Você está na página 1de 192

11 so

b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

A LINGUAGEM
E os PRINCÍPIOS
DA PRODUÇÃO
EM HQs
Daniel Brandão
din
ha ar
R oc o s T eral
ito rc or G
cr Ma iret
emó D
oD te
ç ã es
da rd
a
ch n o
Fu oN
o
oR to
rit Ne ad in
óc rt lm ta
a r be Sa os ro ca
m A inh e F trôni
m a
De u m nte de st r n
o D ida Co ação ad ia
ão Pres
ide
Qu ist o E
le
açã rs la
nd Jo ive P au orde
n
em Cr raçã
u U n a s
ia
o
yF An
o
Edi
t
ór as
C
b ez
16 H ist o rt bir o
20 d e io C n Gua raçã
ríc de De
g
ico
© s i t
ht Ilus
ás au ez
oB
y rig Am dição rt
s o e
o C aci os
op r
Cu
E
íci
C
to r s
N et l e a ur on G vas
do Gera Am rls Tra áfico
u n K a n
o to G r
ym açã l lt
o
Ra rden itoria We Proje a
eir te
o ã o er a Fon
d
d
C o E
n P
ra de lly o
n
l B ção Ke gaçã
a nie dena do lo
D ta
r eú Ca
Coo Cont

io
vên
con .
do 6
ia /201
nc 2
o rrê nº 1
c
de ob o
em s
tt o, OR),
N e ultF
do ec
un za (S
Raym rtale
oe Fo
eir de
a Rib ltura
gin Cu
Re da
o de ipal
çã nic
cep Mu
on ia
de c retar
, c
ará a Se
Ce
HQ DR) e
F
eto a (
roj ch
do p to Ro
i
nte ócr P) iel
i
gra em
nte ão D o (CI an
, D rito
rte aç ç ã ã o c
a
é p Fun
d
lica aç mó
en e
c
lo
ícu ntre
a
P ub co ord ão D
f s
a oe n a ] / a ç
e s nd
ção
d
Est ebra [HQ a: Fu
cel ga o os z
h e
tal rin ortal
a ad
eC qu s. – F )
is d se
ria Guab
m ira los lo
i o na tó s c ícu ítu
a c h is o , F a I I .T
ern e
o d tra
çã 12 s. I
Int sic ; ilus em )
ão ) ira
s b á r s o e ç u ab 2)
do rso dã
o
16
.
(Cu (Co
l e 1
I. G 07
Da Cu Bran a, 20 lor; 5 -5 Volum i e l. I 1 )+(
ch co
9-7
1 2( an (05
Ro p. il. 52 -716
-
ão
,D
71
.3
9 9 2 - 7 n d 3
C9
3 1 5 29 Bra U
8-8 75 CD
N 97 -85- o s I.
ISB 97 8 h
rin
ad
- Qu
rso
Cu
1.

Todos os direitos desta edição reservados à:

Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora


CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
A P R E S E N T A Ç Ã O
1.
Olá, amigas e amigos. Bem-vindos ao Curso A coleção será composta por 12 fascículos de-
BÁSICO de Histórias em Quadrinhos da Fundação senvolvidos por cerca de 20 autores experientes
Demócrito Rocha(FDR), uma iniciativa fabulosa em que atuam no circuito de quadrinhos do Ceará.
parceria com a Secretaria de Cultura de Fortaleza Entre os assuntos escolhidos, trataremos de rotei-
(SecultFOR). ro, criação de personagens, composição de página,
Nem é preciso dizer que as HQs (histórias em estilos de desenho, produção de tiras, quadrinhos
quadrinhos) são diversão garantida para todas as alternativos, tipografia e balonamento, arte-final,
idades. Quem nunca, né? cores, edição, mercado e blá-blá-blá. Tudo isso em
Pois aqui, diversos professores e quadrinistas uma linguagem acessível e didática, ricamente ilus-
irão propor caminhos teóricos e práticos para que trada e colorida, e acompanhando as aventuras de
vocês possam produzir as suas próprias HQs, do Gilberto, Mia e o cachorro Bolota!
seu jeito, provando que todos podem utilizar essa Com o primeiro fascículo vocês também rece-
linguagem para se comunicar como bem entender. berão uma superpasta colecionadora!
Isso é possível? Claro que sim. Para cada fascículo, convidamos os autores
Durante nosso curso, que vocês nem são doi- para desenvolver uma videoaula, que vocês pode-
dos de perder, apresentaremos diversas possibili- rão conferir às terças-feiras (mesmo dia de veicula-
dades, técnicas e materiais para abrir a sua mente ção do fascículo no jornal), às 13h, com reprise às
e encorajá-los a colocar suas ideias em forma de quartas, às 8h, na TV O POVO (48 UHF (aberta) – 23
imagens, textos, quadros e balões. Multiplay – 24 Net) ou a qualquer tempo no site:

q c ear a
uan e / h
o r g.b r/
f d r . -
m ig o s . Inscrevam
pera esse
c o m a gente, su a FDR. Curtam o
Fiquem d
E N T E no site o c ê s receberão
se GRAT uando terminare ipercertificado
UITA M m, v !!!
r h
rasupe
q
curso e, werult
e g a p o
seu m
2. HQ: Afinal,

e é I s s o ?
o Qu Também chamados de gibi,
comics, comic book, arte sequen-
cial, historieta, banda desenha-
da, mangá, manhwa, fumetti,
entre outros, os quadrinhos têm
muitas caras e formatos. Os mais
conhecidos são:

a)
Tira: popularizou-se
por meio dos jornais.
Normalmente em formato hori-
zontal e com uma divisão entre
dois a cinco quadros, o autor
apresenta uma pequena história
fechada (com humor ou não)
ou um capítulo de uma história
maior serializada. o
Daniel Brandã

b)
Página
dominical: um espaço
maior que a tira diária. Havia a
tradição de os jornais, aos do-
mingos, publicarem suplementos
de quadrinhos. Daí o seu nome.

4
c)te. Uma junção das palavras inglesas fanatic
Fanzine: publicação artesanal e independen-

e magazine. Inicialmente, surgiu como publicação


de fã-clubes de ficção científica. É normalmente
reproduzido em fotocópias, sem fins lucrativos,
e com total liberdade editorial. Pode abranger
qualquer tema, inclusive histórias em quadrinhos,
claro. Muito popular.

D)
Revista em Quadrinhos: os tamanhos
conhecidos como formatinho (13x21cm),
comic book (17x26cm) e magazine (20x26,5cm)
são os mais comuns para revistas em quadrinhos.
Elas se tornaram muito populares em nosso país
por serem facilmente encontradas em bancas e
revistarias, pela leitura prazerosa e pelas suas ca-
racterísticas estéticas. Os gêneros de super-heróis,
de humor e o infantil dominam o mercado.

E)
Álbum ou Novela Gráfica: em inglês,
conhecido como graphic novel. O termo
foi popularizado pelo quadrinista Will Eisner
em sua obra Um Contrato com Deus (1978).
Editorialmente, se parece muito com o formato
de livro, um romance, por exemplo. O álbum tem
maior número de páginas do que uma revista em
quadrinhos comum, podendo ter uma lombada1
quadrada ou não, apresentando uma história
mais densa e muitas vezes mais sofisticada. A
maioria dessas obras é dedicada a um público
mais maduro, embora exista graphic novels para
crianças e adolescentes.

1. Lombada (ou dorso): é o lado do livro


ou revista onde fica a costura das folhas, oposto
ao corte da frente, mantendo as folhas do livro
unidas. Pode ser quadrada ou canoa.

f)
Webcomic: quadrinhos publicados na inter- Manicomics (Fanzine):
net. Um meio muito eficiente e democrático Daniel Brandão, JJ Marreiro e
de novos autores mostrarem seu trabalho e for- Geraldo Borges
marem público. Capitão Rapadura (revista):
Mino
A lenda de uru (álbum):

5
Alex Lei e Ed Silva
As formas mais comuns de reconhecimento leitor que dará movimento, voz e sons à his-
de HQs (quadrinhos) são esses formatos que apre- tória lida6. Estamos falando das “habilidades in-
sentamos, mas elas, amigos, também podem ser terpretativas visuais e verbais” citadas por Eisner.
encontradas e reconhecidas em manuais de ins- Por isso, consideramos a HQ uma mídia7 que per-
trução, cartilhas educativas, em infográficos2 de mite ampla interação (diálogo) com o leitor, sendo
jornais e revistas, em algumas tapeçarias, em peças esse leitor corresponsável pelo andamento (ritmo,
de publicidade, em grafites urbanos, em estampas velocidade, seguimento) da narrativa.
de camisas etc. Então, vamos entender melhor a E você acha que existe HQ de uma só imagem?
definição de quadrinhos? Isso é possível?
Will Eisner, um dos mais importantes autores Conforme Henrique Magalhães, “uma HQ
de HQs, usa o termo “Arte Sequencial” para tratar pode ser realizada com uma única imagem des-
de quadrinhos. Segundo ele, quadrinhos é “uma de que consiga representar um movimento, narrar
forma artística e literária que lida com a disposi- um fato, contar uma história”8 Ou seja, é possível
ção de figuras ou imagens e palavras para narrar existir uma passagem de tempo, uma narrativa, em
uma história ou dramatizar uma ideia”3 Eisner diz uma única imagem. Ora, um desenho ou mesmo
ainda que “as histórias em quadrinhos apresentam uma foto podem ser compostos por diversos ele-
uma sobreposição de palavra e imagem, e, assim, mentos imagéticos, que, unidos, nos contam uma
é preciso que o leitor exerça as suas habilidades história, não é? Como a seguir:
interpretativas visuais e verbais”4.
ndão
2. Infográfico: elementos gráfico-visuais Daniel Bra
(fotografia, desenho, diagrama etc.)
integrados a textos curtos.
3. EISNER, Will. Quadrinhos e
Arte Sequencial. p.9. 2010.
4. EISNER, Will. Quadrinhos e
Arte Sequencial. p.2. 2010.

Scott McCloud, complementando Eisner, afir-


ma que o uso de “Arte Sequencial” poderia causar
confusão entre quadrinhos e animação, por exem- 5. Sarjeta ou Calha: Espaço vazio
plo. Para McCloud, quadrinhos são imagens orga- entre os quadros.
nizadas propositalmente de maneira justapostas 6. Se Liga Aê!: Você sabia que quando duas
com um determinado objetivo narrativo “destina- ou mais pessoas leem a mesma história em
das a transmitir informações e/ou a produzir uma quadrinhos, elas imaginam vozes diferentes
para os mesmos personagens? Que a
resposta no espectador”.
velocidade da ação e dos movimentos pode
Assim, é importante observar que, baseado ser maior ou menor e que alguns sons (pow,
nesse princípio, não adianta duas imagens estarem bum, crás, triiimm) podem ser mais ouvidos
lado a lado se o leitor não concluir o que está por uns do que por outros?
acontecendo nessa transição de quadros, ou 7. Mídia: suporte de difusão da informação.
seja, se não houver uma história passando por aí. Meio intermediário de expressão e de
Portanto, o fenômeno chamado de “conclusão”, transmissão de mensagens.
que ocorre na cabeça do leitor quando passa o 8. SILVA, Fábio Tavares da. História em
olho pela sarjeta (ou calha)5, é o que dá unidade Quadrinhos no Ensino de Artes Visuais. P. 28.
e sentindo à narrativa sugerida pelas imagens. Guimarães. 2010, p.31.
O autor imagina as cenas (os quadros) e as
6 apresenta para o leitor, mas será a leitura deste
ria,
i c o m o “ te xto” a histó
dendo aqu , o nosso
texto, enten h is tó ria, ou seja
o rote iro . A rrativas
a narrativa, to d a s a s decisões na
ue guiará
“texto”, é q rinista é,
do autor. que o quad rias?
e estéticas m o s d iz e r
ode histó
Ei, então p c o ntador de
d o , u m
antes de tu
é . M uito prazer! o, mas até a
gora em
Sim, ele ve te r p e rc e b id O na
Você não de o s a p a la vra DESENH
não utiliza m be
nosso curso e , si m , IM AGEM. E sa
quadrinhos, aioria dos q
uadri-
definição de m b o ra a m
emos
Porque e hados, pod
o porquê? sã o d e se n -
onhecemos grafias, pintu
nhos que c a rt ir d e fo to
os feitos a p ode ser cha
mado de
ter quadrinh d o is so p ser-
s etc. Tu stejam a
ras, colagen a g e n s e .
que essas im de uma narrativa
HQ, desde ia ,
ma histór
viço de u agora não , é? fazer
Ficou m a is c la ro
b o a s id e ias para se
ocê tem o dese-
s e m Então, se v a q u e não domina

o que as his e con-
ri a
istória, mas
a c h ja com
r p e rc e b id u m a h rm a d e c o nstruí-la, se a
Você já dev
e te
d a s p e lo cruzamento
d
ss e n h o , p ro c ure outra fo u tr o s re c u rsos que a su
a E o
quadrinhos
são form
tura e
9 imagem. s, colagens
ou com
l it e r a o é m a is fo to
ntos: que nã sugerir.
juntos disti m n o v o conjunto, v o , c o m criatividade
ri a u o n o
encontro c em, mas alg 10 ): as
nem li te ra tu ra , nem imag
in g u a g e m e sintaxe
(l
as próprias
característic n h o s!
quadri
histórias em rita.
tura: arte
da esc
9. Litera ção,
e: composi
10. Sintax stru ra.
,etu
organização

do cru-
n h o s, o resultado
os qu a d ri ará-
Portanto, n e a im a g em é insep m
tre o texto . Existe
os sem texto balões,
zamento en q u a d ri n h
xistem m
palavras), se ão sem
vel. Não e d o s (s e m
m u s n
quadrinhos o u re c o rd atórios, ma
ias
onomatope

7
R A A S U A M E N T E !
AB
Já ouvi algumas vezes a seguinte frase: “Gos
to de mangá, mas não gosto de HQs”.
E vice-versa. Afirmar que gosta de um e que
não gosta do outro é o equivalente
a dizer que gosta de água, mas não gosta
de H2O, já que ambos essencialmente
são a mesma coisa. Mangá é o termo utiliz
ado para designar as histórias em
quadrinhos (HQs) produzidas, originalmente
, no Japão. Fica a dica!

p a s e M é t o d o s d e
3. Eta

d u ç ã o d e H Q s
Pro

niel Brandão
3.1. Etadeppraodsução de uma HQ podem con-

Wi lson Vieira e Da
As etapas (2) o desen-
ei a (c on ce pção) da história,
ter: (1 ) a id o), (3) a
to do ar gu m en to (texto narrativ
volvimen teiro
rs on ag en s, (4 ) a escrita de um ro
criação dos pe 11 de páginas,

et o, (5 ) os es tu dos de leiaute ima-


compl o ou da definição da
ão do de se nh -
(6) a execuç nq ui m ou digital, (8) a co
-fi na l a na
gem, (7) a arte to (balonamento
e efeitos
e o le tr ei ra m en apas
lorização r ca da uma dessas et
m os es tu da
sonoros). Va elhor a impor-
de co rr er do cu rso e entender m
no
a delas.
tância de cada um
-out): rasc unho e esboço
5. Leiaute (lay rinhos,
da composiçãoda página de quad
hos,
uição dos quadrin
incluindo a distrib ag en s etc.
balões, person

x-
ív el im ag in ar um a HQ sem ideia, te
Não é poss Pode haver
to e/ ou ro teiro) e imagem.
to (arg um en res, de-
ho se m ba lõ es , arte-final ou co -
um quadrin in te nç ão de cada autor, afi
ci sã o e
pendendo da de sobre a ordem de
execução
o ex ist em re gr as ica, ex-
nal, nã e você, com a prát
as . Su gi ro qu
dessas etap método que
para encontrar o
8
en te va ria çõ es quência
perim você. A minha se
s efi ci en te pa ra não
seja mai pa ra mim, mas pode
pi to : se rv e
preferida (re
a seguinte:
servir para você) é
(1) Faço o roteiro completo – (2) Crio o visual dos
personagens e faço estudos sobre eles – (3) Produzo
vários leiautes de páginas para chegar nas melho-
res soluções narrativas (esta é uma das etapas cria-
tivas que mais gosto) – (4) Faço as letras e os balões
antes de desenhar (assim, garanto uma harmonia
nos quadros evitando uma disputa por espaço) – (5)
Desenho tudo a lápis – (6) Arte-finalizo com cane-
tas, pincel e nanquim – (7) Digitalizo cada página e
começo a colorir digitalmente.

3.2. Métodos

a) b)
Método Autoral
Método Industrial
As grandes editoras japonesas e ameri- Acredito que haja, sim, autoralidade
canas trabalham em um método industrial de pro- no método industrial de fazer quadrinhos, mas é
dução de quadrinhos. Grandes equipes de profis- inegável que nele o controle criativo de cada pro-
sionais envolvidos na produção de única história, fissional seja limitado.
garantindo sua agilidade. Nelas, as tarefas são divi- Quando uma história em quadrinhos é produzi-
didas e coordenadas por um diretor de arte ou por da por um grupo de amigos ou por uma dupla cria-
um editor. tiva, o controle das ideias e/ou da experimentação
Um mangá pode envolver: editor, escritor, de- está mais próximo das mãos dos autores. Todas as
senhista e equipe de assistentes. Cada um desses decisões podem ser conversadas entre os artistas
assistentes pode ser responsável por desenhar coi- e o editor. Grande parte do mercado europeu e
sas muito específicas dentro da sua especialidade. brasileiro de quadrinhos funciona assim.
O ritmo da produção é muito acelerado, resultando Uma história em quadrinhos também pode ser
em capítulos de semanais de uma extensa história. totalmente produzida por um único autor. Nesse
Nas grandes editoras americanas de comics, caso, o artista escreve, produz as imagens, as colore
cada equipe criativa de uma revista pode envolver (se for o caso), faz o balonamento e a tipologia12.
editores, roteiristas, desenhistas (também chama- Esse tipo de HQ pode ser editada, reproduzida em
dos de lapistas), arte-finalistas, letristas e coloristas. diversos formatos e distribuída por uma editora ou
Normalmente, as decisões criativas são tomadas por pelo próprio autor de maneira independente, em
uma cúpula de editores e repassadas como diretrizes um verdadeiro exército de um homem só!
para os roteiristas de cada título. Também é bastante
Tipologia: estudo e execução das fontes
comum que boa parte dos componentes da equipe
(tipos de letras).

9
criativa não se conheça nem converse entre si, quase
sempre tendo contato apenas com o editor.
R A A S U A M E N T E !
AB
Quando se pensa em fazer quadrinhos ou em
ser um profissional dessa área, é
comum se pensar em ser desenhista, roteirist
a, arte-finalista e/ou colorista.
Raramente se pensa em ser letrista, uma impo
rtante função na equipe. Existem
outras áreas de trabalho fundamentais: edit
or, diagramador, revisor, divulgador
ou crítico. E, você, em qual dessas caberia?

r a m e n t a s B á s ic as
4. Fer

Q u a d r i n i s t a
de u m
c)teriais de arte-final entre os de traço
Arte-Final: podemos dividir os ma-

4.1. Tradicionais
contínuo (canetas técnicas com nume-
rações variadas de pontas) e os de traço

a)balhar com gabaritos enviados por


variável (bico de pena, pincel e caneta
Papéis: os quadrinistas podem tra- pincel). Caso opte por trabalhar com pin-
cel ou bico de pena, você vai precisar de
editoras ou não. Normalmente trabalha- tinta nanquim.

d)
mos em um tamanho maior e proporcional
Corretivos: borracha branca ou
ao tamanho que a HQ será publicada. Os
preta macia e alguma tinta branca
tamanhos mais comuns de papéis para
opaca para corrigir eventuais erros de arte-
quadrinhos são o A4 (21x29,7cm) e o A3
final ou para criar efeitos, como estrelas no
(29,7x42cm). Papéis com maior grama-
céu, por exemplo. Obs: se o quadrinista
tura (mais grossos e pesados) têm maior
optar por trabalhar com lápis preto, utili-
durabilidade.

b)
zando o gradiente em tons de cinza, o uso
Grafites: o desenhista pode usar da borracha pode ser uma excelente forma
lápis, lapiseira ou ambos. Os grafites de provocar efeitos no desenho.

e)
mais comuns são o HB (para rascunhos) e
Auxiliares: régua, esquadro, gabari-
o 2B (para definições de traços). Grafites
tos de círculos e ovais.
da família H (hard) são mais duros e claros.
Grafites da família B (bold) são mais ma-

10
cios e escuros.
rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod e Raym un do Ne
r Daniel Brandã

1.didas demarca
Gabarito:
também conhecido como template. É uma folha
ou arquivo com as me-
das do tamanho que a página de quadrinhos
deve ser desenhada.
Cada editora tem o seu próprio gabarito.

2.está ali será “cortadoespa” naço gráfi


Mancha Gráfica: de uso seguro do gabarito que garante que nada
que
ca. As imagens mais importantes e todos os texto
s
da HQ devem estar dentro dela.

3.Um momentotamb
Quadrinho: ém chamado de quadro ou painel.
da narrativa.

4.ou o retânguloa “mo


Requadro: ldura” de um quadrinho. O formato mais com
e é chamado de hard frame. Variações desse
um é o quadrado
formato podem signi-
ficar cenas do passado, sonho, cenas de impa
cto, entre outras coisas. Podemos encon-
trar também um painel sem requadro, o open

5.
panel.
Sarjeta ou Calha: Espaço vazio entre
os quadros. O seu tamanho pode variar e
alterar o tempo da narrativa. Também é possível
construir uma sequência de pai-
néis sem sarjeta.

6.Normalmente apretamb
Caixa de Texto: ém chamada de caixa de narrativa ou recordató
senta o texto do narrador ou de um personag
rio.
em onisciente.
Muitos autores preferem usar a caixa de texto
para substituir o balão de pensamento.

c)solva fazer um trabalho misto entre


Scanner (digitalizador): caso re-

o tradicional e o digital, você precisará de


um scanner para transferir os seus dese-
nhos para serem tratados e editados no
computador.

d)
Mesa Digitalizadora: menos com-

4.2. Digitais plicado do que desenhar com o


mouse é trabalhar com uma caneta e uma

a)mesa ou um laptop.
Computador (PC): pode ser de mesa digital. A mais comum é a Intuos
(Wacon) e a mais eficiente é a Cintiq (per-

b)os mais comuns são Photoshop


Programas gráficos (softwares):
mite que o desenho seja feito diretamente
na tela, simulando o papel).

e)
(Adobe), Illustrator (Adobe) e o Manga Tablet: por ser portátil, você poderá
Studio EX. Hoje, no mercado, são diversos produzir seus quadrinhos de forma
softwares e aplicativos surgindo e desapa- digital onde quer que você esteja.

f)
recendo todos os dias, sendo facilmente Impressora: é claro que depois des-
encontrados em pesquisas na web. Use, se trabalho todo, você pode querer

11
experimente e escolha aquele que atender ter a sua HQ inteirinha na sua mão. “Parla,
as suas necessidades. HQ! Parla!”
C r ia ç ã o e T r a b a lho
5. O Local de

Q u a d r i n i s t a
do resultar em problemas de coluna (muito co-
muns em quadrinistas, devido ao tempo que
O ideal é que o seu local de trabalho permanecem na mesma posição).
seja agradável, com espaço e iluminação A sua mesa de desenho deve ser inclinada
adequados. Se for possível, escolha um lu- para favorecer a sua postura e evitar que você
gar mais tranquilo, onde a iluminação seja enxergue o seu papel distorcido e em pers-
suficiente. Caso use luminária, a direção pectiva. O ideal é que a inclinação seja per-
da luz deve gerar uma sombra da sua mão pendicular a uma linha imaginária que sai dos
para fora do papel. Se você for destro, seus olhos em direção ao papel. Caso você
por exemplo, a luz deve vir em diagonal da não tenha uma mesa de desenho inclinada,
esquerda para a direita. você pode improvisar com uma prancheta co-
Planeje um espaço organizado e práti- locada em mesa comum. No mercado (pape-
co, ou seja, em que seu material de traba- larias e casas de desenho) é possível encontrar
lho e de referência (revistas, livros didáticos, diversos modelos de pranchetas de desenho
álbuns) estejam próximos e, se possível, portáteis, inclusive que servem de estojo e já
que não tenha que se levantar tanto. Nem vem com régua paralela. Pense nisso!
é preciso dizer que, assim, a sua cadeira
deve ser confortável e ergométrica, ou seja,
que evite posturas incômodas que possam

ndão ra
Daniel B

12 ncheta por
tátil
Mod elo pra
6. Conclusão
eiro
tu rm a. E, ao fin al de nosso prim
É isso aí, parece su-
ix o um a m ensagem que me
fascícul o, de s po-
te ne ss e m om ento: Todos nó -
perimportan ri n h o s. Basta ter histó
q u ad
demos fazer co ntre uma que se
ja a sua.
a co n ta r. En com
rias par ça se divertindo. Faça
am a. Fa
Faça porque ! Ah, e óbvio,
ss io na lis m o. M as apenas FAÇA boa está
profi a o que a galera
an te H Q s. Sa ib
leia bast
.
aprontando por aí com vocês. Por en
quanto é
e a fo rç a es te ja
E qu
só pessoal!!!

13
a M a is s o b r e H Q s
Leia e Saib
A Guerra dos Gibis, de Gonçalo Junior.
Editora Companh ia das Letras. São Paulo, 2004.
A Leitura dos Quadrinhos, de Paulo
Ramos. Editora Contexto. São Paulo, 200
9.
Desvendando os Quadrinhos, de Scot
t McCloud. Editora Makron Books. São Paulo
, 1995.
História da História em Quadrinhos
, de Álvaro de Moya. Editora Brasiliense. São
Paulo, 1996.
História e Crítica dos Quadrinhos
Brasileiros, de Moacy Cirne. Editora
neiro, 1990. Europa. Rio de Ja-
Literatura da Imagem, de Román Gube
rn. Salvat Editora do Brasil. Rio de Janeiro, 1979.
Narrativas Gráficas, de Will Eisner. Edito
ra Devir. São Paulo
, 2005.
O que é História em Quadrinhos, de Soni
a M. Bibe Luyten. Editora Bras iliense. São Paulo, 1985.
Os Quadrinhos: linguagem e semiótic
a, de Antonio Luiz Cagnin. Editora Criativo.
São Paulo, 2015.
Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will
Eisner. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo, 2010.
Produzindo Histórias em Quadrinhos
com Software Livre (Gimp e Inkscape)
para o blog Nóis na Tira (noisnatira.com) , de Rodrigo Leão
https://pt.scribd.com/doc/13557779/Tutorial-HQ
s-com-Software-Livre
Quadrinhos: guia prático, de Humbert
o Avelar e Marcelo Salerno
https://pt.scribd.com/document/193556097/H
istorias-em-Quadrinhos-Um-Guia-Pratico

14
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

Luiz Sá, desenhista, carica- como brinde para seus clientes,


turista, ilustrador, quadrinista, sendo, na década de 1970, res-
pintor, cenógrafo e publicitário, gatada parte desse material por
nasceu em Fortaleza, Ceará, em José Luiz Parrot, integrando, após
28 de setembro de 1907. restauração, em 2013, o docu-
Filho e neto de desenhistas (seu mentário “Luz, Anima, Ação”, de
avô Luiz Sá foi o único desenhista e Eduardo Calvet.
pintor entre aqueles que fundaram Na década de 1940 a 1950, o
o movimento de letras e artes co- também publicitário Luiz Sá ilus-
nhecido como Padaria Espiritual, e trava diversos panfletos e cartilhas
a sua mãe, Francisca Sá de Araújo, do Serviço Nacional de Educação
professora de desenho na Escola Sanitária – onde trabalhou por 12
Normal), quando criança, rabisca- anos –, além das aberturas de jor-
va calçadas com carvão e reunia nais cinematográficos (do também
diversos cadernos de esboços e cearense Luiz Severiano Ribeiro),
desenhos. Estudante do Liceu, fa- ilustrações para as emissoras de TV
zia o Charleston, um jornalzinho Foi ali, em abril de 1931 (até Rio, Continental e Globo (década
a mão. Chegou a trabalhar como 1960), que o Brasil conheceu os de 1960) e desenhos ao vivo para
gravador de clichê em jornal e a ter seus mais famosos personagens: plateia de programas de auditório
pequena colaboração em revista Reco-Reco, Bolão e Azeitona, que da Rádio Globo.
humorística em Fortaleza. tinham a característica originalís- Em 1974, contraiu tuberculo-
Por volta de 1928, partiu ao sima, na época, de apresentar se, sendo internado no Sanatório
Rio de Janeiro onde expôs cenas “traços redondos”. Além deles, o Azevedo Lima, em Niterói, Rio de
e costumes do Ceará em bicos- cão Totó, o ratinho Catita, o de- Janeiro. Durante esse período,
de-pena aquarelados. Trabalhou tetive Pinga-Fogo, Maria Fumaça não deixou de desenhar, criando
no jornal O Imparcial, diagra- (revista Cirandinha), Louro/Faísca ilustrações sobre a doença.
mando a página de esportes. (revista Tiquinho), assim como o Faleceu em Niterói, em 14
Seu primeiro trabalho, pu- “bonequinho” utilizado na seção de novembro de 1979, vítima de
blicado (na revista Eu Vi) por de crítica de cinema do jornal O complicações pulmonares, mas,
Adolfo Aizen, editor de O Malho Globo, a partir de 1938. como sempre, desenhando!
e futuro proprietário da Ebal, Projetou e resolveu produ- Em tempo: O primeiro edi-
era composto de cenas famosas zir “As aventuras de Virgulino”, tal/prêmio feito especificamente
da história brasileira – que fazia uma série de curtas de animação, para quadrinhos no Ceará rece-
para não dormir, quando tra- com intuito de apresentá-la a Walt beu a denominação de Prêmio
balhava como vigia noturno no Disney, o que só não aconteceu por Luiz Sá, criado por Raymundo
Hospital da Gamboa. Com esses impedimento do Departamento Netto, enquanto coordenador
desenhos, realizou uma exposi- de Imprensa e Propaganda (leia-se das políticas do livro na Secretaria
ção no Museu de Artes e Ofícios “censura”) do governo de Getúlio da Cultura do Estado do Ceará,
(1931). Também foi Aizen que o Vargas, em 1941. Pioneiro do cine- durante a gestão do prof. Auto

15
convidou para publicar na revista ma de animação no Brasil, vendeu Filho, em 2010. Desde então,
Tico-Tico, considerada a primeira esse material para uma loja de pro- nunca mais! Que tal, ressuscitar-
revista em quadrinhos do país. jetores que o oferecia, em pedaços, mos esse Prêmio, hein?
Daniel Brandão (Autor)
jornalista graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2007, quadrinista, ilustrador, arte-educador e empre-
sário, direcionou suas atividades profissionais ao desenho artístico e aos quadrinhos, tendo cursado a Joe Kubert School
of Cartooning and Graphic Arts, em Nova Jersei (EUA). Ganhador de três prêmios HQ Mix pela publicação Manicomics,
trabalhou com diversas editoras, revistas e empresas nacionais e internacionais, tais como DC Comics, Marvel, Dark Horse,
Abril e Maurício de Sousa Produções. Criador dos personagens Liz, Sebastião e Cariawara, possui um estúdio próprio em
Fortaleza, Ceará (Estúdio Daniel Brandão), onde oferece cursos de desenho, quadrinhos e mangás.
Site: estudiodanielbrandao.com
Facebook: www.facebook.com/estudiodanielbrandao
Twitter: @danielbrandaoHQ

Guabiras (Ilustrador)
Desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016,
completa 18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras
publicações e personagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou
individuais. Para conhecer mais sobre a produção de Guabiras, acesse:
blogdoguabiras.blogspot.com.br

Apoio Realização
22 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

ROTEIRO E
NARRATIVA
Zé Wellington e
Ricardo Jorge
1. Introdução

ro-
m g ra n d e d e safio para um
U ara os
s é explicar p
teirista de HQ alho na
it o re s q u a l é o seu trab ais
le
u çã o d e u m a obra. Por m
prod cia da
ça a importân
óbvio que pare m as-
t ó r ia si , é mais comu
his e m s
a s h is tó ri a s em quadrinho
sociar que se
, fazendo com
aos desenhos
Qs, o roteiro
tem
se q u e , e m H -
pen do que os dese
im p o rt â n ci a
menos gano!
h o s, o q u e é um grande en erá
n , você conhec
íc u lo
riação
te fa sc
s comuns de c
N es
as técnicas mai não re-
r o t eir o por mais que
ia-
d e . E
n d e m o s q u e a escrita cr
come uma “re-
tiva seja e
ncarada como
de um
a d e b o lo ” , por se tratar
ce it for-
b ás ic o , p ro p oremos uma
curso ra HQ,
seu roteiro pa
ma de iniciar o ou
n d o q u e vo cês, roteiristas
auxi lia on-
re s in ic ia n te s, consigam m
escrito mesmo
rio método. E
tar o seu próp izar
se u in te re ss e não seja roteir
que judará
fascículo lhe a
quadrinhos, o s gran-
n xe rg a r d e outra forma a
a e uê de
h is tó ri a s e saber o porq
des público
rem o grande
elas emociona
o. Vamos lá?
no mundo tod ins-
h , e n ã o se esqueça de se
A curso
ITAMENTE no
crever GRATU na TV
H Q s, a ss is ti r às videoaulas
de 23
V O (c a n a l 48 (aberto) –
O PO nosso
4 Net) ou em
Multiplay – 2
l:
Canal Especia

fdr.org.br/u
ane/hqceara

18
o e o r g a n iz a n d o
2. Desenvolvend

s: Es t rutura
as ideia rsonagem sem

b)
Não existe pe
conflitos. A
história
motivação e guém
é a história de al
de um personagem e, para isso,
qu e de ve ou precisa fazer algo
a ona-
ei a pa ra um a HQ pode surgir ve su pe ra r ob st áculos. Cada pers
A id lo autor de s (particulares
partir de uma si
tuação vivida pe ge m pr ec isa de motivaçõe
itura de rma de
po r al gu ém próximo, pela le ou im po st as a ele como uma fo “inimi-
ou
ra qu e o in sp ire , assim como de ão ) qu e o le ve m a superar seus
outra ob a piada m iss rsonagens
e ou m es mo a partir de um s” (q ue po dem ser outros pe
um fil m
sim, alguns elem
en - go veis etc.).
ou ve . A in da as ou se us m ed os e desafios inevitá to
que se ra que o leitor con- Jo hn le Carré: “‘O ga
po rt an te s pa zi a o es cr ito r
tos são im istória Já di pete’ não é o com
eço de uma
er e acreditar na h o- no ta
tre eles: os pers
ga en te nd de ito u te do
si
á le n d o . En st ór ia , m as ‘o ga to deitou no tape
que e st hi eiro
rio. rceba que no prim
ama e o cená
nagens, a tr cachorro’, sim”. Pe ito u no ta-
r (“o gato de
exemplo do escrito de um a
enas a descrição
2.1. Sobre os
pe te ”) , te m os ap
(“o
segundo exemplo
t e s
ação, contudo, no
s , a n
personagen
”) , temos
to de ito u no tapete do cachorro
ga omo
isas atena
tencial conflito. C
a s c o
po
d u
um
,
de
o
ão
d

u
rr
de t
vence a dis-
a es sa história? Alguém
tes:
rm in ilidades
a n
? Há outras possib
o im p o r t
te
ã
pe
s
ta
, é esse conflito
pu ta pe lo que
sf ec ho ? O u se ja
de de r e o “pren-
ia se m perso- riosidade do leito

a)
hi st ór a cu
Não existe
pr ov oc a
ome de”à história.
nagens. Todo
mundo que cons
teat ro ,
drinhos, cinema,
uma história (qua la vi da e
se interessa pe
séries de TV etc.) ). Isso
st in o de se u(s) personagen(s
identificação
pe lo de que te-
te ce de vi do à
acon o por-
personagem(s), nã
mos com esse(s) para
e qu er em os se r iguais a eles, mas
qu rtas
comportam em ce
saber como eles se pa rt ir de
destino deles a
situações e qual o na,
es co lh as . O pe rsonagem funcio
suas e de
como uma espéci
em certos casos, itar.
mos seguir ou reje
modelo que pode

19
É raro que uma história tenha apenas um per- Também é importante situar sua história num
sonagem (embora seja possível, como nos monó- determinado espaço (real ou ficcional), que pode-
logos teatrais ou em narrativas literárias curtas). mos chamar de cenário. Se esse espaço for real,
Em geral, além do personagem principal, ou pro- procure conhecê-lo bem para não fazer representa-
tagonista, existem outros tipos de personagens: ções erradas, seja de uma rua, um bairro ou de uma
cidade. Sendo esse espaço ficcional, atente em
* o(s) ajudante(s) do protagonista deixá-lo coerente com a história que você irá de-
(amigos, mentores, colegas de trabalho senvolver. Se num mundo ficcional o telefone nun-
ou de aula etc.); ca foi inventado, não poderá existir, por exemplo,
* o antagonista (o “vilão”, muitas vezes) e seus a internet, celulares e expressões ou gírias atuais.
ajudantes; Esse mundo ficcional (que alguns estudiosos cha-
mam de “mundo possível”) deve ser lógico não em
* o destinador (alguém que pedirá ao protago- relação à nossa realidade, mas em relação à reali-
nista para executar uma certa ação); dade dos seus personagens. Mundos possíveis di-
ferentes criam situações diferentes, mesmo que as
* o destinatário (alguém que receberá
ações sejam as mesmas. James Bond e o incrível
os benefícios da ação executada
Hulk são heróis ficcionais de estilos bem distintos.
pelo protagonista).
Uma mesma armadilha para ambos tem significa-
É preciso lembrar que esses personagens po- dos diferentes: um tiro de revólver pode matar o
dem não ser pessoas de carne e osso, mas animais, agente 007 e não fazer nada ao Hulk, não é assim?
robôs, máquinas, uma catástrofe da natureza ou Falamos que não existe personagem sem con-
uma doença, por exemplo. Tudo isso depende do flito, pois é o conflito que motiva a(s) ação(ões) da
gênero e da mensagem de sua história, fatores história. É comum (ainda que isso não seja uma re-
que ajudam na criação da trama, que é o resu- gra) a existência de uma estrutura narrativa que se-
mo da história. lecione as partes mais importantes de uma história e
coloque-as dentro de um modelo. O esquema mais
comum (A), criado por Vladimir Propp, é esse:

20
u ema Quinário
A Esquema canônico
da Na r r a t iv a o u Es q

Transformação

Es ta do
Di nâ m ic a Re so lu çã o
Co m pl ic aç ão Fi na l
Es ta do ou Fo rç a
In ic ia l ou Fo rç a eq ui lib ra da
pe rt ur ba do ra
C l ím a x

ão

Açã
ns
1.sonagem na sua rotina cotidiana:
o estado inicial é, em geral, o per-

o em
ce
Ação

as
C r is e

em
casa, trabalho, família etc. Isso serve para

Que
mostrar ao leitor um pouco de quem é e

ão

da

como vive o personagem;

2.
depois ocorre uma complicação ou Ep
o
o c im e n t ílo
força perturbadora, ou seja, algo
çã Aconte go
i nte
que tira o personagem de seu estado ini-
os In s t ig a
cial (ou de conforto): um chamado, uma p
ex
Tempo
convocação, um acidente que acontece
com ele ou com alguém próximo a ele;

3.de ações (missões, perseguições, ca-


chamamos de dinâmica o conjunto

ças) que o(s) personagen(s) deve(m) fazer ista


para atingir seu objetivo e/ou voltar a seu tação do protagon

1.
o: apresen
estado inicial ou mudar essa condição Exposiçã
biente.
e de seu am
(isso depende do destino que você quer
ant o que moti-
e:
to instig

.
en

2
Acontecim
para seu personagem);
gonista.
4.dora é o que chamamos muitas ve-
a resolução ou força equilibra- v a a a ç ão do prota
umen-
a ação vai a
:
ascensão

3m.etanntadnoddoepinarate o protagonista;
Ação em a d e , a s dificuldad
es vão
zes de clímax da história. O seu grande n si d
momento. Acontece quando a compli-
cação é resolvida: aqui, tanto o persona- au is-
tagon
va o pro
ento que le

4.
gem pode voltar a ser o que era quanto Cr is e : o m o m
aior feito;
pode se modificar; ta ao seu m

5.
crise;

5.
o estado final, ou desfecho da solução da
ímax: a re
Cl
história, mostra ao leitor como tudo
se resolve e como a história termina. o se resol-
queda: as coisas vã

6.v
Em geral essa estrutura narrativa tende Ação em uindo;
a a ç ão vai dimin

21
a obedecer temporalmente ao seguinte e n d o ,
sua
a história e a

7.mensag final.
c h o d
Epílogo:
gráfico (B), conforme outros autores: od e sf e
e m
Legal, não é? Deu para perceber que nos filmes, que é isso, essa capacidade de entender o conflito
em livros e nas HQs as coisas acontecem assim? desse personagem, imaginar o que faríamos se es-
Duas coisas não podemos esquecer: a primeira tivéssemos na situação dele (e mesmo sofrer com
é que, em geral, a estrutura narrativa antes ele), que nos ajuda a construir essa identificação
do clímax é maior do que a estrutura nar- e faz com que esses personagens se tornem queri-
rativa que vem depois dele. Ou seja, o clímax dinhos dos leitores. Pense nisso.
acontece mais próximo ao fim da história, justa-
mente para segurar o leitor até o final.
A segunda é que toda história deve ter, como
dissemos acima, uma mensagem, um sentido final,
uma espécie de moral (cuidado para não parecer
“conselho” ou ser didático demais, pois a arte não
precisa disso). Nas histórias românticas, por exem-
plo, o amor (às vezes) vence. Na ficção científica,
o inimigo nem sempre é abatido, o que mostra a
limitação dos seres humanos. É sempre importante
você se perguntar ao escrever a sua história: “o
que eu quero com isso? Qual é a “mensagem” que
eu quero passar com ela?”
Perceba ainda que os conflitos devem ser os
do personagem, ou seja, devem ter a ver com as
características dele. Por exemplo: um super-herói
teme o fracasso; um explorador teme não poder
mais viajar; um feiticeiro teme perder a sua magia
etc. Ao mesmo tempo, devemos poder nos identi-
ficar com o conflito do personagem: seus questio-
namentos devem ser aqueles que nós mesmos nos
faríamos se estivéssemos na pele dele. Bom notar

adrinis ta
Quadrinhês: o glossário d o q u do Ne tto
Raymun
por Daniel Brandão e

1.um
Sangramento: toda
imagem que ultrapassa os limites da mancha
gráfica ou de
requadro. Muitas vezes esse recurso é
usado para ampliar o significado e o
impacto de uma determinada cena ou com fins

2.
metalinguísticos.
Full Page: uma página de quadrinhos com um só painel.
Se a imagem “sangrar”
a página, ela pode ser chamada de splash page

3.matos. A página gradpági


.
Página Gradeada: na de quadrinhos com quadros de iguais tama
nhos e for-

22
eada mais conhecida é a grade inglesa com 9
quadros.
o p s e , a r g u m e n t o,
3. Sin

t a e r o t e i r o
esc a l e
Depois de entender alguns conceitos de
estrutura da história, podemos falar so-
bre a forma de colocar estas ideias no papel.
Alguns termos devemos conhecer:

a)tória em, no máximo, uma página,


sinopse é o resumo de sua his-

deixando de lado a maior parte da ação e


apresentando os pontos principais. É feita,
principalmente, para ser uma forma rápida
de fazer as pessoas criarem interesse em ler
seu roteiro ou a sua HQ já pronta. Algumas
sinopses não revelam as principais surpresas
e nem o final da história;

b)
argumento é um relato mais deta-
lhado do que acontecerá na sua HQ,
contendo o início, o meio e o fim dela. Pode
trazer descrições de personagens e detalhes
dos principais momentos. É utilizado para
apresentar sua história em quadrinhos para
um colaborador ou um editor, por exemplo.
É um dos primeiros passos antes da escri-

d)HQ. Como veremos a seguir, é uma


ta do roteiro, como forma de organizar as roteiro é a forma escrita de uma
ideias do roteirista;

c)sumos das cenas de sua história.


escaleta é uma tabela com os re- descrição detalhada do que acontece na his-
tória, de forma a guiar o trabalho do autor
Seria o momento entre o argumento e o ro- e dos outros colaboradores (desenhistas de
teiro, em que você, de forma cronológica1, personagens e cenários, letreiristas, balonis-
começa a organizar o que deve acontecer tas, entre outros que a obra possa vir a ter).
na sua história.
1. Cronológico: Baseado numa
listagem de ações/situações

23
distribuídas no tempo.
R A A S U A M E N T E !
AB
Se você tem dificuldades de ter e/ou desenvolv
er ideias, uma das técnicas
mais interessantes para “quebrar o gelo” é
a tempestade cerebral (brains-
torm, em inglês). Pense em uma palavra ou tem
a. Depois, escreva, em poucos
minutos, tudo que vier à sua cabeça e tiver
alguma relação com essa palavra/
tema, sem pensar, sem censura, sem cort
ar nada. Quando acabar, leia tudo e
selecione o que pode ser aproveitado. Esse
pode ser um bom exercício e ponto
de partida para a sua história. Você quer tent
ar?

4. Formatos de

Rote i r o s
O formato do roteiro tem um
papel importante na construção de
uma HQ e na comunicação entre os
profissionais envolvidos.
Apesar de existirem modelos co-
muns de roteiro para HQs no merca-
do, não existe um padrão definido.
Daí, você fica à vontade para testar os
formatos (tradicionais ou experimen-
tais), de acordo com o seu trabalho.
No entanto, trabalhar em formatos
mais conhecidos facilita a sua comu-
nicação e melhor compreensão pe-
los demais membros da equipe que
construirão com você essa história
em quadrinhos. Apresentaremos aqui
dois possíveis formatos: o Marvel
Way e o Full Script:

24
rata. Na
t u r a d o Homem-Ba
nova aven me debaix
o
r ia c o m p rando uma r e n t e t e m um volu o m o
a na livra ua f re c
Ivan estav b e q u e a pessoa a s e ç a a m a tutar sob
e
ixa, Ivan p
erc speito e co
m penetrado
fila do ca li t o p e n s ando a re s e g u r a n ç a está com
Ele fica af ua frente
.O Ao tentar
da blusa. n ç a q u e está à s a t e n ç ão a Ivan. drão,
v is a r á a o segu r a
e o u v id o e não d á
r r a n o s uposto la
a fones d b a a
úsica com ça, Ivan es uma jujub
ouvindo m a v is a r a o seguran d o b o ls o e oferece
ara e
o braço p a o volum hão.
levantar p o s t o la drão retir c a i d e s m aiado no c
usta. O su jubas, Iva
n
que se ass e r o p a cote de ju
tes de v
a Ivan. An

P á g in a 1 mos n uma grande


al: é dia e esta

a)
y
Marvel Wa a de
Quadro 1 - o g er espa-
ad o m o m en to da décad -
Pl an
e ve m o s ca ixas de livros
Em determin ics to m o u conta do merca livraria. O loca
do
l está lota
m a grande fila,
o
com pel
Marvel Co m curioso n to s. H á u essoas
1960, a editora a de títulos. O os os ca ixa. Entre as p
m a en xu rr ad o pela lhadas por tod en te a u m ca
com u e2 era creditad soas em fr bem vestido,
de
do americano iris ta Stan Le menos dez pes em m ag ro e
era perceber q
ue o rote nta de vinte IVAN, um hom do caixa, um se
gurança
. M as como dava co na fila vemos o la d o
h istó rias lveu seu arenta an o s. A ENTE
maior parte das mesmo tempo? Lee desenvo o no máximo qu e co m p en et rado. A ATEND
ou mais título
s ao
ia b as ic am en te em entregar com fones de
ouvido parec
que consi st que eles de- o.
próprio estilo, enhistas para e estar gritand
ão s d o s d es histó- no caixa parec
argumento nas
m
a co m o b em entendessem a a
senvolvessem
da form e, que também er enta o últi-
TEXTO
h o , Le
da fase do d es en
uía os diálo- xt a- feira, Ivan enfr
ria. Ao término p ág in as d es enhadas e incl Way. Numa tarde q
uen te d e se
o editor, receb
ia as
te iro n o estilo Marvel is so da semana.
m exemp lo d e ro
, o Marvel Wa
y mo comprom
gos. Acima u ú ti l n a é p o ca
ha sido hista o
Ainda que ten ãos do desen
m E
ATENDENT
d e ix a n a s a HQ.
que es da trama d
é um método e d o s d e ta lh -
controle da m
aior part
ce r u m ro teiro com pou Próximo! ece concen-
bemos que o fe re ode tra- d e IVAN, que par
inexperiente p Quadro 2 -
io
Entretanto, sa d e se n h is ta Plan o m éd
B em à sua frente ve
mos
ara um teirista. a ve z.
cos detalhes p g ra d á ve is para o seu ro trado enquan
to aguarda a su
n é q u as e cobrindo os
olhos
d e sa , b o
zer resultados um homem de
casaco preto
s este homem d
e JOSUÉ.
rque, é h am ar em o
o em Nova Io e mãos nos bo
lsos. C
2. Stan Lee
(1922), nascid io e criador de IVAN: ele pare
ce
ário, empresár o lh o s d e
- Close n o s
Quadro 3
, publicit vel: Homem-
escritor, editor pa rceria) da Mar
alguma coisa.
em s
personagens
(a lg un s Demolidor, O
H om em de Ferro, X-Men, se to rn ar surpreso com
Aranha, tros. Antes de
tre muitos ou rnais, entregav
a
Vingadores, en )
ituários em jo ando
IV A N (p e n s
es cr ev ia ob de te at ro .
famoso, ninha
fic e-boy e lanter ..
Não pode ser.
es , fo i of
sanduích e
lh e d e u m a das mãos d
- Plano d e ta
Quadro 4
volume
protuberante

b)
Full Script
mo co . U m
lado tem co as num ca sa
egasse um arm
a.
de ro te iro a o
e, cada JOSUÉ enfiad U É ca rr
Este formato o cinema. Nel o, como se JO S
mente , o ro te iro d
cenário chama atençã meça a
base, principal , que incluem o d io d e IVAN: ele co sta.
es - Pla é
Quadro 5
d et alh n o m
quadro é descr
ito em (o tempo), ela sua te
sa , as co n d ições climáticas os ele- o . G o ta s d e suor descem p
as nagens e outr d
onde a ação se
p
to s d o s p er so m tremer assusta
expressões e se
ntimen
an te s. O Full Script te
do quadro
im p o rt
odem ser e
mentos que p to : a descrição

25
ois m o m en ve s va-
basicamente d at o d e ro te iro encontra le :
os diálogos.
Esse form m
te ir is ta, m as no geral é assi
irista para ro
riações de rote
Para trabalhar com o Full Script, a
maioria dos roteiristas de HQs usam a
forma e a nomenclatura do audiovisual
para formatar seus roteiros. Segundo
Gian Danton, os principais termos utili-
zados para enquadramentos3 na ela-
boração de roteiro são:

* Plano geral: é quando se preten-


de destacar o cenário ou tudo que
está em volta dos personagens no
quadro. Personagens costumam ser
mostrados de corpo inteiro nesse
tipo de enquadramento;
* Plano médio: mostram os perso-
nagens da cintura para cima. São
muito utilizados em quadros que mos-
tram os personagens falando;

* Close: ângulo fechado no rosto


de um personagem. Existe também o
big close, que é um close ainda mais
fechado em alguma parte do corpo
(mãos, olhos, boca etc.).
* Plano detalhe: enquadramento
em um objeto específico de cena
que se quer destacar naquele quadro
(uma arma, uma carta, uma joia, velo-
címetro etc.).

