Você está na página 1de 4

Processo Penal

Aula 1
Partes Suspensas em medida cautelar
1. Juiz das garantias (3º A a 3º F)
2. Arquivamento interno do IP pelo MP (caput do 28º)
3. Impedimento do Juiz que tem contato com prova ilícita (§5º, 157º)
4. Ilegalidade da prisão pelo descumprimento do prazo (24H) da Audiência de Custódia
(§4, 310º)
Inquérito Policial
1. Conceito e Finalidade
a. Procedimento Administrativo Preliminar
b. Caráter Informativo
c. Presidido pela Autoridade Policial -> Delegado (Art. 2º, §1º, Lei12.830/13)
d. Objetivo, apurar: Autoria, Materialidade e Circunstancias da Infração
Materialidade = existência da infração
Quando o crime deixa vestígios será elaborado o exame de corpo de delito (158º)
Os crimes que deixam vestígios são chamados de não transeuntes ou
intranseuntes
Conceito de vestígio -> §3º, 158-A
e. Com prazo
f. Finalidade: Contribuir na formação da opinião delitiva do titular da ação
(convencimento ou não da persecução penal)

2. Características
a. Procedimento Inquisitivo (concentração de poder na autoridade investigante)
Conceito: usualmente não haverá o contraditório e a ampla defesa. Contudo, o
seu afastamento não possui um caráter absoluto (contraditório mitigado)
b. Prerrogativa do Advogado (Art. 7º, XXI, EOAB): o interrogatório policial pode ser
feito sem a presença do Adv. Diferentemente do interrogatório JUDICIAL, sem o
qual gera nulidade, pois sua presença é imprescindível (185º)
c. Procedimento discricionário: liberdade com parâmetros legais (pretensão de
eficiência);
Preleção de Diligências (6º e 7º) (Art. 2º, Lei 12.830/13) (13º-A e 13º-B)
Requerimentos de diligências (pela vítima ou suspeito): podem ser negados a
bem da investigação (14º), exceto o Exame de Corpo de Delito quando a infração
deixar vestígios por imposição legal (184º).
d. Sigiloso (20º) – eficiência e princípio da presunção de inocência (parágrafo único,
20º).
Prerrogativa do Advogado: retrospectivo – acesso aos autos já documentados
(SV 14º)
e. Procedimento escrito – forma documental (9º): nada impede que novas
ferramentas tecnológicas sejam empregadas para apoiar a documentação
escrita.
f. Procedimento temporário: prazos do inquérito (bifurcado – preso ou solto) (10º
c/c 3º-B, VIII, §2º).
g. Procedimento Indisponível (para o delegado) (17º): O delegado nunca poderá
arquivar o inquérito – toda investigação iniciada deve ser concluída e
encaminhada à autoridade competente. Não há exceção.
h. Procedimento Dispensável (para a acusação – MP): o início do processo
independe do inquérito. A justa causa pode ser obtida por outro meio legal.
Doutrina minoritária defende que o inquérito é um procedimento indispensável
por ser rara a situação da ação penal que o dispensa de fato.

3. Desdobramento do procedimento do inquérito policial


a. Autos do IP com relatório
b. Remessa ao Juiz das garantias (suspenso) / Juiz natural
c. Cabe ao magistrado abrir vistas ao MP, o qual:
1. Entende que há indícios de autoria, da materialidade e das circunstâncias da
infração (inquérito exitoso), diante do lastro indiciário, oferecendo denúncia
ou propõe o acordo de não persecução penal (28º-A) (se o crime tem: pena
mínima inferior a 04 anos, não praticado com violência ou grave ameaça
contra pessoa e está fora do âmbito de incidência da lei Maria da Penha);
2. Entende que não há lastro indiciário suficiente:
a. Mas possui a esperança que o lastro surja, necessitando de mais
informações. Pode requisitar novas diligências quando consideradas
imprescindíveis ao início do processo;
b. Se entender que não há crime, ausência de credibilidade para uma
persecução em juízo, cabe o arquivamento da investigação (caput, 28º)
(arquivamento pelo MP está suspenso).

