Você está na página 1de 43

LÍNGUA PORTUGUESA E MORFOSSINTAXE

Me. Ana Carolina Caetano Senger

GUIA DA
DISCIPLINA
2019
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1. INTRODUÇÃO À MORFOSSINTAXE

Objetivo:
Entender a perspectiva morfossintática de estudos da Língua Portuguesa.

Introdução:
Nos estudos linguísticos, é importante saber as palavras têm uma significação
especial. Assim, “saber o significado técnico que as palavras têm na área linguístico-
gramatical é um compromisso de todo profissional que atua no ensino e na pesquisa de
língua portuguesa.” (HENRIQUES, 2009, p. 11)

A palavra pode ser analisada isoladamente, levando em consideração apenas sua


classe gramatical, ou pode ser classificada a partir da função que estabelece dentro da
oração. “Se o objeto de estudo é a palavra, tem-se a análise morfológica. Entretanto, se a
busca é por sua função na oração, surge a análise sintática.” (PAVAN, 2019).

A análise morfológica tem a palavra como objeto de estudo enquanto a análise


sintática busca entender sua função dentro de uma oração. Quando a análise ocorre no
âmbito da palavra e da frase, ou seja, quando o estudo envolve classe gramatical e função
sintática, temos a Morfossintaxe.

Embora para facilitar o estudo haja uma divisão entre morfologia e sintaxe, forma e
função são inseparáveis. Por isso a morfossintaxe é tão importante.

1.1. Morfologia: morfemas, palavras e classificação


A palavra morfologia é de origem grega e significa “estudo das formas”; ela é a área
da gramática que estuda as estruturas internas das palavras. A análise morfológica
classifica as palavras de maneira objetiva e individual, sem considerar qualquer tipo de
relação entre elas.

Existe uma dinâmica nas manifestações dos componentes morfológicos, por isso
devemos entender as noções de morfema, palavra e de classe.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 1


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Observe:

Imagens retiradas da internet

PATO PATOS PATINHOS

As palavras citadas anteriormente podem ser decompostas em partes menores:


PAT O
PAT O S
PAT INH O S

Cada uma dessas partes é chamada de morfema ou unidade significativa, porque


são as menores formas de significado. No exemplo:
GAT- indica o significado da palavra (= certa espécie de animal)
INH- indica o grau diminutivo (=tamanho pequeno)
O- indica o gênero (= masculino)
S- indica o número (=plural)

Assim entendemos que “Morfema é a unidade mínima dotada de significado que


integra o vocábulo. Essas estruturas são partes constituintes do campo gramatical e lexical
das palavras.” (PACHECO, 2019)

Já o termo palavra deve ser entendido como elemento “[...] que se usa para designar
a unidade mínima autônoma (lexical ou gramatical) para a qual se espera, por exemplo,
que exista uma entrada própria num dicionário ou que, numa gramática, exista um
paradigma que a inclua.” (HENRIQUES, 2009, p. 15)

O estudo morfológico da língua portuguesa indica que as palavras podem ser


analisadas e catalogadas em dez classes de palavras ou classes gramaticais distintas,

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 2


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

sendo elas: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição,
conjunção e interjeição. Essas classes são divididas em palavras variáveis (aquelas que
variam em gênero, número ou grau) e palavras invariáveis (as que não variam).

Veja a seguir o que representa cada uma das classes gramaticais:


 Substantivo: palavra variável que nomeia os seres em geral, podendo ser
precedida por artigo, numeral, pronome e adjetivo.
 Adjetivo: palavra variável que caracteriza; que atribui qualidades aos
substantivos.
 Artigo: palavra variável que antecede o substantivo, determinando-o ou
indeterminando-o.
 Numeral: palavra variável que indica a posição ou o número de elementos.
 Pronome: palavra variável que substitui ou acompanha o substantivo,
indicando a relação das pessoas do discurso.
 Verbo: palavra variável que indica ações, estado ou fenômeno da natureza.
 Advérbio: palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou outro
advérbio, exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre
outros.
 Preposição: palavra invariável que liga dois elementos da oração.
 Conjunção: palavra invariável que liga dois termos ou duas orações de
mesmo valor gramatical.
 Interjeição: palavra invariável que exprime emoções e sentimentos.

1.2. Sintaxe: termos e períodos


A sintaxe “é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a
das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.” (PACHECO, 2019)

O emissor, ao emitir uma mensagem verbal, visa transmitir um significado completo


e compreensível, e para isso, as palavras precisam estar relacionadas e combinadas entre
si. Dessa forma, a sintaxe se torna um instrumento essencial para o manuseio satisfatório
das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações.

Como ler ou escrever um texto vai muito além de uma mera compreensão ou
organização de palavras, é preciso saber que os textos são compostos por palavras,

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 3


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

termos, orações e períodos. Todos esses elementos têm uma relação entre si, e é a análise
sintática que estuda a função e a ligação de cada elemento que forma um período.

1.2.1. Termos da oração


Toda oração é dividida de acordo com a função que exerce. Essa divisão é feita
através de termos, os quais podem ser: essenciais, integrantes ou acessórios.
 Termos essenciais da oração: também conhecidos como termos fundamentais,
são os termos básicos, que geralmente formam uma oração. Trata-se do sujeito
e do predicado. Lembre-se que nem toda oração tem sujeito!
 Termos integrantes da oração: são os termos que completam o sentido dos
verbos e dos nomes, são representados por: complemento verbal (objeto direto
e indireto), complemento nominal e agente da passiva.
 Termos acessórios da oração: são os termos dispensáveis e são utilizados para
determinar, caracterizar, explicar ou intensificar. São eles o adjunto adnominal,
adjunto adverbial e aposto.

1.2.2. Períodos
Os períodos são unidades sintáticas; são enunciados construídos por uma ou mais
orações e possuem sentido completo. Os períodos podem ser simples ou compostos:
 Período simples: é constituído por uma oração, que recebe o nome de oração
absoluta. É um enunciado com apenas um verbo e sentido completo.
 Período composto: é constituído por mais de uma oração, ou seja, dois ou
mais verbos.
1.3. Morfossintaxe: palavras e sintagmas a serviço do texto
Como visto anteriormente, a morfossintaxe diz respeito à análise em termos
morfológicos e sintáticos com relação às orações, sendo importante frisar que:
 Análise morfológica: analisa as palavras de uma forma individual,
independentemente da ligação que ocorre com as demais.
 Análise sintática: analisa de maneira conjunta a relação existente entre
palavras de uma mesma oração, apontando a função que cada palavra
exerce.

Então, entendemos que o termo morfossintaxe consiste na combinação da análise


morfológica e sintática das palavras. A sintaxe e a morfologia são assuntos interligados.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 4


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Ter um bom conhecimento sobre as classes de palavras é fundamental para entender a


estrutura de uma oração e de um período.

Observe a análise morfossintática da frase abaixo:


As meninas estavam preocupadas.