3. Enquadramento:
delimitação de imagem
(o que aparece ou
não em quadro).

Outras expressões são importantes


para que você possa guiar melhor o
desenhista na interpretação da página
que você planejou em seu roteiro:

* Primeiro plano e segundo plano:


são expressões usadas para detalhar
informações sobre o que está mais à
frente (primeiro plano) e o que está Acima, exemplos de Planos,
mais atrás no quadro (segundo plano); Geral, Médio, Close e detalhe

26
(por Daniel Brandão)
* Visão subjetiva: é uma forma de dizer que * Em Off: quando constar entre parênteses
esse quadro deve mostrar o que “o personagem e ao lado do nome de um personagem na
está vendo”; parte dos diálogos, essa expressão indica
que o personagem que fala não está
* Quadro de impacto: é uma forma de destacar no quadro, mas pode ser “escutado”
um quadro específico na página. É como dizer ao por quem está nele.
desenhista que esse é o quadro mais importante
daquela sequência;
4. A Era de Ouro dos
* Full Page ou Splash Page: com esse recur- Quadrinhos, segundo alguns
so, muito usado durante a Era de Ouro dos autores, limita-se entre 1938 a
Quadrinhos4 , inicia-se a história com uma pági- 1954, período no qual, nos EUA,
houve grande popularização das
na mostrando apenas um grande quadro, normal-
HQs (comics), com o crescente
mente uma cena do clímax da trama, o que atraía
interesse pelos super-heróis.
e atrai o leitor pela curiosidade. Hoje, costuma-se
chamar de splash page as páginas de impacto
com apenas um quadro;

!
ABRA A SUA MENTE
, ele pode escrever o seu roteiro em forma
Quando o roteirista também sabe desenhar
ções que estão contidas no full script,
de leiautes. Então, além de todas as informa
ação da página. Veja o exemplo a seguir:
o roteirista também pode indicar a diagram

te,
e B e to Fogue
Nota: A
H Q d
gra,
M a rre iro, na ínte link:
de J.J. eio do
lida por m
pode ser cial.blo-
:/ /l a b o ra torioespa eto-fo-
http 6/01/b
m.br/201 tml
gspot.co a tr u lh e iros-do.h
s-p
guete-e-o

Roteiro e
m forma de leiau
te.
27
5. Narrativa ado e/ou fu
turo: como

c)nças tendem a ser totalmen


t e, p a ss
Presen istórias para
r á es t ruturado? H
o tempo se te cronológicas
, ou
que
cria
o te m p o . Em geral, é comum
s n nas
seja, sem salto em algumas ce
ia e sele- as sa d o ”
sua histór
ao p s
t u r a d o possamos “vo
ltar ir ao futuro (mai
u u
Após ter estr irá h b ac ks) o
e roteiro, você s de flas lha é
fo r m a t o d (que chamamo ards). Essa esco
melhor fo rw
cionado o apel, ou as d e flas h gica,
a história no p raras, chamad ordem cronoló
como colocar qua- um a h istó ria em
agora definir o st rado em cada importante. Em vai acontec
er ao final.
Em
oq u e se rá m g) o q u e
seja, escolher t iv a in g lês, storytellin queremos sa b er
ra temporal dif
er te
en
. Narra
m
a forma
(e m a es tr u tu
u
dro de sua HQ liz a d o p a ra explicar ess uma história co
m
o o que acontece
no meio
is u ti st ra n d narrativa)
é o termo ma (que comec e m o
no começo da
r a história. g o
de conta xatamen- a lo
eceu;
tó ri
uilo acont
h is
as histórias é e ou no final da
por que aq
a d if e re n ça n a boa
O que faz contadas. Um querem os sa b er
ado?
será mostr
O e la s sã o
te a forma C
OM im, cabe o es p a ço

d)
. A ss m o
Cenário: co
sp e rd íc io
tada é um de sua página de habilidade do
dese-
ideia mal con e e st ru tu ra r n d e m u it o d a
você
a hora d irá mostrar Isso depe do clima que
ao roteirista, n o q u e n ã o tó ri a e
er o que irá e d a h is
ais nhista, do gên
ero quadrinis-
roteiro, escolh e ta lh a r (utilizando m p a ra o leitor. Alguns
r. D ss a r e com-
e ainda como
irá mo st ra p a
a çã o (u ti liz ando menos quer criar e o s b a st a n te detalhados
sumir um a n á ri s.
quadros) ou re e xe mplo, terá fort
e in- tas preferem ce ferem cenários mais simple
ci ta r u m m u tro s p re o s e m
quadros), só p
ara
o o le it o r se relacionará co plexos. O
o s p re fe re m eliminar cenári
fluência na fo
rma com
r diretamente a
spectos Às vezes, outr o em todos) o
s quadros;
m d e a fe ta (o u a té m e sm
a história, alé alguns o
de que quer
a velocida
o dela.

e)
como tem p o e ri tm ze r q u a d ri -
p o : q u a l
za fa Tem á pel me-
história? H
o le o
do que era m ti- m in h a
Estava pensan sc o lh a s n a rr a
adotar p a r a is-
P o is si m . H á ainda outras
e
u a d ri n h o s. e ac el er ar o u retardar uma h
nhos, é ? autor de q eiras d usadas ao
d e ve m ser feitas pelo nos duas man s, e am bas podem ser
va s q u e ri n h o optar
ri n ci p a is d elas: tória em quad cê q u is er. A primeira é
s p ? vo ,
a história
Eis a se
n a r r a mesmo tempo
,
a la v r a s , ap enas com ações
r: quem sem p

a)
O narrado
n h o s, h á uma caixa por quadros se s q u adros sejam “lid as
os” mais
q u a d ri q u e es elimina
Em geral, nos e serve para co )
locar fazendo com to, assim, você
or d a t ó r io , q u En tr et an es-
chamada rec m (o u m ai s de um ra pidam en te .
s d o (s) p erso nagem(s), nec
u to
arrador ou de em primeira falas e os pensa
men
tos sejam most
rados
a fala de um n ri a é n ar ra d a se u s se n tim en
faciais
a histó
personagem. Se os o que o narrador nos con
ta sitando que os õ es e/ o u das expressões
as aç a ação em
pessoa (“eu”),
lem
is as (e que pode ser por meio de su n d a m aneira é dividir
d as co A se g u ua-
a partir da sua
visão
se a h is tó ria é narrada em e corporais.
re ta rd an d o -a (quanto mais q
verdadeira ou
não). Mas ”), muitos quadro
s, um só qua-
p es so a que não seja eu ), o u co locar tudo em
o u tr a - s le n ta veloz);
terceira pessoa
(“
r o u tro p er so nagem da histó dros, mai
d o -a (p o u co s quadros, mais
pode se dro, aceleran
esse narrador te d el a de jeito nenhu
m;
r p ar
ria ou não faze é
a história
isão: como

ba)gens serão mostradas. Em


P o n t o d e v mo as
a d a ? u i, a questão é co
mostr
A q a-
geral, vemos im
mos ver o
im n a g ens, mas pode
gens com o s p e rs o nos jogos
e n s e st ã o vendo (como
que os person
a g vezes,
p ri m e ir a p e ssoa). Outras
em s perso-
de videogame re ve za r, mostrando o
p o d e m ros
os autores
o p re ci so , m ostrando quad
n d é
nagens e, qua o. Esse recurso
28 s e st ã o ve n d
e ele
a partir do qu a;
it o u ti liz a d o em TV e cinem
mu
f) g)HQs pode ser representado pelas onomato-
Ritmo: qual o ritmo que quero dar Som: e que sons vou usar? O som nas
à minha história? Isso depende também
do estilo de leiaute de página que você quer peias, palavras que usamos para “imitar” os baru-
adotar. As tirinhas, por exemplo, tendem a três lhos. Alguns quadrinistas utilizam demais as ono-
quadros, então cabem neles respectivamente, o matopeias; outros não as adotam. Você, na sua
começo, o meio e o fim da história. Mas se você escolha, tem que ter a certeza de que um som
quiser fazer um trabalho mais extenso, pode pode ser “ouvido”/percebido apenas pela ação
usar praticamente os mesmos tipos e tamanhos desenhada ou se usando onomatopeias (tchibum,
de quadros em toda a história (como acontece crááás, bang, pow) deixará mais claro para o leitor
em Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons) o que acontece na cena.
ou alternar entre páginas com vários quadros e
páginas com splash pages (como acontece em Em resumo, são várias as decisões narrativas
Batman: o Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller). que um quadrinista deve tomar para dar forma à
Quadros quase sempre iguais e um sempre ao sua história. Algumas delas serão retomadas nos
lado do outro tendem a uma sequência sem próximos fascículos, mas pode ser interessante
emoção e/ou monótona. Porém, a variação de você comparar diferentes histórias em quadrinhos
quadros e uma nova distribuição na página se- e ver como cada uma delas é resolvida narrativa-
guinte pode sugerir um ritmo mais diversificado e mente. Lembre-se: uma boa história é algo muito
surpreender o leitor. Além disso, quadros maiores importante, mas o modo correto de contá-la pode
podem ser utilizados para registrar que aquela ajudar a torná-la mais interessante. Não é isso o
ação é muito importante; que você quer?

6. Um Passo

aP a s s o
nário e
lhe trama, ce
Passo 1: Deta
mos su-
Ant es de en ce rr ar este fascículo, va
a HQ. personagens s perguntas em poucas
át ic a de estruturar a su Resp on da as se gu in te
cipais?
gerir uma fo rm a pr
ção da arte o os personagens prin
pa ra o processo de cria palavras: (1 ) Q ue m sã
o irão ter-
Lem b ra m o s:
ita de bolo. O tip
o de his- co m eç am na história e com
ou re ce Com o el es ória? (3)
não exist e fo rm a
rá publicada, seu ta
ma-
) O nd e e qu an do se passa a hist
el a se minar? (2 como
tória, o luga r on de
os e outros st ór ia ? Como começa,
ta qu e cu idará dos desenh O que acon te ce na hi
ará?
nho, o ar tis
mente na forma
como o e como ela termin
fatores in te rf erem di re ta será o seu clímax
desenvolvido.
roteiro deverá ser

29
Passo 6: Deixe o texto “descansar”
Afastar-se do seu texto por um período de tem-
Passo 2: Escreva o
po pode ser saudável. Depois de muito tempo tra-
argumento
balhando no mesmo roteiro, na mesma história,
É a hora de sentar e descrever você já não consegue enxergar os seus problemas,
em detalhes tudo que acontece- pois está tudo muito certo na sua cabeça. Etapa
rá, construindo um argumento5. fundamental, pois excesso de confiança pode tra-
Esse é o momento para desenvolver zer resultados ruins.
a trama, seu início, meio e fim. Na pri- Passo 7: Revise o conteúdo final
meira versão do argumento, o roteirista Quando sentir que já se esqueceu dos deta-
pode se sentir livre para despejar suas ideias lhes do seu roteiro, é hora de voltar para fazer
sem preconceitos, sem medo de julgamento e uma revisão final. Leia imaginando ser o seu lei-
sem autocrítica. tor, como se estivesse lendo aquilo pela primeira
vez. Você vai se surpreender ao descobrir o que
5. Argumento: apresentação escrita, pode melhorar e como deixou passar certas coisas.
geralmente sucinta, de enredo, a partir Questione-se, mais uma vez, sobre a importância
da qual se desenvolve o roteiro de obra de cada sequência. Não tenha preguiça de reescre-
cinematográfica, de TV ou em HQs.
ver o que não parece funcionar. É o seu trabalho.
Merece a sua dedicação.
Passo 3: Refine o argumento
Agora, é necessário avaliar tudo que foi escrito

7. Conclusão
no item anterior de forma crítica. Será que não
existem partes desnecessárias para o andamento
da trama? Em algum momento um personagem
faz uma ação e não você mesmo não entende a
sua motivação? Avalie os acontecimentos e crie
novas situações se perceber que existe algo que O papel do roteirista é fundamental num
está acontecendo rápido demais na história. Não mundo onde cada vez mais se esperam histórias
esqueça que alguém, que não é você, irá ler a sua originais, inteligentes, bem construídas. Para tan-
história. Será que ele a compreenderá? to, os roteiristas têm que ser excelentes leitores,
Passo 4: Divida o argumento por conhecer as várias formas de expressão, inclusive
capítulos ou páginas de variadas linguagens (quadrinhos, teatro, cine-
Faça uma escaleta a partir do argumento. Ou, ma, TV, literatura etc.) se quiser inovar. Mas não
se preferir uma forma mais simples, comece a há dúvida de que precisa conhecer os formatos
“quebrar” o argumento em partes menores. Se específicos, pois é impossível inovar ou transfor-
estiver trabalhando numa grande história, divida mar regras se não dominar os principais métodos
o argumento em capítulos. Depois, divida as ações e/ou desconhecê-los totalmente.
do capítulo em páginas, escrevendo em até um pa- Este fascículo é apenas um pequeno porto no
rágrafo o que deverá acontecer em cada página. oceano de manuais de escrita criativa e de roteiro
Ainda não é necessário detalhar, apenas escreva que existem por aí. Levante a âncora de seu barco e
resumidamente os pontos principais. navegue o máximo que puder. Sugerimos que não
se contente com os livros referentes à Nona Arte
Passo 5: Desenvolva os capítulos ou páginas (quadrinhos), mas que busque orientações tam-
até o detalhamento dos quadros bém com autores de outras linguagens artísticas.
Com o resumo de cada página pronto, divi- Esperamos ainda ter contribuído para que você,
30 da os acontecimentos em quadros e adicione
os diálogos. Após terminar de escrever todos os
a partir de agora, faça uma outra leitura de suas his-
tórias em quadrinhos, com o olhar apurado de quem
quadros da sua história, você terá uma primeira quer decifrar o que faz uma determinada obra emo-
versão do seu roteiro. cionar e entreter de forma tão única o seu leitor.
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

No centro de Fortaleza, aos seu pai, que estava aflito com o


domingos, havia uma feira ao ar paradeiro do filho durante o dia
livre, na rua Barão do Rio Branco, inteiro, pagou o táxi e as revistas,
local onde eram comercializados destinando inclusive um quarto
gibis (revistas em quadrinhos) da casa para acolhê-las. Não sa-
e, portanto, onde se reuniam os bia ainda, mas seu destino estava
apaixonados pela arte sequen- traçado. Mesmo chegando a ser
cial. Foi nessa feira que o garoto militar, cursar economia e admi-
Silvyo Amarante, no final da nistração, montar uma agência
década de 1950 ao início da dé- lotérica – a Quadrinhos Loteria –,
cada de 1960, que se apaixonara ao final, decidiu dedicar-se à sua

undo Netto
pelas charges do personagem “O paixão eterna: os quadrinhos.
Amigo da Onça”, do cartunista Em 1994, inaugurou a
pernambucano Péricles, publi- Revistas & Cia e alugou galpões

Fotos: Raym
cadas na revista O Cruzeiro, entre (antes, alugava apartamentos
1943 a 1961 (data de falecimento exclusivos para esse fim), por
do autor, aos 37 anos), iniciaria a ele denominados de “Fortalezas
sua coleção que, mais tarde, jun- da Solidão”, para acolher o seu
tamente com revistas jornalísticas, acervo, uma espécie de “reserva
esportivas, cinematográficas, ál- técnica”.
buns de figurinhas, entre outras Adepto à leitura – sem boas
categorias do gênero, formariam notas ficaria sem as revistas –
o seu acervo pessoal de 400 e 450 Silvyo enveredou pela escrita, es-
mil periódicos únicos que, soma- crevendo artigos e crítica sobre
Revistas & Cia (Comics Shop)
dos ao acervo disposto na famosa quadrinhos e a compor longos Av. Pontes Vieira, 1843, Aldeota,
Revistas & Cia, a maior revistaria poemas que foram declamados Fortaleza/CE – fone: (85) 98837.0752
especializada do Ceará, compõem durante anos por Chico Anysio em (seg a sáb das 9 às 19h)
cerca de 2,5 milhões de exempla- suas apresentações em teatros6. Livraria e Gibiteria Fanzine
res (sem contar a coleção de cards A Revistas & Cia é hoje uma Rua Pedro I, 583, Centro, Fortaleza/CE –
e toys importados). das sedes de encontros de qua- fone: (85) 3252.3660 (seg a sex das 8 às 17h
Aos 12 anos, Silvyo soube drinistas e leitores de HQs e e sáb das 8h às 12h)

que o dono de uma banca na o simpático e dinâmico Silvyo Gibiteca Ravena


praça José de Alencar queria se Amarante é um dos maiores pro- Rua Solon Pinheiro, 279, Centro,
Fortaleza/CE – fone: (85) 98813.9979
desfazer de 2 mil exemplares de motores e apoiadores de eventos
(seg a sex das 7 às 17h e sáb das 7 às 16h)
revistas. Conversou com ele, dis- de quadrinhos em nosso estado.
Revistaria Art Cult
se que queria comprá-las e que o
Av. Washington Soares, 3690, Edson Queiroz,
pai as pagaria – embora seu pai 5. Silvyo lançou em 2010 a Fortaleza/CE – fone: (85) 3278.4342
não soubesse disso, mas... dito obra Mundografia Moderna, (seg a sáb das 9 às 21h)
e feito! Chegou em casa, à noi- com ilustrações de Glauco
MMG Comics

31
te, num carro de praça, lotado Sobreira e apresentação de Av. 13 de Maio, 2152, Benfica –
de revistas por todos os lados, e Chico Anysio. fone: (85) 98925.5191
a M a is s o b r e H Q s
Leia e Saib
Como escrever quadrinhos, de Gian
Danton. Marca de Fantasia. Paraíba, 2015.
Manual do Roteiro, de Syd Field. Edit
ora Objetiva. Rio de Janeiro, 1982.
O herói de mil faces, de Joseph Cam
pbell. Editora Pensamento. São Paulo, 1995
.
Story: substância, estrutura, esti
lo e os princípios da escrita de rot
Mckee. Arte & Letra. Curi eiro, de Robert
tiba, 2006.
Como escrever histórias em quadrin
hos, de Alan Moore
(http://www.terrazero.com.br/2009/11/alan-m
oore-como-escrever-historias-em-quadrinho
-parte-i/) s

Zé Wellington (Autor) Ricardo Jorge Guabiras


graduado em administração pela de Lucena Lucas (Ilustrador)
Universidade Estadual Vale do Acaraú, (Autor) desenha desde os 5 anos de ida-
com MBA em Marketing pela Faculdade de professor adjunto II do curso de de se baseando em tudo que se
Tecnologia Darcy Ribeiro. É analista técnico Jornalismo e do Programa de Pós- possa imaginar de quadrinhos
do Sebrae/CE, além de escritor e roteirista. Graduação em Comunicação pela no mundo. Em 2016, comple-
Tem, como principais projetos: Interludio e Universidade Federal do Ceará ta 18 anos em que trabalha
Quem Matou João Ninguém? (ambos in- (UFC), doutor em Comunicação como ilustrador e cartunista
dicados ao Trófeu HQ Mix) e Steampunk pelo Programa de Pós-Graduação no jornal O POVO (Fortaleza/
Ladies: vingança a vapor (vencedor do em Comunicação na Universidade CE). Tem inúmeras publicações
Troféu Angelo Agostini 2016). Participou de Federal de Pernambuco (UFPE). e personagens em HQs e fanzi-
diversas coletâneas e revistas especializadas Coordenador do projeto de exten- nes, ministrando oficinas e par-
em literatura fantástica e quadrinhos. É ain- são Oficina de Quadrinhos da UFC. ticipando de trabalhos/mostras
da vocalista da banda Sobre o Fim e podcas- coletivos e/ou individuais. Para
E-mail: ricardo.jorge@gmail.com
ter dos sites Iradex e Avantecast. conhecer mais sobre a produção
de Guabiras, acesse:
Site: zewellington.com
blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-717-9 (Volume 2)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
33 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Criação e
Desenvolvimento
de Personagens
J.J. Marreiro e Thyago Cabral
1. Apresentação

O personagem, todo mundo


sabe, é o elemento condutor
da história. É com ele que acon-
tecem as ações e é ele que reage
aos problemas apresentados pela
trama. Não existe narração sem
personagem. Entretanto, o perso-
nagem pode não ser necessaria-
mente um ser humano, mas um
objeto, um animal, a personificação
de uma ideia ou de um sentimen-
to. Neste fascículo, você aprende-
rá como criar e desenvolver o seu
próprio personagem. Vamos ten-
tar? Ah, e se ligue: se não se ins-
creveu ainda no Curso Básico de
Histórias em Quadrinhos, faça
isso agora, é GRATUITO e, ao final,
você receberá um megasuperultra-
pluscertificado da hora. E assista
às videoaulas pela TV O POVO (ca-
nal 48 (aberto) – 23 Multiplay – 24
Net), às terças, às 13h (com reprise
às quartas, às 8h), ou pelo seu canal
especial de novidades e muito mais
contéudo sobre as HQs:

fdr.org.br/u
ane/hqceara

34
. E Q u e m s ã o e s s es
2

r s o n a g e n s ?
Pe Em u m
se r
a
cl
h is
a

ss
ria, os perso
ifi cados por im
nagens
por-
podem ade, entre
n c ia o u p o r profundid

as.
outras form :
importância
Quanto a sua
ta: é o prin
cipal

a)
Protagonis mais
uele que tem
da história, aq u e le
çã o d e n tr o d a narrativa. Aq e-
aten p ara que pudéss
co n st ru íd o
que foi ria, seus
m p a n har sua trajetó
m o s a co s, derro-
fi o s, e xp e ri ê ncias, vivência
desa an, Beto
Exemplo: Batm
tas e vitórias. (de, vida
te (d e JJ Marreiro), Liz
Fo g u e tasma
, d e D a n ie l B randão) e Fan
e arte
rnando Lima).
Escarlate (de Fe
nista: Um
amigo

b)
Coprotago á
lguém que est
próximo ou a ta u-a
p re a o la d o do protagonis
sem nge o
umas vezes ati
xiliando-o. Alg do prota-
o n ív e l d e importância
m e sm iro do
ta . E xe m p lo : Robin, parce
gonis Verde.
to, do Besouro
Batman, e Ka
corren-

c)
ta: é o con
Antagonis e
ista, aquele qu
te do protagon d esa-
u i o b je ti vo s o postos a ele. É
poss a,
st an te ao lo n go de uma tram
fio con antemente
o -s e e p ropondo const
o p o n d errotar
ld ad es p ar a complicar ou d
dificu ,o
n ag em p rin ci pal. Mas afinal
o perso is se não
riam d o s grandes heró
q u e se queri-
es se s et er n os vilões mais ga
fossem
iv er so , hei n? Exemplo: Corin
dos do u n Kirby).
M ag n et o (d e Stan Lee e Jack
e

35
istória
presente na h

d)
te:
Coadjuvan , ocupan-
a r n o d esenrolar dela
para a ju d de uti-
e im p o rt â n ci a menor, mas
do um nível d dos.
cr u ci a l p a ra os fatos narra
lidade
cia
ossui importân

e)
Figur a n t e: n ã o p aços
s n a rr a d o s, ocupando esp
para os fato ou para dimen
sionar
a m b ie n ta çã o ou
a título de ci a is . P o de ser trocado
is , so
aspectos visua íz o para a tram
a.
o se m p re ju
removid
er-
o s u m a cl a ss ificação dos p
Agora verem a profundida
de:
se g u n d o su
sonagens
linear):
Plano (ou

f)
Personagem só-
i ca ra ct e rí st ic as definidas e
Possu visível
q u e n ã o se alteram. É pre a.
s,
lida
m p ro fu n d id ade psicológic
e não te o sacrifício
, se m p re inclinado a
H e ro ic o lão, que
sa lv a r o s o u tros; ou um vi nda-
para
rá ca p a z d e um ato de bo
jamais se e muito
O p e rs o n a g em plano serv
de . um
p a ra re p re se ntar um ideal, s
bem
É a b so lu ta m ente fiel a sua
conceito . edindo,
ct e rí st ic a s in iciais, não imp
cara
evolução.
porém, a sua
denso):
edondo (ou

g)
n a g em R
Perso el. Devido
visív
à
e n te im p re
Completam logicamente p
rofundo,
xi d a d e , p si co do
sua comple n fl it o s interiores, ten
e m co as
contraditório, s a o m e sm o tempo. Muit
çõ e
diversas motiva leitor.
ze s, ch e g a a surpreender o
ve
lor
ã o h á u m a h ierarquia de va
Observe que n o n d o e o plano. C
ada um
a g e m re d
entre person pósito específi
co.
te m o se u p ro
deles

36
3. Funções de um

Pers o n a g e m
b)
Histórias criadas para um
PERSONAGEM específico: Imagine uma
série de TV que despontou a partir de um filme.
Ela precisará de episódios semanais narrando no-
A primeira função de um personagem é nar- vos fatos, novos conflitos e novas experiências.
rativa, todas as outras estão ligadas a esta pri- Nesse caso, os episódios surgem para a per-
meira. O personagem pode ser criado para uma manência dos personagens. O mesmo ocorre
história específica ou histórias podem ser criadas quando um personagem de livro, de filme ou de
para servir ao personagem. Vejamos: seriado se torna um personagem de animação
ou de uma HQ. Então, sabemos, novas histórias

a)
Personagens criados para uma serão escritas para esse personagem.
HISTÓRIA específica: Em alguns casos, o
autor deseja explorar um determinado tema ou rea- Todo personagem tem uma finalidade pri-
lidade. Para ele, a história é maior que o per- mária, ou seja, a razão pela qual ele foi inicial-
sonagem, de forma que esse personagem servirá mente criado. Há personagens criados para qua-
apenas para essa narrativa, sendo descartado ao fi- drinhos, livros, games, bonecos, propagandas e
nal. Novas histórias não serão escritas, principalmen- por aí vai. As suas características principais
te porque o personagem cumpriu seu papel, como precisam atender, acima de tudo, a sua
os personagens Romeu e Julieta de Shakespeare. finalidade primária. Um personagem
de games deve funcionar e adequar-se
harmonicamente a todas as neces-
sidades de seu game. Além disso,
todo e qualquer personagem
pode possuir também utilida-
des secundárias, que são
funções, usos e aplicações ex-
tras. Um personagem criado
para tiras de jornal pode atingir
tamanha popularidade que al-
guma empresa pode achar interes-
sante utilizá-lo como mascote ou
“garoto-propaganda” de seus pro-
dutos. Um personagem de sucesso,
seja na animação, quadrinhos ou ga-
mes, acaba gerando produtos dispu-
tados por fãs e colecionadores.

37
é t o d o s D iv e r s o s
4. M

a r a C r i a ç ã o
p de per-
u m a re g ra para a criação
Será que exi st e mé-
s liv ro s, m a n uais, apostilas,
os o ns podem
sonagens? Tod b re cr iar personage
m a s so deles
todos e siste o u e xp a n d idos e nenhum
d o s unto.
ser reinterpreta g u ia d e fi n it ivo sobre o ass
se propõe a se
r um sto como
m o s a se guir deve ser vi
Dito isso, o qu
e te dar na
rr a m e n ta s úteis para aju
de fe per-
um conjunto d o r” . D a í, re spondemos à
e “cria em mé-
sua jornada d u m a “ re gra”, mas exist
st e ape-
gunta: Não exi id a d e d e le s. Selecionamos
infin
todos, uma
e les:
nas alguns d
e: Um perso
nagem
li d a d

a)
R ea
Espelhar a uém que
, u m a rt is ta famoso ou alg ção
histórico ir d e b ase para a cria
po d e se rv so,
você conhece . O p e rs o n a gem, nesse ca
agem istóri-
de seu person e te rm in ada situação h
d e d ou
será o reflexo bras históricas,
ealidade: A
m e n ta l. O
ventar a R
po rt a , como os
ca, social, com n

c)dfiocçs pãoelocisenautítoficaresépuarma dreopensars”a reosalpideradsoena-e a


onagens assim sar/Rei
o ss u e m p e rs e Flávio Repen s gêneros mais
pro-
realistas, p G u e rr a d os Farrapos, d
e A a
personagens d o u o G re g ó rio de Matos d
002 ),
Colin (1930-2 Miranda. cura
. Nesses “mun
do
ra B o ca d o In ferno, de Ana organ ização so ci al
forçar o discurso
e/ou
ob rtan te s p ar a re
não é gens são impo . No mundo
li d a d e: O mundo idos pela obra

b)
R ea it
Criticar a rem tran sm ntada
ui entra o a ideia a se iologia é reinve
e r q u e seja, então aq , a pró p ria b ros e
como vo cê q u
se propõe a quest
ionar da imaginação s, ca va los vo adores, monst
a u to r lan te gia é uma
“E se...”. Qua
nd o o undo e seu com animais fa rável. A mitolo
a n ova visão de m po d er im en su
a maneira.
valores, p ro p o r u m Mafalda, criaturas de retada de outr
liz a essa crítica. A sa d a, in terp
personagem m a te ri a
bom exemplo
de realidade repen
específica:
o , é u m
a demanda
o Q u in
personagem d

da)eOmapuretosar peõoe psuersa ohnaabgiliedm seguoirloá”asdedssirea-


d er a u m
m q uestionadora. Aten serviço de
ade a
personage

um mb
a s p o r ela. Ele, o “sí ente,
trize s e xi g id
a , é d e n o m in ado, normalm
arc
empresa ou m rm in ologia Hoster
também
te . A te em for
de Masco a lm e n te se o personag
n ci p s-
é aplicada, pri re se n ta d o r” em material in
“a p é o Zé
utilizado como co . U m bom exemplo
d id á ti ação do
38
trucional ou ra ca m p a nhas de vacin
o p a
Gotinha, criad
o d a S aúde.
Ministéri
mento:
Acontece

e)
Espelha o-
n d o s e te m um pers o
qua cas muit
m c aracterísti
nage m c o O leitor
a s d e s e u público. na-
próxim e perso
fi c a com ess -
se id e n ti
c o n tr a n ele caracte
e n Como
gem, pois ta m ente suas.
s u p o s
rísticas Peter
p lo , o p ersonagem apalha-
exe m atr
r, u m a d olescente boa
Parke m a s de muito s
g u ro ,
do, inse lescente
o le . O s le itores ado guiam
índ
e m -A ra nha conse
do Ho m ver-
r a s i m e smos nesta
enxerga
r Parker.
são de Pete

pro-
O personagem
f)
Projeção: o.
a ser alcançad
põe um ideal ct ais que
u
ac terí st icas fí sicas ou intele as no
Car público são vist
m ej ad as p el o
são al leitor ge-
isso estimula o
personagem e A Mulher-
d o u m a g ra n de admiração. primei-
ran plo, desde suas
a, p o r ex em 940
Maravilh íc io dos anos de 1
ra s, n o in
ras aventu te, forte,
h o je , m o st ra -se independen irados
até adm
presenta ideais
inteligente e re s d e todas as idades
.
e le ito re
por leitoras
persona-
o d it o a n te riormente, o que
Com d o em alguém
se r in sp ir a
gem pode gostaria que
co n h e ce , o u alguém que uer lu-
você
A id e ia p o d e vir de qualq en-
existisse. lt u ra d iferente a elem
m a cu
gar, desde u eográficos. Ele
pode ter
tó ri co s o u g alidade
tos his a p rópria person
d a su ver
um pouco b so lu ta mente nada a
te r a
ou pode não d a elemento d
escrito na
cê , m a s ca odo de
com vo rs o n agem e seu m
o d o p e
composiçã único, mes-
-l o b u sc a m fazer dele algo antes.
tratá m outros semelh
n d o e xi st ir e
mo qua

39
O P e r s o n a g e m E o
5.

seu P ú b l i c o in-
s de democratização de
Estamos vivendo tempo rço -ge
aç ão , em qu e ca da pessoa pode sem esfo
form isamos
difundi-lo. Por isso, prec
rar conteúdo e ter onde ciê nc ia do
nsabilidade e ter cons
assumir a nossa respo alquer
ito pa ra co m o ou tro . É preciso, antes de qu
respe ssuem
ssoas diferentes po
coisa, entender que pe pr odutos
is de se ns ib ili da de distintos. Daí os
ní ve sa-
s pa ra o pú bli co inf antil serem tão criterio
elabora do a criança
nível de atenção de um
mente planejados. O es, assim
nív el de at en çã o de um adulto são diferent
e o ou-
te m as e os es tím ulo s que atraem a um e a
como os na o seu
rir a que público se desti
tro. Então, para descob o nível
na ge m é pr ud en te analisar, por exemplo,
perso s por ele e
mo os temas abordado
do discurso, assim co .
rso no qual está inserido
a complexidade do unive
ên-
aliado é o nível de viol
Outro elemento a ser av ad os do
1 A violência fantasiosa dos
desenhos anim
cia . violência
a-Pau é bem distinta da
tipo Tom e Jerry ou Pic plo . O con-
dos Titãs, por exem
de animes como Ataque o impor-
no qu al o pe rso na gem está inserido é tã
texto r o seu
gem em si para adequa
tante quanto o persona
.
produto ao seu público
ra
1. O Ministério da Jus
tiça possui um guia pa
ou tro s às fai xa s
audiovisual e
classificar produtos de e:
, 16 e 18 anos. Consult
etárias: Livre, 10, 12, 14 sifi ca ca o/
r/seus-direitos/clas
http://www.justica.gov.b ati co .pd f
guia-pratico/guia-pr

40
c t e r ís t ic a s F ís ic as
6. Cara

(e Vis u a i s ) p ar ação de taman


hos
A fich a d e co m
para quem
, al to , ba ix o, ár abe, japonês, um a fe rr am en ta imprescindível uma
Gordo, magro e et c. , ca da aspecto é rio s pe rs on agens. Trata-se de
de nt m vá rso-
aborígene, afrode
scen
r e, ao m es m o tem- lida co o em qu e sã o desenhados os pe
xo interio ficha-mod el e porte
externo traz refle cu ltu ra l. To da e qualquer m os tr an do a diferença de altura
ci al e e nage ns
po, um aspecto so e é um marco qu
pa re nt entre eles.
característic a vi su al /a
rson ag em é. O s no- físico
em o pe
ajuda a definir qu equilíbrio em term
os
ut os bu sc am um
vos prod ido, algumas
en ta tiv id ade e, nesse sent
de re pr es s em ca-
ta çõ es e al te ra ções têm sido feita s já
adap xu ais de personagen
as ét ni ca s e se
racterístic afrodescen-
cido s (m ai s mulheres, mais
es ta be le as etc.)
, m en os ca ra ct er ísticas estereotipad n-
dentes as pe ctos visuais que co
Não sã o ap en as os
adequado.
de se nv ol vi m ento de um tipo
tam no cial do
ge og rá fic a, a cultura, o grupo so
A origem ças podem
mas de suas cren
personagem e algu . Autores
pr es en ta da s po r trajes e adereços ca-
ser re chapéus, casacos,
em en to s co m o
usam el emplo, como
s, óc ul os , acessórios, por ex
ch im bo em, pois
r na co m po siç ão do personag
auxilia ação.
smite uma inform J.J. Marreiro.
cada detalhe tran çã o, as ca ra ct er ísticas do pe rs on ag em Beto Foguete, de
cria Ficha-Modelo
No momento da re gi st ra das em uma
ag em sã o
visuais do person gl ês model-sheet): po
r-
d el o (d o in
ficha-mo rporais,
ca be lo , ex pr essões faciais e co
te fís ic o, am.
o os ad er eç os que o acompanh
bem co m ais de uma
agem pode ter m
Um mesmo person senhados
-m od el o na qu al podem ser de , as
ficha pelo personagem
tr aj es us ad os
todos os relevantes.
e ou tr os da dos visualmente
co re s m para
-m od el o po de ser usada també
A ficha se
qu en os le m br et es, principalmente
anotar pe trabalhan-
er um a eq ui pe inteira de artistas
ho uv
personagem.
do com o mesmo

41
reiro.
ção de Es tatura, de J.J. Mar
Ficha de Compara
s
7. Característica

Psicol ó g i c a s se-
áre a do es tu do da personalidade Veja a
na (1)
conjunto de carac- dessas características:
A Personalidade é um guir uma simplificação o, -pe
e determinam o modo
de
Sanguíneo: Extrove
rtido, confiante, irritadiç
terísticas psicológicas qu lérico: Proativo, de
termi-
tulante, impulsivo; (2) Co
persona ge m
ra que o seu nc ól ico:
pensar, sentir e agir. Pa ão e ramental; (3) Mela
, provocar identificaç nado, mandão, tempe
consiga cativar leitores i- e, pessimista, solitário;
e (4)
precisam ter característ Preocupado, prevident
possuírem credibilidade, sua Sonhador, prudente, an
tiquado.
Fleumático:
idas. O autor, duran te a
cas interiores bem defin ma s
as desenhá-lo por fora,
criação, não basta apen
b)
ro. Ficha de
conhecê-lo bem por dent
Personagem
nhecer o seu persona-
Uma das maneiras de co

a) is séculos antes de Cristo, Hipócrates, o


Temperamentos
isa
você sabe ou prec
s gem é listar tudo que
segundo Hipócrate
um a sé rie
pomos a seguir
saber sobre ele. Pro . E,
zer parte da sua ficha
Se
ficava seus pacientes
em de itens que devem fa olá,
pai da medicina, classi defeitozinho aqui ou ac
ramentos): Sanguíne
o, lembre-se de que um m an o,
quatro tipos (tempe personagem mais hu
o e Fleumático. Essa além de tornar o seu
Colérico, Melancólic não faz mal a ninguém
:
se para muitas pesquisas
classificação serviu de ba

42
cor

J.J. Marreiro
ásicos: Nome, altura,
1) Dados b o sico

d o ca b elo, etnia, tip
dos o lh o s, i algum
rt e , ro b u st o etc), se possu
(frágil, fo s,
n te o u a d e re ço, vestimenta
traço marca veste), nacion
alidade,
(c o m o e le se etc.)
trajes , m au, duvidoso
n to (b o m
alinhame , fatos
ó r ic o : ca l de nascimento
2) Hist
Lo com
d a in fâ n ci a , a sua relação
marcantes e se não tiver,
por que
íli a (s e ti ve r, ais os
a fam se us amigos, qu
e m sã o o s algum
não), qu e su a história, se há
n te s d e
fatos marca q u e m sã o as pessoas qu
d o ,
trauma ou me te st a, se tem hob
bies,
ir a o u d e iores
mais adm çã o , q u ais as suas ma
st im a
animais de e
.
habilidades etc
C renças: Co
mo seu
n se io s e
3) A ndo (tem mais
luz ou
vê o m u
persona g e m so pode
a is a le g ri a o u tristeza? – is
sombra? m nte da história
), qual o
a m b ie
interf e ri r n o edo, qual
o b je ti vo , q ual o maior m
seu maio r aior
rt e (o u p o d e r), qual sua m
seu ponto fo se vê, como a
s outras
za , co m o e le do que
fraque o q u e mais gosta,
ve e m , d es o
pessoas o se n ti m entos e emoçõ
, q u e
menos gosta que gosta ou
um lema
, u m a fr a se cia nos
definem ic a s que mais apre
ra ct e rí st
de vida, ca .
s e a s q u e m ais reprova, etc
outr o o seu
e vo cê já fo i apresentado a
E agora qu
mãos à obra!
personagem,

uadrymin ista
Quadrinhês: o glossáriopordDaonielq
Brandã o e Ra un do Netto

1.de forma quetécnasicacoredes pint


Aquarela: ura em papel, em que as tintas são diluídas em
água,

2.barra, podespé
têm certa transparência sobre um fundo bran
Pastel:
co ou claro.
cie de giz de cor utilizado para colorir desenho
s. Em forma de
e ser oleoso (giz de cera) ou seco. Entre os tipo
resultados belíssimos. s, a sanguínea oferece

3.
Rafe: esboço e/ou rascunho, executad
os anteriormente ao leiaute de qualquer
trabalho gráfico, como uma HQ, por exemplo.

43
C o m o u m P e r s o n agem
8.

Ganha V i d a ?
e movimen-
“A vida pressupõ
u personagem
to”. Nas HQs, se
se move, mas
teoricamente não
os narrativos e
graças aos recurs
ria dos quadri-
à linguagem próp
enas se move,
nhos, ele não ap
sente, respira
mas fala, pensa,
“vida” acon-
e apaixona! Essa
, com a leitura
tece, em especial
e acompanha
do(a) leitor(a) qu
uarda ansio-
as narrativas e ag
aventuras ou
so(a) as próximas
rsonagem.
desventuras do pe
com to-
Um personagem
perfil, prefe-
dos os dados de
fichas-mo-
rências, histórico,
em pronto
delo é um personag
no ápice de
para funcionar,
ncial, mas se
sua energia pote
tiras, HQs
não mergulhar em
esse trabalho
ou cartuns, todo
. O persona-
será desperdiçado
quando suas
gem só ganha vida
uzidas e che-
histórias são prod
gam aos leitores.
novas HQs
À medida que
personagem
vão surgindo, o
tros e com seu
interage com ou
aprende com
público, evolui,
do experiente
ele, vai se tornan
que contam e
e cresce cada vez
s dele.
leem mais história

44
É
9. O Personagem

um
F i l h o
Atenção , di re ci
a
on
cu
am
m pr
en
ir
to, cuidados, tudo
m el hor sua missão,
isso ajuda
sua fina-
um personagem utilidades secund
árias.
im ár ia ou su as ens esque-
lidade pr m nú mero de personag
ss ui um bo gocia-
O Brasil po ou im possibilidade de ne
fic ul da de s en-
cidos devido a di do s di re ito s autorais (normalm
ntor es hecimento
ção com os dete re s fa lecidos. O descon
s) de au to desses
te os herdeiro de m er ca do) do potencial
a fa lta to.
do mercado (ou co nt rib ui pa ra esse esquecimen
bém s, geral-
personagens tam tiv as de revitalização dele
as in ic ia o ho-
Existem algum pe nd en te ou marginal, com
in de o, sem maior
mente no circuito oi o, ficam apenas niss
m as , se m ap ral.
menagem, im pr en sa e das mídias em ge
ão da nde-
alarde e divulgaç pe rs on ag en s esquecidos depe
ss es nhecimen-
A viabilização de ed ora e de seu reco
sã o em pr ee nd Tintin,
ria de uma vi ra is. Su pe rman, Tarzan, Tex,
cu ltu o
to como produtos er ix sã o pu bl icados e continuarã
A st tos e infin-
Mafalda, Peanuts, at iv os , geram subprodu
sã o lu cr rício
sendo porque
di ve rs os pú bl icos. No Brasil, Mau
ra mo exceção.
dáveis versões pa da Mônica, segue co
co m a Tu rm a e aos per-
de Sousa, as gr an des dando suport
em pr es m
Quando se tem
ci l ad m in ist rá -lo s como marcas, be
s fá cessos, mas
sonagens fica mai s e construir novos su
m ar ca s no va quenas
como criar es as na sc eu apoiada em pe
em pr ões.
a maioria dessas tir as , qu ad rinhos ou animaç
as em m peque-
ideias materializad or e To cha-Humana fora
ic a, N am Marvel
Capitão Amér do qu e viria a se tornar a
tr uç ão r-
nos tijolos na cons bi u ao s cé us no s ombros do Supe
ics su
Comics, a DC Com ey , um a das maiores em
presas do
alt D isn que-
Homem e a W sc eu no rastro de um pe

45
im en to , na
mundo do entreten , Mickey!
o Mortimer... Ops
no ratinho chamad
!
ABRA A SUA MENTE
Capítulo III, Art. 18: “A proteção
Diz a Lei 9.610/98 do Direito Autoral, em seu
e de registro.” Ou seja, seu material
aos direitos de que trata esta Lei independ
rá protegido pela Lei do Direito
criativo, desde que impresso ou publicado, esta
ela, é facultativo, entretanto al-
Autoral. O Registro de personagem, segundo
tro e receber um certificado. Para
guns autores podem optar por fazer o regis
oteca Nacional. Procure saber mais
isso, o autor deve recorrer à Fundação Bibli
ser um autor de HQs!
sobre a Lei dos Direitos Autorais, se quiser

M a is s o b r e H Q s
Leia e Saiba
A Construção da Personagem, de Cons
tantin Stanilavski. Civilização Brasileira.
Rio de Jane iro, 2014.
Caricatura: A imagem gráfica do
Humor, de Joaquim da Fonseca. Edito
Porto Alegre, 1999. ra Artes e Ofícios.

Criatividade e Processos de Criação


. Fayga Ostroyeger. Petrópolis, 2008.
Da Criação ao Roteiro, de Doc Com
parato. Rocco. Rio de Janeiro, 1995.
Disegno. Desenho. Desígnio, organiza
do por Edith Derdyk. Editora:Senac São Paul
São Paulo, 2007. o.
Desenhar: truques técnicas e recu
rsos para inspiração visual, de Hele
Gustavo Gili. São Paulo, 2015. n Birch. Editora

Direitos Autorais, de Henrique Gand


elman. Editora Senac Nacional. Rio de Jane
iro, 2004.
Foco e Criatividade, de Renata di Nizo
. Editora Summus. São Paulo, 2009.
Ilustra: o essencial da ilustração
, de Steve Chaplin. Editora Senac São Paulo. São Paulo, 2012.
O que é Qualidade em Ilustração no
Livro Infantil e Juvenil, organizado
Vários Autores. Editora DCL. por Ieda Oliveira.
São Paulo, 2008.
O Roteiro nas Histórias em Quadrin
hos, de Gian Danton. Marca de Fantasia
. Paraíba, 2016.
Potencializando sua Criatividade
, de Domenico Massareto e Humberto E. Massare
tora DVS. São Paulo, 2004. to. Edi-
Reinventando os Quadrinhos, de Scot
t McC loud. Editora Mak ron Books. São Paulo
, 2006.
No Blog Laboratório Espacial mais infor
mações e dicas práticas sobre personagens
links a seguir: http://laboratorioespacial.blogsp nos
ot.com.br/2016/07/criacao-de-personagens
-por-jj-marreiro.html
http://laboratorioespacial.blogspot.com.br
/2016/07/criacao-de-personagens-por-jj-
ro_22.html marrei-

46
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

A Fundação Casa Grande: e Paulo Monteiro (representan-


memorial do Homem Kariri, enti- tes da Banda Desenhada – como
dade sem fins lucrativos fundada em chamam as HQs – em Portugal),
1992 por Alemberg Quindins entre outros.
(seu diretor presidente, além de mul- Na Casa Grande, os convi-
tiartista) e Rosiane Limaverde, dados puderam conhecer a sua
é uma escola de gestão cultural, lo- Gibiteca, criada em 2008, em
calizada na cidade de Nova Olinda, parceria com o Ministério da
no Cariri cearense. Detentora de Cultura, laboratório de conteú-
diversos prêmios e alvo da visita de do da Casa Grande Editora, na
profissionais e artistas de todo o produção de HQs. Muito bem
mundo (mais de 60.000 visitantes organizada (com cabines de lei-
por ano), tem as artes, a memória, tura e desenho e disponibilidade
a comunicação e o turismo como de computadores) e diversa (um
áreas de abrangência do projeto, acervo de cerca de 3.500 títu-
com o objetivo de formação profis- los), a Gibiteca tem como missão,
sional, cultural e cidadã de crianças além da promoção do gênero em
e jovens do sertão nordestino. Entre si, estimular a formação de profis-
os seus programas: (a) Educação sionais do segmento de HQs (eles
Infantil, (b) Profissionalização de jo- já fizeram exposição na Europa,
vens, (c) Empreendedorismo social, inclusive) e fomentar o gosto
(d) Geração de renda familiar e (e) pela leitura. O mais interessante
Sustentabilidade institucional. é que quem toma conta e dirige
No seu imenso leque de ações todos os trabalhos da Fundação
e eventos (oficinas, mostras, ex- Casa Grande, seja na Gibiteca, na (Acima) Abertura da Mostra
posições, círculos de conversa, Editora, no Teatro Violeta Arrais, de Quadrinhos (Foto: Raymundo Netto)
esquetes, shows, palestras etc.), na TV Casa Grande, na DVDTeca, (Abaixo) Gibiteca Casa Grande
em 2010, a Casa Grande rea- na Rádio Casa Grande FM, entre (Foto: TV Casa Grande)
lizou o Cariri Mostrando a outros, são crianças e adolescen-
9ª Arte de Quadrinhos e tes! Muitos desses adolescentes
Animação. Como convidados, entraram na Casa Grande ainda
Maristela Garcia (Gibiteca de pequenos e dá gosto ver a forma Saiba como nasceu a

Curitiba), Paulo Amoreira (Gibiteca profissional como eles se dedicam Fundação Casa Grande:

de Fortaleza, na época), Klévisson e cumprem as suas tarefas, admi- https://www.youtube.com/watch?v=-c_


ZYkPw60M
Viana, Sonia Luyten, Weaver Lima, nistrando o espaço. Não dá para
Max Krichanã, Fabiano dos Santos, ir ao Cariri sem passar um tem- Saiba como funciona a Casa Grande:
Raymundo Netto, Ricardo Juliani po na Fundação que, acima de https://www.youtube.com/
(Núcleo de Cinema e Animação tudo, é uma grande casa de watch?v=LhnloHzPD9o
do Ceará), G.G. Carsan (cosplay sonhos! Vale a pena assistir a Saiba como funciona a Gibiteca:

47
do Tex), André Diniz, Jô Oliveira, esses vídeos a seguir, mas pes- https://www.youtube.com/
Spacca, Luis Afonso, Nelson Dona soalmente é sempre melhor: watch?v=yoe4iJLe-7g
J.J. Marreiro (Autor)
foi por 3 vezes vencedor do Troféu HQ Mix de melhor fanzine com Manicomics (juntamente com Daniel Brandão, Geraldo
Borges e outros). Criador dos personagens Zohrn, Mulher-Estupenda, Beto Foguete e da tira Lucy & Sky (publicada em jornais
dos estados do Ceará, São Paulo, Rio e Janeiro e Rio Grande do Sul). Começou a trabalhar com quadrinhos em 1991. Formado
em Publicidade, com atuação nas áreas de Design e Arte-educação, participou dos álbuns MSP + 50, Monica’s, O Gralha: tão
banal quanto original e As Histórias perdidas do Capitão Gralha. É cofundador do primeiro estúdio profissional de quadrinhos
do Ceará, ao lado de Daniel Brandão e Geraldo Borges, sendo pioneiro no ensino de técnicas de mangá no estado do Ceará.
Blog: http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/ | Site: armagem.com | E-mail: jjmarreiro@gmail.com

Thyago Cabral (Autor)


é artista visual. Sócio-diretor da CNC Design + Visual Arts Studio, ministra aulas nos cursos de Design
e Publicidade da Faculdade 7 de Setembro (Fa7) e no curso de Games do Porto Iracema das Artes. Acadêmico do curso
de Artes Visuais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), é um dos organizadores do Baião
Ilustrado, evento de ilustração de Fortaleza que trabalha com mídias digitais, quadrinhos, murais e facilitação gráfica. É
especialista na arte de ler histórias em quadrinhos para os seus três filhos.
E-mail: thyagocnc@gmail.com

Guabiras
(Ilustrador)
desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa
18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer
mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-718-6 (Volume 3)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
4
4
c u
de
r so
his
b

qua
t
á
Ó
d
s

r
ico
S
rIa os
inh
em

COMPOSIÇÃO
PARA QUADRINHOS
João Belo Jr. e Julio Belo
1. Introdução

Olá! Neste fascículo vamos


falar um pouco sobre compo-
sição para quadrinhos. Então,
vocês aprenderão a estruturar
e montar a sua HQ. Essa mon-
tagem poderá ser feita tanto
como planejamento, quan-
do produzimos os leiautes de
página, como também, num
segundo momento, ao decidir-
mos desenhar a nossa história.
Vale lembrar que, para muitos
artistas, roteiro e desenho
são pensados ao mesmo tem-
po, não havendo separação.
Em outras ocasiões, ainda, o
roteiro escrito por uma pes-
soa é desenhado por outra.
Não existe um método defi-
nitivo, certo ou errado, o im-
portante é que cada autor ou
equipe de trabalho encontre
o seu melhor método, aquele
que fará a ideia ser desenvol-
vida da melhor forma possí-
vel e que explore o melhor da
sua criatividade e capacidade.
Vem com a gente! Inscreva-se
GRATUITAMENTE no curso de
HQs, assista às videoaulas na
TV O POVO (nos canais 48
(aberto) – 23 Multiplay – 24
Net) ou no site:

fdr.org.br/u
ane/hqceara

50
2. Forma e

Cont e ú d o isa que ve m à m e n te é a combinaçã


(que se
o

la e m H Q s, a primeira co Mas, além dessa percepção


Quando se fa a for-
m e d iv e rs ã o , não é assim? s le m b ra r q u e elas são um
ge m o as
de leitura, ima to d e vi st a d o leitor), deve e n tr e te r o u educar, técnic
o pon lizam, para vem ser
tem a partir d rt ís ti ca em que se uti co n ce it o . Para isso, de
ã o a ou u m com-
ma de express n sm it ir u m a mensagem it o r te n h a fácil acesso e
tr a rma que o le autor de
e recursos para n ib ili zados de tal fo a ra co nseguir isso, o
e d is p o E n tã o , p teúdo.
elaborados q u e d e u origem a elas. e n ta is : F orma e Con
e ia entos fun d a m
preensão da id te n to a dois elem
sa e st a r a
HQs preci

A F o r m a a atenção e
2.1.
air
d o artista para atr r-
e e stá à d is p o si çã o
ic a o fo rmato. É a abo
1
tudo a q u ilo q u est ét o
ada à
u a e estilo
A Forma é g e ral, está associ d a s para expor seu
le it o r. E m ic a s u ti liz a re-
o interesse do to r, u m co njunto de técn n a fo rm a é pensar no
do a u a r -
dagem visual e ir a im p re ss ão. Daí, pens it e , a d e fin iç ão da forma in
a prim s). Acre d istória,
causar uma bo te rm o s físicos e prático n d o a s p á ginas de sua h
l (e m b o ra mo
sultado fina o m e n to e m que estiver ela a e m e sp a ço s. E o modo co
om a d .
flui bastante n v is u a l d e u ma HQ é base n te ú d o se rá compreendido
sição o o seu co orial; (2)
pois a compo a d o in fl uencia em com componentes: (1) Estilo Edit
u ti liz
esse espaço é id im os a forma em
quatro
e n te , d iv
Didaticam nsão.
; (3 ) Fo rm ato; e (4) Exte
Ve íc u lo s formas e/
sensível, a harmonia da
rege a beleza ção artística.
incípio que ib ilidade e/ou no
1. Q ualidade ou pr ou das co re s; se ns

51
Ju lio Belo

orial

a)
Estilo Edit escolher o tip
o de lei-
u m e st ilo é dos
Definir o a utor, sabendo
er alc a n ça r. E
tor que se qu volver sua
su a d e fi n iç ã o, deve desen ectati-
detalhes de n d e r, o u subverter, a exp
a a te
ideia de modo
le it o res.
va de seus ais leves e
fa n t il : p re senta linhas m
In a armônicos;
* HuQadramentos mais uniformes e h
enq
is: a narrati
va e os
HQ de Heró
* uadramentos são mais dinâmicoess do mercado;
e
enq inaçõ
ujeita a determ
impactantes. S e entre
r : ín io do contrast
de Terr o p re d o m
* HQense e surpresa, entre luz e som
bra;
susp rte
n a l: is fo rmal e com fo
Institucio
m a
* HQência editorial;
influ
ound):
lt er n a t iv a (undergr
A
* HeQnde da influência do nicho especa,
cífico,
dep úsi
n a lm e n te re lacionado à m
tradic io etc; e
unk, Grunge,
como Rock, P rto a
A u t o r a l: e stilo livre, abe
* HeQrimentações.
exp ltados vi-
ri a p o d e rá apresentar resu estilo
Uma histó distintos, confo
rme o
e n te -
suais com p le ta m
A o p çã o p o d e influenciar, in
olhido. m dos
editorial esc ti va e a orde
ngá,
rr a
o caso do Ma
o d a n a
clusive, o flux in a , co m o é
quadros na
pág a direita
a le it u ra deve seguir d
onde o senti d o d r) e de
(d o p o n to d e vista do leito
a
para a esquerd
b a ix o . , geral-
cima para n d o fa la mos de estilo
Ademais, q u a o au-
o s à m a rc a pessoal d
feri m ar-
mente nos re u e o d if e re n cia de outros
ade q o de sua
tor, à identid r im p o rt ante na criaçã
d e se se à
tistas. Isso po si vo . O a rt is ta deve sentir-
é de ci as
HQ, mas não r e e xp e ri m entar as técnic
explora ndizado
vontade para o n ív e is , já que o apre
d is p ade
e os recursos ru çã o d e q u alquer habilid
const ncial para
faz parte da e rf e iç o a mento é esse
lo a p
e a busca pe
profissional.
qualquer área

52
b)
Veículo
Recomendamos a escolha do veículo/
canal (ou plataforma) que o aproxime mais de
seu público. O meio impresso (livro, revista, zine)

Julio Belo
nos parece ser a escolha mais comum. Porém,
isso vem mudando com o passar dos anos, e tem
influenciado no formato final das obras. Com o
maior acesso à internet e o surgimento das redes
sociais, temos inúmeros canais à disposição, tais
como: livro impresso, revista impressa, livro virtual
ou e-book, tira de jornal (tradicional ou digital),
zines, webcomics e blogs.
Por sua facilidade de adaptação, as HQs são
consideradas multimídia, ou seja, conteúdo que
pode ser disponibilizado ao mesmo tempo em di-
ferentes veículos.

c)
Formato
O autor precisará ter sempre em mente
as dimensões com as quais irá trabalhar. Como
a composição visual é baseada em espaços, ele
tem de lidar com os limites impostos pelo veículo
que escolher.
A falta de visão quanto ao tamanho final da
obra pode estragar todo o seu trabalho de com-
posição e diagramação de páginas, uma vez que
a quantidade de quadros (e detalhes) inseridos
nelas poderá dificultar ou mesmo impossibilitar a
leitura de sua HQ.
Entretanto, o autor no momento de criação
Ju lio Belo
tem preocupações mais imediatas. Considerando
que o tamanho final da página é proporcional ao
formato de sua confecção, sugerimos a definição
de gabaritos a fim de facilitar e padronizar a
confecção da HQ.
Quanto ao formato final, destacamos: (1)
Vertical (A4, A5, A6, formato Americano,
Europeu ou Mangá), (2) Horizontal (A4, A5 ou
semelhante a algumas coletâneas de tiras), (3)
Quadrado e (4) o formato de Tira de jornal
e (5) criação de um formato próprio que lhe seja
mais conveniente.

