgamento para o dia 30 de outubro de 2021 às 9h:00min.


Universitária, 09/09/2021
Eu, Nayara A. Vidotti Gava, técnica judiciária, subscrevi.

149
EXMOS. SRS. MINISTROS DO EGRÉGIO TRIBUNAL DO ESTADO DA CIDADE
UNIVERSITÁRIA/UNIFEV

Processo-crime 0000028-10.2019.1.02.3069

RECORRENTE: JAN JOLAM, JOAN JUBAN E JAN JALAM

RECORRIDO: JUSTIÇA PÚBLICA – MINISTÉRIO PÚBLICO DA CIDADE


UNIVERSITÁRIA

JAN JOLAM, JOAN JUBAN E JAN JALAM, já qualificado nos autos da presente
reclamação trabalhista, vem mui respeitosamente à presença dos Exímios Desembargadores,
através de seus advogados devidamente constituídos que estes subscrevem, com endereço
profissional indicado no rodapé deste impresso, apresentar pedido de:

SUSTENTAÇÃO ORAL

Com fulcro no artigo 5º, LV e da Constituição Federal.

Rua Jubiabá, 6517 – Jardim Universitário – CEP:15952-317 – e-mail: rodriguesteixeira.adv@gmail.com


Considerando a relevância da questão sob julgamento, vimos através dessa requerer que seja
autorizada a produção de SUSTENTAÇÃO ORAL NO PLENÁRIO.

REQUER ainda, que seja informada a parte contraria com ANTECEDÊNCIA, para que seja
realizada a sustentação no dia que os autos serão colocados em julgamentos.

Termos em que,

Pede e espera deferimento.

Cidade Universitária, 10 de outubro de 2021

(assinatura digital) (assinatura digital)


BRENO FERREIRA TEIXEIRA GABRIEL OLIVEIRA RODRIGUES
OAB/FEV N° 465.170 OAB/FEV N° 496.067
Autos nº 0000028-10.2019.1.02.3069.

O MINISTÉRIO PÚBLICO DA CIDADE


UNIVERSITÁRIA, por meio de seu Promotor de Justiça Criminal, com
supedâneo no art. 129, inciso I, da Lei Fundamental da República, e, art. 41 da
Lei Adjetiva Penal, vem, respeitosamente, neste ato, oferecer OPOSIÇÃO AO
JULGAMENTO VIRTUAL, com fulcro no artigo 2º, da Resolução do Tribunal
de Justiça nº 549/2011, com nova redação da Resolução nº 772/2017, em seu
artigo 1º, §2º, todos do TJ.

Requer, neste ato, a oportunidade de SUSTENTAR


ORALMENTE AS RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO perante a Egrégia
e Colenda Câmara.

O requerimento visa resguardar o Direito


Constitucional da ampla defesa, artigo 5º, inciso LV, da Lei Maior, sob pena de
insanável nulidade.

Diante do exposto requer o recebimento da


OPOSIÇÃO, por ser tempestiva e, mormente, viabilizar a intimação deste
advogado para o local, data e horário da pauta da sessão para
SUSTENTAÇÃO ORAL.

Cidade Universitária, 10 de outubro de 2021.

Carlos Alberto Fascina Junior


Promotor de Justiça
TRIBUNAL ACADÊMICO DA UNIFEV

ATA DA SESSÃO REALIZADA EM 30 DE OUTUBRO DE 2021

CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL

SESSÃO ORDINÁRIA

As 09h horas do dia 30 de outubro de 2021, sob a Presidência da Desembargadora

Elora Dekaminavicius, presentes os Desembargadores(as) Rodrigo Fávaro Rosanez e

Caio Henrique dos Santos Vila, foi aberta a sessão da Câmara de Direito Criminal desse

Tribunal de Acadêmico da Unifev - SP.

RECURSO DE APELAÇÃO Nº 0000028-10.2019.1.02.3069

Origem: CIDADE UNIVERSITÁRIA

Assunto: Furto Qualificado

Apelantes: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.

Advogados/Promotores: Dr. Breno Ferreira Teixeira, Dr. Gabriel Oliveira Rodrigues e

Promotor Dr. Carlos Alberto Fascina Junior

Apelados: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.

Advogados/Promotores: Dr. Breno Ferreira Teixeira, Dr. Gabriel Oliveira Rodrigues e

Promotor Dr. Carlos Alberto Fascina Junior.