Análise morfológica
As = artigo definido
Meninas = substantivo
Estavam = verbo estar
Preocupadas = adjetivo

Análise sintática
As meninas = sujeito simples
Estavam preocupadas = predicado nominal
Preocupadas = predicativo do sujeito

É preciso entender a diferença entre classe e função para compreeender como se


processa a morfossintaxe, pois uma palavra pode transitar entre uma posição e outra.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 5


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2. MECANISMOS SINTÁTICOS

Objetivo:
Conhecer a área da gramática que estuda a relação entre as palavras na oração.

Introdução:
A sintaxe é o campo da gramática que analisa a disposição das palavras na frase.
Podemos afirmar que um texto está sintaticamente correto quando existe uma relação
lógica entre as frases, ou seja,
[...] quando os elementos de uma oração estão dispostos de maneira que nos
permita compreender o conteúdo de determinada mensagem. Mesmo que não
saiba – ou não soubesse – o que é sintaxe, você é capaz de produzir enunciados
que obedeçam às suas regras, já que a finalidade da comunicação é produzir
discursos inteligíveis, cujo significado seja acessível e compreensível. (PEREZ,
2019)

2.1. Sintaxe de concordância


A concordância é a sintonia existente entre as palavras que compõem uma frase; é
a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.

A concordância nominal ocorre quando artigos, promomes, numerais e adjetivos


concordam em gênero, pessoa e número com o substantivo a que se referem. E a
concordância verbal ocorre quando o verbo concorda com o sujeito ou com o predicativo
em número, modo, tempo e pessoa. Observe o exemplo a seguir:

Nós chegamos.
Nós = 1ª pessoa do plural
-mos = (flexão de primeira pessoa do plural)

No exemplo, há concordância verbal, pois o verbo concorda com o seu sujeito em


pessoa e número.

2.1.1. Concordância nominal


Segundo Pilastre (2019, p. 7), a concordância nominal ocorre quando há:
 MAIS DE UM NÚCLEO SUBSTANTIVO: se forem do mesmo gênero, a
palavra determinante irá para o plural e para o gênero comum. Também é
possível que a palavra determinante concorde com o gênero e número do
núcleo mais próximo.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 6


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 MAIS DE UM DETERMINANTE: a palavra determinada irá para o plural ou


ficará no singular.
 CASOS ESPECIAIS: a) anexo, incluso, leso: como adjetivos, concordam com
o substantivo em gênero e número; b) a olhos vistos: é locução com função
adverbial, invariável, portanto.
Exemplos:
Adorava comida salgada e gordurosa.
Pronúncia e vocabulário perfeitos.

2.1.2. Concordância verbal


Segundo Pilastre (2019, p. 7), a concordância verbal ocorre quando há:
 SUJEITO COMPOSTO: o verbo irá para o plural.
 PRONOME DE TRATAMENTO: verbo sempre se flexiona na 3ª pessoa.
 SÉRIE nem... nem: o verbo irá para o singular.
 SUJEITO LIGADO POR ou: o verbo irá para o singular se a conjunção ou indicar
exclusão, retificação e identidade/equivalência.
 EXPRESSÕES PARTITIVAS: a maioria de/a maior parte: o verbo irá para o
singular se o núcleo do sujeito não se referir à ideia de número.
 EXPRESSÃO cada um de + plural: verbo sempre fica no singular.
 EXPRESSÃO mais de um/uma: verbo tipicamente irá para o plural.
 PORCENTAGEM: o verbo concorda com o termo preposicionado que especifica
a porcentagem; na ausência desse termo, a concordância ocorre com o número
presente na porcentagem.

Exemplos:
Maria e José conversaram até de madrugada. (SUJEITO COMPOSTO)
Mais de uma professora se abraçaram. (EXPRESSÃO mais de um/uma)
Nem chuva nem frio são bem recebidos. (SÉRIE nem... nem)

2.2. Sintaxe de regência


Chamamos de regência verbal e regência nominal a relação de subordinação
existente entre um verbo ou um nome e seus complementos. Chamamos de “termo regido”
a palavra que depende de outra para obter sentido completo e de “termo regente” a palavra
a que se subordina o termo regido. Veja o exemplo:

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 7


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Aquelas crianças gostam de cachorro-quente.

gostam = verbo transitivo indireto = TERMO REGENTE


de cachorro-quente = objeto indireto = TERMO REGIDO

2.2.1. Regência verbal


Chamamos de regência verbal a relação que se estabelece entre os verbos e os
termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam
(adjuntos adverbiais). Os verbos podem ser intransitivos e transitivos.
Segundo Pilastre (2019, p. 9), a diferença entre verbos intransitivos e transitivos é a
seguinte:
 os verbos intransitivos não exigem um termo que os complete (e esse
“completar” é semântico e categorial);
 os verbos transitivos são aqueles que exigem um termo que os complete (e essa
complementação é semântica e categorial).

Na regência verbal, o termo regente é sempre um verbo. Observe:

Empresas pagam dívidas do Estado.


pagam (verbo) = TERMO REGENTE
dívidas do Estado = TERMOS REGIDOS

2.2.2. Regência nominal


Chamamos de regência nominal o nome da relação existente entre um nome
(substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é
sempre intermediada por uma preposição.

Na regência nominal, o termo regente é sempre um nome (substantivo, adjetivo ou


advérbio). Observe:

O fortalecimento das cidades se observa com o crescimento das construções.


“fortalecimento” e “crescimento” (nomes) = TERMOS REGENTES
“das cidades” e “das construções” = TERMOS REGIDOS

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 8


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2.3. Sintaxe de colocacao


De acordo com Perez (2019), a sintaxe de colocação mostra que os pronomes,
embora possam ser dispostos de maneira livre, possuem uma posição adequada na
oração. Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir
diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo. Existem três possíveis
colocações para os pronomes: a próclise, a mesóclise e a ênclise.

2.3.1. Próclise
Na próclise, o pronome será posicionado antes do verbo. Segundo Pilastre (2019, p.
20), o pronome pessoal oblíquo será atraído (deverá estar próximo) por:
 advérbios (incluindo formas negativas não, nunca, jamais), desde que não haja
pausa;
 conjunções subordinativas;
 pronomes (relativos, indefinidos, demonstrativos, interrogativos);
 com o gerúndio precedido da preposição em.

Exemplos:
Não se esqueça de mim.
Soube que me negariam ajuda.
Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.
Em se tratando de casos graves, ele atende prontamente

2.3.2. Mesóclise
Na mesóclise, o pronome surge intercalado ao verbo. Ela será empregada quando o
verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo (desde que não
haja palavra atrativa).

Exemplos:
Desenhar-te-ei nos meus sonhos.
Dir-lhe-ei isso!
Contar-te-ia a verdade.