Ação Penal
1. Conceito: é um direito público e subjetivo, projetado na constituição. O processo é a
ferramenta para o alcance desse direito.
2. Modalidades: tem-se como referência a iniciativa para a propositura da demanda,
assim:
a. Ação penal de iniciativa pública
b. Ação penal de iniciativa privada
3. Ação penal de iniciativa pública
a. Conceito: é aquela titularizada privativamente pelo MP em razão do art. 129, I,
CF (papel em que é o pilar do sistema acusatório) e em face do art. 257, I, CPP
A inicial acusatória é a denúncia (41º);
Processo judicialiforme: era a possibilidade da ação penal ser deflagrada por
iniciativa do juiz ou do delegado. Conclui-se então que o art. 26 do CPP não foi
recepcionado pelo art. 129, I, CF.
b. Princípios:
1. Princípio da Obrigatoriedade: dever funcional ao se constatar os critérios
necessários;
Princípio da obrigatoriedade mitigada / Princípio da discricionariedade
regrada:
Três casos: - Transação Penal; Colaboração Premiada, Acordo de não
persecução penal.
2. Princípio da indisponibilidade: o MP não poderá desistir da ação.
O pedido de absolvição do réu não configura desistência da ação, por isso
nada impede que o MP faça esse pedido.
O MP não poderá desistir do recurso interposto, já que o recurso é um
desdobramento do direito de ação
c. Modalidades:
1. Ação Pública Incondicionada: ação deflagrada de ofício, pouco
importando a vontade da vítima ou de terceiros;
Quando o tipo penal é omisso presume-se que o crime é de ação pública
incondicionada (100º, CP);
O inquérito deve ser deflagrado de ofício (5º, I)
2. Ação Pública Condicionada: Aquela titularizada pelo MP, mas que
dependerá da manifestação de vontade do legítimo interessado;
Principal instituto condicionante: Representação
a. Representação:
1. Conceito: é o pedido e ao mesmo tempo a autorização que
condiciona o início da persecução penal
Conclui-se, portanto, que sem ela inexiste ação, IP ou lavratura de
Flagrante;
2. Natureza Jurídica: enquadrada como Condição de
Procedibilidade;
3. Legitimidade: vítima ou seu representante legal
Diante da morte ou da declaração de ausência do ofendido, tem-
se os seguintes legitimados: Cônjuge / Companheiro,
Ascendentes, Descendentes, Irmãos (CCADI);
4. Prazo: 06 meses do conhecimento da autoria da infração.
Prazo de natureza decadencial: não tolerando suspensão,
interrupção ou prorrogação. Contagem: art. 10, CP. O primeiro dia
é o dia de conhecimento da autoria
5. Forma: Livre. A representação tem forma livre.

4. Ação Penal Privada


a. Conceito: é aquela exercida pela vítima ou por seu representante na condição de
substituição processual, já ela pede a punição, que será exercida pelo Estado. O
ofendido atuará em nome próprio, um substituto processual.
Enquadramento terminológico:
Vítima – querelante;
Réu – querelado;
Inicial acusatória: Queixa-crime (41º)
b. Princípios:
1. Princípio da Oportunidade: a vítima exercerá a demanda se lhe for
conveniente;
Institutos Correlatos
Decadência: perda da faculdade de exercer a ação privada em razão do
decurso do tempo, qual seja, em regra 06 meses contados do conhecimento
da autoria da infração;
A decadência provoca a extinção da punibilidade
Renúncia: ocorre quando a vítima declara expressamente que não pretende
ingressar com ação ou quando ela pratica ato incompatível com essa
vontade;
A renúncia pode ser expressa ou tácita;
A renúncia provoca a extinção da punibilidade
2. Princípio da Disponibilidade: a vítima poderá desistir da demanda deflagrada;
Institutos Correlatos
Perdão: ocorre quando a vítima declara expressamente que não pretende
continuar com a demanda ou quando ela pratica ato incompatível com essa
vontade;
Bilateralidade: para que o perdão surta o efeito pretendido, qual seja, a
extinção da punibilidade, é necessário que o réu o aceite, o que pode ocorrer
de forma expressa ou tácita;
A oferta e a aceitação do perdão podem ocorrer por meio de procurador,
pressupondo poderes especiais;
Perempção: é a sanção judicialmente imposta pelo descaso da vítima na
condução da ação privada;
As hipóteses de perempção estão no art. 60º do CPP, provocando a extinção
da punibilidade.
c. Modalidades:
1. Ação Penal Privada Exclusiva / Propriamente Dita: é aquela titularizada pela
vítima ou por seu representante legal;
Teremos a possibilidade de sucessão por morte ou ausência (31º);
2. Ação Privada Personalíssima: é aquela titularizada tão somente pela vítima;
Não há intervenção do representante legal ou sucessão;
Aplicação: o único crime de ação personalíssima é o induzimento a erro ou
ocultação de impedimento ao casamento (art. 236, CP);
Prazo: 06 meses do trânsito em julgado da sentença cível que invalidar o
casamento;
3. Ação Privada Subsidiária da Pública: é aquela proposta pela vítima em delito
da esfera pública já que o MP não cumpriu o seu papel nos prazos legais
(29º);
Prazo: 06 meses contados do esgotamento do prazo que o MP dispunha para
agir, qual seja, em regra 05 dias se o sujeito está preso ou 15 dias se está em
liberdade;

Você também pode gostar