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PROJETO DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA (*)

Maria Carolina Gallotti Kehrig

0 ensino do português está a merecer nossa atenção, como


T i t u l a r desta disciplina e de todos aqueles que se dedicam ao
ensino da Língua Vernácula e, em especial, das entidades
responsáveis pela formação dos professores desta disciplina.
É u m tema que v e m preocupando filólogos, lingüistas,
professores e t e m sido objeto de importantes comunicações e
debates em simpósios e colóquios. Como m u i t o bem já observou
o professor B r i a n F . H e a d : quer no B r a s i l , quer em P o r t u g a l ,
os estudos de Língua Portuguesa feitos de acordo com os
princípios e métodos da Lingüística moderna incidem quase
exclusivamente sobre uma ou duas variedades que se encon-
t r a m n u m a ou n o u t r a grande cidade, e dos poucos estudos que
existem quase todos t r a t a m de Fonologia. Os estudos de M o r -
fologia são poucos e incompletos, os de Sintaxe e Semântica
ainda mais l i m i t a d o s . . . Quase tudo o que se sabe sobre certos
aspectos de m u i t a s variedades é o p r o d u t o da observação i m -
pressionística — m u i t a s vezes tão precária, e não do estudo
científico. Estas lacunas na análise lingüística refletem-se no
ensino da gramática. Quase todos os l i v r o s p a r a o ensino
escolar e i n i c i a l do português como língua m a t e r n a padecem
de tratamentos m u i t o defeituosos da Sintaxe e da Semântica,
justamente as áreas da língua menos estudadas.

U r g e , pois, que sejam feitas pesquisas lingüísticas com


o objetivo levantamento de níveis de língua, vocabulário básico,
listas de Freqüência e de Disponibilidade. E assim chegare-

(*) Alfa 16 (1970) 384-397 publicou o projeto de pesquisa do Português


Fundamental do Brasil, de autoria do Prof. Adriano da Gama Kury. Para
manter nossos leitores informados sobre o assunto, publicamos agora
este relato da Proí.» Maria Carolina G. Kehrig, da Universidade Federal
de Santa Catarina.
— 92 —

mos ao Português F u n d a m e n t a l que nos fornecerá a matéria-


p r i m a para os livros didáticos. Outros países — França, Es-
panha, etc. — já resolveram, em parte, este problema, o r g a n i -
zando vocabulário e gramática básicos — e, em nossa U n i v e r -
sidade, o método audiovisual destas duas línguas é f r u t o de
pesquisas realizadas nestes dois países.
A seleção de vocábulos e a organização das listas de F r e -
qüência f a c i l i t a m a aprendizagem. Nossos livros-texto, porém,
não se preocupam com este aspecto e o aluno memoriza vocá-
bulos que j a m a i s utilizará ou, talvez, esporadicamente, em
circunstâncias especiais. D e i x a de aprender o que é essencial,
fundamental, indispensável. O mesmo acontece em relação às
gramáticas. Quanta complexidade e sutileza, quantas e s t r u t u -
ras arcaicas, quantas formas ambíguas que nos deixam hesi-
tantes na hora de empregá-las! Que distância entre a língua
falada e o padrão escrito compendiado nas gramáticas?
Atualizemos o ensino da língua materna, simplificando e
racionalizando nossa gramática, reduzindo os estudos grama-
ticais ao essencial, automatizando nossas estruturas lingüís-
ticas, aproximando os vários níveis de língua, não nos per-
dendo no emaranhado e l a b i r i n t o de regras supérfluas. Cons-
cientizemo-nos que aprender u m a língua é f o r m a r bons hábitos
de linguagem, automatizando formas corretas obtidas em situa-
ções de real comunicação. Segundo Robert C. Pooley "os pa-
drões da linguagem na v i d a adulta têm suas raízes na infância."
Todo este trabalho não resultará do arbítrio ou do acaso
e s i m duma descrição exaustiva e completa.
P a r a que possamos dar c u m p r i m e n t o ao p r o g r a m a da nossa
disciplina, integrando-a nos modernos e atuais processos de
pesquisa lingüística, propomos estas duas atividades p r i o r i -
tárias :

1 — Levantamento dos falares catarinenses e níveis de língua.

2 — Elaboração do Português F u n d a m e n t a l .

I) EXECUTORES: M a r i a C a r o l i n a G a l l o t t i K e h r i g — responsável
Professores a u x i l i a r e s — 2
Funcionários — 2
Alunos e monitores.

Etapas : Preparação dos i n q u i r i d o r e s


L e v a n t a m e n t o bibliográfico
— 93 —

P r e p a r a ç ã o do inquérito
Z o n e a m e n t o lingüístico — l o c a l i d a d e s prioritárias
Pesquisa de C a m p o — Aplicação do inquérito
Reunião dos dados
Transcrição
Mapeamento

Atualização de conhecimentos

~Ê necessário que os m e m b r o s desta e q u i p e se f a m i l i a r i z e m c o m as


técnicas de pesquisa. P a r a isso dar-se-ão cursos rápidos sobre o assunto.

Biblioteca especializada

O a c e r v o da nossa b i b l i o t e c a p r e c i s a ser e n r i q u e c i d o . O p o r t u n a m e n t e
será f e i t a u m a relação de l i v r o s específicos.

Material

G r a v a d o r e s (4) p i l h a e e l e t r i c i d a d e
F i t a s magnetofónicas
P a p e l , estêncil
Fichas, cartas perfumadas
Máquina de escrever
Papel vegetal para mapas
Máquina fotográfica
R u r a l W i l l y s (condução)

Cronograma

5 anos

C u m p r e o b s e r v a r que, à m e d i d a que s u r g i r e m os dados, serão a p r o -


v e i t a d o s p a r a f i n s didáticos.

A importância e necessidades destas duas pesquisas d i s p e n s a m m a i o -


res comentários e não pode sofrer delongas, pois a t e n d e m à simplificação
e atualização do ensino do português d e n t r o e f o r a das áreas e m q u e é
f a l a d o , colocando a gramática n o seu d e v i d o l u g a r , p o r q u e u m a vez e l a
a t u a l i z a d a será a r e g u l a d o r a da lingua-padrão.

II) ORIENTAÇÃO PARA OS ENTREVISTADORES

( D a d o s válidos p a r a os E s t a d o s do R i o G r a n d e do S u l e
Santa Catarina)

Q u e é o "Português F u n d a m e n t a l " .
— 94 —

T r a t a - s e de u m t r a b a l h o de investigação sobre o português f a l a d o ,


baseado n a c o l e t a e estudo de 800 000 p a l a v r a s o r i u n d a s de duas f o n t e s :

a ) 500 000 p a l a v r a s c o l h i d a s e m f i t a magnética de conversas r e a i s


q u e deverão ser t r a n s c r i t a s , estudadas e t r a t a d a s segundo processos q u e
v e r e m o s q u a n d o c h e g a r o m o m e n t o , e q u e nos levarão à obtenção de
u m a série de conclusões.

b) 300 000 p a l a v r a s o b t i d a s da aplicação de questionários o r g a n i z a d o s


em t o r n o de 25 c e n t r o s de interesse.

V a m o s t r a t a r da p r i m e i r a p a r t e d o t r a b a l h o , i s t o é, da gravação e
transcrição de u m a série de e n t r e v i s t a s , até c h e g a r m o s às 500 000 p a l a v r a s .

O t r a b a l h o do e n t r e v i s t a d o r consistirá n a p r o c u r a de indivíduos sus-


cetíveis de ser e n t r e v i s t a d o s d e n t r o d a área a s s i n a l a d a p a r a cada u m ,
s e g u i n d o a repartição p r o f i s s i o n a l a p r o x i m a d a .

N e s t a t a r e f a o e n t r e v i s t a d o r deve t e r e m c o n t a u m a porção de prin-


cípios dos q u a i s dependerá:

1.°) a q u a l i d a d e técnica d a gravação, da q u a l dependerão as pos-


s i b i l i d a d e s de transcrição do d o c u m e n t o o b t i d o a s s i m c o m o a f i d e l i d a d e
(

e a rapidez da mesma;

2.°) a riqueza e a espontaneidade da l i n g u a g e m no documento em


questão.

S e m e n t r a r a q u i e m considerações sobre a c o r r e t a utilização dos


g r a v a d o r e s , q u e depende do c o n h e c i m e n t o desses a p a r e l h o s e d a expe-
riência e m seu m a n u s e i o , a experiência e n s i n a q u e do p o n t o de v i s t a
lingüístico, as condições ideais de u m a e n q u e t e e n c o n t r a m - s e nestes
princípios:

1) C o l o c a n d o o g r a v a d o r e m l u g a r f i x o (sobre u m a mesa, p o r e x e m -
p l o ) , e p o n d o - o e m f u n c i o n a m e n t o s e m que o saiba o i n f o r m a n t e . N e s t e
caso é recomendável que se e x p l i q u e e m s e g u i d a ao i n t e r e s s a d o que se
fez u m a gravação e os o b j e t i v o s a que se v i s a c o m ela.