2.3.3. Ênclise
Na ênclise, o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-
complemento. Segundo Pilastre (2019, p. 20), a ênclise ocorre:

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 9


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 em início de período ou após pausa intensa (com verbo no início tanto do


período quanto após a pausa intensa);
 no imperativo afirmativo;
 verbo no infinitivo não flexionado ou no gerúndio (sem palavra atrativa).

Exemplos:
Telefonei-lhe na hora combinada.
Prometo amar-te.
Fez-me um favor. Só isso!

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 10


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3. TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

Objetivo:
Conhecer os termos essenciais da oração.

Introdução:
Toda oração é formada por termos chamados essenciais: o sujeito e o predicado. É
em torno desses dois elementos que as orações são estruturadas. Leia:

João observa o pássaro.

Na oração acima, João é o sujeito, pois constitui o ponto de partida da informação,


é um termo sobre o qual se diz algo. As demais palavras observa o pássaro são o
predicado, termo que declara algo sobre o sujeito.

Sujeito e predicado são termos que, normalmente, aparecem em todas as orações.


O sujeito pode estar ausente em algumas orações. Assim:

Chove.

Neta oração, temos apenas o predicado chove, porque o verbo chover não se refere
a nenhum sujeito, é verbo impessoal.

3.1. O sujeito e o predicado


Observe:
Eu jogo bola.
Nós ouvimos música.
O cachorro está latindo.

Uma maneira prática para encontrar o sujeito da oração é fazer perguntas antes do
verbo:
Quem é que joga bola? ---------- Eu
Quem é que ouve música? ----- Nós
Quem é que está latindo? ------- O cachorro

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 11


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Nas orações citadas anteriormente, retirando-se os sujeitos, sobram as palavras que


pertencem ao predicado. Lembre-se que o verbo sempre pertence ao predicado.

3.2. Tipologia do sujeito

3.2.1. Núcleo do sujeito


Observe:
O azul do céu é lindo.

sujeito

No sujeito da oração acima, a palavra mais importante é azul (palavra


substantivada). Ela é o núcleo do sujeito. “Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais
significativa em torno do sujeito. Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, há
sempre uma com maior importância semântica.” (DIANA, 2017.)

O núcleo do sujeito pode ser representado na oração por um substantivo ou palavra


substantivada; ou por um pronome substantivo.

3.2.2. Classificação do sujeito


O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou
inexistente (oração sem sujeito).
 Sujeito simples: Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se
refere a um só substantivo ou um só pronome.
 Sujeito composto: Com mais de um núcleo. Ocorre quando o verbo se refere
a mais de uma palavra.
 Sujeito oculto: Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na
oração, mas pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo período
contíguo.
 Sujeito indeterminado: ocorre quando o sujeito não se refere a um elemento
identificado de maneira clara.
 Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre quando a informação
veiculada pelo predicado está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não
há relação entre sujeito e verbo.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 12


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Observe:

Todos os cantores foram aplaudidos. ------------------ sujeito simples


Eu e Simone viajamos de férias. ------------------------- sujeito composto
Ganhei o prêmio da loteria. -------------------------------- sujeito oculto (eu)
Bateram `a porta. ---------------------------------------------- sujeito indeterminado
Nevou no Sul durante o inverno. -------------------------- sujeito inexistente

Em “Todos os cantores foram aplaudidos” temos um sujeito simples porque temos


apenas um só núcleo (cantores).

Em “Eu e Simone viajamos de férias” temos um sujeito composto porque temos mais
de um núcleo (eu / Simone).

Em “Ganhei o prêmio da loteria” temos um sujeito oculto, porque embora não esteja
expresso na oração, é facilmente reconhecido pela terminação verbal (ganhei = eu).

Em “Bateram `a porta” temos um sujeito indeterminado, porque não se pode saber


quem bateu `a porta, pois o verbo não se refere a uma pessoa determinada. Há duas formas
de se identificar a indeterminação do sujeito:
 quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita
identificar o sujeito;
 quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se).

Em “Nevou no Sul durante o inverno” temos sujeito inexistente, porque o verbo nevar
não se refere a nenhum sujeito. Nos casos de oração sem sujeito, os verbos são
considerados impessoais e vem conjugados na 3ª pessoa do singular.

3.3. Tipologia do predicado


O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.

3.3.1. Predicado Verbal


“O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado
está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse caso,
a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.” (DIANA, 2017.) Observe:

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 13


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Gabriel caiu. ------------------ verbo intransitivo


Samuel tem um carro. ------ verbo transitivo

Em “Gabriel caiu”, “caiu” é um verbo intransitivo porque não exige a presença de um


objeto, ou seja, um substantivo ou um pronome substantivo para completar-lhe o sentido.
(quem cai, cai)

Em “Samuel tem um carro”, “tem” é um verbo transitivo porque precisa de um objeto,


ou seja, um substantivo ou um pronome substantivo para completar-lhe o sentido. (quem
tem, tem alguma coisa)

3.3.2. Predicado Nominal


O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Observe:

O apartamento está sujo. ------------------ predicado nominal

Na oração acima, temos um sujeito simples. O resto da oração - está sujo - é


chamado de predicado nominal. Nesse caso, o adjetivo “sujo” que indica a característica do
sujeito, é denominado predicativo do sujeito. O verbo “está” não indica ação; serve apenas
para ligar o predicativo ao sujeito, por isso é chamado de verbo de ligação.

3.3.3. Predicado Verbo-nominal


O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou intransitivo
+ o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto. Observe:

Os turistas viajaram animados. ------------------ predicado verbo-nominal

Na oração acima, temos um sujeito simples “Os turistas”. O resto da oração -


viajaram animados - é chamado de predicado verbo-nominal, pois temos dois núcleos:
 Verbo intransitivo “viajaram” = 1º núcleo
 Predicativo do sujeito “animados” = 2º núcleo

No predicado verbo-nominal, o verbo de ligação não vem escrito, mas fica


subebtendido. “Os turistas viajaram (e estavam) animados.” Nesse caso, o predicativo
“animados” refere-se ao sujeito “os turistas”.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 14


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Outro exemplo:

Lucas encontrou seu cachorrinho feliz. ------------------ predicado verbo-nominal

Na oração acima, temos um sujeito simples “Lucas”. O resto da oração - encontrou


seu cachorrinho feliz - é chamado de predicado verbo-nominal, pois temos dois núcleos:
 Verbo transitivo “encontrou” = 1º núcleo
 Objeto = seu cachorrinho
 Predicativo do objeto “feliz” = 2º núcleo

Nesse caso, o predicativo “feliz” refere-se ao objeto “seu cachorrinho”.

O predicado verbo-nominal pode apresentar as seguintes estruturas:


 Verbo intransitivo + predicativo do sujeito;
 Verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito;
 Verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 15


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4. TERMOS RELACIONADOS AO VERBO

Objetivo:
Conhecer os termos relacionados ao verbo.

Introdução:
Em Língua Portuguesa, os termos relacionados ao verbo são: objeto direto, objeto
indireto, adjunto adverbial e agente da passiva.

O verbo transitivo pode ser: transitivo direto, transitivo indireto e transitivo direto e
indireto. No caso do verbo transitivo direto, ele é aquele que exige um complemento
chamado objeto direto, ligado ao verbo sem preposição. Já o verbo transitivo indireto é
aquele que exige um complemento chamado objeto indireto, ligado ao verbo por preposição
(normalmente, a, de, em). E o verbo transitivo direto e indireto é aquele que exige dois
complementos: um objeto direto – sem preposição – e um objeto indireto – com preposição.

direto --------------------- exige objeto direto (sem preposição)


Verbo transitivo indireto ------------------- exige objeto indireto (com preposição)
direto e indireto -------- exige um objeto direto e um objeto indireto

O objeto é o alvo, o destinatário/beneficiário ou o resultado do fato verbal. O adjunto


adverbial é o termo que exprime circunstâncias de modo, lugar, tempo, intensidade...,
modificando o verbo e, mais raramente, o adjetivo ou o advérbio. E o agente da passiva é
o termo que indica o ser que pratica a ação verbal da oração na voz passiva, e vem regido
pela preposição por ou, mais raramente, de.

4.1. Objeto direto


O objeto direto – sem preposição, completa o verbo transitivo direto (VTD). Observe
a análise sintática da frase a seguir:

Eu li o romance.
Sujeito simples: eu
Predicado verbal: li o romance
Verbo transitivo direto: li
Objeto direto: o romance

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 16


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Perceba que após o verbo transitivo direto podemos fazer as perguntas “o quê?”,
“quem?”, sem preposição. No exemplo: O quê eu li? – reposta: o romance (objeto direto).

Veja outros exemplos em que o objeto direto foi destacado:


Todos os alunos elogiaram a peça teatral.
As plantas purificam o ar.
Onde você achou isso?
Eu as comprei na loja da esquina.

4.2. Objeto indireto


O objeto indireto – com preposição, completa o verbo transitivo indireto (VTI).
Observe a análise sintática da frase a seguir:

Eles acreditam em fantasmas.


Sujeito simples: eles
Predicado verbal: acreditam em fantasmas
Verbo transitivo indireto: acreditam
Objeto indireto: em fantasmas

Perceba que após o verbo transitivo indireto podemos fazer as perguntas “a quê?”,
“a quem?”, de quê?”, “de quem?”, em quê?”, “em quem?”, com preposição (a, de, em). No
exemplo: Em quê eles acreditam? – reposta: em fantasmas (objeto indireto).

Veja outros exemplos em que o objeto indireto foi destacado:


Assiti ao jogo.
Não acredito em você.
Lutava contra o inimigo.
Gostamos de frutas e doces.

4.3. Adjunto adverbial


O adjunto adverbial é um termo acessório da oração, cuja função é modificar um
verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando uma circunstância: tempo, lugar,
modo, intensidade… O adjunto adverbial ser representado por um advérbio, por
uma locução adverbial ou por uma oração subordinada adverbial. Pode aparecer no
início, no meio ou no fim das frases, sendo separado por vírgulas em algumas
situações. (NEVES, 2019)

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 17


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Observe a análise sintática da frase a seguir:


O atleta corria rapidamente.
Sujeito simples: o atleta
Predicado verbal: corria rapidamente
Verbo intransitivo: corria
Adjunto adverbial de modo: rapidamente

Repare que neste exemplo o adjunto adverbial é representado na oração por um


advérbio de modo. Mas lembre-se que ele também pode ser representado por uma locução
adverbial.

Veja algumas circunstâncias que o adjunto adverbial pode exprimir:

Lugar (onde?)
Tempo (quando?)
Modo (como?)
Intensidade (quanto?)
Companhia (com quem?)
Causa (por quê?)
Fim (para quê?)
Afirmação
Negação
Dúvida
Instrumento
Meio

Existem diversas classificações para os adjuntos adverbiais e alguns podem


encaixar, simultaneamente, em várias classificações. Assim, é essencial que se faça a
análise do adjunto adverbial mediante o contexto da frase. Lembre-se que o adjunto
adverbial, quando referir-se ao verbo, é sempre invariável.

4.4. Agente da passiva


Leia:
Exemplo1 Exemplo 2
O gato pegará o rato. O rato foi pego pelo gato.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 18


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

No exemplo 1, o gato é sujeito (sujeito agente) e pratica a ação verbal – voz ativa.
Já no exemplo 2, o rato é sujeito, mas um sujeito paciente, porque sofre a ação verbal –
voz passiva analítica.

Na voz passiva analítica, embora o sujeito seja o rato, quem realmente pratica a ação
verbal é o gato – ele é o agente da ação. Por isso o termo pelo gato recebe o nome de
agente da passiva.
O agente da passiva é o termo que indica quem pratica a ação de uma oração na
voz passiva. É um termo preposicionado, sendo utilizada maioritariamente a
preposição por ou as suas formas contraídas (pelo, pela, pelos, pelas). O agente da
passiva corresponde ao sujeito de uma oração na voz ativa.
Um verbo está na voz passiva quando o sujeito gramatical é o paciente da ação, ou
seja, quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal praticada pelo agente da
passiva. (NEVES, 2019)

Segundo Neves (2019), o agente da passiva é maioritariamente representado por


um substantivo ou por um pronome. Em algumas situações, pode ser omitido. Veja:
A documentação foi enviada pela diretora. (substantivo)
A documentação foi enviada por mim. (pronome)
O prédio foi vandalizado. (omissão do agente da passiva)

A voz passiva analítica é formada pelo verbo auxiliar (ser, estar) seguido do particípio
do verbo principal. O verbo no particípio concorda com o sujeito paciente em gênero e
número. Observe os exemplos:
Os erros foram corrigidos pelo revisor.
Os aviões serão consertados por técnicos especialistas.

Observe a passagem da voz ativa para a voz passiva analítica:


Voz ativa: O leão domina a savana.
Sujeito agente: o leão
Verbo transitivo direto: domina
Objeto direto: a savana

Voz passiva analítica: A savana é dominada pelo leão.


Sujeito paciente: a savana
Verbo ser + particípio: é dominada
Agente da passiva: pelo leão

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 19


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Quando passamos um verbo da voz ativa para a voz passiva analítica, repare que:
 O verbo da voz ativa é sempre transitivo direto ou transitivo direto e indireto.
 O objeto direto da voz ativa passará a ser sujeito paciente.
 O verbo principal da voz ativa irá para o particípio com o verbo auxiliar (ser,
estar).
 O verbo auxiliar deverá ser conjugado no mesmo tempo e modo em que se
encontra o verbo na voz ativa.
 O agente da passiva liga-se ao verbo por meio de preposição (por, de, pelo,
pela, do, da etc).

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 20


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

5. TERMOS RELACIONADOS AO NOME

Objetivo:
Conhecer os termos relacionados ao nome.

