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em Lajes Lisas
Shear Reinforcement to Improve Punching Shear Strength of Flat Slabs
Resumo
As armaduras de cisalhamento podem aumentar significativamente a resistência à punção de ligações laje-
pilar em sistemas estruturais com lajes lisas. O acréscimo de resistência obtido com o uso destas armaduras
está associado à uma alteração dos mecanismos de distribuição de esforços internos após a formação de
fissuras, que permitem que parte das tensões de tração sejam resistidas pelas armaduras. Existem diversos
tipos de armadura de cisalhamento, podendo ser classificados de forma geral como estribos, conectores,
shearheads e barras dobradas. Uma quantidade expressiva de pesquisas experimentais foi e vem sendo
desenvolvida buscando determinar seu comportamento e eficiência, uma vez que em lajes lisas tais
armaduras enfrentam condições críticas de ancoragem e os aspectos relacionados ao mecanismo de
resistência ainda não foram esclarecidos satisfatoriamente. Este artigo tem como objetivo fazer uma revisão
dos tipos de armadura utilizados nestas pesquisas e avaliar seu desempenho e eficiência no combate à
punção. São avaliados resultados de lajes lisas armadas com estribos e conectores submetidas ao
puncionamento simétrico com ruptura no interior da região das armaduras.
Palavra-Chave: Concreto armado, Punção, Laje lisas,Armadura de cisalhamento.
Abstract
Shear reinforcement can significantly increase the punching shear strength of slab-column connections of flat
slabs. This increase of strength is due to changes on the distribution of internal stress and strains after crack
formation, that make that part of the tension stresses be resisted by reinforcement. Several types of shear
reinforcement have been used to increase punching shear strength. In general, they may be classified as
stirrups, headed studs, shearheads and shear bands. Many experimental studies has been carried on the past
decades aiming to better understand its behavior and efficiency, since in flat slabs such reinforcement are
subjected to critical anchorage conditions and the available aspects related to strength mechanisms are still
unclear. This paper gives an overview the principal types of shear reinforcement used on these studies and
discusses results of slabs reinforced with stirrups and headed studs failed by symmetrical punching inside the
zone reinforced to shear.
Keywords: Reinforced concrete, Punching shear, Flat slabs, Shear reinforcement.
O uso de vários tipos de estribos também é comum para combater à punção, tendo ensaios
com estribos fechados (Figura 1b), estribos abertos (Figura 1c), estribos em pente (Figura
1d), e estribos inclinados (Figura 1e). De modo geral estribos fechados e estribos pente são
de difícil utilização devida complicações durante a etapa de armação. Estribos abertos,
embora tenham uma execução mais simples em relação aos estribos anteriores,
necessitam custo elevado de mão-de-obra para envolver suas pernas superiores e
inferiores nas barras de flexão. Pesquisas brasileiras como as de MELO et al. (2000),
ANDRADE (2000) e TRAUTWEIN (2001) desenvolveram um tipo estribo aberto com
ângulos de inclinação de 45º e 60º, estes estribos quando inclinados a 60º mostraram ter
grande eficiência, porem pouco utilizado por questões construtivas.
Estribos pré-fabricados foram desenvolvidos por CHANA (1993). Eles são módulos de
estribos soldados em uma armadura em forma de aro colocados em torno do pilar. Com
esse sistema em buscou-se resolver muitos dos problemas construtivos apresentados
pelos estribos, embora ainda houvesse a necessidade certa mão-de-obra para envolver as
armaduras de cisalhamento nas armaduras de flexão superiores. Para evitar esses
eventuais problemas construtivos observados nos estribos convencionais, BEUTEL e
HEGGER (2000) desenvolveram dois tipos de estribos com boas condições de ancoragem
(envolvendo a armadura superior) e de fácil montagem, um tipo não envolvendo a armadura
inferior e outro envolvendo. Porém, assim como CHANA (1993), sua fabricação tem a
necessidade de acrescentar a atividade de soldagem.
