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NOSSA CAPA

E aconteceu que a voz do Senhor veio a meu pai, ordenando-lhe que se


levantasse e fôsse para o navio.
E aconteceu que no dia seguinte, tendo ajuntado muitas coisas, muitas
frutas, e carne no deserto, e mel em abundância, e provisões de acordo com
o que nos havia ordenado o Senhor, fomos para o navio com tôdas as nossas
cargas e nossas sementes, e com tudo que tínhamos trazido conosco, cada um
de acôrdo com a sua idade; e, portanto, fomos todos para o navio, com nossas
mulheres e nossos filhos.
E aconteceu que, depois de havermos todos entrado no navio, e termos
levado conosco nossas provisões, e as coisas que nos havia sido ordenado,
pusemo-nos ao largo e fomos levados pelo vento em rumo à terra da promissão.
E aconteceu que eu, Nefi, dirigi o navio, e navegamos em rumo à terra
da promissão.
E accnteceu que depois de havermos navegado pelo espaço de muitos
dias, chegamos à terra da promissão; e descemos à terra e montamos nossas
tendas; e chamamos ao país a terra da promissão.
E aconteceu que começamos a cultivar a terra, e começamos a plantar
sementes, e pusemos na terra tôdas as nossas sementes, que havíamos trazido
de Jerusalém. E elas cresceram extraordinàriamente, e fomos, portanto, aben­
çoados em abundância.
E aconteceu que, enquanto viajávamos pelo deserto da terra da promissão,
descobrimos que havia animais de tôda espécie nas florestas; tanto a vaca
como o boi, e o burro, o cavalo, a cabra, e a cabramontês, e tôda espécie de
animais domésticos úteis aos homens. Também encontramos tôda espécie de
minerais, tanto ouro, como prata e cobre.
(I Nefi Cap. 18)

(Um artigo em inglês para os nossos leitores que entendem êsse idioma)

NEW FEARS AND O LD


By Richard L. Evans

Any man who could free other men Let’s look a little further to see if this is
of ali their fears would surely have an not so. Consider, for example, just one
innumerable following. Fear is a killer of the fears that is uppermost in the
of men, a destroyer of peace and effecti- minds of men: the fear of economic in-
veness, and to be free from fear is an security. Suppose that it were possible
ideal earnestly to be sought after. But for any man to guarantee ali other men
no man can free ali other men of ali freedom from this fear. If this were so,
their fears, for no man can control ali should we not then have cause to fear
of the factors that contribute to fear. the man who had the power to make it
And if any man could control ali the
factors of fear, he could control us also. ( Continua a pág. 207).

194 A L1AHONA
São Paulo SETEM BRO 1953
Rua Itapeva, 378
Tel.: 33-6761 ANO VI — N.* 9

" U m g u ia ’ nas t r e v a s " D L ivro d a lM o rm c n - A lm a 3 7 :2 8 - 3 0

O R G A O O F IC IA L D A M IS S Ã O B R A S IL E IR A D A IG R E JA D E JE S U S C R IS T O D O S
S A N T O S D O S Ü L T IM O S D IA S

“A L I A I I O N A ” é publi­
cada mensalmente no Bra­
S U M Á R IO
sil pela Igreja de JeSus E D I T O R I A L ......................................................................... 195
Cristo dos Santos dos Últi­
A R T IG O S E S P E C IA IS
mos Dias. Preços das assi­
naturas : cada exemplar, O Livro de M ó r m o n .............................................................. 196
Cr$ 4,00; por ano, Cr$ O Livro de Mórmon e As Américas Antigas . . . . 197
40,00; exterior, Cr$ 50,00, Lendas Religiosas Dos A z te c a s ....................................... 201
Tôda correspondência deve Organização da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi
ser enviada à Caixa Pos­
mos D i a s .............................................................. 204
tal 862, São Paulo, S. P.
Quanto Tempo Leva? ; ....................................... 203
D ip ^ to r - R e d a t o r
O Mormon — por Marcus B a c h ....................................... 209
C L Á U D lv J M A R T IN S DOS

JA N T O S I 'A R IO S A R T IG O S
A Igreja No M u n d o .............................................................. 200
Regis./ado sob N.° 93 do
Manga de Camisa Obra P r im :;............................................. 207
Livro “B ” n.° 1, de M a­
Missionários Desobrigados................................................... 213
trícula de Oficinas Im ­ Novas M iss io n a ria s .............................................................. 213
pressoras, Jornais e Pe­ C u rio s id a d e s ......................................................................... 214
riódicos, conforme Decre­ Um Poema “Um Testemunho” ....................................... 215
to N.» 4857, de 9-11-1939. Auxílio Técnico por Geraldo Tressoldi

Endereços dos Ramos da Igreja no Brasil


SÃO P A U L O N iterói: (Informações) — Estácio de Sá 520
Santo Amaro : Rua Barão do Rio Branco 1391
São Paulo: Rua Seminário, 165 - l.° and. R IO G R A N D E D O SU L
Campinas: Rua Cesar Bierrenbacb, 133 Porto Alegre: Rua Andradas, 945
Sorocaba: Rua Cesário Mota, 567 Novo H am burgo: R. David Canabarro, 77
Ribeirão P reto: Rua Alvares Cabral, 93
FARANA
Santos: Rua Paraiba, 94
Rio Claro: Avenida I, 301 Curitiba: Rua Dr. Ermclino de Leão, 451
Bauru: Rua l.ç de Agosto, 1-70 Ponta Grossa: Rua 15 de Novembro, 354 —
M arilia: Rua 9 de Julbo 1511 3." andar
Araraquara: Avenida Bandeirantes, 364
S A N T A C A T A R IN A
Piracicaba: (Informações) V ila Boyce, Rua
Alfredo, 5 Joinvile: Rua Max Colin 426 (antiga rua

R IO D E J A N E IR O Frederico Hubncr).
Tijuca: Rua Camaragibe, 16 Iponteia: Estrada para Videira

M IN A S G E R A IS
Belo Horizonte: R. Rio Grande do Sul, 1194
E D I T O li IÀ l
J l Z ti da Thôtfiebidade

“A lei da prosperidade financeira dos Santos dos Últimos Dias, sob con­
vênio com Deus, é ser um pagador honesto quanto ao dízimo, e não roubar
a Deus nos dízimos e ofertas.
Muitos membros da missão estão confusos a respeito do pagamento do
dízimo; quem deve pagá-lo e quando se deve pagá-lo. Dízimo é 10% daquilo
que ganhamos como salário renda ou produtos da fazenda, incluindo as ren­
das ou salários dos mais altos até os mais baixos. O dízimo deve ser pago por
todos os membros da Igreja, seja jovem ou velho, homem ou mulher. É mais
fácil pagar o dízimo quando recebemos o dinheiro. Deve ser o primeiro paga­
mento do nosso salário ou renda, seja mensal, semanal ou periodicamente.
A prosperidade vem àqueles que observam a lei do dízimo. Quando digo
prosperidade eu não estou pensando apenas em cruzeiros e centavos, ainda
que, via de regra, os Santos dos Ültimos Dias que pagam seu dízimo sejam
os homens mais prósperos financeiramente falando. Porém, o que eu considero
prosperidade real, como a coisa mais valiosa para cada homem e mulher, é o
desenvolvimento do conhecimento de Deus, de um testemunho, e do poder
para viver o evangelho, inspirando as nossas famílias a fazer o mesmo. Esta
é a verdadeira prosperidade.”
Irmãos vamos pagar o nosso dízimo, tornando-nos assim merecedores da^
bênçãos de Deus.
“ Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja man­
timento na Minha casa, e depois fazei prova de Mim, diz o Senhor
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar
sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abstança.
(Mal. 3:10).
Sinceramente,