N ã o é necessário dizer que r e p u g n a à nossa ética p r o f i s s i o n a l a


gravação de conversações que g i r e m e m t o r n o de p r o b l e m a s pessoais
dos i n f o r m a n t e s , p o r e x e m p l o , os q u e se r e f e r e m à sua v i d a p r i v a d a ,
convicções p o l i t i c a s e r e l i g i o s a s , e que o e n t r e v i s t a d o r deve e s t a r s e m p r e
disposto a d e s t r u i r as gravações desde que o interessado m a n i f e s t e o
desejo.

2) E n t r e v i s t a n d o ao m e s m o t e m p o duas pessoas que c o n v e r s e m e m


t o r n o da f i n a l i d a d e da enquete. N e s t e caso a p e r s o n a l i d a d e do e n t r e -
v i s t a d o r pode i r desaparecendo ao l o n g o d a e n t r e v i s t a , à m e d i d a q u e os
— 95 —

i n f o r m a n t e s f a l e m dos assuntos p r o p o s t o s . N e s t e caso o e n t r e v i s t a d o r


se r e s e r v a e x c l u s i v a m e n t e o p a p e l de lançar n o v o s t e m a s de conversa
q u a n d o esta p a r a l i s a r .

3) A e n t r e v i s t a a u m só i n f o r m a n t e . A função do e n t r e v i s t a d o r é
de d i r i g i r a e n t r e v i s t a , s e m esquecer q u e o q u e i n t e r e s s a é a m a n e i r a
d e o e n t r e v i s t a d o expressar d i f e r e n t e s r e a l i d a d e s , experiências e evoca-
ções e q u e os p o n t o s de v i s t a d o e n t r e v i s t a d o r d e v e m e s t a r e x c l u s i v a -
m e n t e o r i e n t a d o s p a r a g u i a r a fluência da e n t r e v i s t a . P a r a f a c i l i t a r o
t r a b a l h o do e n t r e v i s t a d o r , damos a s e g u i r u m a l i s t a de t e m a s d e c o n v e r s a
q u e reúnem g r a n d e p a r t e dos que são u t i l i z a d o s nas conversas h a b i t u a i s
( E m anexo).

III) TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS

N e s t a etapa, o t r a b a l h o do e n t r e v i s t a d o r d e v e ser p r e s i d i d o p e l a
preocupação c o n s t a n t e de t r a n s c r e v e r f i e l m e n t e e s o m e n t e o q u e está
g r a v a d o n a f i t a , e que se r e f i r a à c o n v e r s a do i n f o r m a n t e , d o e n t r e v i s -
t a d o r o u até de a l g u m a pessoa p r e s e n t e n o m o m e n t o d a e n t r e v i s t a e q u e
t e n h a contribuído a d a r u n i d a d e ao diálogo.

O e n t r e v i s t a d o r deve i g u a l m e n t e r e p r o d u z i r os s i n a i s q u e c o r r e s -
p o n d e m às variações de entonação: o r a de interrogação, o r a de e x c l a -
mação, do m e s m o m o d o q u e os pontos, p o n t o s de reticência, p o n t o e
vírgula, e vírgula.

A transcrição d a c o n v e r s a deve ser encabeçada p o r u m a série de


referências, u m a c o m relação ao e n t r e v i s t a d o r , o u t r a s ao i n f o r m a n t e .

A s q u e d i z e m r e s p e i t o ao e n t r e v i s t a d o r são de duas classes:

1.» — N o c e n t r o de cada u n i d a d e irão as i n i c i a i s de cada e n t r e v i s t a -


dor. P o r e x e m p l o : E . K . ( E l g i n K u r t h ) .

2.» — U m número de código c o r r e s p o n d e n t e a c a d a e n t r e v i s t a d o r


r e g i o n a l . Esse número irá n a p r i m e i r a l i n h a das referências.

As referências que dizem respeito ao informante se apresentam


assim:

1.° — A d i r e i t a das i n i c i a i s do E n t r e v i s t a d o r irá o número c o r r e s -


p o n d e n t e ao E s t a d o ( 1 : RS, 2 : S C ) , e, s e p a r a d o p o r u m a v i r g u l a , o
número c o r r e s p o n d e n t e à Cidade, c o n f o r m e relação q u e a p a r e c e j u n t o
c o m a f o l h a de códigos.