DECISÃO: A Câmara de Direito Criminal desse Tribunal, por unanimidade de votos,

resolveu conhecer do recurso interposto por JUAN JOBAN E JUAN JALAM e em seu

mérito negar em sua integralidade provimento, quanto ao recurso interposto pelo

MINISTÉRIO PUBLICO, conhecer o recurso e dar total procedência, conhecendo da

qualificadora do concurso de agentes ao réu confesso JAM JALAM, devendo ser

calculada novamente sua pena, ambos seguindo o voto da Relatora.

Acórdão lido e publicado em sessão.


PODER ACADÊMICO FEDERAL
JUSTIÇA DO CRIMINAL
CAMARA DE DIREITO CRIMINAL DO TRIBUNAL
ACADÊMICO UNIFEV
Gabinete da Desembargadora Relatora Elora Dekaminavicius

ACÓRDÃO
CLASSE – ASSUNTO: Apelação
PROCESSO Nº: 0000028-10.2019.1.02.3069
APELANTE: Jam Jalan, Juan Jolan E Joan Juban
Ministério Público.
RECORRIDO: Jam Jalan, Juan Jolan E Joan Juban
Ministério Público.
Participaram desta Sessão:
Apelantes: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.

Advogados/Promotores: Dr. Breno Ferreira Teixeira, Dr. Gabriel Oliveira Rodrigues e

Promotor Dr. Carlos Alberto Fascina Junior

Apelados: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.

Advogados/Promotores: Dr. Breno Ferreira Teixeira, Dr. Gabriel Oliveira Rodrigues e

Promotor Dr. Carlos Alberto Fascina Junior.

SUSTENTAÇÃO ORAL: Dr. BRENO FERREIRA TEIXEIRA, pelo apelante e apelado e


Dr.

CARLOS ALBERTO FASCINA JUNIOR, representando o Ministério Público.

Vistos, relatados e discutivos estes autos, ACORDAM, os Desembargadores do Egrégio pleno,

por unanimidade, aprovar o relaório, conhecer dos recursos de apelação, e, do recurso

interposto por JUAN JOBAN E JUAN JALAM, em seu mérito, negar em sua integralidade

provimento, e quanto ao recurso interposto pelo MINISTÉRIO PUBLICO, conhecer o recurso e

dar total procedência, conhecendo da qualificadora do concurso de agentes ao réu confesso JAM

JALAM, devendo ser calculada novamente sua pena, nos termos do voto da Desembargadora

Relatora Elora Dekaminavicius, que seguem.

Cidade Universitária, 30 de outubro de 2021.


PODER ACADÊMICO FEDERAL
JUSTIÇA CRIMNAL
CAMARA DE DIREITO CRIMINAL DO
TRIBUNAL ACADEMICO UNIFEV
Gabinete da Desembargadora Relatora Elora Dekaminavicius

VOTO Nº XXX
APELAÇÃO Nº 0000028-10.2019.1.02.3069
APELANTES: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.

APELADOS: JAM JALAN, JUAN JOLAN E JOAN JUBAN

MINISTÉRIO PÚBLICO.
Desembargadora Relatora e Presidente Elora Dekaminavicius

APELAÇÃO. LASTRO PROBAT´ÓRIO SUFICIENTE


MESMO ANTE A NEGATIVA DE AUTORIA.
ALEGAÇÃO GENÉRICA DE PROVA ILÍCITA.
QUALIFICADORA DE CONURSO DE AGENTES
MESMO SEM RECONHECIMENTO DOS
COMPARSAS.
1. A mera negativa de autoria dos réus durante o curso do
processo não autoriza a absolvição dos réus, visto que
há lastro probatório suficiente para condenação de
ambos, ante flagrante realizado, câmeras de segurança e
depoimentos pessoais colhidos em audiência de
instrução e julgamento.A afirmação genérica de ilicitude
de provas não enseja a aferição de referida nulidade.
2. A afirmação genérica de ilicitude de provas não enseja a
aferição de referida nulidade.
3. Não há o que se falar do afastamento da qualificadora
do concurso de agentes, mesmo sem a identificação dos
dois outros indivíduos, visto que as provas contidas e
acima explicitadas se mostram suficiente para a
incidência de referida qualificadora.
Inicialmente, a mera negativa de autoria dos réus durante o curso do processo não

autoriza a absolvição dos réus JUAN JOBAN e JUAN JALAM, visto que há lastro probatório

suficiente para condenação de ambos, ante flagrante realizado, câmeras de segurança e

depoimentos pessoais colhidos em audiência de instrução e julgamento.

