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Prostituição e Lenocínio
Janeiro
2016
2
Índice
1. Resumo ...................................................................................... 4
2. Introdução .................................................................................. 5
3. Breve história da prostituição em Portugal ................................ 7
4. Atual Regime Jurídico em Portugal .......................................... 8
5. Regime Jurídico em alguns Países Europeus ............................. 9
6. O Bem Jurídico, o Direito e a Moral ........................................ 11
7. Lenocínio Simples .................................................................... 13
8. Doutrina e Jurisprudência ......................................................... 14
9. Conclusões ................................................................................ 20
10. Bibliografia .............................................................................. 25
3
Agostinho da Silva
4
1. Resumo
Direito, que se estende sem desvio de uma extremidade à outra; que se mantém ver-
tical; que julga de modo integro1, justo2, podia continuar..., mas, é o último vocábulo que
julgo preferível.
Esta pequena investigação teve como objetivo a reflexão sobre a prostituição e crime
de lenocínio, a ela associada.
É uma tentativa de encontrar aquilo que à luz dos princípios da igualdade, da liber-
dade e da proporcionalidade, será o mais justo, nunca perdendo de vista o conceito basilar do
direito penal, o bem jurídico.
1
Enciclopédia Larousse, p. 2364
2
Lello, Dicionário de língua portuguesa, p. 474
3
Crime de lenocínio simples, previsto no art.º, n. º1, do Código Penal
5
2. Introdução
Num mundo ideal, não existiria prostituição, todo o sexo seria realizado no âmbito das
relações matrimoniais, ou de pessoas que vivem em união de facto, ou, na “pior das hipóte-
ses”, no seio de uma relação duradoura, estando assim assegurado o “sexo com moralidade”,
para os mais liberais, o sexo pode ser esporádico, sem parceiro certo, mas sempre com von-
tade reciproca. Mas... não vivemos num mundo ideal...
A prostituição, se não é a mais antiga “profissão” do mundo, é seguramente, das mais
antigas, documentos Sumérios datados de 2400 a.C. registam a profissão de prostituta ao lado
de profissões como médicos, escribas e cozinheiros, mais de vinte séculos volvidos, e esta
“antiga senhora” aí continua, cheia de força.
Vários estudos mostram-nos que em países onde a prostituição é fortemente repri-
mida, como é o caso do Irão, onde o sexo fora do casamento é punido com pena de morte, na
última década, os números da SIDA duplicaram, passaram de 15% para 30%.
Em vários países islâmicos, temos os casamentos temporários, denominados
“Sigheh”, podem durar apenas alguns minutos, acredita-se que este costume tem origem pré-
islâmica, o profeta Maomé recomendou-o aos seus companheiros e soldados4.
Depois, temos as dançarinas de Cabul5, uma tradição antiga, “bachabaze”, homens
ricos compram os filhos de homens pobres, para seu entretenimento e satisfação sexual, e,
pasme-se! Ainda por cima, são um símbolo de status, um símbolo de riqueza! Os mais ricos
4
Estadão, jornal brasileiro
5
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/09/100908_afeganistao_danca_abuso_dg.shtm
6
e poderosos têm vários “bachas” (meninos), quanto às mulheres casadas com estes
homens, “concordam” ou, são obrigadas a concordar!
Estima-se que o lucro total, da prostituição, a nível mundial seja de 170 mil milhões
de euros.6
No topo da lista está a China, com 67 mil milhões de euros gastos com esta atividade,
em décimo lugar está a Turquia com 4 mil milhões de euros, a lista é extensa, podia continuar,
mas isto é só para dar alguns exemplos de que a prostituição, ainda que mascarada, disfar-
çada, ou transvestida, existe, em todas as épocas, em todas as latitudes e longitudes.
Então, pergunta-se o porquê de a esmagadora maioria dos Estados continuarem a
ignorar esta realidade social?
A outra questão levantada neste trabalho prende-se com a seguinte dúvida: qual o
bem jurídico tutelado no artigo 169.º nº1 do Código Penal?
6
http://www.havocscope.com/prostitution-revenue-by-country/
7
A abordagem feita à prostituição tem sido, em Portugal, pautada por avanços e re-
cuos.
Remontam a D. Afonso III as primeiras notícias sobre esta problemática, este mo-
narca proibiu os nobres de se fazerem acompanhar de prostitutas aquando das deslocações à
Corte.
D. Dinis, considerou imoral cobrar impostos às prostitutas.
D. Afonso IV, em 1481, determinou que as prostitutas passassem a viver em bairros
separados e usassem uma divisa para se distinguirem das outras mulheres.
Nas ordenações Manuelinas, foram agravadas as perseguições às prostitutas e a quem
as explorava (alcoviteiras).
Todas estas disposições constavam em legislação avulsa.
