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A CRISE NA VENEZUELA
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* Dezembro de 2015: Pela primeira vez, em 16 anos, a oposição (que em 2015 estava
reunida na coalizão MESA DA UNIDADE DEMOCRÁTICA - MUD) derrota os
socialistas do governo, e conquista a maioria qualificada de dois terços na Assembleia
Nacional formando uma plataforma para desafiar o presidente Nicolás Maduro.
* Janeiro de 2016: o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que é a Suprema Corte daquele país,
declara nulas as decisões do Legislativo alegando que três deputados da oposição haviam sido
eleitos em dezembro de 2015 com uma suposta compra de votos. A justiça ordenou que os três
deputados fossem “separados” dos seus cargos. Só lembrando que o TSJ venezuelano é como se
fosse o STF aqui do Brasil, e na Venezuela é composto na sua maioria por apoiadores do
“chavismo”, portanto do governo de Maduro.
* Também em Janeiro de 2016: no dia 14, o presidente Maduro decretou "estado de
emergência econômica" por 60 dias (podendo ser prorrogado por mais 60) para atender à
grave crise do país. Até março de 2017, o decreto foi prorrogado por seis vezes. Vale
ressaltar que a medida deveria ir ainda para a Assembléia Nacional a fim de que fosse
analisada e aprovada. No entanto, antes mesmo de ser enviada, a medida já foi publicada no
Diário Oficial venezuelano, entrando em vigor no dia 15 de janeiro. Segundo o texto, o
poder executivo passa a ter direito a tomar uma série de medidas para garantir o
abastecimento de bens básicos à população. Segundo o então ministro da economia, Luís
Salas, o executivo “passa a poder importar bens com mais facilidade, dispensar trâmites
cambiais e requerer infraestrutura produtiva, incluindo meios de transporte, canais de
distribuição, matadouros, estruturas de beneficiamento, e demais estabelecimentos para
garantir o abastecimento oportuno de alimentos aos venezuelanos, bem como de outros bens
de primeira necessidade". Ainda segundo Salas “o governo pode desenhar medidas especiais
para reduzir a evasão fiscal, além de fazer compras com mais agilidade, sem passar pelas
modalidades de contração públicas previstas”. O interessante é que boa parte das medidas
não estava descrita detalhadamente. Elas foram mencionadas apenas como medidas
“necessárias ou cabíveis diante da emergência”. No mesmo mês, diante da grave escassez de
medicamentos e insumos médicos, o Parlamento declara "crise humanitária em saúde".
O texto exige que o governo garanta acesso a uma lista de medicamentos básicos e restabeleça a
publicação do boletim epidemiológico.
* Fevereiro de 2016: a aliança opositora MUD se declara "em campanha social" para
promover "a mudança de governo" na Venezuela.
* Também em fevereiro de 2016: Maduro anuncia uma série de medidas econômicas, entre
elas o aumento de 20% no salário mínimo (de 9.600 para 11.520 bolívares); aumento do preço
da gasolina, pela primeira vez em 20 anos; a desvalorização de 37% do bolívar reservada à
importação de alimentos e medicamentos; e um novo regime de câmbio, que passa de três a duas
taxas de câmbio. O Banco Central divulga que o país registrou inflação de 180,9% em 2015,
uma das mais altas do mundo, e um retrocesso em seu PIB de 5,7%.
* Abril de 2016: a associação médica do país denuncia um "holocausto da saúde" devido à
escassez de medicamentos e materiais hospitalares, e convoca manifestação. De acordo com a
Federação Médica venezuelana, os hospitais sofrem com "mais de 95% de falta de
medicamentos", enquanto "nas prateleiras das farmácias" a escassez é de 85%.
* Também em abril de 2016: a oposição entrega mais de 2 mil assinaturas para iniciar o trâmite
para a convocação de um referendo revogatório do mandato de Maduro.
* Ainda em abril de 2016: o governo anunciou racionamento no fornecimento de energia
elétrica nos 10 estados mais populosos e industrializados do país, incluindo a região de Caracas.
A medida estabelecia um corte de quatro horas diárias e terminou em julho. Além disso, Maduro
ordena estender de um (sexta-feira) para três dias por semana (quarta, quinta e sexta-feira) a folga
do setor público, para enfrentar a severa crise de eletricidade. Também determina que as escolas
do ensino fundamental e médio não funcionem às sextas-feiras. Lembrando que a essa altura, O
reservatório da hidrelétrica Guri, que gera 70% da eletricidade do país, estava a ponto de entrar
em colapso.
* No mesmo mês de abril de 2016, o governo anuncia o aumento de 30% no salário mínimo -
incluindo funcionalismo público, aposentados e militares - e nas pensões. Também sobe o bônus
de alimentação, concedido a todos os trabalhadores e que pode ser usado em farmácias e
supermercados.
* Maio de 2016: para enfrentar a crise energética, os venezuelanos adiantam em 30 minutos seus
relógios, voltando ao fuso horário vigente até 2007. A mudança de fuso horário de meia hora
tinha sido uma das marcas registradas do governo do falecido presidente Hugo Chávez.