Introdução:
Existem alguns termos que se ligam aos nomes. São eles: predicativo, complemento
nominal, adjunto adnominal e aposto.

O predicativo é a apalavra que exprime a característica do sujeito (ou do objeto) e


com ele concorda em gênero e número.

O complemento nominal é o termo da oração exigido como complementação de


alguns nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios) e geralmente é regido de preposição.

O adjunto adnominal é o termo que se liga a um nome ou palavra substantivada para


qualificá-lo ou determiná-lo. É expresso geralmente por um adjetivo, locução adjetiva,
artigo, pronome ou numeral.

O aposto é o termo da oração que resume, explica ou especifica um nome.

5.1. Predicativo
Existem dois tipos de predicativo: o do sujeito e o do objeto.

O predicativo do sujeito é o núcleo do predicado nominal. Ele pode ser representado


por:
 Adjetivo
 Locução adjetiva
 Pronome substantivo
 Substantivo (ou palavra substantivada)
 Numeral

Em geral, o predicativo do sujeito concorda com o sujeito a que se refere em gênero


(feminino e masculino) e número (singular e plural). Assim:

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 21


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O cachorro está magro e velho.


Sujeito: cachorro (masculino singular)
Predicativo do sujeito: magro e velho (masculino singular)
As cadelas estão magras e velhas.
Sujeito: cadelas (feminino plural)
Predicativo do sujeito: magras e velhas (feminino plural)

O predicativo do objeto, no predicado verbo-nominal, classifica ou expressa um estado


do núcleo do objeto. Veja o exemplo a seguir:

Fernando encontrou a amiga preocupada.


Sujeito simples: Fernando
Predicado verbo-nominal: encontrou a amiga preocupada
Verbo transitivo direto: encontrou
Obejto direto: a amiga
Predicativo do objeto: preocupada

5.2. Complemento nominal


Leia:
A confiança em nós foi absoluta.

O termo em nós liga-se ao nome confiança por meio da preposição em. Confiança é
um substantivo que precisa de um complemento: confiança em quê?, em quem? O termo
em nós que completa o sentido de um nome é chamado de complemento nominal.

O complemento nominal pode completar o sentido do sujeito, do predicativo do


objeto, do adjunto adverbial ou de qualquer outro termo da oração. Vem sempre ligado ao
termo a que se refere por meio de uma preposição (de, a, com, em, por…), chamada em
análise sintática de concetivo.
Os substantivos, adjetivos e advérbios de sentido incompleto podem ser
comparados aos verbos transitivos, que também necessitam de um termo que
complete seu sentido: quem aumenta, aumenta alguma coisa e quando há aumento,
há aumento de alguma coisa. Assim, podemos concluir que aumentar é um verbo
transitivo que pede um objeto direto e aumento é um substantivo abstrato que pede
um complemento nominal. (NEVES, 2019)

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 22


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Veja mais exemplos de frases com complemento nominal:


 complemento nominal representado por um substantivo:
A construção do prédio demorou dois anos.

 complemento nominal representado por um adjetivo:


Esperamos ansiosos por sua volta.

 complemento nominal representado por um advérbio:


Agiu favoravelmente ao chefe.

5.3. Adjunto adnominal


O adjunto adnominal é o termo da oração que acompanha e modifica um
substantivo, conferindo-lhe características e atributos. Acompanha sempre o
substantivo nuclear de uma determinada função sintática, ou seja, acompanha o
núcleo do sujeito, o núcleo do objeto direto etc. (NEVES, 2019)

Como o junto adnominal apresenta uma função adjetiva, pode ser representado por
um adjetivo, por uma locução adjetiva, por um pronome adjetivo, por um numeral ou por um
artigo. Veja os exemplos a seguir:

 Adjunto adnominal representado por adjetivo:


Adoro música agitada.

 Adjunto adnominal representado por locução adjetiva:


Picadas de abelha doem muito.

 Adjunto adnominal representado por pronome adjetivo:


Meu carro está muito longe.

 Adjunto adnominal representado por numeral:


Vinte candidatos foram selecionados.

 Adjunto adnominal representado por artigo:


A menina era extremamente simpática.

Na análise sintática, o adjunto adnominal deve ser analisado após cada núcleo que
ele acompanha.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 23


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

É importante saber diferenciar o adjunto adnominal do complemento nominal, pois


eles apresentam várias diferenças. Segundo Neves (2019):

O adjunto adnominal…
 é dispensável, apresentado uma informação acessória a um nome.
 estabelece relação com um substantivo concreto.
 pode ser ou não precedido de uma preposição.

O complemento nominal…
 é obrigatório, sendo utilizado para completar o sentido de um nome que
apresenta uma significação incompleta.
 estabelece relação com um adjetivo ou um advérbio.
 é sempre precedido de uma preposição.

Apesar disso, esses dois termos são facilmente confundidos quando estabelecem
relação com um substantivo abstrato e quando o adjunto adnominal é representado por
uma locução adjetiva, formada pela preposição de e por um substantivo.

Nessas situações, é importante entender que o adjunto adnominal apresenta um


valor agente e que o complemento nominal apresenta um valor paciente.

5.4. Aposto
Leia:
Júnior, meu primo, comprou um carro novo.

Na oração acima, há entre virgulas uma expressão que explica quem é Júnior. Essa
explicação recebe o nome de aposto.
O aposto é um termo acessório da oração que, sintaticamente relacionado com
outro termo da oração, serve para explicar, esclarecer, desenvolver, detalhar,
enumerar, especificar, resumir, comparar... esse outro termo. O aposto permite o
enriquecimento textual, fornecendo informações novas sobre os termos da oração.
(NEVES, 2019)

O aposto pode aparecer antes ou depois do termo ao qual se refere, bem como ser
destacado ou não por sinais de pontuação, como vírgula, dois-pontos ou travessão. Pode
ainda ser precedido ou não de preposições ou de expressões explicativas (isto é, como).

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 24


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Veja a seguir outros exemplos de aposto:

Luís de Camões, importante poeta português, escreveu poemas sobre os


descobrimentos portugueses.

Aquelas duas meninas – a Camila e a Tatiana – ficaram ajudando no fim da festa.

De acordo com Neves (2019) existem sete tipos distintos de aposto:


 Aposto explicativo: serve para explicar ou esclarecer um termo da oração. Na
frase, aparece destacado por vírgulas, parênteses ou travessões.
 Aposto enumerativo: serve para enumerar partes constituintes de um termo da
oração. Na frase, aparece separado por dois pontos ou travessão e vírgulas.
 Aposto especificativo: serve para especificar ou individualizar um termo genérico
da oração. Na frase, não se encontra destacado por sinais de pontuação, estando
ligado diretamente ao termo que especifica ou através de uma preposição.
Apostos especificativos são maioritariamente nomes próprios.
 Aposto recapitulativo ou resumidor: serve para resumir numa só palavra vários
termos da oração.
 Aposto distributivo: serve para distribuir informações de forma separada de
termos da oração.
 Aposto comparativo: serve para comparar um termo da oração com alguma
coisa. Na frase, aparece destacado entre vírgulas.
 Aposto de oração: também chamado de oração subordinada substantiva
apositiva, ocorre quando uma oração apresenta valor apositivo e se encontra
sintaticamente dependente de outra.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 25


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6. FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO

Objetivo:
Entender o significado e a tipologia de frase, oração e período.