No código administrativo de 1836, passou a constar a proibição de as prostitutas per-
manecerem em certos locais públicos.
A prostituição foi, finalmente, regulamentada no período compreendido entre 1853
e 1962, à qual foi atribuída, a natureza de “profissão à condição”, desde que praticada em
casas concebidas para o efeito e sujeitas a fiscalizações periódicas, no intuito de prevenir e
controlar doenças.
A titulo de exemplo, foram criados, em 1853, o Regulamento Sanitário das Meretri-
zes do Porto, em 1958, o Regulamento Policial das Meretrizes e Casas Toleradas da cidade
de Lisboa.
Constavam, destes diplomas, nomeadamente, proibição de novos arrendamentos ou
mudanças de habitação sem prévia autorização, era obrigatória dar a informação de gestação
e a coabitação com filhos com idade superior a três anos. Estas medidas visavam circunscre-
ver a prostituição a determinadas zonas geográfica previamente estabelecidas.
8
Em Portugal temos, por um lado, a subalternidade das prostitutas, por outro, a desrespon-
sabilização dos clientes, ou seja, a lei ignora as prostitutas, a sociedade aponta-lhes o dedo,
os clientes, são homens de respeito.
A Srª Professora MARIA FERNANDA PALMA, defende a criminalização do consumo
da prostituição.7
7
http://www.cmjornal.pt/opiniao/detalhe/consumo-de-prostituicao
8
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prostitui%C3%A7%C3%A3o_em_Portugal
9
5. Regime Jurídico em alguns países europeus
Na maioria dos países dos países europeus a prostituição não está legalizada, dada a ele-
vada complexidade e divergência de entendimentos, deixa-se estar como está, governos su-
cessivos vão primando pela inércia.
Na Hungria, a prostituição também está legalizada, mais ou menos nos mesmos moldes,
que na Holanda, sendo esta uma competência das autarquias.
Contudo, a lei aqui é mais restritiva, nomeadamente, quanto à localização da atividade,
que não pode ser exercida perto de escolas ou igrejas.
No entanto, existem aqui algumas contradições, não é permitido dirigir bordéis nem ar-
rendar imóveis para a prática de prostituição, sendo esta matéria regulada pelo código penal,
no seu art. 205.º, parece ser de concluir que a prostituição é legal, mas só pode ser exercida
na rua?
Por último, refiro apenas a Suécia, onde desde 1999 vigora a responsabilidade crimi-
nal do “comprador de sexo”10.
Em suma, A prostituição é, de facto, algo muito complexo sendo que esta complexi-
dade se traduz, nas mais diversas variantes de abordagem do problema, bem plasmado no
velho Continente.
9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Prostitui%C3%A7%C3%A3o_na_Europa#Prostitui.C3.A7.C3.A3o_na_Espanh
10
ALBERTO, José Maria: “Dos crimes sexuais: Do Crime de Lenocínio em especial. O novo paradigma da cri-
minalidade sexual” UAL Departamento de Direito
11
RUI CARLOS PEREIRA tem uma teoria bastante interessante, faz um paralelismo
entre a Astronomia e o Direito, ou mais precisamente, uma metáfora, em que o Direito Penal
é um Astro e a moral é um buraco negro, sendo que estes se relacionam através de círculos
concêntricos.
Mas afirma o Autor que esta gravitação comporta alguns perigos: “se o astro for atra-
ído pelo buraco negro, o direito fundir-se-á na moral – seremos então confrontados por uma
sociedade fundamentalista; se o astro se afastar do buraco negro, divagando no espaço, o
direito desvincular-se-á completamente da moral – podemos então deparar-nos com um Es-
tado totalitário laico. Importa, portanto, manter a gravitação. A analogia entre os buracos
negros e as normas morais justifica-se também porque o exato conteúdo destas não é obser-
vável. Mas as normas jurídicas constituem, precisamente, um indício da existência das nor-
mas morais”.12
11PALMA, Maria Fernanda, Direito Penal: Conceito material de Crime, Associação académica 2016, pág. 78.
12
http://repositorio.ual.pt/bitstream/11144/290/1/DOS CRIMES SEXUAIS. DO CRIME DE LENOCÍNIO EM
ESPECIAL. O NOVO PARADIGMA DA CRIMINALIDADE SEXUAL..pdf
13
7. Lenocínio Simples
O crime de lenocínio já foi, por diversas vezes, objeto de alterações ao longo da sua
vigência no Direito Penal Português.
Contudo, atualmente, a discussão prende-se com a alteração operada em 1998, que
veio a alargar o âmbito de aplicação do então art. 170.º do Código Penal. Com esta reforma,
eliminou-se o elemento do tipo, a exigência de exploração de situação de abandono ou ne-
cessidade da vítima. Decorridos, apenas alguns anos, nova reforma, voltou a alargar ainda
mais, o âmbito de aplicação com a supressão da expressão “atos de relevo”, passando o crime
de lenocínio a estar tipificado no art. 169.º do Código Penal.