* Também em maio de 2016: a oposição apresenta 1,85 milhão de assinaturas ao Conselho
Nacional Eleitoral (CNE) pedindo a convocação de um referendo revogatório contra o
presidente. Vale ressaltar que, para pedir que se inicie o processo, o CNE exige 195.721
assinaturas (1% do padrão eleitoral).
* Ainda em maio de 2016: segundo Maduro, vários empresários estariam paralisando a
produção para gerar ainda mais crise econômica a fim de prejudica-lo. Ele então ordena
intervenção nas fábricas que estiverem paralisadas e a detenção dos empresários que pararem a
produção com o objetivo de "sabotar o país", no âmbito de estado de exceção e de emergência
econômica.
* Junho de 2016: a oposição venezuelana diz que conseguiu validar cerca de 400 mil
assinaturas, mais que o dobro necessário para dar sequência ao referendo que poderia revogar o
mandato de Maduro.
* Julho de 2016: no dia 28, em um claro desafio ao chavismo de Maduro, o
Parlamento incorpora os três deputados que a Justiça tinha ordenado no começo deste ano,
separar de seus cargos. Com a incorporação desses três deputados, a MUD recupera a maioria
qualificada de dois terços (112 de 167 assentos) que ganhou nas históricas eleições de 6 de
dezembro de 2015.
* Setembro de 2016: como vimos no MÓDULO – 10, os países fundadores do MERCOSUL,
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, chegaram a um acordo que impediu a Venezuela de
assumir a presidência do bloco após a presidência do Uruguai. A decisão tomada foi que o
comando do bloco seria exercido de forma conjunta entre os quatro países fundadores.
Segundo o Itamaraty, a medida foi adotada porque a Venezuela não respeitou importantes
acordos como, por exemplo, o de proteção aos direitos humanos. Os países também
disseram que se a Venezuela continuasse descumprindo as regras, poderia ser suspensa do
MERCOSUL, em dezembro de 2016, o que de fato aconteceu, como vimos no Módulo - 10.
Pela rotação por ordem alfabética, a Venezuela deveria ter assumido a presidência do
MERCOSUL em 12 de agosto. Mas, iniciou-se um impasse no bloco. O governo da
Venezuela declarou que não reconheceria a decisão dos países fundadores do MERCOSUL.
* Outubro de 2016: a justiça venezuelana anula a coleta de assinaturas da primeira etapa de
solicitação do referendo revogatório contra Maduro em três estados governados por
governadores chavistas aliados de Maduro: Aragua, Carabobo e Bolívar. A alegação foi de
“fraude na coleta das assinaturas”.
* Também em outubro de 2016: O Parlamento aprova abertura de um julgamento sobre a
responsabilidade política de Nicolás Maduro. A oposição acusa o presidente de quebrar a ordem
constitucional e promover um golpe de Estado com a suspensão do processo de convocação de
um referendo revogatório.
* Ainda em outubro de 2016: Maduro anuncia aumento de 40% do salário mínimo e no
adicional de alimentação, o quarto aumento desde o início de 2016. Esse montante inclui o
salário - que sobe 20% até chegar a 27.091 bolívares - e um adicional de alimentação, de 63.720
bolívares. No mesmo mês, o país tem uma greve geral, convocada pela oposição durante
manifestações em todo o país para pressionar o governo contra a decisão de suspender o
processo de convocação do referendo. A paralisação de 12 horas não teve a adesão esperada.
* Dezembro de 2016: os chanceleres da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países
fundadores do MERCOSUL, anunciam a suspensão da Venezuela do bloco.
@prof_ticyano_lavor
* Também em dezembro de 2016: no dia 11, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,
ordenou o recolhimento das cédulas de 100 bolívares, atualmente a de maior denominação, para
segundo ele “enfrentar supostas máfias colombianas que armazenam o papel-moeda para
desestabilizar a economia do país”. Um dólar equivalia na Venezuela a 670 bolívares, até
dezembro de 2016. Maduro afirmou, em seu programa na emissora de TV estatal, que há bancos
nacionais envolvidos e que "a operadora" que dirigiu o plano contra o papel-moeda da
Venezuela é uma ONG "contratada pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos". O
presidente venezuelano destacou que determinou esta medida após a realização de uma exaustiva
investigação na qual se verificou que há armazéns, não só em várias cidades da Colômbia, mas
também no Brasil, na Alemanha, na República Tcheca e na Ucrânia, onde as máfias estariam
acumulando as cédulas venezuelanas. No dia 16 de dezembro foi anunciada a morte de três
pessoas na cidade de Callao em distúrbios por falhas no fornecimento de papel moeda. Protestos
e saques foram realizados em várias cidades após a retirada do mercado da cédula de maior valor
na Venezuela e o atraso na circulação de novas moedas.
