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ROTEIRO DESCRITIVO
Por meio de reflexões cotidianas sobre nossa realidade concreta, ou seja, sobre a
vida e seus desdobramentos visíveis e palpáveis. Durante o último inverno, o frio se
fez presente em Itabaiana de uma forma mais acentuada que o normal e foi
exatamente durante as noites frias que surgiram algumas reflexões, tais quais: se
eu, que vivo numa casa e estou envolta em cobertores, estou sentindo tanto
incômodo com as baixas temperaturas, como as pessoas em situação de rua estão
nesse momento? Quais os meios para sobreviver e viver em um ambiente inóspito
quando os meios tradicionais lhe foram negados?
O fato é que a questão social aqui apresentada é o ponto de partida para refletir
acerca dos múltiplos aspectos correlatos a desigualdade social e suas multifaces.
Afinal, eu estou no Nordeste do Brasil e aqui o frio não chega a ser tão severo
quanto em outras regiões do país ou do mundo, além disso, se proteger do frio não é
e está longe de ser a única problemática enfrentada pela população em situação de
rua. Então, quem são essas pessoas? Como vivem? Por que estão nas ruas?
Como se relacionam com o espaço onde vivem?
2. TEM ALGUM COLEGA PENSANDO JUNTO COMIGO? POR QUE EU
ACHO ESSA QUESTÃO IMPORTANTE?
Sim, a ideia está sendo debatida em conjunto entre Lucas Costa e Talya Lima.
Acreditamos que seja uma questão importante justamente pela invisibilidade à que
essas pessoas estão submetidas. Abordar essa questão a partir das histórias e
pontos de vistas dessas pessoas pode ser algo positivo, tendo em vista as diversas
conjecturas equivocadas e depreciativas que muitas vezes são disseminadas pelo
senso comum. Um exemplo disso é a famosa entrevista feita pela socialite Val
Marchiori com a Bia Dória, onde ambas apontam a situação de rua como um
atrativo, e qualquer tipo de ajuda como um incentivo à vadiagem. Nesse sentido, é
necessário pensar até que ponto também podemos estar internalizando conjecturas
estapafúrdias desse tipo.
O fato de que vivemos no senso comum da sociedade e que quando temos nossas
certezas abaladas entramos em crise, mas uma crise positiva, pois ela possibilita
uma série de questionamentos sobre o que vemos e vivemos. O que Marilena Chauí
chama de atitude filosófica nos fez pensar sobre essa temática a partir das próprias
questões mencionadas por ela: O que é? Como é? Por que é? Para que é? As
questões norteadoras são fundamentais para a ciência, e ao pensar a ciência
geográfica, que procura compreender a produção do espaço através das relações
entre a sociedade e o meio, não faltam oportunidades para “entrarmos em crise” no
nosso dia a dia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS