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1. HISTÓRICO
2. TEORIAS
3. AÇÃO POPULAR
4. ACP
1. HISTÓRICO
O TAC foi introduzido no ordenamento jurídico brasileiro pelo art. 211 da Lei 8.069/90
(ECA). Em seguida, o art. 113 da Lei 8.078/90 (CDC) ampliou sua aplicação a todos os
direitos difusos e coletivos, ao acrescentar o § 6º ao art. 5º da LACP, determinando
que os órgãos públicos legitimados à propositura da Ação Civil Pública – ACP poderão
celebrar TAC
Uma novidade trazida pelo CDC foi a legitimidade do Ministério Público para propor
ação coletiva na defesa dos interesses individuais homogêneos
Posteriormente em lei de 2007 foram incluídos no rol de legitimados para ACP o MP e
a Defensoria. A lei 11.448/07 foi o primeiro diploma a atribuir expressamente à
Defensoria Pública legitimidade para propositura de ação civil pública. Depois com a EC
80/04 a legitimidade da Defensoria para ACP foi constitucionalizada.
3. AÇÃO POPULAR.
Remessa necessária. STJ não admite nos casos de sentença de improcedência nas
ações coletivas que versem sobre direitos individuais homogêneos. O art 19 da lei da
ação popular aplica-se somente nos casos de sentença carência ou improcedência da
ação que versem sobre direitos transindividuais.
Súmula 365/STF: Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. É
somente o cidadão.
Nem a CF, tampouco a Lei de Ação Popular possuem exigência expressa quanto ao
anterior esgotamento das vias de impugnação disponíveis para o posterior
ajuizamento da ação constitucional pelo legitimado.
CF, art. 5ª, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que
vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência.
Legitimidade extraordinária: quando uma pessoa não titular do direito material faz a
sua defesa em juízo - pode haver mais de uma legitimada extraordinária concorrente.
Ex. Defensoria e MP ingressam como litisconsortes com ACP em favor de uma
coletividade. O litisconsórcio será unitário. Decisão deve ser a mesma para ambos.
DICA Em regra, todas as hipóteses de legitimidade extraordinária concorrente
implicarão litisconsórcio facultativo e unitário!
Art. 1.059 CPC. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o
disposto nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992: (...) “Art. 1º. Não
será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou
em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que
providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança,
em virtude de vedação legal. § 1º. Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida
cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na
via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal.” não se aplica aos
processos de ação popular e de ação civil pública.
O Pleno do STF declarou, por sua vez, a constitucionalidade dos dispositivos legais que
1) faculta ao juiz exigir caução do impetrante para a execução da medida liminar, 2)
declara que não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial
praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia
mista e de concessionárias de serviço público, 3) fixa o prazo decadencial de 120
(cento e vinte) dias para a impetração do mandado de segurança, e 4) não são cabíveis
mandado de segurança de sucumbência na via mandamental (súmula 512/STF).
artigo 15 da Lei 12.016/2009 não foi alvo de impugnação na ADI 4296, pelo que, em
sede de juízo abstrato, ainda permanece válido o regramento segundo o
qual "quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do
Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de
cinco dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição".
Açao coletiva passiva: nao permitida no ordenamento jurídico pátrio, ante a ausência
de previsão legal. Doutrina e jurisprudência. Impossibilidade de reconvenção em ação
coletiva. Deve ser extinta sem julgamento do mérito. A doutrina que entende cabível
argumenta no sentido da ampliação do acesso à justiça e no direito de ação.
Nas class actions, do sistema norte americano, há o instituto do "opt in" e "opt out". Lá, quando
ajuizada uma ação para tutelar DIH, deve haver o “fair notice” e os interessados são citados para
dizer se querem ("opt in") ou não ("opt out") fazer parte da demanda coletiva. Caso o sujeito citado
não se oponha, será atingido pelo efeito da futura sentença, tendo adotado, tacitamente, o "opt in".
Logo, é correto dizer que o sistema opt-out/opt-in alcança um número maior de pessoas, pois
bastará o silêncio para ocorrer a aceitação tácita da ação coletiva.
Além disso, deve-se considerar a hipótese expressa na legislação que trata de ação
coletiva apassiva - art. 554, §1º do CPC/15 (embora somente possessórias – “No caso
de acao possessória que figure no polo passivo grande número de pessoas...”) e
reconhece a defensoria como representante adequado em caso de hipossuficiência
(que aqui deve ser lido no amplo aspecto à luz da vulnerabilidade em geral e não
somente econômica).
Lei nº 7347/85, Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano
causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos
Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes
da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. §1o
Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em
estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária. (Renumerado
do parágrafo único pela Lei nº 12.288, de 2010)
Tutela preventiva. Tutela inibitória. Antes do ilícito, para evitar sua prática. X Tutela de
remoção do ilícito -ilícito já cometido, mas antes do dano. X Tutela reparatória (após o
dano) - a) especifica (cumprimento em natura da obrigação - restituição ao estado
anterior)
b) resultado prático equivalente
c) comum (indenização em dinheiro - equivalente financeiro)
Indenização por desvio produtivo. Espécie de dano autônomo. Tempo livre como bem
jurídico indenizável
A súmula 625 do STF dispõe que: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede
concessão de mandado de segurança.”
MS coletivo não cabe em relação à direito DIFUSO, mas sim aos direitos coletivos, pois
as pessoas devem ser identificadas por um grupo ou categoria. Não é possível a
dispensa do requisito de um ano de funcionamento para as associações. Coisa julgada
sempre ultra partes - relativa à categoria. NÃO há previsão expressa de atuação da
Defensoria.
O dano moral coletivo, assim entendido o que é transindividual e atinge uma classe
específica ou não de pessoas, é passível de comprovação pela presença de prejuízo à
imagem e à moral coletiva dos indivíduos enquanto síntese das individualidades
percebidas como segmento, derivado de uma mesma relação jurídica-base. 2. O dano
extrapatrimonial coletivo prescinde (não precisa) da comprovação de dor, de
sofrimento e de abalo psicológico, suscetíveis de apreciação na esfera do indivíduo,
mas inaplicável aos interesses difusos e coletivos.
Danos coletivos (danos a diversos direitos de personalidade, diversos indivíduos ao
mesmo tempo, direitos coletivos ou individuais homogêneos, com vitimas
determináveis) x danos difusos (dano social, vitimas indeterminadas, verba dirigida a
um fundo)
Conforme previsão da Lei n.º 7.347/1985 (ação civil pública): “Art. 2º (...) Parágrafo
único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Súmula 489 do STJ que: “Reconhecida à continência, devem ser reunidas na justiça
federal as ações civis públicas propostas nesta e na justiça estadual.”
Embora o CDC determine que não existe litispendência entre processos coletivos e
lides individuais tratando sobre o mesmo direito coletivo strictu sensu (“Art. 104. As
ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem
litispendência para as ações individuais), entende o STJ que, ajuizada ação coletiva
atinente a uma macrolide geradora de processos multitudinários, é possível a
suspensão, pelo magistrado, de ação individual existente sobre a mesma matéria
discutida no feito coletivo, de ofício e independentemente do consentimento do
autor da respectiva lide individual, a fim de aguardar o julgamento da ação coletiva,
em razão do regramento do CPC acerca de recursos repetitivos. 543-C do Código de
Processo Civil
Entende o STJ que, no âmbito do direito privado, é de cinco anos o prazo prescricional
para ajuizamento de execução individual em pedido de cumprimento de sentença
proferida em ação civil pública, contado esse prazo a partir do trânsito em julgado da
sentença exequenda.
A doutrina aponta que os direitos difusos são mutáveis no tempo e no espaço. Assim,
dada à ausência de vínculo jurídico base, tais direitos acabam ligando-se por uma
situação de fato efêmera no tempo, podendo aparecer (ex: direito difuso de acesso
aos meios digitais, à internet) e até mesmo desaparecer (ex: extinção de uma espécie
animal) à luz do caminhar social evolutivo.
Por sua vez, o processo coletivo “estrutural”, “de interesse público” ou “de litígio
estratégico” consubstancia justamente a técnica voltada à resolução de litígios
envolvendo a falta ou o mau funcionamento de políticas ou instituições públicas,
levado a efeito por burocracias estatais, que acabam por colocar em risco direitos e
garantias fundamentais, desafiando medidas estruturais (structural injunctions) como
forma de reestruturação prospectiva e adequação de políticas e instituições públicas à
ordem constitucional vigente. Acerca das características deste modelo processual
estrutural, pode-se perceber que:
i) a estrutura da participação não é rigidamente bilateral, mas multilateral;
ii) a investigação fática não é retrospectiva (voltada ao passado), mas prospectiva
(resolução de um problema futuro);
iii) o remédio jurisdicional não versa sobre compensação por erro passado, mas sobre
soluções flexíveis futuras;
iv) o resultado não é imposto, mas negociado;
v) o papel do juiz não é passivo e declaratório, mas ativo e fiscalizatório,
responsabilizando-se pela avaliação fática e pela moldura do procedimento;
vi) o direito discutido não versa sobre uma disputa interindividual, mas sobre a justiça
de uma política pública.
Solução prospectiva flexível - pode mudar conforme as medidas são adotadas e vão
produzindo seus efeitos - decisões em cascata.
Súmula STF 429 - A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não
impede o uso do Mandado de Segurança contra omissão da autoridade.
Súmula 412 do STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-
se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil. (DJe 16/12/2009). Trata-se, na
vigência do CC/2002, do prazo DECENAL. Recordemos que a tarifa de água e esgoto
não tem natureza de taxa, mas de preço público, ou seja, não se trata de espécie
tributária.
A parte que foi vencida em ação civil pública não tem o dever de pagar honorários
advocatícios em favor do autor da ação. A justificativa para isso está no princípio da
simetria. Isso porque se o autor da ACP perder a demanda, ele não irá pagar
honorários advocatícios, salvo se estiver de má-fé (art. 18 da Lei nº 7.347/85). Logo,
pelo princípio da simetria, se o autor vencer a ação, também não deve ter direito de
receber a verba. Desse modo, em razão da simetria, descabe a condenação em
honorários advocatícios da parte requerida em ação civil pública, quando inexistente
má-fé, de igual sorte como ocorre com a parte autora. STJ. Corte Especial. EAREsp
962250/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/08/2018. Existe precedente do STJ
que faz uma ressalva: se a ação tiver sido proposta associações e fundações privadas e
a demanda tiver sido julgada procedente, neste caso, o demandado terá sim que pagar
honorários advocatícios. Assim, o entendimento do STJ manifestado no EAREsp
962.250/SP "não se deve aplicar a demandas propostas por associações e fundações
privadas, pois, do contrário, barrado de fato estaria um dos objetivos mais nobres e
festejados da Lei 7.347/1985, ou seja, viabilizar e ampliar o acesso à justiça para a
sociedade civil organizada." (STJ. 2ª Turma. REsp 1796436/RJ, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 09/05/2019).
O processo coletivo comum abrangeria a ação civil pública, a ação popular, o mandado
de segurança coletivo, a ação de improbidade administrativa, o mandado de injunção
coletivo, o habeas data coletivo e, mais recentemente, o habeas corpus coletivo. Já o
processo coletivo especial englobaria a ação direta de inconstitucionalidade, a ação
declaratória de constitucionalidade, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão e
a ação de descumprimento de preceito fundamental.