Presidente da Missão

96 A L1AHONA
O LIVRO
DE
MORMON
0 Livro de Mórmon — um regis­ do III Nefi até o fim. Êstes livros — em
tro divinamente inspirado dos antigos número de cinco — versam sôbre a
habitantes das Américas, e, portanto, visita de Cristo entre o povo dêste lado
considerado pelos Santos dos Últimos do mundo, e esclarecem muitas questões
Dias como Escritura Sagrada — consis­ teológicas deixadas abertas para dispu­
te de 15 livros. Cronologicamente, o pri­ tas pela complexidade da Bíblia em vá­
meiro dêsses é o Livro de Ether, que é o rios pontos, tais como o batismo, por
registro de um povo chamado os Jare­ exemplo.
ditas. Êste povo saiu da Babilônia no Quase no final do livro, está uma in ­
ano 2200 A. C. e veiu para a América, teressante e verdadeira profecia profe­
aqui fundando e desenvolvendo uma rida com respeito ao livro, por um pro­
grande nação. Por causa dos seus pe­ feta chamado Moroni:
cados, os Jareditas foram totalmente
“E quando receberdes estas coisas,
destruídos.
peço-vos que pergunteis a Deus, o Pai
Outro povo veio de Jerusalém para Eterno, em nome de Cristo, se estas coi­
as Américas cêrca de 600 anos antes de sas são reais; e se perguntardes com um
Cristo. Êsse povo teve origem na famí­ coração sincero e com boa intenção, ten­
lia de um homem chamado Lehi, família do fé em Cristo, Êle vos manifestará a
essa que mais tarde se dividiu em dois verdade delas pelo poder do Espírito
grupos: os Nefitas e os Lamanitas. Êstes Santo. E pelo poder do Espírito Santo
últimos, amaldiçoados por Deus, fica­ podeis saber a verdade de tôdas as
ram com a pele escura, e seus descen­ coisas.” (Livro de Mórmon 10:4,5)
dentes são os índios de hoje. 14 dos li­
vros do Livro de Mórmon tratam dos Foi êste mesmo Moroni, como um
Nefitas e Lamanitas, e um conta a ser ressuscitado, que entregou a José
história dos Jareditas. Os Nefitas, que Smith as placas, para serem traduzidas
permaneceram brancos e foram um po­ em inglês no ano de 1827.
vo civilizado, cairam em decadência e
grande transgressão, sendo destruídos
cêrca de 420 anos depois de Cristo, co­ O P A I D E N O S S O S E S P ÍR IT O S
mo o foram os Jareditas, muitos anos Alem do que tivemos nossos pais segundo
antes. a carne, para nos corrigirem, e nós os reveren­
ciamos; não nos sujeitaremos muito mais so
A parte mais importante do Livro de Pai dos espíritos, para vivermos? (Hebreus
Mórmon, do ponto de vista teológico, vai 12:9) .

Setembro de 1953 197


O L iv ro de M orm on e as
A m é ric a s antigas
Como o Livro de Mormon contém a sas de cimento, nas quais passou a mo­
história dos antigos habitantes das Amé­ rar.” (Helemã 3:7).
ricas, parece-nos lógico que as desco­
“E multiplicamo-nos consideràvel-
bertas feitas pelos arqueólogos, nesta
mente, e nos espalhamos sôbre a face da
terra, devem corroborar as afirmações
terra, e nos tornamos imensamente ricos
daquêle livro. em ouro e prata, e em coisas preciosas,
O Livro de Mormon foi publicado nae em obras de arte em madeira, em edi­
primavera de 1830 e, naquêle tempo, o fícios, em máquinas e, também, em ferro,
rio Mississipi era o limite até onde a ci­ cobre, bronze e aço, fabricando tôda
vilização tinha chegado, em sua marcha espécie de ferramentas para cultivar o
para o oeste. Pouca cousa era conheci­ sólo, e armas de guerra; sim a flecha
da, a respeito da história dos aborígines pontuda, a aljava, o dardo, o chuço, e
da América. Tôdas as descobertas ar­
todos os instrumentos de guerra.” (Ja-
queológicas de importância foram feitas
rom, verso 8).
depois da publicação do Livro de Mor­
mon e, grande parte delas, durante os Esta afirmação, junto com muitas
últimos cincoenta anos. outras, que se referiam ao uso do aço e
John Fiske, um dos mais notáveis outros materiais pelos Nefitas, foi cita­
historiadores da América, ridicularizou da por John Fiske, como prova evidente
o Livro de Mormon porque èle mencio­ da falsidade do Livro de Mormon. Quan­
na o uso do cimento na construção de do se consideram as maravilhosas e in­
edifícios, uma arte desconhecida para trincadas esculturas feitas na pedra du­
a civilização até o ano de 1830. As des­ ra, pelos antigos habitantes das Améri­
cobertas, feitas pelos arqueólogos, de cas, parece impossível que tal trabalho
antigas ruínas construídas de cimento, tenha sido levado a cabo sem o uso de
é um fato de tão vulgar conhecimento instrumentos de metal. O uso de ferra­
que nem é necessário fazer menção do mentas por êstes povos está hoje prova­
mesmo. Grande número de edifícios fo­ do e é um fáto incontestável. Edward
ram descobertos por meio de excava- Thompson achou no fundo do Pôço Sa­
ções, avenidas foram achadas, sistemas grado em Chichen Itza, no vale do Yuca-
de canais de irrigação construídos pelos tan muitos exemplares de pequenos cin-
primeiros habitantes das Américas fo­
zéis feitos de cobre. Juntamente com va ­
ram desenterrados e estão sendo usados
sos quebrados, feitos de cerâmica, pro­
pelos homens desta geração para os
tegidos com carvão, a uma profundidade
mesmos propósitos que eram usados an­
de cinco e meio pés dentro do sólo,
tigamente.
A. Hyatt Verril descobriu um formão
Do Livro de M ormon: feito de aço, grande parte do qual es­
“ E como era muito escassa a ma­ tava corroído pela ferrugem A extremi­
deira, no território, o povo que para lá dade cortante do mesmo estava contudo
seguiu, tendo muita experiência em tra­ em boas condições e ainda riscava o
balhos de cimento, pôs-se a construir ca­ vidro.

198 A LIAHONA
0 Livro de M o r m o n ... monte Popocatepetl. Êle afirma que
achou "minúsculos carros de terracota”
Um outro ponto, sôbre o qual o Li­ com quatro rodas e, depois de ter reno­
vro de Mormon e os cientistas divergiam, vado o eixo de madeira, que tinha apo­
era a questão da existência de cavalos drecido, o carro andou.
aqui na América. Ensinam as escolas Do Livro de Mormon:
que o cavalo não existia na América an­ “ E o rei havia ordenado a seus em­
tes da vinda de Colombo. Ainda que pos­ pregados, antes de levarem seus reba­
sa ser verdade que o nosso cavalo nhos ao bebedouro, que preparassem
atual tenha imigrado junto com aquê- seus cavalos e carros para conduzí-los
les primeiros exploradores, isto não pro­ para o país de Nefi.” (Alma 10:9).
va em nada que o cavalo não existia aqui
“ E abriram-se muitas vias, e muitas
antes daquele tempo. Esqueletos de ca­
estradas foram construídas ligando uma
valos foram achados a mais de trinta pés
cidade a outra cidade, e uma terra a
abaixo da superfície da terra e podem
outra terra, e um lugar a outro lugar.”
ser vistos, hoje em dia, nos museus de
(3 Nefi 6:8).
Kansas City, Missouri e em Los Angeles,
na Califórnia. Êste breve fundamento da realização
de um povo antigo num determinado pe­
Após essas descobertas, os cientistas
ríodo de sua historia é uma conclusiva
modificaram o seu parecer. Asseguram, evidência da veracidade do Livro de
agora, que os cavalos não existiam na Mormon. Mais de meio século decorreu
América, contemporâneamente com o entre o tempo da publicação do Livro
homem, antes da descoberta da América. de Mormon, onde estão contidas estas
A evidência foi agora trazida à luz para afirmações, e as descobertas científicas
aclarar êste ponto controvertido. Em que vieram testemunhar a sua veracida­
1931 o Museu Americano de Historia de. Foram, agora, descobertas, desenter­
Natural descobriu ossos de cavalo com radas no Vale de San Juantaitaucan, a
artefatos feitos pelo homem. Isto é uma vinte e cinco milhas ao sul da cidade do
conclusiva evidência da sua existência México, quatro milhas, mais ou menos,
simultânea com o homem. de estradas pavimentadas com cimento.
“E aconteceu que, quando viajáva­ Em 1830 uma larga avenida foi achada
mos pelo deserto da terra da promissão, enterrada nos vastos territórios do Ari­
descobrimos que havia animais de tôda zona. Quão extensos eram êstes cami­
espécie nas florestas; tanto a vaca como nhos só as pesquisas arqueológicas po­
o boi, e o burro, o cavalo, a cabra e a derão dizer, mas elas constituem uma
cabrita montês e tôda espécie de animais inapelável evidência de que os caminhos
domésticos úteis aos homens.” (I Nefi existiam: “foram construídos, ligando
18:25). uma cidade a outra cidade e uma terra a
outra terra, e um lugar a outro lugar.”
Uma outra, questão muito parecida
com a da presença do cavalo, é: quando De acôrdo com o Livro de Mormon,
o povo começou a usar o princípio da Jesus Cristo apareceu aos antigos habi­
roda? Menção foi feita no Livro de Mor­ tantes dêste continente, depois de sua
ressurreição em Jerusalém. Parece mais
mon do uso de carros, ainda que seja
que uma simples coincidência, o fáto de
bem conhecido o fáto de que êle não
que os índios americanos, hoje em dia,
estava em uso entre os aborígenes da
tenham uma lenda que fala de Um Gran­
América no tempo de sua descoberta.
de e Branco Espírito que apareceu entre
Em seu diário, De Sire Charney, um ar­
queólogo francês, descreve o seu traba­ êles e prometeu voltar de novo!
lho no velho cemitério bem aos pés do ( Continua na pág. seguinte)

