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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___º VARA CÍVEL DO

FORO___________________________________________________________

**INSTRUIR ESSA PETIÇÃO COM CÓPIA INTEGRAL DA EXECUÇÃO** (apagar


essa frase antes de imprimir)

À distribuir

Distribuição por dependência à execução n.º


_______________________________________

____________________________________________,
nacionalidade, profissão, estado civil, com endereço na
_____________________________, nº ____________, Bairro ____________, São Paulo,
por meio de sua advogada que esta subscreve (procuração anexa), vêm
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 736
e seguintes do Código de Processo Civil e demais disposições legais aplicáveis,
apresentar

E M B A R G O S À E X E C U Ç Ã O

em face do BANCO ___________________________, instituição financeira de direito


privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ sob nº
___________________________________, com sede na
________________________________________, nº ____________.

BREVE HISTÓRICO DA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO


EXTRAJUDICIAL PROPOSTA CONTRA A PARTE EMBARGANTE

Trata-se a hipótese dos autos de embargos à


execução, eis que a parte Embargada promoveu perante este respeitável Juiz
execução extrajudicial, fundada em contrato de Abertura de Crédito.
Segundo consta nos autos da execução nº
______________________________________, o valor devido perfaz a monta de
R$_______________________________________.

Todavia, a medida judicial adota É NULA DE


PLENO DIREITO, conforme se demonstrará abaixo.

DA NULIDADE DA EXECUÇÃO POR FALTA DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL

O contrato exequendo não é Cédula de Crédito


Bancário, mas sim mero instrumento particular, todavia, sem a assinatura de duas
testemunhas, como determina o artigo 585 do CPC, de modo que a via eleita para
salvaguardar os direito da parte Embargada é inadequada, pois ausente título a
justificar o manejo da presente execução.

Excelência, na remota hipótese de se


considerar que o instrumento exequendo é uma Cédula de Crédito Bancário, o fato
é que a CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO, não pode ser considerada como título
executivo, pois a lei que a criou (Lei nº 10.931/2004) padece de
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL, já que, quando da sua criação, houve a
violação do artigo 59 da Constituição Federal, além da Lei Complementar nº 95/98.
Vejamos.

A lei caracterizadora da cédula de crédito


bancário como título executivo extrajudicial (Lei n° 10.931/04) apresenta grave
vício capaz de repeli-la do ordenamento jurídico.

Conforme redação do parágrafo único do art. 59


da Constituição Federal, bem como as disposições da Lei Complementar n° 95
(ambas dispondo sobre a elaboração, redação, alteração, consolidação das leis)
não há alternativa senão reconhecer vício legislativo na Lei 10.931/04.

Referidos diplomas legais são de observância


obrigatória pelo Poder Legislativo, quando da tramitação de um projeto de lei –
PL!

O art. 7 da LC 95/98 determina que: “o primeiro


artigo do texto indicará o objeto da lei e o respectivo âmbito de aplicação,
observando ainda que a lei não conterá matéria estranha a seu objeto ou a este
não vinculada por afinidade, pertinência ou conexão (inciso II)”.

Ora, ao analisar a lei que instituiu a Cédula de


Crédito Bancário como título executivo, verifica-se que seu art. 1 dispõe
exclusivamente sobre: “regime especial de tributação aplicável às incorporações
imobiliárias”, não fazendo menção sobre a Cédula de Crédito Bancário, modalidade
de mútuo bancário, cuja regulamentação é apresentada somente no Capítulo IV
(arts. 26 a 45) da lei 10.931/04.
A falta de técnica legislativa na inserção de
matérias na Lei 10.931/04 é de causar espécie a qualquer operador do Direito, eis
que, muito embora a lei disponha sobre “regime especial de tributação aplicável
às incorporações imobiliárias”, em seu bojo constam temas absolutamente
desprendidos da finalidade da lei, tal como:

1) da letra de crédito imobiliário;

2) da cédula de crédito imobiliária;

3) dos contratos de financiamento de imóveis;

4) alterações na Lei de Incorporações e de capitais;

5) alterações no Código Civil; e,

6) alterações na Lei de Registros Públicos.