2.° — N o ângulo s u p e r i o r d i r e i t o irá o número q u e c o r r e s p o n d e à


e n t r e v i s t a d e n t r o de cada E s t a d o ( T r a b a l h o este q u e será f e i t o p e l a
equipe c e n t r a l ) .
— 96 —

3.° — N o m e e s o b r e n o m e d o i n f o r m a n t e , seguidos das i n i c i a i s entre


parênteses.

4.° — I d a d e — e m a l g a r i s m o s

5.° — Sexo — M . o u F.

6.° — Profissão — v e r código anexo

7.° — N i v e l c u l t u r a l

8.° — Importância do l u g a r de residência — v e r código anexo

9.° — Influência lingüística a n t e r i o r — v e r código

10.° — A s s u n t o de c o n v e r s a — v e r l i s t a

11.° — C h a v e do i n f o r m a n t e : deve r e u n i r , e m o r d e m , t o d o s os dados


r e f e r e n t e s ao i n f o r m a n t e , e t r a n s c r i t o s e m código, não o m i t i n d o n e n h u m
fator.

IV) APRESENTAÇÃO DOS TEXTOS

U m a vez t e r m i n a d a s as referências do cabeçalho, passamos à e t a p a


s e g u i n t e , a transcrição dos t e x t o s . T r a t a - s e de r e c o l h e r t u d o e só o q u e
está nas f i t a s magnéticas.

A s transcrições a p r e s e n t a m - s e c o m o segue:

— N a m a r g e m esquerda serão a n o t a d a s as i n i c i a i s do e n t r e v i s t a d o r ,
do i n f o r m a n t e o u i n f o r m a n t e s d a e n t r e v i s t a , e assinaladas c o m u m a
c r u z ( + ) as intervenções das pessoas q u e i n t e r v e n h a m c a s u a l m e n t e , e
q u e não d e v e m ser consideradas c o m o i n f o r m a n t e s , o que s i g n i f i c a q u e
suas intervenções não d e v e m e n t r a r n a c o n t a g e m das p a l a v r a s , c o n t u d o
serão t r a n s c r i t a s p a r a g a r a n t i r a coerência dos t e x t o s .

— N a m e s m a m a r g e m d e v e m ser colocados os números c o r r e s p o n -


d e n t e s à c o n t a g e m de p a l a v r a s : 100, 200, 300, 400, 500, não esquecendo
de s u b l i n h a r a p a l a v r a q u e c o r r e s p o n d e a cada u m a das centenas.

— A e n t r e v i s t a deve ser t r a n s c r i t a c o m t o d a f i d e l i d a d e , q u e d e v e
estender-se até à notação dos sinais que c o r r e s p o n d e m às d i f e r e n t e s e n t o a -
ções e cadências dos diálogos o r i g i n a i s .

— P o d e acontecer que a l g u m a s passagens dos t e x t o s não s e j a m


identificáveis p e l a má q u a l i d a d e técnica d a gravação o u , s i m p l e s m e n t e ,
q u e seu conteúdo careça de interesse o u de r e p r e s e n t a t i v i d a d e : p o r
e x e m p l o , q u a n d o o i n f o r m a n t e se põe a f a l a r do g r a v a d o r que t e m d i a n t e
de si, das diferenças lingüísticas nas d i f e r e n t e s regiões, o u q u a n d o o
— 97 —

e n t r e v i s t a d o r , esquecendo sua função, passa d a direção d a e n t r e v i s t a a


u m a exposição m o n o l o g a d a pessoal. E m t o d o s esses casos e o u t r o s m a i s
q u e aparecerão a o l o n g o d a enquete, d e v e m traçar-se nos t e x t o s duas
l i n h a s p a r a l e l a s , p a r a i n d i c a r q u e a conversação f o i i n t e r r o m p i d a , e que
se fez u m salto n a transcrição. A s s i m :

— N a c o n t a g e m das p a l a v r a s de c a d a u n i d a d e não d e v e m e n t r a r os
nomes próprios: de pessoas, l u g a r e s geográficos, instituições, e t c , c u j a
freqüência e estudo não nos i n t e r e s s a m .

