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ESTADO DA BAHIA

C Câmara Municipal de Catu


Praça Lourenço Olivieri, s/n, Centro, Catu – Bahia - CEP 48.110-000
Fone: (071)3641.3342 – Fax: (071) 3641.3336 – E-mail: camaracatu_ba@yahoo.com.br

PROJETO DE LEI No 57, DE 16 DE JUNHO DE 2010

“Dispõe sobre o reconhecimento, a regulamentação


e o enquadramento do exercício das profissões da
medicina tradicional natural e das demais práticas
integrativas e complementares no município de
Catu, e dá outras providências”.

A CÂMARA MUNICIPAL DE CATU,no uso de suas atribuições que lhe são conferidas
pela Lei,

DECRETA:
Capítulo I
Objetivos, princípios e conceitos
Dos Objetivos

Art. 1o – A presente Lei estabelece o enquadramento da atividade e do exercício dos


profissionais que praticam a Medicina Tradicional Natural e as Práticas Integrativas e
Complementares, tal como são definidas pela Organização Mundial de Saúde.

Do Âmbito de sua Aplicação

Art. 2o – A presente lei aplica-se todos os profissionais que se dediquem ao exercício da


Medicina Tradicional Natural e das Práticas Integrativas e Complementares.

Dos Conceitos

Art. 3o. Consideram-se “Medicina Tradicional Natural” e “Práticas Integrativas e


Complementares” as práticas que partem de uma base filosófica divergente da Medicina Alopática e
aplicam processos específicos de diagnóstico e terapêutico próprios
2 – Para efeitos de aplicação da presente lei são reconhecidas como Medicina
Tradicional Natural as praticas denominadas como Acupuntura, Homeopatia, Osteopatia,
Naturopatia, Fitoterapia, Quiropraxia, Engenharia de Nutrição, Naturopática e
Termalismo/Crenoterapia.
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Dos Princípios

Art. 4o. São princípios orientadores da Medicina Tradicional Natural e das Práticas
Integrativas e Complementares:
1 - O direito individual de opção pelo método terapêutico, baseado numa escolha
informada, sobre a inocuidade, qualidade, eficácia e eventuais riscos.
2 – A defesa da saúde pública, no respeito do direito individual de proteção de saúde.
3 – A defesa dos utilizadores que exige que as Práticas Integrativas e Complementares
sejam exercidas com um elevado grau de responsabilidade, diligência e Competência, assentando na
qualificação profissional de quem as exerce e na respectiva certificação.
4 – A defesa do bem-estar do utilizador, que inclui a complementaridade com outras
profissões de saúde.
5 – A promoção da investigação científica nas diferentes áreas da Medicina Tradicional
Natural e das Práticas Integrativas e Complementares, visando alcançar elevados padrões de
qualidade, eficácia e efetividade.
Capítulo II
Autonomia profissional e qualificação
Da Autonomia Técnica e Deontológica e Qualificação

Art. 5o – É reconhecida autonomia técnica e deontológica no exercício profissional da


Medicina Tradicional Natural e das Práticas Integrativas e Complementares.
Parágrafo Único – O Município por meio de seus órgãos competentes deverá promover a
orientação para a qualificação dos profissionais das medicinas tradicionais naturais.

Capítulo III
Do Exercício do Profissional de Medicina Tradicional Natural
Do Desenvolvimento das Atividades

Art. 6º - O profissional de Medicina Tradicional Natural desenvolverá suas atividaes no


campo da atividade à saúde para:
I – a promoção, a proteção e a recuperação da saúde;
II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças;
III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências.
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Da Medicina Integrativa

Art. 7º - O profissional da Medicina Tradicional Natural e das Práticas Integrativas e