* Janeiro de 2017: no dia 09 a Assembleia Nacional aprova uma declaração de "abandono de
cargo" por parte do presidente, considerando que o desempenho de Maduro está à margem das
funções constitucionais da presidência e o responsabilizando pela "grave ruptura da ordem
constitucional", pela violação de direitos humanos e pela "devastação das bases econômicas e
sociais" do país. Segundo a oposição “Maduro afundou o país”. Segundo a Constituição da
Venezuela, quando o presidente comete uma "falta absoluta", deve haver eleições universais,
diretas e secretas. São consideradas faltas absolutas a morte ou renúncia do presidente, a
destituição decretada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), sua incapacidade física ou mental,
a revogação popular de seu mandato ou "o abandono do cargo, declarado como tal pela
Assembleia Nacional". A Constituição também estabelece que o presidente "é responsável por
seus atos e pelo cumprimento das obrigações inerentes a seu cargo" e que "está obrigado a buscar
a garantia dos direitos e liberdades dos venezuelanos e venezuelanas".
* Também em janeiro de 2017: no dia 11, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela
declarou a nulidade de todos os atos da Assembleia Nacional, dominada pela oposição, por
desacatar "várias sentenças" das alas Constitucional e Eleitoral da Justiça.
* Ainda em janeiro de 2017: no dia 23 (data simbólica, em que se comemora na Venezuela a
queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez), uma onda de protestos toma as ruas. Tanto
por parte da oposição contra Maduro, como por parte dos “chavistas” pró-governo. Esse foi o
primeiro protesto organizado pela MUD contra o governo Maduro desde outubro de 2016
quando o CNE suspendeu o processo sobre o referendo revogatório contra Maduro e o primeiro
depois que a oposição e o governo se comprometeram, no dia 25 de outubro de 2016, a
iniciarem um diálogo para superar a crise política, econômica e social na Venezuela.
Promovido pelo Vaticano, pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e quatro ex-
presidentes, o diálogo havia “desativado” os protestos provisoriamente. Nos protestos contra
Maduro muitos exigiam novas eleições. Vale ressaltar que pesquisas chegavam a divulgar que
oito em cada dez venezuelanos se diziam insatisfeitos com o governo de Maduro. Muitos se
diziam “cansados com a escassez de alimentos, remédios, gêneros de higiene pessoal, etc., e com
a altíssima inflação do país”. No dia 26 de janeiro de 2017, a oposição venezuelana encerrou
oficialmente o diálogo com o governo do presidente Nicolás Maduro onde se tentou buscar
superar a crise econômica e social aguda que o país petroleiro atravessava, e em seu lugar
convocou novos protestos nas ruas. "Conclamamos o povo venezuelano a intensificar o protesto
pacífico, constitucional e democrático (...) nenhuma negociação política terá êxito se não estiver
respaldada por uma mobilização cidadã crescente e constante", exortou a MUD. O herdeiro
político do falecido Hugo Chávez, porém, insistia em se dizer vítima de uma "guerra econômica"
de seus adversários cuja meta é depô-lo.
* Março de 2017: Maduro envia inspetores e soldados a mais de 700 padarias da capital para
fiscalizar a aplicação de uma lei segundo a qual 90% do trigo devem ser destinados aos pães
comuns, em vez de pães e doces mais caros. A lei, chamada pelas agências de notícias como
"guerra do pão", visa combater a escassez de produtos básicos e as longas filas no comércio.
Padeiros dizem que 80% dos estabelecimentos não têm trigo em estoque.
* Também em março de 2017: no dia 21, a Assembléia Nacional aprovou um acordo
legislativo em que é solicitada à OEA (Organização dos Estados Americanos) a convocação de
seu Conselho Permanente para avaliar a aplicação da Carta Democrática Interamericana contra o
país, o que poderia suspender a Venezuela da OEA. No dia 23 de março, 14 países da OEA, entre
eles o Brasil, EUA e Canadá, pediram para que a Venezuela marque eleições e solte presos políticos
cumprindo assim os acordos mediados pelo Vaticano. Os 14 países declararam "profunda
preocupação" com a situação venezuelana e exigiram um prazo para que o país tome medidas
democráticas. Uma semana antes, o então Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, havia afirmado
que caso não ocorressem mudanças na Venezuela, iria propor a suspensão dela da OEA. No dia
28 de março, no entanto, o TSJ venezuelano declarou que os parlamentares
venezuelanos perderam a imunidade parlamentar, alegando “desacato”, ainda pelo episódio da
posse dos três deputados acusados de fraude eleitoral. Vale ressaltar que para que a Venezuela
fosse suspensa, dois terços dos 34 países que integram a OEA deveriam votar a favor da medida.
No entanto, apesar de estar em uma situação complicada, os venezuelanos ainda
possuíam naquele momento a simpatia de alguns países. Na América do Sul, Bolívia (que
naquele momento era governada por Evo Morales) e Equador eram governos aliados do
presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Somam-se a eles pequenos países caribenhos a quem a
Venezuela vende petróleo subsidiado ou troca por outros bens.
