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181 PDF - Ocr - Red
181 PDF - Ocr - Red
DE SÃO PAULO
Serie 5.ª B R A S I L I A. N A Vol. 181
BIBLIOTHECA PEDAGOGICA BRASILEIRA
CARVALHO FRANCO
BANDEIRAS e
BANDEIRANTES
de S A O PAUL O
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-
INDICE DE CAPITULOS
Pag.
I - Os pioneiros da cubiça .11 -•·
II - Os capitães da guerra -22
III - Sondagens de minas 33
IV - Dom Francisco de Sousa 39
V - As bandeiras de d. Luiz de Sousa
Henriques . 52
VI - Os segadores de Satanaz 60
VII - As reduções do Itatim 73
VIII - Expedições á Vaccaria 89
IX - A vaga bandeirante ao norte 98
X - A guerra dos barbaras 109
XI - Administradores geraes - e provedo-
res das minas 120
XII - O governador das esmeraldas 140
XIII - Garcia Rodrigues Paes . 151
XIV - D. Rodrigo de Castel-Blanco e o te-
nente-general do matto . 159
XV - O denominado grande cyclo do ouro 172
XVI ~ As ultimas jornadas das esmeraldas 179
•• •• Pag.
OS PIONEIROS DA COBIÇA
II
OS CAPITÃES DA GUERRA
1
BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE$, PAULO 2'/
SONDAGENS DE MINAS
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Wilhelm Jostten Glimmer.
FRANCO
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IV
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BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE S. PAULO 47
r
tes, taxavam-no de fomentador de entradas escravagis-
tas e as actas ·da camara de São Paulo estão ahi para
assegurar a veracidade de tal increpação. Obedecendo
a esse movei, nascera · ao seu tempo, a luta com os je-
suitas. E as suas bandeiras não foram numerosas, por- '
que não lhe sobrou o. tempo.
Valendo-nos da magnifica ''Historia Geral", de Tau-
nay, podemos citar as de Pedro Vaz de Barros e de
Sebastião Preto, ao Guayrá; as de Diogo Fernandes, aos ·
pés largos e Garcia Rodrigues Velho, aos bilreiros. A
Nuno Pereira e Francisco Magalhães, autorisára uma en-
trada aos Patos - e a Diogo de Quadros, consentiu
uma jornada para rumo que não ficou registado.
Ha ainda a considerar uma bandeira, na qual fi-
gurava Pedro Domingues, o moço, e revelada por urn
documento publicado pelo padre Serafim Leite, mas .
que si formos tirar illações, seria a mesma de Garcia Ro-
drigues Velho, realisada contra os bilreiros ou cayapós,
entre 1612 e 1613.
Colloca ·Pedro Taques no rói das . bandeiras de d.
Luiz de Sousa Henriques, a de Antonio Pedroso de Alva-
renga, realisada muito posteriormente, em 1615. Accen-
túa que o movei era a descoberta de minas. E conta
que Alvarenga, "formando uma grande tropa á sua custa,
com ella penetrou distante de São Paulo mais de trezen-
tas legues e se achou em 1616 postado no centro do ser-
tão do grande rio Paraupava, ao norte da capitania que
é hoje de Goyazes, e encaminha o curso de suas aguas a
·sepultai-as no caudaloso rio do Maranhão."
BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE S. PAULO 55
OS SEGADORES DE SATANAZ
68 -CARVALHO FRANCO
AS REDUCÇõES DO ITATIM
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86 CARVALHO FRANCO
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BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE $. PAULO
88 CARVALHO FRANCO
EXPEDIÇÕES A.VACCARIA
A região da Vaccaria do Matto-Grosso, foi a subs-
tituta como campo de acção dos paulistas, da provinda
jesuitica do Itatim.
Um documento de 1695, do Conselho Ultramarino,
propondo a fundação duma povoação nessa paragem,
que demorava "entre o rio Grande e o rio Paraguay",
faltava das correrias dos naturaes de São Paulo, que alli
impediam a implantação de marcos, tentada pelos cas-
telhanos. Revelava esse mesmo documento que, naquelle
tempo, dous eram os caminhos para esse local. O pri-
meiro, navegando desde o povoado pelo rio Tietê; o se-
gundo, fazendo quatorze ou quinze dias de viagem por .
terra e depois rodando pelo Paranapanema até o rio
Grande, para dahi então attingir a Vaccaria.
Este ultimo é o mais 1mtigo roteiro que se conhece
para ir áquella região e foi descripto pelo morgado de
Matheus, governador de São Paulo. Viajava-se de São
Paulo até Sorocaba e dahi á fazenda de Botucatú, que
fôra dos jesuitas; dalli seguia-se até a aldeia de São Mi-
guel, junto ao Paranapanema; ganhava-se depois São
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90 CARVALHO FRANCO
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pitania, levou o tenente-general Gaspar de Godoy Col-
laço com o destino de varias empresas e diligencias
para as campanhas da Vaccaria, cordilheira de Mara-
cajú e margens do lguatemy, as quaes cumpriu exacta-
mente como lhe foi ordenado."
