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(18? + 1930)
Dentre suas composições, sua valsa “A Louca” foi regravada por vários outros
bandolinistas como: Luperce Miranda, Reco do Bandolim e Luís Nassif. Constam
várias versões escritas desta composição no acervo digital de partituras da Casa do
Choro. É interessante observar a variedade de fontes que registraram essa
composição, o que nos leva a crer que sua música integra o repertório dos chorões
de várias épocas. Transcreveram sua valsa: Manoel Pedro Nascimento (em
20.09.1929), Candido Pereira da Silva (o Candinho do Trombone), Jupyaçara (em
16.01.1942), Vadinho e Sérgio Napoleão Belluco.
Além de suas composições instrumentais, Chico Netto deixou gravado vários sambas
de sua autoria. Em janeiro de 1929, o cantor Francisco Alves gravou na gravadora
Odeon seu samba “Meu passarinho voou” (Francisco Netto) com o acompanhamento
do Grupo Odeon (Disco Odeon 10311, Nº da matriz 2253). Em 1930, o intérprete
Januário de Oliveira gravou com o acompanhamento da Jazz Band Columbia, da
gravadora Columbia uma série de seus sambas: “A mulher é sempre boa” (Francisco
Netto, Disco Columbia DC-64, Nº da matriz 380612), “A mulher e a falsidade”
(Francisco Netto, Disco Columbia 5229-B, Nº da matriz 380705, julho de 1930) e “A
mulher é sempre boa” (Francisco Netto, Disco Columbia 5184-B, Nº da matriz 380612,
março de 1930). Também com o intérprete Januário de Oliveira, gravou com o
acompanhamento de Gaó, Jonas, Petit, Zezinho e Grany o samba de sua autoria
“Confessa” (Francisco Netto, Disco Columbia 5183-B, Nº da matriz 380607-1, março
de 1930).
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Francisco Netto foi funcionário dos Telégrafos, nos Correios, sendo colega do
também músico Alexandre Gonçalves Pinto que relata em seu livro “O Choro”(1936,
o primeiro livro escrito sobre o gênero) um fato curioso ocorrido com Chico Neto:
O evento no qual o Duo formado por Francisco Netto (Bandolim) e o Professor Barros
(violão) tocaram “50 horas” foi registrado no jornal “A Esquerda”, em 29/05/1928. O
Duo iniciou a apresentação no dia 25/05, às 21:00 horas, no Salão Indiano do Beira-
mar Cassino, e terminaram a prova no dia 28/05/1928, à uma hora. Segundo a
publicação do jornal, o duo estava “animado com os sucessos dos recentes records
e decidiram também fazer sua fézinha, numa coisa parecida.”
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Sua única fotografia consta em seu “Methodo pratico de Bandolin”, pelo prof.
Francisco Netto, (Chico Netto) e que o Acervo do Bandolim Brasileiro resgatou
especialmente para esta postagem. Na publicação consta o seguinte anúncio:
“Bandolim Sem mestre, Methodo pratico Estylo moderno”. Agradecemos à gentileza
da fotografia ao professor bandolinista Fernando Duarte e à edição de de imagem do
pesquisador e bandolinista Fernando Dalcin.
Fontes de pesquisa
1. VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira na Belle Époque. Rio
de Janeiro: Livraria Santana Ltda., 1977. 2. PINTO, Alexandre Gonçalves. O Choro —
reminiscências dos chorões antigos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Funarte, 1978. (p. 139);
4. https://www.discografiabrasileira.art.br/fonograma/_creator/francisco%20neto/