Introdução:
Frase, oração e período são três conceitos essenciais da sintaxe. “Uma frase é um
enunciado que apresenta um sentido e uma estrutura completa.” (NEVES, 2019) A
estruturação de palavras em uma frase tem um propósito comunicativo, de transmissão de
um conteúdo. Existem frases simples e complexas, nominais e verbais, com diferentes
intenções comunicativas.

“Uma oração é uma unidade sintática que indica uma ação verbal.” (NEVES, 2019)
Quando os enunciados apresentam um ou mais verbos ou locuções verbais, temos uma
oração ou mais. Cada um desses verbos ou locuções verbais é uma oração.

“Um período é uma frase onde há a junção de uma ou mais orações de sentido
completo.” (NEVES, 2019) Podem ser simples ou compostos, conforme o número de
orações que apresentam.

6.1. Frase
De acordo com Neves (2019), frase é um conceito muito abrangente,
compreendendo desde estruturas muito simples a estruturas muito complexas. Veja os
exemplos a seguir:
 Bom dia!
 Para!
 Cuidado com isso!
 O menino não obedeceu ao pai.
 Você quer saber o motivo da minha preocupação?
 Embora tenha sido pedida a colaboração de todos, poucos funcionários dedicaram
parte do seu tempo à elaboração de uma lista de melhorias do processo de produção
da fábrica.

A frase, na fala, é marcada pela entonação, e na escrita, pela pontuação.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 26


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Existem dois tipos de frase: a nominal e a verbal.


 Frase nominal é toda comunicação linguística que não apresenta um verbo
na sua constituição.
 Frase verbal é toda comunicação linguística que apresenta um verbo na sua
constituição.

Exemplos:

Frase verbal: Você leu o projeto com atenção?


Frase nominal: Que maravilha!

Conforme Chalegre (2011) a intencionalidade comunicativa que apresentam, as


frases podem ser classificadas em diferentes tipos:
 Frase declarativa: nesse tipo de frase o emissor constata um fato, informa ou
declara alguma coisa. Exemplo: Gosto muito de ler.
 Frase interrogativa: ocorrem quando são empregadas com o intuito de obter
alguma informação através de pergunta. A interrogação pode ser direta ou
indireta. Exemplo: Você gosta de ler?
 Frase imperativa: dá-se esse nome às frases em que existe uma ordem,
pedido ou conselho sendo dado pelo emissor. Podem ser negativas ou
afirmativas. Exemplo: Leia mais!
 Frase exclamativa: nesse tipo de frase o emissor externa um estado afetivo.
Exemplo: Que bonita leitura!
 Frase negativa: nesse tipo de frase o emissor indica uma negação. Exemplo:
Ela não dança bem.

6.2. Oração
Segundo Chalegre (2011), frases que possuem sentido completo e verbo (ou locução
verbal) são consideradas orações. Uma frase pode conter uma ou mais orações, a
depender do número de verbos que possua.

Exemplos:
a) Murilo brincou no parquinho. (um verbo = uma oração)
b) Hoje levarei o Murilo ao parquinho, ele brincará bastante. (dois verbos = duas
orações)

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 27


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

c) Amanhã levarei Murilo ao parquinho, ele brincará com a Carol, porém serei
cuidadosa. (três verbos = três orações)

6.3. Período
Segundo Chalegre (2011), trata-se de frases formadas por uma ou mais orações,
tendo no seu todo um sentido completo. O período pode ser simples ou composto.
 Período simples: é formado por apenas uma oração, chamada de oração
absoluta. Exemplos:
a) O almoço hoje será um assado.
b) Crianças precisam de amor.
c) Ele me presenteou com um lindo anel.

 Período composto: é formado por duas ou mais orações. Exemplos:


a) Quando o demitiram sua vida ficou sem sentido.
b) Comprarei aquela bola para presentear meu filho.
c) Eu quero que todos saibam o que aconteceu ontem quando cheguei aqui.

Para separar orações de um período, devemos observar cada verbo ou locução


verbal. Teremos tantas orações quantos forem os verbos e locuções verbais.

As conjunções servem para ligar as orações do período composto. Em sintaxe,


recebem a denominação de conectivos ou síndetos.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 28


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

7. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Objetivo:

Conhecer as principais características do período composto por coordenação.

Introdução:
Observe o exemplo a seguir:

“Deram o braço e desceram a rua”. (Machado de Assis)

Analisando a frase, é possível constatar que existem dois verbos: dar (deram) e
descer (desceram). Logo, trata-se de um período composto, pois temos a presença de mais
de um verbo. (DUARTE, 2019) Vamos agora desmembrar as orações que integram esse
período:
Deram o braço / Desceram a rua.

Outro aspecto que merece ser analisado é que ambas as orações são
independentes, ou seja, uma não depende da outra, em se tratando de termos sintáticos,
para serem dotadas de sentido. Esta é a razão principal de serem conceituadas como
orações coordenadas. Elas, por sua vez, podem aparecer sem a presença de um conectivo
(conjunção), como podem também ser ligadas por ele, assim como nos mostra o exemplo
original, ou seja: “Deram o braço e desceram a rua”.

Assim podemos definir o período composto por coordenação como aquele que é
formado por orações coordenadas, sintaticamente independentes, pois não exercem
função sintática em realacao umas `as outras.

Por serem independentes sintaticamente, as orações coordenadas podem se


transformar em períodos simples, pois tem sentido completo.

7.1. Classificação da oração coordenada


Quando há ausência de conjunção (ou de conectivo/síndeto) as orações
coordenadas são chamadas de assindéticas. Elas aparecem justapostas, separadas por
vírgula. Veja:

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 29


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os anos passavam, a responsabilidade crescia.

Quando as orações vêm ligadas pelas conujncoes coordenativas, são classificadas


como sindéticas. Além disso, elas recebem o nome da conjunção que as introduzem.

7.2. Oração coordenada sindética


Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas: aditiva, adversativa,
alternativa, conclusiva e explicativa (RIGONATTO, 2019).

 Oração coordenada sindética aditiva: é aquela que expressa uma ideia de


sequência ou adição de fatos ou acontecimentos. Essas orações são articuladas
por meio de uma conjunção aditiva (e, nem).
Exemplo:
Eu não vou comer salada, nem tomar suco.

 Oração coordenada sindética adversativa: é aquela que se opõem àquilo que se


declara na primeira oração. Elas são articuladas por meio de uma conjunção
adversativa (porém, mas, todavia, contudo, no entanto, entretanto, não
obstante).
Exemplo:
Eu queria ficar em casa, porém preciso ir ao banco.

