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Nota:

LABORATÓRIO DE FÍSICA 1

Aluno: RA:
Assinatura: BANCADA: Curso:
Professor: TURMA: DATA: / /
Experiência: TRABALHO MECÂNICO DE UM MATERIAL SEMI-ELÁSTICO

Trabalho Mecânico de um Material Semi-Elástico.

1. Introdução: Os materiais podem sofrer deformações quando submetidos a uma força


de tensão. Se a quantidade de força aplicada não ultrapassar o limite de elasticidade, a
deformação terá um caráter elástico e o material retornará à sua forma original após a retirada
da força. Neste regime são necessárias grandes variações da força aplicada para produzir
pequenas deformações elásticas. Se a força aplicada ultrapassar o limite de deformação
elástica, o material sofrerá uma deformação que não será mais reversível sendo denominada
deformação plástica. Neste regime, pequenos acréscimos de força podem provocar grandes
deformações permanentes no material que poderá romper-se ao atingir o limite de ruptura.
Estes comportamentos podem ser visualizados em um gráfico de tensão x deformação como o
gráfico da Figura 1. Quando o material rompe após sofrer uma deformação plástica ele é
chamado de dúctil. Os metais em geral possuem este comportamento. É o que ocorre, por
exemplo, com um fio de ferro doce. Agora se o material quebra-se tão logo após ultrapassar o
regime elástico ele é chamado de quebradiço. Para a borracha vulcanizada o comportamento
é um pouco diferente. Durante a aplicação da força ela deforma-se elasticamente pelo
caminho superior de uma curva conhecida como curva de histerese elástica, vista na Figura 2.
Quando a tensão é removida a borracha retorna ao seu tamanho inicial pelo caminho inferior
da curva de histerese. Este comportamento ocorre porque uma parte da energia aplicada
durante a carga é perdida internamente quando a força é removida, pelo trabalho da força de
atrito entre as moléculas que formam o material. É por esse motivo que a borracha é tão
utilizada em engenharia para reduzir ruído e absorver impacto. Uma deformação plástica
também pode ocorrer se a borracha não retornar ao seu tamanho original após a remoção da
tensão. Este processo está ligado ao excesso de força aplicada e à fadiga do material.

Tensão

carga

descarga

Deformação

Figura 1 – Gráfico da Tensão x deformação dos materiais. Figura 2 – Gráfico da histerese elástica da borracha.

O trabalho realizado pela força de atrito entre as moléculas da borracha quando a força
de tensão é removida diminui a quantidade de energia liberada durante o processo de
descarga, ou seja, a borracha é capaz de absorver uma quantidade de energia e liberar uma
quantidade menor sem sofrer deformações plásticas significativas. Neste experimento, você
aprenderá a calcular a energia dissipada no processo. Esta energia é a energia perdida pelo
trabalho da força de atrito entre as moléculas da borracha durante a remoção da força
aplicada e corresponde à área entre as duas linhas do gráfico de histerese elástica da Figura 2.
2. Arranjo experimental: O arranjo experimental consiste em um suporte com uma régua,
uma tira de borracha presa a um porta-massa e dez massas de 50 gramas. Observe a Figura 1.
3. Material: 1 porta-massa, 1 tira de borracha, dez massas de 50g , 1 cronômetro, 1 régua.
4. Procedimento: Neste experimento você realizará um ensaio de histerese elástica em
uma tira de borracha. O ensaio consiste em submeter a tira de borracha a uma força peso que
cresce linearmente de 50 em 50 gramas até o máximo de 500 gramas. Como a deformação da
borracha muda com o tempo, a força peso deve ser aplicada à tira em intervalos de tempos
iguais. Uma vez iniciado o ensaio você não deve pará-lo até o seu término. A cada 30 segundos
uma nova massa de 50 gramas deve ser adicionada durante o processo de carga. Ao passar 30
segundos após atingir a carga máxima de 500 gramas, inicia-se o processo de descarga
removendo-se a primeira massa de 50 gramas. Durante o processo de descarga as massas de 50
gramas são retiradas uma a uma a cada 30 segundos. Desta forma, o ensaio todo demorará
apenas 10 minutos, ou seja, 300 segundos para a carga e 300 segundos para a descarga.