Tivemos aqui uma verdadeira neocriminalização.
Com este alargamento, foi eliminado o fator pessoal, assim sendo, poderemos perguntar,
então, qual é o bem jurídico que se visa proteger?
Assim, o problema fundamental relacionado com o preceito previsto no art. 169.º, nº1
do Código Penal, é o seguinte: estará este artigo de acordo com as normas constitucionais?
Têm sido variadas as abordagens ao problema, questiona-se a conformidade com os precei-
tos:
- Arts.º 1.º, 2.º, 18.º/2, 27.º/1 da Constituição da Republica Portuguesa
- Art.º 38.º do Código Penal
- A inserção sistemática no capítulo dos crimes contra pessoa
14
8. Doutrina e Jurisprudência
13
Malafaia, Joaquim – A inconstitucionalidade, Revista Portuguesa de ciência Criminal, Coimbra Editora, 2009
14
http://www.dn.pt/sociedade/interior/advogado-acusa-jornais-de-lenocinio-e-magistrados-de-nao-aplicarem-
lei-5343752.html
15
praticar ato no exercício de poderes decorrentes do cargo que exerce". A pena é de prisão até
dois anos, a não ser que "o facto for praticado com intenção de prejudicar ou beneficiar al-
guém", caso em que vai até cinco anos.15
Assim, para começar, estamos perante a violação do princípio da igualdade, um ci-
dadão comum não pode alugar casas a pessoas, porque são prostitutas, os jornais podem fa-
cilitar a prostituição não estando a cometer nenhum crime! Diria que estamos aqui perante
uma dupla violação do princípio da igualdade, por um lado, discriminação entre prostitutas e
não prostitutas, por outro, desigualdade entre um cidadão e um jornal.
Neste sentido, em Outubro de 2010, o partido político PCP, apresentou um projeto de
resolução que visava o reconhecimento da prostituição como forma de exploração e, entre
outras medidas, exigia a proibição da publicação de anúncios em jornais a promover a pros-
tituição. Pelos vistos não passou de projeto.
15
http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-08-18-Contra-os-anuncios-de-prostituicao-nos-jornais
16
JORGE DE FIGUEIREDO DIAS, critica a nova formula dada pela Lei 99/2001, de
25 de agosto, que eliminou a exigência de que o favorecimento da prostituição se ligasse
necessariamente à “exploração de situações de abandono ou necessidade económica”. Só por
aqui, com efeito, o facto poderia referir-se ao bem jurídico da liberdade ou da autodetermi-
nação sexual da prostituta. Agora uma tal ligação perdeu-se, ficando apenas esta norma a
tutelar puras situações, tidas pelo legislador como imorais. Deste modo, mostrou-se em de-
sacordo com o TC nos seus acórdãos 144/2004, de 19 de março, e 196/2004, de 23 de março.
A incriminação tornou-se, na opinião deste autor, materialmente inconstitucional.16
16
DIAS, Jorge Figueiredo, Direito Penal: Questões Fundamentais, pág. 124.
17
RODRIGUES, Anabela Miranda, Comentário Conimbricense, pag. 518
17
18
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20040144.htm
19
ALMEIDA, Carlota Pizarro, Anotação ao acórdão do TC nº144/2004
18
sentido estrito, a ineficácia de outro meio jurídico” (cf., ainda, no sentido de o artigo 18º, nº
2, ser critério para aferir da legitimidade constitucional das incriminações.20,21.
20
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20070396.htm
21
http://julgar.pt/wp-content/uploads/2013/09/06-M-J-Antunes-jurisprudência-TC-penal.pdf
22
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20110654.html
23
http://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20160641.html
19
nos acórdãos já referidos anteriormente, princípio da legalidade, na sua vertente lei certa,
princípio da proporcionalidade, da necessidade, mas aqui é dado bastante enfâse à questão
típica não está preordenada à salvaguarda – menos ainda é para tanto necessária – de quais-
quer “direitos ou interesses constitucionalmente protegidos”. Ou dito em linguagem da dou-
trina penal, não é necessária à proteção de qualquer bem jurídico. Bem jurídico que não se
descortina na pertinente área de tutela típica. Noutra perspetiva, estamos perante uma mani-
festação concreta dos chamados “crimes sem vítima”, no sentido criminológico do termo, na
linha da E. SHUR (victimless crimes ou crimes without victims. Cf. EDWIN
SCHUR, Crimes Without Victims: Deviant Behavior and Public Policy, Prentice Hall
inc.1965).
Defende o Conselheiro que o Tribunal Constitucional tem tido, quanto a esta matéria uma
atitude paternalista.