Complementares, na condição de parte integrante da equipe de saúde que assiste o paciente ou a
sociedade, colabora e tem a colaboração dos demais profissionais de saúde que a compõem:
Art. 8º - - Poderão exercer as profissões da Medicina Tradicional Natural e as Práticas
Integrativas e Complementares:
I – Os possuidores de diploma de nível superior em Medicina tradicional Natural, como:
Naturopatia, Naturologia, Acupuntura, Osteopatia, Engenharia Alimentar, Naturopática e
Quiropraxia, que são desenvolvidos como graduação, pós-graduação lato sensu em nível de
especialização e em nível técnico, expedidos no Brasil, por escolas oficiais ou reconhecidas pelo
Governo Federal:
II – os diplomados por escolas estrangeiras reconhecidas pelas leis de seu País:
III – os profissionais práticos que na data de entrada em vigor desta lei, tenham exercido
comprovadamente durante o período de no mínimo 5(cinco) anos uma ou mais atividades da Medicina
Tradicional Natural e das Práticas Integrativas e Complementares definidas no artigo 3º e que
requeiram o respectivo registro junto aos Conselhos Regionais de Medicina Tradicional Natural.
§ 1º - Caberá ao Conselho Regional do Estado de residência do interessado decidir acatar
ou não o ingresso deste profissional;
§ 2º - Os terapeutas holísticos que não se enquadram no artigo 3º da presente lei não estão
incluídos neste item.
Art. 9º - As atividades e atribuições dos profissionais de que trata esta lei, observadas as
limitações de cada área, consistem em:
I – praticar todos os atos pertinentes à Medicina Tradicional Natural, decorrentes de
conhecimentos adquiridos em curso regular ou em cursos de graduação e/ou Pós-graduação:
II – prescrever e aplicar especialidades fitoterápicas, homeopáticas, homotóxicologicas
ortomolecular e oligoterápicas no uso interno e externo, indicadas na Medicina Tradicional Natural.
III – realizar diagnóstico dentro do conceito da Medicina Tradicional Natural com visão
energética funcional diferindo do diagnóstico médico nosológico alopático:
IV – atestar no setor de sua atividade profissional, estados de desequilíbrios funcionais, e
outros, inclusive para justificação de falta de emprego:
V – dar atenção ao público;
VI – dar informação ao mundo científico;
VII – identificar e classificar as plantas medicinais;
VIII - divulgar as análises das plantas medicinais;
IX – extrair substâncias básicas para a produção de remédios naturais;
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X - comunicar ao Ministério da Saúde as estatísticas e atendimentos;


XI – orientar a população no uso correto dos vegetais e ervas medicinais;
XII – colaborar com a Medicina Convencional (Alopática);
XXIII - assumir seu papel no estabelecimento de padrões desejáveis ao ensino e ao
exercício da medicina natural;
XXIV – oferecer ou divulgar seus serviços profissionais respeitando a dignidade
profissional e a leal concorrência;
XXV – cumprir e fazer cumprir os preceitos contidos neste código e levar ao
conhecimento do Conselho Federal e dos Regionais de Medicina Tradicional Natural o ato atentatório
a qualquer de seus dispositivos.
XXVI – usar instrumentos pertinentes a medicina tradicional natural: aparelho de
iridoscopia, theratest, aparelho colônico, bem como aparelhos específicos para cada especialidade.
Art. 10º - É vedado ao Profissional de Medicina Tradicional Natural e das Práticas
Integrativas e Complementares:
I – negar assistência em caso de indubitável urgência;
II – abandonar o paciente em meio a tratamento, sem a garantia de continuidade de
assistência, salvo por motivo relevante;
III – concorrer, de qualquer modo para que outrem exerça ilegalmente as atividades
inerentes à sua profissão;
IV – prescrever medicamentos alopáticos ou praticar ato cirúrgico sem o conhecimento
específico;
V – A prescrição de oligonoelementos, tais como vitaminas e minerais, não é vedada por
ser considerada como complementação alimentar pela medicina Tradicional Natural;
VI – recomendar, prescrever, executar tratamento ou nele colaborar, quando:
a) desnecessário:
b) vedado por lei ou pela ética profissional;
c) atentatório à moral ou à saúde do paciente;
d) praticado sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal ou
responsável – quando se trata de menor ou incapaz;
VII – promover ou participar de atividade de ensino ou pesquisa que envolva menor ou
incapaz, sem observância às disposições legais;
VIII – promover ou participar de atividade de ensino ou pesquisa em que o direito
inalienável do homem seja desrespeitado, ou acarrete risco de vida ou dano a sua saúde;
IX – ceder seu nome, ainda que gratuitamente, fora do âmbito de suas atribuições;
X – permitir mesmo que de forma gratuita, que seu nome conste como naturopata, do
quadro de pessoal de qualquer entidade, empresa, etc., sem que ali preste efetivamente seus serviços;
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XI – receber de pessoa física ou jurídica, comissão, remuneração, benefício ou vantagem