53
d) 2.1. O Conteúdo
Extensão
Outro fator relevante vinculado à forma
De forma simplificada, podemos dizer que
é a quantidade total de páginas da HQ, ou seja, a
toda HQ é criada a partir da combinação de dois
sua extensão. Naturalmente, a extensão da história
elementos básicos: a Estrutura Textual e a
depende de seu conteúdo, do ritmo da narrativa
Estrutura Visual.
(número maior ou menor de quadros) e da distri-
A Estrutura Textual (Roteiro), que pode vir
buição dos quadros, imagens e textos nas páginas.
com ou sem diálogos, trata da relação lógica dos
De modo geral, ter noção da extensão de sua
acontecimentos, ou seja, na qual a mensagem é
história implica prever quanto de espaço espera-se
feita e entregue com clareza.
ocupar em suas páginas. A HQ precisa utilizar ade-
A Estrutura Visual trata da composição
quadamente esses espaços, sem sobras ou furos.
das páginas, objetivo deste fascículo. Ela é re-
Em outras palavras, sua ideia nunca deve ser en-
presentada pelo conjunto de imagens em sequên-
curtada por ter pouco espaço para usar, mas tam-
cia, que sugerem movimento e continuidade. Essas
bém não deve ser estendida só porque tem espaço
imagens devem ser elaboradas com elementos e
demais. Em ambos os casos, a alteração do con-
caracterizações necessárias para que o(a) leitor(a)
teúdo em função da forma só poderá acontecer se
compreenda e envolva-se na ação ou situação.
for para melhorar a compreensão de sua HQ, ou
Para criar visualmente uma HQ, o artista precisa
seja, beneficiar o seu(ua) leitor(a).
saber o que será narrado (Roteiro) e o que deve
Além disso, se o objetivo for imprimir sua HQ, o
ser feito para distribuir essa narrativa ao longo dos
número final de páginas pode aumentar ou redu-
espaços, conforme o formato e a forma. Em resu-
zir o seu custo. Saber se a HQ será curta ou longa
mo, ele precisa: (1) do Roteiro e (2) conhecer o
também pode ser fator decisivo para participar ou
Processo de Composição.
não de uma coletânea de histórias curtas, na qual
o número de páginas é sempre muito limitado. De
todo modo, é importante ter essa noção de dimen-
sionamento e da extensão, coisa que vai se cons-
truindo aos poucos com o exercício e a experiência.
Assim, estabelecidos os parâmetros estéticos
que repercutem na composição física e visual das
páginas, trataremos sobre o que o autor deverá es-
tar atento quanto ao conteúdo de sua HQ.

54
a)
Roteiro m posição de um
a pá-
en te , a co si-
Normalm p rin cip almente nas
do Ro te iro , papéis
gina depende tist as d is tintos executam
ue ar por
tuações em q ss o d e cr ia çã o (em equipe,
diferentes no
proce re o rotei-
d is so , n ão falaremos sob
exemplo). Ap es ar tema já
sc íc u lo 2 deste curso o
o fa uns
ro em si, pois n o st ar ía m o s d e enfatizar alg
Mas g ar na hora
foi explorado. d es en h ista precisa lid
pontos com q
u e o Ação
al m en te a n arrativa: (1) a
visu do
de desenrolar ri a) ; (2 ) a O casião (quan
na histó ); e (4) o
(o que ocorre o ca l (o n d e se desenrola
) o L
ela ocorre); (3 em participa da tr
ama).
g e m (q u omentos,
Persona n ta o conjunto de m
A ação re p re se os diálo-
(e é d e la q ue resultam em
em sequência ). A o ca si ã o e o local serv
gos, caso oco
rram elecendo a
o r n a n a rrativa, estab
para situar o
le it ue será
p e rs o n a g e m é aquele q en-
.O eio aos mom
ambientação n si ta rá e m m
e tra
caracterizado
ta ções. mentos
tos e ambien /o u a o co njunto de mo
e s
Ao momento a a m b ie n ta ção, chamamo Ju lio Belo
ma me sm ou mais
contidos em u re p re se ntada por um
se rá pre-
de Cena, que im a m e n o r unidade re
o ass
quadros, send a.
n ta ti v a d e uma históri
se
ão
e Composiç

b)
Processo d ão, o desenhista dar
á
o ro te iro em m Pa ra
Com sual da HQ .
o d e composição vi o-
início ao p rocess
o cu p ar co m : (1) a comp
se p re para
isso, ele precisa a(s) (subsídios necessários
sição da(s)
ce n cada
(2 ) a co m posição de -
as); , limitada ao es
próximas etap tiva
pagem a n ar ra
página (decu
d uadro
m p o si çã o de cada q
) a co ideia
paço físico); (3 q u e m el h o r represente a
(escolha da im
agem do a utili-
ites d o q u ad ro, consideran
dentro dos lim .
o n to s d e vi sta e formatos)
os, p par-
zação de plan id á ti ca , m a s construída a
d o processo
Essa ordem é . P o rém, durante
n d iz a d o vezes,
tir de um apre se m p re é obedecida. Às
n e m sua
de criação, ela te ir a , co m o um filme em
e in utras
uma cena surg r registrada no papel. Em o
mente, antes
d e se e ção,
a
sa r e m u m a sequência d
p e n an-
ocasiões, ao se u iç ã o d o s q u adros surgem
distrib ar na cena
o formato e a o d o q u e se quer narr
tes da própria
n o çã dessas
que a ordem

55
n o s e n si n a
tica
inteira. A prá .
o rígida assim
etapas não tã é
rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod e Raym un do Ne
r Daniel Brandã

1.originalmDesi
Mangá: gnação para as HQs criadas,

2.pequena tiragem e, geralmente, sem intenção de lucros em, cont


ente, no Japão.
Zine:
publicação artesanal (muitas vezes reproduzida
fotocopiadoras) em
imagens originais ou apropriadas como subversã endo textos e

3.
o de sentidos.
Gabarito: espécie de “página mestra”
, papel com tamanho e limites
graficamente demarcados para orientar o quad
rinista durante a composição e
diagramação da página de sua HQ.

4.
Formatos: A3 (29,7x42cm), A4 (21x
29,7cm), A5 (14,8x21cm), A6
(10,5x14,8cm), tabloide (26x29cm)

5.
Decupagem: divisão de um roteiro em
cenas, sequências e/ou planos
numerados, para facilitar a composição de pági
nas da HQ.

t a p a s d o P r o c e s so
3. E

C o m p o s i ç ã o
de

Ju lio Belo
ão
3.1. Composiç
de Cena ue nes- treg
O objeto a ser en
cessariamente
ta etapa não é ne
rado, mas de-
um produto ilust
seja elaborado
fendemos que
fará a concep-
pelo artista que
seja a título de
ção visual da HQ,
desenho defi-
planejamento ou
s.
nitivo das página

56
a)rotezeirrou, mpaaraleitescuralarecrceítica e repetida do
Fa

das sobre aqu r todas as dúvi


ilo que se prete -

b)
nde narrar;
Entendemos Entender com
a etapa de o os tipos de in
de cena com composição çã o do roteiro se forma-
o a construçã rão utilizados:
detalhado, co o de um guia Quantos pers (1)
ntendo tudo q onagens partic
ta precisará ue o desenhis Q u e m são? Como ip a m d a cena?
ter à disposiçã - estão vestidos?
seguintes. É a o nas etapas ma vestimenta É a lgu-
qui que ele fa específica? Te
roteiro, um est z, a partir do sar sobre isso rei de pesqui-
udo visual do ? (2) Os perso
s personagen algum objeto nage
e dos objetos
da cena. É qu s relevante na ce ns utilizam
forma como a a ndo analisa a eles estão? Te na? Onde
ação é conduzi rei de dar dest
e como os ele da no cenário objeto ou part aque a algum
mentos estão e do cenário?

c)
até para facilit inseridos nele
ar a escolha fu , Estabelecer o
los e planos. tura dos ângu s limites entre
É também aq - ou seja, a rela as cenas,
sentir a necess ui que ele po ção entre os m
idade de pesq d e e as ambientaçõ omentos
mais simples q uisa, pois por es (quando fo
ue seja o estilo pontuar quais r o caso) e
precisa retrata do artista, ele u transições (pa
r bem as cara m quadro a o ssagens de
personagens, cterísticas dos utro) tornarão
obje m ais fluida; a leitura
tar o entendim tos e cenário para facili-

d)
ento do leitor
está apresenta sobre o que Por fim, refleti
do naquele q r sobre tudo q
para construir uadro. Então, registrado. Co ue está
esse guia, o a visão do todo nstruir na men
rtista deve: contribui para te uma
possíveis esqu a análise de
ecimentos ou
em tempo de furos, ainda
serem consert

57
mais detalhad ados. Quanto
o for esse “gu
e bem sucedid ia”, mais ricas
as serão as eta
pas seguintes.
3.2. Composição
de Página
o artista traduz a sequ
ên-
e
É o momento em qu para
õe s (e sit ua çõ es ) prevista no roteiro
cia de aç rrativa no
s, distribuindo a na
a linguagem das HQ nfor-

g)
s. Da r de st aq ue a passos específicos, co
espaço das página da HQ, tem de dist
ri-
os -chave mapeados no
guia. Uma
nd er da ex te ns ão m e po nt lhar com
A depe o de várias páginas, gi r esse objetivo é traba
cim en to s ao lo ng rm a de se at in
buir os aconte entre fo petição e con-
nf or m e o ritmo e os limites os to s (si m etria e assimetria, re
pontua nd o- os , co op em é afeta-
as tra ns içõ es ), e di vidir a ação em qua- tra st e) , po is a pe rcepção de uma imag
cenas (e su e deve: demais;
os de nt ro de ca da página. Para isso, el da pe la relação desta com as
dr
na, pensando

h)
qual a(s) cena(s) que ar os limites da pági
a)
Es co lh er no ro te iro Ex pl or (moldura
co m po r; no m el ho r fo rmato de requadro c.)
pretende
de se r re do nd a, qu adrada, retangular et
elaborado na etapa que po

b)
suge-
Ter em mãos o guia agens. Nesse ponto,
para acomodar as im . Por
anterior; os an al isa r a pá gi na como um todo
rim agonais podem
s, observan- finir formatos com di

c)
qu ên cia da s aç õe ex em pl o, de raste entre
Pensar na se en tifi ca dos na m ism o assim como o cont
rm aç õe s id su ge rir di
do os tipos de info ; ho s pode reforçar a id
eia da ênfase;
o, O nd e e O qu ê) ta m an
(Quem, Quand
gina, su-
no ritmo da narrativ
a, mposição de cada pá
d)
ta lizar, ba se ad o Pa ra fa cil ita r a co
M en tivos.
pa ss os se rã o ne ce ss ários para tradu- os a di vis ão de st a em Trechos Narra
quantos ja, a gerim e de ação que
aç ão e de cid ir pe la imagem-chave, ou se Um tre ch o re pr esenta a quantidad percor-
zir a
pr es en ta ca da um . Ao fatiamento da no m om en to em que o leitor estiver
que melhor re ca be eci-
, qu e se rã o co nv er tidos em quadros, se nt id o da le itu ra . Toda vez que ele pr
ação em passos pla- rendo o na para dar
de cu pa ge m . Também é nela que lta r à m ar ge m esquerda da pági
chamam os de sa r vo o leitor
o a aç ão se rá en quadrada ou sob qu
al
in ui da de à le itu ra , entendemos que
nejamos co m m etc.); cont
rrador, do personage echo Narrativo.
nt o de vis ta (d o na está mudando de Tr a criação
po
ca i- su lta do , ao final desta etapa, é

e)
em conj un to s, en O re es de
Agrupar esses passos nd o- gu ia ilu st ra do qu e contém os leiaut
de páginas. Colo ca de um tistas chamam
xando-os em grupos se nt id o s as pá gi na s da HQ. Alguns ar
você deve an ali sa r o to da prestado
se no lugar do leitor, m od o gu ia de st or yb oard, pegando em
m como sua fluide z, de es se utilize
da leitura da HQ, be ec es sá - o do cin em a. Po rém, ainda que se
ou truncamentos de
sn o term o conteúdo do
a evitar interrupções se nt id o de leitu - es sa ex pr es sã o, entendemos que ssui um
rios. Caso deseje, po
de definir um
es se se n- oa rd vo lta do aos quadrinhos po
encional. No entant
o, stor yb que
ra diferente do conv pa ra di fe re nc ia l em re lação ao do cinema,
zado grande rmato e
ser muito bem sinali para alternar fo
tido original deverá nh am en to ou é a fl ex ib ili da de a ação
pode causar estra ro para retratar
o(a) leitor(a), senão an ho s do qu ad
o da sua leitura; tam do storyboard do cine-
confundi-lo, afastand narrada, di fe re nt em en te
e o mesmo ao
e visua- ato da tela é sempr

f)
lim ite s da pá gi na m a, on de o fo rm
Observar os
passos cabem nela. longo de todo o film
e.
pontânea possí-
lizar quantos desses qu adros in te r- a precisa ser a mais es
a qu an tid ad e de Es sa et ap a escolha
Lembrando que itu ra , m as ta mbém no is se rv irá de or ientação visual para
da le ve l, po de
fere não só no tempo da hi st ór ia . Da m esma a do s qu ad ro s. Po r isso, deve capturar
dentro definitiv tado. Assim,
tempo transcorrido que precisa ser retra
58 es . Q ua nt o m enor (ou a cla ra aq ui lo
forma, o espaço en
tre el fo rm r neces-
ço , m ai s rá pi da a leitura rim os qu e cr ie qu antos rascunhos acha o.
espa suge com a primeira opçã
mais estreito) for o ra ou tro ; e nã o se co nt en te
adro pa sário e qu
deverá fluir de um qu
Ju lio Belo
3.3. Composição
de Quadro
Depois de decuparmos a narrativa em passos e
distribuí-los ao longo das páginas, chegou o mo-
mento de nos dedicarmos ao conteúdo de cada
quadro. É aqui que aperfeiçoamos a imagem-cha-
ve concebida na etapa anterior e decidimos como
combinar e equilibrar a situação contida no qua-
dro com os componentes gráficos das HQs, como
balões, recordatórios, onomatopeias ou linhas de
expressão ou movimento (quando necessários).
Cada quadro de uma HQ representa uma “ação
congelada no tempo”, limitada ou não por linhas
demarcatórias chamadas de requadro.. A partir
da estrutura bidimensional do quadro, o artista
deve enquadrar a realidade da cena em relação ao
ponto de vista do leitor, criando a ilusão de dis-
tância e profundidade, com o intuito de torná-la
mais interessante, envolvente e legível. Para isso, o
desenhista tem à disposição: (1) Planos (distância
do leitor em relação à ação); Pontos de Vista
(nível a partir do qual a cena é observada) e (3)

59
Formato do Requadro (campo de visão do lei-
tor em relação à história).
Ju lio Belo
A.1.

nos
3.3.1. Plsaem possuem
quadrinhos
As história a.
çã o m ui to pr óx ima com o cinem
uma re la comuns
quadramento são
E os planos de en que
es sa s du as lin gu agens. Os planos
entr e onados
seguir estão relaci
apresentaremos a aeo B.1.
a câmera hipotétic
à distância entre um ado: B.2.
serv
objeto principal ob

a)
Plano
Descritivo
da paisa-
a.1. Geral: Visão à distância
mana.
gem e da figura hu
ico: Neste caso
, imagina-
A.2. Panorâm gira em
uma câmera que

.
.

João Belo Jr
João Belo Jr
m os no vam en te hori-
de se u pr óp rio eixo, de maneira
torno r, apro-
mas sem se desloca
zontal ou vertical, da para
m ar ou distan ciar. Pode ser utiliza .
xi
um a lo ng a ex tensão de um cenário
cobrir

b)
Plano de B.3. C.1.
Movimento
Conjunto: Vi
são que
B.1. Total ou corpo inteiro.
se nt a as pe rs on agens de
apre
o: Enquadram
ento das
B.2. American é a al-
rs on ag en s co m visão da cabeça at
pe
tura dos joelhos. perso-
B.3. Médio: En
quadramento das
.
João Belo Jr

.
João Belo Jr
cintura.
nagens à altura da

c)
sivo
Plano Expres
De ta lhe
ou Plano
Up):

Ju lio Belo
Plano (Close
C.1. Primeiro altu-
ad ra m en to da s personagens à C.2.
Enqu do e o
espaço é delimita
ra dos ombros. O pressões
a focalizar nas ex
leitor é obrigado
em.
faciais da personag Up):
Close
o (Extreme
C.2. Detalhad pressivi-
bj et iv a ca us ar m aior impacto e ex
O jeto em
um detalhe ou ob
dade, focalizando
particular.

60
elo Jr.
João B
C

o n t o s d e Vista po-
3.3.2. Pgulos de visão a partir dos quais
São os ân
ar as ações.
demos observ e a ação é obse
r-

a)
q u
Normal: Â n g u lo em
de ao nos-
al tu ra d o s o lh os. Correspon te.
vada à o o lh amos para fren
sã o q u an d
so campo de vi ngulo em que
r (Plongê): Â

B)
Su p er io
Visão para baixo.
a çã o é o b se rvada de cima
a-plongê):
a
ior (Contr

C)
Visão Infer é o bservada de b
aixo
u e a a çã o
Ângulo em q D

Ju lio Belo
para cima.
o de
a n t e! : ra evitar a sensaçã al,
Import
P a
são norm
n to n o ângulo de vi os um
ach a ta m e
d e ce n á ri o com pelo men
so
sugerimos o u ura D.
, como na fig to mais atraen
-
ponto de fuga en q u ad ram en
ar o (pontos
Podemos torn m b in ad o de ângulos
o u so co ão da
te por meio d d o s ei xo s d a cena (alteraç
de fuga) e incl
inação gura E.
n te d o q u ad ro), como na fi
linha do hori zo
Ju lio Belo

E
B
Ju lio Belo

61
Ju lio Belo
3.3.3. Format
o dos 4. Considerações

F i n a i s
Requadrdoossrequadros contribui
O formato hos.
m a na rr at iv a na história em quadrin
co re-
at o po de se r ut ilizado como um
O form lecer
mento para estabe
curso do enquadra trans-
m o de se ja do e a ideia de tempo
o rit são os
os mais comuns
corrido. Os format os
quadrados, as m
retângulos e os e, antes
são utilizados. cê sabe agora qu
círculos também qu ad rin ho s Vo preci-
m vários nhar a sua HQ, é
Uma sequência co a id ei a de de se
plo, transmite um ção de for-
estreitos, por exem da m en - so ter em mente a no
tá passando ra pi iso saber
de que o tempo es m ai s re - m a e conteúdo. É prec ser
o uso de um ou isa e o que deve
te, enquanto que de qu e o qu e prec
é formada
os dão a sensação , pois uma HQ
quadros mais long le nt a. fe ito e é o
forma mais a parte textual, qu
o tempo passa de es m o a po r um
quadro ou m al, que são as
A ausência do re s co m o roteiro, e outra visu
s mais in us ita da ros em se-
utilização de linha ks e re - pá gi nas com os quad
ilhadas, flashb ac , você
onduladas e pont na rr a- qu ên cia. A partir do roteiro
m contribuir com
a o de desenhar,
cordatórios pode inicia, antes mesm ação e
tiva da história. ili za çã o o pr oc esso de estrutur
também, a ut com-
Em alguns casos, rs on a- m on ta ge m, ou seja, a sua
, quando o pe de decompor
da metalinguagem re qu ad ro , ul - posição. Você po nsar em
o próprio teiro em cenas, pe
gem interage com er sa co m se u ro se-
ites ou até conv ginas essas cenas
trapassa seus lim rs o en - qu an ta s pá
pode ser um recu representadas, ut
ilizar-se de
o seu(ua) leitor(a) le m br e- se : rã o
e descrevemos pa
ra enquadrar
do r pa ra a su a HQ. Mas m as té cn ic as qu e ritmo
riquece algu
to s e dar velocidade
os , tá ? re s m om en dar
sem exager s re cursos para os melho oi s, cl aro, é importante
r to do s es se stór ia . D ep
Após utiliza - desejado à hi história: o
ar a es tr ut ur a dos enquadramen çã o a ca da un id ade elementar da
aprimor con- aten adro.
ente você terá um analise quadro a qu
tos da HQ, certam gi na s m ai s atraen - q u ad ro . Iss o,
ap re se nt amos aqui é apen
as
de pá A estrutur a qu e
junto de leiautes de talhes, contendo su gestões que pode
m ajudá-lo
en te , ric o em ia in ic ia l co m a forma
te, envolv ne ce ssárias, como um gu
m ai s ou menos dess
fe rê nc ia s su a H Q . É
todas as re s a fazer a as histórias,
ot aç õe s, posicionamento do am os e ex ecutamos as noss
desenh os , an qu e pe ns modelo.
m co m o to da a decupagem da cê nã o de ve fica r preso a nenhum de-
balões, be
pá gi na s. En qu anto planeja- mas vo
ss oa s es cr ev em o roteiro e depois
sua história em Algumas pe em si, mas
um pr oj et o de quadrinhos, es
se
am , ou tr as nã o escrevem roteiros uzin-
mento de senh referências e prod
le ia ut es se rv irá de base para id ei as bu sc an do
conjunto de registram para
ia to da H Q co m o também da s pá gi na s. Já alguns escrevem
o desenho imed do esboços exercitar-
ar da do e utilizado posterio
r-
de se nh em . Enfim, você deve
poderá se r gu que ou tr os preferi-
tr eg ue a um ar tista que não cn ic as e de sc ob rir o seu método
mente, ou en se nas té para
o do pr oc es so criativo até e lh e de ix ar á mais à vontade
tenha participad do, aquele qu étodos e
e de ve rá te r autonomia para SE U pr oj et o. E se existem m
as qu execut ar o ade e
então (m
es ou m el ho rias durante a es di fe re nt es , é porque a criativid
sugerir altera çõ interpretaçõ o o grande
62 produç ão da H Q ). a vi sã o do au to r, no final das contas, sã
diferencial. CRIE!
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

ei
Alex L
ce-boy de

André Pinheiro
1 9 9 6 , in icialmente offi e, a
n iv er so d as H Qs, palco de , ap re n d eu a arte-finalizar
O u em Ed a trabalhar
en s maravilhosos tir d e 1999, passou
per so n ag u par strando
tu ra s in cr ív eis, não pas
so
n o se g m en to, também ilu títu-
aven s
pela cidade ce
arense venis. Entre seu
despercebido obras infantoju p ergirl, C h as tity,
N o rt e . p er m an , Su
Limoeiro do e- los: Su perboy
m u n ic íp io , co nhecido por g Th u n d er ca ts , Andrea D e Su an-
O
ec id o s n o m es das mais p ar ce ri a co m RB Silva, result
rar recon h não (em as conven-
er sa s lin g u ag ens artísticas, d o em co nvite para du Con);
div
o s g en er o so no segmento es d a W iz ar d World Comic r
foi men
n h o s. Em Limoeiro, os
çõ
al te r G eo va n i (WG) é coauto
dos quad ri e (4) W nte anos
s p o r ficção científica n d re a D e atuou dura

Rob Lean
apai xo n ad o d e A Sonja,
s d e su p er -h er óis encontra- m a p er so nagem Red l
aventura
to p el o p ioneiro das
co
ti lh an d o p ro jetos com Gai
ram acolhim en , o comp ar fluentes
ilbenes Bezerra u m a das mais in ) Di

va
d o lo ca l, Ed Si m o n e,
HQs u no mercado atualidade; (5

Ed. Sil
eo d a
Ed Benes , q u e es tr ad ri n is ta s
s no qu stente de
ri n h o s n orte-americano A m o r im fo i o segundo assi
de q u ad se r parte do
d a d éc ad a de 1990, ao Ed B en es e, além de fazer 16,
início
d o à A rt C o mics por um u it o n o rt e- am ericano, em 20
apresenta , par- circ elo Agostini
ig o jo rn al is ta . De lá para cá g an h o u o Troféu Ang
am ais e, hista.
projetos editori o melhor desen

ian
ticipa de vários la n d o co m
tudio, criado
por

r
o e reve S

Ron Ad
s, fo rm an d N o V e la m e
destacamo a- n, encon-
o s ta le n to s locais que trab W G , A le x Lei e Rob Lea ntre
muit o de HQs, como o s quadrinistas (e -
a o m er ca d a m o s o u tr
lham par e, Top tr listas, ro
ic s, C haos, Dynamit se n h is tas, arte-fina
D C C o m is d e mo: Ron
va ta r, D ar k Horse, e Prax ir is ta s e designers), co
Cow , A te André
tr e o u tras . São eles: (1) a n , E d S ilva, Jonatas,
on Adrian
Comics, en ), A d ri n-
d rian o (R ir o e C a rl o s Freitas. Eles e
Ronaldo A u Pinhe , pro-
rim ei ro as si st ente, participo si n a m o q u e aprenderam o
seu p
co m o D ar kc hild, Bird of n d o cu rs o s e incentivando
de títulos, h, mo ve e novos
W it ch b la d e, Flash, Lady Dat su rg im e n to e formação d
,
(2) Alex Lei in
Prey iciou a mais:
Flash Gordon; rim ei - ta le ntos. Conheça
97, sendo o p oarts.com
Di Amorim
carreira em 19 alh ar regular- www.ric
a trab ail.com
axis ricoarts.com@gm
ro arte-finalis ta
r m ei o d a Pr
@gmail.com
. Po
mente com Ed , se u título auto- robleandro
2 0 0 8
publicou, em icart.net/
m os amigos R
ob auctioncom
en te co morim
ook.com/Dia
ral ju n ta m
n d o também publi- www.faceb
ot.com.br/
Lean e W G , te
A Lenda dio.blogsp Di Amorim
io n ai s co m o edbenesstu
cações nac ito oedbenes.c
om/
el as Ed ições Demócr www.studi
(p d.benes/

63
de U ru com/studioe
A n d re a D (t rilogia) e As w w w.facebook.
Rocha),
) Rob Lean,
em
as d e Íris . (3
Filh
ib a M a is s o b r e H Qs
Leia e Sa
Desvendando os Quadrinhos, de Scot
t McC loud. Editora Mak ron Books. São Paul
o, 1995.
Como Fazer Histórias em Quadrinhos,
coleção Contato Imediato, de Juan Acevedo.
Editora. São Paulo, 1990. Global
Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will
Eisner. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo, 2010.
Histórias em Quadrinhos e suas Múl
tiplas Linguagens, artigo de Maria
Oliveira. Ver: http://ww Cristina X.de
w.revistas.usp.br/criou la/article/viewFile/5271
9/56574

João Belo Jr. (Autor) Julio Belo (Autor)


é administrador, quadrinista e ilustrador. Com pas- publica HQs de forma independente desde os 16 anos. Editou/co-
sagem pela Oficina de Quadrinhos da UFC, parti- laborou: Demolição , Onde a Luz Fez a Curva, Tiras de Letra, Cada
cipou de publicações como PIUM, zine Demolição, Um a Seu Modo, Capitão Rapadura: 40 anos, Espresso: Futebol
Graphiq, Tiras de Letra, Capitão Rapadura 40 (finalista na categoria de Independentes do Festival Internacional
anos, etc. Fundador do coletivo The Comics Café, de Banda Desenhada de Angoulême) e Afinal, o que você faz
que editou as publicações: Ariosto: a evolução quando está sozinh@?.
natural do conquistador (ganhador do prêmio belo.julio.hq@gmail.com
Luís Sá, da Secult/CE), Rato do Prédio nº1, entre
outras. Realizou exposição individual: “João Belo
Jr, Banda Desenhada e Cartune”, realizada na
“Casa de Cultura de Beja”, em Portugal e foi fi- Guabiras (Ilustrador)
nalista do Prix de La BD Alternative do Festival de desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se pos-
Angoulême, França (2016). sa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa 18 anos
E-mail: joao.belo.jr@gmail.com em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO
blog: http://joaobelojr.wix.com/artes (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e personagens em HQs e
facebook: https://www.facebook.com/ fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras
TheComicsCafe/ coletivos e/ou individuais. Para conhecer mais sobre a produção de
Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-719-3 (Volume 4)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
55 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Imagens:
estilos e
possibilidades
Jean Sinclair
1. Introdução
As histórias e
m quadrinho
(HQs), basicam s
ente, necessit
de um elemen am
to além do te
imagens. N xto:
ão necessaria
te desenhos, men-
mas imagens,
podem ser, a que
lém de desen
fotos, pintura h os,
s, colagens,
saico, entre o mo-
utras que, org
zadas em seq ani-
uência geram
narrativa. E uma
ntretanto, po
bermos que o r sa-
s desenhos a
são as image inda
ns mais utiliz
em HQs, nos adas
deteremos ne
fascículo em co ste
mo que eles sã
construídos, o
quais são os
fundamentos seus
e como se p
ilustrar uma ode
história, prod
do “arte sequ u zin-
encial”.
E, para não
você AINDA N esquecer: se
ÃO SE INSCRE
em nosso Cu VEU
rso Básico
Histórias e de
m Quadrin
gratuito e a d h o s,
istância, pode
zê-lo AGORA fa-
e ter acesso a
dos os fascíc to-
ulos e videoa
já produzido u las
s até então.
duvidando, é? Está
Pois chega lá
nosso Canal E em
special:

fdr.org.
br/uane
/hqcear
a

i
Walter Geovan

66
?
2. O Que é o

D e s e n h o Um a da s
como indivíduo so
m ai or es necessidades do
cial é a de se com
unicar.
ser humano

e, os
do m ai s re m oto da humanidad
Desde o perío as usavam
he re s qu e viviam nas cavern
homens e m ul unicação.
na s pa re de s co mo forma de com uais.
os desenhos as so ci ed ades até os dias at
pa nh a
Essa prática acom um registro e represen
tação do
O dese nh o é iss o: do au-
do s se nt im en to s ou da realidade
pensamento, res e formas
ei o de lin has, pontos, valo
tor feito po r m ito a par-
em um a su pe rfície). Pode ser fe
(normalmen te mbém
a ou ne ce ss id ad e pessoal, mas ta
tir de uma idei sensibilização
rg ir a pa rt ir da interpretação ou teirista,
pode su a de outro autor (do ro
r id ei a vi nd etc.
motivada po ci m en to s, leituras, filmes
ac on te
por exemplo), de

R A A S U A M E N T E !
AB
a nossa capacidade de socialização.
Desenhar nos torna mais íntegros e amplia

67
de algu ma forma, já somos
Todos nós somos capazes de desenhar e,
r por meio da produção até de
desenhistas, pois conseguimos nos expressa
. Estudar e praticar o desenho
imagens simples, como uma bola ou uma casa
de comunicação icônica.
amplia o nosso “vocabu lário” dessa forma
uadrymin ista
Quadrinhês: o glossáriopordDaonielq
Bran dã o e Ra un do Netto

1.simbólicasigndeo,umreprobje
Ícone: esentação gráfica, artística ou
to ou ser.

2.pode apagdeno
Nanquim: minação da tinta (pigmento negro) para dese
nho que não se
ar, aplicada com caneta ou pincel.

3.(altura, profundidade e largu


Tridimensionalidade: que apresenta as três dimensões

4.ra, rugosa, ondulada etc. Os bons desenhistas e arte-finalistaser.s dom


ra).
Textura: o aspecto de uma superfície, como ela aparenta
Se é lisa, áspe-
cas de desenvolvimento de texturas diferente inam técni-

5.
s.
Mangakás: são os artistas que trabalham
no desenvolvimento de mangás.

6.
Hachuras: técnica que usa traços de
linhas finas, paralelas ou cruzadas, a fim
de produzir o efeito de sombra, meio-tom ou
conferir textura.

a s s o s d e u m D e s enho
3. P
Para desenhar existem regras, entre-
tanto, a maioria dos profissionais segue
os seguintes passos:

i
3.1. Ideia e Leiautes Walter Geovan
O autor busca representar a ideia gra-
ficamente, organizando seus elementos
visuais da maneira mais eficiente possí-
vel. Recomenda-se experimentar bas-
tante até se chegar a um planejamento
satisfatório. Um profissional produz em
média 3 leiautes por ideia. No caso das
HQs, essa ideia vem através do roteiro.

68
Walber Feijó
ncias
3.2. Referê
visuaisleiaute definid
o, mui-
Com o pes-
s ve zes é p reciso fazer a
ta ais.
rências visu
quisa por refe re cisa
claro, não p
O desenhista, ó-
er d es en h ar tudo de mem
sa b pro-
é comum que
ria. Portanto, s ou
tilizem de foto
fissionais se u ais
m o del o s re ais para ser m
de stuá-
atomia, no ve
precisos na an to,
o , em lo ca çõ es etc. Entretan
ri que
s cuidados de
recomendamo tografias

c)
Não use fo
la nçar
servados ao
devem ser ob A web é extre
-

b)
ne terceiros:
mão desse recu
rso: Não se tor
dente”: O agens, mas
“foto-depen m a m e nte rica em im

a)
ra uitas delas
Evite copia
ser a
d e fo tografias deve le m b re-se de que m
: Não se u so rais e que
fotografia
pois m direitos auto
e xc e çã o e não a regra, p o ss u e as
q ueç a de qu e a imagem o te m p o vo cê encontrará
lg u é m p o d e reconhecer ess
es ncia com a seguir um
apoio e referê para desenvolv
er
ns e você con
deve servir de a” d ifi cu ld a d e o im a g e prias
“fotocopiad rio ou até mesm o. Tire suas pró
e não para ser ois se u e st ilo p ró p p ro b le m ã de
seu s m ín im os detalhes, p d e se n h a r co isas que to g ra fi a s. C rie o seu banco
em ecto para fo a pessoal.
al terá um asp ente nem preci
saria
ens e referênci
o resultado fin n o rm a lm im a g
, sem vida apoio.
duro e estático desse tipo de
lid a d e .
ou persona

Walber Feijó
ço
3.3. O idEeisa,bleo
iaute e referê
ncias resolvidas
, par-
suporte
Com a ço no
a co n stru çã o de um esbo alma do
timos para la ). O esboço é a
o u a te etapa
final (papel uit o a p en a caprichar nessa ela,
e m r possível. N
desenho. Val fi nal fique o melho
para que o d es en h o
onalidade
do desenho, as
t r id im en si ixes e,
trabalhamos a g em , a vo lu metria, os enca
bloca
proporções, a a.
en te , a perspectiv ar alguns
oca sion alm
o s b e m , p re cisamos domin
Para esboçarm o.
n d a m e n to s do desenh d esenho. Para d
o-
fu cl eo d e u m
o nú os do-
As linhas são d e u m desenho, devem , só
u çã o
minarmos a ex
ec guirmos isso
u er lin ha. Para conse te.
mar toda e q u alq
! Pr at iq u e lin has diariamen
: PRATICAR har, tire de 5 a
15 mi-
existe um jeito p ar a d es en
ntar- se ndas,

69
Sempre que se en to ” , faze ndo linhas e o
aquecim
nutos para o “
plo ao lado.
como no exem
as
rmas Básic
As Cinco Fo
* É possível reduzirmo que ex iste
s tudo
es-
d o r (objetos e cria ras) a
tu
ao nossore smétrica
rm ad as p or figuras geo
trutura s fo ples
o nai s. Sã o formas bem sim
tridimensi )
se r d om inad as para isso: (1
que precisam hexaedro), (3)
cilindro,
(2 ) cu b o (o u
esfera,
pirâmide.
(4) cone e (5) mos estrutura
r figuras
Quando quiser animais, por exem-
soas ou
orgânicas (pes ad aptar as figu
ras
sa re m o s
plo), preci adas anteriorm o
ente.
ét ri cas es tu d
geom eis, com 1
aginá-las flexív
Temos que im . 2
sas de modelar 3
se fossem mas 4
5
iação
to d o o lh a r, ou seja, a cr -
O treinamen ta ” , é u m d os pontos fun
desenhis pacidade
do “olhar de se n vo lv e rmos nossa ca
ra d e en-
damentais pa se n h is ta p re cisa conseguir
O de te, quase
de desenhar. e u m a m aneira diferen
xergar o mun
d o d ver as
o d e R a io -X. É sim. Ao
a vi sã ície,
como ter um r e n xe rg a r a lém da superf
tenta ões, con-
coisas, precisa g u lo s, fo rmas, proporç
â n dese-
atentando para a n e g a ti va ). Quando um
s (á re Que
tornos e vazio o b je to , e le se pergunta: “
ra um das para
nhista olha pa si m p le s p odem ser usa
s e
formas básica
ss e o bjeto?” e desenho
compor e lu çã o das técnicas d
d a e vo r aquilo
Faz parte o n s tr uir e bloca
d e s c ra-
aprendermos
a métricas most

i
e o

Walter Geovan
s fi g u ra s g
os. A senhos na
que desenham já p o dem gerar de
e n te conhece
das anteriorm cê a s “ e n xerga” e as re
vo se-
medida em qu
e
b je to s e co is as a serem de
dos o
nas estruturas
nhadas, sabia
? ho que
p a rt e d o e sb oço do desen as
Tudo isso faz rm a le v e e clara. As linh
do de fo escuras.
deve ser traça d e m se r mais firmes e
to p o usar
de acabamen o p e so d a m ão, você pode
olar
Além de contr etapa.
fite s d if e re n tes para cada
gra

b a m e n t o a Lápis
3.4. Aca
para o p ró xi m o passo, refina-s
e esse
ando
Seguindo n h o a lápis, tran
sform
u m d e se or re-
esboço para
b ra m a is co ncreta e melh
a o mo
a arte em um le m e n to s importantes co
70
endo e xturas do
solvida, resolv m b ra , proporção e te
z e so
perspectiva, lu
do cenário.
personagem e
Walter Geovani

3.5. Arte-final
O acabamento do desenho pode
ficar só no lápis, mas geralmente re-
cebe a arte-final em nanquim ou de
forma digital. Durante a arte-final, po-
de-se adicionar mais elementos na arte,
como volume de linhas, distin-
ção de planos e novas texturas.

Pois bem, turma, esses são os passos


para a criação de um desenho. Tendo
esse processo como base de trabalho, ire-
mos percorrer as principais possibilidades
de desenhos para quadrinhos. Vamos lá?

c o
4. Desenho

A c a d ê m i
o
m am os de d es enho acadêmic
Cha senho
a natureza. É o de
aquele que imita do.
ur at iv o m ai s re alista, a base de tu -
fig
rt ir da dé ca da de 1930, o dese
A pa linhas
tornou uma das
nho acadêmico se ro dos
s co ns ag ra da s e utilizadas dent
mai er, Alex
as como Hal Fost
quadrinhos. Artist emplo,
ym on d e Fr an k Frazetta, por ex
Ra ido-
ra m es sa es té tic a e tiveram segu
utiliza a, José
ms, John Buscem
res como Neal Ada tendo
iz G ar ci a- Lo pe z, entre outros, man -
Lu
al ho ar tís tic o qu e remete a uma re
um trab real.
ralista próxima do

71
presentação natu
Walber Feijó
e Walber Feijó
Daniel Brandão

umano
4.1. O Comranpa,orespHeitando-se as va-
A figura hu ssui ele-
çõ es do s dive rs os tipos físicos, po os
ria que, se dominad
s be m de fin id os
mento constru-
item a sua correta
pelo artista, perm limites
Fo rm as e pr op or ções, bem como
ção. se
im en to , um a ve z memorizadas,
de mov o artista
tas que permitem
tornam ferramen ção.
ar pr at ic am en te qualquer situa
dese nh é o ali-
to da anatomia
O conhecimen on stram
rce, po is es ta be lece formas e dem de-
ce
pa rt es do co rp o se comportam em
como
s e movimentos.
terminadas posiçõe a e,
o ponto de partid
A cabeça é noss a
a co rret a ex ec ução, o desenhist
para um io. Não é
os ossos do crân
precisa conhecer ilhos)
tiv o do cu rs o di ssecar (sem trocad
obje ini-
un di da de a m at éria, mas para o
em prof as geo-
em mente as form
ciante basta ter , bem
qu e formam a cabeça incí-
métric as bá sic as e mar- o do corpo, os pr
entre as linhas qu Pa ra o d es en h
nhecer e
como as distâncias to s, tais ntes. Deve-se co
ão do s diversos elemen pios são semelha e, bem
ca m a po siç
lo , sobrancelhas, ol
hos,
da r o es qu el et o e sua flexibilidad
ca be es tu liás,
como a ra iz do
os m ús cu lo s qu e o recobrem. A
nariz, lábios e orel
has. como sico tendem
i e Walbe r Feijó
ús cu lo s no desenho clás
Ge ovan os m os quan-
não tão exagerad
Wa lte r
se r di sc re to s e As
a
til o co m ic s pe rm ite (e até exige).
to o es humano
das para o corpo
proporções utiliza cabe-
ão sã o m en or es . Como vimos na s
padr ria básica em vário
nh ar a ge om et
ça, dese s diversos
o a localização do
ângulos marcand a resol-
en to s to rn ar á o desenhista apto
elem cado um
fio. Existe no mer
ver qualquer desa ia feito
nú m er o de bo ns livros de anatom
se m dese-
ar tis ta s qu e po dem lhe ensinar a
para de cor.
figuras humanas
nhar corretamente e.
los, se interessar-s
Procure conhecê- e a sombra
es til o ac ad êm ic o, a luz
No a maior
importância aind
assumem uma precisa
o re su lta do fin al. O desenhista -
para fo nte de luz, sua in
on de ve m a
saber de super-
id ad e e co m o ela se comporta na
te ns o mais
do ob je to (c or po), respeitando
fície mbras
a anatomia e as so
fielmente possível zer isso
ba se ada et ad as . A m el hor forma de fa
ic a é pr oj uma
A criação de
uma figura ac
adêm
ca be ça s e meia. se rv ar di an te do espelho com
ção de 0 7 é se ob diversos
nu ma propor entando os mais
72 lanterna, experim
gu lo s po ss ív ei s. Uma sombra
mal posi-
in-
ân
a po de de st ru ir completamente a
cionad
desenhista.
tenção original do
5. Estilos

Im p o r t a n t e s
ilo Cart um
5.1. Estdo-se com a origem dos próprios quad
rinhos, o
e defor-
Confundin xageros
m ui to expressivo e livre (e
cartum é um es tilo clara e direta
a tra ns m iti r um a mensagem mais
mações ajudam plificação da repres
entação.
da sim ima
ao leitor) qu e parte
o pa rt em de um a concepção mín
til ingir a esta-
As figuras nesse es m an hos, e podem at
as d e ta hora
de duas cabeç po is aq ui a pr oporção é livre na
ise r, bros do corpo
tura que autor qu pe rs onagem. Os mem
es en ta r um ade. O
de criar e repr m en ta do s ou diminuídos à vont
r au tos
também podem se es sa s br in ca de ira s com os elemen
das cenários. A
cartum permite to co rp o hu mano, objetos e
ja el e o
do desenho, se tar em prol da ex
pressividade.
ui é ex pe rim en
regra aq
Cristiano Lopez

d), de
arelo” (Yellow Ki
O “Menino Am 1 ao final do sécu-
ch ar d F. Ou tcault , criado
Ri mo um
se nd o co ns ider ado por muitos co
lo XIX, ia, utilizava
adrinhos da histór
dos primeiros qu logo se tor-
ca rt um co m o estética principal, ida
do
pu la r. O ut ra s ob ras vieram em segu
nando po an, Popeye,
de George Herrim
como Krazy Kat, anus e
ga r, Pa fú nc io , de George McM s
de Se os de 1950, Charle
tr os . N os an
muitos ou sua Turma
hu lz cr io u Charlie Brown e
M . Sc stória. E
ts ), um do s m aiores cartuns da hi ,
(Peanu avis, Mafalda, de Quino
ld , de Jim D
mais: Garfie do, de Bill
ar , de D ik Br ow ne, Calvin & Harol a
Hag
, a Tu rm a do Pererê, de Ziraldo,
Watters on Turma do
de Jota e Sandy, a
Turma do Barulho, ônica, de
i, de M oa ci r To rr es e a Turma da M Cristiano Lopez
Gab
a.
Maurício de Sous
tcault (186 3-1928)
1. Richard F. Ou
Unidos. Autor e

73
s
nasceu nos Estado iando
de adrinhos, cr
qu
ilustrador de tiras e Yello Kid.
w
o personagem Th
5.2. O Estilo Comics
Comics foi a expressão que os quadrinhos
de super-heróis americanos herdaram das tiras
de jornais (comic strips). A construção da figu-
ra heroica, geralmente, é de maior proporção
em relação a de uma pessoa comum (com sete
cabeças e meia) ou de um atleta forte (com oito
cabeças). O corpo do super-herói é baseado no
modelo de 8 cabeças e 1/2 de tamanho. Esse
exagero das proporções nos comics trazem im-
ponência aos poderosos personagens.
A forma excessiva como as figuras se mo-
vem a cada quadro, são elementos essenciais
nas HQs de super-heróis. É também inte-
ressante notar como poses simples ganham
contornos épicos quando transportadas para
um contexto heroico.
Daniel Brandão

i
Walter Geovan
i
Walter Geovan

Os primeiros heróis encapuzados vieram das


tirinhas de jornal, na década de 1930, como o
Fantasma e Mandrake, ambos de Lee Falk, e o Flash
Gordon, de Alex Raymond, heróis inspirados em
personagens da literatura pulp de anos anteriores.
Em 1938, nasceu, pelas mãos de Jerry Siegel e Joe
Shuster, o Superman, e em seu rastro vieram outros
personagens também campões de vendas, como:
Batman, Capitão América e Mulher-Maravilha.
Em 1961, Stan Lee e Jack “O Rei” Kirby criaram
o Quarteto Fantástico, dando início a Era Marvel.
Lee e Kirby revolucionaram os quadrinhos de he-

74
róis e influenciaram toda uma geração de artistas.
Dharilya
angá ue significa “desenhos diverti-
5.3. O oM“m
O term angá”, q culo XIX pelo sé
p e la p rimeira vez no seus
dos”, foi uti liz a d o
i, a u to r co n hecido pelos
ika Hokusa ponesa). O
artista Katsush es clássicas da cultura ja do his-
Ukiyo-E (ilust
raçõ
ia d e 1 5 p ra nchas contan
ga consist
Hokusai Man o. 2
dia do períod u Tezuka cr
iou
tórias do dia a n g a k á O sa m
jove m m a suce o, ss
Aos 21 anos, o , se u p ri m ei ro mangá de oo
o Tesouro fluenciaria tod
A Nova Ilha d ísti ca s q u e in
u as caracter so de linhas
de movi-
no qual utilizo o d er n o : o u man-
onês m des (ícone do
quadrinho jap o lh o s g ra n
d lines), os e o persona-
mento (spee itir to d o o sentimento qu oriunda
gá, buscam tr
ansm
v a ci n e m atográfica,
a narra ti ani-
gem possui) e cê s so m ad a ao cartum das
ão e fran isney). Suas
do cinema alem n ey (e ra fã d eclarado de D
quanto
t Dis s masculinos,
mações de Wal p ro ta g o n ista as,
obras possuíram
tanto
o rd an d o diversos tem

o
ca , ab
o raro na épo s e drama

Blenda Furtad
femininos, alg B o y, co nflitos pessoai
mA st ro filosófi-
como ficção co al ei ro e at é mesmo temas
e o Cav
com A Princesa
ix e Buda. regras rí-
cos com Phoen rt u m , o m an gá não possui a de
Assim como o
ca
m u m a d iv er sidade absurd
rução e te
gidas de const rincipais:
conhecer os p
traços, vamos en: Os Shou
nen são
5.3.1. Shoun
* ionados para o público masculindoe
direc co,
te . C av aleiros do Zodía
adole sc en e Akira
i K u ru m ad a, Dragon Ball, d chiro
Massam n te s O ne Piece, de Ei
o s re ce
Toriyama, e ke Murata,
O n e Pu nch Man, de Yusu
Oda, e s, em
am n es sa lin ha. Aqui temo
se encaix asculinos. O
a m ai o ria, p rotagonistas m com o uso
su a movimento,
h o tran sb o rd deles
desen
fo rt es e sp ee d lines. Muitos
de linhas ar
c huras e re
tículas para d
usa m d e h a
uras.
volumes às fig
.2. Shouju:
* 5.A3s obras para meninas adolescen
tes são
o mais
As figuras sã
Shoujo.
chamadas de clar as . É interessante n
o-
lin has são mu-
suaves e com as artistas shoujo
m aio ria d unen,
tar que a o traç o forte do sho
en te d -
lheres e, difer n o s cl ose s, a fim de en
fa se
aqui temos ên e o uso de imag
ens mais
em o çõ es ard
fatizar as
rr eg ad as d e simbologia. C
icônicas e ca do Estúdio C
lamp (for-
Sa ku ra e X e Yuu
Captor Fushigi Yugi, d

75
4 m u lh er es ), i,
mado por
r M o o n , d e Naoko Takeuch Dharilya
Watase, e Sailo tilo.
poentes do es
são grandes ex
6. Movimento e

E x p r e s s ã o
pa-
íst ic as de um gr ande artista é a ca
Uma das caracter
uras expressivas. uma so-
cidade de criar fig çã o o artista busca ter
ilu st ra nas
Enquanto na de te rm inado momento,
a pa ra um nsisten-
lução visual únic os pe rs onagens sejam co
te qu e a. Eles
HQs é importan em en te no decorrer da tram
in ce nt expressões
tes e atuem conv us sentimentos com
m on st ra r se pena o
precisam de
em co rp o ra l. Por isso, vale a
faciais e lingu ag os
r e pr at ic ar es se s tópicos. Sugerim
sa
quadrinista pesqui de ex er citar o desenho de
observa-
o há bi to
que você crie
uma pra-
ção (pode ser em
esmo em
ça, café ou até m
um filme).
casa assistindo a
mpre com
Para isso, ande se
senho (de
um caderno de de
anho por-
capa dura e tam
s e borra-
tátil, prático), lápi
que esteja
cha. Onde quer
nhar aqui-
você poderá dese
melhorar
lo que vê. Isso irá
os movi-
a naturalidade e
desenhos.
mentos dos seus
Daniel Brandão

Walber Feijó

!
ABRA A SUA MENTE
Geralmente, ter um pequeno espelho perto
de onde se desenha o ajudará
bastante. Com ele, você poderá testar cert
as expressões faciais rapidamente.
Com um espelho maior, você poderá até mes
mo testar poses e movimentos.