 Oração coordenada sindética alternativa: é aquela que exclui o conteúdo da


outra. Essas orações são articuladas por meio de uma conjunção alternativa (ou)
ou pelos pares quer... quer, já... já, ora... ora.
Exemplo:
Viajarei de avião ou pegarei um ônibus.

 Oração coordenada sindética conclusiva: é aquela que expressa uma conclusão


ou consequência lógica baseada na primeira oração. Elas são articuladas por
meio de uma conjunção conclusiva (logo, portanto, pois, assim, então, por isso,
por conseguinte, de modo que, de forma que, em vista disso).
Exemplo:
Fez uma cirurgia, por isso não irá à aula.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 30


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Oração coordenada sindética explicativa: é aquela que expressa uma explicação


para o que é dito na primeira oração. Elas são articuladas por meio de uma
conjunção explicativa (porque, que, pois).
Exemplo:
Ela estava comemorando, porque foi aprovada.

Fique atento a nomenclatura:

A CONJUNÇÃO É COODENATIVA.
A ORAÇÃO É COORDENADA.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 31


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

8. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Objetivo:
Conhecer as principais características do período composto por subordinação.

Introdução:
Segundo Duarte (2019), no período composto por subordinação existe pelo menos
uma oração principal e uma subordinada. A oração principal é sempre incompleta, ou seja,
alguma função sintática está faltando. As orações subordinadas desempenham a função
sintática que falta na principal: objeto direto, indireto, sujeito, predicativo, complemento
nominal...

Observe o exemplo a seguir:

O rapaz gostava de que todos olhassem para ele.

Neste exemplo temos:


Oração principal: O rapaz gostava
Oração subordinada: de que todos olhassem para ele.

Repare que a oração principal está incompleta, pois falta objeto indireto para o verbo
gostar (Quem gosta, gosta de alguma coisa). Sendo assim, a oração subordinada
desempenha a função de objeto indireto da principal.

8.1. Classificação da oração subordinada


De acordo com a função sintática que a oração subordinbada exerce em relação a
oração principal, ela pode ser classificada em: substantiva, adjetiva e adverbial.
 Orações subordinadas substantivas: exercem funções específicas do
substantivo (sujeito, objeto, predicativo...) e são introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes.
 Orações subordinadas adjetivas: exercem funções específicas do adjetivo e
são introduzidas pelos pronomes relativos.
 Orações subordinadas adverbiais: exercem funções específicas do adverbio
ou locução adverbial ...) e são introduzidas pelas conjunções subordinativas
(exceto as integrantes).

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 32


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Fique atento a nomenclatura:

A CONJUNÇÃO É SUBORDINATIVA.
A ORAÇÃO É SUBORDINADA.

8.2. Oração subordinada substantiva


As orações subordinadas substantivas podem ser classificadas em:
 Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito
da oração principal.
 Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de
objeto direto do verbo da oração principal.
 Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas: exercem a função de
objeto indireto do verbo da oração principal.
 Orações subordinadas substantivas completivas nominais: exercem a função
de complemento nominal da oração principal.
 Orações subordinadas substantivas predicativas: exercem a função de
predicativo do sujeito da oração principal.
 Orações subordinadas substantivas apositivas: exercem a função de aposto
de algum nome da oração principal.

Veja os exemplos a seguir:

É difícil que ele venha.

Oração principal: é difícil

Oração subordinada substantiva subjetiva: que ele venha

Eu quero que ele venha.

Oração principal: eu quero

Oração subordinada substantiva objetiva direta: que ele venha

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 33


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Eu preciso de sua ajuda.

Oração principal: eu preciso

Oração subordinada substantiva objetiva indireta: de sua ajuda

Eu tenho necessidade de que você me ajude.

Oração principal: eu tenho necessidade

Oração subordinada substantiva completiva nominal: de que você me ajude

Meu desejo é que ele venha.

Oração principal: meu desejo é

Oração subordinada substantiva predicativa: que ele venha

Só que uma coisa: que ele venha.

Oração principal: só quero uma coisa

Oração subordinada substantiva apositiva: que ele venha

8.3. Oração subordinada adjetiva


As orações subordinadas adjetivas podem ser classificadas em:
 Orações subordinadas adjetivas restritivas: exercem a função de adjunto
adnominal da oração principal, restringem o nome ao qual se referem e não são
separadas por vírgulas.
 Orações subordinadas adjetivas explicativas: explicam o nome ao qual se
referem e são sempre separadas por vírgulas.

Veja os exemplos a seguir:

O computador, que é um meio rápido de comunicação, está conquistando todas as


famílias.

Oração principal: o computador está conquistando todas as famílias

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 34


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Oração subordinada adjetiva explicativa: que é um meio rápido de comunicação

O trabalho que realizei ontem foi produtivo.

Oração principal: o trabalho foi produtivo

Oração subordinada adjetiva restritiva: que realizei ontem

8.4. Oração subordinada adverbial


As orações subordinadas adverbiais podem ser classificadas em: causais,
comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais
e temporais.
 Orações subordinadas adverbiais causais: expressam a causa do que se
declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais comparativas: expressam uma comparação
do que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais concessivas: expressam uma concessão
do que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais condicionais: expressam condição para o
fato que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais conformativas: expressam um acordo, uma
conformidade do que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais consecutivas: expressam a consequência,
o resultado da causa expressa na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais finais: expressam finalidade, objetivo do
que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais proporcionais: expressam proporção para
o fato que se declara na oração principal.
 Orações subordinadas adverbiais temporais: expressam uma idea de tempo
para o fato que se declara na oração principal.

Veja os exemplos a seguir:

Chegou atrasado ao encontro porque estava em uma reunião.

Oração principal: chegou atrasado ao encontro

Oração subordinada adverbial causal: porque estava em uma reunião

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 35


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Sua família é tão importante quanto seu trabalho.

Oração principal: sua família é

Oração subordinada adverbial comparativa: tão importante quanto seu trabalho

Mesmo que trabalhe muito, não será recompensada.

Oração principal: não será recompensada

Oração subordinada adverbial concessiva: mesmo que trabalhe muito

Se ele partir, o projeto será cancelado.

Oração principal: o projeto será cancelado

Oração subordinada adverbial condicional: se ele partir

Segundo havíamos combinado, a viagem será cancelada.

Oração principal: a viagem será cancelada

Oração subordinada adverbial conformativa: segundo havíamos combinado

A reunião atrasou tanto que ele se atrasou para o encontro.

Oração principal: a reunião atrasou tanto

Oração subordinada adverbial consecutiva: que ele se atrasou para o encontro

Professores, tenham mais argumentos para pedir aumento salarial.

Oração principal: professores, tenham mais argumentos

Oração subordinada adverbial final: para pedir aumento salarial

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 36


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

À medida que a reunião avançava, ele se atrasava para o encontro.