É óbvia a violação ao art. 7 caput e incisos I, II


e III da Lei Complementar 95/98, pois determinam que: “excetuadas as
codificações, cada lei tratará de um único objeto; a lei não poderá conter matéria
estranha a seu objeto ou a este não vinculada por afinidade, pertinência ou
conexão; o âmbito de aplicação da lei será estabelecido de forma tão específica
quanto o possibilite o conhecimento técnico ou científico da área respectiva”.

Aliás, tal tese tem sido totalmente prestigiada


pelo Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo. Vejamos:

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL.


Suspensão do processo. Interposição de recurso.
Agravo prejudicado. Execução fundada em
cédula de crédito bancário. Ausência de título
com força executiva. Nulidade da execução
reconhecida (art. 618, I, CPC). Título criado pela
Lei n° 10.931/2004. Vício de origem.
Inobservância da Lei Complementar n° 95/98.
Extinção do processo decretada de ofício.
Impossibilidade de prosseguimento da execução
contra o avalista (parte final, do § 2°, do art. 32
da Lei Uniforme) Recurso prejudicado. (Agravo
de Instrumento n° 7.034-706-9, São Paulo, j.
14.12.200).

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL -


Cédula de crédito bancário - Inicial indeferida,
por ausência de título executivo -
Admissibilidade - Título exibido que configura
modalidade de contrato de abertura de crédito
em conta corrente, consoante previsto na
Súmula n. 233 do E. S. T. J. - Indeferimento que
deve ser mantido - Recurso do exequente
improvido. (Apelação n° 1.271.557-4, São Paulo,
5a Câmara de Férias/Julho de 2004, Rei. Des.
SEBASTIÃO THIAGO DE SIQUEIRA, j.
18.8.2004)

EXECUÇÃO POR TÍTULO EXTRAJUDICIAL -


Cédula de Crédito Bancária - Operação de
contrato de abertura de crédito bancário em
conta corrente - Valor da dívida que se apura
sobre saldo devedor em planilha ou extratos da
conta por ato unilateral do credor - Liquidez e
certeza que, assim, não são contempladas -
Exceção procedente - Extinção da execução
determinada - Recurso provido para esse fim.
(Agravo de Instrumento n° 1.187.802-9, São
Paulo, 6a Câmara, Rei. Des. MARCIANO DA
FONSECA, j. 12.8.2003)

Assim, Excelência, sob o ponto de vista da


AUSÊNCIA DE TÍTULO EXECUTIVO é que se entende que a execução extrajudicial
proposta em desfavor dos Embargantes deve ser extinta, sem resolução do mérito,
por flagrantes vícios processuais.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer-se que Vossa


Excelência CONCEDA EFEITO SUSPENSIVO AOS PRESENTES EMBARGOS À
EXECUÇÃO, de modo a evitar-se prejuízo aos Embargantes, e, DE MODO
DEFINITIVO, que se ACOLHA A MATÉRIA CONTIDA NESTES EMBARGOS À
EXECUÇÃO, para o fim de EXTINGUIR O PROCESSO DE EXECUÇÃO Nº
_________________________, sem resolução do mérito, com fulcro no artigo 267,
inciso I, do CPC, eis que ausente a causa de pedir que embasa a execução
extrajudicial, comprometendo a fluidez da própria petição inicial, já que ausente,
como dito, a presença de título executivo extrajudicial.

Requer-se, ainda, que a parte Embargada


Exequente seja condenada a pagar ao advogado do Embargante, honorários de
sucumbência, no importe de 20% sobre o valor atualizado da execução.

O deferimento da justiça gratuita à parte


Embargante, cuja declaração de pobreza se firma na presente petição (artigo 4º da
Lei 1060/50), eis que em CRISE FINANCEIRA, conforme pode ser observado
pelas próprias circunstâncias da execução.
Por fim, a intimação do Embargado, por meio do
seu advogado constituído na execução, para, querendo, impugnar os presentes
embargos no prazo legal.

Dá-se à causa o valor de


R$__________________________ (mencionar o valor da execução)

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, ________ de _______________ de 2013.

______________________________________________
Advogada
OAB/SP ___________________

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