76
7. Cenários zonte

b)
Linha do Hori do
linha do ho rizon te está na altura
história A é conhecida
de se nh ar o am biente onde a d o o b se rv ad or. Ela também
do ho-
Saber ada estilo (e olho os olhos. A linha
bé m é fundamental. C como lin ha d o n ív el d de
se pa ss a ta m
ct er ísticas próprias de
constru-
a defin ir a altura do ponto de vista
) po ss ui ca ra zam rizonte ajuda
artista
m an gá s e os comics utili a).
ção de cená rio s. O s
real. Já no uma imagem (cen
pr óx im os aos do mundo
ntos de Fuga
rio s be m e o ce-

c)
cená estilizado, inclusiv
cartum, tu do po de se r ntir Fugantes e Po linear pa-
do , as re gr as bá sicas para se gara pectiva pers
Linhas paralelas em as para um mesmo
nário. Contu cenários são
bo a re la çã o en tr e personagens e recem convergent
es (direcionad
encontram
uma has paralelas só se
perspectiva. o as lin
a proporção e a la çã o de tamanho entr
e os pont o) . C om
se r humano conseg
uirá ver na
ão é a re ito , ne nh um o ou
Proporç ter isso em no infin ergentes se tocand
nh o. É importante man sa s lin ha s co nv
objeto s no de se
ples, como uma pe
ssoa realidade es contro é im-
cr ia r re la çõ es sim uz an do . Po ré m , imaginar esse en senho.
mente ao mesmo em se cr perspectiva do de
um co po , por exemplo, ou portante pa ra ca lc ul ar a has
segu ra nd o
pl ex as, como em uma
rua cheia
nh am os prol on gamentos das lin
situaçõ es m ai s co m Por isso, dese mamos es-
os. es at é el as se cruzarem. Cha
de pessoas e carr ções de pro- conver ge nt
fugantes. O cruz
amento
te onde essas rela en to s de
Para criar um ar a uso da ses prolon ga m
onto de fuga.
pa ço es te ja m bem resolvidas, o as ou m ai s fugantes é o p
porção e es uma de du
é ne ce ss ár io . A perspectiva é
perspectiva artista criar uma
ilusão de
ao se tornarem
técnic a qu e pe rm ite
nalidade numa su
perfí-
Importante:
Linhas paralelas ao
en sio r causa do
profundida de e tr id im
belecer agora os
ele- encontrarem), po
na l. Va m os es ta convergentes (se m pre se direcionarão pa
ra
cie bidimensio arado? efeito da pers pe ct iv a, se
perspectiva. Prep
mentos básicos da o mesmo ponto
de fuga.
: proporção,

a)As primeiras noções que deve


Profundidade

o
Daniel Brandã
breposição
distância e so mos ter são as de
ncia entre
a o rd em (lo ca lização) e a distâ inam a
que de planos) determ
to s (d ife re nç a
os obje e eles.
ro p o rç ão (ta m anho relativo) entr o no mes-
p
o do is ou m ais elementos estã
Q ua nd al. Uso
a p ro p o rç ão entre eles é re o
mo plano, a pe ss oa e uma porta. Se
o de um
aqui o exempl , ela pode
m an o se ap ro xima da “câmera” stan-
ser hu
or do qu e a po rta, mas, ao se di
parecer mai ela.
m menor do que
ciar, pode ficar be conclu ir: q uanto mais
iss o po de m os seu
Com d a câmera (ou do
g o es ti ve r
próximo al anto mais
), m ai o r el e parecerá e, qu
olho
or.
distante, men

77
R A A S U A M E N T E !
AB
Se quiser desenhar várias pessoas em um
cenário em perspectiva, basta
desenhar um personagem-base e verif icar
qual a relação desse personagem
com a linha do horizonte. Daí, repetimos
essa relação com todos os outros
personagens que estiverem na cena com
altura semelhante ao
personagem-base e na mesma superfície.

o
Daniel Brandã
Conclusão
iniciais e
e te nh a go st ado desses passos
Esperamos qu to aqui
es tu da r de se nh o. Tudo que foi di
se motivado para uito mais sobre
um po nt ap é in icial, pois existe m itura de
é apenas
át ic a do de se nh o. Sugerimos a le
o estudo e a pr um
os ao fin al do fascículo. Procurar
rid r uma boa.
livros e links suge re nder mais pode se
cí fic o pa ra ap e você
curso espe sa be r se é isso mesmo qu
s, pa ra isa de
Mas treine ante rin ho s é uma arte que prec
qu ad
quer. Desenhar em carar essa?
78
tá disposto(a) a en
exercício. Você es
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

2.
1.

As Gibitecas, bibliotecas es- que integrou a Oficina, apresentou


pecializadas que se dedicam à co- o projeto da Gibiteca de Fortaleza
leta, guarda e difusão de acervo na assembleia do OP, a princípio,
de obras em quadrinhos, surgiram “como porta de acesso à leitura
pela primeira vez no Brasil na ci- para muitas crianças e adoles-
dade de Curitiba, inclusive o ter- centes.” Durante o primeiro ano,
mo foi cunhado por lá, em 1982. o responsável pela Gibiteca foi
Maristela Garcia foi a sua Paulo Amoreira. Mais tarde,
3.
coordenadora durante 17 anos. o Fórum de Quadrinhos do Ceará
Em 1991, a Secretaria Municipal organizava as atividades culturais,
da Cultura de São Paulo, criou a entre elas, o Dia do Quadrinho
Gibiteca Henfil, um reconheci- Nacional (DQN), que acontece em
do polo de cultura HQ. Em 1992, janeiro, além de palestras, cur-
a partir da doação de acervo da sos, workshops, painéis, jogos de
Biblioteca Nacional, foi criada, RPG, bate-papos e outras ações.
em Belo Horizonte, a Gibiteca Desde 2014, o bibliotecário
Antonio Gobbo. Hoje, alguns Eduardo Pereira, com apoio
municípios têm as suas gibitecas, de Herbênia Gurgel, diretora
vinculadas ou não a instituições da Dolor Barreira, elaborou um
públicas, e, felizmente, algumas plano de ação que pretende am-
bibliotecas já possuem, geralmente pliar a interação do espaço com a
nos setores infantojuvenis, um acer- sociedade em torno da fruição e
vo específico de quadrinhos, o que do fazer da Nona Arte, na tenta-
seria impensável até pouco tempo. tiva de consolidar a Gibiteca de
Fortaleza também tem a Fortaleza como referência no ce-
sua gibiteca, localizada na nário dos quadrinhos cearenses.
Biblioteca Municipal Dolor Se você não conhece a Gibiteca,
Barreira, a concretização de deveria pegar um tempinho e
um sonho dos amantes e artistas passar por lá. Que tal?
cearenses das HQs, alguns origi-
nários da Oficina de Quadrinhos Gibiteca de Fortaleza 4.
da UFC. Eles ansiavam por um Horário de Funcionamento:
espaço que não apenas cheiras- 1. Herbênia Gurgel
Segunda à sexta, de 8 às 12h | Terça, quin-
2. Eduardo Pereira
se a quadrinhos, mas que se tor-
3. Detalhe da Gibiteca
ta e sábado, das 13 às 17h.
nasse, como acontece em outras
Serviços 4. Reunião de quadrinistas na Gibiteca
gibitecas, uma sede aglutinado-
ra da arte sequencial, reunindo Acervo cativo (4.000 exemplares) aberto
acervo, artistas e leitores, difun- ao público (não há empréstimos) | Mesas
dindo a cultura HQ. para desenho | Mesas para leitura |
Esse desejo foi concretizado Cessão de espaço para ações previamente

79
em 30 de abril de 2009, por meio elencadas | Atividades culturais
do Orçamento Participativo (OP). Endereço: Av. da Universidade, 2572,
A jornalista Déborah Soares, Benfica | Fone: (85) 3105.1299
a M a is s o b r e H Q s
Leia e Saib
Almanaque dos Quadrinhos: 100 ano
s de uma mídia popular, Carlos Pata
Braga. Ediouro. Rio de Jane ti e Flávio
iro, 2006.
Mangá: o poder dos quadrinhos jap
oneses, de Sonia Bibe Luyten. Hedra, São
Paulo, 2000.
Aprendendo a desenhar com os maio
res mestres internacionais, com trad
Hélcio de Carvalho e Otávio Almeida. Vol 1. Panin ução de
i Comics. (para download GRAT UITO):
http://www.mediaf ire.com/download/cj1909jf
9zjmwp0/
APRE NDA+A+DESENHAR+COM+OS+MAIORES+
MESTRES+INT ERNACIONAIS.pdf
Canal do Proko: https://www.youtu be.c
om/user/ProkoTV (em inglês)
Cómo Dibujar Cómics al estilo Mar
vel, de Stan Lee e John Buscema (em espa
download GRATUITO): http://comoaprenderade nhol, para
senhar.com.br/baixar-livros-how-to-draw-com
ics/
Guia de Desenhos da DC Comics, de
Klaus Janson (para download GRAT UITO):
https://drive.google.com/fi le/d/0B-VQ4SA_zlxzS
UpvV21IVEcxZDg/view

Jean Sinclair (Autor)


trabalha profissionalmente com quadrinhos e ilustração desde Guabiras (Ilustrador)
2005, quando começou a vender seus trabalhos pela internet desenha desde os 5 anos de idade se baseando
em sites de vendas como o E-Bay. Trabalhou para editoras nor- em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no
te-americanas, ministrou aulas de desenho e quadrinhos em mundo. Em 2016, completa 18 anos em que traba-
colégio particular e participou de diversos eventos nos Artists´
Alleys e em painéis sobre cultura pop e quadrinhos e artigos/ lha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO
notícias para o site do Dínamo Studios do artista Daniel HDR. (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
Atualmente, trabalha como ilustrador de material didático e en- nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e
comendas para particulares. Acesse seu trabalho em: participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou in-
http://jeansinclairarts.deviantart.com/ dividuais. Para conhecer mais sobre a produção de
http://jeansinclairarts.blogspot.com.br/ Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br
http://www.dinamo.art.br/author/jeansinclair/

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-720-9 (Volume 5)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
66 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Tiras de
Quadrinhos
Waldemar Lene Chaves
1. APRESENTAÇÃO
sequencial
in an te s m an ifestações da arte
Uma das mais fa sc e à grande
ri nh os ev id o à sua concisão
ad . D
são as tiras de qu
ato,
de m se r ab or da dos em seu form
as que po de mais de
amplitude de tem po pu la rid ad e, mesmo depois
m su a
as tirinhas mantê to de seus primeiros tít
ulos.
im en rrati-
um século do su rg
ar im agens para fins na
narrativa
a hum an id ad e us
Apesar do fato de ot os , a primeira forma de
m uito re m rinhos,
vos desde tempos a um a le gí tim a história em quad
gráfica a ser
considerad te uma tira
em en to s típ icos, foi exatamen
com todos os se
us el se é um
no rt e- am er ic ano. Portanto, es
jorn al a Arte,
publicada em um im po rt ân ci a hi stórica para a Non
grande
formato que tem surgimento.
r te r de terminado o seu transmi-
exatam en te po
sc íc ul o qu e vo cê lerá agora é de
fa
O objetivo desse in te re ss an te s a respeito das tiras
s úteis e as próprias
tir conhecimento o es tim ul á- lo (a) a produzir su
co m
quadrinhos, bem a.
fo rm a divertida e criativ da sua fantástica
e
tirinhas, de os 12 fa sc íc ul os
todos s no jornal
E, nunca esqueça, o en ca rt ad os às terças-feira
çã o se rã ise às
emocionante cole h1 0, na TV O POVO, com repr
O POVO. E mai
s: às 13 ro, tudo isso,
vi de oa ul a co rr espondente. Cla nos-
quartas, às 8h, a ta m bé m es ta rá gratuitamente em
ula, r do
fascículo e videoa lid o e as si st id o de qualquer luga
ndo ser
so hipersite, pode
inscrição:
Brasil, mediante

fdr.org.br/uane/hqceara

82
2. DEFINIÇÃO Raymundo Nett
o

ra-
hos é uma nar
A tira de quadrin um a
g rá fi ca cu rt a, composta por
tiva lo seu
ens interligadas pe
sequência de imag ba lões
o conter texto em
conteúdo, podend jetivo
rd at ór io s, ge ra lmente com o ob
e reco a his-
or ou de narrar um
de transmitir hum
.
tória ou seu trecho Daniel Brandã
o

Todos os ele
mentos lingu
ticos de um ís-
a HQ podem
encontrados ser
em tiras (re
dros, balões, qua-
recordatórios
Entretanto, o etc).
que as torna
rentes das H dife-
Qs publicada
revistas é o fa s em
to de serem m
mais concisas. uito
Portanto, a tiri
é definida, ba nha
sicamente, pe
próprio form lo seu
ato. Compare
exemplos ao la os
do:

a)história deAfotirmraancoarrnacia
(acima)

em poucos qu sa,
adrinhos, tran
mitindo a me s-
nsagem de fo
rápida e objeti rma
va.

b)quadrinhos Apahraistóreriviasteams
(abaixo)

desenvolvida e é
m várias págin
permitindo um as,
a narrativa ma
detalhada (ao is
lado, uma pág
ina).

83
R A A S U A M E N T E !
AB
Será que aquela megassaga do seu super-he
rói favorito pode ser resumida em
uma tirinha? Apesar da aparente simplicida
de, é possível narrar qualquer his-
tória em uma tira. Um exemplo interessante
é o livro 99 Filmes Clássicos para
Apressadinhos, de Henrik Lange e Thomas Wen
gelewsky, no qual filmes como
Lawrence da Arábia, E O Vento Levou... e Taxi
Driver são resumidos, com muito
bom humor, em tirinhas de quatro quadrinho
s. Vale a pena conferir.

3. HISTÓRIA DAS

T I R A S em est iv e ss e à p ro cura de inform


avia uma
a-

m e ir a ti ra tanto para qu d e e n tr etenimento. H


p ri cu ra orld,
e n te , co n si dera-se como F e lt o n ção como à pro n tr e o s jo rn a is New York W
Oficia lm rd e al,
o s o Y e llo w Kid, de Richa jo rn a is g ra nde rivalidade u lit ze r, e o N ew York Journ
de quadrinh 898, nos seph P is leito-
, p u b lic a d a de 1895 a 1 Jo u rn a l. do jornalista Jo h H e a rs t. Para atrair ma
Outca u lt Y o rk d o lp ras
s N e w Y o rk World e New a n te ri o r- d e William Ran a ss a ra m a p u blicar muitas ti
americano mo vimos ois jornais p ocuparam
e ta n to , e ss a afirmação, co s a n te ri o re s ao res, os d s, q u e , p o r um período, rnais,
Entr lo o
p o lê m ic a , p ois alguns títu o s U n id o s, de quadrinh
m a io re s n a s páginas dos jo
mente, é d z r.
, p u b lic a d o s tanto nos Esta o s n a r- e spaços cada ve ic a p ro g re ss iv amente melho
Yellow Kid vam recu rs ade técn tórias hu-
to e m o u tr o s países, já usa a l. P o rt a n to , com qualid er am ve ic u la das breves his Essa
quan rn s
p ic o s d a s tirinhas de jo d e se n vo l- Nessas tira
g er o u o te rm o comic strips.

rativos
co n si d e ra dos pioneiros
no
a su í- m orísticas, o qu
e
la ri zo u e se estendeu a outras
também sã o o caricaturi st se pop u icas.
a s ti ra s d e quadrinhos e H is to ir e denominação n ec es sa riamente côm
vimen to d çã o d s, n ão ne-
lp h e To p fe r, com a publica W ilh e lm formas de HQ
u n d a G u er ra Mundial, houve
ço Rodo o cartunista Durante a Seg ar recursos na
impressão
M . V ie u x B o is, em 1827, a ti ra M a x and se ec o n o m iz as até
de
e , e m 1 8 65, publicou
su
im ig ra n te cessidade de ra s d iá rias foram reduzid
q u e o as ti os
Busch
b re d o is g a rotos peraltas, U n id o s, dos jornais, e es co n sid er ad as mais ou men
Moritz, so s Estado s proporçõ de antes se
R u d o lp h Dirks, que, no s, co n h e ci- chegar às m en te . Diz-se que, on
alem ã o r K id at u al mente
7 , p u b lic o u Katzenjamme it ã o , fo rt e - padronizadas
n ica ti ra , o cu pando pratica ro
9 p ú
em 18
l co m o O s S o brinhos do Ca p ublicava uma o jo rn al , se p ublicavam quat
da no Brasi oritz. ina inteira n e se publi-
te in sp ir a d a em Max and M hos nos Estados uma pág to , p er m an ec eu a tradição d ingo.
men ti ras de quadrin - tiras. Entretan as edições de dom
lic a çã o d e a is le it o lo ri d as n
84
A pu b ara atrair m s maiores e co
id o s e ra u m a estratégia p a m in te re ss a ntes car tira
U n seri
a, os jornais
res. Dessa form
bem an-
a ar te se quencial surgiu
No Bra sil, No ano
e-americano.
gelo
n o rt
-brasileiro An
w K id
tes do Yello is ta ít al o
jo rn al uim,
de 1869, o turas de Nhô-Q e
1 publicou As Aven
Agostini ra va os contratemp
o sd
a q u e n ar da-
tira humorad ri o r q u e vi ajou para a ci
o in te de qua-
um homem d 8 3 , uma outra tira
Em 1 8 ras
de grande.
to ri a, ch am ada As Aventu
au
drinhos de sua ve iculada na revi
sta Revista
ai p o ra , fo i na Don
de Zé C em O Malho e
d ep o is turas
Illustrada, d a an te ri or, essas aven
en te publicações
Quixote. Difer sé ri o. Ambas as
m m ai s quência
tinham to rias n arradas com se
m h is tó al-
apresentava ad as , m as faltavam-lhes
te rl ig
de imagens in to s que se popu
larizariam
o s el em en o ba-
guns outr o rt e- am ericanos, com
o s n
nos quadrinh atórios.
peias e record ram con-
lões, onomato cu lo XX, as tiras fo
Ao lon g o d o sé rnais , de Brad
is e sp a ço , n ã o apenas em jo - , o d es as tr ad o Marmaduke
Mutts,
quistando ma m b é m e m jornais de ou Jim Davis
si m p át ic o s cãezinhos de
as ta
Anderson, o s As
americanos, m e ve , e m g ra n de parte, aos n n el l, al ém d e vários outros.
se d o astante
tros países. Is2so to d o de distribuiçã
o de de Patrick McD m iliar também têm b
é fa
Syndicates
e se u m mo a vi d a orrível,
o je e funcionam co tiras sobre o r ex em plo Hagar, o H
a té h o , p en-
tiras. Eles atu
am
co n tr a ta m artistas para destaque, com u it as o u tr o s temas recorr
cias qu e e. M de tra-
grandes agên rn e ci das ao maior
nú- de Dik Brown d o s, co mo ambiente
u e sã o fo se r ci ta etc.
criarem tiras q rn a is d e to d o mundo. Os tes podem
en to , cr ític a sociopolítica
de jo am
mero possível b lic ação das tiras,
são balho, relacion
m a p u i
rendimentos,
co
o Sindicato e
o s
Agostini (1
843-1910) fo
s m e m b ro s d 1. A n g el o no
eo e artistas iano que cheg
ou
divididos entr res agências d desenhista ital
a d a s m a io te , um o a carreira
artistas. U m
Fe a tu re s Syndic a ao s 16 anos, iniciand
s é o Kin g Br as il ao fundar o
de quadrinho ib u i ti ra s famo- ca rt unista em 1864
nidos, que d is tr de de São Paulo:
dos Estados U o n , P o p e ye e ro jo rnal ilustrado
o rd pr im ei osquito e A
m o Fa n tasma, Flash G o. Pu blicou em O M
sa s, co D ia bo C ox o, criou As
H o rr ív e l. m eira s um in en se. Neste últim
Haga r, o p ri V id a Fl Impressões
h u m o rí st icas foram as s. as de Nhô Quim ou
As ti ra s
aram mais po
p u la re A ve nt ur , considerada
se to rn a V iagem à Corte
a surgir e as q u e
mente contem
p o - de um uma das mais
p ra ti ca ei ra HQ brasileira,
Algumas delas
sã o n- a pr im 76, fundaria a
K id , m as p ermanecem se an ti ga s do mundo. Em 18
ial no país.
low bastante a, marco editor
râneas de Yel je . H á te m as st a Ill us tr ad
até ho écie Re vi
do publicadas in d o es b oçar uma esp como
er m it his- ente traduzido
recorrentes, p n h as n ar ram 2 . Er ro ne am
o”. Muitas tiri ias, den- es são empres
as
de “classificaçã as d e p er ip éc “s in di ca to s”, os sindycat eú do pa ra
de cr ia n ça s, chei s co m o O s is em di st ribuir co nt
tórias o s citar clássico respon sá ve
esmo para inte
rnet,
u ai s p o d em K id s) , re vi st as e m
tre as q it ão (Katzenjammer jornai s,
ic as e também feat
ures,
d o C ap (Cal vin tir as cô m
Sobrinhos r, C al vi n & Haroldo como
as cr uz adas, passatem
pos,
To p fe la vr
e Peanuts, de
, pa ileiro a
de Rodolphe W at er so n , ou seja
O pr im ei ro veículo bras
e B ill tiras sobre artigos et c. es foi o
& Hobbes), d ém h á m u it as rs on ag en s dos syndicat
. Tamb pe 1929.

85
field, de publicar
Charles Schulz o so g at o G ar pl em en to Gazetinha, em
o preguiç su
animais, como
As tiras de jornal permitem uma grande varie- No Brasil, há muitos cartunistas influen-
dade de gêneros narrativos. As de aventura são tes, como Laerte (Piratas do Tietê, Gato e Gata),
particularmente populares e grandes heróis clás- Angeli (Os Skrotinhos, Wood & Stock), Ziraldo
sicos surgiram nesse tipo de publicação ou foram (Pererê, Menino Maluquinho) e o saudoso Glauco
adaptados para ele. O Fantasma, de Lee Falk, e (Geraldão). Muitos deles começaram suas carreiras
Tarzan, ilustrada por Hal Foster e inspirada dos nos anos 70, trabalhando em publicações como O
livros de Edgar Rice Burroughs, narravam histó- Pasquim, tabloide semanal de conteúdo satírico,
rias cheias de ação, em lugares exóticos, como as que se opunha à repressão do governo militar. Na
selvas africanas. Já as histórias de Flash Gordon, década de 1980, revistas como Striptiras e Chiclete
magistralmente escritas e desenhadas por Alex com Banana publicavam tiras de quadrinhos e ob-
Raymond, mostravam aventuras em outras ga- tiveram muito sucesso.
láxias, com viagens interplanetárias e encontros Atualmente, observa-se que alguns jornais bra-
com seres alienígenas. sileiros reduziram o espaço também para tiras de
quadrinhos, ou até deixaram de publicá-las. Por
outro lado, vemos um crescente número de auto-
res publicando suas tiras na internet, em
blogs e redes sociais, com bastante suces-
so. Como bons exemplos, temos o Fabio
Coala (Mentirinhas), Carlos Ruas (Um
Sábado Qualquer), Clara Gomes (Bichinhos
de Jardim), Willian Leite (WillTirando),
Andre Dahmer (Malvados), entre outros. As
tiras publicadas na internet não são apenas
um passatempo para os autores, mas uma
profissão. Os meios de publicação (blogs
e redes sociais) oferecem ferramentas que
permitem que seus autores ganhem dinheiro
por meio de anúncios visualizados em suas
páginas. É um mercado em crescimento!

4. FORMATOS

o
Raymundo Nett
as,
hos são definid
Tiras de quadrin pesar
lo seu formato. A
principalmente, pe ês de-
gr an de va rie da de de formatos, tr
da er:
o m ui to im po rt antes de se conhec
les sã ais e
(b) Tiras dominic
(a) Tiras diárias, .
rnet (webcomics)
(c) Tiras para inte

86

em
de único quadro
Exemplo de tira B) e co lor ida .
(P&
preto-e-branco
Exemplos:
e os jor-

a)
ia s q u
Tiras Diár
sã o as
ira a
de segunda-fe
nais publicam um a
. Po d em te r, em média, de io-
sábado m fo rmato proporc
ad ro s, n u
quatro qu rgura por 4
m an h o de 13 cm de la
nal ao ta randes
tu ra , fo rm at o usado por g e.
cm de al in g Fe atures Syndicat
m o o K
agências co das im-
ia lm en te er am quase to mas,
In ic -e-branco,
e m p re to -
pressas
m o s av an ços das tecno
atualmente, co s publi-
, muitos jornai
ves
ão Lene C ha
d e im p re ss s nor-
logias lo ri das. Nos jornai
d iá ri as co
cam tiras tiras diárias
o s, sã o comuns as
te-a m er ican rinho,
p o r ap en as um quad
compo st as rado,
at o ap ro xi m adamente quad
num form ter
to d a a h is tó ria, podendo
que sintetiza é, geralmente
a fala de
se u ro d ap s se
texto em s. Es ses quadrinho
so n ag en
um dos per do cartum.
m u it o da linguagem
apro xim am e revis-
o ra , n a m a io ria dos jornais a- Exemplo de
Emb ronizado, o esp de
n h o se ja p a d ca possível
so
tas, o tama ria pode ser u
sado de rediagra m aç ão
u m a ti ra d iá mpre pu bl ic aç ão
ço de itos autores se os para
fo rm a s. M u em jornais,
diversas quadrinh
su a s ti ra s com quatro r da re-
revistas ou
faze m internet.
su a s d im ensões. Apesa
iguais e m rmite
e d a co m p o sição, isso pe -
petitividad lic a d a ta nto na horizon
p u b
que a tira seja a l, ou na form
a apro-
o n a ve rt ic rna
tal, com u a d ra do”, o que to
u m “ q
ximada de de diagramaçã
o, facili-
l a m u d a n ça revistas
viáve o em jornais e
p u b lic a çã va- Daniel
tando a to s. O utros autores
Brandão
fo rm a
de diversos os, o que,
a s la rg u ra s dos quadrinh pode
riam
d ifi cu lt a r o seu rearranjo, a
e
apesar d
ra d a r m a io r dramaticidade
contribuir pa ria. Há cartun
istas que
e d a h is tó
cada p a rt s total-
co m p o r se us quadrinho e
preferem to à fo rma, tamanho Exemp
q u a n lo em
mente livres o s quadrinhos
no espa- de for que o autor
n a m e n to d uitas ma pou a
co con proveitou o
posicio e adicionar m vencion e
, o q u e p o d al, para spaço retang
ço da tira increm u
entar lar da tira
ativa.
nuances à narr a narra
tiva.

87
c)aquelas cujo formato é adequado à leitura
Geralmente, as tiras são feitas de forma que seu Tiras de Internet (webcomics) são
conteúdo seja independente das tiras anteriores ou
posteriores a ela. Ou seja, já têm, em si, a men- em páginas da internet. Há muitos recursos para
sagem completa. Entretanto, também existem que a leitura de uma tira de quadrinhos se torne
tiras que são trechos de uma história maior. São as mais dinâmica, quando feita em uma tela de com-
tiras seriadas, e a compreensão de seu conteú- putador. Por exemplo, a sequência de quadros
do depende da leitura das tiras anteriores. As tiras pode ser feita de forma vertical, para que o leitor
de aventura, como as do Fantasma e de Dick Tracy, use a barra de rolagem ao passar de um quadri-
por exemplo, têm essa característica. nho para o outro. Algumas webcomics adaptam-
Há, também, a possibilidade de se conseguir se ao formato widescreen da maioria dos monito-
um meio termo entre as formas seriada e não se- res atuais. Há também a possibilidade de inclusão
riada. Muitos autores publicam tiras que podem de efeitos de animação, som e interatividade que
ser apreciadas de forma independente, mas que, podem enriquecer a narrativa, tornando a expe-
juntas, formam uma narrativa maior. A tira Calvin riência de leitura bastante divertida. E, logicamen-
& Haroldo é um bom exemplo dessa modalidade. te, também podem ser usados os formatos típicos
de tira diária e da tira dominical para internet.

b)aos domingos, e têm como característica


Tiras Dominicais são aquelas publicadas Outra notável vantagem das webcomics é a fa-
cilidade de publicação. Blogs, websites e páginas
principal o fato de ocuparem um espaço maior nas de redes sociais podem servir de suporte para pu-
páginas de suplementos lúdicos dos jornais. Quase blicar tiras. Não há necessidade da aprovação de
sempre são impressas coloridas e apresentam ta- um editor, nem de ocupar páginas de jornal, ha-
manhos e proporções variáveis cada publicação. vendo grande liberdade de formatos, temas e pe-
Geralmente, disponibiliza-se um espaço equivalen- riodicidade, além de uma possibilidade de alcance
te a três ou quatro tiras diárias. Mas há tiras domi- superior ao do material impresso.
nicais com formatos totalmente diferentes.
Por possibilitar um número maior de quadros,
as tiras dominicais permitem o desenvolvimento de

o
Daniel Brandã
histórias um pouco mais complexas.

88
e T é c n i c a s d e
5. Etapas

Prod u ç ã o
é
u zir u m a tira de quadrinhos
Para se pro d ndamen-
rio se g u ir al g umas etapas fu o de
necessá
to r te m se u método própri
tais. Cada au rtamente, tod
os passam
h o , m as , ce
trabal assos:
os seguintes p
por cada um d
a de

a)
Ideia: É o p
onto de partid
ia en-
o o p ro ce ss o criativo. A ide
tod ado, aquilo
a ss u n to que será abord
volv e o r. É uma
cê te m vo n tade de conta exis-
que vo te su bjetiva e não
m a m e n
etapa extre obter boas
m a fó rm u la exata para se simples-
te u o ? Elas podem
ã o é m e sm em
ideias, n te n um lampejo, b
mente vir à su a m e n uma boa
ciso muitas ho
ras (ou é im portante ter
se r p re Tam bém a volta.
como p o d e
ura e pesquisa
para
d o q u e acontece à su
o , le it percepçã o as, o
dias) de re fl e xã
ressante am ento das pesso
te n h a uma ideia inte Observar o co m p o rt
eira como
qu e se o b da. cionam, a man
ena ser realiza modo co m o se re la r maté-
que valha a p m ídias variadas
e so-
icam et c. Tu d o isso pode se
ta n te , em boas se comun
Ler bas aj u da a se obter uma boa tira.
bre assuntos d iv er so s,
ue se leia ria-prima para mo tira-
, é re comendável q p eç a q u e vamos usar co foi es-
ideias. Po rt an to artigos A asso a passo
, cr ô nicas, ficção, -exemplo p ar a es se p
ada
notícias d e jo rn al
re vista, propagandas
,
irista A n e B rito e desenh
científicos, mat
ér ia s d e
agens de crita pela rote tora teve, com
o inspira-
e re médio, embal . Nel a, a au da
piadas, b u la s d
e estiver a seu alca
nce. por mim
d e su as co legas da época
D O o q u ção, algum as poderá acom-
biscoito... TU s fácil fica a ra vo cê
co n hecimento, mai escola. A parti
r d e ag o
gente:
Quan to m ai s
formações e m
ais criati-
su a co n stru çã o. Vem com a
en tr e as in panhar a
conexão
ideias.
vas serão suas

89
A. Chaves
Roteiro:

b)deComdeafinidireidea emquemmenanteei, raé


Argumento e

Ane Brito de
hora
-la em sua tira.
você vai transmiti
definir como
Primeiro, deve-se
a de aconteci-
será a sequênci
os dos perso-
mentos e os diálog
é chamada de
nagens. Essa fase e
argumento. N
ão há necessidad
alidades pa ra
de grandes form
mento. Pode
se registrar o argu
(em prosa), ou
ser escrito apenas
onecos de pa-
rabiscado com “b
, nas imagens to:
litinhos”. Observe ir o c o m Uso de Tex
tora optou por Rot e
ao lado, que a au
ento da tira-
registrar o argum Tira: Alice
e Rita
o de imagens
-exemplo com us Recreio...
simples e textos
manuscritos. Título: No , dividida
l, p ro p o rc io nal a 13x4cm
(Tira horizon ta
hos iguais)
u argumen- ri n hos de taman
Uma vez feito o se em qu at ro q u ad
sso é o roteiro,
to, o próximo pa meiga, posicio
nada à
orientações que 01: A
in a
que consiste nas Quadrinho
lic e, m en
lar. Colorir a
as para que a tira a corda de pu
devem ser seguid esquerda, se g u ra n d o u m
enina ran-
forma correta. q u entes. Rita, m
seja realizada de de se fazer personagem co
m co re s
m ando um suco
num
A maneira formal ada à d ir ei ta , to
texto. Nele, zinza, posicion m cores frias.
do. Colorir co
um roteiro é em copo com ta m p a e ca n u
lar corda?
é descrito em o de fa la): Sabe pu
cada quadrinho Alice (balã
anho, conteúdo
seu formato, tam o de fala):
Não.
Entretanto, tam- Rita (balã
visual e textual.
com desenhos,
bém pode ser feito rando uma bo
la. Rita se
plificadas para 0 2 : se g u
Quadrinho
e
usando formas sim A lic
sição, expressão esma posição.
determinar a po mantém na m carimba?
s personagens, o de fala):
Sabe jogar
corporal e facial do Alice (balã
ão de textos em
o de fala):
bem como a posiç Não.
atórios de cada Rita (balã
balões e record
completar a sua eteca. Rita se
quadro que vai segura uma p
r compreensão, o 0 3 : e
Quadrinh
A lic
tira. Para melho
guir o roteiro da esma posição.
apresentarei a se mantém na m peteca?
o de fala):
ado de duas for- Sabe jogar
tira-exemplo realiz Alice (balã
em de texto o de fala):
Não.
mas: com linguag Rita (balã
desenhos.
e com o uso de
Rita co-
té m o ar jovial.
04: m an
Quadrinho
A lic e
er desesperada. -
meça a corr avilha! Vou po
e (ba lã o de fala): Mar
Alic cê!
90
pra vo
ar to d as essa s brincadeiras
der ensi n
de grito):
NÃÃÃO!!
o
Rita (balã
h o s:
U so d e D es en
R o te ir o co m
ser feita cuidado-
Cada escolha deve esmo
m en te pa ra qu e a tira seja, ao m
sa tras
teressante. Em ou
tempo, clara e in id eia
nta ter uma boa
palavras, não adia ecu-
vo cê nã o co ns eguir uma boa ex
se está
entender o que
ção, o leitor não or, se
sua história ou, pi
acontecendo na te-
rr at iv a lh e pa re cer chata e desin
a na s são
tiras de quadrinho
ressante. Como ea
as , ge ra lm en te é recomendável qu
cu rt ob-
com o máximo de
narrativa seja feita in an do Lene C h
a concisa, elim aves
jetividade, de form
irrelevantes.
textos e imagens

c)
Desenhos

it o s, in ic ia lm ente, a lápis. A
vem ser fe cessário,
c.1) Lápis: O
s desenhos de o s o quanto for ne
co rr ig id s, pre-
a r a fe p e rm ite que sejam re -s e d e d e ix ar espaços livre rios
su mb e recordató
finalizados. Le a colocação d
antes de serem p e ri o r, p a ra amente um
na parte su ixar aproximad
ferencialmente a p rá ti ca é d e ssa fina-
a lõ e s co m texto. Uma dic su p e ri o r, vazios, para e
e b pa rt e ese-
o d o s q u a drinhos, na te xt o s a n te s de iniciar os d
terç oçar os ecessário
m pode-se esb espaço será n
lidade. També oçã o d e q u a n to
ter uma boa n
nhos, para se m e n tos.
desses ele
para cada um

Lene Chaves

91
Lene Chaves
Como mencionado ante-
riormente, muitos jornais pu-
blicam tiras com formato pa-
drão proporcional a 13x 4 cm.
Para seguir esse modelo, não
precisa desenhar em espaço
exatamente deste tamanho,
basta que siga a mesma
proporção. Se traçarmos um
retângulo do tamanho citado
e fizermos uma linha diagonal,
como a da figura ao lado, será

Lene Chaves
possível determinar formas
maiores ou menores do que
a figura original, mas com as
mesmas proporções. Fácil, né?

c.2) Arte-Final: Após definido


o desenho a lápis, aplicam-se
as técnicas de arte-final, para
que a tira esteja pronta para ser
publicada. Nas mídias impressas
(jornais, revistas etc.) conse- nanquim
Arte-final em
gue-se um melhor resultado
de impressão com desenhos
finalizados a nanquim. Podem
ser utilizadas canetas técnicas,

Lene Chaves
canetas bico-de-pena, pincéis,
entre outros materiais.

c.3) Letreiramento: Se sua


tira tiver texto, como a nossa
tira-exemplo, é importante
que, desde o início, seja reser-
vado um espaço na parte
superior dos quadrinhos,
no qual serão adicionadas as

Lene Chaves
falas dos personagens. Caso
queira escrever o texto ma-
nualmente, é importante que
as letras sejam feitas da forma
mais clara possível, com o uso
de linhas-guias para orientar
a escrita, como no exemplo
(terceiro quadro da página).

92
Depois, apagamos as linhas e
veja o resultado ao lado:
Lene Chaves
-
demos inse
Também po s d e
do editore
rir texto usan olha
a g e m . N e sse caso, esc
im es-
tra) que fique
uma fonte (le ti ra.
bem na sua
teticamente para
tes gratuitas
Há várias fon si te s na
diversos
quadrinhos em ela que com-
aqu
internet. Use e
m seu desenho
bina mais co
a tira:
“clima” de su

ne Chaves
ização: Pod
em ser
c.4) Color
s tradicionais,
usadas técnica

A. Chaves e Le
cas,
m o lá p is d e cor, hidrográfi
co ou
kers e guache,
aquarela, mar r
ção digital po
usar a coloriza .
res de imagem

Ane Brito de
meio de edito cn ica
mente da té
Independente te
mais importan
a ser usada, o is
s que sejam úte
é escolher core co re s
riando entre
à narrativa, va
imagens com
frias e quentes, á-
ais monocrom
muitas cores, m em preto-e-
ou
ticas (uma cor) -
n co , p ar a re ssaltar momen
-b ra
na tira.
tos dramáticos

Tirinhas GO!
co de como fazer tiras de quadri-
Agora que você já tem o conhecimento bási
e observe a realidade à sua
nhos, é hora de entrar em ação! Leia, pesquise
ideias. Ponha em prática tudo que
volta para buscar inspiração e obter boas
publicando suas próprias tirinhas!
aprendeu até agora e divirta-se fazendo e

93
6. Conclusão
, se
é u m p ro ce sso criativo, e
quadrinhos narrativa, qua
lquer um
, a p re n d e m os noções ra o b e m d a
Neste fascícu
lo - for pa ignorado.
m a tira de quadri o s a cima pode ser -
de como pro
d u zi r u
u co d a h is tó ria d o s p a ss
u e a le it u ra tenha sido pro
mo um po Espero q ara que
nhos, assim co fo rm a d e arte se- q u e si rv a de estímulo p
ntíssim a sa e cria-
dessa importa r q u e to d o o co- veito is p e ss o a s p o ssam usar sua
ressalta mais e ma divertidas
quencial. Vale o tr a n sm it ido aqui não d e p a ra p ro duzir boas e
cn ic ta- tivid a
nhecimento té as como orien adrinhos.
R E G R A , se rv in d o a p e n
o . Fa ze r h istórias em qu
é izad
ar seu aprend
ção para facilit

a ib a M a is s o b r e HQs
Leia e S
As Aventuras de Nhô-Quim & Zé Caip
ora: os primeiros quadrinhos bra
(1869-1883), de Angelo Agostini, orga sileiros
nizado por Athos Eichler Cardoso. Edições do Senado
Federal. Brasília, 2013
As Tiras de Jornal como Gênero Jor
nalístico, de Marcos Nicolau, publicad
08/02/2007 na Revi sta Eletrônica Temática. Paraíba, 2007. o em
Explosão Criativa dos Quadrinhos
, de Moacy Cirne. Editora Vozes LTDA. Petr
ópolis, 1970.
História da História em Quadrinhos
, de Álvaro de Moya. Editora L&PM. Porto Aleg
re, 1986.
Tiras em quadrinhos do King Feat
ures Syndicate (em inglês e espanhol
www .comicskingdom.com ):

adrinis ta
Quadrinhês: o glossário d o q u do Ne tto
Raymun
por Daniel Brandão e

1.
Argumento: texto curto de apresentação
de enredo, que serve de base para o de-
senvolvim
ento de roteiro para obra em quadrinhos, cinem

2.mesmo caricatural que, geralmente, publicada em jornais, critic


a, TV.
Cartum:
adaptado do cartoon inglês, é uma imagem com
tom humorístico ou
a ou ridiculariza

3.
o comportamento humano.
Rafe: denominação do primeiro esboço/ra
scunho, a lápis, anterior ao leiaute, que
serve de base para as próximas etapas de dese
nvolvimento do desenho, como a
94
arte-final e a colorização.
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

ichanã
Acervo Max Kr
Entre 1998 e 2000, a sede exposições de quadrinhos, char-
do Instituto Brasil-Estados ge e fotografias, mini sessões de
Unidos do Ceará (Ibeu/CE) cinema e vídeo (curtas de anima-
possuía um acervo de livros, revis- ção), recitais, entre outras ações,
tas, álbuns e séries em quadrinhos que resultou na premiação, como
em distintos idiomas à disposição “Personalidade do Quadrinho
para consulta dos seus alunos e Cearense – 1999” (Prêmio
visitantes. Esse conjunto era de- Carbono 14 de Quadrinhos Álvaro de Moya e Max Krichanã em
momento da feira de HQ
nominado Biblioteca de Arte Cearenses), a Max Krichanã. O
Sequencial R.F. Outcault, Carbono 14 foi o primeiro prê-
homenagem ao criador da tira mio no Ceará dedicado ao gê-
Hogan’s Alley, de onde surgiria o nero HQ, sendo organizado pela
personagem Yellow Kid. Oficina de Quadrinhos da UFC e
A inauguração oficial da pelo Graph It Studios.
Gibiteca aconteceu no Teatro Antes de criar a Gibiteca,
do Ibeu Aldeota e contou com a Krichanã trabalhou nos jornais
presença de Álvaro de Moya, Folha de S. Paulo e A Gazeta
jornalista, pesquisador e ilustra- Esportiva. Retornando ao Ceará,
dor, Geraldo Jesuíno, pro- trabalhou em O POVO, como
fessor do curso de comunicação editor do caderno Buchicho, no
da UFC e criador da Oficina de qual colaborou para a divulga-
Quadrinhos, Max Krichanã, ção do trabalho de Guabiras e
jornalista, professor do Ibeu e res- Denilson Albano.
ponsável pela Gibiteca, além de Publicou, em 195 edições, o
quadrinistas locais e leitores de Jornal da Praia, periódico inde-
HQs, entre os quais, a turma do pendente e gratuito que tinha o
Graph it Studios (Daniel Brandão, diferencial de trazer com destaque
J.J. Marreiro e Geraldo Borges), quadrinhos cearenses produzi-
Studio 3, Fernando Lima, repre- dos por Mino, Weaver, Klévisson,
sentantes de revistarias (Revistas Newton Silva, Jefferson Portela,
& Cia, Shazam e Fanzine) e os Rafael Limaverde, entre outros.
expositores Valber Benevides, Atualmente, o acervo da
Klévisson, Clayton, Rafael, Gibiteca se encontra no bair-
Sinfrônio, Kazane, Guabiras, ro Meireles, em Fortaleza, no
Weaver (Seres Urbanos) etc. Gabinete de Leitura, em regi-
Durante a sua existência, a me de consultoria em HQs e cultu-
Gibiteca proporcionou à socie- ra popular. Os interessados em co-
dade uma vasta programação: nhecer esse acervo podem entrar
lançamentos de livros, fanzines e em contato com Max pelo e-mail:

95
cordel, pocket-shows de humor, max.krichana@hotmail.com. Página de quadrinhos do “Jornal
da Praia”: Mino, Fernando Lima,
Jefferson Portela e
Rafael Limaverde.
Waldemar Lene Chaves (Autor) Guabiras (Ilustrador)
médico e cartunista, começou a desenhar desde os quatro anos, in- desenha desde os 5 anos de idade se basean-
fluenciado pelos desenhos animados da TV e pelas histórias em qua- do em tudo que se possa imaginar de quadri-
drinhos. Em 2003, participou do Curso de Histórias em Quadrinhos nhos no mundo. Em 2016, completa 18 anos
do Estúdio Daniel Brandão. As habilidades e os conhecimentos pro- em que trabalha como ilustrador e cartunista
porcionados pelo curso, assim como a amizade de todos os mem- no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inú-
bros do estúdio, abriram as portas para o mercado profissional. meras publicações e personagens em HQs e
Participou da equipe criativa das tiras do Capitão Rapadura publica- fanzines, ministrando oficinas e participando
das no Diário do Nordeste. Publicou HQs na Manicomics, em sites de trabalhos/mostras coletivos e/ou indivi-
pessoais na internet e na Karton, revista em quadrinhos polonesa. duais. Para conhecer mais sobre a produção
Em 2011, colaborou com a Maurício de Sousa: Novos 50 Artistas. de Guabiras, acesse:
Atualmente, faz desenhos por encomenda e publica tiras de quadri- blogdoguabiras.blogspot.com.br
nhos, cartuns e ilustrações na internet.