— N ã o c o n t a r e m o s nos t e x t o s as p a l a v r a s p r o n u n c i a d a s p e l o e n t r e -
v i s t a d o r , j á que, p o r ser seu número m u i t o r e d u z i d o , se repetirão cons-
t a n t e m e n t e e m p r e g o s de p a l a v r a s e construções de caráter pessoal e
pouco r e p r e s e n t a t i v a s . N ã o o b s t a n t e , pode considerar-se o i n f o r m a n t e
c o m o e n t r e v i s t a d o r e v i c e - v e r s a , numa só unidade, a q u e l a e m q u e o e n t r e -
v i s t a d o r t e n h a i n t e r v i n d o o s u f i c i e n t e . N e s t e caso as referências do cabe-
çalho d e v e m ser as q u e c o r r e s p o n d e m ao e n t r e v i s t a d o r q u e f a z o p a p e l
de i n f o r m a n t e .

P o s t e r i o r m e n t e serão r e d i g i d a s e c o m u n i c a d a s n o v a s d i r e t i v a s , m o r -
m e n t e r e l a t i v a s à distribuição p r o f i s s i o n a l dos i n f o r m a n t e s .

V) LISTA DOS TEMAS HABITUAIS DE CONVERSAÇÃO

N o t a : Estes títulos d e v e m s e r v i r ao e n t r e v i s t a d o r p a r a p r e e n c h e r
o espaço r e f e r e n t e ao A s s u n t o de conversa, nas referências do I n f o r m a n t e
de cada e n t r e v i s t a , após ser t r a n s c r i t a e m u n i d a d e s de 500 p a l a v r a s .

— Atualidades — Doenças — Religião


— Administração pública — Educação — Saúde
— Agricultura — Estradas — Serviços domésticos
— Alimentos — Estudos — Serviço m i l i t a r
— Amizades —. Família — Salários
— Amor — Festas — Tempo
— Animais — Gastos — Trabalho
— A r t e s (belas) — Gente — Transporte
— Bebidas — Idade — Turismo
— Casas — Indústrias — Férias
— Calçados — Livros — Vizinhos
— Cidades — Modas — Vestuário
— Carros — Negócios — Viagens
— Compras — Oposições — Recomendações
— 98 —

— Corpo humano — Politica


— Dinheiro — Preços
— Diversões — Profissões

VI) CÓDIGOS

CÓDIGO D A S PROFISSÕES

A — Profissões liberais de nível universitário


B — Diretores de empresa
C — E s t u d a n t e s de nível superior
D — E s t u d a n t e s de nível médio
E — Empregados em serviço de nível médio
G — Donas de casa
H — Empregados de comércio (balconistas)
I — Pessoas e m p r e g a d a s em trabalhos de indústria
J — Criadores
K — Agricultores (fazendeiros)

CÓDIGO PARA NÍVEL CULTURAL

0 — ( z e r o ) S e m escola
1 — C u r s o primário c o m p l e t o
2 — Curso ginasial completo
3 — C u r s o secundário (2.° c i c l o ) completo
4 — A l u n o d e ensino Técnico Superior
5 — A l u n o universitário
6 — N í v e l de Pós-Graduação

CÓDIGO D A S C I D A D E S D O E S T A D O D O RIO GRANDE DO SUL

0 — (zero) Capital (Porto Alegre)


1 — São Leopoldo
2 — Santa M a r i a
3 — Ijuí
4 — Passo F u n d o
5 — Pelotas
6 — Caxias
7 — Uruguaiana
— 99 —

CÓDIGO DAS CIDADES D E SANTA CATARINA

0 — ( z e r o ) — C a p i t a l Florianópolis

1 — Joinville ( . . . )

IMPORTÂNCIA DAS CIDADES

1 — A t é 20.000 h a b i t a n t e s

2 — De 20 a 50.000 habitantes
3 — De 50 a 100.000 h a b i t a n t e s
4 — D e 100 a 2 0 0 . 0 0 0 h a b i t a n t e s
5 — Porto Alegre
INFLUÊNCIAS LINGÜÍSTICA

ANTERIORES:

1 — Influência alemã
2 — Influência i t a l i a n a
3 — Influência polonesa
4 — Influências o u t r a s .