Oração principal: ele se atrasava para o encontro.

Oração subordinada adverbial proporcional: à medida que a reunião avançava

Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos.

Oração principal: arrumou os trabalhos

Oração subordinada adverbial temporal: logo que ele chegou

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 37


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

9. SINAIS DE PONTUAÇÃO

Objetivo:
Conhecer os sinais de pontuação utilizados em Língua Portuguesa.

Introdução:
Os sinais de pontuação representam os recursos atribuídos à escrita. Dentre suas
muitas finalidades, está a de reproduzir pausas e entonações da fala.

Segundo Vilarinho e Duarte (2019), os sianis de pontuação servem, no geral, para


representar pausas na fala, nos casos do ponto, vírgula e ponto e vírgula; ou entonações,
nos casos do ponto de exclamação e de interrogação, por exemplo. Além de pausa na fala
e entonação da voz, os sinais de pontuação reproduzem, na escrita, nossas emoções,
intenções e anseios.

9.1. Emprego da vírgula


Segundo Vilarinho e Duarte (2019), a vírgula é usada para:

 separar termos que possuem mesma função sintática na oração. Exemplo: O


menino berrou, chorou, esperneou e enfim, dormiu. (Nessa oração, a vírgula
separa os verbos.)
 isolar o vocativo. Exemplo: Então, minha cara, não há mais o que se dizer!
 isolar o aposto. Exemplo: O João, ex-integrante da comissão, veio assistir à
reunião.
 isolar termos antecipados, como complemento ou adjunto. Exemplo: Uma
vontade indescritível de beber água, eu senti quando olhei para aquele copo
suado! (antecipação de complemento verbal)
 separar expressões explicativas, conjunções e conectivos. Exemplo: isto é, ou
seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim etc.
 separar os nomes dos locais de datas. Exemplo: Brasília, 30 de janeiro de 2009.
 isolar orações adjetivas explicativas. Exemplo: O filme, que você indicou para
mim, é muito mais do que eu esperava.

Não devemos usar a vírgula entre o sujeito e o predicado e entre o verbo e seus
complementos (objetos).

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 38


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

9.2. Emprego de outros sinais de pontuação


Os outros sinais de pontuação usados em Português são: ponto, ponto de
interrogação, ponto de exclamação, parênteses, travessão, dois pontos, ponto e vírgula,
reticências e aspas. De acordo com Vilarinho e Duarte (2019):
 Ponto (.): é usado ao final de frases declarativas ou imperativas para indicar
uma pausa prolongada e também em abreviaturas. Exemplos:
 Não quero dizer nada.
 Eu amo minha família.
 Abreviaturas: Sr., a. C., Ltda.
 Ponto de Interrogação (?): é usado para: formular perguntas diretas e para
indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma
determinada situação. Exemplos:
 O quê? Você teve coragem de fazer isso? (atitude de indignação)
 Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso?
(surpresa)
 Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que
imagino? (expectativa)
 Ponto de Exclamação (!): é utilizado nas seguintes circunstâncias: depois de
frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, surpresa,
súplica, ordem, horror, espanto; depois de vocativos e algumas interjeições; nas
frases que exprimem desejo. Exemplos:
 Iremos viajar! (entusiasmo)
 Foi ele o vencedor! (surpresa)
 Por favor, não me deixe aqui! (súplica)
 Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)
 Seja rápido! (ordem)
 Ui! que susto você me deu. (interjeição)
 Foi você mesmo, garoto! (vocativo)
 Oh, Deus, ajude-me!
 Parênteses ( ): São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou
para fazer simples indicações. Exemplos:
 Existe dois tipos de orações coordenadas: as sindéticas (ligadas através de
uma conjunção) e as assindéticas (ligadas através da vírgula).
 Ela disse que cumpriria sua parte do combinado. (Será?)

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 39


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Travessão (–): é indicado para: indicar a mudança de interlocutor em um diálogo;


separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos
parênteses; colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra. Exemplos:
 – Quais ideias você tem para revelar?
 – Não sei se serão bem-vindas.
 – Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração
deste projeto.
 Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar
certo.
 Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.
 O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante
esforçada.
 Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor
amigo.
 Dois-pontos (:): é usado quando: se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala;
se quer indicar uma enumeração. Exemplos:
 Ele respondeu: não, muito obrigado!
 Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não
brigue com seus colegas e não responda à professora.
 Reticências (...): são usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção
ou dar ideia de continuidade ao que se estava falando. Exemplos:
 [...] Onde está ela, Amor, a nossa casa,
 O bem que neste mundo mais invejo?
 O brando ninho aonde o nosso beijo
 Será mais puro e doce que uma asa? [...]
 E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...
 Aspas (“”): são usadas para indicar: citação de alguém; expressões
estrangeiras, neologismos, gírias; a fala de um personagem; realça título de
obra. Exemplos:
 “A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início firme. Ainda
na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do
Oportunity no exterior” (Carta Capital on-line, 30/01/09)
 Nada pode com a propaganda de “outdoor”.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 40


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Ponto e vírgula (;): é usado para: separar itens enumerados; separar um período
que já se encontra dividido por vírgulas. Exemplos:
 A Matemática se divide em: geometria; álgebra; trigonometria; financeira.
 Ele não disse nada, apenas olhou ao longe, sentou-se por cima da grama;
queria ficar sozinho com seu cão.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Editoras


Nova Fronteira e Lucerna, 2009.

CEGALLA, D. P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48 ed. São Paulo:


Companhia Editora Nacional, 2010.

CHALEGRE, C. C. Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com.br


Acesso em 22 set. 2019.

DIANA, D. Toda matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br


Acesso em 22 set. 2019.

DUARTE, V. M. N. Período composto por coordenação. Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br Acesso em: 01 out. 2019.

HENRIQUES, C. C. Língua portuguesa: morfossintaxe. Curitiba: IESDE Brasil,


2009.

NEVES, F. Norma Culta. Disponível em: https://www.normaculta.com.br


Acesso em 22 set. 2019.

PACHECO, M. C. O que é morfema?; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br Acesso em 16 set. 2019.

PAVAN, M. G. R.O que é morfossintaxe?; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br / Acesso em 16 set. 2019.

PEREZ, L. C. A. Sintaxe de concordância, regência e colocação; Português.


Disponível em: https://www.portugues.com.br Acesso em 17 set. 2019.

PILASTRE, B. Gramática: concordância, regência e colocação. Gran Cursos


Online. Disponível em: https://www.grancursosonline.htm . Acesso em 17 set.
2019.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 41


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

RIGONATTO, M. Gramática. Portugues. Disponível em:


https://www.portugues.com.br . Acesso em 17 set. 2019.

VILARINHO, S.; DUARTE, V. Sinais de Pontuação. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br Acesso em 16 set. 2019.

Língua Portuguesa e Morfossintaxe 42

Você também pode gostar