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-721-6 (Volume 6)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
77
c u
de
r so
his
b

qua
t
á
Ó
d
s

r
ico
S
rIa os
inh
em

Quadrinhos
Alternativos
Weaver Lima, Débora Santos e Sirlanney
1. Introdução
ber
en o( a) pa da w an, você quer sa
Peraí, pequ ouviu fa-
qu ad rin ho s alternativos? Já
o que sã o se faz
pu bl ic aç ão ? Q uer saber como
lar em auto r que seu
pe nd en te s e como consegui
HQs in de leitores?
ira aa aa do ch eg ue nas mãos dos de
trabalho rt o: no Curso Básico
lu ga r ce
Você está no rinhos! O fascíc
ulo é esse
ri as em Q u ad ltar ao
Histó ar dele e quiser vo
se vo cê go st
mesmo. E al Especial, se
ss ad o, ba st a ac essar o seu Can lugar do
pa TE de qualquer
r G RA TU IT A M EN nº 1,
inscreve cê ch ega na estação
cl iq ue vo
país, e num fascículos e
m ec in ho , lendo todos os
desd e o co almente
a to da s vi de oa ulas feitas especi
assistindo mais
e é fe ra e qu er sempre saber
para você qu
SE AGORA!
sobre HQs. ACES

f d r .o r g .b r / u a n e
/hqceara

98
2. QUADRINHO

D E P E N D E N T E
IN Os quadri n h o s in d e p e n
por Weaver Lima

dentes primam
pela cria-
manei-
q u a d ri n h o s va m q u e e xi stem inúmeras m
s sé ri e s m a is famosas de é d ia s e ti vidade e nos p
ro
ri a s g ra fi ca m ente, e que ne
Além d a o por m r his tó nitinho”,
p o r g ra ndes (ou mesm cilmente nas ras de se conta p re ci sa ser aquele “bo
lança d a s fa sempre o dese
n h o dese-
s) e d it o ra s, encontradas d e q u a - se q u e r é n e cessário saber
pequen a çã o e vés
ra ri a s, e xi st e uma produ p is ta ” , re dondinho, qu m a H Q , p o r exemplo, atra
bancas e liv “em outra criar u qualquer
u e ci rc u la à margem, d ri n h o s nhar. Pode-se e n s. Is so quer dizer que
drinh o s q q u a la g e fa-
e m . S ã o o s chamados de recortes e co ntrar sua própria maneira d
como d iz er
e n te s . o B ra si l p e ssoa pode enco , claro! Basta se desprend
independ dos aqui n zer quadrinho
s? Sim ma ma-
o , vá ri o s títulos são lança n ão sã o d i- ve n ci o n a is e encontrar u
r an , co n ante
Po
ár io d o q u e muitos pensam pouco de dos modelos lm e n te , o a g rade. O import
e, ao con tr asta ter um cipa almente
re m encontrados. B h o s al ém neira que, prin ri n h o seja algo re
is d e se u ad rin q u a d o que
fíce
e d e co n h ecer outros q p ec ia liz a- é que o seu
n e st o a o s se us anseios, alg
curiosid ad jas es o ito
n ci o n ai s e p rocurar em lo u co m ic s eu, que seja h cê a cr e d it e . Esse é o espír
dos conve , gibitecas o o represente,
que vo
d e q u ad rin hos (revistarias d ep en d en te s o u
ç ã o independen
te.
das açõ es in p ro d u
as de public da
shops), em feir e d istâ nci a.
es” d
a “alguns cliqu mercial
ifer en te d o quadrinho co
D as e
equar às norm
que busca se ad , o quadrinho
cado
modas do mer
se caracteriza,
independente -
, pela vonta
principalmente
autores em
de de seus
róprios per-
criar seus p r
desenvolve
sonagens e e u m a
ata-se d
histórias. Tr p es -
forte carga
produção com o
al , o n d e se percebe a visã
so res.
e seus criado
de mundo d o
quadrinhos sã
Muitos desses o-
to b io g rá fi co s, questionad
au ras
lesmente, ob
res, ou simp sa-
uzidas prazero
artísticas prod
tal liberdade.
mente com to

99
sores
2.1. Precur
inhos
dos quadr america-
tes rgiu na década
o quadrinista
independinedn
xt o q u e
Foi nesse co n te
2 lançou a revist
a Zap Comix,
ert Crumb meio dos
ependente su
O quadrinho o p a ss ava no Rob d iv is o r de águas no
m u n d
que se torna ri a u m tipo de
6 0 , n o s E st a dos Unidos. O e a s re vi st a s a p C o m ix a p resentava um e
de 19
tr a n sf o rm a çõ es culturais rm a d e q uadrinhos. A
Z
e q u e b ra va tabus formais
por várias mo uma fo o autoral q u os. Era a
d ri n h o s eram tidas co st a s e ra m quadrinh m o cu lturais e polític
em q u a ssa s re vi
estilísticos, ass
im co lizados
n im e n to p a ra crianças. E n tr a ta va m o s q u a d ri n hos eram uti -
entrete
p o r g ra n d e s editoras que co as para primeira vez que o a l d e a rt is ta que se mostra
produzidas s e colorist diário pess de uma
s, d e se n histas, letrista in d u st ri a l como um ve la n d o suas neuroses
escri to re
criarem em e
sc a la
va abertamen
te , re o, ini-
fu n çõ e s e o r, re sp e i- ra m e n te re a l. A publicaçã
dividirem de aventuras
e hum maneira assust
ado elo próprio
le ve s” d e
1 (código dos e m ão em mão p
o “Comics Co
his tó ri a s “ ” ve n d id a d outros
s n o rm a s d p o st a p e - cialmente in sp ir a çã o para muitos
tando a ra im d e 3 ueriam
écie de censu Crumb, serviu n t r a c u lt ura que q
quadrinh o s) , u m a e sp
inavam os m e io s d e s à c o
oras que dom autores ligado nhos.
las p ró p ri a s e d it
d o s q u a d ri n h o s.
d u zi r se u s p róprios quadri
istribuição pro
impressão e d ista,
Crumb (1943), cartun
2. Robert
://
ode aqui: http co, nasceu na
bre o ComicsC r e artista gráfi
1. Sa ib a m ai s so /c on fi ns -d o- ilustrado es do
q.com/podcast dos fundador
www.universoh ensura-nos-quadrinhos/ Pensilvân ia , EU A . É um
adrinhos
universo-002-a
-c
to ur de rg round dos qu
movim en adaptou
ri ad or de Fritz, the Cat,
americanos . C e Bukowski.
obras de Kafka

ura foi um
movimento
ult
3. Contrac que
cial
contestação so
libertário e de na década
pa ço , principalmente
ganh ou es icação de
meio da comun
de 1960, por los, a cultura
vu lg an do novos esti
mas sa , di alternativa,
un d, marginal e/ou
un de rg ro ça de valores
an do re fl ex ões e a mudan amento.
provoc e de comport

drinhos in-
cá , m ilh a re s de bons qua es do
De lá pra
m la n ça d o s em várias part
fora s li-
dependentes l fa la r d e to d os, em pouca
ossíve ns títulos
mundo. É imp o d e d e ix ar de citar algu
nhas, mas não
se p exem-
s o b ri g a tó ri as como, por
nci a nha,
que são referê It á lia , a E l V íbora na Espa
ale na o a Zap
plo, a Cannib d o s U n id os. Assim com
E st a oder-
e a RAW nos s fo ra m d e ci sivos para a m -
tulo mento da pro
Comix, esses tí o s e fo rt a le ci
uadrinh
nização dos q
ndente.
dução indepe

100
de
2.2. Por on
eu com eço? conhecer a pro-
a dica para se
Uma bo em sites
e p e n d e n te é procurar
dução in d uadri-
h a s e sp e ci a lizados em q
de resen vlogs que
st e m m uitos blogs e
nho s. E xi dentes.
m q u a d ri n hos indepen a-
divulga d e e ncontrar inform
s, a lé m
Nesses site údo desses qu
adrinhos,
so b re o co n te
ções uiri-los.
ndo como adq depen-
você fica sabe q u adrinhos in
a s d e
Ir às feir om caminho, p
ois
4 também é um b
dent es u m
te r ac es so a vários títulos em -
além de os seus auto
p o ss ível conhecer
só lu g ar , é es mesmos
q u e, q u as e sempre, são el mas
res já
o s se u s tr ab alhos. Em algu
que vendem encontrar
p s ta m bém é possível
com ic sh o depen-
d es tin ad o s à produção in
espaço s rgiu
r q ue, em 2015, su - faz
dente, e va le d es ta ca
especia a çã o que também
lo a p rimeira loja Outra p u b lic
l QI: Quadrinh
os
em Sã o Pa u penden- im e st ra
u b li cações inde esse registro é o b
93, esse
lizada e m p
g ra Press, que além
de
n d e n te s. La nçado em 19 pelo
tes do Bra si l: a U
e seus lan- Indepe G e ra is é enviado
u m a editora. Entr fanzine de M in a s
nais e tem
loja é ta m b ém
p ublicações ind
ispensá-
io ju n to a e ncartes adicio ca dis-
çamento s ex is te m dos corre a versão bási
se in teirar do meio o arquiv o P D F d a su ana
veis para qu em q u er
os títulos d a editora paraib
in d ep en dentes, como ponibilizad o n o si te
5
e Fantasia
quadri n h o s atam a .
o “ M al d it o Seja”, que resg bra- Marca d
da coleçã ground
au tores do under fantasia.
5. QI: http://m
pro d u çã o d e início dos arcade
er ío d o entre 1980 ao as/qi/qua drinhos-
sileiro d o p Zines e com/camarad
Pa n o ra m a Internacional de independente
s.html
2000, e o publicação
aç õ es In d ep endentes, uma ando e
Public 2 011, vem divulg
u e, d es d e te.
anual q ro d ução independen
n do a p
documenta
rinhos:
o dos Quad
4. Mercad acontecido
ação da SecultFOR que tem
bado do
, no terceiro sá
mensalmente do dos
21h, no Merca
mês, das 17 às Pe lotas,
Visconde de
Pinhões (Praça nf erir!
le a pena co
s/n, Centro). Va

101
ndo dos
en tr ar d e cabeça no mu
Se você q uer lope,
o u tra b o a p edida é a Antí
independentes, uma boa
er ca p richada que traz
uma revist a su p os críti-
rias em q u adrinhos e text
seleção de his
tó que
e b em ac im a da média do
ad dar uma
cos com qualid en te no Brasil. Para
at u alm o, The
se encontra ac o n te ce ndo no mund
es tá íti-
geral no que p u b licaç ão in dicada. Com cr
éa ricas) en-
Comics Journal ta d as , longas (e histó
d am en blica-
cas bem fun s d e q u ad rinhos, essa pu
to re mpreensão
trevistas com au tim os serviços à co
rest ad o ó te. Mas,
ção tem p u an to categoria de ar
o s en q ões
dos quadrinh O n d e en co ntrar informaç
ca l? .. o qua-
e a produção lo ar en se? Com vocês.
d u çã o ce uir.
sobre a pro
e n d e n te ce arense! A seg
p
drinho inde
Viana

rinho
ão”, de Klévisson
d
Capa de “Lampi

2 . 3 . O q u a
d e n te cearense-
indepennsam que a produção de qua ,
ndente
cu lo , a p ro dução indepe va
Virando o sé
m o su rg im e nto de uma no
Muitos pe cente nova co internet.
d e n te s n o Ceará é re cearense se re o e m zi n es, álbuns e na
drinhos inde p e n
vêm publican
do a n d ixan-
d é ca d a s se geração public s d o s a u to re s que estão de -
n
entretanto, h
á
A in da nos anos
de 1970 o Esses são algu d o s q u a d ri n h os independen
p ró p ri a . 0) lan- na cena spalha-
por conta
F ra n c is co (1950-198 do sua marca e xi st e m m uitos outros e
artista Marc u s
com quadrin
hos m a s vasta
m a g a zi n e , tes no Ceará, u çã o in d e p e ndente é tão
loco ara os dias prod ntrar um
çou a TIPOb fi ca mente até p dos por aí. A rt e za , você irá enco
d o s g ra revis- , co m ce xato mo-
bem ousa
e e P a lm ir o soltaram a e plural que a su a cara. Nesse e
n ix. te m de
de hoje. Kaza fl u e n ci a d a p ela Zap Com quadrinho qu
e
a r se n d o p ro duzido dentro
, in ntou a de eesst ta uém que
ta Apóskalipso , H é li o Rola aprese mento, ele po co m o seu, por alg
e 1 9 8 0 qua- a re ci d o or ain-
Nos anos d a n d Le vi a na, que trazia um quarto p s ig u a l a você. Ou melh
o lla iu, m e n o sou nisso?
sua Rock’ndR . A ri e v a ld o Viana un pensa mais ou e fazê-lo! Já pen
nse e o p o d
drinhos nonse aqui no Ceará, quadrinhos da, você m e sm
a ve z da , Fé
pela primeir l e m C a n indé, Cidade
rd e -
literatura de co utras fontes, estrofes do fo
, e n tr e o p o e ta
utilizando lidade, do
é , d a Lenda à Rea m
lheto C a n in d
a . O s a n o s de 1990 ficara
ir zi-
Gonzaga Vie rgimento de zines produ
p e lo su a n o s,
marcados S u b co mic, Seres U
rb
ti vo s: car
dos por cole o m ic s. Ta m b ém vale desta
anic res, como
Demolição, M u a is d e alguns auto
in d iv id o ca-
os projetos n o ve l) La mpião... era
h ic r
o álbum (gra
p
á s d a b e st a vida (ganhado
o atr na, os
valo do temp ), d e K lévisson Via
ix
do Troféu H Q M
ri o s tí editados por
tulos ed
d e vá
inúmeros zine
s rédio, de
w e b sé rie Rato do P
Guabira s e a drinhos
l,, u m d o s primeiros qua
Falex Vida
102
l.
d o s p a ra a in ternet no Brasi
produzi
ES DA LINGUAGEM E
3. POSSIBILIDAD

R I M E N T A Ç Õ E S
EX P E por Débora Sant
os

No decorrer do nosso Curso Básico de Histórias


em Quadrinhos, você já deve ter entendido que
não existe uma única maneira de produ-
zir e de publicar uma HQ e que todos nós
somos capazes de nos tornarmos quadri-
nistas. Os quadrinhos considerados alternativos,
além de nos proporcionar essa liberdade, aumen-
ta as chances disso acontecer. Quer saber como?
Cola no fascículo!

3.1. Maneiras
alternativas
de fazer HQs
Você tem uma ideia na cabeça e um lápis na
mão? Legal. Daí você percebe que várias
questões podem surgir e devem ser pensadas:
Que imagem usar? Será desenho? Qual o
melhor traço? Ou será fotografia? Será co- nenhum formato específico ou método de produ-
lorido ou não? O seu balonamento e ção pré-estabelecido. O que caracteriza o quadri-
letreiramento serão digitais ou manuais? nho alternativo é a pessoalidade, a autoex-
Entre outras questões, é bom você saber que pressão e o experimentalismo.
como autor independente, também poderá Existem quadrinhos alternativos feitos em bexi-
escolher se a sua HQ será impressa ou se gas (balões de encher), azulejo, madeira, tecidos,
será destinada à internet. muros e até em papel. O quadrinista que não está
O fascinante de estar à margem do que enquadrado em um mercado não precisa seguir
é considerado “indústria” é justamente uma estética comercial, desenhando do seu jei-
você, autor(a), poder decidir tudo isso li- to, sem se preocupar em ser “agradável” para o
vremente e poder experimentar sem exi- público A ou B, ou mesmo o Z. Muitas vezes, ex-
gências, por exemplo, de um editor ou de perimenta usar fotografias, recortes, colagens etc.
um mercado. Aqui não existe um padrão O importante é que a sua expressão seja honesta,
a ser seguido, uma estética de mercado, livre e corajosa sobre qualquer tema, sem censura.
Muitas vezes o uso dessa liberdade faz com
que não consiga se enquadrar em proposta de ne-

103
nhuma editora e, por isso mesmo, boa parte dessa
turma parte para a autopublicação.
2.2.1. O que a internet
pode oferecer
Alguns quadrinistas usam a internet como
uma forma extremamente eficaz de fazer seu
trabalho ((webcomic) alcançar muitos leitores. Há
quem comece ou siga sua carreira assim, publican-
do em blogs ou em redes sociais. Alguns, depois,
passam para a publicação impressa independente
ou por meio de editora. Bear, por exemplo, é uma
webcomic publicada semanalmente pela curitibana
Bianca Pinheiro. Tamanha foi a sua visibilidade, que ela
já pode ser encontrada na versão impressa pela edito-
ra Nemo. Sirlanney, autora dos quadrinhos da página
Magra de Ruim, é outro exemplo. Conquistou tantos
leitores publicando on-line, que decidiu reunir várias
histórias em um livro impresso. Para isso, recorreu ao
3.2. Autopublicação financiamento coletivo.
Embora a maioria das histórias disponibilizadas
Cada autor(a) possui motivações diversas, algu- on-line sejam gratuitas, existem formas de receber
mas pessoais, outras artísticas, mas os principais recursos para custear a produção ou até mesmo a im-
motivos que atraem o quadrinista para a autopu- pressão do seu trabalho. Uma opção interessante no
blicação são a liberdade criativa, ou seja, o contro- Brasil é o Social Comics, que possui o mesmo siste-
le de todo o processo, desde a concepção da ma do Netflix6. O Social Comics abriga quadrinhos e
história até sua divulgação, distribuição recebe trabalhos de autores independentes para ava-
(no caso de HQs impressas) e o controle total liação. Há também as opções internacionais, como o
dos lucros, fruto legítimo de seu trabalho. Comixology, em que você pode enviar seu trabalho
No entanto, as dificuldades enfrentadas por traduzido para o inglês. No caso desse portal, o lei-
quem decide publicar por conta própria estão liga- tor paga para leitura de quadrinhos e pode encontrar
das justamente às motivações. Como você todo tipo de publicação: das grandes editoras às pu-
tem o controle de tudo, além de todo blicações independentes.
trabalho de produção, deve estar
sempre presente nas redes sociais, 6. Netflix: Site com séries e filmes que você
várias delas (inclusive postando vídeos, pode ter acesso a qualquer momento, bastando
produtos, entre outros), procurar e ter internet e pagando uma mensalidade.
manter contato com os(as) leitores(as),
divulgar pesado o seu material com o Outra forma de explorar a linguagem na internet
máximo de visibilidade (por meio da mí- que vale a pena conhecer é o portal Madefire, respon-
dia espontânea e paga, seja impressa, sável por um formato chamado Motion Book, que
rádio e TV), participar de eventos de mistura áudio e pequenas animações com páginas de
toda natureza (bienais, seminários, quadrinhos. No site, você ainda pode acessar a plata-
feiras), saber investir (reconhecer forma on-line de criação de Motion Books para criar a
o seu mercado, público e cliente) sua própria história, basta fazer o cadastro.
e ser um bom administrador da E as possibilidades não param por aí. Plataformas
receita que cai nas suas mãos (se como Tumblr, Facebook, Medium, Twitter, Instagram,
não couber tudo no bolso). Issuu ou qualquer outro site que suporte imagens
Dentre os caminhos possíveis da autopublicação, para publicação poderá abrigar sua webcomic. Dessa
104
os mais utilizados são a internet e os impressos. forma, basta conhecer as possibilidades e encontrar
Vamos falar um pouco sobre essas opções. a que melhor se encaixa para promover a sua HQ.
os
Débora Sant
IMPORTANTE:
Como autor independente, você precisará de
planejamento. Você tem que saber se irá publicar
uma página semanal, quinzenal ou mensalmente.
Se serão tirinhas diárias, se será uma HQ seriada,
em capítulos, e quantos serão etc. A consistência
na sua produção pode ajudar bastante para an-
gariar leitores e fortalecer a sua relação com eles.
Pense bem nisso antes de começar!

2.2.2. E os impressos?
A decisão de imprimir HQs implica decidir algu-
mas coisas antes mesmo de começar a dese-
nhar a história. Entre as decisões: o número
de páginas, de cores (preto e branco, duas co-
res, colorida), de exemplares (tiragem), o tipo
de papel e o formato que ela terá. Todas essas
escolhas interferirão no custo final de produção de
sua HQ. E tem mais: você deve, baseado no núme-
ro de páginas, planejar a capa, contracapa, se ela
terá extras, esboços, página para expediente (com
informações sobre o(s) autor(es)(as)) etc.
Para fazer um zine ou o planejamento de uma
revista ou livro, geralmente construímos um “bo-
neco”. Para isso, basta você dobrar alguns papéis
ao meio, encaixá-los e pronto! (Exemplo ao lado)
Um boneco sempre precisará ter uma quantida-
de de páginas que seja múltipla de 4. Nele,
você vai decidir a sequência da sua história, o que vai
considerar importante de mostrar e o que ficará de
fora. Existem formatos que são mais usuais, que al-
gumas gráficas imprimem com mais facilidade e que
são considerados formatos econômicos, porque
não há perda de papel. Ao lado, alguns exemplos.
No seu planejamento, você pode decidir não
procurar uma gráfica e produzir seu zine em casa,
com a impressora caseira, numa tiragem curta. Ele
pode ser dobrado, encaixado, diagramado à mão,
costurado, xerocado, ter colagens, feito com tinta
acrílica, ou guache, ou aquarela, ou pode ser todo
feito no computador.

105
nte
Ramon Cavalca
serigrafia
õ e s a rt esanais como
Im p re ss das em
u ra p o d em ser realiza
e xilog ra v l ne-
q u e vo cê te nha o materia
casa, desde ho Life is Fictio
n (A vida é
o . O q u a d ri n field,
cessári n o C ole Hoyer-Win
a m e ri ca gra-
ficção) do d o re alizado em xilo
, fo i to
por exemplo iz do desenho é
talhada
n d e a m a tr s, do
vura, o o co de Quadrinho
a . Já o Tr im-
na madeir C a v a lcante, foi
m o n
cearense Ra a, técnica ond
e a matriz
e m se ri g ra fi
presso a tela.
m e st á gravada num -
d a im a g e
a is re cu rs o s você tiver e co
Quanto m s de im-
io re s se rã o suas opçõe
nhecer, m a ilida-
a io re s se rã o as suas possib
pressão e m rmatos e
çã o . E xi st em diversos fo
de de cr ia lizados.
p a p é is q u e podem ser uti ca
tipos de
a , se o p ta r por uma gráfi
De toda form pida) é impo
rtante que
io n a l o u rá roces-
(tradic o çã o básica do p
a u m a n o”
você tenh o m o fa scículo “Ediçã
ã o . C
so de impress .
cê saberá mais
deste curso vo IC A : seja qual
for a
c a a D
Ah, fi ssão de
ti li z a d a para impre
técn ic a u gráfica
u a n d o for a uma
sua HQ , q res-
e ç a u m te ste de imp
SEMPRE p erar a im-
(p ro v a ) a ntes de lib
são l.
seu materia
pressão do se u tr a balho está pro
nto
Pronto, a g o ra
a).

Dora Moreira
r o SEU leitor(
para encontra
Dora Moreira

106 ráfica
impressão serig

deixando seca
r
B R A A S U A M E N T E !
A por Sirlanney

de leitores na internet, você pode tentar


Se você conseguir um número significativo
contínuo. Ele funciona para proje-
ganhar dinheiro por meio do financiamento
isso precisam de apoio financeiro que o
tos que não têm um tempo limitado e por
pensamento, a plataforma Pathron
acompanhem durante sua jornada. Com esse
o autor tem apenas que continuar
foi criada. Com esse tipo de apoio do público,
. No Brasil, a plataforma Apoia.se
fazendo o que já faz: produzir quadrinhos
veis. Conheça-os e contribua! Se você
hospeda vários quadrinistas nacionais incrí
o: https://blog.apoia.se/antes-da-cam-
quiser criar o seu próprio projeto, veja com
yxl
panha-come%C3%A7ar-afd89d6c997f#.q9evvv

. C O M O C H E G A R a o
4

LE I T O R l (digital) ou
por Sirlanney

fa z qu ad rin ho, seja ele virtua


Q ue m jos prin-
em re vi st as e zi nes, tem três dese
impresso rinhos sejam
se r li d o , (2) que os quad
cipa is: (1 ) renda e
ab al h o p ri n cipal e fonte de
o seu tr bretu-
po uc o de am bição, desejará, so
(3) com um o coração
ir e ad en trar a mente e
do, at in g pal ponto
o r (c on sid er o es te último o princi
do leit
elhores histórias).
e o que gera as m m menos
un ca fo i fá ci l, m as, atualmente, co s edi-
N sos) e com grande
jo rn ai s (im pr es a-
espaço em as , sã o bem poucos os qu
as po rt
toras fechando manter só
no Br as il qu e conseguem se
drinist as os, mo-
ad rin ho s. Pr ec isamos ser criativ
fazendo qu ntar soluções
en ta r-n os , fo rm ar público e inve custear
vim tam motivados a
e le ito re s se sin
para qu os um
do qu ad rin ist a. Agora, falarem
o trabalho es que estão

107
br e al gu m as dessas soluçõ Sirlanney
pouc o so derá fun-
nd o pa ra vá rio s artistas e que po
funciona
também, né?
cionar para você
rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod ym un do Ne
r Daniel Brandã e Ra

1.pessoas são convidadas a investir, por meio daé inter


Financiamento coletivo (crowdfund
ing): uma modalidade na qual as
net, com quantias variáveis
e voluntárias para a concretização de seu proje
to mensurado em uma meta de
arrecadação. Esse investimento exige recompe
nsas a esses doadores, que pode ser
apenas um exemplar de sua HQ, ou mais do
que isso, conforme o grau de doação.

2.
Tiragem: Número de exemplares impr
essos de uma única vez
ou em cada edição.

ode ser
3.1. Você p
sa
uma empurere gerar renda com quadrinh
os,
Se você q ua pró-
a b ri r e formalizar s
uma boa opçã
o é ossi-
o q u e p o d e resultar em p
pria empre
sa, atação. O
a b a lh o e/ou contr
bilidades d e tr re saber
é e st u d a r o assunto. Procu dis-
primeiro passo e n d e d o ri s mo. Depois
mpre endedor
mais sobre e r u m Microempre
so, você pod e rá se ortal
I) . S a ib a m a is sobre isso no P
E
Individual (M
e n d edor:
do Empre
.gov.br/
mpreendedor
www.portaldoe ividual
eendedor-ind
mei-microempr
qua-
m p re s á ri o do ramo de
A partir daí, e s finanças.
-s e e o rganize as sua
drinhos, p lan e je ão pode
cê é in d e p e ndente que n
Não é porque
vo
O m altteernativo
ercado al
m is so .
ganhar dinhe
iro co . Listamos
e d e ve se inserir nele
existe e você
p o d e mpresa.
d e p ensar a sua e tem bons forn
ecedores

c)
n a h o ra q u e
algumas dicas : Certifiqu e -s e d e
.);
p a ra d o , co le ga? Tome nota s, a rt e sã o s, serigráficos etc
P re (gráfi ca
vestir e fissio-
tem para in onamento pro
a)

d)
u a n to v o la ci
Avalie o q gastos; Crie um ca n a l d e re
n e je a p a rt ir de um teto de ie n tes em potenci
al;
se pla m se u s cl
nal co
-
nas um dos pro e aos calendá
rios de

b)
o é a p e

e)
d ri n h zo s
O seu qua dades de Seja atento a o s p ra nd;
a e m p re sa. As possibili s e cu lt ura undergrou
dutos d a su muitas. ad ri n h o
d o s d o se u quadrinho são zer eventos de qu
produtos deriva u to s q u e você poderia fa etalhando inve
sti-

f)
de p ro d n ça s, d
Faça uma lista os mais Organize a s fin a
-vindo ao
q u a d ri n hos e escolha os e seja bem
a partir dos se u s ostais, s e lu cr
eres, cartões-p mentos, cu st o
108 m e ça r (p ô st
simples para co canecas, !
is e ta s, calendários, Show Business
livros, revi st a s, ca m gos de ta-
s, sk e th b o o k s, adesivos, jo
zines, botton s, agendas, bols
as etc.);
, b lo q u in h o
buleiro
nder?
inscrição, então é
3.2. Onde vepa A m ai or ia de ssas feiras requer umas de-
ços para ve nder quadri- de ol ho no s pr azos e editais. Alg
Os melhores es bom fica r mo-
o: in te rn et , fe ira s e even-
po ss ue m pr em ia ção, o que é uma
os sã las também vender seus
nhos alternativ ai s pa ra o artista. Além de
ão a m s, outros
tos alternativos. tivaç
co nq ui st ar m ais clientes e leitore
e er
produtos s no s trazem são: conhec
l
ira
a
fe
u
s
t ganhos que es sa
ir
te-papos,
3.2.1. L o j a v - os quad rin ist as de pe rto, participar de ba
novas
vo cê irá en co nt rar uma boa varie e ap re se nt ar o seu trabalho para
Na internet ou conhec er s
as pr on ta s pa ra hospedar sua
s bo as pa rc er ia s começam nas feira
m editoras. Muita
dade de platafor nl up , Iluria, Elo7, Soci
et6,
pe nd entes. Em cada es
tado, os
al , co m o Ta ic aç ão in de tar a
loja virtu ai s us ad as no Brasil. Cad
a de publ
ga ni za nd o para movimen
sã o as m o se or
Collab55, que odutos artistas estã iras. Participe,
m su as pr óp ria s taxas (sobre pr fa - lo ca l, em pe qu enos eventos e fe os, isso
uma te as sinaturas, leiaute, cena
se us cr iadores conterrâne
), fo rm as de e ap oi e os
ou mensais vendas. conheça ra.
pa ga m en to e controle de e fo rt al ec e sua própria cultu
cilidad e de d el as fo m en ta fascículos
qu e vo cê co n h eça cada uma um pr óx im o nú mero de nossos
egar
Sugerimos u
q u e m ai s se adequar ao se Em
ec er á ou tr as po ssibilidades de ch
e opte pela você conh ia
de po st ar bo as fotos (aquelas m o pu bl ic ar po r pequena e méd
co
perfil. Lembre-se od uto) e apresentar
uma ao leitor, tais
ltu ra e financiamento
coletivo.
am o se u pr - , ed ita is de cu oaulas!
que valoriz o fe ita com carinho e pa editora
fa sc íc ul o e assista às vide
e pr od ut ne nh um
descrição dess irá maior possib
ilidade de Não perca
já sabe alguns ca
minhos para
o qu e ga ra nt A go ra qu e vo cê seu qua-
ciência, nd as . cr ie coragem e faça o
o e bo as ve ao s le ito re s,
atrair públic chegar
com o coração!
o s nas feirale s drinho. Mas faça
. Q u a d r in h
3.2.2 amento, debates
e pa s-
lanç
Feiras, eventos de ic aç ões independente
s
ira s de pu bl
tras, bienais, fe es paços físicos onde
artis-
rg ro un d sã o ento
ou unde se us produtos. Seja ev
e ve nd em
tas expõem a ou mesmo
, de m ús ica indie,, feminist
nerd , ge ek possa en-
ra ve ga na , nã o importa, vá onde
de cultu m eles!
nt ra r se us le ito res e dialogue co ras inde-
co número de edito
G ra ça s ao gr an de século,
s qu e su rg ira m nesse começo de
pendente mais relevantes
ra m ab er to s es paços cada vez além das
fo ões em todo país,
ira s de pu bl ic aç tival
para fe ho s, como o FIQ (Fes
ai s de qu ad rin
feiras ofici Horizonte, a
na l de Q ua drinhos)) em Belo
Inte rn ac io o Paulo.
, em C ur iti ba , e a ComicCon,, em Sã cem
Gibicon nd en tes que aconte
s in de pe
Das feira : Mercado
po de m os destacar algumas
todo an o, (Recife),
dr in ho s (F or ta leza), Publique-se de
dos Qua en te (Brasília), Pão
va do r), D
Tabuão (Sal ), Ugra Zine Fest
, Miolo(s),
(R io de Ja ne iro s do
Forma ic aç ões Independente
ira de Pu bl
Avessa: Fe Paulo), Grampo
sc Po m pe ia e Feira Plana (São Parada
Se
ue G rá fico (Florianópolis),

109
(Curitiba ), Pa rq .
gre), dentre outras
Gráfica (Porto Ale
a M a is s o b r e H Q s
Leia e Saib
A Guerra dos Gibis, de Gonçalo Juni
or. Companhia das Letras, 2004
A Guerra dos Gibis 2, de Gonçalo Juni
or. Peixe grande Editoractiva, 2010.
A Mente Suja, de Robert Crumb. Edit
ora Veneta, 2013.
Art Spiegelman: comix, essays, gra
phics and scraps (quadrinhos, ensa
e quadrinhos). Centro Cultural Ban ios, gráficos
co do Bras il e Sellerio. Editore, 1998.
Homens do Amanhã, de Gerard Jones.
Editora Conrad, 2006
Underground Classics: the transfo
rmation of comics into commix. Edit
ComicArts, 2009 ora Abrams
Zap Comix, Robert Crumb. Conrad edit
ora, 2003.
1. Algumas das principais editora
s de quadrinhos independentes do
mundo
Fantagraphics (Estados Unidos), Drawnand
quarterly (Canadá), La Cupu la (Espanha), Coco
fandango (Itália), Nobrow (Inglaterra/Reino nino Press/
Unido), L’association/Futuropolis (França), Stra
(Suíça), Stripburger (Eslovênia), Chili com Carn pazin
e (Portugal), Veneta e Zarabatana (Brasil)
2. Alguns sites que divulgam quadrin
hos independentes:
Raio Laser - www.raiolaser.net | Vitralizado
- www.vitralizado.com | Coisa Pop - www.cois
apop.com.br |
Revista O Grito -revistaogrito.ne10.uol.com.br
| Impu lso HQ -impulsohq.com | Balbúrdia -bal
word press.com | Papo Zine - canal no Youtu burdia.
be
3. Mapeamento, ensaios e críticas
:
Marca de Fantasia - www.marcadefantasia
.com | Ugra Press - www.ugrapress.com.br
facebook.com/AntilopePress | The Comics | Antílope -
Journal - www.tcj.com
4. Links de alguns quadrinhos inde
pendentes cearenses:
Anarko Pato - facebook.com/anarkopato
ou http://anarcopato.tumblr.com | Nú, Coro
- facebook.com/nucoroeosso ou nucoroeo e Osso
sso.blogspot.com.br | Azedas - facebook.com
CartunistasFemeas /
Magra de Ruim - sirlanney.iluria.com ou face
book.com/sirlanneynogueira | Adivinha Dindi-
tumblr.com ou facebook.com/adivinhadindi adivinhadindi.
| Pedrinho Chegava Descalço - facebook.com
PedrinhoChegavaDescalco | Na Sinecura - www /
.facebook.com/nasinecura | Relicário - face
com/relicariohq | Netuno Press - netunopr book.
ess.tumblr.com ou facebook.com/netunopress
Comics Café - lojathecomicscafe.tanlup.com | The
ou facebook.com/TheComicsCafe | Territóri
Marginal - blogzdovitor.blogspot.com.br | Blog o
do Guabiras - blogdoguabiras.blogspot.com
Anderson Lauro - www.facebook.com/anders .br |
on.lauro | Manicomics - manicomicsblog.blogs
com.br ou facebook.com/themanicomics | Sere pot.
s Urbanos - facebook.com/seresurbanosfan
zines
Para saber mais detalhes da hist
ória da produção cearense até 2010
Enciclopédia do Quadrinho Cearense , consulte a “Grande
” no endereço eletrônico: http ://pt.calameo.com/
accounts/342368
5. Outros links legais:
Petisco quadrinhos - http://petisco.org/ | Mad
efire - http://www.madef ire.com/ Platafor
de criação de Motion Books - http://www.m ma online
110
adef ire.com/motion-book-tool-open-access/
Comics - https://www.socialcomics.com.br/ | Social
| Comixology - https://www.comixology.com/
de Ruim - https://www.facebook.com/sirlanney | Magra
nogueira/?fref=ts |
O diário de Virgínia - http://www.odiariodevi
rginia.com/ Conheça as webcomics da Bian
http://bianca-pinheiro.tumblr.com/webcomics ca Pinheiro -
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

A Oficina de Quadrinhos Com a aposentadoria do pro-


da Universidade Federal do fessor Jesuíno, em 2000, o projeto
Ceará foi uma invenção do mes- entrou em suspense, desencan-
tre dos magos Geraldo Jesuíno tando em 2004 pelas magia do
da Costa, designer, artista plás- prof. Ricardo Jorge de Lucena
tico, editor e contista, que afirma Lucas, atual coordenador do pro-
ter sido, há 30 anos, “o projeto jeto, que hoje é vinculado ao cur-
mais improvável do curso de co- so de jornalismo do Instituto de
municação”. Desde 1983, o pro- Cultura e Artes (ICA) da UFC.
fessor Jesuíno havia incluído, com Nessa segunda fase da
apoio da profa. Adísia Sá, a dis- Oficina, conforme Ricardo Jorge,
ciplina “História em Quadrinhos” “o foco maior é a discussão so- Lembra-nos o prof. Ricardo
no currículo do curso. Naquela bre as fases de produção de um que “não é preciso saber dese-
época, uma turma passou a se re- trabalho em quadrinhos: argu- nhar para fazer quadrinhos”. E,
unir para conversar sobre HQs, en- mento e roteiro, desenho para por isso, em 2016, entre os novos
tre eles, o próprio Jesuíno, Flávio quadrinhos e arte-final.” Assim, projetos, a Oficina oferece o curso
Paiva, Aluísio Gurgel e o bregastar alguns projetos marcam o novo Fotocomix, ou seja, a produção de
Falcão. Em 1985, a Oficina surgiria rumo: “Contando a Cidade” quadrinhos não com desenhos,
como um projeto de extensão do (2006), em parceria com o jor- mas com fotografias. Enfatiza:
curso de Comunicação Social com nal O POVO, a seção “Eureka!”, “Fotonovelas ou, como chamam
ações voltadas para a preservação, inserida na revista Universidade os franceses, roman-photos, ou
estudo e produção de quadrinhos Pública, da UFC, entre 2008 e como acharem melhor.”
no Ceará. Nesse período, algumas 2012, e a retomada da revis-
Oficina de Quadrinhos da UFC
publicações foram marcantes. ta Pium, ora em formato digital (GRATUITA)
Entre elas: a revista Pium (1985 e (inclusive as versões da primeira Dias de aula (inclusive do
1998) e a Carbono 14, além das fase) e disponibilizada na web. Fotocomix): sábados, sempre das 9 às 12h,
adaptações para HQs, reunindo Até 2011, as admissões para no curso de jornalismo da UFC (avenida da
vários quadrinistas, como Moreira a Oficina eram semestrais. Em Universidade, 2.762, 2º andar, Benfica).

Campos em Quadrinhos (1995 – a 2012, anuais, contemplando cer- Facebook: www.facebook.com/


data de finalização de sua última ca de 30 a 40 padawans por ano, oficinadequadrinhos

página coincide com a data de fa- por meio de uma seleção e prova Pium e demais publicações digitais:
lecimento do contista) e Iracema, de aptidão. Em 2016, mais de 500 https://issuu.com/quadrinhosufc

de José de Alencar (1996). candidatos inscritos! E-mail: quadrinhosufc@gmail.com

111
Weaver Lima (Autor)
Débora Santos (Autora)
realizou diversas exposições em prol da memória do
é formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do
quadrinho cearense, entre elas Luiz Sá 100 Anos,
Ceará (UFC) e atua há quatro anos como ilustradora. Passou a
resultado de 5 anos de pesquisa sobre a obra do dese-
publicar quadrinhos em 2015, ano em que imprimiu seu primeiro
nhista, e HQ-CE, uma exposição permanente para a
zine, Rebuliço, e publicou os quadrinhos Como sobreviver à ter-
Gibiteca de Fortaleza, que registra a produção de his-
ra da luz, com Brendda Lima, Pombos!, com Márcio Moreira, e
tórias em quadrinhos no Ceará de 1930 a 2010. Na
Lua Cheia, todos pela Netuno Press, coletivo da qual é membro.
década de 1990, foi integrante do “Seres Urbanos”
Atualmente dá aulas de desenho e trabalha como ilustradora.
(1991-1998), grupo considerado um dos mais impor-
Portfolio: https://www.behance.net/drebasantos
tantes da produção independente no Brasil.
Tumblr: http://drebasantos.tumblr.com/
Contato: weaverlima@gmail.com.

Sirlanney (Autora)
Sirlanney estudou pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2014, publicou seu
primeiro livro, Magra de Ruim, indicado ao prêmio nacional HQ Mix e premiado com o Troféu Revelação Al Rio de
Quadrinhos, em 2015. Participa de debates e ministra cursos e oficinas sobre pintura, quadrinho e feminismo por todo o
país. É autora da página “Magra de Ruim” no Facebook, que já conta com 170.000 fãs. Para saber mais, acesse www.
sirlanney.com. Veja também: apoia.se/magraderuim.

Guabiras (Ilustrador)
desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa
18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer
mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-722-3 (Volume 7)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
88
c u
de
r so
his
b

qua
t
á
Ó
d
s

r
ico
S
rIa os
inh
em

BALONAMENTO,
TIPOGRAFIA E
ONOMATOPEIA
Luís Carlos Sousa
1. Introdução
o nosso
sc íc u lo d o se u, do meu, d
mais um fa
o c ! T o c ! B e m-vindo(a) a .
T
tó ri a s e m Quadrinhos o é bom você p
egar
ic o d e H is zi n h o , e n tã
Curso Bás to está no ar,
num balão parece ter un
s 100
ve z o a ss u n b ic h in h o q u e
Dessa ecerá um
h e in ? V o cê também conh
ligeiro, topeia. videoaulas?
s só q u e não: a onoma d o o s fa sc ículos nem as
pés, m a n h a n rever
a rd , vo cê n ã o está acompa a to d o o p a ís . Basta se insc
Por Asg O e aberto
O cu rso é GRATUIT ncial.
Vacila n d o ó !
la re s d a magia seque Especial é:
e sc o b ri r o s se gredo s se cu
q u e é su ce ss o. Nosso Canal
para d na gente
MMMMMM
Se liga TRIIIIIM

u a n e /hqc eara
r.org . b r /
fd

114
B a l õ e s e L e t r a s :
2.

o é i m a g e m !
tud s da s hi st ór ia s Outro elemento qu
e está bas-
ado às histórias em
qua-
Populares símbolo la ta nt e lig
o balão de fa uadri-
em quadrinhos, de dr in ho s é o texto dos q
ele traz dentro ecido como
e o texto que gi bi s n hos, também conh
deiras” do s ering. Mais
si são quase “ban ac ha r ti p ografia ou lett e
(HQs), a ponto
de alguém
qu e um ar am ado de palavras
nha balões e tex- ões formando pe
ríodos in-
que tudo que te o qu a- or aç de
tos internos seja
considerad
! se rid os em balões, os textos
um grande er ro m uma quali-
drinhos, o que é su rg iu em quadrinhos possue eles têm
balão visual, ou seja,
Oficialmente, o rs on a- da de tu-
llow Kid, pe os como litera
1896 com The Ye a- de se r li d
Outcalt, mas m e vistos como
imagens.
gem de Richard em de sd e ra mostram
res exist variações e estilos
nifestações simila ta s de Su as
o as etique das visuais.
o século XIII, com pe rgam in ho s mais coisas além
em
diálogo utilizadas
na s linhas.
e sem quebras
e escolher um
A origem do por qu
tar a fala, por sua
balão para represen
tempo. Teóricos
vez, se perdeu no 1 Nesse
sugerem que o
como Will Eisner r fascículo,
tunização do vapo você,
balão é uma “car fa la m os ”. le it o r (e/ou futu
qu an do ro quadrin
que sai da boca bjeto”, em vai conhec ista),
fo rm a, tal “o er m a is so
De qualqu er - b r e esses dois
ar com uma “per elementos,
seu formato circul bem como
m ai s en c ontrar su
ce), é um dos de como ut gestões
ninha” (o apêndi Q s na ilizá-los em
el em en tos do s H su a s h istórias,
maleáveis ampliando
ag em e texto, gerando sua narra
t
união en tre im iva e
rfeito entre estéti- enriquecen
do seu tra
um casamento pe balho.
cia comunicativa.
ca visual e eficiên

1. Will Eisner
(1917-2005),
ados
m
um dos mais reno
ericano s, criador
quadrinistas am
pirit”, autor
do personagem “S
c novels de
de diversas graphi
rtamente um
sucesso, sendo ce
gênero,
dos reinventores do

115
s profissionais
seguido por diverso entes.
de todos os contin
rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod ym un do Ne
r Daniel Brandã e Ra

1.grafismos, muit
Tipografia:
É a tipologia (ciência que estuda os tipos) aplic
ada às letras, ou
as vezes chamada de tipologia gráf ica.

2.que é o “desTerm
Lettering: o em inglês costumeiramente traduzido com
o “letramento”,
enhar” ou ¨criar¨ letras.

3.origem pode
Balão: ser de fala, de pensamento, de grito, eletrôni
co, uníssono. Sua
pode ser uma representação gráfica do ar
que se desloca quando
falamos e que parece uma fumaça gerada
pela condensação em lugares frios.

4.
Onomatopeia: são os efeitos sonoros dos quadrinhos. A repr
fica de suas letras também influenciam a inte esentação grá-
rpretação do som pelo leitor.

5.
Título: nem toda história precisa de
títu lo. Mas se tiver, a fonte (letra, ca-
ractere) utilizada pode ajudar a dar o “clim
a” da HQ.

6.
Gibi: era o títu lo de uma revista em
quadrinhos lançada no Brasil em 1939. O
termo, popular na época, designava “molequ
e”, “negrinho”, que era o símbolo
da revista. Fez tanto sucesso, que desde
então as revistas em quadrinhos, em
geral, passaram a ser chamadas de “gibis”.

7.de palavras e/ou


Narrativa:
conjunto de elementos, reais ou imaginár
ios, que, por meio
de imagens, mais ou menos encadeadas, apre
acontecimento, caso ou história. sentam um

Nathália Garcia
2.1. Raio Xrecd os Balõesa
urso extremo. Ele tent
“O balão é um
elemento etéreo: o
captar e tornar visível um
som.” (Will Eisner)
oduzir balões de
Antes de começar a pr
nhecer de perto esse
falas, é importante co
obrir suas qualidades:
elemento a fim de desc

116
Nathália Garcia
Daniel Brandão
a)junto ao texto, mais lhe dá inte-
Borda: porção do balão que,

gridade e identidade. A borda de um


balão serve tanto como área de conten-
ção do texto de fala, como expressão
do tom de voz e volume do falante.

b)
Texto: o texto é o “centro”
do balão de fala. Texto e balão
mantêm uma relação de verdadeira
dependência, na qual um influencia
e é influenciado pelo outro. Se um
personagem grita, chora ou gargalha,
texto e balão de fala costumam expres-
sar isso juntos. Você já havia percebido
isso, não é?

c)ço entre o texto e a borda do balão)


Respiro: a área de respiro (espa-

permite uma leitura visualmente mais


agradável e ajuda a manter um senso de
estética mais simpático ao leitor.

d)
Apêndice: é a “perninha” do
balão, que serve para indicar
quem está falando. O apêndice cos-
tuma estar apontado para o persona-
gem que fala, pois é da boca dele que
“aquelas” palavras estão saindo.

Apesar de tudo, nem sempre todos


esses elementos estão presentes juntos.
Dependendo da necessidade da história
e da estética (visual) escolhida pelo au-
tor, uma ou duas dessas partes podem

117
ser retiradas.
2.2. As Formas do Balão
Antes de tudo, é preciso dizer que não há uma “regra” que nos
orienta como o balão ou a sua tipografia deve ser. A escolha do tipo de
balões de falas e letras vem essencialmente das funções comunica-
tivas e estéticas para aquela história. No entanto, há formatos bem
recebidos e melhor divulgados e, por isso, mais utilizados, devido à sua
funcionalidade e tradição. Vamos conhecer alguns deles:

ia
Nathália Garc

ia
Nathália Garc
lar: utilizad

aer)pperarsoa anagfalaemco, mmasumemdetoqm


o
Balão Regu ual-

rito:

b)
Balão de G
qu utili-
to, nem baixo)
natural (nem al s, b ros e
er
zado para grito . Nele,
tom alto
outros sons em s-
xto interno co
as letras do te
bém maio e re s
tumam ser tam
destacadas.
ia
Nathália Garc

ia
Nathália Garc

rio (caixa

d)rso utilizado para textos


: Recordató
ensamento u caption):

c)
Balão de P de texto o ou
ostra o
recurso que m recu
e um persona
- s, ou seja, que
pensamento d falas subjetiva rti-
dia é comum nsamentos, pa
gem. Hoje em expressem pe o-
bstituído pelo d o íntimo do pers
ele vir sendo su cu la ri d a d e s
de
demarcações
“recordatório
”. nagem, como
118 tempo e narra
dor.
rico:

e)
utili-
Balão Elét
s/vozes de
zado para son
eletrônicos ou

ia
equipamentos

Nathália Garc
maquinários.

ssurro:

fm)aercssae ubmalãpoerspoonntialhgeamdofa-
Balão de Su
ia

de
Nathália Garc

e
mais baixo qu
lando em tom e
o rm a l. É u m dos balões qu
o n al-
os utilizado atu
tem sido men e lo
substituído p
mente, sendo au-
n d o se m it ra nsparente ou
fu
iro.
mento do resp

acado ou

gu)co esquecido pelo gran


Balão Dest
upla: um
de Borda D de
ia
Nathália Garc

po r
substituído po
mercado, ou
es, como o uso
outras soluçõ as
cores (facilitad
se símbolos e ig it al
do mundo d
pela inserção
rda dupla tem
em HQs), a bo
mostrar que
como objetivo stá
personagem e
determinado n-
n d o e m u m a língua estra
fala ou-
, distinta a de
geira, ou seja
o quadro.
tros falantes d

119
ando
2.3. Organiz
os Lug ares o em uma
balões e text
Inserir quer
n ã o é b ri n q uedo, não: re
HQ
tenção!
cuidado e a am
e imagens form
Balões, textos o
q u e d a n ça junto, ao mesm
um tr io gando”
m sempre “pe
tempo, com u do ao
u tro e m u m quadro e levan or
oo o olhar do leit
te , g u ia n d o
seguin to para
imagens quan
tanto para as pode
te xt o s. N a su a leitura você r-
os
e rc e b e r is so , justamente po
nem p é bem
u e ca d a p a ss o dessa dança m-
q
d o e d is tr ib uído. Parece co
pen sa forem
alguns passos
plicado, mas se se consegue um
os,
bem planejad
legal. Vejamos:
resultado bem
itura:

a)
No
Ordem de le
lemos as HQs
Ocidente, nós re-
esquerda (da
da direita para oé
) e d e ci m a para baixo, nã
vist a es
P o r is so , a o rdem dos balõ
assim? smo
fa la p re ci sa tomar esse me
d e fala
ci o n a m e n to . Assim, quem
dire e/ou
estar à direita
primeiro deve aso
m a d e q u e m fala a seguir. C
a ci e
á ri o , h á g ra n de possibilidad
contr
leitura.
de confundir a

Nathália Garcia

120
e: É sempre im-
legibilidad

b)
Destaque e posição,
a n te q u e o te xto esteja em ente,
port legíveis. Geralm r
m e sp e ss u ra
tamanho e e ção superio
-s e o b a lã o de fala na posi e o olhar
coloca é o lugar para ond
ro s, p o is
dos quad a.
u e m lê p ri m e iro se direcion
de q
ar: A imag
em
em seu lug

c)
Ca d a c o is a Q s
e n to tã o im portante das H
m -
é um ele
s a co lo ca m antes de plane
tore assim, o
que muitos au N o e n tanto, agindo
te xt o . se
jar balões e d e te r q u e refazer texto
ri sc o a-
autor corre o te p o rq u e o espaço adequ
en
balões simplesm i devidamente planejado.
n ã o fo
do para eles
es
cu ra r e n ca ix ar textos e balõ
Uma dica é pro p ro ce sso, antes d
e in-
e ço d o o se
ainda no com o u tr a im agem, quand
e r
serir qualqu áginas.
á m o n ta n d o o leiaute de p
e st

o
Daniel Brandã

his-
é a p re p a ração para a
! O leiaute de pen-
SUPERDICA e le , o q uadrinista po
drinho s. N ria e
tória em qua e n te s d e co ntar sua histó s
neiras efici balões) ante
sar sobre ma g e m , te xt o e
mentos (ima zi-la. Um leia
ute bem
dispor os ele o d e p ro d u zer o
trabalh terá que refa
de ter todo o a u to r n ã o
nte que o na leitura e
pensado gara ue o leitor não se perca tural e
seu trabalho
eq
s im a g e n s de forma na
apreciar a lões,
ha muitos ba

121
o
Daniel Brandã
ainda possa q u a d ro te n
smo que o
eficiente, me :
mplo ao lado
como no exe
!
ABRA A SUA MENTE
Além de todas as funções que apresentamo
s, os balões podem ser também
marcadores de tempo. O período de
leitura de uma fala é uma indicação tem-
poral em si, pois, quanto maior for essa fala
, maior será o tempo do quadro. Em
um quadrinho pode haver mais de um balão.
Eles não serão lidos ao mesmo tem-
po, claro, criando uma passagem de tempo
entre um balão e outro. Como balões
são imagens e estão dispostos lado a lado,
isso por si só justifica chamarmos
de histórias em quadrinhos.

ia , O n o m a t o p e ia se
3. Tipogra f

a v r a - I m a g e m
P a l
Em quadrinhos, tudo é elemento nar-
rativo. Com as letras nas HQs não pode-
ria ser diferente. Dentro de balões de fala
ou fora deles, acompanhando as linhas de
ação dos personagens ou se integrando
às imagens nos quadros como objetos de
cena ou se tornando elementos interativos
entre os personagens ou sendo um requa-
dro, as letras possuem tantas opções de uso
quanto são possíveis. Aliás, em quadrinhos,
como nas artes em geral, a experimentação
e a criatividade têm que ser exercitadas.
O seu texto pode provocar uma série de
sentimentos, sensações e experiências que
apenas utilizando imagens você poderia
não conseguir. Em quadrinhos, no entanto,
a união do texto e da imagem apresenta
um universo dramático mais completo, tal-
vez mais provocante até, conforme a habi-
lidade de seu(s) autor(es).