Omitte o morgado de Matheus dessas correrias a
bandeira citada por Pedro Taques, de Braz Domingues
Paes, que tinha como immediato a Pedro Domingues
Paes, seu irmão, ambos naturaes de Sorocaba. Conta
aquelle genealogista que em 1682, achando-se essa ex-
pedição na Vaccaria, teve ao seu encontro os castelhanos
que, astuciosamente, lograram fazer o cabo assignar um
termo reconhecendo como pertencente á Espanha a dita
região. Pedro Leme da Silva, ituano, componente da
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IX
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108 CARVALHO FRANCO
XII
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XIV
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xão, o deitou no fundo de uma alta cata, na qual cahiu
morto." -
Uma carta do governador Duarte Teixeira Chaves,
dirigida a El-Rei, datada de 25 de novembro de 1682,
esclarece porem que essa narrativa de Pedro Taques é
uma fantasia: d. Rodrigo de Castel-Blanco foi assassi-
nado de emboscada, quando viajava por uma estrada, na
paragem do Sumidouro, recebendo tres tiros, em data de
28 de agosto desse mesmo anno. O cabeça desse crime
fôra Manuel de Borba Gato, genro do Governador das
Esmeraldas e o motivo não podia deixar de ter sido o
mesmo do protesto do padre João Leite da Silva.
A camara de São Paulo teve conhecimento desse
homicidio a 21 de outubro do anno referido e o commu-
nicava ao governo em carta de 2 de novembro. O in-
ventario de d. Rodrigo foi mandado abrir na Bahia, aos
22 de fevereiro de 1683.
Manuel de Borba Gato era filho de João de Borba e
de Sebastiana Rodrigues e foi casado com Maria ·Leite,
filha de Fernão Dias Paes. Escrevem historiadores que
viveu após esses successos, foragido durante alguns an-
nos, no sertão do rio Doce e depois passou para o sertão
do Parahytinga. Incluem tambem o seu nome na ban-
deira que sob a chefia do padre João de Faria Fialho,
andou em 1693 nas regiões dos rios Grande e Sapucahy,
explorando taboleiros auriferos.
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Em 1716, escrevia Agostinho Azevedo Monteiro,
numa exposição ao governo, relativa ao descobrimento de
minas: "No fim do seculo passado, andando os paulistas
á conquista do gentio que aquelles sertões povoavam e
eram os escravos de que se serviam, alojando-se nas mar-
gens de um ribeiro do territorio de Minas-Geraes, pres-
sentiram de noite um rumor que acontece haver nas pa-.
ragens onde ha ouro, por occulta causa até agora de nin-
guem averiguada; e advertidos de que nas collinas do
Cururupéba o mesmo observaram, ao subsequente dia se
dispuzeram a minerar e acharam ouro que se manifestou.
na serra de Guarapiranga em tanta copia, que lhes teve
mais conta comprar com o que tiravam negros, que di-
vertirem-se a captivar índios. Com esta noticia, que se
participou á capitania de São Paulo, foram concorrendo
mais mineiros, penetrando màttas, descobrindo mais ouro
e então Manuel de Borba Gato, que com seu sogro Fernão
Dias Paes nas jornadas das esmeraldas havia explorado
aquelles sertões com excepcional cuidado, indagando tra-
dições e vestígios, lembrando-se do que reflectira e con-
ferindo com as noticias que se publicavam, imaginou fa-
zer fortuna e partio de Guaratinguetá onde vivia, ·para
o rio das Velhas, lá descobriu muitas e importantes mi-
nas de ouro, com indicio de prata nas serras de Sabará-
bossú, Furnas e Congonhas. Deu logo conta ao governa-
dor Arthur de Sá e Menezes, que indo pessoalmente a
dispor a administração das minas, levou consigo ao mi-
neiro Antonio Borges de Faria, por quem mandou fazer
alguns ensaios das pedras que lhe apresentou Manuel de
BANDEIRAS E BANDEIRA:N'TES l>E $. PAULO · 169· '-.
CARVALHO FRANCO
XV
XVI
XVII
AS MINAS DE CUYABA
.. ".
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XVIII
OS POTENTADOS LEME
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irmãos Leme entregaram-lhe uma grande quantidade de
ouro para que lhes comprasse um comboio de negros, fa-
1 zenda, e outros generos a serem transportados para Cuya-
_há. De posse des,e ouro, Seba,fião Femende, do Rego
200 C A ~ V .A L H O F R AN C O
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BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE$, PAULO 221
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OS SOCIOS DO ANHANGUERA
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BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE.S, PAULO 245
XXIV
AS FAISQUEIRAS DO PARANAPANEMA.