Setembro de 1953 19a


Os enormes blocos de pedra, ajustados com perfeita precisão nas paredes dêste templo, testificam
a grandeza dos construtores de Chichen-Itza, América Central. Sua superfície sólida, coberla
com elegantes glifos — indecifráveis e misteriosos — apresenta um problema dos mais intrin­
cados, pois, embora os caracteres sejam perfeitamente legíveis, são tão indecifráveis quanto um
livro selado. (Eles foram feitos pelos descendentes do povo descrito no Livro de Mormon).

Mrs. L. Ruth Kohler pesquisadora e


secretária assistente do famoso arqueo- Bolo de Gengibre
logo. A. Hyatt Verrill, ela mesma sendo 3 chicaras de farinha de trigo inte­
descendente de indios, despendeu sete gral
anos coligindo e compilando dados da 1 chicara de assucar
história dos préincaicos da antiga Amé­ 1 chicara de margarina derretida ou
rica do Sul, mostrando a sua semelhan­ oleo
ça com a dos primeiros Samorianos que 1 chicara de leite azedo
viveram pelo Gôlfo Pérsico. Movida por 1 colher de cha de gengibre
sua curiosidade ela estudou o Livro de 1 colher de sopa de canella
Mormon durante os sete anos de suas 1 colher de cha de cravo
pesquisas. Ela afirma: 1 colher de cha de bicarbonato de
“Não tenho dúvidas de que o Livro sodio.
de Mormon é um registro religioso dos Modo de preparar: Peneire todos os
primeiros habitantes das Américas, ingredientes secos. Misture assucar,
assim como a Bíblia é um registro sa­ margarina (oleo) ovos, leite azedo e os
grado dos antigos israelitas. Em tôdas ingredientes peneirados e asse em uma
as minhas pesquisas, eu não achei nada forma de pão 8x12 por 25-35 minutos,
que não harmonizasse com o conteúdo
temp. 165-170’C. Nota: No lugar do lei­
do Livro de Mormon.” ( “The Improve- te azedo pode-se usar leite doce e o bi­
ment Era”, fevereiro, 1944; pág. 120).
carbonato pode ser substituído por 3 co­
Tradução de Myriam de Castro. lheres de cha de fermento.

200 A LIAHONA
A IGREJA NO MUNDO
As despesas em dinheiro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ültiraos
Dias, no ano de 1952, totalizaram 46.526.179 dólares cònstatando-se um aumento
de mais de 6.000.000 dólares sôbre o total do ano anterior e um aumento de mais
de 11.000.000 dólares sôbre o total de 1950.
As despesas foram mostradas em demonstrações estatísticas e financeiras
apresentadas pela Primeira Presidência à sessão inaugural da 123.* conferência
anual, na manhã de sábado, no Tabernáculo, e lida por Joseph Anderson, secretário
da conferência.
FONTE TOTAL
O total geral constituiu-se de 23.518.135 dólares gastos do fundo geral da
Igreja e os 23.003.044,00 dólares que foram gastos nas Estacas, ramos, missões e
outras agências e originaram-se de coletas e contribuições indepentes do dízimo.
Orval Adams, do comitê de auditores, informou que a Igreja não tem dívidas
e que os recebimentos de 1952 superaram as despesas.

A U M E N T O S P R IN C IP A IS
As atividades que mostraram maior aumento sôbre o ano anterior, foram os
trabalhos nas missões, escolas e seminários, construção e reparos de capelas e de
outros edifícios.
Damos a seguir um resumo das despesas tiradas do fundo geral da Ig re ja :
dólares
Administração (todas as despesas são cobertas por renda indepen­
dente dos d íz im o s ) ........................................................................... 1.214.665
Administração e manutenção das Estacas, R a m o s .............................. 9.516.508
Missões e c o n s t r u ç ã o ........................................................................... 4.609.266
Despesas com Templos
T e m p l o s .................................................................................................. 689.418
Programa de Bem E s t a r ....................................................................1.573.803
Construções gerais, páteos, Escolas e Atividades educacionais . . 3.674.986
Sociedade G e n e a ló g ic a ........................................................................... 811.581
Outras despesas, tais como taxas e contribuições.............................. 326.890
Sumário de despesas cobertas por coletas e contribuições indepen­
dentes do dízim o;
Edifícios, reparos e aquisição de te r r a s ............................................. 8.041.097
Manutenção das Estacas, ramos e missões, incluindo despesas de
recreação .......................................................................................... 4.600.088
Auxílio aos necessitados, tirado das ofertas de jejum . . . . 1.714.202
Para aquisição de armazéns e projetos do orçamento de produção
do plano de Bem E s t a r .................................................................... 822.198
Auxílio aos missionários
Auxílio aos missionários, tirado das contribuições das Estacas e dos
r a m o s .................................................................................................. 210.661
Funcionamento do Hospital das Crianças das Primárias, comitês auxi-
liares e te m p lo s ................................................................................... 332.941
Instituições educacionais, tirada da renda do ensino e dormitórios 3.733.270
Hospital (além das quantias pagas em d í z i m o s ) .............................. 32.485
Auxiliares (da renda de vários n e g ó c i o s ) ......................................1.365.672
Templos (do recebimento de roupas e o u tr o s )...................................... 154.155
Industrias D e s e r e t ................................................................................... 717.660
Projetos de produção do Plano do Bem E s t a r ......................................1.283.615
P R O G R A M A DO BEM ESTAR
Todas as despesas do programa do Plano de Bem Estar, incluídas nos sumá­
rios acima, ascenderam a 3.670.208. Foram distribuídas mercâdorias num valor
de 1.073.659 dólares totalizando uma distribuição geral de 4.743.867 dólares, den­
tro do programa.
A distribuição de mercadorias dos armazéns do Bispo totalizaram um total
de 6.500.000 libras de alimentos e 360.000 itens de utilidades domésticas. Durante
o ano, um total de 37.649 pessoas nos Estados Unidos e Canadá foram auxiliadas.
As industrias Deseret tiveram uma média de 289 pessoas trabalhando e 64
por cento destas tinham defeitos físicos (Deseret News, 4 de Abril de 1953).
Tradução de Myrian de Castro
Lendas religiosas
dos A z t e c a s
Pelo D R . C H A R L E S E. D 1 D D L E

A Escritura está repleta de exemplos de nações que prosperaram porque viveram


a palavra de Deus mas que posteriormente apostasiat\am da sua fé. N a maioria dos exemplos
o afastamento destes grupos de pessoas foi caracterizado mais por uma corrupção gradativa
de princípios e práticas do que uma ríspida, instantânea rejeição à verdade. À medida que
mais e mais erros se infiltravam, fatos e fantasia se tornavam fortemente confundidos num
credo de superstição e mito com apenas uma vaga ligação à verdade donde brotaram.
Um notável exemplo disto encontramos ifí história dos antigos habitantes dos conti­
nentes Americanos. Aqueles que foram privilegiados, no primeiro e segundo séculos D. C., em
ter em suu pureza o Evangelho de Jesus Cristo, como está registrado em sua história, o Livro
de Mormon, haviam, na ocasião em que foram descobertos por exploradores Europeus, se
degenerado em adoradores de deuses falsos, firmemente seguros nas cadeias da ignorância e da
superstição. Dr. Charles E. Diddle, chefe do Departamento Antropológico, da Universidade
de Utah, apresenta aqui algumas das fulgurantes lendas dos Índios Aztecas do México.