122
Nathália Garcia

Daniel Brandão
Texto como requadro

Daniel Brandão

Texto como elemento de cena. Texto interagindo com as imagens.

o
3.1. O Título

Daniel Brandã
O título é muito importante para dar o “tom”
da história que vai ser contada, pois ele já con-
vida e prepara o leitor para o clima da trama.
Por isso é preciso dar um senso estético a ele de
forma que case com as imagens e o roteiro da
história que está por vir.
Geralmente, as letras do título são desenhadas,
assim como outros elementos textuais, para inte-
grar-se às imagens nos quadros ou mesmo servir
como requadro.
Nesse caso, que apresentamos a seguir, o qua-
drinista Daniel Brandão utilizou o título para apre-
sentar sua história. O título é arredondado, dando
a impressão de que podemos “escorregar” por ele,
assim como a personagem faz na história, passan-
do de forma leve pelos cômodos da casa. Veja nas

123
revistas em quadrinhos que tem em casa como são
desenhados os seus títulos. Entendeu, agora?
!
ABRA A SUA MENTE
Assinatura ou crédito?
Às vezes há certa conf usão entre essas duas
palavras, porque ambas comportam
o mesmo significado: o nome de quem faz os
quadrinhos. No entanto, elas são
usadas de forma diferente. A assinatura é
um elemento de arte individual. É o
nome, símbolo ou “selo” que mostra o autor
de determinada imagem. Nem sem-
pre as assinaturas aparecem nas histórias,
mas elas devem sempre estar nas
artes originais. O crédito, por sua vez, é o nom
e do autor (ou autores) da HQ, em
lugar de fáci l identificação, seja no começo
ou no final da história. Muitas vezes,
vem logo depois/abaixo do título. Lembre-s
e: é importante que conste os crédi-
tos de quem trabalhou na sua HQ.

3.2. Onomatopeia
A onomatopeia é simplesmente a formação
de uma palavra, utilizando os recursos da língua, a
partir da imitação aproximada de um som natu-
ral. Em outras palavras, é a grafia dos
sons: tique-taque (imitando o som
do relógio), crás (imitando som de
quebra), pow (imitando o som de
pancada), tchibum (imitando som
de cair nágua), chuá (imitando som
de água corrente), zuum (imitando
som de velocidade) etc. Nas HQs,
o uso da onomatopeia se torna
um recurso imagético-textual
de grande impacto, focada no
enriquecimento da narrativa
dentro do campo sensorial.
Nos quadrinhos, pode-
mos dizer que há um inte-
resse maior na sinestesia2
que o texto pode gerar do que
na sua mera interpretação sonora.
Assim, quando uma onomatopeia
surge, além de demonstrar um
som, sua aparência, cor, efeitos e
composição, ela pretende despertar o
maior número de sentidos possíveis do lei-
tor, atraindo sua leitura. Por isso as onoma-
topeias são integradas com a imagem.

2. Sinestesia: o poder que tem


a imagem (no caso) de trazer

124
de dentro de nós as sensações,
imagens, cheiros e/ou cores
reconhecidas.
o
Daniel Brandã
, o colchão
e, n a tirinha ao lado
Perceba q u s, mas a
e n en h u m a vez nos quadro a, da
não aparec á su g es tão de sua form e-
n o s d
onomatopeia to fado ou mesm
o dos mat
e d e se u es ar ainda
qualidad . Se o leitor mergulh
é fe ito oa
riais de que ti ra , ele p o derá ver-se com
a d a ular em um
mais na históri d o como seria p
em , se n tin ir dele...
personag , o u m esmo como ca
o es se
colchão com
ue tentam
omatopeias q

ndão
d ia , as o n uídas
Hoje em zes são substit

Daniel Bra
s al g u m as ve às
descrever son st an tivo s que dão nome
su b nomato-
por verbos ou in vé s de ter uma o
im , ao por
ações. Ass
“ b at id a” , co mo um “PÁ”,
e tos
peia do som d ra “ TA BEF” com os efei
pal av
exemplo, há a er em que ali é um so
m, não
q u e su g
imagéticos
o.
alguém faland

!
ABRA A SUA MENTE
Manual ou digital?
“letras feitas a mão” parecem ser um luxo
Com o avanço das ferramentas digitais, as
artísticos mais “nobres”... na verdade não!
de artistas com prazos longos e desejos
d de uma família de fontes gratuitas (ou
Apesar de ser muito fáci l fazer um downloa
to, nada dá mais identidade a um qua-
pagas) pela internet e utilizá-las no letramen
que essa seja complementada por ferra-
drinho que a produção artesanal, mesmo
m fontes. O importante é que as letras
mentas digitais, como programas que faze
é o autor de determinado gibi, e, para
sejam únicas e digam, logo de cara, quem
isso, o “desenhar” das letras é essencial.

4. E é Só Isso? ên di ce s podem funcio-


m en te ap
ba- objetos ou so loridos ou tipogra
fias in-
de aj ustes e usos dos nar ju nt o a fu nd os co do o
As poss ib ili da de s
do apenas o al ie ní genas) expandin
sã o ili m itadas, dependen comuns (o u m es m
te, tente do
lões e le tr as
ad rinista. Muitos de
les de-
iv er so de pr od ução. Experimen ou que
qu un
da criativ id ad e do
diferentes a seus
ba-
. Se go st ar e “pegar”, já pens
til o seu jeito lha
ram cara, fo rm at o e es
, além en te da decisão e esco
, fa ze nd o com que tivessem legal? Inde pe nd en te m
elhor saída
lões e le tr as
a identidade part
icular rtante é usar a m

125
at iv o, um do au to r, o im po
do aspect o na rr
agem. Bordas a história!
pr óp rio ar tis ta ou de um person ros em para contar a su
do s digitais, requad
s de co r, ef ei to
em lápi
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

Hermínio Macêdo Castelo Branco, o Mino, na TV brasileira. Assim, João Ramos e Guilherme
nasceu em Fortaleza aos 3 dias de maio de 1944. Neto o conduziram a participar do quadro compe-
Desenhou desde os 4 anos, sendo adiante influen- titivo “Fora de Série” do Programa Flávio Cavalcanti
ciado por quadrinhos como O Corvo e a Raposa (1923-1986), da TV Tupi, no qual Mino desenharia,
(publicados na década de 1950 na revista Calunga com sua rapidez habitual, todo o júri, em cadeia na-
e depois em revista própria), da Disney e dos car- cional, sendo o vencedor do quadro.
tuns animados do Pica-Pau, de Walter Lantz. Aos 10 Alguns integrantes da “patota d’O Pasquim”,
anos ganhou concurso de desenho promovido pelo como Ziraldo, Millôr e Jaguar viriam a Fortaleza em
Náutico Atlético Cearense. Cursou o colegial no 1972 para participar da Feira da Comunicação
Christus (entre os professores, Luiza de Teodoro (no Clube Líbano), uma invenção do Mino, Ricardo
e Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes) e Bezerra, Marcondes Viana e Pedro Gurjão,
graduou-se em direito pela UFC, onde ingressou ação que envolveu todos os meios de comunicação
em 1965, em plena efervescência cultural, período da cidade, com apresentações musicais, desfile de
de grande aglutinação de artistas locais contra o
regime ditatorial, o que fez que Mino participasse

ulgação
do movimento estudantil, de diretórios e passeatas,

ssol - Div
produzindo cartazes e charges que eram distribuí-
das pelos colegas.
Iniciou-se profissionalmente ilustrando a colu- Acervo Pe
na esportiva “Chuteira, Trave e Canela”, de Lavor
Campos, no jornal O POVO, a sua primeira publi-
cação em jornal.
Estava ainda na faculdade quando foi convida-
do a criar um símbolo para a nova emissora de TV
de Edson Queiroz. Foi assim que nasceu a sereia da
Verdes Mares, uma homenagem à, então, namora-
da Ignês. Mais tarde, passaria a publicar no Diário do
Nordeste, com períodos de frequência regular, a sua
página The Mino Times.
Em 1967, decidiu ir ao Rio de Janeiro, quando
conheceu o cartunista Ziraldo que logo o aconselhou
a assinar seus trabalhos como “Mino”, apelido de
casa, pois “Hermínio não era nome de cartunista!”.
Deixou trabalhos n’O Cruzeiro, Fatos e Fotos, Status,
e, retornando a Fortaleza, chegou a colaborar algu-
mas vezes com O Pasquim, um “hebdomadário” al-
ternativo, editado entre 1969 a 1991, cujo símbolo
era o Sig, criação do Jaguar, logo transformando-se
em fenômeno do mercado editorial brasileiro.
Convidado por Ary Sherlock, trabalhou na
TV Ceará Canal 2, o que o levou ao programa

126
“Repórter Cruzeiro”, em que ilustrava notícias ao
vivo, a partir da locução do narrador, ação inédita
moda, salão do automóvel, es- entre as quais as telas “Canudos” Contato com a Rivista (Mino):
tandes de empresas locais, expo- e “Caldeirão” e o mural “Terra da rivistadomino@gmail.com
sição de arte e entrega do prêmio Luz” do Aeroporto Internacional
Para adquirir o Álbum
“Papagaio de Ouro”, sendo um Pinto Martins de Fortaleza.
“Capitão Rapadura: 40 anos”:
dos maiores sucessos de público Atualmente, mantém a Rivista, armazemcultura.com.br/produto/
da história dos eventos no Ceará. publicação mensal, desde 2002, capitao-rapadura-40-anos/
Em 1973, no Almanaque do pela sua Editora Riso. Múltiplo,
Mino, “o almanaque do leitor in- Mino desejava ter um suporte em Para adquirir
teligente”, nasceria o seu primei- que pudesse acolher suas diversas “A Luz de Cada Um”:
ro grande personagem: o Capitão atividades, como pintura, cartuns, edicoesdemocritorocha.com.
br/a-luz-de-cada-um/
Rapadura,, “o herói que tudo atu- desenhos, pensamentos, contos,
ra”, inspirado nos super-heróis, fábulas, além de informação, e
em linguagem regional, com bom daí surgiu a Rivista. Nela, uma
humor e nunca com violência. fila de personagens: o gênio na-
Mas seria apenas em 1997 que o cional, poeta Raimundo, Dr. Braz,
Capitão voltaria com uma revista Zildete, Virgulino e Maria Pirrita,
própria, começando do número ETúlio e ETília, Madame Mina, en-
zero, assim como aconteceu com tre outros mais.
o seu Almanaque..., ..., “para não
perder a noção de que você tem
que começar pequeno.” A revista
chegou a ter 15 edições. E, em 30
de novembro de 2013, na Livraria
Cultura, o Fórum de Quadrinhos
do Ceará,, por meio da editora
Armazém da Cultura,, lançou o ál-
bum comemorativo dos 40 Anos
do Capitão Rapadura.
Versátil, Mino também é es-
critor. Lançou livros e poesia (seu
avô era poeta e repentista, e o
pai, Castelo de Almeida, publi-
cou Zeros,, livreto de poemas) e
infantis, entre eles: O Menino
Iluminado, A Missão das Cores e
A Luz de Cada Um (este, pe-
las Edições Demócrito Rocha).
Ao final da década de 1990,
foi um dos convidados a pro-
duzir vinhetas do plim-plim da
Globo,, geralmente com temas
voltados à cidadania. Participou
de diversos salões de humor e
exposições no Brasil e no exterior,
onde também é publicado em

127
antologias. É autor de diversos
quadros e obras de artes visuais,
ib a M a is s o b r e H Qs
Leia e Sa
1000 Palavras - Tiras 100 desenho
s, de Marcelo Saravá. Publicação 4º Mun
do, 2011.
Abridores de Letras de Pernambuc
o: um mapeamento da gráfica pop
Finizola, Solange Coutinho e Damião Santana. ular, de Fáti ma
São Paulo: Blucher, 2013.
A Leitura dos Quadrinhos, de Paulo
Ramos. Editora Contexto. São Paulo, 2009.
Desenhando Quadrinhos, de Scott
McC loud. Editora Mak ron Books. São Paulo,
2008.
Narrativas Gráficas, de Will Eisner.
Editora Devir. São Paulo, 2005.
Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will
Eisner. Editora WMF Martins Fontes. São Paul
o, 2010.
Shazam, de Álvaro de Moya. Editora
Perspectiva. São Paulo, 1977.
Dicas para quem nunca tentou se
arriscar no Lettering, por Janara
Fixa. Disponível em: http Lopes. Site Idea
://www.ideafixa.com/dicas-para-se-arriscar-
hand-lettering/
Grupo Blambot: http://www.blambo
t.com
Famous Artist Cartoon Course. Disp
onível em: http://randomnerds.com/learn-to-d
cartoons-with-the-now-public-domain-fam raw -
ous-artist-cartoon-course-textbook/
Zine Brasil: quadrinho brasileiro
em 1º lugar: https://zineb rasi l.wordpre
com/2011/08/30/1000-palavras-sarava/ ss.

Luís Carlos Sousa (Autor) Guabiras (Ilustrador)


é professor e roteirista do Estúdio Daniel Brandão. Já tra- desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo
balhou como revisor e editor independente. Foi coorde- que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016,
nador do Fórum de Quadrinhos do Ceará e organizador e completa 18 anos em que trabalha como ilustrador e car-
roteirista da edição comemorativa de 40 anos do Capitão tunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras
Rapadura (Armazém da Cultura). Hoje, atua como consul- publicações e personagens em HQs e fanzines, ministran-
tor editorial da Editora Riso, do artista Mino. do oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos
Contatos: luiscarlososousa.tumblr.com | e/ou individuais. Para conhecer mais sobre a produção de
luiscarlosos@hotmail.com Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-723-0 (Volume 8)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
99 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Arte-final:
tradicional
e digital
Mano Araújo E Rafael Dantas
1. Apresentação
o fascí-
ig os (a s) , be m -v indos(as) ao noss
Olá, am nal.
es sa m ag ia que é a arte-fi
culo so bre Mano e
sa be r o qu e nossos autores, o
Vam os mes-
e no m om en to estão escalando,
o Rafael, qu desconheci-
an te de fo rt e ve ntania, um canal ntrar
mo di M ar te (acreditam enco
ão po la r de é
do na regi , tê m a dizer sobre o que
rm el ho s)
mandacarus ve
gente... Câmbio:
Arte-Final. Diz aí,
não tem muito
o de se nh o”. Para quem
e arte-final é só
“cob rir a é deixar o
br in ca qu nç ão do arte-finalist
Mano: Muita
ge nt e rdade, a fu perder as
é o qu e pa re ce, mas, na ve lh es m ai s im portantes, sem
arte ta
contato com a stacando os de
nh is ta ca da vez melhor, de m da transmissão].
se originais [fi
trabalho do de ra ct er ís tic as
suas ca

rie
adicionar uma sé
se nc ial ao lápis, permitindo
-final é um compl
emen to es erfeiçoa seu
o
Rafael: A arte ui r ap en as co m o uso dele. Ela ap
se conseg Um bom desenho
pode
os impossíveis de rte e imponente.
de texturas e efeit o tra ço m ais fo rn ar-se
mais vistoso, deixa l, pode to
desenho, o torna as , po r m eio de uma boa arte-fina
m
balho excelente,
tornar qualquer tra IC O. .. Cof! Cof! [desligan
do].
ÚN

você, lei-
cês, rapazes... E
Boa sorte para vo Básico
aind a nã o se in screveu no Curso
tor(a), tá vacilan-
Quadrinhos? Es
de Histórias em r acessado
ca ra ! Ele é A D IS TÂNCIA, pode se país.
do, qualquer lugar do
er tem po e em
a qualqu r aqui, ainda
qu e es tá começando po
Sim , vo cê ulos e vi-
te r ac esso a to dos os seus fascíc TE
pode
sa bia? In screva-se GRATUITAMEN
deoaulas, final, receba
no ss o su pe r C anal Especial e, ao
em
20h):
o seu certificado (1

u a n e / hqcea ra
fdr.or g . b r /

130
B R A A S U A M E N T E !
A
l do desenho – a sua superfície – é
A responsabilidade sobre a qualidade fina
to mais o arte-finalista soub er
também do arte-finalista. Portanto, quan
poderá corrigir qualquer problema
desenhar, melh or será o seu trabalho, pois
como detalhes da anatomia, da
que o desenhista (a lápis) deixou passar, tais
e outros.
perspectiva, de luz e sombra, texturas, entr

2. MÃOS À

A arte-final é
OBRA
u m a et ap a dos quadrinho
s onde a
tica, sim, é o p
on-
ten sa . A p rá
teoria não é m
uito ex essa teoria
s um pouco d
A
seg u ir, vere m o nçar o
to-chave. A tica s par a lh e ajudar a alca
as prá
e também dic o.
r resu ltad o em seu trabalh

VOLUMlhEer
mel ho

C L A R A X
2.1. LINHstAilos de arte-final, podemos esco
Dentre os e
inhos básicos:
entre dois cam
lume,
m e: s linhas com vo

a)
m v o lu A
Linha co e “peso de linha” Essa
, são
am ad as d
também ch pessura.
q ue h á va riação em sua es
aquelas em por dois motivo
s:

B
ão ac o nte ce
variaç de luz,
m a is p róxima a fonte
z: q distante,
* Lu fina fica a linha; e, quanto mais
u a n to
mais
)
mais grossa. (A
a a imagem
la n os: an to mais próxim
* P r do leitor (ou da “câmera”), mai
q u ais grossas
estive s finas. (B)
q uan to m ai s distante, m
as linhas; e, vo-
m variação de

b)
ão te
a: n
Linha clar
A lin h a
ssas que
ex te rn as são mais gro
lume. A s lin has s, os con-
nção de plano

131
. Pa ra a d is ti as
as linhas intern
as
ss os n as fig u ras mais próxim
ais gro
tornos ficam m ais distantes. (C)
e mais finos n
as m
C
2.2. MATERIAIS/
Ferramentas
Como todo trabalho, você precisa de ferramen-
tas adequadas. Imaginem um cozinheiro sem suas
facas! Pois é, na arte-final não é diferente. Por isso,
vamos aos principais tipos de ferramentas que você
também poderá utilizar:

a)que a linha não tem variação de volume:


Materiais de traço contínuo: aqueles em

* Canetas Técnicas: Possuem várias


espessuras definidas (0.05; 0.1; 0.2 etc.), e
em sua carga contêm tinta nanquim que,
após o seu término, podem ser recarregadas.
São canetas de custo mais elevado,
encontradas em papelarias e lojas de arte,
mais especializadas.
IMPORTANTE: Esse tipo de caneta entope com faci-
lidade quando a nanquim resseca dentro dela. Por
isso é necessário fazer a limpeza delas sempre que
você terminar de utilizá-las.

* Caneta descartável: Como a caneta


técnica, também possui várias espessuras
definidas (0.05; 0.1; 0.2 etc.), porém,
quando a sua carga chega ao fim, não pode
ser recarregada. São canetas de custo mais
s
acessível do que as técnicas, sendo facilmente Canetas Técnica
encontradas em papelarias e livrarias.

b)
Materiais de traço Variável: aqueles em
que a linha tem variação de volume:
Caneta
* Pincel: Encontrados com variação de
s Desca
rtáveis
tamanhos e de tipos de cerdas. Quando
usado, à medida que o passamos no papel,
essas cerdas se abrem e soltam tinta,
apresentando uma grande variação de
tamanho de linhas. Os ideais para arte-final
são os de pelo natural de “Marta Kolinsky”.
IMPORTANTE: Sempre depois do seu uso é re-
comendável lavar as cerdas para que durem mais
tempo. Para isso, use xampu ou sabonete líquido

132
junto com água corrente.

Pinceis
possuem
Caneta Pincel
: São canetas que
* carga interna de tinta e a ponta de pincel
uma icas,
rd as sin té tic as. São muito prát
co m ce hando
o pr ec isa m la va r e nem ficar mol
pois nã
nanquim.
constantemente no
r: O bico-de-pe
na é uma
s de M ol ha
* Peeinara de metal. Conforme se aumenta a ando. Caneta Pincel
pont mud
us o, a es pe ssura da linha vai
pressã o no objetivos
rio s tip os de bi co-de-pena para éo
Existem vá ili za do para quadrinhos
O m ai s ut
diferenciados.
ena mosquito”.
Hunt 102 ou a “p eriais como
tr os : m os utilizar vários mat
* Ounjas, tecidos e até escova de dentes paraas,
Po de obter
espo o, fumaç
dos de céu estrelad Peninha
efeitos diferencia vas formas
Va le a cr ia tiv id ad e de descobrir no
etc.
seu trabalho.
de arte-finalizar o to
l: co rr eto também é mui
* Partpeante para a arte-final. Quanto mais lisoentre
O pa pe l e/
impo gerimos,
m ai s gr os so o papel, melhor. Su amatura
ou
o pa pe l Br ist ol e/ ou o Offset de gr
outros,
ínimo, de 60kg.
(espessura), no m para Escova
pr et o é a tinta básica
a: ui m
* Tintalhar com arte-final, já que ele resiste benho.
O na nq m
se tr ab r ao de se
eto realça e dá vigo
à água e o seu pr nq uim bran fazer
co para
iliza m os o na
Também ut ado”.
õe s e ef ei to s co mo um “céu estrel
corr eç
hores, para
: nq ui ns de marcas mel
IMPORTANTE
Pr efi ra na
po.
ncel por mais tem
conservar o seu pi
dora: Também
chamadas de
a di gi ta li za Esponja
* Mess, são imprescindíveis para o trabalho de
tablet Só uma mesa
-fi na l di gi ta l. Es queça o mouse! tos
arte reproduzir os efei
ad or a é ca pa z de
digitaliz
a boa arte.
desejados para um imento
ar es : ss ário um bom conhec
w ce
* Soft
é ne
ftware
Ph ot os ho p, po r exemplo. É um so ssamos
de
en ta l pa ra o processo, embora po
fundam io 5, que
mo o Manga Stud
utilizar outros, co is digitais) adora
ve rs os tip os de brushes (pincé Mesa Digitaliz
poss ui di efeitos na
as qu e pr op or cionam belíssimos Vale
e textur
em ou tr os so ftw ares no mercado.
página. Exist ntrar aquele
ec er , ex pe rim en tar alguns até enco e com
conh o que você precisa
ca ix a m ai s co m por
que se en tável para trabalhar,

133
e m ai s co nf or
o qual sinta-s
a noite inteira...
exemplo, por um
fael Dantas
2.3. DISTINÇÃO DE

Arte final, Ra
PLANOS
Para uma cena funcionar, uma dica básica e
imprescindível é saber informar ao leitor
os planos do desenho, ou seja, o que está
à frente na cena (primeiro plano), o que está
no meio (plano intermediário), e o que se lo-
caliza mais ao fundo (plano de fundo). Usando
os recursos da sua arte-final, você vai poder
orientar o leitor a “perceber” melhor a cena.
Assim, o que está em primeiro plano no

Rafael Dantas
quadro deve possuir mais peso em suas
linhas, isso dará ao leitor a informação de
destaque a essa imagem. Para o que está no
meio ou em segundo plano, as linhas devem
ser mais suaves, mas ainda bem nítidas,
informando ao leitor uma noção de distância
da imagem à frente. Por fim, no que está ao
fundo, as linhas devem ser ainda mais
claras. Isto dará a sensação de profundi-
dade. Veja os exemplos ao lado.
Note na primeira cena (acima) o contorno
dos livros. A linha é mais pesada. Isso serve
para mostrar que os livros estão à frente do
restante dos objetos nessa cena. Observe tam-
bém que o contorno usado no personagem e
em seus objetos é mais grosso que o contorno
da cadeira, mas ainda assim mais leve do que o
dos livros à frente.
Note novamente nas imagens ao lado,
abaixo da primeira. A mesma regra é utilizada.
Rafael Dantas
Os personagens ou objetos à frente da
cena (primeiro plano) possuem o contorno
mais grosso em relação aos objetos ou per-
sonagens existentes em segundo plano ou
ao fundo da cena. São detalhes bem sutis
que, sem você perceber, dá a ideia de distân-
cia, de afastamento.
Há muitas outras maneiras de se distinguir os
planos. Você pode utilizar várias técnicas. A si-
lhueta é uma delas. Veja, no desenho ao lado,
as formas dos Orcs ao fundo da cena. Note que
vemos apenas a silhueta de suas formas. Isso é
o bastante para nos passar a informação de que
são Orcs, como o personagem em primeiro pla-
134 no, e ao mesmo tempo nos mostrar que estão
ao fundo nesta mesma cena.
Árvores:

AS
2.4.TEXTUR o d e uma superfície
que
a sp e ct for-
Textura é o e d is ti n g u i- la de outras
ficá-la s os am-
permite identi rv a r te xt uras em todo
s o b se amos
mas. Podemo d iv e rs o s. P a ra criá-la, utiliz
bientes e mate
riais , criando
rm a s re p etidas, ou não
pontos, linha s, fo laridade
u n if o rm id ade ou irregu
e d á mos
padrões, o qu m a n e ir a co m a qual faze raújo Rafael Dantas
da. A nosso es- Mano A
à imagem cria s e sp e cí ficos, definem
a textura de o
b je to ras em
P o d e m o s d ividir as textu
nal.
tilo de arte-fi
dois tipos: Pedras:
a ção: São te
xturas
u m in

a)
d e Il
Texturas z e a som-
o s a ju d a m a trabalhar a lu s de
que n n s ti pos de textura
h o s. A lg u
bra nos desen
o , sã o:
iluminaçã linhas com
s o u H a t c hings: São
chura
* Haação de volume que utilizamos aluz. Elas
para
vari ara a
o da sombra p raújo Rafael Dantas
fazer a transiçã m d é g radé feito à m
ão e Mano A
m o u
funcionam co aralelas ou lin
has curvas.
se r lin h a s p
podem
ou Cross-
a c h u r a s cruzadas Madeiras:
* H chings: Quando cruzamos as hao da
churas,
hat ansiçã
fo rç a m o s a sensação de tr mos as
re luz, e assim te
b ra p a ra a
som
das.
hachuras cruza a qual
t il h is m o : É uma técnica n
n
* Poamos pontos, como uma retícu
la, para
utiliz
dégradé.
fazer o efeito uro: É uma
u Chiarosc
raújo Rafael Dantas
n t r a st e o Mano A
o co
* Alt a q u e u sa m o s áreas de pre
to e branco
técnic
bem definidas.
os para Água:
p er fí c ie: Ao olharm

b)
e Su
Texturas d o, objeto) pod
emos
e rf íc ie (d e a lg
uma sup spera ou
a , ru gosa, macia, á
sentir qu e e la é lis s são utili-
E ss e s ti pos de textura
ondulada, n ã o é ? elemen-
se n ta rm o s nos desenhos
zados para rep
re ebam
m a d e ir a s, á gua, etc. Perc
ras,
tos, como ped
a s texturas:
algumas dess

135
Rafael Dantas
raújo
Mano A
3. ARTE-FINAL

DIG I T A L er essas
rt no ra m o, é necessário conhec
um expe usu-
cursos da ua r ao mercado e
diversidade de re ferramentas pa ra se ad eq
Com o avanço e voltadas e, às vezes, ele no
s impõe.
rr am entas de software da ag ili da de qu -final
tecnolog ia e da s fe
a ar te-final digital
se fruir
to , le m br am os que uma boa arte
ur a, Entret an -fi-
para ilustraçã o e pi nt
cilidades do er iê n cia de uma arte
an de tendência. As fa digital parte d a ex p
zer pelo
tornou um a gr
da aplicação de text
uras e
ic io n al . Ex pe rimente e treine fa ado
r, ad
uso do co m pu ta do
co m que vários artis
tas nal tr
A ss im , vo cê es tará mais prepar
pi nc éi s fe z tradicional. ufruindo de
diversidade de onomia de te-final digital, us
sa pr át ic a. Sem falar na ec para in se rir -s e na ar sua “hu-
adotas se m es
) e na facilidade de corr
igir e/
cu rs os e co lo ca ndo um pouco da
ap el e tin ta mais re alho.
material (p afirmar que sultado de seu trab
ad eq ua r o se u trabalho. Podemos você ser manidade” no re
ou ndentemente de
de ho je , in de pe
nos dias

136
4 . A P R E N D E N D O N A

P R Á T I C A
Oba! Chegou a hora de mostrar-
mos para você, incansável leitor(a),
um exemplo do nosso processo

o
Daniel Brandã
de finalização de uma página
de quadrinhos. Veja, a seguir, um
passo a passo da finalização de duas
páginas de quadrinhos:

Importante: nessa etapa do fas-


cículo, alguns podem ter alguma
dificuldade por não entenderem o
processo de trabalho com software.
Sugerimos que aqueles que quise-
rem trabalhar com arte-final digital,
procurem um curso de Photoshop,
por exemplo.

4.1 PÁGINA TRAÇO


ACADÊMICO (Mano Araújo)

a)
MATERIAL UTILIZADO
(arte-final tradicional):
Canetas descartáveis tamanhos
0.05, 0.1, 0.2 e 0.8; caneta pincel;
tinta nanquim chinesa; régua de
acrílico de 20cm e papel offset 60kg.

137
cm) escâner) a página no
SSO da Art
e: ÃO E
DIGITALIZAÇ

bn)dCoodmireotanmãoenetestánvaomooriginal a
PASSO A PA O: Digitaliza
mos
s traba- TRATAMENT formato
(co 300 dpi,
lha
iro p a ss o foi imprimir F, co m a resolução de
lápis, o p ri m e T IF ção, re-
a zu l. Tr a n sf ormamos e , a ju st a n d o matiz e satura ndo
a página em 0 % d e ci ano to d o o ci ano (azul), fica
a ra 4 tiram o s
todo o lápis p d o trabalho o preto. Depois,
fizemos
is a o fi m a ss im só ixar o
(azul), po ra r o azul di- st e n o s níveis para de
s re ti u m a ju
poderemo ar só com a
s e. Arte final, M
ano Araújo

gitalm e n te e fi c
a d e preto mais fort
rm
reto. Outra fo
linhas em p as
a b a lh a r é n a mesa de luz, m
se tr l,
pressão em azu m
preferimos a im re u
d ir
o is a m e sa d e luz pode ag
p
vista.
pouco a nossa fizemos os re
-
Primeiramente e d e -
a d ro s co m a caneta 0.8 s,
q u nári o
s para os ce
pois passamo e tama-
os canetas d
onde utilizam . Para
d if e re n te s, 0.1, 0.2 e 0.3
nh o s de¸
a se n sa çã o de profundida
dar um ximos
nos mais pró
usamos a 0.3 e-
e iro p la n o ), 0.2 nos interm
(pri m s
e 0 .1 n o s m ais distante
diário s
o de fundo).
da visão (plan ar o
p ró xi m o p a sso foi finaliz
O amos a
Para ele, utiliz
personagem. s do ros-
n e ta 0 .0 5 p ara os detalhe de
ca
lo s e , p a ra as mãos, uma
to, ó cu detalhes
ho. Por serem
menor taman os um
p e q u e n o s, conseguim
be m nta
r re su lt a d o com essa po
melho todo o
delicada. Para
menor e mais cel,
o u ti liz a m o s a caneta pin
rest dar um
conseguimos
pois com ela s linhas
io r vo lu m e às roupas e à
m a nta
p re ci sa m d e variação por co
que do ta-
endentemente
da luz. Indep ém fa-
n h o d o p e rs onagem, tamb
m a para
s o s ca b e lo s com o pincel,
zemo . E, por
r naturalidade
dar uma maio s do
im o , fi ze m o s as hachura ra
últ textu
m o pincel e a
quadro 04 co a 0.1.
quadro 06 com
de azulejo do

138
4.2.PÁGINA TRAÇO
ACADÊMICO (Rafael Dantas)
a)
MATERIAL UTILIZADO (arte-
final digital): Mesa digitali-
zadora, softwares Photoshop CS6 e
Manga Studio 5.0.

b)
PASSO A PASSO: O primeiro
passo é abrir o arquivo da pá-
gina à lápis no Photoshop. Veja a
figura mais abaixo:

Trabalho com diversas cama-


das. É essencial, pois nos permite um
controle maior da página e possibili-
ta corrigir erros ou adicionar traços e
texturas com facilidade. Cada cama-
da tem sua função: uma só para os
traços, o chamado ink; outra para
texturas; outra para os requadros e
assim por diante. Esse cuidado nos dá
segurança para trabalhar.
Iniciamos (usamos aqui o
Photoshop) abrindo uma camada
para os requadros, e deixando a opa-
cidade do lápis mais baixa para
não atrapalhar na visualização da ar-
te-final. A partir daí levamos para o
Manga Studio, onde trabalhamos as
linhas utilizando um pincel (ou brush)
que mais se adeque (neste caso, uti- Arte final,
Rafael Dantas
lizamos um pincel de formato mais
grosso). Veja que as linhas do traço
estão bem firmes, sem distinção de
peso. São traços únicos e fechados,
deixando a página mais pesada para
combinar com ambiente. Utilizamos
texturas de hachuras e efeitos em dé-
gradé para deixar a página mais bem
trabalhada e, por fim, salvamos nos
formatos JPG ou PSD.

139
ano Araújo
RAÇO
4.3. PÁGINA T

Arte final, M
CARTUM (Mano Araú etas
jo)

a)
IZADO:
MATERIAL UTIL
Can
hos 0.05, 0.1,
descartáveis taman uim
pincel; tinta nanq
0.2 e 0.8; caneta ;
acrílico de 20 cm
chinesa; régua de os e
barito de círcul
curva francesa; ga
.
papel offset 60kg

b)
O: Novamente
PASSO A PASS
na em azul e
imprimimos a pági -
requadros, utili
começamos pelos
8.
zando a caneta 0. s
fiz em os os personagen
Dessa vez, ,o
m no estilo cartum
primeiro. Por sere ut ili-
ncial. Para isso,
volume é esse a
que deixamos um
zamos o pincel em or no s
ssura dos cont
variação de espe co - m
m de st ac ad a e algumas linhas in
be de
ar a sensação
pletas para reforç os do s
detalhes intern
dinamismo. Os el
os tanto com o pinc
personagens fizem (que
netas 0.05 e 0.1
quanto com as ca stos
izar os óculos, ro
usamos para final .
isa quadriculada)
pequenos e a cam
Daniel Bra
nd ão
aos cená rio s, em
Depois, passamos ho s
e ut ili za m os ca netas de taman
qu r a
2 e 0.3) para da
diferentes (0.1, 0. e. N as
profundidad
sensação de el do
s círculos no pain
linhas curvas e no a cu rva
, utilizamos
carro no quadro 04 u lo s,
arito de círc
francesa e gab iso.
ra ob te r um re sultado mais prec
pa r a
e 05 podemos ve
Nos quadros 03 se-
ectiva que o de
grade de persp s fi-
ra que os cenário
nhista utilizou pa é cl aro,
Na arte-final,
cassem corretos.
oduzi-la.
não devemos repr
, onde
CURIOSIDADE:
Na página ao lado
de-
co nt ra m os ár ea s marcadas pelo
en de-
significa que nós
senhista com “X”,
s com preto.
vemos preenchê-la
:
E TRATAMENTO

c)páogiprnaocanestesorioutr.ilizado foi o mesm


DIGITALIZAÇÃO
140
o

da
TRAÇO
4.4. PÁGINA
CARTUM (Rafae DO: Mesa digitali-
l Dantas)

TILIZA

a)
MATERIAL U 6e
ares Photoshop CS
zadora, softw
.
Manga Studio
uivo no
Abrimos o arq

b)
SSO:
PASSO A PA

ão
pacidade
abalhando a o

rand
Photoshop, tr repa-
ais claro, e p

iel B
d e ix a n d o -o m a
do lápis, páginas em um ra

Dan
q u a d ro s d a s
ramos os re vamos pa
a ra d a . Em seguida, le
cama d a se p página
d io . O b se rve que nessa
o Manga S tu nte,
u m p in ce l (o u brush) difere
optamos po r de li-
q u e re p roduz o peso
é um p in ce l ando o
a s e li n h a s grossas, torn ti-
nhas fin va ri a çã o de peso é ó

s
. E ss a
traço mais leve

ta
.
o traço cartum

Dan
se u ti liz a r n
ma para itos com a
ém alguns efe

fael
a m o s ta m b em prin-
Utiliz s do personag

l, Ra
n o s ca b e lo Daí,
cor branca ao desenho.

fina
r m a is vi d a
cipal, por traze s texturas de hachuras

Arte
uma o para
aplicamos alg , to m ando o cuidad
p á g in a ,
e efeitos na
sa d a o u “ p o luída”. Por fim
pe imagem
não deixa-la e m JPEG (ou JPG –
a ve rs ã o lvar
salvamos
a ro , n ã o e sq uecendo de sa )
“dura”) e, cl Photoshop
rs ã o e m P S D (arquivo do
uma ve ções.
a ra p o ss ív e is e futuras altera
p tes tipos
T E: d ev e testar diferen
IMPORTA N V o cê iência
xt u ra s, p o is só com a exper
de pincéis e te ho
se en ca ixam em cada trabal
s
descobrirá quai nfi ante em sua ar
te-final.
rá m ai s co
e se senti

B R A A S U A M E N T E !
A
mais sobre arte-final,
Uma dica que nos ajudou bastante a aprender
lizar desenhos de grandes artis-
principalmente sobre “texturas”, foi arte-fina
tas prediletos e as finalize. É possível
tas. Procure páginas à lápis dos seus artis
rnet. Procure por esti los diversos
achar esse material em boa resolução na inte

141
páginas com muitas texturas (água,
como cartum, acadêmico, “comics”... Escolha
o o artista pensou naquela textura,
florestas e tudo mais). Você aprenderá com
vez mais você assimilará as diversas
de que forma ele traçou aquela linha, e cada
ao seu desenho
possibilidades que a arte-final pode trazer
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

A história dos desenhou o cometa 1948 L), ano em


quadrinhos no que também desenhou a Carta da
Ceará, assim como Lua, o primeiro mapa lunar bra-
boa parte da me- sileiro (se encontra hoje no Museu
mória das lingua- Nacional de Astronomia - RJ), além
gens artísticas e da criação da Sociedade Brasileira de
culturais cearenses, Selenografia (SP), da União Brasileira
se perde nos porões de Astronomia, e, na década de 1950,
da área 51 ou foi o I Salão Cearense de Artes Plásticas
abduzida a bordo em São Paulo. Em 1963, descobriu um
do Júpiter II para acidente na Lua que denominou de
uma galáxia distan- Vale Brasiliensis (houve quem quisesse
te Alpha Centauri. nomear tal acidente de “Azevedo”,
Assim, poucos sa- em homenagem a seu descobridor,
bem e talvez nem mas ele não aceitou).
acreditem que, ain-
da na década de
1940, um dos pio-
neiros na publica-
ção de quadrinhos
cearenses tenha
sido Rubens de
Retrado de Azevedo (30.10.1921/17.1.2008),
Rubens pintado
astrônomo, professor, desenhista,
pelo pai, o poeta
Otacilio de pintor, jornalista e escritor que, em
Azevedo. 1939, fundou a Sociedade Cearense
de Fotografia e Cinema e, em 1941,
a Sociedade Cearense de Artes
Plásticas. Depois, em 1947, criou a
primeira associação amadora de astro-
nomia no Brasil (Sociedade Brasileira
dos Amigos da Astronomia) e, no
ano seguinte, o primeiro observató-
rio popular brasileiro (Observatório
Popular Camille Flammarion , eri-
gido no telhado da casa de seu pai,
o poeta Otacílio de Azevedo, onde

142
Azevedo
Ru bens de

Rubens, que vivia literalmente no


mundo da Lua, escreveu vários livros
de ensaios de astronomia, geografia,
história e de crônicas, além colabo-
rar com artigos de jornais e revistas
(boletim Zodíaco – de sua criação – ,
Revista Contemporânea, Ceará Social,
Evidência, Alterosa, de Belo Horizonte,
Ciência Ilustrada, de São Paulo, Diário
de São Paulo etc), ilustrar capas e pin-
tar telas (aquarelas), chegando a in-
tegrar várias agremiações (como o
Instituto do Ceará) e ser diretor de Arte
e Cultura da Emcetur e da Casa de
Cultura Raimundo Cela, entre outros.
Entre as suas obras, Uma Viagem
Sideral (1946), O Desenho sem Mestre
(1954), Selene: a Lua ao alcance de
todos (1959), Na Era da Astronáutica
(1962), Lua: degrau para o Infinito
(1962), No Mundo da Estelândia (1966),
Lenda Feita de Pedra (1983), O Cometa
Halley (1985), O Homem Descobre o
Mundo (1989), Os 40 da Casa do Barão
(1993), Memória de um Caçador de
Estrelas (1996), entre outros.
Defendeu, desde os anos de 1970,
a criação de um planetário em Fortaleza
(já havia construído um em João Pessoa,
Paraíba), o que aconteceu em 1999, re-
cebendo esse equipamento do Centro
Primeira pági
Cultural Dragão do Mar o seu nome,
“Os Prisioneir na de Planetário Rubens de Azevedo,
os de Hyperi
de Rubens de on”,
Azevedo, para homenagem em vida ao nosso maior
o “Almanaque
de Aventuras” caçador de estrelas.
Mas esse inquieto homem que ti-
nha um pé na Terra e outro no espaço,
não duvidem, desenhou histórias em
quadrinhos publicadas em jornais, além
de em revistas, como o Almanaque de
Aventuras (1961), da editora Bentivegna,
do Rio de Janeiro.
No próximo fascículo de nosso
Curso, saberemos mais sobre Rubens de

143
Azevedo, QUADRINISTA. Não percam,
nesse batcanal!
a ib a M a is s o b r e HQs
Leia e S
Vamos Aprender Arte-Final Para
Quadrinhos, de Steve Rude e Gary Mar
Criativo. São Paulo, 2015. tin. Editora

DC Comics guide to inking comics, de


Klaus Janson, Editora Watson Guptill, EUA,
2003.
Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will
Eisner. Editora WMF Martins Fontes. São Paulo
, 2010.
Referências de arte-finalistas:

Arthur Adams: http://arthuradamsart


.com/content/gallery |
Alfredo Alcala: http://www.comicartfa
ns.com/comic-artists/alfredo_alcala.asp |
Bob Mcleod: http://www.bobmcleod.com
/befaft.htm l|
Cliff Rathburn: http://cliffrathburn.blo
gspot.com.br/

Rafael Dantas (Autor) Mano Araújo (Autor)


trabalha com quadrinhos há mais de 10 anos. Foi foi aluno do Curso Daniel Brandão. É arte-finalista profissional de
assistente do desenhista Al Rio, trabalhando com quadrinhos desde de 2010 e possui trabalhos feitos para o Brasil,
arte-final de seus trabalhos e ministrou aulas de de- Austrália, Estados Unidos e França.
senho na Edisca. Passou pela Lynx Studio como arte- Contatos: manoaraújo@gmail.com
finalista de quadrinhos para o mercado americano. Devianart: http://manoaraujo.deviantart.com/gallery/
Em 2010, iniciou na Impacto quadrinhos, e migrou
para o mercado publicitário na agência Reimagine
Comunicação. Em 2013, foi um fundadores do Guabiras (Ilustrador)
Qomics, estúdio voltado para a criação de proje- desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se pos-
tos pessoais e serviços de ilustração. Mandacaru sa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa 18 anos
Vermelho é o primeiro deles, seguido de Cavaleiro em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO
Avante. Também produz para a Editora Draco. (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e personagens em HQs e
Contatos e portfólio: fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras
rafaeldantas.arts@gmail.com coletivos e/ou individuais. Para conhecer mais sobre a produção de
https://www.behance.net/Rafael-Dantas Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-724-7 (Volume 9)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
110
0 so
b ási
cur istÓr hos
de
h
qu a d
co
IaS
rin
em

Cores
para quadrinhos
Dharilya Sales e Robson Albuquerque
1. Introdução
Olá, turma. Neste fascículo, iremos explorar o universo das
cores, a fronteira final, onde nenhum homem jamais esteve...
Ops, série errada... Recomeçando: 3, 2, 1...
Gente, neste fascículo, compreenderemos a existência
das cores, o seu efeito na mente e no emocional de quem as
observa, aprendendo como podemos combiná-las de forma
mais eficaz e, por fim, como elas se manifestam na arte tra-
dicional e na arte digital.
Tudo isso você poderá ler no fascículo e acompanhar na
videoaula em nosso Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA).
Não perca tempo. Clique em:

fdr.org.br/u
ane/hqceara

146
adrinis ta
Quadrinhês: o glossário d o q u un do Ne tto
Raym
por Daniel Brandão e

1.
Gravura: uma imagem obtida através da impressão de
uma matriz artesanal.

2.“litografia fora do luga“off


Impressora Offset: set” vem de “offset litography” (literalmente,
r”), fazendo menção à impressão indireta (na
a impressão era direta, com o papel tendo cont litografia,
ato direto com a matriz). A
impressão offset é ideal para grandes tiragens,
pois o papel corre pela máquina e
não precisa de nenhuma intervenção humana

3.
enquanto o processo é feito.
Paleta de Cores: é o conjunto das
cores que formam uma arte, seja ela
uma foto, um desenho, um gráfico, um site,
um novo produto ou até mesmo
as cores que identificam uma empresa ou uma
marca. Cada cor possui uma
personalidade e o conjunto de cores, uma pale

4.
ta, cria uma identidade.
Pintura Chapada: que é feita de mod
o uniforme e sem meios-tons.

5.revista em quadrinhos comum,


Graphic Novel ou álbum:tem maior número de páginas do que uma
podendo ter uma lombada quadrada ou não,
apresentando uma história mais densa e muit
as vezes mais sofisticada. A maioria
dessas obras é dedicada a um público mais mad
uro, embora exista graphic novels
para crianças e adolescentes.

2. Teoria das

C o r e s
Para começarmos, precisamos entender velas, lanternas) e que essa luz branca con-
o que é uma cor e como ela se ma- tém todas as outras cores? Pois é, após rece-
nifesta. Então, agora iremos revelar para ber esses raios de luz, os objetos absorvem a
você... tcham, tcham, tcham, tchaammm... maioria das cores e refletem uma delas, que
os segredos das cores. Preparem-se! será aquela que nos chegará aos olhos, sen-
Você sabia que nós só conseguimos enxer- sibilizando pequenas estruturas que levarão
gamos os objetos ao nosso redor porque eles a mensagem dessa cor para o nosso cérebro.
recebem raios de luz branca que vêm do Resumindo, as cores são luzes que refletem
Sol ou de outras fontes luminosas (lâmpadas, de algum ponto (objeto) para os nossos olhos.

147
Para entender mais, vamos conhe-
cer o Círculo Cromático, descrito
por Goethe (poeta, pintor e cientista
alemão) em seu livro Teoria das Cores,
de 1810. Este círculo compreende 12
cores dispostas lado a lado, de forma
que podemos ver as cores primá-
rias, secundárias e terciárias que
formam o espectro visível.

a)as cores puras que não


Cores Primárias: São

são provenientes de nenhuma


mistura. A combinação delas gera c
as outras cores. b
A

B)São as cores que surgem


Cores Secundárias:

diretamente após a mistura de


duas cores primárias.

C)
Cores Terciárias: Cores
geradas a partir da união entre
uma cor primária e uma secundária.