Armadura com cabeças de ancoragem são muito utilizadas, devida sua industrialização que
resulta em um maior controle de qualidade. Stud rails (Figura 1f), desenvolvidos na
Universidade de Calgary, consistem em barras soldadas em tiras de aço com cabeça de
ANAIS DO 57º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO -CBC2015 – 57CBC 2
ancoragem na extremidade, são muito eficientes e de fácil montagem in loco. Double
headed studs (Figura 1g), embora menos eficientes que os studs rails como observado nos
ensaios de REGAN e SAMADIAN (2001), são mais utilizados, pois sua montagem é mais
simples, podendo ser colocado após a montagem das armaduras de flexão, ao contrário
dos studs rails. GOMES e REGAN (1999) utilizaram fatias de perfis I metálicos para utilizar
como armaduras de combate a punção, se demonstraram muito eficientes, alcançando
acréscimos de resistência de aproximadamente 100% em relação à laje de referência e
com ruptura fora da região das armaduras.
Para avaliar de modo qualitativo o escorregamento das armaduras com várias situações de
ancoragem BEUTEL e HEGGER (2002) fizeram na´slises computacionais não-lineares
tridimensionais. O Primeiro modelo, denominado de A pelos autores, simulou o caso mais
simples, uma barra reta sendo arrancada do concreto; o modelo B é um barra com uma
dobra em 90º envolvendo uma armadura longitudinal; o modelo C e D foram com barras
com dobras em 180º sem e com o envolvimento da armadura longitudinal; os modelos E, F
e G foram combinações de situações com barras longitudinais soldadas as barras
arrancadas. Por fim, o modelo H simula uma armadura com ancoragem mecanica, com
uma cabeça de diametro três vezes o diametro da barra.
Figura 6 – Perímetro de controle fora da região das armaduras segundo o ACI 318-14
Onde:
200
k é a parcela do efeito de escala obtida através de k =1+√ ≤ 2, d em mm;
d
ρ é a media da taxa de armadura nas duas direções calculado por 𝜌 = √𝜌x ∙ 𝜌y ≤ 0,02, onde
ρx e ρy são as taxas de armadura de flexão da laje nos sentidos x e y, levando em
consideração apenas uma faixa de laje igual à base do pilar mais 3d para cada lado.
fc é resistência à compressão do concreto;
u1 é o perímetro de controle afastado em 2d do pilar;
d é a altura útil da laje.
1,5∙d
VRcs =0,75∙VRc +Asw ∙fyw,ef ∙ ( ) Equação 8
sr
1
VRout =0,18∙k∙(100∙ρ∙fc )3 ∙uout ∙d Equação 9
VRmax = 0,4∙fc ∙ υ ∙ u0 ∙ d Equação 10
Onde:
Asw é a área de aço da secção transversal de um perímetro de armaduras;
fyw,ef é a tensão de efetiva na armadura de cisalhamento, a qual deve ser calculada através
fyw,ef =1,15∙(250+0,25∙d)≤fyw , em MPa e o d em mm;
sr é o espaçamento entre os perímetros de armadura;
uout,EC é o perímetro de controle afastado a 1,5d da região das armaduras
ν é o fator de redução da eficiência da resistência à compressão do concreto da biela devida
a localização em uma zona fissurada devida a tensões de tração lateral. Dado por υ=0,6∙ (1-
fc
);
250
u0 é o perímetro do pilar.
Para lajes armadas a punção, a NBR verifica três modos de ruptura. Para o cálculo com
plano de ruptura dentro da região das armaduras (VRcs) utiliza-se a Equação 8, porem com
fyw,ef não superando 345 MPa para conectores e não superando 287,5 MPa para estribos.
Para o cálculo com o plano ruptura fora da região das armaduras (VRout) é feito de acordo
com a Equação 7, porem o perímetro de controle afastado em 2d da última camada de
armaduras, como ilustra a Figura 9. E na verificação ao esmagamento da biela comprimida
(VRmax), o cálculo é feito por analogia ao esmagamento de bielas em vigas de acordo com
a Equação 11.