* Ainda em março de 2017: no dia 30, o TSJ (controlado pelos chavistas) assumiu as funções
da Assembléia Nacional venezuelana, que é de maioria oposicionista. A decisão foi considerada
pela oposição como um “Golpe de Estado” dado pelo presidente Maduro, que passaria a ter,
segundo à oposição, “poderes para fazer o que quiser”. Tal medida agravou ainda mais a crise
política no país. O TSJ passou a ter o poder de criar leis ou de indicar um órgão para legislar no
lugar da Assembléia, por tempo indeterminado. Vários opositores protestaram em frente a sede
do TSJ entrando em confronto com a polícia. Em vários pontos da capital Caracas rodovias
foram bloqueadas.
A REAÇÃO DA OEA À MEDIDA DO TSJ DO DIA 30 DE MARÇO DE 2017
Veja a notícia abaixo:
* Abril de 2017: no dia 1º o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), instância máxima da Justiça
venezuelana, recuou em sua decisão de intervir no Parlamento do país. Como vimos, o tribunal
havia se apoderado de competências do Legislativo e retirou a imunidade de seus deputados. As
medidas motivaram protestos da oposição e críticas da comunidade internacional. Em 1º de abril
de 2017, a página do TSJ na internet publicou um aclaratório em que "suprime" trechos de
ambas as sentenças, entre elas a que conferia amplos poderes ao presidente Nicolás Maduro.
* Também em Abril de 2017: encurralada e incapaz de defender a crise que atravessa ante
a OEA, a então chanceler venezuelana Delcy Rodríguez anunciou, no palácio
presidencial de Miraflores, que a Venezuela iniciará o processo de saída da Organização
dos Estados Americanos (OEA). Era uma decisão já prevista, depois que o Conselho
Permanente do organismo convocou uma reunião de ministros das Relações Exteriores
para tratar da crise do país sul-americano sem a aprovação do Governo de Nicolás
Maduro. Rodríguez mencionou a intromissão em seus assuntos internos para justificar a
decisão, apontando o México como o aríete de um processo que busca “tutelar” seu
país. “Felizmente isso nunca acontecerá, pois assim está marcado em nossa história,
nosso presente e nosso futuro”, afirmou. A chanceler se pronunciou no dia 26 de abril
de 2017 em Caracas poucos minutos após a OEA convocar, por votação de 19 dos seus
34 membros, uma reunião para tratar da crise venezuelana. Votaram a favor: Brasil,
Guiana, Bahamas, Santa Lúcia, Argentina, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, Costa
Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, Jamaica, México, Panamá, Paraguai, Peru
e Uruguai. Votaram contra: Venezuela, Antígua e Barbuda, Bolívia, Dominica,
Equador, Haiti, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas e
Suriname. Os membros que se abstiveram foram: Belize, El Salvador, República
Dominicana e Trinidad e Tobago. Já Granada se ausentou. Embora no dia 26 de abril
ainda não se soubesse onde seria o local e a data do encontro aprovado para tratar da
crise venezuelana (esse encontro acabou acontecendo em Washington no dia 31 de
maio de 2017), a decisão, adotada durante reunião extraordinária, significa a elevação
do tom da OEA frente ao país bolivariano que vivia uma série de protestos marcados
pela violência.
Veja a notícia abaixo:
* Em Maio de 2017: no dia 1º, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou uma
Assembleia Constituinte para, segundo ele, “resolver a crise política no país”. "Convoco o
poder constituinte originário para alcançar a paz de que o país precisa, para derrotar o golpe
fascista, uma constituinte cidadã, não de partidos políticos. Uma constituinte do povo", disse
Maduro, diante de milhares de simpatizantes reunidos no centro de Caracas por ocasião do Dia
do Trabalhador. "Hoje, 1º de maio, anuncio que no meu uso das minhas atribuições como chefe
de Estado constitucional, nos termos do artigo 347 da Constituição, convoco o poder
constituinte originário para que a classe trabalhadora e o povo convoquem a Assembléia
Nacional Constituinte", disse ele, de acordo com a rede Telesur. O artigo citado por Maduro
prevê que o povo "pode convocar uma Assembléia Nacional Constituinte, a fim de transformar o
Estado, criar uma nova lei e elaborar uma nova Constituição". A Telesur informou que o artigo
348 da Constituição venezuelana prevê que "a iniciativa de convocar a Assembléia Nacional
Constituinte pode ser feita pelo Presidente da República, em Conselho de Ministros, a
Assembleia Nacional, por acordo de dois terços dos seus integrantes, os Conselhos Municipais
em convenção, por um voto de dois terços deles, ou 15% dos eleitores registrados no registro
civil e eleitoral". Maduro nomeou uma comissão presidencial, liderada por Elías Jaua, para
realizar a consulta popular proposta e esclarecer todas as dúvidas sobre o poder constituinte
originário. O presidente disse que "por meio de voto direto do povo, cerca de 500 constituintes
seriam eleitos". Na realidade, no dia 30 de julho de 2017, serão eleitos 545 membros para
compor a Constituinte. Essa Constituinte irá ter o poder de reescrever a Constituição da
Venezuela e até de dissolver outras instituições do país como, por exemplo, a Assembléia
Nacional (Parlamento). De acordo com as regras da então atual Constituição venezuelana,
promulgada em 1999, o presidente Maduro deveria realizar um plebiscito para consultar a
população sobre a realização dessa eleição para se formar uma Constituinte, o que ele não o fez.