3. Harmonia das

C o r e s
.
João Belo Jr
onde
mpreendemos de
Agora que já co ibilida-
co re s, va m os visualizar as poss
vêm as re-
is tu ra s en tr e elas. Não existem
des de m mbinações
as ríg id as , m as temos algumas co ra de
gr
te efi ca ze s qu e nos ajudam na ho
bastan eto, seja
para o nosso proj
escolher as cores a etc.).
qu e el e fo r (il us tração, HQ, pintur
lá o
Vamos misturar?
148
aa)única cor e as suas vaerinatrções
Misturas
áticas:
e
Monocrom
um São
to n s m a is cl aros e escuros. A
d e reto,
créscimo de p
obtidas pelo a
s de cinza.
branco ou ton
nálogas: e
ntre

B)
Misturas A o
re s q u e e st ã o dispostas lad
co mático.
la d o d e n tro do círculo cro
a

Cre)s que estão diretameenntetr


Misturas
ntares:
e b
Compleme
co co.
rculo cromáti
opostas no cí

!
ABRA A SUA MENTE
dos protagonistas. Isso não é exa-
O vermelho é a cor preferida entre a maioria
é uma cor de bastante impacto em
tamente uma regra, mas como o vermelho
e personagens principais. Outra
relação às outras, ela é bastante usada entr
de cores primárias e secundárias
forma de harmonia muito comum é a utilização
exemplos mais comuns disso são
para destacar os personagens principais. Os

149
Mágicas de Rayearth, Pokemon, “Po-
Turma da Mônica, “Sailor Moon”, Guerreiras
s cada personagem possui a pre-
wer Rangers” e Cavaleiros do Zodíaco, nos quai
personalidade. Você reparou nisso?
dominância de uma cor que condiz com sua
r o p r ie d a d e d a s
4. P

C o r e s ar as co re s de maneira har
mo- A

amos uti liz s


Para que poss ta m b ém as propriedade
mos conhecer m em um mel
hor con-
niosa, precisa is el as au xilia os
cores, po alho e ampliam
básicas das g ad a n o tr ab
e será empre visuais. São elas
:
trole da cor qu o rt u n id ad es
uitas op b
limites com m ue
e m si , a o raio de luz q

a)
respeito a co r umano.
Matiz: Diz o o b je to para o olho h
e n te d arelo,
reflete diretam rm a b ru ta ” : vermelho, am
na sua “fo
Ou seja, a cor
verde etc. reza da cor. c
ção com a pu

b)
ã o : la
Saturaç
Te m re da a ela,
n o s c o r c in z a tiver mistura
Quando me ela será.
a is p u ra o u mais saturada
m de valor ou
ela quantidade

c)
d o p bservado
Brilho: Car
ac te ri za
p o ss u i. Isso pode ser o d
iluminação qu
e a co r inoso que
p lo , o am ar elo é mais lum
(por exem cado nela.
na própria cor ti d ad e d e b ranco (luz) colo
qu an
o roxo) ou pela a questão
esar de ser um

d)
a t u r a : A p
Temper e acordo com
as vivências
va d s
um pouco su b je ti
a s co re s, p o demos dividi-la
quem enxerga is forte de am
arelo e
individuais de p re se n ça m a ).
em quentes
(com a
o a zu l e ve rd e predominam
ias (na qua l
vermelho) e fr

150
5. Psicologia das

C o r e s d as co re s é u
tudos qu
m ramo de es ividuais associados às co
e O s si gnificados ma
is comuns
res são:
A psicologia mos e ind
bjetivos (ínti Vermelho:
paixão,
dos cinco *
o s a sp e to s su é u m
id en tifica A visã o acto,
p re se ntes nas cores. va m ais rapi- en tusiasmo, imp
de ca d a u m )
anos, pois é o
q u e le energia,
se n tid o s h u m D es sa fo rm a, sa- ag re ss ividade, força, go,
principais aç ões para o cérebro
.
u larã o o r, lid er ança, perigo, fo
in fo rm s es tim am
damente as nossas HQ o.
qu e as co re s utilizadas em raiva, revoluçã
bemos o s le ito re s.
iatas em noss tica e estilo, ao
colo-
Azul: harm
onia,
sensações imed ques tõ es d e es té
os fatore s, * o, austeridade
,
Juntamente às eração alg u n s o u tr co n se rv a d o ri sm
cia,
var em consid esma cor pode nia, dependên
rir, devemos le lt u ra is (a m m o n o to ade,
m o : a) in te rpretações cu do do local no mundo), te cn o lo g ia , saúde, serenid
co
s diferentes d
epen de o, frescor.
ter significado al h o é d es tinado (a paleta tr a n q u ilidade, sosseg
a quem o trab tis pode ser bem ltos),
menos
ncentração,
b) o público Amarelo: co
* plina, comunicação,
trab al h os in fa n u
a p ar a p ar a ad
cores utilizad
e a u tilizad a para trabalhos d a , d ) a disci
u ta
complexa do q r co m a te mática retra co lo - ativação do in
telecto,
çã o d a co a q u e d a
c) a rela e) o dest positividade.
e m d e le it ura da página, o u tro s.
ord
específicas, en
tre
e: esperança
, cura,
V er d
* reza, primavera, juventude,
o d e ár ea s
rizaçã
natu
rte, ganância.
riqueza, boa so
a
Raisa Christin

Laranja: e
quilíbrio,
* erosidade, entusiasmo,
gen
ego, energia,
alegria, aconch
quilíbrio,
criatividade, e
entusiasmo.
e,
Violeta: intu
ição, velocidad
* centração, idealismo,
con
criatividade,
espiritualidade,
oria, dor;
realeza, sabed

151
6. Arte

T r a d i c i o n a l

undo Netto
e ma-
d ic io n a l é aquela feita d
a mento em
A pintura tr ap licação de pig
al, co m a enho
neira artesan pó sobre o des

Foto: Raym
, líq u id a ou em usa-
forma pastosa . A lg un s do s materiais mais
izá-lo adores.
antes de digital sã o: a q uarela e marc
n h o s cada
dos nos quadri am en ta s digitais estarem
Apesar das fe
rr res
m ais ad ep tos entre os auto
ando a é muito
vez mais ganh intu ra tradicional aind
a p
de quadrinhos, te na Europa e n
o Japão.
rincip alm en
usada, p

cnicas e Materiais
6.1. Té
a)
es
Marcador almente em
papéis de
liz ad o s n o rm rfície
São uti ro ssos) e supe
ur a s g
alta gramat
(m ai e
n ta d o marcador desliz

Dharilya
a a qu e a p o
lisa, de form e e se desgaste
menos.
ci lid ad e pon-
com m ais fa
co st u m am ter dois tipos d
Os marcadore
s on-
g u m as m ar ca s essas duas p
em al ponta
tas, sendo que s n a m es ma caneta. A
tas estão prese
n te cobrir
la rg a e d ura , é usada para s
ais cel, que é mai
quadrada, m a p o n ta p in
fícies, e ais de-
grandes super sa d a p ar a marcar linhas m
l, é u
fina e maleáve
p eq uenas áreas. dores, que
licadas ou ct e rí st ica dos marca
A princip a l ca ra lar co-
ca n e ta h id rográfica esco
d a ne-
os diferenciam a n s lú c id a . Quando a ca
nta tr eira vez,
mum, é sua ti m a su p e rfície pela prim
ta é passada p
o r u repõe
rm e e co n fo rme você sob
nif o de
a cor é mais u e l cr ia r b e lís simos efeitos
é poss ív
as pinceladas de mistura de
cores.
m o u que
tom-s o b re -t o
er ia l d e se ca gem rápida e
at -
Por ser um m s, m es m o co m uma única ca
sultado chs (de-
produz bons re o m u it o usadas em sket
re s sã s).
neta, marcado s p ar a le iau te s ou autógrafo
s feito amentas
senhos rápido sã o a s principais ferr
Os marca d o re s produ-
o d o s m a ngás, já que de
de colorizaç
ã
d o s co m a aquarela mas
152
s pare ci
zem resultado
pida.
forma mais rá
.
João Belo Jr
b)
Aquarela
Pelo seu custo/benefício, talvez a aquarela
seja a “queridinha” dos materiais de pintura tradi-
cional entre os quadrinistas nacionais e europeus.
Ela pode ser facilmente encontrada em forma pas-
tosa ou em pastilha e é feita para ser diluída em
água, como próprio nome já diz. O principal supor-
te para a aquarela são os papéis de alta gramatu-
ra (300gr) com fibras de algodão e texturas, pois
assim suportam melhor o contato com a água.
Para a pintura em aquarela, além do papel
e do pigmento, é preciso ter outros materiais
complementares:

* Pincéis redondos com cerdas de pelos


macios e maleáveis;

* Um godê para fazer a mistura do pigmento; Godê

* Um recipiente pequeno com água para


Dharilya

limpar o pincel e diluir o pigmento;

* Lenços de pano ou papel para fazer a


limpeza e secagem dos pincéis.

* Fita crepe para esticar o papel e não deixá-lo


enrugar tanto com o contato com a água;

* Conta-gotas ou um borrifador (não é


obrigatório, mas alguns artistas usam para fazer
efeitos de borrados e splashs).

* Máscaras líquidas de vedar. Essas máscaras


são um pouco mais difíceis de serem encontradas,
mas são bastante úteis caso queira isolar alguma
área do desenho para uma posterior pintura. Em
casos de linhas retas, a fita crepe também possui

153
a mesma função. Uso da f ita
crepe
la são:
ais comu ns com aquare
As técnicas m
plica
na qual você a

a)
ida:
Técnica Úm erfície
a ca m a d a d e água na sup b
um r o p ig m e n to.
s de aplic a
do papel ante brir
é usada para co uco mais
Normalmente po
á re a s de maneira um o
g ra n d e s
o u p a ra se te r aquele efeit
homogêneas a típico da aqua
rela.
ta b o rr a d
de tin
em aplicar

b)
ca: consiste
Técnica Se um
papel seco. É
a aquarela no m pouco
a a imagem u
efeito que deix s levemente
m a rc a d a e com as borda
ma is área
sc u ra s d o q u e o centro da ta
mais e a ta mbém possibili
ss a té cn ic
pintada. E por isso é
p re ci sã o n a hora de pintar,
mais es.
a em detalh
muito usad ção
uma combina

c)
a M is t a : é Dharilya
Técnic s, em
d u a s té cn icas anteriore
la e

Dharilya
d a s
m e ça co lo ca ndo a aquare
que se co um
n d o a á g u a , produzindo c
depois aplica
iente.
efeito grad

e:
Important centra-
a re la é u m pigmento con tu-
A aq u
e b a st a n te quando mis
do que ren d l
u a , p o r is so , é aconselháve
g
rado com á a d a, coloque n
o godê
n d o u ti liz um
que, qua a d e s e sempre tenha
a n ti d
pequenas qu o por perto na
hora de
d e ra sc u n h ara o
papel te s de passar p
re s a n
testar as co
finitivo.
desenho de erimenta pela
primeira
q u e m e xp uco,
Para
la , ta lv e z se assuste um po
vez a aqua re ícil
o a á g u a , a aquarela é dif
pois assim com esse é o lado mais diver-
mas
de controlar, m a q u arela, o de se
mpre
ra co
tido da pintu o resultado qu
e ela traz.
re e n d e r co m ks de ar-
se surp íc u lo, dicas de lin
Ao fin a l d o fa sc rir.
a re la s q u e vo cê pode confe
tistas de aqu

154
7. Arte/Pintura

Di g i t a l

tto Ne
Foto: Raymundo
-
se ap re se n ta como um con
igital ação das
A pintura d e te cn o lógico de utiliz
orâ n eo óleo,
ceito contemp e p in tu ra , co mo aquarela,
formas tradicio
nais d consiste na
e a ve rs ão tradicional
z q u e (tela,
acrílica. Uma ve entos sobre uma superfíci
pigm onte-
aplicação de o u tr as ), a ve rsão digital ac
, entre uipamento
papel, madeira al p ro vi do por um eq
te vi rt u tablet
ce no ambien e se r u m co mputador, um
pod
eletrônico que .
ar tph o n e, por exemplo (software)
ou u m sm
m é p re ci so de programa o tra-
Claro, també si m u le a s ca racterísticas d
ital qu e (superfícies/
de pintura dig d e sd e o tipo de tela
balho artístico
fí si co , odem ser
o s p in cé is (b rushes), que p s-
canvas) aos div
ers
o s d e a co rd o com as nece
adapta d nidade de
combinados e a b a lh o, e uma infi dos
sidades estéti
ca s d o tr
im p o rt a n te notar que um
sição. É nal
cores à dispo p in tu ra d ig it al e a tradicio
entre o a as pin-
principais elos d e p in cé is que simulam
lizaçã o iar essa
se dá pela uti tr a d ic io n a l e ajudam a cr car
mídia ltado digital fi
celadas numa xi m o o re su
mais pró
ilusão. Quanto melhor!
do tradicional, evemos utilizar
uma
de um resulta ar a p in tu ra , d
are p superfície
Além do softw , q u e co nsiste em uma
liza d o ra a fazer
mesa digita u m a ca n et a específica par
se utiliz a pu-
plana em que u e ap ar ec em na tela do com
pinturas q
os desenhos e m odelos, na pró
pria mesa.
g u n s mesa
tador ou , em al
ar ti st a d ig ital envolve a
u m que
O trabalho de a ca n e ta , ferramentas
ra com variações
digitalizado re cisã o d o tr aço e muitas e-se
garantem mai
or p
r o s ef ei to s do pincel. Pod
a simu la e editadas
de pressão par ), cr ia das livremente
as (la ye rs manhos
utilizar camad a va ried ad e enorme de ta zer
, um ilidades de refa
separadamente p o r d e p o ss ib
res, e dis s ou mesmo
de tela, de co o s en g anos cometido
co rr igir trabalho
as ações para es se m d esperdiçar o
imenta çõ come-
arriscar exper nde a pintura

155
o virt u al é o
anterior. Assim
, o espaç posterior.
d a p o d e re ce ber divulgação
ain
ça, termina, e
muitas vezes eram utilizados de maneira a
criar um espetáculo visual, mas sem se im-
portar com a real direção das luzes, e com
pouco cuidado com a separação de planos
para gerar destaques.
Os processos de colorização foram fi-
cando cada vez mais sofisticados e a mis-
tura de arte com tecnologia abriu inúmeras

7.1. Técnicas Digitais


possibilidades para as diferentes formas de
desenho e arte- final, se adequando às pro-
A pintura digital, além de ser realizada postas e reinventando por meio do exercí-
em trabalhos artísticos, também pode ser cio da pintura, já que o papel do(a) co-
facilmente encontrada em designs con- lorista não é simplesmente aplicar
ceituais para a televisão, storyboards cores, mas utilizá-las para direcio-
de filmes, trabalhos do universo da nar o olhar, chamar a atenção e provocar
moda e videogames. sensações no leitor, contribuindo bastante o
Nos processos de produção das sucesso da história que está sendo contada.
HQs, o(a) colorista é responsá- Há certa divergência entre artistas de di-
vel pela última etapa da arte em versas áreas, sobre a as vantagens e desvan-
si, que seria a aplicação das cores tagens da pintura digital. Enquanto alguns
após a realização da arte-final. No dizem que é excelente poder trabalhar no
passado, esse trabalho era bastan- computador fazendo arte em um ambiente
te complicado, exigindo a pintura organizado e limpo, outros alegam que só se
com tintas especiais ou com placas obtém total controle da pintura segurando
com recortes de cores separadas para a os instrumentos e que a existência de meca-
impressão. Ou seja, apenas ao final de tudo nismos para voltar e corrigir os erros remove
se era possível ter acesso às páginas plena- a personalidade e o caráter único que só a
mente coloridas. As histórias em quadrinhos produção humana direta pode trazer à obra.
sempre apresentavam cores chapadas e com O certo é que além dos muitos cursos
pouca variação tonal (tons de cores). oferecidos por estúdios de desenho e ar-
Com o avanço da tecnologia e a cria- tes gráficas em todo o Brasil, há dezenas
ção de softwares de manipulação de ima- de tutoriais, em forma de vídeo e imagem,
gem, a partir do final da década de 1980, já oferecidos por artistas dos mais variados
foi possível notar a utilização crescente do níveis e estilos de colorização, que podem
computador para realização do processo de ajudar você que se interessa em começar a
colorização das páginas. É nesse período praticar a pintura digital, seja para seu la-
que vemos a utilização marcante dos dé- zer ou com o desejo de seguir uma carreira
gradés ou gradientes, criando misturas com profissional na área.
transições mais suaves entre duas cores, Ao final deste fascículo, algumas dicas
a presença de efeitos de iluminação, que de links sobre pintura digital.
156
8. Dicas e

Suge s t õ e s pa ra nã o en du re ce r as cerdas. Nunca


os deixe
baixo
ontas: quanto mais você pelos virados para
Evite cores pr os pincéis com os
* mais ela es tragar
a paleta de cores, piente, isso pode
mistura e “suja” su aneidade. dentro de um reci
an do pe rs onalidade e espont os pelos e as cerd
as.
icado não
va i ga nh uma
r pi ntar um tronco de ia l caro e sofist
plo, se fo m at er
* ilagres: um bom trabalho é resultado e
Um
Por ex em us ar ap en as
árvore, tente não
pr on to faz m ão por part
o marrom que veio a ta n te treino e dedicaç
se lim ite de b as alidade
no estojo nem s . In ve st ir em material de qu
m m ai ar tis ta de
apenas um marro
ai s!
do
rtan te , m as iss o não será a solução
use m é impo sozinhos
claro ou escuro. O a, os se us pr oblemas, pois eles
la ra nj to do s iais
Acrescente um ve
rde, um
u er fa ze m m ila gr e. C omece com mater
lido para qualq não esde
lilás. Is so é vá pl es e, se po ss ível, mais baratos (d
um mais sim forme a sua
técnica de pintu
ra.
qu e fu nc io ne m bem, claro). Con ue por
a m ed o de errar: explor
e ao ec im ento artístico, busq
o tenh am ad ur
* Nã as prátic a e costumam
o as co re s da su a paleta, as textur m at er ia is de m ais qualidade que
máxim tos”
os efeitos e “defei valorizar seu trabal
ho.
dos seus papéis e l:
Pintura Digita
pa ra pi nt ar.
Tradicional X
esco lh eu
dos materiais que nt ur a
* existe espaço para as duas no mer
Pi
ar ! Sã o es se s ca do ,
de borr
Não tenha medo riq ue ce m Sim,
pequenos detalh es qu e en a pintura digital é
ap es ar de sabermos que la
o seu trabalho. do americano, pe
ai s comum no merca
ho m te
cal de trabal cores normalmen
Mantenha o lo icidade, já que as
* bemos que, com o avanço da
,
pr at
ad as ta nt o na ca pa como no miolo
limpo: sa r um retoque de
são aplic
o, a pintura tradicio
nal é
m ui to fá ci l da qu e, no Ja pã capas
tecnologia, é de ed iç ão de imagem, e
lo riz ad a, pr incipalmente em
ra m as bastan te va
limpeza com prog , por exemplo, es complementares.
No Brasil,
an ch a de ca fé ou ilu st ra çõ maior
naquela m . M es mo assim, é um a diversificação bem
u tr ab al ho co nt ra m os ca
que caiu no se
ad o co m ob je to s que en
ab al ho s qu an do o assunto é “técni
importante ter cu
id entre tr rmar o que
o se u de se nh o e com a limpeza pi nt ur a” . A ss im, é mais difícil afi
possam suja r de o em
ev ita r m ar ca s no papel! Zele om in a em no ss o mercado. Levand
das mãos para pred observamos
ar te or ig in al . co ns id er aç ão as Graphics MSP,
pela sua icas
: os va riação desde técn
eriais te nh a gr an de
ados com mat
m an qu e há
is ou mistas.
* Cuiside outros materiais bem guardados. o tradicionais, digita

157
papé s para nã
m pe be m as ca netas e marcadore uso
Ta pincéis depois do
m . La ve be m os
secare
9. Conclusão
a Turma da
por exemplo, que
Não é por acaso, iformes,
u ma HQ é mai
s que
ap re se nt a co m cores vivas e un
lo ri r Mônica se curos
Insistim os : co
se ap re senta em tons es
m desenho. enquanto o Ba tm an
extravagan-
pô cores em u
r
da reprodução impres
sa é a
s, co nt ra st ando com os tons
s di fícil e so m br io certeza,
A pa rte m ai
Deve-se levar em
conside- in im ig o, o C oringa! Pode ter
re s! tes de se u in-
fidelidad e d as co
ento e trata- ar m o n ia existe uma
fa to re s, desde o escaneam por trás de ca d a h
sta. E, por
raçã o m uito s
a ca libração dos monitore
s com a
o p o r p ar te do autor/colori co-
mento da im ag em ,
ad e do papel que será
usa- tençã
um to qu e: às ve zes, uma paleta de
al id fim, mais e
impressora, e at é a qu
importantes, as fu nc io na melhor do qu
uç õe s. As cores são tão res harmônicas e co es
ficam “bri-
do na s re pr od
ac om pa nham pessoalmen
te as
ch ei a de ef ei to s e detalhes que lha
que muito s ar tis ta s
as gráficas para aval
iar outra
as fo rm as do seu desenho. Esco
p re ss ão n gando” co m zando uma
provas de im com o que a arte ex
ige.
o a su a pa leta de cores, utili
s co nf er em com cu id ad . Esse é
se os re su lta do
ne ro irei trabalhar? Q
ue pú-
qu e va lo riz e a ar te como um todo
te -s e: qu e gê pintura
Pergun etendo pas-
o qu er o at in gi r? Que mensagem pr o grande segre
do!
blic ?
o le ito r co m as cores que vou usar
sar para

ib a M a is s o b r e H Qs
Leia e Sa
Desvendando os Quadrinhos, de Scot
t McC loud. Editora Mak ron Books. São Paul
o, 1995.
Links para Teoria e Psicologia da
Cores
http://chiefofdesign.com.br/teoria-das-cor
es/
http://viverdeblog.com/psicologia-das-cores
/
http://www.teoriadascores.com.br/psicologia
-das-cores.php
https://www.eusemfronteiras.com.br/o-signif
icado-psicologico-das-cores-no-ser-hu man
o/
https://albertopessoa.wordpress.com/2015/
09/21/cores-nas-historias-em-quadrinhos/
Links e indicação para Artistas (Aqu
arelas e Marcadores)
Ana Luiza Koehler: Beco do Rosário (https://
anakoehler.wordpress.com/)
Jill Thompson: Pequenos Perpétuos (Aquarel
a)
Akira Toriama: Dragon Ball (Marcadores)
Echiro Oda: One Piece (Marcadores)
Davi Calil: Quasqualiguidum (http://davicalil.b
logspot.com.br/) – Técnica Mista
Links e indicação para Artistas (Pin
turas Digitais)
Mauro Souza: Jones, Inc. (jonesinc.com.br)
Cris Peter: Astronauta (crispeterdigitalcolor
s.com)
Bill Crabtree: Invencível
158 Elizabeth Breitweiser: Outcast (elizabreitwe
iser.tumblr.com)
David Mazzucchelli: Asterios Polyp
Margaux Motin: Placas Tectônicas (margaux
mot in.typepad.fr)
HQ? No Ceará tem disso sim! especial por Gledson Ribeiro de Oliveira*

A
Entre Luiz Sá, nos anos trinta, e
Mino e Sinfrônio, nos anos setenta,
que artista gráfico cearense dese-
nhou mais de 200 tiras em quadri-
nhos e criou uma dezena de per-
sonagens? A resposta é insólita: o
astrônomo Rubens de Azevedo.
Rubens contribuía regularmen-
te com HQs para a seção “O jor-
nal dos nossos filhos”, d’O Estado.
B
Autoditada como o pai, o poeta e
pintor Otacílio de Azevedo, dese-
nhava em estilo cartunesco e realis-
ta. Seus roteiros eram ágeis e não
deixavam de empregar, sem exage-
ros, expressões regionais e gírias de
época, como “cara de mamão ma-
cho”, “seu bestalhão”, ¬ “bigode de
linha”, “prontinho da silva”.
Em 1938, aos 17 anos, Rubens (A) Rubens de Azevedo, (B)
“Sacha, o detertive do ‘Far
estreou com a tira cômica seriada (C) “Uma Viagem a Saturn ol’” e
o” (detalhe: foto de Rubens
Sacha: o detetive particular, que mu- )
daria, em 1944, para O detetive do do Ferreira, o Poço da Draga e o Copérnico para a série “Vida dos
“Farol” (do Mucuripe?). O Sherlock Morro do Moinho (cercanias do grandes astrônomos”. Incansável,
cearense era calvo, ostentava um Hotel Marina). criou as personagens “Tio Chicó”
longo nariz proeminente, vestia pale- O fascínio de Rubens pela e “Mexicano” para a tira cômica
tó, usava disfarces burlescos e dirigia astronomia o levou às tiras de seriada Na Vila de Caixa-Prego.
um calhambeque. Trabalhava para o ficção científica. Uma viagem a Desenhou as histórias Pancrácio
inspetor Garnier, a capturar fugitivos Saturno, de 1940, foi publicada e Sacha, A inveja de Bituca, e,
da cadeia pública e no combate ao em 51 capítulos semanais em 1938, ajudou a sua irmã, en-
“Garra Amarela”, uma clara referên- ao longo de quase um ano. tão com nove anos, a publicar As
cia de Rubens ao “Garra Cinzenta”, Um feito para a época! Em sono aventuras de Zé Pracatite. Nessa
de Renato Silva, que concorreu no cataléptico, os astronautas Buster, única história, Maria Consuelo
concurso nacional do Suplemento Orlandes e Kronc viajam ao plane- de Azevedo criou o roteiro e de-
Juvenil de Adolfo Aizen, em 1937. ta e enfrentam criaturas de apa- senhou o filho peralta de Sacha
Ao contrário de seus congêne- rência simiesca e seres alados. O (seria Consuelo, então, a primeira
res detetivescos (Dick Tracy, X-9), tema de fundo anteciparia um quadrinista cearense?).
Sacha era desajeitado e intrépido. clássico: a corrida espacial. Anos depois, Rubens voltaria
Salvava-se dos imbróglios em que Nos anos quarenta, ele tam- à ficção com os Prisioneiros de

159
se metia e, eventualmente, levava bém adaptou para os quadri- Hyperion (nome da oitava maior
o leitor a caminhar por pontos da nhos as Viagens maravilhosas lua de Saturno). Publicada em
cidade de Fortaleza, como a praça de Sindbad e uma biografia de 1961 na revista Almanaque de
>>
Aventuras (editora Bentevigna, seria a sua despedida dos quadri- (*) historiador com doutorado
RJ), a revista contou com a parti- nhos, Rubens ainda transformou em Sociologia pela Universidade
cipação do afamado quadrinista as colunas em forma de velas do Federal do Ceará e mestrado em
História do Brasil pela Universidade
português Jayme Cortez. Palácio do Planalto – inaugurado
Federal de Pernambuco. É membro
Em cadência com o imagi- um ano antes – em rampas de lan- do Grupo de Pesquisa Filosofia e
nário ocidental da Guerra Fria, çamento de foguetes espaciais. Linguagens Artísticas Modernas e
Hyperion era uma espécie de R. Azevedo, como assinava Contemporâneas (Flamco-Unilab),
Sibéria intergaláctica para onde nas vinhetas, realizou um traba- atuando como pesquisador e
se enviavam os “criminosos polí- lho autoral que o colocou, em professor da Universidade da
ticos” que lutavam contra Rogal definitivo, na história das histórias Integração Internacional da
Rokof, um tirano que controla a em quadrinhos no Brasil. Nosso Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Atualmente, pesquisa as histórias
vontade das pessoas com o raio astrônomo tinha os olhos volta-
em quadrinhos na imprensa
2042 e que tinha por brasão um dos para o espaço, mas as mãos cearense no início do século XX.
dragão chinês! Nesta saga, que corriam no pincel (nanquim).

Robson Albuquerque (Autor)


graduado em artes visuais pelo IFCE, durante o período acadêmico iniciou pesquisas acerca da representação imagé-
tica feminina, intensificando a presença dessa temática em seus trabalhos autorais. Realizou diversos trabalhos como
colorista de ilustrações para livros infantis e de quadrinhos, como o álbum Liz, de Daniel e Liz Brandão. Atualmente,
produz em diversos estilos, preferindo a rapidez dos meios digitais e a leveza da aquarela.
Contato: robsonabsilva@gmail.com

Dharilya Sales (Autora) Guabiras (Ilustrador)


graduada em licenciatura em artes visuais, atua como desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo
ilustradora e quadrinista há 2 anos. Autora de A Lojinha que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016,
Mágica de Medos (coleção Relicário HQ) e coautora de completa 18 anos em que trabalha como ilustrador e car-
Entre Monstros e Deuses, publicado pela editora JBC e tunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras
premiada no I Brazil Mangá Awards. publicações e personagens em HQs e fanzines, ministran-
do oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos
Contato: dharilya@gmail.com
e/ou individuais. Para conhecer mais sobre a produção de
http://dharilya.deviantart.com/
Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA Presidente João Dummar Neto | Diretor Geral Marcos Tardin | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Coordenação Ana Paula Costa Salmin | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Coordenação Geral e Editorial Raymundo Netto |
Coordenação de Conteúdo Daniel Brandão | Edição de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico Amaurício Cortez, Karlson Gracie e
Welton Travassos | Editoração Eletrônica Cristiane Frota | Ilustração Guabiras | Catalogação na Fonte Kelly Pereira
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-725-4 (Volume 10)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
1
111 so
b ási
co
IaS
cur istÓr hos
de
h
a d rin
qu
em

EDIÇÃO
de HQs
Fernando Lima e
Talles Rodrigues
1. Introdução
a criação
H Q é m ol ez a? Juntamente com nda
que fazer uma -finais e cores, ai
Ainda pensando roteiro , le ia ut es , ar te
a história
personagens, do criação de um
do enredo, dos en vo lv id as na ado por
tras atividades ho vai ser public
existem várias ou nt e: se o tr ab al u
q u ad ri n h o s. Pensa com a ge le ci on á- lo e irá acompanhar o se
em l por se ho vai ser
ém foi responsáve c.). Se o quadrin
uma editora, algu di ag ra m aç ão et asse-
(texto, imagens, dir seu formato e
desenvolvimento pr od ut o fin al , de ci
isa escolher
precisa pensar no gital, alguém prec
impresso, alguém se ja um a ob ra di blicação
gráfica. Caso ja pronta para a pu
gurar a qualidade de qu e a H Q es te lim
nal e se certificar s ajudar? O Chapo
um formato, o ca . E qu em po de rá no
mente distribuída editor!
e que seja devida N es se caso, só mesmo o ução dos
Colorado? Ah, qu
em de ra ...
oc es so s qu e acompanha a prod
se conjunto de pr r inde-
Edição é todo es ed ito r ou po r você mesmo, auto
um r o dobro do
eles realizados por esmo, tem que te
quadrinhos, sejam po r se r vo cê m editar
itor, justamente que é preciso para
pendente, cujo ed nd er m ai s so br e o
uadrinhos.
... Mas vamos ente Histórias em Q
cuidado e de crítica u rs o B ás ic o em u ende-
e produzir uma HQ
em nosso C
EN TE os fa sc ícu lo s e videoaulas no se
panhe GRATUITAM pera” ao seu traba
lho!
Inscreva-se e acom id a lo ng a e pr ós
HQs e “V
reço preferencial de

b r / u ane/hq ceara
fd r . o r g .

162
2. O que faz um

ed i t o r ?
s
2.1. As açrsõaseatividades exercidas
Entre a s d iv e r
se le çã o d o material a se
)
pelo editor: (1 n iç ão da linha
edito-
o , (2 ) d e fi , (4)
publicad o d o estilo/formato
e q u a çã
rial, (3) ad mpanha-
e n to d e prazos e (5) aco
geren ci a m pas de
a p ro va çã o d e todas as eta res
mento e ta to co m colaborado
co n
produção. O istas, colorista
s, arte-fi-
h is ta s, ro te ir dades
(desen a d a s responsabili
.) é u m tos
nalistas etc q u e m n egocia contra
É e le
de um editor. ) o s prazos de pro eito
dução.
la (e co b ra
e estipu nde a resp
“ a lg uém que ente -
O e d it o r é
it o ri a l e d e edição e reda
d
do mercado e a Cassius Me
dauar,
m o e xp lic con-
ção”, co d o d a Editora JBC. E
co n te ú
gerente de ue resolve cois
as”.
“ É a lg u é m q minha-
tinua: d efinido e enca
Com tu d o is so caso
cu id a d o p ro cesso gráfico,
do, o editor d e um quadri
nho im-
o s fa la n d o o do
estejam e m define a seleçã
É e le q u de
presso. a to d a obra, sistema
fo rm
tipo de papel, de encaderna
ção e, fi-
d o
ficas que
m é to
rovas grá
impress ã o ,
a va lia a s p o
nalmente, o s p a ra g arantir se estã
s m ã
chegam às sua s p adrões estabe
lecidos
o co m o digi-
de acord o . N os quadrinhos
tr a b a lh
para aquele e os qua-
it o r q u e se certifica qu
tais, é o e d o, legí-
ã o co m u m a boa resoluçã
drinhos e st os.
s p a ra se re m comercializad
veis e pronto stas traduzida
s, é o edi-
ca so d e re vi já tra-
No trata o texto
e n te , q u e m o
tor, geralm ze s, e xe rcendo a funçã
a s ve
duzido, muit le é o respon
sável final

163
so r, já q u e e o.
de revi va i p ara a impressã
ri a l q u e
pelo mate
2.2. O Editor no Brasil
Quanta coisa, hein? E nem é preciso dizer que
um bom editor deve estar atualizado do mercado
em que está inserido, sabendo o que está sendo
publicado pelas outras editoras, o que vende ou
não, quem são os artistas do momento, entre ou-
tras informações que lhe darão subsídios para fa-
zer a sua tomada de decisões.
No Brasil, nas configurações das editoras atuais
(pequenas e médias), há uma tendência de o editor
acumular várias funções, mas dependendo do porte
da editora, ele pode contar com outros profissionais
(revisores, editores de design, coordenação de ope-
rações financeiras), exercendo a coordenação edi-
torial. Medauar aponta que existem poucos cursos
sobre edição no Brasil, menos ainda para edição de
quadrinhos, embora a lógica seja a mesma. Mas o
certo é que o profissional editor acaba tendo que
aprender muita coisa “na marra”, com a sua vivên-
cia e experiência: “Claro que as coisas estão mais
fáceis atualmente por já termos um mercado conso-

2.3. A Linha Editorial


lidado há algumas décadas e a experiência pode ser
passada de editor para editor”, complementa.
Raphael Fernandes, editor da revista Mad e Receber trabalhos/originais de artistas que que-
dos quadrinhos da editora Draco, aponta as dificul- rem ser publicados por editoras é também uma das
dades do mercado nacional como as principais dife- atividades exercidas pelo editor. É ele quem escolhe
renças entre o trabalho de editor no Brasil e em ou- quais obras serão publicadas, e para isso ele se ba-
tros países: “Nosso público ainda é muito limitado e seia em uma série de fatores guiados pela linha
isso impede que as editoras tenham muito capital de editorial. Mas afinal o que é isso? Linha Editorial
giro para investir. (...) O orçamento tem que ser en- é um conjunto de ideias e conceitos que guiam os
xuto, os riscos mínimos, e já sabendo que os lucros projetos a serem publicados por uma editora. É ela
também não serão muito exorbitantes.” Por outro que define se serão publicados projetos mais infan-
lado, temos uma efervescência incrível de talentos, o tis ou mais adultos, de um determinado gênero ou
que permite que o nosso quadrinho tenha não ape- de outro, se aceitam quadrinhos mais experimentais,
nas um estilo forte, mas dezenas”, complementa. conservadores ou tradicionais etc. Fernandes acredi-
Em obras traduzidas, é o editor que adapta a ta que no Brasil “cada editora tem sua cara”, com li-
obra para o mercado brasileiro, criando algumas di- nhas editoriais diversificadas, publicando vários tipos
ferenças entre o material original e o material adap- de quadrinhos. Para ele, isso é muito positivo “tanto
tado. Essas diferenças podem causar estranhamento para o leitor como para esse mercado em constru-
em leitores que conhecem a obra original, mas mui- ção”, aponta. Medauar dá um toque para quem
tas vezes esses profissionais corrigem erros vindos de quer apresentar seus trabalhos para uma editora:
fora, inclusive grafias, adaptam o texto à linguagem “É importante encontrar editoras que tenham uma
ou à realidade nacional etc. É o primeiro gran- linha editorial parecida com o trabalho que você vai
de crítico dos quadrinhos. Medauar confirma que apresentar”. Ora, claro, que se você gosta de dese-
existem “estilos” de edição. Cabe a cada editor es- nhar quadrinhos de terror ou eróticos, jamais deve
colher “o uso de notas e/ou glossário, maior ou me- pensar em apresentar seus trabalhos, por exemplo,
164 nor adaptação nos textos, essas coisas”. para a Maurício de Sousa Produções, não é?
B R A A S U A M E N T E !
A
ui uma linha editorial, inclusive
É possível pensar que toda publicação poss
precisa ser publicado
fanzines, “webcomics” etc. O quad rinh o não
uma linha editorial. Ao decidir
necessariamente por uma editora para ter
definindo esses parâmetros.
o que será publicado ou não, o autor já está
valores e seus paradigmas
A lógica pela qual ele enxerga o mundo, seus
de sua mensage m. Essa será a sua
influenciam decisivamente na construção
ente, se conf unde com seu esti lo.
linha editorial que, para o autor inde pend

3. O Processo

Grá f i c o
Agora que falamos um pouco sobre o traba-
lho de um editor, vamos dar uma passada no as-
pecto mais técnico da produção de material
impresso. A primeira coisa que temos que saber é
que há métodos de impressão diversos e que no-
vas tecnologias estão surgindo a todo momento,
sendo preciso estar atualizado, portanto.
Um editor deve lembrar-se de que a qualidade
da impressão é fator determinante para a eficácia
na transmissão da mensagem e a valorização do
seu leiaute. Assim, antes de iniciar o desenvolvi- brochura/capa mole, capa dura, semiflexível, aplica-
mento de um projeto, é importante definir o sis- ção de UV, plastificação, laminação brilho ou fosca,
tema de impressão mais adequado para hot-melt, costura, cola etc.) e, logicamente, o orça-
AQUELE projeto, levando em consideração o núme- mento disponível para a produção desse produto.
ro de páginas, o tipo de papel (capa e miolo), sua Importante: as escolhas que o editor faz re-
gramatura, o número de cores (uma, duas, quatro caem diretamente no custo de seu projeto
cores), a tiragem (menos ou mais exemplares), aca- e, consequentemente em seus resultados.
bamentos utilizados (lombadas quadrada, canoa, Dependendo do resultado esperado, da margem de
lucro desejada, do público que se quer atingir, as de-
finições do projeto podem ser alteradas, de forma a

165
não prejudicar a qualidade do produto. O editor tem
noção disso e saberá fazer a escolha certa.
as de
3.1. Sistem
Impressã o
os esclarecer um ponto p
rá-
3.2. Méto dos de
ssão
evem
Inicialmente d e a digital.
p r e
a
Im
m e câ n ic
pressão izada
tico entre a im o m e câ n ic a, aquela real ti p os de impress
ão,
p re ss ã n ú m e ro d iv e rs o s
Na im aior for o Embora exista
m mas mais
g ráfica s o ffset, quanto m emplares) me- e te r a q u i a p enas aos siste ução
em
id a d e s im pressas (ex p ia ), p o is vamos nos d m e n te vi á ve is para a prod
de u n rio (por có ic a
custo unitá gem. comuns e tecn
nor será o riz se d ilu i n a ti ra
de quadrin h o s.
dução da mat ada por má-
o valor de pro it a l, re a liz
ão dig Offset

a)
Na impress por
a ser impressa Impressão
a-
re ce b e m a im a g e m
s to d e se t é o p ro ce sso mais utiliz
quinas qu e as), o cu ff
ic o (gráficas rápid A impressão o ia l e consiste da in
teração
meio e le tr ô n o . ã o co m e rc im-
ç ã o d e u m a cópia é fix m em m ão do na impress u ra . É u m p rocesso de
-
produ
en d o d o re cu rso que você te n d a d e e n tre água e gord u seja, a imagem é transferi
Depend idade de ve direto, o lanque-
te d o p o te n cial e oportun e o u p ro vo ca r pressão in ra u m ro lo d e impressão (b
e cien r estoq u a matriz pa papel.
ão adianta cria ado), se da d é passada ao
seu produto (n é d in h ei ro p ar e n te d e p o is ntos para
c a lh e n ão tem saída, , in ves- ta) e som a q u atro pigme
en se an ic am en te
Esse siste m a u ti liz então,
p ta r p o r imprimi-lo mec en tr et an to , s d o e sp e ct ro cromático,
o o r, re da
você
p ar a te r u m a tiragem mai to rn a rá cr iar todas as co a co lo ri d a te ria que ser cria
tirá mais pia se uma revi st mente o
r u n it á ri o de cada có lu cr o . M as no caso de m e n ta n d o significativa
ov a lo a io r
quatro chapa
s, a u os de
p o d en d o as sim obter m ar é m el h o r . Le m b ra n d o que os cust
r, o ns
meno
r p o u co re cu rso (para começ d ig ital - cu sto do process os por exemplar em tirage
se você ti ve hor imprim ir são diluíd ado para
stir co m m ais cautela), mel m en o r, m es mo produção é o si st e m a mais adequ por
inve
rá fi ca rá p ida), em tiragem ia se torna grandes, ess
e
zi r ti ra g e n s superiores a,
mente (g da cóp rod u
o p re ço unitário quem quer p mplares.
q u an d o
cr o m en o r. e xe m plo, 1.0 0 exe
0
maior e o lu

166
b)Esse sistema é o mais utilizado em gráficas
Impressão a Laser

rápidas por causa de seu baixo custo de pro-


dução e alta qualidade de impressão. O
processo assegura velocidade de produção e aceita
qualquer tipo de tiragem, de 1 a 1.000 exempla-
res, por exemplo, embora, como já aconselhamos,
torna-se mais útil e barata APENAS quando em pe-
quenas tiragens.

c)
Impressão a Jato de Tinta
Assim como na impressão a laser, a informa-
ção vem diretamente do computador para a im-
pressora, que controla o equipamento orientan-
do a ele onde depositar a tinta. Entre os métodos
apresentados é o mais caseiro e artesanal, pois
pode ser feito tudo em casa com auxílio de gui-
lhotinas portáteis e estiletes, grampeadores, cola
etc. Entretanto, o produto tem menos qualidade
e é mais vulnerável à água, suor e lágrimas, se a
história for dramááááática, é claro.

d o m a is c o l o r id o
4. Por um mu n

e c M Y K do sistema de cores
CMYK é a abreviatura -
empregado por impres
para impressão que é a m aio -
para reproduzir
soras e fotocopiadoras ec i-
o visível, e é conh
ria das cores do espectr
ia ou policromia. O
do como quadricrom
ido misturando os três
preto pode ser produz
as, por várias razões, é
pigmentos primários, m

167
preta ao sistema:
preciso adicionar tinta
4.1 Diferentes
Padrões maioria das aplicações prática
s da quadricro-
usado para ando se deseja a
O padrão CMYK é o mais mia, mas é um obstáculo qu
nitores e televi-
impressão, enquanto que mo reprodução de cores específica
s.
d – vermelho | , os custos
sões usam o padrão RGB (Re Com o avanço tec no lóg ico
em que são usa- do mais baixos,
Green – verde | Blue – azul), de impressão têm se torna
todas as cores is cores nos pro-
das apenas três cores. Nem popularizando o uso de ma
conseguidas na inando as limi-
vistas no monitor podem ser cessos, reduzindo e/ou elim
de cores CMYK reprodução de
impressão, pois o espectro tações da quadricromia na
que o RGB. Essa
é significativamente menor determinados tons.
problema na
limitação não chega a ser um

168
d o s e u M a t e r ia l
5. Preparan

para G r á f i c a
pro-
ve z qu e o ed ito r tenha definido o
Uma rápida) e to-
de im pr es sã o (offset, gráfica
ce ss o ando da
de m ai s es co lh as necessárias qu o,
das as re vi stas, como format
de liv ro s ou
impressão ssante que
o de pa pe l e co lorização, é intere e so-
tip
re ce ba um g ab arito que o orient
o auto r criado.
do trabalho a ser
bre as proporções

5.1. Fechando
um Arquivoquivo” significa, de for-
ar
O termo “fechar ivo para
ar o seu arqu
ma geral, prepar alho em
ss ão , ou se ja , salvar o seu trab
imp re r al-
at o de ar qu iv o que não possa se
um form ca, e que
qu an do fo r entregue à gráfi
te ra do r ela. Na
ob vi am en te , ser reconhecido po
poss a, com-
se ar qu iv o se rá aberto por outro
gráfica, es o “aberto”,
r, e se es tiv er em um format ções quando fizer fech
amento
pu ta do
que permita altera Alguns cuidados gina,
quer di ze r, em fo rm at o
ntes, (a ) av al ia r a sangria de pá
do , po de ac on tecer troca de fo de arq u iv o s:
de ve m estar em CMY
K
no conteú alteração (b) imagens e ve to re s
fig ur aç õe s, m udança de cores, os em preto e bran
co, pode-
desc on desa- ar qu iv
ão de im ag en s (ou elas podem (em ca so s de
– tons de cinza) e
em re-
de posiç indesejadas o G ra ys ca le
ar referência
es imprevistas e se usar
a (300 dpi), (c) us
parecer) e variaçõ arquivo ín im
A co ns el ha m os também enviar o so lu çã o m
ar uma cor do tip
o pan-
de co r. rmat), do us
at o PD F (P or ta ble Document Fo impres sa qu an
re s não reproduzem
as co-
em form ssional da is os m on ito
e, para que o profi tone, po ) converter
se rv in do de le ia ut eba se o te ig ua is às impressas), (d
co m pa re os do is arquivos e perc res ex at am en
as e/ou enviar as
fontes,
gráfica iv o em cu rv m
arquivo está intact
o ou não. o arqu
, au to rr el ev o e clichês deve
(e) verniz es ), adicio-
s se m pr e em uma cor só (preto
ser fe ito ivo, (f)
a pá gi na ap en as para esse arqu
nando um ei-
su lta do ap ós a aplicação de ef
garantir o re sombrea-
co m o tr an sp ar ência, lentes e/ou am-
tos, er o fornecedor, o

169
rt an te : co nh ec
do. Impo nário), ajuda
en te gr áfi co (p ro fissionais e maqui
bi ivo.
fechar o seu arqu
na forma ideal de
5.3. Nada Contra o
Word, mas...
É necessário compreender que a maioria dos
programas que são usados no dia a dia para criar
documentos não serve para gerar um arquivo
para gráfica, principalmente se você está traba-
lhando com imagens. Utilize um programa des-
tinado à editoração gráfica. Se você quiser
mesmo editar, diagramar e imprimir seu trabalho
com qualidade, precisa de um software capaz de
compreender o padrão CMYK e controlar a reso-
lução das imagens. Um bom programa gratuito
5.2. Uma boa resolução para isso é o Scribus. Há, claro, opções comerciais.
Pesquise na internet e você vai encontrar facilmen-
Cuidado para não utilizar em seus projetos te quais são os softwares mais usados no mercado.
imagens em baixa resolução. Normalmente, as Importante: meu amigo, minha amiga, se qui-
imagens baixadas na internet têm a baixa resolução ser mesmo ingressar nesse universo HQ, garanti-
de 72 dpi (dots per inch, medida para resolução mos que deve entrar com vontade e com o mínimo
de imagens, quantidade de pixels), o que torna o que lhe permita competir. Invista! Faça cursos de
arquivo mais “leve”, facilitando a navegação e a rá- operação em softwares de imagem, de edição,
pida visualização na internet. Ou seja, em monito- designer. Temos a certeza que assim você poderá
res/telas, geralmente a imagem de 72 dpi aparece manifestar seu talento de uma forma mais criativa
como perfeita, mas se você tentar imprimi-la, per- e com mais qualidade e autonomia.
ceberá que está serrilhada, desfocada, embaçada.
Entretanto, se quiser IMPRIMIR o seu trabalho,
seja como for, em forma de pôster, livro, revista, a
qualidade mínima necessária para garantir uma boa
impressão é de 300 dpi, levando em consideração
o tamanho natural, ou seja, aquele que vai compor
a página. Geralmente, os artistas fazem o desenho
maior do que o necessário, pois quando o reduzem
a resolução fica ótima e ainda permitindo mais liber-
dade de manipulação.

170
5.4. Segurança
Acima de Tudo
Quando for montar suas páginas, preserve uma
margem de segurança. Textos e imagens que não
serão cortados devem ficar a uma distância mínima de
3 mm da borda do papel para publicações com me-
nos de oito páginas e de 7 mm se tiver mais páginas.
A margem de segurança também pode ser defi-
nida por uma mancha gráfica. A mancha gráfica,
em qualquer projeto editorial – qualquer tipo de peça
impressa ou em mídia digital –, é a área de distribuição
dos elementos gráficos, fotos, desenhos e/ou textos. É
a sua efetiva e segura área de trabalho (tudo que exis-
te e que não é margem superior, inferior, central ou
lateral). Todo gabarito para quadrinhos suge-
re uma mancha gráfica. Seus quadros podem até
ultrapassar esses limites, o que denominamos de san-
gramento, mas evite fazer isso com textos e partes
importantes das imagens, como rostos, por exemplo.
Esse cuidado é importante não só por uma ques-
tão estética, mas principalmente pelo fato de o pro-
cesso gráfico estar sujeito a inúmeros incidentes,
como equipamento desregulado, de baixa precisão
ou mesmo por falha humana. Portanto, o bom uso
da mancha gráfica evitará cortes indesejados, que
denominamos de degola.

R A A S U A M E N T E !
AB
er que sua
Mas, e se você, um experimentalista, quis
ilustração vá até a borda da pág ina? É verdade, quad ros pode m ganhar
gráf ica. Esse recu rso pode
maior impacto se ultrapassarem a mancha
da história e o universo do
romper com a fronteira que divide o universo
são na narrativa. Então, nesse
leitor, faci litando assim o processo de imer
/sangria de sua página. A sangria é
caso você trabalhará com o sangramento
variar de 3mm a 5mm além da área
uma área de segu rança externa. Ela pode
é evitar que uma peça gráf ica
onde o papel será cortado. Sua finalidade
e final.
fique com áreas brancas ao efetuar o cort

171
5.5. Escreveu não Leu…

dão
Daniel Bran
A revisão é um processo fundamental duran-
te a edição e a produção de quadrinhos. Nós fala-
mos não apenas da revisão gramatical e or-
tográfica, importantes também para a qualidade
de seu trabalho, mas a revisão editorial e grá-
fica. Já imaginou o prejuízo ao perceber que você
deixou escapar aquele erro besta de português ou
uma degola, uma imagem sobreposta ou qualquer
outro deslize numa impressão de mil exemplares?
Para evitar esses pequenos grandes desastres,
leia e releia os textos e atente bem à prova grá-
fica/”Boneco” antes de devolvê-la à gráfica, auto-
rizando a sua impressão. Quando acompanhamos
um trabalho por muito tempo, há uma boa chance
de “cegarmos”, sendo interessante termos o apoio
de outro olhar.
Por segurança, imprima uma cópia do arquivo
final, de preferência em tamanho real, e leia o
texto em voz alta, procurando encontrar deslizes,
erros gramaticais, ortográficos e de concordância.
Se tiver dúvida, consulte dicionário de confiança e,
claro, contrate um bom revisor.

e
Splash Pag
Exemplo de

Mesmo assim, não se esqueça de ten-


tar limitar textos e informações importantes
à área de segurança da página. Assim,
você poderá ter a certeza de que nada será
perdido no corte final.

CURIOSIDADE: Chamamos de Full


Page a página de um quadro só. Muito
usado nas aberturas de histórias em quadri-
nhos de super-heróis. Nela, a imagem está
toda contida na mancha gráfica. Uma pági-
na de imagem única que sangra a mancha
gráfica chamamos de Splash Page.