Os Aztecas do México eram um povo SACRIFÍCIO HUMANO


fanàticamente religioso, fanatismo êsse O sacrifício humano deve ser obser­
que os levou eventualmente ao excesso vado na luz do conceito da criação que
do sacrifício humano. Apesar dêste povo tinham os Aztecas. A arma da vida e o
ter fundado sua cidade no ano de 1325, índio haviam sido criados pelos deuses
teve séculos de migração, anteriores à que dão suas vidas no processo criador.
data da fundação. As condições favoráveis ao índio (sol,
Durante os seus anos de peregrina­ chuva, alimentação, etc.) só lhe seriam
garantidas se. os deuses fôssem conser­
ção foram guiados por seu deus Huitzi-
vados em paz e bem alimentados. A ali­
lopochtli, que lhes falava e os aconse­
mentação comum do índio inferior (mi­
lhava constantemente. Era êste oráculo lho, feijão, e hervas) não seria aceita pe­
que falava com êles durante suas pere­ los deuses. Só poderiam receber susten­
grinações e os instigava a praticar o sa­ to da mais preciosa coisa que o índio
crifício humano como sinal de reverên­ tinha para oferecer — sangue humano.
cia e obediência ao seu deus. Os Aztecas Esta oferta de vidas humanas significa­
eram um tanto semelhantes aos Roma­ va apenas o cumprimento de um arranjo
nos; tinham seus próprios deuses, mas, recíproco, da parte que cabia aos índios.
à medida que conquistavam e se incor­ Os deuses davam suas vidas para criar
poravam a outros povos, incluíam novos o homem e lhe dar sustento; o homem
deuses em seu panteon. Dêste amálgama dava sua vida para prover seus deuses
de deuses e conceitos surgem certas com alimento.
crenças. ( Continua na pág. seguinte)

S A B E D O R IA P R IM E IR A M E N T E

Não busques riquezas mas sabedoria e, eis que os mistérios de Deus te serão desvendados,
e então serás enriquecido. Eis que rico é aquele que tem a vida eterna. (Doc. e Con. 11 :7).

202 A LIAHONA
H á uma notável semelhança entre as religiões Aztecas e Hebréias e essas características
encontradas em muitas de suas pinturas e esculturas. De acôrdo com .o Livro de Mormon,
os antepassados dos Aztecas vieram da Palestina.

O APÓS-MUNDO muitos deuses, o sacerdócio tinha im­


portante papel na sociedade Azteca.
Os Aztecas acreditavam numa vida Muitos meninos ao nascerem eram de­
de após morte. A alma do índio depois dicados ao ministério. Ao atingirem seu
de morrer seguia para Mictlan — lugar décimo quinto aniversário, entravam pa­
de morte. Êste “outro mundo” consistia ra um seminário onde eram treinados
de muitas divisões onde as almas chega­ nos mistérios do sacerdócio. Eram ins­
vam de acôrdo com sua maneira de vi­ truídos na arte de pintura e interpreta­
ver e a maneira de sua morte. Aqueles ção de livros sagrados dos Aztecas, que
que haviam morrido em batalhas ou sa­ tratavam de religião, mitologia e his­
crificados, se reuniam ao Sol numa vida tória.
privilegiada em jardins espaçosos, onde
lutavam ou passavam suas horas de Esportes, exercícios de guerra, co­
acôrdo com sua vontade. Aqueles que mércio, ciências e artes eram atividades
haviam morrido afogados, atingidos por diárias em que se baseava o sacerdócio.
raios, ou moléstias, iam para um paraiso De fato, pode-se dizer dos Aztecas, o
que abundava etn árvores frutíferas, mi­ mesmo que se diz da Europa durante a
lho e feijão. Tôdas as outras almas fa­ idade média, “A sabedoria era adquiri­
ziam uma viagem de quatro anos antes da nas escadas dos templos.”
de atingirem afinal um lugar de des­
canso.
O SACERD ÓCIO Não sejas ocioso, porque o ocioso não co*

Por ser tão necessário manter uma merá do pão nem usará as vestes do trabalha­
relação amistosa entre o índio e seus dor. (D e C 42:42),

Setembro de 1953
203
IG R E JA D E JE S U S C R IS T O
DO S S A N T O S D O S Ú L T IM O S P r im e ir a
D IA S P r e s id ê n c ia

D IA G R A M A

da organização
Q u o r u m dos
D oze
A p o s tó lo s

P a t r ia r c a
da Ig r e ja

Q u o r u m dos
S e te P r e s i­
d e n te s d o s
S e te n ta

P r e s id e n te s B is p a d o em
d e M is s õ e s P r e s id ê n c ia

s u p e r in t e n ­
d e n te s o u P re
s id e n te s G e r a ij
de O r g a n iz a ­
P r e s id ê n c ia tia
ç õ e s A u x ilia -
E s ta c a ( a s s is ­
M is s io n á r io s tid o p e lo ) S u
pre m o C onse
lh o d a E s ta c a

S um o -
S a c e rd o te s

S u p e r in te n ­
d e n te s o u P r e
s id e n te s d e O r S e te n ta s
g a n iz a ç õ e s A u
x ilia r e s d a
tirai»

S u p e r in t e n
d e n te s o u P r e ­
M e m bro s d a P a ­
s id e n te s d e O r ­
g a n iz a ç õ e s Au- r ó q u ia (m e m ­
b r o s p r a t ic a n ­ M e s tr e s
x ilia r e s d a
tes e m e m b r o s
P a r ó q u i a ____
que possuem
o s a c e r d ó c io )
D iá c o n o s

N o ta : A s se tas i n d ic a m a d ir e ç ã o d a m a is a lt a a u t o r id a d e e ju r is d iç ã o .