2M CARVALHO FRANCO
XXV
"
tambem por mar uma fragata, que para este effeito man-
dou fazer o dito seu pae na mesma villa, em que metteu
mantimento e mais ferramentas necessarias, dando-lhes
ordem fossem dar fundo defronte da paragem chamada
Lagôa dos Patos, e que ahi estivessem, até que o suppli-
cante, seu pae e irmão chegassem, para lhe apontarem
a paragem em que um desembarcar, que o dito seu pae
já tinha sabido por ter de antes ido examinar o dito
sitio, e depois que gastaram quatro mezes no caminho
com romper os mattos, e buscar as passagens, foi o mes-
mo supplicante com os mais dar no sitio da Lagôa dos
Patos com immenso trabalho de tão espero e dilatado
caminho. . . e nesta viagem lhe morreram mais de vin-
te e cinco escravos. . e assim como chegou ao dito sitio
da Laguna, fez pôr em terra os mantimentos e ferramen-
tas que pelo mar tinha mandado na fragata, fundando
povoação. . . dando o pae do supplicante noticia ao Se-
renissimo Senhor Rei Dom Pedro, que a Gloria haja,
pae de V. M., que Deus guarde, foi servido mandar-lhe
agradecer por carta este novo descobrimento, e povoa-
ção; o que fez com promessa de lh'o remunerar, a qual
carta se perdeu em uma das ditas embarcações, porem a
viram muitas pessôas, que della testemunharão, e assim
o dito seu pae, como o supplicante, emquanto foi vivo,
gastaram muita fazenda neste descobrimento, e nelle
lhe morreu o outro filho solteiro o tenente Sebastião de
Brito Guerra, com muita quantidade de escravos, que lhe
mataram, e se perderam, e o dito capitão Domingos de
Brito Peixoto, pae do supplicante, se falleceu na mesma
284 CARVAL H O F R A N ·C O
XXVII
j
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X.XVIII
O REMATE
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permaneceu, retirando-se definitivamente, tendo sido
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substituído pelo capitão Bento do Amaral Gurgel Annes
( 1779-1780).
1 Fixando-se então em sua fazenda de Araçariguama,
1
320 · CA R vA L H o F R A N e o
TUCUMAM AO PRINCIPAL COMMISSARIO DE ES-
PANHA. Doe. Int. 34.0 vol." pags. 402/414.
CORRESPONDENCIA DE D. LUIZ ANTONIO DE SOUZA,
GOVERNADOR DE S. PAULO. CARTA PARA OS COM-
MANDANTES DE IGUATEMY, COM O HISTORICO
DAS ANTIGAS EXPLORAÇÕES DO SERTÃO DE CUYA-
BA. in Doe. Int. 34.0 vol. pags. 267 /277
CORRESPONDENCIA DE D. LUIZ ANTONIO DE SOUZA,
GOVERNADOR DE S. PAULO. PARA MARTINHO DE
MELLO E CASTRO DANDO-LHE INFORMAÇÕES CON-
DENSADAS SOBRE A EXPLORAÇÃO DO TIBAGY, in
Doe. 34.0 vol. paga. 339/356
COSTA PEREIRA (Carlos da) - Um capitulo da expansão
bandeirante. A fundação de São Francisco do Sul. in Annae,
do Museu Paulista, 4. 0 vol. pags. 512/558
COSTA (Claudio Manuel da) - Villa Rica. Ouro Preto, Typ.
Universal, 1839
COSTA REGO MONTEIRO (Jonathas da) - A Colonia do
Sacramento. (1680-1777), Porto Alegre, Liv. do Globo, 1937.
2 volumes
COUTO DE MAGALHÃES (General) - Viagem ao Araguaya.
3.0 edição. S. Paulo, Companhia Editora Nacional, 1934
CRUZ (Alcides) ~ Vida de Raphael Pinto Bandeira. Ligeiras
notas esparsas para a biographia do heroe continentino. in
: 1
Rev. Inst. Hist. Geog. de S. Paulo, 19.0 vol. pags. 129/203
CUNHA MATTOS (Raymundo José da) - Chorographia hi,to-
rica da Província de Goyaz. in Rev. Trim. Tomo XXXVII
P. I., 213/398 Tomo XXXVIII P. I., 5/149.
DERBY (Orville A.) - As bandeiras paulistas de 1601 a 1604.
ln Rev. Iist. Hist. Geog. de S. Paulo, 8.0 vol. pags 399/423
- A estrada de S. Paulo ao Rio Grande do Sul no seculo
pasaado. ln Rev. Inst. Hist. Geog. de S. Paulo, 3.0 vol. pags.
173/199 - O itinerario da expedição de Espinhosa. ln Rev.
Trim, LXX, 2,0 21 - Os primeiros descobrimentos de. ou-
BANDEIRAS E BANDEIRANTES DB S. PAULO 321
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BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE S. PAULO 339