172
a r a Q u a d r in h o s
6. Edição p

Indepe n d e n t e s se us qu adrinho s de form a independente. Como


o
que acompanham os co-
Se você é daqueles(as) portante o artista tentar
es- Medauar explica: “É im o de
deve ter notado como meçar a ser conhecido
no mercado participand
quadrinhos nacionais, de- o
mais quadrinhos in ando seu trabalho, mesm
tamos tendo cada vez od uz idas eventos, fazendo e mostr po r me io
ou seja, obras pr E dizemos mais:
pendentes no Brasil, ade que seja em um fanzine.”
co m eç o ao fim pe lo autor, com toda a liberd de blogs, sites ou webcom
ics também, claro.
do
editora oficial. unir em torno de um
e sem o auxílio de uma Uma boa estratégia é se asil.
um autor independente os que existem pelo Br
Atualmente, é possível ue- coletivo, como divers ssá-
çar prod ut os que nã o devem em nada para aq le, se aju dam, ex ercendo as atividades nece
lan Ne
ras. Para isso, basta um
bom quadrinho para além do
les publicados por edito to rias para a criação de um bi-
específicos, conhecimen me as habilidades e possi
computador, softwares , ro- roteiro e da arte, confor i-
(criação de personagens , todos colaboram na ed
técnico de quadrinhos tipolo gia, lidades de cada um. Assim os, além de
ritmo, velocidade, ção, diagramação, fecha
mento de arquiv
teiro, enquadramento, etc.), oe
ção, arte-finalização s dos outros, seugerind
balonamento, coloriza s e revisarem os trabalhos un za-
o, diagramação, gráfico balcões para comerciali
dos processos de ediçã uiç ão. ainda se revezando em es tad o
publicação e de distrib que acontecem no
uma boa estratégia de edi- ção em eventos diversos !
ém disso , se vo cê alm eja trabalhar com uma regularmente. A união
faz a força. Pense nisso
Al o os
de começar é produzind
tora, uma boa maneira

7. Conclusão nte
o fato de ser independe
Já pensou? Aproveite as,
de o básico do proces- nte com diversas téc nic
Agora que você já enten fora para experimentar basta po r
não vai mais ficar por ntes e inovadores. E,
so ed itorial e gráfico,
bre criando trabalhos difere e as
arem numa conversa so u trabalho! Deixe qu
quando os colegas se jog último, mostre o se r/
os que a turma gosta de jo- e critiquem. Como to au
produção e outros barat - pessoas vejam, interajam ita
rin hos. Se você é um(a) au er esse feedback com mu
gar em gr upos de quad
ia editor, você deve receb tic o
, talvez seja uma boa ide ouvinte e ter se ns o crí
tor(a) independente ind o humildade. Ser um bom pa rti-
sign gráfico, expand vez menos. Portanto,
fazer um curso de de nta irá ajudá-lo a errar cada ar o
e você pode fazer por co cipe de eventos, use as
redes sociais para divulg
as possibilidades do qu desig ner faz er pa ra
a tem um pouco is que você puder
própria. Todo quadrinist er o seu trabalho e tudo ma
que não exerça, conhec us leitores. Não espere!
gráfico em si, e me sm o
ro chegar e descobrir os se
cê possa dominar melho
processo facilita que vo pro-
o. Por que não baixar um
resultado de seu produt ci- Faça você Mesmo: Aqui
Esperamos que esse fascículo tenha lhe ofere am a e te nt ar m on ta r sua própria revista?
de r gr ra
tes para começar a en ten us, software gratuito pa
do ferramentas suficien está o link para o Scrib

173
uis ar.
r onde começar a pesq
esse processo e saber po e co- composição gráfica:
ca rápida mais próxima /canvas/Página_principa
l/
Você pode ir até a gráfi pr es sos. https://wiki.scribus.net
eiros trabalhos im
meçar a testar seus prim
rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod ym un do Ne
r Daniel Brandã e Ra

1.arquivo comtamasbém
Gabarito: conhecido como template. O gabarito é uma
folha ou
medidas demarcadas do tamanho que a pág
deve ser desenhada. Cada editora pode ter ina de quadrinhos
o seu próprio gabarito.

2.
Fonte: É um padrão, variedade ou coleção de cara
cteres tipográf icos (letras, números
e símbolos) com o mesmo desenho ou atributo
s.

3.física e gera
Leiaute:Do inglês, “layout”. Nas artes gráf icas: um
esboço que mostra a estrutura
l de uma página.

4.polegada quaGera
Resolução: lmente medida pela quantidade de pixels (pon
to) existentes em uma
drada de uma imagem. Quanto maior o núm
qualidade da imagem e o tamanho do arqu ero de pixels, maior será a
ivo.

5.
Tiragem: Número de exemplares que são impressos
em uma mesma edição.

6.o produto, para última revisão e avalImpr


Prova Gráfica/Boneco (plotter):
essão de qualidade do arquivo final, simuland
o
iação (emendas) do editor antes da impressã
gráfica (mecânica). Na impressão digital, a o
PROVA é a primeira cópia impressa em sepa

7.
rado.
Acabamento: Fase final da produção gráf ica, composto
cadernos do miolo, colagem, costura, gram de dobramento, junção dos
peamento e capeamento.

8.
Encalhe: soma de exemplares que
retornam ao editor por não terem sido vend
idos.

9.capa, contespé
Espelho: cie de roteiro do editor, na qual tem o map
a de todos os elementos,
racapa, páginas simples, duplas, anúncios etc.

10possibilidade dereviinte
. Copidesque: são de texto com correção ortográf ica e
gramatical, mas com
rvenção para promover maior clareza, alte
frasais, vocábulos, adequando às normas rando construções
editoriais, cortando etc.

a M a is s o b r e H Q s
Leia e Saib
Pipoca & Nanquim | Nosso trabalh
o como Editores de Quadrinhos (Bru
Lopes, e Alexandre Callari) no Zago, Daniel
https://www.youtu be.com/watch?v=Ce-pr
EorRvk
Revista Monotipia | Algumas Conside
rações a Respeito da Edição de Text
Quadrinhos, por Guilherme Kroll o nos
(Balão Editorial)
http://www.revistamonotipia.com/single-post/
2016/07/13/Algumas-considera%C3%A7%C3%
respeito-da-edi%C3%A7%C3%A3o-de-texto B5es-a-
-nos-quadrinhos
Printi (Gráfica On-Line) | Os Process
os de Impressão e suas Caracterís
ticas
https://www.printi.com.br/blog/os-processos-
174
de-impressao-e-suas-caracteristicas
Impressão Off Set - https://www.youtu
be.com/watch?v=5h2cq cLPK_g
InfoEscola | Tipografia - http://ww
w.infoescola.com/design-grafic o/tipografia/
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

Alex Lei
| Di Amorim
No Brasil, mesmo diante de ainda que em pequenas tiragens.
uma crise de mercado editorial Os gêneros passam pelo humor

Zé Wellington
como um todo, o consumo e a lei- (tirinhas), aventura, terror, comics,
tura de quadrinhos vêm crescendo mangás, infantis, eróticos, auto-
progressivamente, mesmo quan- biografias até se enrolarem num
do ainda são mais regulares, prin- mix de um pouco de tudo. Os
cipalmente nas grandes editoras, formatos também são diversos e
os europeus e norte-americanos. ainda temos aqueles que produ-
No Ceará, entretanto, temos pou- zem mini-histórias, uma por uma,
cas editoras, mesmo com a abun- ou em formatos de bolso fotoco-
dância de artistas atuando profis- piadas em P&B, em vidro, postais
sionalmente há anos. Entre essas ou em asas de passarinhos. É a
poucas, menos ainda destinam criatividade solta! Como eles pró-

Brendda Lima
espaço para publicação de qua- prios são os editores, podem ex-
drinhos. Entre as que ainda têm perimentar à vontade, o que, em
títulos publicados: as Edições contrapartida, abre espaço para
Demócrito Rocha, Armazém equívocos, claro.
da Cultura e Imeph. Os recursos vêm de investi-
Como em todo o país, a gran- mento pessoal, financiamento
de produção em quadrinhos no coletivo, editais e campanhas
estado nos chega pelas mãos dos pela internet, além do retorno
próprios quadrinistas em iniciati- de participação em eventos que
vas independentes e de autopu- acontecem regularmente durante
blicação, ocupando espaços antes o ano e outros que surgem com a
possíveis apenas para o mercado promessa de ocupar o calendário João Belo | Ju
lio Belo | Falex
Vidal
externo e, até então, destinado anual. Entre as ações: o Mercado

Falex Vidal
mais ao público infantil. Muitos dos Quadrinhos (SecultFOR), a
deles se unem em forma de co- Feira Livre de Quadrinhos (FLQ),
letivos, produzindo artigos di- Dia do Quadrinho Nacional
versos, como: fanzines, bottons, (Gibiteca de Fortaleza), Super
sketchbooks, postais, canecas, Amostra Nacional de Animes
adesivos, pôsteres, imãs de gela- (Sana), Master Comics, Read
deira, agenda, bloquinhos, ilus- Comics, GeekExpo, o Festival
trações, camisetas, entre outros. E de Anime e Mangá Sobralense
as publicações? Vão das mais ar- (FAMS), entre outros, além dos
tesanais, do papel de enrolar pão eventos destinados a nerds,
às impressas em jato de tinta e geeks, cultuadores de animes,
grampeadas, ou mesmo àquelas mangás, games e da cultura pop.
produzidas em gráficas rápidas De fato, nós não sabemos a
e off-set, resultando em revistas, real dimensão do quantitativo

175
coletâneas, álbuns, graphic no- e qualitativo de produtores de
vels de ótima qualidade gráfica quadrinhos no estado, mesmo
Feira Livre de
LQ)
Quadrinhos (F
com a excelente pesquisa Perfil que resulta muitas vezes no seu estão CONQUISTANDO o seu
do Profissional de Ilustração e desestimulante e quase certo pa- mercado na garra, coisa que na
Quadrinhos do Ceará, realizada radeiro do cenário local. linguagem da nossa literatura, ví-
pelo setor de Economia Criativa Na minha percepção, uma tima da herança de uma soberba
do Sebrae/CE*, em 2015, de ma- cultura que está se estabelecen- arrogância clássica de estátuas,
neira que seria muito interessante do entre os quadrinistas cearen- parece meio inconcebível. Creio
mapear esses produtores/autores ses, e que se assemelha muito à que isso tem sido fundamental
e catalogá-los, de maneira a iden- dos cordelistas, é o seu engaja- para estabelecer essa parceria,
tificá-los, perceber as suas necessi- mento, o surgimento de cole- consolidar um espaço próprio e
dade e criar ações de profissionali- tivos e a disposição para investir formar uma plateia consumidora
zação e qualificação do mercado, de forma consciente e econômi- de seus bens e serviços.
sabido que a maioria, ainda muito ca em suas publicações e produ- Mas isso é o suficiente?
jovem, segue impulsos sabe-se tos, e de irem, eles mesmos, sem Cremos que não. Abordaremos
lá de onde, e não tem visão em- pejos ou receios, apresentá-los mais sobre isso no próximo fas-
preendedora, nem comercial, não e comercializá-los em espaços cículo. Até mais. E por hoje é
se percebem como segmento, o e eventos públicos, ou seja, eles só, pessoal!

Fernando Lima (Autor) Talles Rodrigues (Autor)


graduado em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará, fez parte graduado em jornalismo pela Universidade Federal do
da primeira formação da Oficina de Quadrinhos da UFC. Como quadri- Ceará. É ilustrador, trabalhando com quadrinhos, dese-
nhista e ilustrador, publicou em jornais, livros e revistas. Participou de nhos, ilustrações e design gráfico. Publicou as seguintes
algumas coletâneas e ilustrou livros infantis. No gênero de super-heróis, obras: Cortabundas: o maníaco do José Walter, Clube dos
criou personagens, assim como tirinhas de humor. Trabalhou na produ- Monstros dos Bairros distantes, a webcomics Barafunda e
ção gráfica do álbum As Histórias Perdidas do Capitão Gralha, para a Mayara & Annabelle, indicada ao troféu HQ Mix de 2015
editora Quadrinhópole. na categoria publicação independente de autor. Participa
Contato: http://www.armagem.com | http://fernandolima.tumblr.com | dos coletivos Organização Fctícia e Netuno Press.
https://www.facebook.com/sirknightangel Contato: talles.fsr@gmail.com

Guabiras (Ilustrador)
desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa
18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer
mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-726-1 (Volume 11)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br
2
112 so
b ási
co
IaS
cur istÓr hos
de
h
a d rin
qu
em

MERCADO
DE QUADRINHOS
Pedro “PJ” Brandão
1. Introdução
TIMO fas-
nt a ve lo cid ad e, Batman, já é o ÚL
Sa tórias em
o Básica de His
cículo da Coleçã Em 12 fascí-
in ho s? É sim , menino prodígio.
Q ua dr r alguns
s tiv em os a op or tunidade de percorre
culos nó hor,
pr in cip ai s pa ra se entender, ler mel
dos passos tra fazendo
uz ir e at é ga nhar uma receita ex
se pr od s vagas:
qu e a ge nt e go st a de fazer nas hora
aquilo ) querido(a)
Se você, meu(inha
QUADRINHOS! za: você
ch eg ou at é aqui, pode ter certe
pada w an e por
Q s, te m “a vis ão além do alcance”
AMA H o. Tentamos
respeito e admiraçã
isso merece o nosso ço e de
m el ho r, m as co m restrição de espa
fazer o ssa
ixa m os m ai s, m ui to mais, de fora de
tempo de tras, outros
le çã o. Fiq ue lig ad o, pois poderão vir ou s que
Co algumas surpresinha
en co nt ro s e m ai s
cursos, aulas, faça
ta a todas as video
você adorará. Assis qui-
a PR O VA (“ Tá na hora do pau!”) e ad
a su
especial de 120h
ra o seu certificado
ompanhar a página
de curso. Procure ac
ndação Demócrito
de Facebook da Fu
a de Quadrinhos
Rocha e a Antologi
ócrito Rocha
das Edições Dem
.br). Se você
(livrariadummar.com
dique a ou-
gostou do curso, in
rtilhe, ele
tras pessoas, compa
, gratuita-
continuará no ar
reço eletrô-
mente, mesmo ende
vos aficio-
nico, à espera de no
encial. Forte
nados na Arte Sequ
igos da FDR e
abraço de seus am
istas e editores.
Uane, autores, desenh
mpre com você.
Que a força esteja se

. b r / u ane/h qceara
fd r . o r g

178
a d e s e j o g a r n o
2. É hor

mu n d o ! u a d ri n h o s co m acabamen
-
q
R o teirizei. centenas de o b ra de arte che
gam às
u m e n to . d e u m a co-
Tive a ideia. Fi
z o arg
lo ri tu do. to digno ri a s. N ão estou aqui
e s e co a s liv ra
quei os balõ prateleiras d e valor, pelo
contrário,
Desenhei. Colo i o arquivo no computa- o u m ju íz o d
hos bra-
che locand o de Quadrin
Fiz a capa e fe uela pergunta: e agora, r o M e rc a d rtil
aq prefiro ve um campo fé
dor. Aí me vem d e n te co m o
com isso? sileiro ascen ismos.
o que faço m a p a la vr a que pos- in o va ções e pioneir uadri-
Mercad o é u
q u a n to te óricos. p a ra
b ra d e a rt e , seja ela um q -
sui tantas d
efinições
cu ss õ e s so- Uma o
u m liv ro , u m a peça de tea
d is ,
no Brasil, as nho, um filme a manifestaçã
o é um
Atualmente, e H Q s se to rn a cada
q u a lq u e r o u tr mais
ercado d tro ou formado por
bre esse tal m n s fa la m q u e ele m tr iâ n g u lo .
uente. Algu ponto de u r e o público
vez mais freq ís . O u tro s d e i- rt ic e s: o a u to
e fato, no pa dois outros vé o para outra
pes-
não existe, d q u e d e n o m inamos p ro d u z a lg ção
er que o Alguém los dessa cole
xam a entend e sb o ço d e algo u tr o s fa sc íc u
é ainda um soa. Nos o mãos, dá para
se conhe-
de “mercado” r, m a s n ã o é, defini- cê te m e m ista
que pode v
ir a se
, o p to p o r falar que vo
lin h a q u e lig a o ponto art
rticularmen te cer mais d a s fa-
tivamente. Pa d ri n h o s , co m ra . N e ss e fa scículo, iremo
ado de Qua ao ponto ob ra chega ao p
úblico.
de um Merc o q u e te n h o direito.
re co m o a o b
la e tud lar sob
letra maiúscu n h e ce r e admitir o espa
-
re co
Acredito que ra is , sociais e finan
ceiras
s cu lt u m
ço de troca e io d a s HQs como u
o r m
que temos p a s mais diversa
s fontes
o , vi n d a s d meiro
Mercad a s fo rmas, é o pri
d iv e rs ós
e das mais a r o M ercado que n
n so lid
passo para co o ci entes de que e
m rela-
o s, m e sm está
precisam d o m undo, o Brasil
s p a ís e s
ção a outro os Unidos,
s p a ss o s a tr ás. Nos Estad agrada
algun n d ente cresce e
o in d e p e he-
a produçã e n q u anto os super-
rê m io s,
públicos e p vos níveis com
a chega-
e g a m a n o stria de
róis ch o Japão, a indú
n e m a s. N do
da nos ci a d a e diversa, atingin
n so lid
mangás é co ri as, gêneros e
níveis de
s fa ix a s e tá ente,
todas a E u ro pa, mensalm
e . N a
escolaridad

179
un-
p á g in a s e vir ao m
as m
d e v e extrapolar te q u e s e tenha e
lico? teressan da cria-
d e e n co n trar o púb bs- do real. É in primeiro momento ami-
ê po sa coisa a , desde o , qual o c
E onde voc rc a d o , e s m e n te n h o /o b ra as
re s p o s ta é: no Me p re s e n ta ções pal- ã o d o seu quadri seguir para vê-lo n
A i re ç deverá resso?
que possu eito) em eventos, que você ai ser imp
trata, mas re s p s n h o ú b li c o . V ito-
m todo de revista do seu p erentes ed
páveis (co s on-line, bancas m ã o s rm a to ? D if m
ja se tornar m qual fo s. Vai ser e
livrarias, lo que, para sua obra pessoas Se sim, e diferentes formato a ir ro ,
etc. Saben
do
q u e c h egar às r ra s u tilizam rn a l d a e scola, do b ser
ela tem e começa ara o jo
tirinhas? P ara as redes socia
is? Vai
completa, idores). Assim, dev
c o n s u m u e e s s e Me rc a d o
a c id a d e? P h a s ? P re to e bran-
(o s es q d tiri n s,
ossibilidad o de pos- pilação de s caminho
a ver as p , acredite, em questã ais bem uma com rido? Muitos são o é preciso
,e mos m co ou colo guir por todos, ma
s
traz a você a lm ente, esta ido ou
sibilidade s , a tu
a . o s v o c êp o d e s e
p a ra n ã o fic perd
a r
ue nunc uadrinh conhecê-l
os bem
servidos q a n a rr a tiva em q n e - uer lugar.
m
Produzir u e qualquer coisa, p la
p a ra r em qualq
ntes d mento
envolve, a rt e d e s s e planeja
, e pa
jamento

180
3. Você é um

prod u t o !
Antes de falar sobre as maneiras que podem mesmo essas perguntas: quem é você? O que
ser utilizadas para fazer parte do Mercado de você faz? Para onde você quer ir? Com quem você
Quadrinhos nacional, o próprio artista deve fazer vai atingir isso? (afinal, quadrinhos, querendo ou
uma autoanálise enquanto produto. Mais não, é um arte que envolve coletivo) Você sabe o
do que seu capital financeiro, estamos aqui que está sendo produzido atualmente no mundo?
falando do seu capital social. É importante sa- E no seu país? No final das contas, você também é
ber em que momento da sua capacidade produ- personagem de uma história.
tiva você se encontra, quais as suas vantagens e Passado esse momento de reflexão, chegamos
desvantagens, quais suas especialidades, sua expe- em um momento-chave: a escolha de qual cami-
riência e seu nível de versatilidade, além dos con- nho percorrer entre os pontos obra e público.
tatos que você tem nesse ambiente. Faça a você Aqui, pontuamos alguns:
a) Grande editora; (b) Pequena e Média Editora;
(c) Quadrinho independente (impresso ou digital);
(d) Editora estrangeira; (e) Editais e concursos; (f)
Quadrinho institucional; (g) Crowdfunding (finan-
ciamento coletivo); (h) Formato misto; (i) Evento.
Cada escolha traz seus níveis de facilidade e di-
ficuldade. Se bem que, falando de produzir quadri-
nhos, facilidade não é uma palavra muito comum.
Vamos explorar o que cada uma dessas possibilida-
des de entrar no mercado nos traz. Vem comigo!

181
las
r ao qu e ve m sendo lançado pe
algo simila através de
deixar isso visível

A)
Ed it or a s e
Grande an de s ed ito ra te para
fa ze r, hoje em dia, gr fó lio se ja algo interessan
“O melhor je ito de vo cê
gran- um po rt ta lvez
gr an de editora, é fazer a os olhos de editore
s.
não é ch eg ar na i, ab rir r parte do
eg ar at é vo cê .” (Vitor C af ag g
O ut ra fo rm a de ingresso seria faze o ro-
de editora ch de um a gr ande editora, com
es corpo cr ia tiv o adrinhos já
autor de Valente) s trazem grand nh ista de séries de qu
es ed it o ra te iri st a ou de se arecem
Grand tr azem em si uma pr es a. Vez ou outra ap
id ad es . El as en ce nt es à em de
responsabil e fa z su as publicações pert le çõ es pa ra novos quadrinistas
çã o qu o na intern et se Produções,
rede de distribui pa ís, além de um corp a M aurício de Sousa
di ve rs os do up os co m o e no-
chegarem a pr ofi ss ionais empenha-
gr
pr oc ur an do novos talentos
st o po r em pl o,
editorial compo ia edi- por ex a sua trupe de pe
rsonagens.
la nç ar qu ad rin hos com excelênc s va s id ei as pa ra abaram se
dos em
po uc as sã o as editoras de HQ nd o de in te rnet, os vetores ac
as il, Fa la nacio-
torial. No Br
ns id er ad as de gr ande porte e
do em algu ns ca sos de publicações .
que podem ser co tr az um a sé rie de ques- inverten gr an de s ed ito ra s nos últimos anos
dela s nais feitas po r , inicial-
publicar por uma id er ad as pelo artista. rie Va le nt e, de Vitor Cafaggi
m se r co ns o ca so da sé fãs
tões que deve
s ta lv ez se ja a liberdade É pe nd en te e qu e, após conquistar
A primeira de la pos- mente in de publicação
es em pr es as de quadrinhos ca s pe lo Br as il, tornou-se uma
criativa. G ra nd
apresentam dire-
e cr íti presas de
ia no m erca do e ni ni Co m ic s, um a das maiores em
suem experiênc s produções pode
m che- da Pa mundo e a maior
do Brasil.
e or ie nt am qu ai di strib ui çã o do a Panini e o
trizes qu
liv ra rias es ta mpando sua marca o se m el ha nt e aconteceu com
gar às bancas e às C as suces-
, di re cion ar su a produção para as ile iro D an ilo Be yruth. Depois de
na capa. Portanto autor br
uta (lançado indepe
ndente em
sos como Necrona Zarabatana
pr im ei ro m om ento e pela editora o de
um
rm en te ) e Ba nd o de Dois (lançad
poster io ), a São
s de edital e editora
forma mista atravé i lança-
mes, de Danilo, fo
Jorge, em dois volu
la Panini.
da e distribuída pe em
e deve ser levada
Outra questão qu ed ras
ito
ns id er aç ão no caso de grandes
co nda
o rc en ta g em do valor de ve
éap ma de
autor(a). O siste
destinada ao resul-
rib ui çã o na ci on al de livros e HQs
di st s pelo
o dos valores pago
ta em uma divisã ve nda
entre ponto de
consumidor final ora e
ra ri a) , d is tr ibuidora, edit
(liv geral-
se ter uma ideia,
autor(es). Para ic ação
te , m et ad e do valor de uma publ li-
m en
a em um a liv ra ria fica na própria
vendid demais
é dividido pelos
vraria. O restante chegar à porcen
ta-
personagens até n-
m do au to r, va riável conforme co
ge .
pela editora/autor
trato estabelecido prod uz i-
maior a tiragem
Claro que quanto ib ili dade de
ção, maior a poss
da, maior distribui s, tornar
r pú bl ic os di fe re ntes, vender mai te,
atingi e, consequentemen
182
e co nh ec id o
seu nom
crar(em).
do(s) autor(es) lu
ia Editora

b)
Pequena e Méd e cres-
ito ra s de pe qu eno e médio port
Ed ade a cada
qu an tid ade e em qualid
ce m em , novos
om lin ha s ed itoriais diferentes
ano. C se
no va s hi st ór ia s chegam às livraria
autores e possuem li-
nc as . En qu an to grandes editoras s me-
ba ais rígidas, editora
po rc en ta ge ns m
nhas e ção dessas
xíveis. A prolifera
nores são mais fle ade de gê-
pr es as tr az em uma boa quantid mer-
em os de desenho ao
na rr at iv a e es til
neros de r por esse
em quer envereda
cado, e, para qu pesquisa
ho , é es se nc ia l realizar uma boa
cam in tão
ec er as lin ha s editoriais que es
para conh ade com
d is p o si çã o e que têm afinid
à
duz.
o que você pro ões de
distribuição e as aç
A capacidade de ho são li-
tin g pa ra di vu lgação do quadrin
mar ke atuitos
s, m es m o co m tantos recursos gr
mitada tividade, a
ilizados. Com cria
que podem ser ut zer que
ia en tr e au to r e editora pode fa
parc er ender.
rr ei ra s se ja m de rrubadas e surpre
essas ba

Independente

)
c da sua identidade como quadrinista.
O Quadrinho na
ssante for-
“O m ei o im presso é intere
mação -
ce rt o re sp ei to pelo quadrinho im
Existe um des narrati-
, el e tr az di versas possibilida
pr es so biente
lo fa to da m íd ia impressa ser o am
vas. Pe atmosfe-
ho, cria toda uma
original do quadrin a que o
ist a, um a co isa menos efêmer
ra in tim autor
ho di gi ta l.” (D iego Sanchez,
quadrin e Hermínia)
al eã o, Pe rpetuum Mobile
de Pi gm rnativa
fa nz in e nu nc a deixou de ser alte ri-
O r e publicar quad
go st a de fa ze
para quem para fazer
os . Ti ra r do pr óp rio bolso recursos tigos
nh dos meios mais an
Q ac on te ce r é um o
sua H ná rio nacional, send
es en te s no ce
e mais pr consolidar
ns id er ad o um a legítima ação de
co ta.
ista enquanto artis
a figura do quadrin

183
A principal desvantagem desse tipo de publi- A internet trouxe uma nova vida ao fanzine.
cação é também a sua maior vantagem: tudo As redes sociais são como mesas de distribuição
depende de você! Do roteiro à distribuição, de quadrinho abertas ao mundo 24 horas por dia.
passando pela editoração e pelo custo da im- Criar uma página, um site, uma loja virtual são
pressão, é tudo por sua conta e risco. O bara- possibilidades comuns a todos que querem suar a
teamento dos meios de impressão nos últimos camisa e ter seu trabalho chegando a diferentes
anos e o desenvolvimento de novas tecnologias pessoas de todos os cantos do planeta. No entan-
editoriais acabaram trazendo para o fanzine uma to, é importante analisar como seu trabalho se en-
certa sofisticação. Hoje, muitas produções inde- caixa no mundo digital. Isso irá influenciar a forma
pendentes se assemelham a produções feitas por das suas narrativas (Vai publicar tiras? Páginas?
editoras, apesar do bom e velho fanzine fotoco- PDFs com quadrinhos mais longos?) e o conteúdo
piado em preto e branco ainda existir e ser uma (qual a idade, gênero e identificação política das
forma igualmente válida de publicação. Afinal, o pessoas que você quer alcançar?). Afinal, você de-
que importa é estar na grande vitrine do Mercado cide: como você quer que o público e as
de Quadrinhos. Mas, não esqueçamos, nem só editoras vejam seu trabalho?
de impresso vive o quadrinho independente.
Segundo Fernando Caldas, autor da página
Éff, com mais de 110 mil curtidores no Facebook,
“Publicar na internet faz com que seu trabalho
seja massificado de maneira mais prática do que
em outras plataformas, tem o feedback pratica-
mente imediato do material e as oportunidades
de expandir além dessa interação
ocorrem de acordo com a sua visão
de empreendedorismo.”

184
D)“Acho que o segredo de entrar no merca-
A Editora Estrangeira

do internacional é nunca desistir. Nunca parar


de estudar, mostrar pros caras que você está le-
vando a sério esse negócio de querer trabalhar
para eles.” (Cris Peter, colorista das HQs Bitch
Planet, Casanova, graphics MSP do Astronauta,
entre outras. Única mulher brasileira indicada
ao Eisner Awards, maior prêmio da indústria de
quadrinhos dos Estados Unidos).
O sonho de muita gente que desenha qua-
drinhos é trabalhar para o mercado externo. É
possível encontrar quadrinhos de super-heróis
feitos por uma equipe com: um roterista estadu-
nidense, um desenhista brasileiro, um arte-fina-
lista filipino e um colorista inglês, por exemplo.
É preciso dedicação, e portanto disponibilida-
de, para fazer parte dos mercados estrangei-
ros. Assim como os brasileiros querem dese-
nhar para empresas como Marvel e DC Comics,
pessoas do mundo inteiro também querem. A Apesar da indústria de quadrinhos estadu-
concorrência é muito grande. Qualidade de nidense ser a mais visada pelos que sonham
traço é fundamental. Cursos de quadrinhos, em publicar fora do Brasil, é possível encontrar
avaliações de portfólio e muita prática fazem oportunidades em outros países como Egito,
parte da rotina de quem quer desenhar para o Índia, França ou Itália. Com um bom trabalho
exterior. Além disso, o conhecimento de línguas e um bom agenciamento (seja terceirizado ou
estrangeiras e/ou um contrato com uma agên- seu próprio) é possível conquistar as páginas
cia de artistas podem ajudar no processo. do mundo inteiro.

!
ABRA A SUA MENTE
ar ao mercado
Um dos caminhos mais curtos para se cheg
agências. Agências são empresas
estrangeiro de quad rinh os é por meio das
em mercados como o americano
que cuidam de carreiras de quad rinistas
internet você vai descobrir que
e o europeu. Com uma rápida pesquisa na
ente, elas têm suas regras de
existem algu mas agências no Brasil. Nor malm
ectivos sites. Eventos também
testes e seleções de artistas nos seus resp
seu trabalho para algu m agente e
são uma boa oportunidade de mostrar o
.
abrir caminhos para fechar um contrato

185
o)
curso públic

E)“Éo, prpaecraisoelabveorstirargroavoratçaa demento, o cronogcaraso-


O Edital (con um burocrata um

pouc entar para as data


s,
at
itucionais
ul o, e se

F)
íc
adrinhos Inst
ma, o cu rr de
on ad o. ” (C ri st ina Eiko, autora Os Qu sta/ilustra-
seja seleci nh o: Vi da. Contemplada po rt an te que o roteiri
e Pe na di “É im a qual
Quadrinhos A2 Sã o Pa ul o, em 2014). ex pe riê nc ia na área (sobre
C de dor te nh a a-
pelo edital do ProA s ca m in ho s ta mbém é a hi st ór ia ), ou que tenha facilid
o do irá produz ir suntos das
O mais burocrátic nç ar seus quadrinhos sa r. Geralmente os as
de pa ra la em pe sq ui do que
uma possibilida os pa ra qu em procura de
ria do s, m as giram em torno
fr ut o va o
e pode gerar bo
ns
a du ra nt e o de senvol- HQs sã
ór gã o pú bl ic o faz.” (Estevã
ira aind a empresa ou Aquário
uma ajuda finance re nt es ór gãos públicos, qu ad rin is ta e editor da
o. D ife e ir o , série
vimento do projet , pr om ov em regularmen- Rib
au to r de al gu ns fascículos da
ultu ra Editorial, Quadrinhos,
geralmente da C liz m ente, grande part
e
Pú bl ic o do Trabalho em
ar te s. In fe M in is té rio
te editais de colocam os projet
os de
MPT do Espírito
Santo).
ita is br as ile iro s o pr oj et o do
dos ed a ou mesm
egoria da literatur
HQs como subcat e, além de
rid os em ar te s integradas, o qu ção a
inse r uma arte em rela
m en te di m in ui
aparente cursos para fi-
distribuição de re
outra, dificulta a mpetição
pr od uç õe s, fazendo que a co
nanc ia r intos,
tre pr od ut os co mpletamente dist
ocorra en infantil ou
m o um a H Q e um romance, livro
co
, por exemplo.
álbum de pinturas m en talidade social m
uda
fo rm a, a
De toda burocráticos.
co ns eq uê ncia, os meios
e, po r l, a pos-
to nã o ch eg am os ao ponto idea
Enquan s é
pa rt ic ip ar de um edital de arte
sibilidade de ortunidade,
re ss an te . Pa ra competir pela op ber do
inte -se LER o edital, sa
ei ro lu ga r de ve
em prim condições de
tr ata, o qu e exige, quais as
qu e se rtfólio de
ip aç ão . D ep oi s, deve reunir um po tas,
partic m pr ir as etapas propos
an te rio re s, cu
trabalhos o exigida, se-
ém de re un ir to da a documentaçã l. Tudo
al ientações do edita
fie lm en te as or a-
guindo
a m ai s at ra en te possível para os av
isso da form
ojeto.
liadores do seu pr cativa, planejamen
to de
no gr am a, ju st ifi ida,
Cro tivas, contrapart
ce rt id õe s ne ga
execução, as são ape-
té cn ic os e prestação de cont
deta lh es decor-
ns do s te rm os que aparecem no
nas algu mo lidar com
oc es so . Workshops de co
re r do pr são reali-
es tõ es bu ro cr át icas de um edital idas
as qu te ou mesmo promov
es co la s de ar
zadas em onibilizam.
es m as in st ituições que o disp
pe la s m sar com
co nh ec er o pr ocesso e conver de
Buscar na modalidade po
186
is ex pe rie nt es
profissiona o.
a ser contemplad
ajudar seu projeto Quadrinhos institucionais de Raymundo Netto
rinhos?
n ã o g o sta de quad
Qu e m ssoas
u e a m a io r parte das pe
É assim q o
o a q u e la s que mantêm
pensam, mesm “ler quadrinhos é para
ue
discurso de q é q u e, se bem ela
bora-
O ce rt o
crianças”. pessoas de
a tr a i a atenção de
da, u m a H Q as em-
a d e s, e é isso que muit
todas as id para
e b e m a o co nvidar artistas
presas perc suas mar-
q u a d ri n h o s que veiculem
criar ”.
e “mensagem
cas, produtos o s tr a b alhos de quad
ri-
a rt e d
Grande p propos-
a d o s p a ra empresas são
nhos re a liz ncias
m p a n h a d a s por suas agê
tas e aco artamento
c o m u n ic a ção e/ou dep dem ser
de
g . Q uadrinhos po r meio
de ma rk e ti n
a r ca m p a n h as publici- e B ru n o It o , foi lançado po
utilizados para
divulg Garrocho
o te s, compor carti- anciamento co
letivo).
n ta r m a sc e fi n s quadri-
tária s, a p re se
o p a ra fi xar a m a rc a d
a rt is ta s finalizam seu
ou m e sm Mu it o s r por
lhas/manuais a s n a rr a ti va s. n ã o co n se guem se lança
d nhos, ma s ol-
no público po
r meio
o q u ad rin is ta tra- o p o d e m ti ra r do próprio b
ucionai s, editora ou nã ação do
Nas HQs instit p re ci sa n do estudar o p a ra cu stear a public
men d a, so o din h e ir ente,
balha sob enco vo s e a fo rm a de lin- a l. O q u e fa zer? Recentem s
us objeti seu materi dade de artista
a empresa, se o u tr o s ve íc ulos xe a p o ss ib ili
guagem que
ela utiliza em
u is ar também a internet trou e m de forma dire
ta por
, além d e p es q o in te ra g ir ortu-
de comunicação e será abordado na histó- e públic d in g , ou, em bom p
w d fu n
sobre o assunto
qu
an te convidar meio do cro e nto coletivo
.
arca d e re fr ig er fi n a n c ia m artista
ria. Se uma m n h o sobre ju- guês, cr o w dfunding, o
m q u ad ri e io d o por
ever u Por m público que,
você para escr o vo cê fa ri a? Como u p ro je to a o
reza, com apresenta se oferecen-
ventude e natu à m ar ca? n a n ci a a produção
o as su n to sua ve z, fi artista.
você vincularia s p re e st a b e lecidos pelo n-
do valore su lt am em difere
nding
re

G)
lo re s
O Crowdfu a a lg um tipo de Diferentes va
s p a ra o público
pagante:
u e e xi st m p e n sa ce-
“Não acho q n d in g ]. Te m coisas tes reco
is s e p a g a, mais se re
o crow d fu quanto m a é
fórmula [para , cl a ro . S e r co nsis- p lo , in ve st in do um valor x,
que eu acho q
ue ajudam
re cer conteú- be. Por exem H Q em versão dig
ital, já
a lh o e o fe re ce b e r a plar
tente com seu
trab
s, p o r exem- possível ta m b ém a um exem
s le it o re d ir e it o -
te para o o valor y dá r z a um exem
do regularmen ú b lic o e sã o essas u a n to o va lo
cê cria um p impresso, enq cartão-postal,
e assim
plo. Assim, vo n h a m se u trabalho ss o e u m
acom p a plar imp re anha
pessoas, que s d e vo cê n o s even- N o fi m d o p razo da camp
on-line ou co
rrem atrá por diante. so o valor
m in a r se u p rojeto e fazer e ca d a çã o p a ra o projeto, ca ido, o
isse de arr eta) seja ating
tos, que vão d a rd o D a m asceno, st ip u la d o (m be
” (Edu mínimo e o público rece
ele acontecer. h o s, C o sm o nauta o tr a b a lh o e
autor de Bid
u: Camin
nho Achados artista realiza
comprou.

187
a d ri
Cosmo e Quir
al. S e u q u
Lu ís Fe lip e o produto que
m
m parceria co
e Perdidos, e
Atualmente, o crowdfunding é um dos es-
paços mais interessantes tanto para o produ-
tor, que não quer passar pelo crivo de linhas
editoriais quanto para o leitor curioso, que
quer conhecer novas histórias, cuja linha edi-
torial normalmente não se encaixaria em pu-
blicações de editoras. A liberdade de produzir
uma HQ por financiamento coletivo, no entan-

H)“Apesar de normalmente poder se prever a


to, tem um preço a ser pago. Qual seria? O Formato Misto
É o artista quem deve fazer e divulgar a cam-
panha, planejar o cronograma, gerenciar o va- impressão no edital, é complicado para o artis-
lor arrecadado (lembrando que deverá destinar ta assumir a distribuição de sua obra. Se ele não
uma porcentagem do dinheiro para o site que quiser ficar com um monte de livros estocados no
hospedou a campanha), imprimir o trabalho e guarda-roupa, uma opção é negociar com editora
demais recompensas e enviá-las para cada pes- para trabalhar de forma profissional essa distri-
soa que contribuiu para o projeto. É possível, buição.” (Zé Wellington, roteirista de Quem
no entanto, encontrar no Brasil profissionais Matou João Ninguém? e Steampunk Ladies).
especializados em crowdfunding, que organi- No fim das contas, publicar o próprio quadri-
zam a campanha desde a divulgação do proje- nho e fazer essa produção chegar ao público é a
to até a distribuição dos exemplares impressos. principal tarefa do quadrinista, por isso novas for-
Essa pode ser uma alternativa para quem não mas de publicação podem ser encontradas ao se
tem segurança ou não tem o menor jeito de combinarem as alternativas anteriores.
tomar as rédeas de todo o processo sozinho. Sendo contemplado em editais, você pode ter
O custo da contratação desse profissional es- o desejo de ficar com toda a verba, assumindo
pecializado pode ser planejado dentro do valor tudo. É possível, mas pode ter problema em cum-
solicitado para a realização do projeto. prir e acompanhar esse “tudo”. Assim, definido o
Há ainda outra modalidade de financiamento valor da impressão, há quem publique o quadri-
dentro do crowdfunding: o apadrinhamen- nho em parceria com editora, fazendo com que
to. Nesse formato, você pode se tornar “padri- seu autor(a) possa conseguir aumentar o seu va-
nho” de um artista, colaborando mensalmente lor percentual da venda do produto em livrarias
com um valor fixo (escolhido por você) para que ou bancas. A editora, por sua vez, fica responsá-
o autor possa produzir mais obras. Essa contri- vel pela distribuição do material. Esse é caso
buição mensal resulta em produções exclusivas dos quadrinhos Quem Matou João Ninguém?, de
para os financiadores. É a versão moderna do Zé Wellington e Wagner Nogueira, e Steampunk
antigo mecenato, em que um financiador pa- Ladies: vingança a vapor, também com roteiros de
gava um artista para pintar telas, mas com uma Zé Wellington e desenhos de Di Amorim. Ambos,
(grande) diferença: com o poder de alcance da contemplados por editais governamentais, foram
internet, é possível que um artista possua deze- lançados pela Editora Draco.
nas, centenas a milhares de mecenas. Conseguir recursos para parte da impressão
Para finalizar esse ponto, uma última dica: é por financiamento coletivo e lançar por editora
importante ter em mente que, para conseguir também é uma possibilidade, como é o caso de
sucesso em ambas as formas de financiamento Fábio Yabu em Combo Rangers, lançada e distri-
coletivo, é preciso ter certo renome na cena ou buída pela Editora JBC, após conseguir arrecadar
um círculo social extenso, uma base de fãs con- cerca de 67 mil reais em sua campanha no site bra-
solidada e disposta a financiar a sua produção. sileiro de crowdfunding Catarse.

188
I)
O Evento
n-
e m p a rt ic ip ar de um eve
cia é a pos-
“A importân to r o u convidado,
e xp o si de
to, seja como çã o co m o público, tanto
sibilidade de
intera vos leito-
lê q u a d ri n hos como no uadri-
gente que já e co n ta to com outros q
bio so
res, intercâm d o se u tr a b alho.” (Afon
dade rnacional
nistas e visibili n a d o r do Festival Inte
o rd e
Andrade, co ), de Belo Hori
zonte).
(F IQ ais
de Qua d ri n h o s
e n to q u e re úne profission
mo m ntes aqui
Por último, o d o s os caminhos a
p o r to os que
que trabalham v e n to d e quadrinh
no e us colegas,
mostrados. É e n te a frente com se u traba-
n tr a fr
você se enco público, aprese
nta o se
se u o da
conve rs a co m
b ra o q u e e stá sendo feit
slum
lho suado e vi
m omento. de even-
arte naquele r a te n to ao calendário
fi ca os
É importante
d u a is , n a ci o n ais ou mesmo
, esta rtista tem
tos municipais u a d ri n h os. Neles, o a
d e q ops e
internacionais a p re n d e r m ais em worksh
ed e le o
a possibilidad n ça m e n to s e sentir na pe
uirir la uer fazer
palestras, adq Q u a d ri n hos do qual q
o d e
que o Mercad .
recer... ou não
parte pode ofe

4. Finalizando...
Independentemente da forma de publi- com que cada quadrinho, de hoje em dian-
cação que você escolher, ou do que fizer, é te, seja mais do que entretenimento. Faça
importante saber que cada novo quadrinis- com que ele seja também um material de
ta que chega ao Mercado tem uma expe- estudo e pesquisa.
riência nova a ser aprendida e ensinada, e Como falei no início do fascículo, a
o caminho a ser trilhado é uma mistura de obra de arte se completa em um triângu-
escolhas, competência e sorte. O que pode lo formado por autor, obra e público. Um
dar certo com um pode não dar para outro. triângulo, não uma reta. Do público,
A experiência tem que ser a SUA. caminhamos de volta ao autor, à obra, ao
Quer saber como começar? Compre público, ao autor, à obra, e assim por dian-
quadrinho nacional! Leia o que está sendo te. O retorno que o público dá ao autor
produzido. Estude o que você pode fazer (seja financeiro ou crítico) faz parte do pro-
para entrar no Mercado de Quadrinhos co- cesso criativo, um processo que nunca tem

189
nhecendo o que e quem já o compõe. Faça fim, que recomeça sempre.
ib a M a is s o b r e H Qs
Leia e Sa
Confira as respostas completas de
todos os profissionais citados ness
no texto Mercado de Quadrinhos: e fascículo
Perguntas e Respostas (link: http://avantec
artigo/mercado-de-quadrinhos-pergu ntas ast.com/
-e-respostas/)
MPT em Quadrinhos, projeto do Minis
tério Público do Trabalho do Espírito Santo:
mptemquadrinhos.com .br/ http://www.
Conheça os quadrinhos presentes
no Catarse, o maior site de financiamen
Brasil: https://www.catarse.me/pt to coletivo do
/explore?ref=ctrse_header#by_category
_id/7
Entrevista com Fernando Caldas
sobre sua página Éff, empreendedo
quadrinhos: http://iradex.net/2 rismo digital e
016/04/eff-amostra-gratis-de-hq-e-entrev
ista/
Algumas Agências:
Rascunho Studios: https://www.facebook.c
om/Rascu nhoStudio
Chiaroscuro: http://chiaroscuro-studios.com
/
Impacto Quadrinhos: http://www.impactoqua
drinhos.com.br/layout/teste.html
Glass House Graphics: http://www.glasshouseg
raphics.com/

rinisttto a
Quadrinhês: o glossáriopod o quaod ym un do Ne
r Daniel Brandã e Ra

1.científica, música e cinema, pod


Fanzine (fanatic magazine): revista para fãs, especialmente sobre ficç
ão
endo ser em quadrinhos ou não. Geralmente
feito de forma artesanal.

2.conjunto ouqueamoemstra
Portfólio: inglês significa “pasta para carregar papé
is”, denomina o
de trabalhos de um artista (desenhos, capa
imagens de prêmios ou troféus etc.), utiliz s, páginas,
ado para divu lgação.

190
HQ? No Ceará tem disso sim! por Raymundo Netto

Os quadrinhos, seja qual for A recomendação do empre- editores de quadrinhos etc. Com
a forma ou o suporte em que se go e inclusão da linguagem dos essa união, e por meio de inicia-
apresentem, se fundamentam quadrinhos nas práticas pedagó- tivas públicas e/ou privada: (a)
enquanto expressão artística e gicas da Lei de Diretrizes e Bases, criar alternativas de formação de
cultural, além de proporciona- nos Parâmetros Curriculares público (leitor qualificado e crí-
rem e incentivarem a leitura, e Nacionais, apresentada em 1997 tico), por meio da promoção da
como tal é uma prática so- pelo MEC, colaborou para a in- leitura; (b) implantar e qualificar
cial de manifestação da múlti- serção da linguagem dos qua- espaços e equipamentos aces-
pla expressão de olhares sobre drinhos na escola, adaptando-a síveis, além de desenvolvimen-
o mundo, ou seja, estratégica à realidade pedagógica do pro- to de acervos, democratizando
para o desenvolvimento de so- fessor. Em 2007, por exemplo, o o acesso a obras do gênero; (c)
ciedades democráticas, plurais MEC passou a fomentar acervos formar e qualificar mediadores
e diversas, contribuindo para o de bibliotecas de escolas públi- de leitura de HQs, ensinando
exercício da cidadania. cas com HQs, seguindo os crité- a metodologia do emprego de
Todos os princípios que de- rios: (a) a qualidade literária do quadrinhos em sala de aula etc.,
fendem as políticas públicas texto, (b) o projeto gráfico e (c) a
destinadas ao livro e à leitura, adequação do assunto.
cabem perfeitamente ao É sabido que mesmo não sen-
quadrinhos, sendo que nessa do “coisa para criança”, como
linguagem, a da arte sequen- insistem ainda no velho discur-
cial, ela não se restringe ape- so, os quadrinhos têm alcançado
nas aos aspectos verbais, mas êxito, há anos, em sua perspec-
também aos não verbais. A as- tiva educacional, seja pela maior
sociação imagem-texto contri- atração de seu conteúdo, pela
bui de forma substancial para forma lúdica e prazerosa como
a aprendizagem, motivando a comunica, e mesmo pelas bem-
leitura e a criatividade, servindo sucedidas experiências de trans-
também como recurso visual de posição dos clássicos literários.
ensino para qualquer disciplina. Ora, se a literatura, exercício em
No Ceará, esse emprego dos sua maioria individual, permite
quadrinhos em sala de aula tem uma variedade de mundos, ima-
sido uma prática bem comum e gine os quadrinhos, cuja prática
exitosa, fazendo com que crian- é em boa parte coletiva.
ças e jovens arredios à leitura se Daí, nós que coordenamos
tornem alunos e leitores críti- o projeto HQ Ceará, entende-
cos, já provado que alunos lei- mos que os quadrinistas, todos
tores de quadrinhos têm me- os integrantes desse segmento,
lhor desempenho escolar devem se unir a partir do seu
do que aqueles que usam autorreconhecimento: roteiris-

191
apenas o livro didático tas, desenhistas, arte-finalistas, eira
ayman Mor
(Retrato da Escola, UnB, 2001). coloristas, letreiristas, capistas, Página de C
(d) provocar a criação de editais etc.); (i) incentivar e fomentar de HQs e produtos a elas vin-
e concursos, bolsas de criação/ a produção, publicação, circu- culados, como bienais, feiras
formação/pesquisa específicos lação, distribuição e comerciali- e eventos exclusivamente para
para quadrinhos; (e) incentivar zação de HQs em distintos for- quadrinhos autorais ou não; e,
o surgimento de núcleos de matos e suportes; (j) estimular por fim, (o) fomentar e apoiar a
estudos e pesquisas em qua- a criação de selos de HQs entre formação e qualificação profis-
drinhos e novas formas de sua as editoras locais ou não, con- sional dos atores que compõem
utilização, (g) criar e conceder solidando um mercado em de- as cadeias criativa e produtiva
prêmios de reconhecimento a senvolvimento; (l) fomentar a dos quadrinhos.
projetos e ações de fomento e distribuição dos autores e suas São muitas as possibilidades,
estímulo à produção, difusão, obras para além dos limites do e essa talvez seja a nossa melhor
realização da prática quadrinís- estado; (m) incentivar e fomen- mensagem possível. Podemos
tica; (h) mapear, cadastrar e tar a produção e a distribuição mais se fizermos juntos! É
acompanhar continuamente li- de publicações de circulação isso aí, amigos(as). Ficamos por
vrarias, pontos de venda e de- gratuita, em diferentes suportes aqui, com gostinho de quere-
mais ações de comercialização e/ou formatos em todo o terri- mos mais. Continuaremos em
de HQs (narrativas gráficas, tório nacional, (n) Apoiar even- fdr.org.br/uane/hqceara.
coletânea de tirinhas, fanzines tos de promoção e circulação Gruda na gente e até a próxima!

Pedro “PJ” Brandão (Autor)


graduado em comunicação social com habilitação em publicidade e propaganda pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graças ao
projeto de extensão Oficina de Quadrinhos, do qual foi aluno, monitor, bolsista e hoje é professor, decidiu se dedicar às HQs. Formou-se
com monografia sobre linguagem quadrinística. É fundador do grupo de discussão sobre HQs Avantecast, além de atuar como professor
do módulo de roteiro no Percurso Formativo em Quadrinhos da escola Porto Iracema das Artes e em outros locais da cidade de Fortaleza.
Contatos e outros: http://avantecast.com/ | facebook.com/AvanteCast/?fref=ts | instagram.com/pjbrandao

Guabiras (Ilustrador)
desenha desde os 5 anos de idade se baseando em tudo que se possa imaginar de quadrinhos no mundo. Em 2016, completa
18 anos em que trabalha como ilustrador e cartunista no jornal O POVO (Fortaleza/CE). Tem inúmeras publicações e perso-
nagens em HQs e fanzines, ministrando oficinas e participando de trabalhos/mostras coletivos e/ou individuais. Para conhecer
mais sobre a produção de Guabiras, acesse: blogdoguabiras.blogspot.com.br

Este fascículo é parte integrante do projeto HQ Ceará, de concepção de Regina Ribeiro e Raymundo Netto, em decorrência do
convênio celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 12/2016.

Expediente
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente | Marcos Tardin Diretor Geral | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Ana Paula Costa Salmin Coordenação | CURSO BÁSICO DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Raymundo Netto Coordenação Geral e Editorial |
Daniel Brandão Coordenação de Conteúdo | Amaurício Cortez Edição de Design | Amaurício Cortez, Karlson Gracie e Welton Travassos
Projeto Gráfico | Cristiane Frota Editoração Eletrônica | Guabiras Ilustração | Kelly Pereira Catalogação na Fonte
ISBN 978-85-7529-715-5 (Coleção) | 978-85-7529-727-8 (Volume 12)

Todos os direitos desta edição reservados à:

Apoio Realização
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
CEP 60055-402 - Fortaleza- Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax: 3255.6271
fdr.org.br | fundacao@fdr.com.br

Você também pode gostar