Já o então presidente da Assembleia Nacional (AN) da Venezuela, o opositor Julio
Borges, afirmou que Maduro consumou seu "contínuo golpe de Estado" depois da convocação.
Seria, segundo a oposição, uma forma de o chavismo se manter no poder após a derrota
nas eleições legislativas do final de 2015. A sociedade venezuelana precisaria lidar com
as eleições da Assembleia Nacional Constituinte, fixadas pelo Governo de Nicolás
Maduro para o dia 30 de julho de 2017.
* Também em Maio de 2017: no dia 10, sob o lema "Nosso escudo é a Constituição",
milhares de pessoas contrárias ao governo de Nicolás Maduro marcharam até a sede do
Tribunal Supremo de Justiça, no centro de Caracas. O protesto foi mais uma resposta à
tentativa do governo venezuelano de reformar a Constituição por meio de uma
Assembleia Constituinte. Os manifestantes saíram de sete pontos de Caracas e seguiram
pacificamente, mas encontraram forças de segurança pelo caminho. Diversas áreas da
capital venezuelana foram tomadas por centenas de guardas nacionais e policiais.
Estações de metrô foram fechadas por segurança. Já no dia 24, a oposição ao presidente
da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu a intensificação das manifestações contra a
reforma constitucional pretendida pelo governo, convocando protestos em três pontos
de Caracas. Até então, a onda de protestos violentos contra o regime de Maduro já havia
deixado 17 mortos.
* Ainda em Maio de 2017: no dia 31 ocorreu em Washington a reunião da OEA, contra a
vontade do governo Maduro, para tratar da crise venezuelana. E, por incrível que
pareça, a delegação da Venezuela participou do encontro. No entanto, a OEA suspendeu,
por consenso, a reunião de consulta de chanceleres sobre a Venezuela devido à falta de acordo
sobre as propostas de declaração apresentadas. Diante do impasse nas negociações, que chegou a
ponto de impedir a aprovação de uma declaração, até mesmo de obter um texto de consenso, as
delegações acordaram tentar agendar outra reunião antes da Assembleia Geral da OEA, marcada
para ser realizada entre 19 e 21 de junho no México.
* Junho de 2017: entre os dias 19 e 21 aconteceu no México a 47ª Assembleia Geral da OEA. A
Venezuela nem mesmo esperou para ouvir o comunicado final da cúpula. No dia 19
mesmo, a chanceler venezuelana Delcy Rodríguez disse: “Muito se falou que há uma
crise humanitária, mas é apenas uma desculpa a mais para uma intervenção
na Venezuela. E não voltarei a esta Assembleia enquanto formos um país livre e
soberano”. Ao pronunciar essas palavras, ela se retirou da reunião de maneira exaltada.
Na reunião, a proposta do México, que procurava forçar um diálogo entre
governo e oposição na Venezuela, não obteve os 23 votos necessários para ser aprovada
– conseguiu 20 dos 34 apoios possíveis. A chanceler Rodríguez saiu distribuindo
críticas ao então secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a quem chamou de “instigador
da violência”, e à diplomacia mexicana, que qualificou de “infantil”. Dirigindo-se
unicamente ao grupo de países que, segundo ela, “não se dobraram”, como
Nicarágua, Cuba, Equador e alguns caribenhos, a chanceler alertou: “Tomem cuidado e
vigiem sua institucionalidade para que não aconteça uma grave violação à soberania
como a que pretendem com a Venezuela”.
* Também em Junho de 2017: no dia 27 um piloto a bordo de um helicóptero
identificado como policial atacou os edifícios do STJ e do Ministério do Interior da
Venezuela. Foram lançadas granadas e tiros contra os prédios. No entanto, ninguém se
feriu. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamou o ocorrido de "ataque
terrorista". A culpa recaiu sobre um inspetor de polícia, que também é "piloto,
paraquedista, mergulhador e ator", e se apresenta, em um vídeo, como "guerreiro de
Deus". O governo diz que ele tem ligações com a CIA. Esses desdobramentos,
ocorridos em Caracas, dão um tom de surrealismo à situação no país vizinho ao Brasil,
marcada por tensão e essa onda de protestos contra o governo Maduro.
