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Introdução: Texto 2Co 8:1-15

Quando ainda menino, minha mãe sempre nos ensinava, sobre a Lei da
Semeadura, uma metáfora sobre a vida e as nossas escolhas. Não sabia eu que não se
tratava apenas de um dito popular, mas um ensino bíblico registrado em Gl 6:7-8 (Não
vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também
ceifará. Porque o que semeia para sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o
que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.

Generosidade é uma palavra bonita, não é mesmo? Quando a falamos, ela flui
facilmente da nossa boca e evoca imagens alegres, até extravagantes de dar e receber.
Todavia, generosidade não se limita apenas em bens materiais. Generosos são
tanto as pessoas que se sentem bem em dividir um tesouro com mais pessoas porque
isso as fará bem, tanto quanto aquela pessoa que dividirá um tempo agradável para
outros sem a necessidade de receber algo em troca”.
Talvez você esteja acostumado a pensar sobre ser generoso como um “dever” –
um aspecto necessário, mas pouco atraente na vida cristã. Se for assim, vamos examinar
quatro razões simples pelas quais uma vida generosa é realmente a maneira mais
inteligente de se viver. 

Contexto Cultural da época:


Um dos principais objetivos da terceira viagem missionaria de Paulo foi recolher
uma oferta especial” aos cristãos necessitados da Judéia. Paulo havia os ajudado dessa
maneira anteriormente (At 11:27-30), e se alegrou em poder fazê-lo novamente. Wiersbe
disse ser bastante sugestivo que tenha sido Paulo a se lembrar da (Bem-Aventurança
esquecida) de Jesus Cristo: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20:35). Raiz
primitiva –(Ashar – Reto, ser equilibrado, ser honesto, prospero. De maneira causativa ser
aliviado.
Logo no início de seu ministério, Paulo havia prometido lembrar-se dos pobres (Gl
2:6-10), e havia se esforçado para cumprir essa promessa; mas ao mesmo tempo,
esperava que a generosidade dos gentios acabasse com a desconfiança dos Judeus.
Infelizmente, os coríntios não faziam a parte deles. Como tantas pessoas fizeram
promessas, mas não cumpriam (avareza). O Motivo dessa procrastinação era a falta de
espiritualidade da igreja. Quando uma igreja não é espiritual, também não é Generosa.
Todavia é maravilhoso quando os cristãos participam da Graça de contribuir,
quando crêem verdadeiramente que é mais bem-aventurado dar do que receber.

Obs.: Como podemos descobrir se estamos "ofertando pela graça"? Paulo indica
uma série de evidências de que nossa contribuição é motivada pela graça.
1. Contribua apesar das circunstâncias – (2 Co 8:1,2)
As igrejas da Macedônia que Paulo usa como exemplo haviam passado por
grandes dificuldades, no entanto haviam contribuído generosamente. Não apenas
sofreram "aflições", mas também experimentaram "muita prova de tribulação" (2 Co 8:2).
No entanto, suas circunstâncias não os impediram de contribuir. Pelo contrário:
deram com alegria e generosidade! Nenhum computador é capaz de analisar essa
fórmula extraordinária: grande aflição e pobreza (=alegria e generosidade.
Quando experimentamos a Graça de Deus em nossa vida, não usamos as
circunstâncias difíceis como desculpa para deixar de contribuir. Existem, por acaso,
circunstâncias que nos incentivam a ofertar?

2. Contribua com entusiasmo (2 Co 8:3,4)


É possível contribuir com generosidade, mas sem entusiasmo.
O pastor disse que devo contribuir até doer - disse o membro sovina de uma
igreja. Sinto dor só́ de pensar em contribuir.
Ao contrário da igreja de Corinto, as igrejas da Macedônia não precisaram ser
incen- tivadas nem lembradas da necessidade em questão. Mostraram-se totalmente
dispostas a participar da coleta. Na verdade, rogaram para ser incluídas! (2 Co 8:4).
Sua contribuição foi voluntária e espontânea. Foi feita pela graça, não por pressão.
Ofertaram porque sentiram o desejo de fazê- lo e porque haviam experimentado a graça
de Deus. A graça liberta não apenas dos pecados, mas também de nós mesmos. A graça
de Deus abre nosso coração e nossa mão. Nossa oferta não é o resultado de um
processo frio e calculista, mas sim de um coração ardendo de alegria!
3. Contribua segundo o maior exemplo (2 Co 8:5-9)
Jesus Cristo é sempre o exemplo supremo a ser seguido pelos cristãos em seu
serviço, no sofrimento ou sacrifício. Como Jesus Cristo, os cristãos da Macedônia
entregaram-se a Deus e aos outros (2 Co 8:5). Se nos entregarmos a Deus, não teremos
dificuldade em consagrar ao Senhor nossos bens materiais e em dedicar a vida aos
outros.
É impossível amar a Deus e ignorar a necessidade do próximo.
Como o sacrifício de Cristo, a oferta dos macedônios foi motivada pelo amor (2 Co
8:7, 8). Que repreensão aos coríntios extremamente ricos em bênçãos espirituais (1 Co
1:4, 5)! Estavam tão envolvidos com os dons do Espírito que deixaram de lado as graças
do Espírito, inclusive a graça de ofertar. Os coríntios possuíam uma abundância de dons
espirituais, no entanto se mostraram negligentes em cumprir a promessa de contribuir
com a coleta.
Não devemos jamais argumentar que o ministério de nossos dons espirituais é um
substituto para a contribuição generosa.
Ex: Leciono na Escola Bíblica Dominical, portanto não preciso contribuir.
Isso não é uma explicação, mas sim uma desculpa. O cristão que se lembra de que
os dons são dádivas de Deus terá motivação para ofertar e não se "esconderá" atrás de
seu ministério. Amor Sacrificial – Gl 4:19 (meus filhos, por quem de novo, sofro dores de parto, até
ser Cristo formado em vós.

4. Contribua de boa vontade (2 Co 8:10-15)


Há grande diferença entre prometer e cumprir. Um ano antes, os coríntios
garantiram a Tito que participariam da coleta especial (2 Co 8:6), mas não haviam
cumprido sua promessa. Convém observar que, em 2 Coríntios 8: 10-12, Paulo enfatiza a
voluntariedade.
Contribuir pela graça é um gesto que deve vir de um coração disposto e não pode
ser resultado de repressão nem de constrangimento. (Lucas 10:12)
Devemos ter cuidado para não confundir disposição com ação, pois as duas coisas
devem andar juntas. Se a disposição é sincera e está dentro da vontade de Deus, deve
ser "[levada] a termo" (2 Co 8:11). Paulo não afirma que a disposição é um substituto para
a ação, pois não é. No entanto, se nossa contribuição é motivada pela graça, daremos de
boa vontade, não porque fomos forçados a fazê-lo.
Deus vê a oferta que vem do coração, não apenas das mãos.

Aplicação: Ofertar ser generoso pela graça é uma aventura emocionante! Quando
aprendemos a contribuir "pela graça [...] mediante a fé́ " (da mesma forma como fomos
salvos - ver Ef 2:8, 9), começamos a experimentar uma libertação maravilhosa das coisas
e das circunstâncias. Começamos a controlar as coisas ao invés de ser controlados por
elas, desenvolvendo novos valores e prioridades.
A contribuição pela graça nos enriquece, à medida que enriquecemos a outros e
que nos tornamos mais semelhantes a Cristo.

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