que não corresponda a serviço efetivamente prestado:
XII – exigir, de instituição ou paciente, outras vantagens além do que lhe é devido em
razão de contrato, honorários ou exercício de cargo, função ou emprego;
XIII – trabalhar em entidade, ou com ela colaborar, onde não lhe seja assegurada
autonomia profissional, seja desrespeitados princípios éticos, ou inexistam condições que garantam
adequada assistência ao paciente e proteção a sua intimidade;
XIV – permitir que o seu trabalho executado seja assinado por outro profissional,bem
como assinar trabalho que não executou ou do qual não tenha participado:
XV – angariar, captar serviço ou paciente, com ou sem a intervenção de terceiros,
utilizando recurso incompatível com a dignidade da profissão ou que implique em concorrência
desleal;
XVI – receber de colega e ou de outro profissional ou a ele pagar remuneração a qualquer
título, em razão de encaminhamento de paciente:
XVII – fazer propaganda de curas questionáveis ou emprego de técnica terapêutica
infalível ou secreta:
XVIII – usar título que não possua:
XIX – dar consulta ou prescrever tratamento por meio de correspondência, jornal, revista,
rádio, televisão, telefone ou internet:
XX – divulgar ou permitir a divulgação, na mídia não especializada, de declaração de
curas não comprovadas.
XXI – desviar para consultório ou clínica particular, pacientes atendidos fora daqueles,
decorrentes de emprego, cargo ou funções externas:
XXII – desviar, para si ou para outrem, paciente de colega:
XXIII – atender a paciente que saiba estar em tratamento com colega, ressalvadas as
seguintes hipóteses:
a) apelido do colega:
b) em caso de indubitável urgência:
c) no próprio consultório, quando procurado espontaneamente pelo paciente;
XXVI – recusar seus serviços profissionais a colega que deles necessite salvo quando
motivo relevante justifique o procedimento:
XXV – divulgar técnica terapêutica naturista ou descoberta eficácia clinica não seja
comprovada:
XXVI – deixar de atender a convite ou intimação de Conselho de ética, para depor em
processo ou sindicância ético-profissional:
XXVII – inserir em anúncio profissional fotografia, nome, iniciais de nomes, endereço
ou qualquer outra referência que possibilite a identificação do paciente: salvo nos casos em que
este haja concordado por escrito.
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Das Funções Privativas


Art. 11º – São privativas do Médico Tradicional Natural também as funções de chefia, direção
técnica, coordenação de perícia, auditoria e supervisão, de formas imediata e direta, a atos
privativos.

§ 1º - A direção administrativa de serviços de saúde e as funções de direção chefiam e supervisão


que não exijam formação de Medicina Tradicional Natural não consiste funções privativas.
§ 2º - Compete ao Conselho Federal de Medicina Tradicional Natural identificar especializações
dos profissionais de Medicina Tradicional Natural e estabelecer sua denominação e suas
atribuições.
§ 3º - É privativo do Médico Tradicional Natural o ensino de disciplinas específicas da área, bem
como, a direção dos cursos de graduação e pós-graduação em Medicina Tradicional Natural.

Das Denominações Profissionais

Art. 12º – A denominação de Médico Tradicional Natural, Quiropraxista, Engenheiro Alimentar


Naturopata, Acupunturista, Osteopata e Naturólogo são privativos dos graduados em curso
superior nas devidas áreas, e com o exercício da profissão respaldado pelo Conselho Regional de
Medicina Natural com jurisdição na unidade da Federação correspondente. O mesmo é válido para
as demais terapêuticas elencadas no artigo 3º com exceção da exigência do curso superior.

Da Jornada de Trabalho

Art. 13º – A jornada de trabalho dos profissionais de que trata esta lei não excederá 40 (quarenta)
horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.
Parágrafo Único – A jornada de trabalho dos profissionais submetidos a atividades que demandem
esforço repetitivo será de 20 (vinte) horas semanais, não excedendo a 05 (cinco) diárias, já
computado um período de 15 (quinze) minutos para descanso.
Art. 14º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Câmara Municipal de Catu, 17 de junho de 2010.

Adilson Mota de Araújo


Vereador
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