* Julho de 2017: no dia 5, tropas de choque do chavismo invadiram a sede da Assembleia
Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, e agrediram deputados e visitantes
que participavam de uma sessão solene comemorativa dos 206 anos da Declaração de
Independência do país sul-americano. O ataque começou ao final da sessão
comemorativa da assinatura da declaração da Independência do país, em 5 de julho de
1811, quando os representantes das províncias que então constituíam a Capitania Geral
da Venezuela proclamaram a sua separação da Coroa espanhola. Manifestantes pró-
governo, que até então rodeavam discretamente o edifício, invadiram o Palácio Federal
Legislativo, no centro de Caracas, com o apoio da Guarda Nacional Bolivariana,
responsável pela segurança do local. Simultaneamente ao ataque, todo o sistema de
rádio e televisão do país transmitia em rede nacional o desfile com que as Forças
Armadas tradicionalmente homenageiam a data nacional, partindo da avenida Los
Próceres, na capital venezuelana. O evento contou com a presença do presidente Nicolás
Maduro e membros de seu Governo, além de outros poderes do Estado. O chefe de
Estado tomou conhecimento daquilo que ocorria no Parlamento e condenou os fatos, ao
mesmo tempo em que prometeu a realização de uma investigação. “Não serei cúmplice
da violência”, disse. Em meio à invasão, a Guarda Nacional Bolivariana lançou bombas
de gás lacrimogêneo. Ouviram-se sons de explosões no local, e depois, quando os
chavistas se retiraram, os deputados recolheram restos de balas. Ao final da tarde, ainda
permaneciam circulando no quarteirão onde se localiza o edifício, de aspecto
neoclássico, a meia quadra da praça Bolívar e das sedes da Chancelaria, do governo da
capital e o palácio do arcebispado. Os grupos de choque diziam estar agindo como
represália à paralisação de seis horas organizada pela oposição em todo o país. Na sede
do Poder Legislativo, havia 120 funcionários, 108 jornalistas e 94 deputados. Não é a
primeira vez que um acontecimento dessa natureza ocorre na atual legislatura. Em
outubro de 2016, os mesmos grupos chavistas interromperam à força uma sessão
convocada pela oposição para debater o início de um julgamento político contra
Maduro. Também em Julho de 2017: no dia 8, o prisioneiro político
venezuelano Leopoldo López, de 46 anos, deixou a prisão de Ramo Verde. López havia
sido preso em fevereiro de 2014 e passou para a prisão domiciliar. A medida
na Venezuela é chamada de “casa como prisão”. Leopoldo López (um líder da oposição
mais radical) é dirigente do partido Vontade Popular (VP) e ex-prefeito do município
caraquenho de Chacao. Ele foi condenado em 2015 a mais de 13 anos de prisão, a ser
cumprida na penitenciária militar de Ramo Verde. A juíza Susana Barreiros o
considerou culpado de participar e instigar uma onda de manifestações em 2014, que
provocaram a morte de 43 pessoas e ferimentos em centenas.
Observe a notícia abaixo:
* Ainda em julho de 2017: no dia 16, num domingo, foi realizado pela oposição um
PLEBISCITO SIMBÓLICO contra o projeto para reformar a Constituição, proposto pelo
presidente Nicolás Maduro. A consulta foi validada pelo Parlamento da Venezuela, mas não
contou com o reconhecimento do Poder Eleitoral. O plebiscito foi classificado de ilegal pela
presidência da Venezuela. O governo dos EUA se pronunciou através do porta-voz do
Departamento de Estado dos EUA para a América Latina considerou: "É importante
que a oposição venezuelana realize a consulta popular que convocou para 16 de julho,
sem o apoio do Conselho Nacional Eleitoral, e que os venezuelanos se pronunciem
sobre a Assembleia Constituinte promovida por Nicolás Maduro”.
Observe a notícia abaixo:
* No dia 18 de julho de 2017, Maduro declara que “nada, nem ninguém, nem mesmo os
EUA, impedirão a realização das eleições para formar uma Constituinte”.
A REAÇÃO DE MADURO
* Ainda no dia 27 de julho de 2017, os Estados Unidos ordenaram que os familiares dos
funcionários americanos da sua embaixada em Caracas deixassem a Venezuela, e autorizaram a
saída voluntária dos integrantes da missão diplomática devido à crise política e à violência
vigente na Venezuela. O Departamento de Estado dos EUA aconselha ainda os seus cidadãos a
não viajarem para o país sul-americano "devido a distúrbios sociais, crimes violentos e à falta
generalizada de alimentos e medicamentos".
* No dia 28 de julho de 2017, mesmo com a proibição, os opositores ao governo de
Nicolás Maduro bloquearam as principais ruas de Caracas dois dias antes da eleição para a
Assembleia Nacional Constituinte, convocada pelo presidente para o dia 30 de julho de 2017. De
26 a 28 de julho de 2017, o saldo de mortos chegou a oito, elevando para 106 o número de
vítimas desde o início da onda de protestos no país em abril.