Antes de iniciar o ensaio, ajuste o zero da régua na base do


porta-massa conforme indicado na Figura 1. Adicione 50 gramas e
dispare o cronômetro. Após 30 s anote o comprimento da tira de
borracha na Tabela 1. Siga anotando o comprimento da tira de
0 cm
borracha a cada 30 s após a adição de novas massas de 50g. Ao
término da carga máxima de 500 g e após 30 s anote o comprimento
máximo da tira e remova uma massa de 50 g. Sem parar o cronômetro
e após 30 s anote o comprimento de retração da tira na Tabela 2 para
a carga de 450 g. Remova a segunda massa e após 30 s anote o
comprimento retraído da tira para 400 g. Prossiga até o final do ensaio
preenchendo toda a tabela 2.
Figura 1 – Arranjo experimental.

(2) TABELA 1 – Carga crescente.


Carga(g) ZERO 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Deformação
(cm) 0

(2) TABELA 2 - Carga decrescente.


Carga(g) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 ZERO
Deformação
(cm)

4.1 Construção do gráfico: Com os dados das Tabelas 1 e 2 construa um gráfico


semelhante ao da Figura 2. A tabela 1 com carga crescente deverá fornecer a linha superior da
curva de histerese da Figura 2 (carga) e a tabela 2 com carga decrescente fornecerá a linha
inferior da curva de Figura 2 (descarga). Coloque o eixo y no lado menor do papel (força de
tensão dada pela força peso em gf). Utilize a escala de 1cm = 50 gramas-força (gf).
O eixo x ficará no lado maior do papel (deformação da tira de borracha em centímetros) e a
escala será de 1cm =1cm de deformação.

4.2 Análise dos dados: Com o auxílio de uma tesoura recorte a região compreendida
entre as duas linhas do gráfico. Recorte também um quadrado de 10 cm de lado do mesmo
papel. Leve até o técnico que pesará a parte do papel compreendida entre as duas curvas e
também o seu quadrado de área de 100 cm2 de referência. Ele anotará nos versos os valores das
massas pesadas em uma balança com precisão adequada.

SOLICITE AO TÉCNICO UM GRAMPEADOR E ANEXE ESTES RECORTES AO SEU RELATÓRIO.


4.2.1 Cálculo da energia perdida no processo:

O trabalho realizado pela força peso para deformar a tira de borracha pode ser
calculado com base nas escalas utilizadas no gráfico.
Como cada cm de deformação equivale a 50 gf de peso, Podemos calcular a energia
contida em 1 cm2 do gráfico feito naquela escala.
Sabemos que o trabalho de uma força é dado pela força vezes o deslocamento. Assim, a
área abaixo da 1a curva do gráfico (curva de carga crescente) equivale à energia gasta para
alongar a tira de borracha. A área abaixo da 2a curva (curva de carga decrescente)
corresponde à energia liberada durante a remoção da tensão. A área entre as curvas
representa a energia absorvida pela borracha e perdida no processo.
Considere a gravidade local g = 978 cm/s2. O trabalho W realizado pela força peso no
sistema C.G.S. de unidades fornecerá estas energias. Neste sistema de unidades a energia
recebe o nome de erg.
Para a área de 1 cm2 esta energia corresponderá a 48,9 × 10 3 erg . Observe:

W = F .d = mg.d = 50( g ).978(cm / s 2 ).1(cm) = 48,9 × 10 3 erg

A área de 100 cm2 do seu quadrado de referência corresponderá a uma energia 100
vezes maior equivalente a Eq = 48,9 × 10 5 erg .

Você calculará a energia perdida no ensaio de forma indireta utilizando a informação das
massas dos recortes que foram pesadas. Enquanto a massa do quadrado Mq equivale a uma
energia Eq = 48,9 × 10 5 erg , a massa da figura recortada entre as duas curvas M F equivale a uma
energia E F .

Calcule a energia E F por regra de 3. Monte no quadro abaixo a sua conta com os seus
valores de massa medidos na balança e a energia do quadrado de 100 cm2 , Eq = 48,9 × 10 5 erg .

(4) Cálculo da energia perdida no processo E F . Não esqueça a unidade de energia no sistema
C.G.S.

(1) Pense e Responda:

Um cálculo de integração aplicado ao gráfico da Figura 2 que é o mesmo tipo de gráfico que
você construiu pode ser utilizado para calcular a energia perdida ? SIM ( ) NÃO ( )

Referência: Coleção de Exercícios de Física – Prof. Luiz de Oliveira Xavier – Editora Universidade São Judas.
(6) Papel para o gráfico de histerese da tira de borracha.

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