Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

MEDICINA LEGAL, DEONTOLOGIA E PERÍCIA MÉDICA

Profª. Drª. Deborah Mônica Machado Pimentel

SINDICÂNCIA E PROCESSO ÉTICO PROFISSIONAL NO


CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA

Gabriel Oliveira de Arimatea

Jonathan Brendo Oliveira Magalhães

Moroni Moraes de Souza

Gabriel Luciano Oliveira Mattos


A sindicância é um inquérito, uma investigação que toma lugar antes da abertura
de um processo administrativo. Deve apurar indícios de infração administrativa. No
CRM, tem o objetivo a criação de um relatório que sirva ao fim de julgar se o processo
deve ser iniciado. É uma investigação simples.
Após uma denúncia, há a nomeação de um conselheiro que colhe a manifestação
do médico e outros documentos necessários para o caminhar do processo, e então faz o
relatório apresentado a uma câmara constituída de seis médicos, um conselheiro e os
outros delegados. Em seguida, essa câmara decide arquivar a denúncia ou criar um
processo disciplinar.

Pacientes e familiares que se sentem lesados podem fazer denúncias para o


CRM, a comissão de ética médica de um hospital, delegados de polícia, juízes e
promotores, ou o próprio CRM pode o fazer.

A grande diferença entre a sindicância e o processo administrativo é que a


sindicância tem a função de investigar, com o objetivo de entender se é necessário
começar um processo. A sindicância é uma fase do processo administrativo. O processo
administrativo disciplinar só pode ser começado se uma sindicância mostrar que uma
denúncia deve ser convertida em processo. Considerando as consequências do processo
administrativo, é necessário ter em mente a importância de haver o acompanhamento do
advogado no assunto desde o momento da notificação da sindicância.
São condutas denunciáveis, que podem gerar uma sindicância, e posteriormente
um processo administrativo disciplinar: negligência, imprudência, imperícia, má
assistência, erros médicos, má conduta, discriminação, atrasos, omissão de socorro, má
condições de trabalho, comportamento inadequado, desrespeito com colegas e
pacientes, ausência em plantão, acobertamento, atos desnecessários ou proibidos,
desobediência a regulamentos, condutas ilegais, sensacionalismo, charlatanismo,
divulgação indevida de informações de pacientes, maus procedimentos administrativos,
quebra do sigilo profissional
Quando a denúncia se transforma em processo, o membro corregedor indica o
conselheiro instrutor que reiniciará todo o processo.
Primeiro, há solicitação por escrito do médico, depois marcação de audiências
com o denunciado, os denunciantes e testemunhas. Depois o corregedor nomeia um
conselheiro relator e revisor que irá marcar o julgamento que ocorrerá em uma Câmara.
No julgamento, o médico e os denunciantes devem estar presentes. 
O artigo 22 da Lei nº 3268/57 prevê as sanções aplicadas ao médico:
Advertência confidencial em aviso reservado, punição moral, pela qual o
Conselho de Medicina admoesta o médico, da infração cometida;
Censura confidencial em aviso reservado, punição moral, como a
advertência, pela qual o Conselho de Medicina adverte mais seriamente o médico. A
censura fica anotada e o médico deixa de ser primário;
Censura pública em publicação oficial;
Suspensão do exercício profissional por até 30 dias;
Cassação do exercício profissional, o Conselho de Medicina cassa o registro
profissional do médico, proibindo-o de exercer a medicina.

Você também pode gostar