* No mesmo dia 28 de julho de 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que “o
governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, deve permitir protestos pacíficos e a
liberdade de expressão”, fazendo um apelo por calma antes da eleição convocada pelo governo
venezuelano para o dia 30 de julho para formação de uma Assembleia Constituinte. "Os desejos
do povo venezuelano de participar ou não desta eleição devem ser respeitados. Ninguém deveria
ser obrigado a votar e aqueles que voluntariamente participarem deveria poder fazê-lo de forma
livre", disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Liz Throssell.
* No dia 29 de julho de 2017, algumas notícias davam conta de que, após a proibição do
governo venezuelano, os protestos da oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, ficaram esvaziados.
* No dia 08 de agosto de 2017, o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Direitos Humanos (ACNUDH) anunciou que as forças de segurança venezuelanas
“agrediram” e “torturaram” de forma “generalizada e sistemática” os manifestantes e
vários presos. O órgão acusou as forças de segurança de serem responsáveis pela morte
de pelo menos 46 manifestantes – de 124 mortes investigadas até 31 de julho no
contexto das manifestações – e de realizar mais de 5.000 prisões arbitrárias. Os grupos
armados pró-governamentais, chamados de “coletivos armados”, seriam por sua vez
responsáveis por 27 mortes.
* No dia 12 de agosto de 2017, a Assembleia Constituinte decretou 'reprogramar para o
mês de outubro de 2017 o processo eleitoral para escolher governadores' de estado que
aconteceria em dezembro de 2017. A Assembleia Constituinte argumentou que a
antecipação dessas eleições serviria para diminuir a tensão nas ruas, após meses de protestos
intensos, onde opositores exigiam eleições gerais e já contabilizava125 mortos.
* No dia 20 de dezembro de 2017, a Assembleia Constituinte decidiu dissolver o Distrito
Metropolitano de Caracas e do Alto Apure. A decisão foi mais uma medida para enfraquecer a
oposição que controlava a prefeitura e a Câmara de Vereadores da região da capital
venezuelana.
* No dia 20 de maio de 2018, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi reeleito
para mais 6 anos de mandato com uma abstenção de 54% em meio a uma eleição
boicotada pela maioria das forças da oposição e com denúncias de fraudes. Segundo o
Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a participação dos eleitores chegou a 46%, embora
fontes assegurem que no fechamento das seções eleitorais, às 18h, esse número era de
32,3%. O único adversário real de Maduro era Henri Falcón, que obteve 1,8 milhões de
votos. O líder opositor declarou minutos antes do anúncio do resultado que não
reconhecia o processo eleitoral do dia 20 e exigiu a convocação de novas eleições. O
candidato da oposição afirmou ter recebido 900 denúncias de irregularidades na jornada
eleitoral. Com um tom enfático, ele criticou o "descaro" e o "vantagismo" do chavismo
no pleito. Ao fundamentar suas denúncias, Henri Falcón fez questão de ressaltar a
presença dos chamados "pontos vermelhos", núcleos de ativismo e proselitismo
político, proibidos por lei, que as organizações chavistas instalaram a 200 metros dos
locais de votação, e inclusive dentro deles, sob total consentimento do Conselho
Nacional Eleitoral (CNE). Alguns países como Argentina e Chile afirmaram que não
iriam reconhecer as eleições presidenciais venezuelanas, além da União Europeia. O
então secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, classificou as eleições
presidenciais na Venezuela como "fraudulentas" e disse que elas "não mudam nada" no
cenário do país.
“Pelo menos 1,9 milhão de pessoas deixaram a Venezuela desde 2015, fugindo da crise
econômica e política que o país atravessa. Com mais de 2,6 milhões de pessoas no
exterior do país atualmente, é crucial uma perspectiva apolítica e humanitária para
ajudar os países que os recebem em um número que vai crescendo. Cerca de 5.000
pessoas deixam a Venezuela por dia hoje. É o maior movimento de população na
história recente da América Latina”.
* Detalhe: Roraima é o único estado brasileiro que NÃO é ligado Sistema Interligado
Nacional (SIN) de energia elétrica e por isso depende muito do fornecimento de energia
elétrica por parte da Venezuela. Abastecido pela produção elétrica da Venezuela, que vive
uma crise política e econômica, o estado convive com apagões que têm se tornado mais
frequentes conforme a tensão aumenta no país vizinho. Dez dos quinze municípios do estado
são abastecidos desde 2001 pela energia venezuelana, incluindo a capital Boa Vista. Há 17 anos
portanto que Roraima recebe energia da Venezuela por meio do Linhão de Guri. A subestação
de energia foi inaugurada em 2001, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e o então
presidente venezuelano Hugo Chavez. No entanto, o estado enfrenta a instabilidade elétrica.
Somente em 2018 (até agosto) foram 36 blecautes. Em agosto de 2018, a estatal venezuelana
Corpoelec, que fornece energia para Roraima, informou ao governo brasileiro que poderia
cortar a distribuição para o estado. O motivo seria uma dívida de 30 milhões de dólares.
A OPERAÇÃO ACOLHIDA
No dia 10 de janeiro de 2019, Nicolás Maduro prestou juramento para seu segundo
mandato na presidência na Venezuela, em cerimônia no Tribunal Supremo de Justiça do país.
