A sindicância é um inquérito, uma investigação que toma lugar antes da abertura de um processo administrativo. Deve apurar indícios de infração administrativa. No CRM, tem o objetivo a criação de um relatório que sirva ao fim de julgar se o processo deve ser iniciado. É uma investigação simples. Após uma denúncia, há a nomeação de um conselheiro que colhe a manifestação do médico e outros documentos necessários para o caminhar do processo, e então faz o relatório apresentado a uma câmara constituída de seis médicos, um conselheiro e os outros delegados. Em seguida, essa câmara decide arquivar a denúncia ou criar um processo disciplinar.
Pacientes e familiares que se sentem lesados podem fazer denúncias para o
CRM, a comissão de ética médica de um hospital, delegados de polícia, juízes e promotores, ou o próprio CRM pode o fazer.
A grande diferença entre a sindicância e o processo administrativo é que a
sindicância tem a função de investigar, com o objetivo de entender se é necessário começar um processo. A sindicância é uma fase do processo administrativo. O processo administrativo disciplinar só pode ser começado se uma sindicância mostrar que uma denúncia deve ser convertida em processo. Considerando as consequências do processo administrativo, é necessário ter em mente a importância de haver o acompanhamento do advogado no assunto desde o momento da notificação da sindicância. São condutas denunciáveis, que podem gerar uma sindicância, e posteriormente um processo administrativo disciplinar: negligência, imprudência, imperícia, má assistência, erros médicos, má conduta, discriminação, atrasos, omissão de socorro, má condições de trabalho, comportamento inadequado, desrespeito com colegas e pacientes, ausência em plantão, acobertamento, atos desnecessários ou proibidos, desobediência a regulamentos, condutas ilegais, sensacionalismo, charlatanismo, divulgação indevida de informações de pacientes, maus procedimentos administrativos, quebra do sigilo profissional Quando a denúncia se transforma em processo, o membro corregedor indica o conselheiro instrutor que reiniciará todo o processo. Primeiro, há solicitação por escrito do médico, depois marcação de audiências com o denunciado, os denunciantes e testemunhas. Depois o corregedor nomeia um conselheiro relator e revisor que irá marcar o julgamento que ocorrerá em uma Câmara. No julgamento, o médico e os denunciantes devem estar presentes. O artigo 22 da Lei nº 3268/57 prevê as sanções aplicadas ao médico: Advertência confidencial em aviso reservado, punição moral, pela qual o Conselho de Medicina admoesta o médico, da infração cometida; Censura confidencial em aviso reservado, punição moral, como a advertência, pela qual o Conselho de Medicina adverte mais seriamente o médico. A censura fica anotada e o médico deixa de ser primário; Censura pública em publicação oficial; Suspensão do exercício profissional por até 30 dias; Cassação do exercício profissional, o Conselho de Medicina cassa o registro profissional do médico, proibindo-o de exercer a medicina.