204 A LIAHONA
A O RGAN IZAÇÃ O DA IGREJA DE JESUS CRISTO
DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS
Em organização básica, a Igreja re­ dotes, mestres, diáconos e pastores. Ê!e
gride aos tempos do Novo Testamento. também esclarece a necessidade dêsses
Em eficiência, tem sido muitas vêzes vários cargos relacionados entre si, para
descrita como estritamente moderna. Is­ adiantar seu objetivo comum — “Para
to não é uma contradição. a perfeição dos Santos, para o trabalho
Os Mormons mantêm que a orga­ do ministério, para edificação do corpo
nização fundamental da Igreja de Jesus de Cristo; até que todos cheguemos à
Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a unidade da fé e ao conhecimento do Fi­
mesma existente na Igreja estabelecida lho de Deus, o varão perfeito, à medida
pelo Salvador. da estatura completa de Cristo.”
No início de seu ministério, Jesus As escrituras esclarecem outro pon­
chamou doze homens a quem ordenou to importante com referência a êsses ofi­
apóstolos. A êstes Êle deu poder para ciais da Igreja. Jesus disse aos seus
curar os doentes, ressuscitar os mortos, apóstolos: “Não me escolhestes a mim,
e ministrar as ordenanças do Evangelho, mas eu a vós e os ordenei”. Paulo ampli­
advertindo-os com as seguintes pala­ fica êste pensamento com a declaração
vras: “De graça recebestes, de graça de que “ E ninguém toma para si esta
dai”. Foram então enviados às cidades honra senão o que é chamado por Deus,
de Israel, para dar testemunho d’Ê!e como Aarão”. Durante aqueles primeiros
e de Seu reino. Três entre êles — Pedro anos, os homens na Igreja recebiam car­
Tiago e João — figuram nas escrituras gos não por sua própria escolha, mas
como líderes, especialmente após a mor­ eram selecionados e ordenados por
te e ressurreição do Salvador. aqueles que haviam recebido poder e
O Senhor também indicou os “Se­ autoridade do Senhor.
tenta” para auxiliar no trabalho. Êstes Os Santos dos Últimos Dias acre­
Êle enviou em pares com autoridade pa­ ditam que esta mesma organização com
ra falar em Seu nome. O sucesso coroou seus cargos básicos foi novamente res­
Seu ministério, como se deduz da decla­ taurada da terra e que os homens devem
ração de que “êles retornaram novamen­ preencher êstes cargos no mesmo prin­
te com alegria”. cípio em que eram preenchidos nos tem­
Após a morte de Jesus, o trabalho foi pos antigos. Acreditam que nesta orga­
levado além dos limites de Israel para nização encontra-se a chave e os meios
as cidades da Síria, depois para a Ásia de um trabalho eficiente da Igreja.
Menor e mais tarde para a Grécia e Ro­
O FIC IA IS GERAIS
ma. Os ensinamentos foram pregados
com um efeito tal que Paulo, uns trinta Há na Igreja de Jesus Cristo dos
anos mais tarde, declarou que o evan­ Santos dos Últimos Dias, três níveis de
gelho havia sido pregado para tôdas as organização — geral, regional e local.
criaturas existentes sob o céu. Para presidir todos os seus trabalhos
À medida que os vários ramos da em todo o mundo, há um conselho de
Igreja foram organizados, bispos e três homens, chamado Primeira Presi­
elders foram ordenados para presidi-los dência, consistindo de um presidente e
e outros cargos no Sacerdócio foram dois conselheiros. Trabalhando com ês­
preenchidos. Paulo fala especificamente tes líderes, estão os membros do Con­
de apóstolos e profetas, bispos e elders, selho dos Doze Apóstolos, que são par-
sumos sacerdotes, evangelistas, sacer­ ( Continua na pág. seguinte)

Setembro de 1953 205


ticularmente chamados “testemunhas es­ servir sem o assentimento dos que serão
peciais do nome de Cristo em todo o presididos. Uma das funções estabele­
Mundo”. Formam um quorum que ins­ cidas em todas as conferências, é a apro­
peciona e dirige as atividades desta or­ vação dos oficiais da organização.
ganização em todo o mundo. O Presi­
O FIC IA IS DE ESTACA
dente da Igreja é escolhido dentre os
doze. A organização regional é algo pare­
cida com a organização geral. A estaca
Dois outros quoruns e um patriarca,
é presidida por uma (presidência de três
ou evangelista, constituem a organiza­
homens ■ — um presidente e dois conse­
ção das autoridades gerais. Um dêsscs
lheiros. Êstes, por sua vez, são auxilia­
quoruns é o Primeiro Conselho dos Se­
dos por um conselho de doze homens.
tenta, consistindo de sete homens que
Uma das funções dêste conselho é julgar
presidem vários quoruns locais dos Se­
os casos que impliquem em excomunhão
tenta. Êstes homens têm sôbre si as mes­
de membros. Em tal julgamento da Igre­
mas responsabilidades que Jesus deu aos
ja, seis homens funcionam como promo­
Setenta — pregar o evangelho através
tores e seis falam em defêsa do acusado.
do trabalho missionário.
Mesmo nos casos de apostasia, os após-
Um Bispado de três homens, regula tatás são defendidos.
as propriedades físicas da Igreja. Auxi­ Os Comitês da Estaca, supervisam
liados por arquitetos, técnicos em exte­ o trabalho das várias organizações au­
riores, engenheiros e outros homens trei­ xiliares, numa base regional. Estes co­
nados, cuidam dos edifícios largamente mitês são constituídos de excelentes pro­
distribuídos e das outras instalações que fessores e administradores nos vários ra­
representam um investimento de milhões mos. Por meio de visitas aos ramos e
de dólares. reuniões com os oficiais dos ramos, eles
Mas êsse Bispado Presidente, não se executam um programa de treino de en­
dedica somente aos assuntos de nature­ sino. Desta maneira os oficiais dos ra­
za temporal, mas é também a cabeça mos são constantemente auxiliados na
do Sacerdócio Aarônico. Nesta qualida­ solução de seus problemas e sua efici­
de êles supervisionam as atividades de ência no ensino é aumentada.
centenas de quoruns de meninos e rapa ­
zes ordenados nêste Sacerdócio. O RG AN IZA ÇÃO LOCAL
Além dêsses oficiais gerais, há os O ramo é a unidade local da Orga­
comitês gerais à testa do Programa do nização da Igreja. Auxiliando o Bispado
Plano de Bem-Estar e de várias orga­ de três homens, encontra-se um grande
nizações auxiliares. Êstes Comitês su­ corpo de oficiais e professores. Na mé­
pervisionam o trabalho destas agências dia dos ramos êste grupo consiste de
em toda a Igreja, estabelecendo políti­ cêrca de duzentos indivíduos. Cada in­
cas, preparando cursos de estudo e diri­ divíduo tem uma responsabilidade defi­
gindo atividades através de visitas aos nida. Seria impossível para o bispo e
grupos locais. Os membros que formam seus dois conselheiros visitar os lares de
êstes comitês, são indivíduos cuidadosa­ todos os membros, mais que uma vez
mente selecionados por suas habili­ por ano. O Bispado tem, portanto, dire­
dades. tamente sob sua direção, pessoas que
O Presidente da Igreja é nomeado são chamadas para trabalhar como pro­
dentro do Conselho dos Doze e pelo fessores do ramo. Estes homens visitam
próprio conselho, mas é aprovado por cada lar pelo menos uma vez por mês.
todos os membros. O mesmo princípio Trabalham em pares e cada par de pro­
de assentimento comum é aplicado a to­ fessores tem somente algumas familias
dos os oficiais. Nenhum oficial poderá ( Continua na pág. seguinte)

20Ü A LIAHONA
para cuidar. Entregam qualquer instru­ incentivo monetário para a realização de
ção que o Bispado queira que seja en­ tal trabalho. De fato, invariavelmente,
tregue e determinam se qualquer fami- deve haver um considerável sacrifício de
lia precisa auxilio. Se há dificuldade f i ­ tempo e meios. Disto nasce o verdadeiro
nanceira ou doenças, os professores do ideal cristão de servir.
ramo informam imediatamente para que Os homens e mulheres que executam
as medidas necessárias sejam tomadas estas obrigações provenientes da res­
afim de que seja satisfeita a necessidade. ponsabilidade da Igreja, são cidadãos

Cada quorum do Sacerdócio tem comuns. Sua capacidade incomum pro­


tambem uma presidência, secretaria e vem da sua crença na eficácia do evan­
varios comitês para cuidar que o traba­ gelho de Jesus Cristo e da sua vontade
lho do quorum progrida e que as neces­ de fazer com que o trabalho seja bem
sidades dos membros sejam satisfeitas. sucedido.
Em cada uma das organizações au- Tradução de Myrian de Castro.
xiliares há, da mesma forma, uma presi­
dência de três, com secretaria, regente
do côro, organista e um corpo de pro­
Bolo de Abobora
fessores. 2 chicara de farinha de trigo integral
Dentro dos processos democráticos 1 chicara de assucar
destes grupos organizados encontra-se 3/4 chicara de abobora
o gênio do mormonismo. Cada membro 1/2 chicara de margarina
da Igreja que quiser e for capaz, tem 3/4 chicara de leite azedo, tambem po­
alguma coisa para fazer. Dentro dessas de ser doce
várias funções, êle tem ampla oportuni­ 1/2 colher de cha de bicarbonato de
dade para usar talentos e ser útil. Cada sodio
um tem uma responsabilidade e para se 2 colheres de chá de fermento Roya!
desincumbir desta responsabilidade, es­ 3/4 colher de cha de sal
tuda e trabalha. À medida que assim 1 colher de cha de canela.
procede, seu interesse pela causa au­ Modo de preparar: Peneire todos os
menta. ingredientes secos, e misture-os aos
O resultado é uma organização depoucos com margarina, ovos etc. Assar
líderes altamente qualificados. Não há 50-60 minutos em forno 165"C de temp.