Figura 9 – Perímetro de controle fora da região das armaduras segundo a NBR 6118
Para todas as lajes, observa-se que com o aumento do valor estimado para a resistência à
punção a partir da adição de armadura de cisalhamento, há uma diminuição do acréscimo
efetivo de resistência. Os resultados apontam para uma relação Vcs/Vc pouco abaixo de 1,5
como sendo um limite abaixo do qual as estimativas se tornam conservadoras e acima,
inseguras. Comparando-se os diferentes tipos de armadura, observa-se que as lajes
armadas com doube headed studs são as que apresentam melhor desempenho em relação
às outras, visto que a faixa de valores a favor da segurança se estende a maiores valores
de Vcs/Vc, além de os resultados para estas lajes apresentarem menos dispersão.
Comparado entre si os dois tipos de estribo, observa-se uma grande disparidade entre os
resultados. Isto se deve principalmente às diferentes condições de ancoragem entre os dois
grupos. Todas as lajes armadas com estribos do tipo 2 obtiveram resultados abaixo das
estimativas. Isto mostra, para as lajes analisadas que, apesar de a extremidade do estribo
não ancorada à camada de armadura de flexão se situar na zona comprimida (o esperado
seria que as tensões de compressão garantissem a devida ancoragem), estribos ancorados
2,50
2,00
1,50
VExp/Vc
1,00
Estribo 1
0,50
Estribo 2
DH Stud
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Vcs/Vc
Figura 10 – Relação entre o incremento de carga calculado e o
incremento real obtido
4 Conclusões
Os resultados apresentados indicam uma tendência da diminuição da eficácia das
armaduras de cisalhamento no aumento da resistência à punção conforme o aumento da
relação entre a resistência calculada para uma laje armada ao cisalhamento e a resistência
para uma laje com as mesmas características, mas sem armadura de cisalhamento.
Observou-se que double headed studs garantem um maior acréscimo de resistência à
punção em comparação com estribos. Esta tendência pode estar relacionada ao processo
industrializado empregado na fabricação destas armaduras e a uma maior eficiência do
mecanismo de ancoragem nas extremidades em relação aos estribos. Estribos ancorados
externamente à armadura de flexão em ambas as extremidades comprimida e tracionada
apresentaram melhores resultados em comparação a estribos ancorados desta maneira
apenas na extremidade tracionada. Porém, devido à grande variedade de tipos de estribos,
quanto à geometria e condições de ancoragem, uma análise mais específica deve ser feita.
Analisando todos os resultados com base apenas nas estimativas de normas, tem-se que
a diminuição da eficácia das armaduras está relacionada um unicamente ao aumento da
taxa de armadura de cisalhamento, visto que o modelo de cálculo utilizado admite que, para
lajes com mesma geometria e mesmos materiais, V cs aumenta apenas em função da área
de aço, mantendo a contribuição do concreto constante. Porém, para uma melhor
compreensão do efeito do aumento da taxa de armadura de cisalhamento, bem como do
5 Agradecimentos
Os autores gostariam de agradecer pelo apoio a esta e a outras pesquisas à: Universidade
Federal do Pará; ao Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia (NDAE); ao
Campus de Tucuruí; à Eletronorte; e às Agências de fomento CNPq, CAPES e FAPESPA.
6 Referências
BEUTEL, R. e HEGGER, J., The effect of anchorage on the effectiveness of the shear
reinforcement in the punching zone, Cement & Concrete Composites 24, 2002.
BROMS, B., Shear reinforcement for deflection ductility of flat plates, ACI Structural
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CHANA, P.S. and DESAI, S.B., Design of shear reinforcement against punching, The
Structural Engineer, Vol.70, No.9, 5 May 1992, pp.159-164.
CHANA, P.S. and DESAI, S.B., Design for provision of resistance against punching
shear, Concrete 2000, E&FN Spon, Sept 1993, Vol.l, pp.815-825.
OLIVEIRA, D.R.C., MELO, G.S. and REGAN, P.E., Punching strengths of flat slabs with
vertical or inclined stirrups, to be published ACI Structural Journal.
PILAKOUTAS, K. and LI, X., Shear band: novel punching shear reinforcement for flat
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pp.35-45.
YAMADA, T., NANNI, A. and ENDO, K., Punching shear resistance of flat slabs:
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