Isso porque a Assembleia Nacional, dominada pela oposição, não reconhece a legitimidade do
novo período do chavista no poder, que deve durar até 2025. Logo após prestar juramento, já
com a faixa presidencial, Maduro criticou opositores durante discurso. O presidente reeleito
disse que a Venezuela está no "centro de uma guerra mundial", conflito que, nas palavras dele, é
travado por "governos satélites dos Estados Unidos".
No discurso, o venezuelano insistiu na crítica aos países vizinhos com presidentes
opositores a Maduro, como o Brasil e a Colômbia. "Veja o caso do Brasil, o surgimento de um
fascista como Jair Bolsonaro", atacou. (Mais adiante veremos a vitória de Jair Bolsonaro nas
eleições presidenciais do Brasil em 2018).
Sobre a Colômbia, cujo presidente Iván Duque também se opõe ao regime chavista,
Maduro disse: "Quem libertou a Colômbia foi o exército de [Simon] Bolívar, não do Capitão
América".
O GRUPO DE LIMA
O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo
de pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. Além do Brasil e do Peru,
Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Honduras, México, Panamá e
Paraguai firmaram o documento conhecido como Declaração de Lima em agosto de
2017. Guiana e Santa Lúcia aderiram posteriormente.
No dia 04 de janeiro de 2019, o Grupo de Lima anunciou na capital peruana, que
não reconheceria o governo venezuelano se o presidente Nicolás Maduro assumisse um novo
mandato em 10 de janeiro de 2019, por considerar que se trata de resultado de eleições
ilegítimas.
A decisão, no entanto, não foi unânime, uma vez que o México, agora sob o governo de
esquerda de Andrés Manuel López Obrador (eleito em julho de 2018, e que tomou posse em
dezembro de 2018, substituindo o então presidente Enrique Peña Nieto), se recusou a assinar a
declaração.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também declarou, no dia da posse
de Maduro, que não reconhece mais o governo bolivariano.
* Brasil, Estados Unidos, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador,
Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, Austrália, Israel, Reino Unido, Espanha,
Alemanha, França, Dinamarca, Suécia, Áustria, Holanda e Portugal.
Em um “giro” feito pela América do Sul em busca de apoio, Juan Guaidó esteve
no Brasil em 28 de fevereiro de 2019, em Brasília, onde se encontrou com o presidente
do Brasil Jair Bolsonaro. O Brasil está entre os países que não reconhecem a legitimidade
de Maduro como presidente da Venezuela.
Enquanto Guaidó estava no Planalto, um grupo de pessoas protestava contra a presença
do líder oposicionista venezuelano. O grupo estava na Praça dos Três Poderes, em frente ao
palácio. Após o encontro, Bolsonaro fez um pronunciamento no qual afirmou que não poupará
"esforços" para restabelecer a democracia na Venezuela. Após o encontro com Bolsonaro no
Planalto, Guaidó foi ao Congresso Nacional, onde foi recebido por um grupo de parlamentares,
entre eles os então líderes do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo, e do governo no
Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Depois, foi em direção ao Senado, onde se
encontrou com o então presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ao deixar o
local, foi abordado pela imprensa, mas saiu sem falar com os jornalistas.
Do Brasil, onde foi tratado como Chefe de Estado, partiu para o Paraguai para se
encontrar com o presidente Mario Abdo, um dos primeiros a romper relações com o regime
de Nicolás Maduro e reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela. Durante o
“giro” de Guaidó, Maduro declarou que “assim que Guaidó entrar na Venezuela será preso”. O
grupo de Lima, que reúne 14 países da região, condenou, de antemão, a ameaça.
VENEZUELA FECHA FRONTEIRA COM O BRASIL
g1.globo.com/mundo/ 05/01/2020
O deputado Luis Parra, aliado do governo, foi anunciado por Nicolás Maduro como
o novo chefe da Assembléia Nacional da Venezuela (o Congresso da Venezuela), segundo a
agência Reuters.
A oposição, liderada pelo autodeclarado presidente Juan Guaidó, acusa a
votação de ser um "golpe no parlamento".
Os opositores afirmam que a votação não teve votos ou quórum necessário
porque Juan Guaidó e os parlamentares contrários a Maduro foram impedidos de
entrar na Assembleia Legislativa no momento do pleito.
Pelo Twitter, Guaidó afirmou que ele e um grupo de parlamentares estavam
sendo impedidos por policiais e militares de entrarem no Palácio legislativo no
momento da votação.
A oposição também acusa o governo de Maduro de oferecido malas de dinheiro
para parlamentares votarem contra Guaidó, que é o atual presidente do parlamento e
buscava uma reeleição para a gestão de 2020-2021.
Os EUA acusaram o governo de Maduro de "ir contra a vontade do povo e das
leis" minutos após Luis Parra ser anunciado o novo presidente do Congresso
venezuelano, segundo a Reuters.
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