Setembro de 1953 207


Manga de camisa - Obra Prima
A espôsa do compositor suspirou deira tinha chegado e levado tudo. Ape­
quando viu o monte de camisas sujas. sar de ela não saber onde morava a la­
Um homem que não tinha nada mais a vadeira, a descuidada espôsa chamou
fazer, que compor música o dia inteiro, sua carruagem e correu tôda a cidade,
não deveria ser tão exigente, com sua através das ruas sinuosas, além das es­
roupa. Ela pegou numa camisa, somen­ tradas poeirentas, recebendo a mesma
te para ver que seu distraído marido, ti­ resposta: “Sra. Donavan? Não a co­
nha escrito pautas musicais em sua nheço”.
manga. Após horas de busca, uma idosa se­
Com certeza a música não o tinha nhora duma casa de vinhos, conduziu a
agradado. Ela estava prestes a atirar no­ desolada espôsa à vivenda da sra. Do­
vamente a camisa, quando seus olhos navan. Célere, ela entrou porta a dentro
musicalmente treinados, pegaram as pri­ a tempo de segurar o braço da lavadei­
meiras notas. Ela solfejou a melodia. ra, no momento exato em que ela ia ati­
.Era linda! rar a camisa na água de sabão.
O resto é história. Mas somente o
Mas devido a um encontro com hora
pensamento rápido de Mme. Strauss,
marcada, ela pôs a peça de lado, enrolou
salvou, para a posteridade, a bela e
as outras camisas e deixou-as para a
imortal “Danúbio Azul”, de Johann
lavadeira. Alguns minutos depois, ela
notou que a camisa tinha desaparecido. Strauss.
Enquanto ela esteve lá em cima, a lava­ Trad. de Geraldo Tressoldi.

New Fears and Old has tasted of the fruits of freedom. Loss
of freedom is too big a price to pay for
( Continuação da pág. 193) the removal of this one fear — or even
of many fears. And actually our fears
so? If he had the power to give so much, are not removed in this manner anyway
would he noo also have the power to but merely postponed or exchanged for
take it away? And should we not then new ones. Perhaps there are few, if any,
have cause to fear his whims and capri- in this life who are free from ali fears.
ces and changes of purpose? And, since Perhaps the fulness of this cherished
men come and go, should we not then blessing is reserved for heaven. But the
have cause to fear that new Pharaohs nearest approach to it that we know of
would arise, and that old fears would comes to free men who are willing to
return? You see, we are sometimes guilty work, who have faith in the future, trust
of seeing only part of our problem — in God, and a conscience that deserves
for the renioving of one fear often leads to be quiet.
to another. And satisfying as it wbuld
be to be free of this one fear, there is
more to life than this. The man in jail H O W TO GAIN W IS D O M
has food and shelter. And anyone can
If any of you lack wisdom, let him
get into jail. Cattle are fed and physi-
cally cared for. But neither the man in ask of God, that giveth to ali men libe-
jail nor the cattle in the corral have much rally, and upbraideth not; and it shall
to offer that would interest any man who be given him. — James 1 :5.

208 A LIAHONA
( Q U A N T O

TE M P O
L E V A ?
outras marcas. Aqui, de uma só vez, fica
admitida a (1) presença da nicotina e
(2) que a nicotina é perigosa — preju­
dicial aos homens. Se não fôsse perigo­
sa, teria motivo a companhia de van­
gloriar-se de seu produto ter “28% me­
nos de nicotina que outras marcas?” De
fato, 28% não é digno de menção. Con­
siderando-se que outras marcas conte­
nham de dois a cinco décimos por cen­
to de nicotina, 28 por cento destas quan­
Há mais de cem anos, o proféta José tidades deixariam ainda um e quatro
Smith recebeu do Senhor uma mensa­ quintos por cento de nicotina no cigar­
gem que se tornou conhecida como “A ro. Se um quinto da nicotina do cigarro
Palavra da Sabedoria”. Nela se encon­ entra no corpo, na média das marcas,
tra esta passagem: O tabaco não é para achariam alojamento no corpo do fu­
o corpo, nem para o estômago, e nem é mante cinco décimos por cento da nico­
bom para os homens. . . ” Desde então tina, enquanto que na chamada “marca
outras religiões e a ciência, iniciaram aperfeiçoada”, 36 centesimos por cento
suas campanhas contra o tabaco. seriam retidos.
Mas esta propaganda contra o taba­ Em tôda parte, fabricantes de cigar­
co pouco efeito teve sôbre o mundo em ros procuram meios de extrair a nicotina
geral. Bilhões de cigarros são vendidos dos cigarros. Quando um novo filtro foi
anualmente. Nos paises famintos e de­ descoberto, os fabricantes o anunciaram,
vastados pela guerra, só um cigarro vendendo milhões. Por que? Para pro­
dava para comprar um precioso saco de teger seus fregueses de agentes peri­
batatas. gosos!
É compreensível que os homens não Os fabricantes de “Philip Morris”,
acreditem nos ensinamentos dos profe­ nos Estados Unidos, anunciam seus ci­
tas, e que não dêem atenção à ciência. garros como sendo “menos irritantes”
Mas o cúmulo da ignorância — e da de­ que outras marcas. Por que dizem êles
satenção — é não atentarem nas pala­ “menos irritantes” ? Porque o cigarro,
vras dos fabricantes de cigarros, porqUe, de acôrdo com o que admitem os fabri­
hoje em dia, êles próprios admitem que cantes, são irritantes. Aquilo que é irri­
seu produto “não é bom para oè ho­ tante é alguma cousa, como o veneno,
mens.” que tende a destruir a vida ou prejudi­
Nos Estados Unidos, onde são con­ car a saúde — uma outra admissão,
sumidos num dia mais cigarros que em pois, de que o cigarro é venenoso e ruim
qualquer outro lugar, os diversos fabri­ para os homens.
cantes, em sua competição intensa de Se os homens não querem ouvir
vendas, impassivelmente anunciam os Deus, e se êles não querem ouvir a voz
niáus efeitos do cigarro. Certa cotnpa- da ciência, que ouçam pelo menos a
nhià anuncia, agora, que o seu cigarro admissão daqueles que estão destruindo
é menos ofensivo, porque contém “vinte seus corpos. Quanto tempo se leva para
e oito por cento menos nicotina” que aprender?