Assim, não acompanha o entendimento de que a norma constante do artigo 169.º/1, do
Código Penal, na versão vigente, satisfaça as exigências de que a Constituição da República
quanto à legitimação material da criminalização.
9. Conclusões
Portugal foi pioneiro quanto à Abolição da Pena de Morte, em 1867, como Marca do
Património Europeu, contribuiu para a promoção dos valores da Cidadania Europeia, com
especial enfoque nos Direitos Humanos, e para a construção de uma identidade baseada nos
valores da tolerância e respeito pela vida Humana, que informam a Convenção Europeia dos
Direitos Humanos, enquanto resultado de um processo histórico para o qual concorreram
novas conceções do crime, do criminoso e da justiça penal.
Numa carta de Vítor Hugo, conhecido ativista da causa da abolição da pena de morte,
enviada a Brito Aranha, a 15 de Junho de 1867, é expressa a felicitação a Portugal pela apro-
vação da Lei: «Portugal acaba de abolir a pena de morte. Acompanhar este progresso é dar
o grande passo da civilização. Desde hoje, Portugal é a cabeça da Europa. Vós, Portugueses,
não deixastes de ser navegadores intrépidos. Outrora, íeis à frente no Oceano; hoje, ides à
frente na Verdade. Proclamar princípios é mais belo ainda que descobrir mundos.» 24
Então, sendo Portugal reconhecido pela sua tolerância, não deveria, também quanto
a esta matéria, ter a coragem política de reconhecer esta profissão e dar alguma dignidade às
pessoas que ela se dedicam?
A justificação que a prostituição colide com a dignidade da pessoa humana, não co-
lhe, a verdade é que se houvesse alguma preocupação para com as pessoas que a esta ativi-
dade se dedicam, regulamentava-se para, aí sim, de alguma forma, poder proteger as poten-
ciais vitimas.
24
http://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/carta-de-lei-da-abolicao-da-pena-de-morte-1867-marca-do-patri-
monio-europeu/
Na Constituição anotada, JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS defendem a liber-
dade de escolha e de exercício de qualquer género ou modo de trabalho é admissível, inde-
pendentemente de ser de carácter profissional, típico ou atípico, permanente, temporário ou
sazonal, independente ou subordinado, esteja ou não estatuariamente definido25
22
Quanto ao artigo 169.º n.º1, do Código Penal, não vislumbro bem jurídico algum.
O Direito Penal tem que ser credível, o Direito Penal tem que tutelar questões que
tenham, efetivamente, merecimento penal, não se pode ocupar de bagatelas.
O Direito Penal é subsidiário, só deve ocupar-se de questões que outros ramos do
Direito não possam resolver.
Que sentido faz um cidadão ser condenado, por arrendar uma casa a uma pessoa que
se dedica à prostituição, quando essa atividade não é crime? Não será esta solução incongru-
ente?
Acho que das muitas frases que li a respeito desta matéria, a que melhor plasma este
problema é a de que estamos perante um “Direito Penal de fachada” usada por ANABELA
RODRIGUES, mas já usada anteriormente por JESCHECK.
25
Constituição da República Portuguesa Anotada. Tomo I, Coimbra Editora 2005.
Como a prostituição ocorre na ilegalidade, as prostitutas que, se por um lado, podem
ser vitimas de redes de tráfico, por outro, também elas se servem das mesmas, para atingir os
seus objetivos, nomeadamente, para praticarem a prostituição em país estrangeiro;
23
Como afirma ROXIN, a conceção de bem jurídico não é estática, deve sempre con-
formar-se com os fins das normas constitucionais, as quais estão abertas a mutações sociais.
26
CORDEIRO, António Menezes, Manual de Direito Comercial, 2ºedição, pág. 586.
Sou uma otimista por natureza, certo é que nem toda a evolução é sinal de progresso,
mas, uma certeza eu tenho, se a nossa direção for a da verdade, da transparência, teremos
uma sociedade melhor.
Por tudo isto, defendo a revogação do artigo 169.ºnº1, do Código Penal e a regula-
mentação da prostituição.
E tenho esperança que daqui por uns anos “outro Victor Hugo nos diga que vamos à
frente na verdade”.
24
Termino este pequeno trabalho com uma citação da Srª Professora MARIA FER-
NANDA PALMA:
“Para apurar se a nova orientação de política criminal é legítima, resta saber qual é o
interesse ou o bem jurídico protegido pela nova incriminação. Não deverá ser a "moralidade
sexual", que hoje cede perante a liberdade e a autodeterminação sexual. As relações sexuais
mantidas livremente, entre adultos, não devem ser punidas em nome dos bons costumes.”27
27
http://www.cmjornal.pt/opiniao/detalhe/consumo-de-prostituicao
25
10. Bibliografia