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Património Cultural

A classificação do património português é o acto final do procedimento


administrativo mediante o qual se determina que certo bem possui um
inestimável valor cultural.

O organismo que zela pela classificação e protecção do património é o


IGESPAR- Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e
Arqueológico, na dependência do Ministério da Cultura.

O organismo competente propõe ao Ministério da Cultura, que procede ou


não à respectiva homologação, a classificação que considera adequada para
um certo bem do património cultural português, de forma a proteger e a
conservar o seu valor histórico e arquitectónico, bem como o da sua
envolvência.

O processo de inventariação e atribuição da classificação aos bens móveis


ou imóveis portugueses é regido pela "Lei de bases do património"
aprovada em 2001 pela Assembleia da República portuguesa.

Classificação/inventariação

Para que o organismo competente inicie o processo de análise de uma


qualquer classificação, basta que qualquer pessoa ou organismo, público ou
privado, português ou estrangeiro subscreva a respectiva proposta. O
processo desenvolve-se depois de acordo com um conjunto de etapas entre
as quais:

 Pré-análise - em que a proposta é analisada e ajuizada a sua


pertinência;
 Abertura e audição - contacto com o município, o proprietário do
imóvel em análise e o proponente da classificação;
 Fundamentação técnica da classificação - investigação e análise,
caracterização, valorização;

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 Homologação - parecer do conselho consultivo do IPPAR (ou do
organismo competente) e homologação/ratificação por parte do
Ministério da Cultura;
 Divulgação - publicitação da classificação a atribuir ao imóvel e da
possibilidade de reclamações (que serão obrigatoriamente
analisadas);
 Publicação da classificação em Diário da República e comunicação à
conservatória do Registo Predial.

O detentor do imóvel classificado tem direito a ser informado de todos


os actos tendentes à valorização e protecção do património, e bem assim a
ser indemnizado sempre que haja uma proibição ou restrição grave ao uso
normalmente dado ao respectivo bem. O proprietário de imóvel classificado
tem a obrigação de, mediante certas condições, assegurar o regime legal
sobre acesso e visita pública, e bem assim executar as obras necessárias
para assegurar a salvaguarda do bem após parecer prévio do organismo
regulador. Em caso de transmissão de propriedade, o Estado e a autarquia
têm direito de preferência sob certas condições.

A partir da altura em que os processos se encontrem em vias de


classificação é de imediato criada uma ZP-zona de protecção de 50 metros
a partir dos limites externos do imóvel, ou uma ZEP-zona especial de
protecção, de contornos definidos a partir de curvas de nível ou de
referências na paisagem (cristas de montes, leitos de rios e outras). Nestas
zonas de protecção não pode ser efectuada qualquer construção sem prévio
parecer e autorização do organismo de regulação, de forma a reduzir ao
mínimo os impactos construtivos na zona ou salvaguardar os solos
arqueológicos.

Bens inventariados

Através da inventariação pretende-se obter um levantamento dos bens


culturais existentes a nível nacional, com vista à respectiva identificação.
Os bens classificados, bem como os que estejam em vias de classificação,
independentemente do resultado, são obrigatoriamente inventariados. Só a
título excepcional, os bens não classificados pertencentes a pessoas
colectivas privadas e a pessoas singulares serão incluídos no inventário sem
o acordo destas.

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Os bens inventariados gozam de protecção com vista a evitar o seu
perecimento ou degradação, a apoiar a sua conservação e a divulgar a
respectiva existência.

Os números do património

 3297 Imóveis classificados em todo o território português


 793 Edifícios classificados como Monumentos Nacionais
 2085 Edifícios estão classificados como imóveis de interesse público
 13 Classificações de Património Mundial inscritas na lista da
UNESCO.

Bens classificados:

Monumento Nacional

Um bem considera-se de interesse nacional quando a respectiva


protecção e valorização, no todo ou em parte, represente um valor cultural
de significado para a Nação. Os bens móveis pertencentes a particulares só
podem ser classificados como de interesse nacional quando a sua
degradação ou o seu extravio constituam perda irreparável para o
património cultural (classificação sob a forma de decreto do Governo).

Imóvel de Interesse Público

Um bem considera-se de interesse público quando a respectiva protecção


e valorização represente ainda um valor cultural de importância nacional,
mas para o qual o regime de protecção inerente à classificação como de
interesse nacional se mostre desproporcionado. Dos bens móveis
pertencentes a particulares só são passíveis de classificação como de
interesse público os que sejam de elevado apreço e cuja exportação

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definitiva do território nacional possa constituir dano grave para o
património cultural (classificação sob a forma de portaria).

Exemplos:

Imóvel de Interesse Municipal

Consideram-se de interesse municipal os bens cuja protecção e valorização,


no todo ou em parte, representem um valor cultural de significado
predominante para um determinado município. Só é possível a classificação
de bens móveis de interesse municipal com o consentimento dos respectivos
proprietários.

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Outros bens de Interesse Nacional:

Fado: Expressão musical, intrínseca á cultura Portuguesa.

Vinho do Porto: Outro exemplo de património cultural, levando além


fronteiras, o nosso tradicionalismo.

Fátima: Local sagrado, Mundialmente conhecido, sendo que, todos os anos,


milhares de peregrinos deslocam-se a esta zona, vindos de todo o Mundo.

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Tourada: Assunto controverso, mas ainda assim faz parte da nossa
tradição.

Joalharia Minhota: Um dos ex-líbris da região do Minho, trata-se de


trabalhar o ouro, como se fosse uma peça de renda. Chamada de filigrana, é
o cartão-de-visita de Vieira do Minho.

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