Além disto, em depoimentos colhidos dos acusados na audiência de instrução e

julgamento do juízo aquo, confirmaram terem sidos “convidados” pelo réu confesso a realizar

compras, mesmo sendo de amplo conhecimento dos mesmos que aquele se encontrava

desempregado e sem condições financeiras para arcar com tais compras.

Além disso, afirmaram serem apenas conhecidos, sem qualquer tipo de contato

íntimo.

Ora, se sabiam que o réu confesso era desempregado e, por conseguinte, não

possuía condições financeiras para arcar com tais custo, além de serem meros conhecidos, não

resta, por óbvio, comprovado a receptação culposa?

O § 3º do artigo 180 do Codigo Penal, define a receptação culposa como a falta de

cuidado quanto à origem da coisa, que possivelmente tenha origem criminosa, mas a pessoa

preferiu ignorar.

Ainda, de muita expertise do juízo aquo não reconhecer o furto em questão dos

parte dos dois apelantes, ante a insuficiência de provas, porém em receptação culposa, haja vista

que os cheques estavam em suas posses.

Quanto a alegação de prova ilícita, essa não deve prosperar pelas razões que

seguem.

Em razões de apelação, alega os apelantes que os cheques teriam sido “plantados”

pela equipe policial que realizou o referido flagrante, não havendo quaisquer laudos no processo

de origem.

Em análise aos autos de origem, são INÚMEROS os laudos realizados pela

autoridade policial, não havendo o que se dizer na falta dos mesmos.

Ainda, de acordo com exames de corpo de delito realizados e termos assinados


pelos acusados, não houve quaisquer truculências por parte da autoridade policial.

A afirmação genérica de ilicitude de provas não enseja a aferição de referida

nulidade.

Desta forma, não há o que se falar em absolvição dos apelantes JUAN JOBAN E

JUAN JALAM ou provimento do presente recurso de apelação.

Assiste razão o Ministério Público quanto a classificação da qualificadora de

concurso de agentes ao réu confesso JAM JALAM.

A palavra da vítima consoante com as demais provas colhidas no curso da

investigação, quais sejam, câmeras de segurança, aliadas com a prisão do apelado em posse da

res furtiva, além de sua confissão são provas inidôneas que baseiam sua condenação.

Sabendo-se que o mesmo alegou estar agindo em concurso com mais dois

comparsas nos furtos praticados e estes terem sido flagrados em câmera de segurança, bem como

pelas vítimas, não há o que se falar do afastamento da qualificadora do concurso de agentes,

mesmo sem a identificação dos dois outros indivíduos, visto que as provas contidas e acima

explicitadas se mostram suficiente para a incidência de referida qualificadora.

APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO QUALIFICADO


TENTADO - USO DE ARMA E CONCURSO DE
PESSOAS - AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DO
COMPARSA - IRRELEVÂNCIA - IMPOSSIBILIDADE
DE DECOTE DA QUALIFICADORA DE CONCURSO
PESSOAS - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.
1) Se o contexto probatório dos autos é suficiente para
comprovar que o réu, juntamente com uma terceira pessoa
tentou subtrair o bem da vítima, irrelevante se o co-autor foi
ou não identificado para configuração da qualificadora do
concurso de pessoas; 2) recurso conhecido e desprovido.
(TJ-AP - APL: 00287300420168030001 AP, Relator: Juiz de
Direito Convocado EDUARDO FREIRE CONTRERAS, Data
de Julgamento: 10/10/2017, Tribunal)

Sendo assim, deverá ser acolhido totalmente o presente recurso de apelação, para que

a qualificadora de concurso de agentes seja declarada quanto aos furtos realizados, ensebando

novamente no cálculo de dosimetria de sua pena.

Por estas razões ACORDAM, os desembargadores a conhecer o recurso dos

apelantes JUAN JOBAN E JUAN JALAM e negar em sua integralidade provimento, pelos
motivos expostos.

Quanto a apelação proferida pelo Ministério Público, acordam os desembargadores a

conhecer o recurso e dar total procedência, conhecendo da qualificadora do concurso de agentes

ao réu confesso JAM JALAM, devendo ser calculado novamente sua pena.

ELORA DEKAMINAVICIUS

Relatora

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