Setembro de 1953 209


O MORMON resistentes grades de ferro do parapeito.
Quando, numa tarde muito quente de
verão, cheguei, êle disse-me alegre­
( Tirado do Livro “Fé e Meus Ami­ mente: “Sente-se meu filho, e tome a
gos” de Marcus Bach, que não era fresca”. Sentei-me numa cadeira próxi­
membro da Igreja). ma a êle. SeuS cento e quinze quilos eram
uma barreira a qualquer viração, se
( Continuação do numero anterior) houvesse alguma. Êle era excessivamen­
te gordo, com grandes orelhas, nariz
Pela primeira vez na historia das reli­ bulboso e bexiguento, de faces verme­
giões americanas, os convênios espiri­ lhas queimadas pelo sol e vento. Sua
tuais penetravam completamente na vida respiração era ritmada pela subida e
do homem, sugerindo o que êle devia co­ descida de seu estômago que esticava os
mer, o que devia beber e o que êle espe­ botões de sua camisa azul. Conquanto
rava nesta e na outra existência. fôssern audíveis as respirações por entre
“Isto não é Protestantismo!”, diziam seus lábios abertos, êle abanava-se com
os pregadores. um jornal. Eu folheava um livreto de ar­
“ Isto não é Catolicismo!”, diziam os tigos Mormons. Êle falava sôbre o tem­
sacei dotes. po e o calor do dia, mas sondava-me até
Os seguidores do Profeta concorda­ que soube o que eu estava ali fazendo.
vam. Para êles isto era o evangelho da “Mormons!” esclamou êle com um
restauração. Dêles era a Igreja de Jesus grunhido de reminiscência. “Uma vez
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que dois dêles estiveram em minha casa em
preparava a nação para a volta do Se­ Joplin”.
nhor. Êste era um título muito elevado “O sr. os deixou entrar?”
para as massas; Mormonismo foi o ape­ “ Não”. Então êle se virou para mim e
lido que permaneceu. com uma jovial inquirição em seus olhos
Os nomes de muitas cidades do Mis- lacrimejantes, disse: “O sr. pensa que
souri, fundadas pelos primeiros Santos, eu devia deixá-los?” Êle respondeu a si
também tinham permanecido: Smithvil- mesmo num tom oratório, “ Eu não os
le, Paradise, Far West, Bethany, Mt. deixei. Tenho uma religião. Sou Meto­
Moriah. Viajando através delas encon­ dista. O sr. tem religião, não tem?”
trei muitos Mormons de hoje que esta- “Certamente que tenho”.
vam sempre desejosos de falar sôbre “ Está bem”, disse êle, afrouxando seu
seus ancestrais. Havia alguns simpati­ colarinho e a gravata.
zantes com os ideais Mormons. Havia os Temendo que pudessemos desviar de
não Mormons que nada sabiam e não se assunto tão interessante, respondi: “É
incomodavam com o romance do passa­ porque tenho uma religião, que gosto de
do. E também havia o homem gordo. investigar as outras.”
Encontrei-o ao entardecer, na varan­ “Não estou entendendo”, disse êle.
da do Hotel Plattsburg. Êle estava sen­ “Como um homem que tem um carro
tado, com insegurança, numa cadeira que êle gosta”, expliquei. “Isso o faz
não muito forte, e descansava os pés nas interessar no carro dos outros. Talvez
eu esteja interessado em suas estradas”.
“Sim, mas o Mormonismo”, objetou
O R E IN O D IV ID ID O êle, “é uma boa estrada para se conser­
var fora dela”.
.Tesús porém conhecendo os seus pensamen­
tos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si “ Por que?”
mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, “Por que?”, grunhiu êle. “Porque êles
dividida contra si mesmo não subsistirá (S. M a­
teus 12:25). ( Continua na pág. seguinte)

210 A LIAHONA
são favoráveis a bigamia, não são? De “Que pagam tudo com seu próprio
qualquer modo, êles têm idéias de b i­ dinheiro”.
gamia”. O homem gordo olhou-me com ar de
Sua voz era abafada e afável. Esse desconfiança. “ Imagino”, disse êle.
desabafo o auxiliava a esquecer o calor. “Êles dão um par de anos de suas vi­
Eu o obriguei a continuar. “O sr. co­ das”, expliquei, “e saem pelo mundo” .
nheceu algum Mormon?” Êle ponderou sôbre isso. Depois per­
“Não posso dizer que conheci”, con­ guntou: “O sr. está certo disso?”
fessou êle. Mas um homem não precisa “ Pensei que todo mundo soubesse
morder uma maçã podre para saber seu disso”, disse eu fingindo surpresa.
gôsto”. “Creio que o sr. nem mesmo sabe que os
“O sr. conheceu alguem que conhecia Mormons não tomam café”.
algum Mormon?” Aparentemente êle estava gostando da
“Ora veja”, disse êle hesitante, “dêsse minha recriminação. Isto também fa-
jeito o sr. não pega uma velha raposa zia-o esquecer o calor. “Talvez o sr.

como eu. Mas dir-lhe-ei o que disse queira me convencer”, observou êle.
àqueles jovens camaradas que vieram a “Mas eu não me imiscuo demasiado em
minha casa. Disse-lhes que estavam per­ religião. Religião é pior do que polí­
dendo seu tempo. Rapazes fortes como tica”.
aqueles apertando campainhas! Penso “Muitos Mormons recusam até mes­
que êles não foram bem sucedidos em mo a tomar chá”, continuei. •
parte alguma da cidade”. “ Isso é tolice”.
“Suponho”, disse eu, “que deve ha­ “ E cerveja, vinho ou qualquer bebida
ver um melhor meio de fazer a mensa­ alcoólica”.
gem chegar ao povo do que ir de porta “Bem”, disse o homem gordo em tom
em porta. Mas creio que isto faz bem repentinamente afável, “com isto con­
aos proprios rapazes, ir ao encontro das cordo. Não tenho tocado em alcool du­
pessoas, conhecer homens como o se­ rante catorze anos. Nada religioso, es­
nhor.” teja certo, somente puro senso comum.
“Sim”, pensou êle com desinteresse, A bebida nestes dias é uma verdadeira
“penso que deve ser bem desanimador” . desgraça”.
“O sr. sabe que êsses rapazes que vão “ . . . e êles não fumam”.
de porta em porta, fazem isso as suas “Bem, um bom charuto nunca fez mal
próprias custas?” a ninguém. Mas o cigarro pode se tor-
“O que o sr. quer dizer com isso?” ( Continua na pág. seguinte)

Setembro de 1953 211


Os Mormons . •. além de suas intenções, virou a página
e leu superficialmente os parágrafos res­
( Continuação da pág. anterior) tantes.
nar um terrível vício, e o uso do cachim­ “ Nisto”, disse êle finalmente, pondo o
bo é prejudicial para os dentes”. dedo sôbre uma linha, “nisto não creio.
Durante seu sermão, eu tinha encon­ A Palavra de Sabedoria foi promulgada
trado um panfleto em um livreto Mor­ em 1833 por Joseph Smith como uma
mon e o dei a êle. revelação recebida do Senhor.” Êle sa­
“Que é isto?”, perguntou êle. cudiu a cabeça e devolveu-me o panfle­
“A Palavra de Sabedoria Mormon”. to. “O sr. acredita?”, perguntou êle.
“Acredita no que?”
Êle segurou-o em todo o comprimen­
“Acredita em revelações?”, disse êle
to do braço e leu em alto tom para fa­
secamente.
zer-me crer que sua vista ainda era boa,
“Bem”, respondi, “tudo isso depen­
mesmo a luz evanescente, “Uma M a­
de”. “ Existe uma porção de coisas na
neira Provada de Se Conseguir Saúde,
vida que não posso explicar”.
Vida Longa e Felicidade”. Depois êle
m’o devolveu. “Quando um homem che­ “Sim”, confessou êle, “penso que isso
ga a ter minha idade” , disse êle com um é verdade”.
suspiro, “êle já tem bem delineado o seu Durante longo tempo permanecemos
modo de viver. Tenho sessenta e seis quietos, olhando a rua que escurecia.
anos. Talvez o sr. não acredite. Sessenta Durante muito tempo o homem gordo
e seis!” permaneceu pensativo. Depois, de sua
Uma vez que eu não tinha feito qual­ trabalhosa respiração, veio a palavra
quer menção de pegar o panfleto de vol­ final: “Ainda penso que aqueles rapa­
ta, êle olhou-o novamente. Então êle poz zes não conseguiram uma única con­
seus óculos. Êle lia vagarosa e pausada- versão em Joplin. Mas para lhe ser fran­
mente, movendo seus grossos lábios, co­ co, não tenho certeza”.
mo se estivesse interessado: “O uso mo­ Talvez êle estivesse desejando, que
derado da carne”, “O uso liberal de fru­ êle tivesse deixado aqueles jovens rapa­
tas”, “O uso regular de vegetais”. Quan­ zes entrar em sua casa e tivesse verifi­
do êle chegou na “Abstinência de tôdas cado, por si mesmo, se eu estava lhe
as bebidas alcoólicas”, comentou: “Com dizendo a verdade, mas, êle em seu inte­
isto concordo. Não tenho tocado numa rior, podia muito bem estar satisfeito por
gota durante catorze anos” . Mas foram sua cidade ter resistido a invasão Mor­
os dados estatísticos que lhe fizeram en­ mon.
rugar a testa pensativamente: Nos fins do ano de 1830, os Santos
Mortes por 100.000 pelas seguintes foram expulsos de Missouri a poder de
doenças: baionetas, seus lares foram queimados
Em Na e suas propriedades destruídas. Suas vi­
6 Igreja
países Mormon
das eram por demais controladas pela
igreja, diziam os Gentios, e suas con­
Tuberculose ..................... 79,5 7,4
dutas por demais governadas pelas “re­
Cancer ............................. 137,5 48,3
velações”. A palavra de seu lider era lei
Doenças do sistema ner­
acima da lei da terra. Muitos dos Gen­
voso ........................... 117,6 49,2
tios tinham escravos, os Mormons não.
Doença dos Rins e corre­ Êles diziam que a escravidão tinha sido
latas ........................... 56,9 29,9 proibida pelo Profeta e pelo livro. Êles
“ Huni”, observou o homem gordo, viviam uma vida quase em comum, abri­
“ai está uma coisa interessante”. Então, gando seus pobres através dos dízimos
com mêdo que sua curiosidade fôsse e sacrifícios dos ricos.