VII) ANEXO

PORTUGUÊS FUNDAMENTAL

C I R C U L A R N . ° 1 : 24/6/68

Prezados Colegas:

L e v a m o s ao c o n h e c i m e n t o d e t o d o s as decisões t o m a d a s n a última
reunião c o m H . R i v e n c , e de d u a s reuniões p o s t e r i o r e s d a e q u i p e d e

OBS.: E m novembro de 1968 sob a orientação da professora M a r i a C a r o l i n a


G a l l a t t l , alunas da 4.» Série do Curso de Letras da Universidade Federal
de Santa Catarina, i n i c i a r a m as entrevistas p a r a a elaboração do Português
Fundamental, segundo as determinações previstas para os Estados de
Santa C a t a r i n a e Rio Grande do S u l .
F o r a m gravadas 6 entrevistas de 1 h o r a aproximadamente e f e i t a a
respectiva transcrição. A f a l t a de apoio financeiro e de u m Intercâmbio
m a i o r com u m a Comissão Central fez com que a i n i c i a t i v a não lograsse
êxito.
— 100 —

P o r t o A l e g r e , e m t o r n o do assunto q u e nos ocupa, o Português F u n d a -


mental.

D e m o m e n t o carecemos a i n d a de u m a visão m a i s d e t a l h a d a dos p r o -


b l e m a s . M a s p o d e r e m o s começar a t r a b a l h a r c o m t o d a a segurança, pois
não há g r a n d e s mistérios p a r a os e n t r e v i s t a d o r e s . C u m p r e apenas saber
q u a l a s o m a de m a t e r i a l a l e v a n t a r .

F i c o u assentado q u e p a r a o l e v a n t a m e n t o da língua íalada dos dois


E s t a d o s do país q u e nós r e p r e s e n t a m o s , s e r i a b o m c o l e t a r 500.000 p a l a -
v r a s , p e r f a z e n d o u m t o t a l de 1.000 e n t r e v i s t a s aceitas, i s t o é, q u e não
a p r e s e n t e m u m l i n g u a j a r d e m a s i a d o p o b r e , c h e i o de repetições, de
cacoetes, etc. D e v e m o s l e m b r a r q u e estamos p r o c u r a n d o a n o r m a , o q u e
nos o b r i g a a s e l e c i o n a r as e n t r e v i s t a s .

A s 1.000 e n t r e v i s t a s a q u e nos r e f e r i m o s , c o r r e s p o n d e m a o t r a b a l h o
t o t a l . A t é o f i m do ano q u e r e m o s t e r 100, das q u a i s será f e i t o o l e v a n t a -
m e n t o dos p r o b l e m a s de codificação.

1. A s 100 e n t r e v i s t a s f i c a m a s s i m r e p a r t i d a s :

Porto Alegre — 20
São L e o p o l d o — 13
C a x i a s do S u l — 10
Passo F u n d o — 10
Ijuí — 5
Pelotas — 10
Santa Maria — 12
Uruguaiana — 5
Florianópolis — 15

2. Nível cultural mínimo: ginásio completo, podendo haver exceções


raras).

3. Profissões: T o d a s ( r e c o m e n d a m o s v a r i a r o m a i s possível neste c o m e ç o ) .

4. I d a d e : P r e f e r i v e l m e n t e j o v e n s , e n t r e 18 e 30 anos. N ã o nos parece


útil u m i n f o r m a n t e c o m m e n o s de 13 anos.

5. Sexo: 50% homens, 5 0 % mulheres.

E m a n e x o estamos r e m e t e n d o as orientações p a r a os e n t r e v i s t a d o r e s ,
b e m c o m o os diversos códigos e u m a l i s t a dos p r i n c i p a i s t e m a s de
conversa h a b i t u a l .
— 101 —

R e c o r d a m o s q u e c a d a e n t r e v i s t a nos deve ser r e m e t i d a e m duas


transcrições: a p r i m e i r a c o m a m á x i m a f i d e l i d a d e à gravação, a s e g u n d a
c o m o t e x t o c o r r i g i d o . P a r a f a c i l i t a r o t r a b a l h o f u t u r o , p e d i m o s q u e as
gravações s e j a m f e i t a s n a rotação 9.

I n f o r m a m o s a i n d a q u e a P U C fará u m a g r a n d e e n c o m e n d a de f i t a s
magnéticas, q u e f a r e m o s c h e g a r a c a d a e q u i p e q u a n d o de posse das
mesmas. P o r e n q u a n t o p r o c u r e m f a z e r o possível c o m o m a t e r i a l exis-
t e n t e e m cada região.

N o início do 2." s e m e s t r e r e m e t e r e m o s i g u a l m e n t e os questionários


já impressos p a r a o l e v a n t a m e n t o do vocabulário disponível, a s s i m c o m o
o p a p e l p a r a a transcrição das e n t r e v i s t a s , t e n d o i m p r e s s o o cabeçalho
d a 1.» página.

Ir. Albino Posser

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