212 A LIAHONA
Cada vez que os Mormons eram expulsos de seus lares tinham de viajar por
meio dêstas carroças de B oi.

A vida familiar dos Gentios ficava Antes que a sentença fôsse executa­
descontrolada tôda vez que um de seus da, um novo lider surgiu no cenário
membros se unia a nova e odiada seita. Mormon com inesperada surpresa. Êle
Os governos locais ficavam em confu­ tinha trinta e sete anos e emergiu de
são, as igrejas se dividiam, os fazendei­ entre as fileiras dos dispersos e aterro­
ros diziam que os Mormons tinham saí­ rizados Santos, para conservá-los uni­
do para tomar o controle da terra. Os dos com sua vontade férrea. Êles bem o
antagonistas fanáticos afirmavam que conheciam. Não muito tempo atrás, êle
não haveria paz até que os Santos fos­ tinha doado sua fortuna e oferecido sua
sem exterminados. Êsse foi o princípio vida a causa Mormon. De constituição
da sangrenta história Mormon. forte, resoluto na execução do que êle
Um dos primeiros mártires foi um ra­ acreditava ser a vontade do Profeta, êle
paz de nove anos, chamado Sardius conduzia agora os desabrigados e em­
pobrecidos filhos de Cumorah, na dire­
Smith. Êle recebeu um tiro no rosto
ção Este do Mississippi. Tôda vez que
quando agarrava o cano da espingarda
êles perdiam a fé, êsse inconquistável
de um Missouriano, enquanto sua mãe
apóstolo tinha fé para partilhar. Seu no­
implorava para que sua vida fôsse pou­ me era Brigham Young.
pada. Com o grito, “matem os pequenos Enquanto isso, em seu tétrico cubí­
lobos e não haverá adultos”, o assassino culo, o Profeta Mormon esperava o dia
puxou o gatilho. Sardius Smith caiu da execução. Êle sempre dizia, “ Isto não
morto e as vestes de sua mãe ficaram acontecerá. Vocês não podem tirar mi­
salpicadas com seu sangue. nha vida até que meu ministério seja
Forçados pelas armas, os Mormons cumprido. E isto ainda não o foi. Mas é
foram compelidos a abandonar os dis­ da vontade de Deus, que eu não viva pa­
tritos que êles tinham invadido pacifica­ ra ver o meu quadragésimo aniversário”.
mente. Êles resistiram, mas os Missouri- Êle, então, tinha trinta e dois anos.
anos vingaram-se capturando Joseph ( Continua no próximo mês)
Smith e Hyrum Smith, fechando-os num Trad. de Geraldo Tressoldi.
cubículo escuro em Liberty, no Condado
de Clay. As acusações contra êles au­
mentavam. Foratn acusados de excitar CONSELHO PARA F E L IC ID A D E
o povo incentivando-o à violência e der­ Cessai de ser ociosos; cessai de ser impu­
rame de sangue. Daquela tempestade de ros ; cessai de achar falta uns nos outros; cessai
ódio veio o clamor para que êles fôssem de dormir mais do que o necessário recolhei-vos
cedo para que os vossos corpos e vossas mentes
condenados a morte. De uma corte mar­ sejam vigoradas. E acima de tudo, como um
cial, veio a penalidade: morte pela fôrca. manto vesti o vínculo da perfeição e da paz.

Setembro de 1953 213


MISSIONÁRIOS DESOBRIGADOS

E D W A R D B. W H IT E .1. T A L M A G E H U B E R JA C K R. L IV IN G S T O N
Mesa, Arizona Mesa, Arizona La Canada, Califórnia
S T E R L IN G A. H IL L D A L E G. W IL C O X JA Y W. GRANT
Salt Lake City, Utali Hunt. IV.rk, Califórnia Olympia, Washington

NOVAS MISSIONARIAS

F R A N C Ê S F. F IA L A , RAM O N A HAN SEN


Pocatello, Idaho Huntsville, Utah

14 A LIAHONA
Sobre o
LIVRO DE M O RM O N e
as AM ÉRICAS A N TIG A S

No quarto dia do primeiro mês do ano trinta e


quatro, houve uma grande tempestade. Os tro­
vões faziam tremer tôda a terra, os raios eram
violentíssimos. A cidade de Zarahemla pegou fo­
go. A cidade de Moroni mergulhou nas profun­
dezas do oceano. As maiores destruições tiveram
lugar nas terras do norte, mas a face de tôda
a terra ficou deformada pelos trovões e terre­
m o to s... e tudo isso em três horas apenas.
(3 Nefi 8:5-9).

LEIA O LIVRO DE MORMON!


O ÚNICO R E GISTRO T R A D U Z ID O ATÉ
H O JE DAS A M ÉRIC A S ANTES DE C O L O M B O !

PROGRAMAS DE RADIO

Está ouvindo o mundialmente famoso Côro e Órgão da Cidade de Lago


Salgado cada semana? Pode ouvi-lo nas seguintes estações:

Porto Alegre — Quartas-feiras às 8 horas — PRF-9, Rádio Difusora

Curitiba — Domingo às 19,15 horas — ZYM-5, Rádio Guairaçá

Ribeirão Preto — Domingos às 19,30 horas — PRA-7, Rádio Emissora


Belo Horizonte — Segunda-feira às 12,30 horas — PRI-3, Radio Inconfidência

Santos — Domingos às 19,00 horas — PRB-4, Rádio Clube de Santos

Rio Claro — Segundas-feiras às 21,15 horas — PRF-2, Rádio Clube de Rio Claro

Campinas — Segundas-feiras às 20,40 horas — ZYY-3, Rádio Brasil

Baurú — Segundas-feiras às 20 horas — PRG-8, Rádio Clube de Baurú

Belo Horizonte — Segundas-feiras às 12,50 -— PRI-1, Radio Inconfidência

Setembro de 1953 215


00 99
UM T E S T E M U N H O
Na Igreja de Jesús Cristo
Dos Santos dos Últimos Dias
Estão as coisas mais bonitas
Que existem em todo o mundo.

Quando começo a pensar


Na grande benção Patriarcal,
E nas bênçãos recebidas
Do querido Pai Celestial.

Ficaria meus irmãos


Não por minutos apenas
Mas, horas seguidas contando,
Os dons que do céu vem chegando.

Ao fazer tracting, estou orando


E meu testemunho elevando,
Transpondo a porta estou cantando
Em geral os hinos belos.

Somente com humildade,


Estudo e sinceridade
Posso dar ao investigador
Aulas do divino amor.

E assim num radioso dia,


Saudoso e já bem distante
Fui bater naquela casa
Do querido Ribeirão.
Na escada longa de mármore
Nos límpidos degráus luzentes
Surge meiga gentil criança
Que me trouxe o seu papai.

Que surpresa me esperava


Talvez custem para crer
Mas, naquele instante sublime
O senhor que me recebeu,

Lia num grosso, estranho volume


Cheio de assuntos diversos
Pela vez primeira na vida
Sôbre os Santos dos Últimos Dias.

E hoje, após meses passados,


Posso chamá-lo meu irmão
Pois, êle, esposa e filha,
Abraçaram o Evangelho.

Como é forte meu testemunho,


Puro e muito verdadeiro,
E o que trago 110 coração
Ninguém jamais tira rá !

Escrito por Mathilde Bulamah


Do Ramo de Ribeirão Preto

216 A L1AHONA

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