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Tarot
Mandala
Eliane Ganem
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Copyright by Eliane Ganem
Luiz Poland
http://www.elianeganem.com
elianeganem@elianeganem.com
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Para meu Mestre Osho, e todos os mestres e oráculos
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Apresentação
Quando escrevi há alguns anos o primeiro Curso de Tarot sabia que tinha
uma empreitada pela frente que merecia explorar para oferecer aos meus
leitores muitos anos de experiência que adquiri com a leitura e a interpretação
do Tarot. Para aqueles que não leram o Curso de Tarot 11, oferecido em e-
book, e que pode ser encontrado em todas as livrarias online e sites de venda
pela internet, só posso dizer que a leitura das Mandalas, sem a introdução
deste primeiro livro, pode se tornar um empreendimento de fôlego.
No primeiro livro eu abordei cada Arcano Maior, a sua função, a sua
especificidade, a sua beleza. Associei os Arcanos Maiores com os tipos
brasileiros, e achei que o resultado ficou muito bom porque trouxe para a
realidade do dia-a-dia os arquétipos que nos visitam constantemente. A não
ser que o leitor seja um expert nas cartas, a minha sugestão é que leia o Curso
de Tarot 1 porque nele os jogos são mais simples e de fácil compreensão. O
que facilitará depois a leitura das Mandalas abordadas aqui.
A Mandala é mais do que um simples jogo. É um mapa de acesso ao
inconsciente onde a alma é desnudada e, então, melhor compreendida. O
baralho que uso neste livro é exclusivo. Claro que você pode usar o baralho
que se sentir mais à vontade, porque a simbologia é a mesma. O Tarot de
Marselha é utilizado no mundo inteiro e os Tarólogos estão bem familiarizados
com ele. No entanto, as belíssimas ilustrações de Luiz Poland, um excelente
artista plástico e meu amigo há muitos anos, recriam as pranchas do Tarot com
a pincelada da brasilidade que sempre quis encontrar nas cartas que manuseei
por tantos anos. Como disse anteriormente, a maior parte dos baralhos de
Tarot contém a mesma simbologia, então procuramos respeitar ao máximo,
sem perder a originalidade que procuramos recriar através da beleza e da arte.
Como tenho uma vasta coleção de baralhos, cada um com a sua marca
particular, em função da genialidade de cada autor, posso dizer que este nosso
não deixa nada a desejar em relação aos outros, já conhecidos e consagrados.
Pelo contrário, com essas cartas podemos agora atribuir ao nosso jogo a
percepção que os oráculos nos oferecem de forma muito particular.
As cartas do Poland, no entanto, não são convencionais, mas com a
característica própria do Autor. Apesar de orientá-lo sobre a simbologia, deixei
que ele recriasse os Arquétipos de acordo com a sua experiência de vida, seu
traço, sua visão de mundo e a sua genialidade. O resultado, num primeiro
1
* O Curso de Tarot 1 pode ser adquirido sob a forma de e-book nos sites Amazon, Apple, Saraiva,
Kobobooks, etc.
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momento, parece romper com o tradicional, mas apurando mais os sentidos
percebemos que é uma releitura moderna das cartas de Tarot, mantendo o que
elas têm de essencial.
Portanto, essas cartas são uma espécie de presente que oferecemos aos
nossos leitores, originários da minha dedicação durante muitos anos e do
percurso do ilustrador pelos caminhos das artes plásticas.
Este livro, diferente do primeiro, trata apenas das Mandalas que podemos
construir com o Tarot e as suas interpretações. É um aprofundamento dos
Arcanos Maiores, não mais em relação aos arquétipos especificamente, mas
como cada carta pode ser interpretada em função do seu posicionamento, mas
também na sua relação com a posição ocupada pelas demais cartas nas treze
Casas.
Cada Casa da Mandala é uma porta de entrada para um universo que
implica no autoconhecimento e na autotransformação. Interpretar a Mandala é
interpretar a si mesmo e a busca incessante da alma nas questões espirituais,
metafísicas e filosóficas que nem sempre queremos entender. A Mandala nos
leva de volta pra casa, interrompe os desvios que sempre nos afastam de nós
mesmos e nos lança em direção da nossa própria história. Essa é a função do
Tarot, esse espelho que reflete o nosso rosto e a nossa alma, sem escolhas,
sem tendenciosidades, mas a pura verdade que precisamos conhecer.
Quero agradecer a Vau, que me ensinou os mistérios do baralho cigano, a
Vera Aché, que me ensinou os primeiros percursos pela Arte do Tarot e
principalmente ao grande mestre Namur, com quem aprendi a Magia da
descoberta de cada carta. Esses três me acompanham, mesmo já tendo
passado trinta anos do nosso convívio, com seus ensinamentos. O mais eu
aprendi sozinha, nos muitos dias e noites que tive que me defrontar comigo na
busca de uma compreensão solitária dos meus próprios embates internos.
A Autora
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Sumário
1 - Origens da Mandala
2 - As Casas
3 - Arcanos Maiores
5 - A Mandala do Amor
6 - Peladans e Triângulos
7 – A Mandala da Saúde
8 – A Mandala da Casa
9 - Exercícios
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Origens da Mandala
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Para mais informações a respeito da Mandala Tibetana, acesse a internet.
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A Astrologia estuda os ciclos e os movimentos da natureza tentando lançar
luzes para um maior entendimento na natureza orgânica da vida. A partir do
nascimento de uma pessoa, podemos traçar um mapa completo de sua
existência ao colocarmos a Terra no centro de um círculo que nos remeterá a
analogias relacionadas aos diferentes astros. Ou seja, as Casas da Mandala
Astrológica são, na verdade, a história do aparecimento e do desenvolvimento
do ser humano sobre o planeta Terra.
A casa 1, por exemplo, longe de ser apenas o nosso self hoje é também o
próprio arquétipo da Iniciação. A maneira como iniciamos a nossa jornada, seja
quando nascemos ou quando adquirimos consciência sobre a nossa existência
espiritual, por exemplo, é mostrada na Casa 1. Ou seja, como rompemos com
o que foi imediatamente anterior para ousarmos ir adiante no nosso percurso.
Junto com a terceira, a quarta e a décima casa, a primeira casa mostra
algo do ambiente, da atmosfera social, política e circunstancial da pessoa na
época do seu nascimento e nos primeiros anos de sua vida. Ou seja, nesta
Casa 1 estão os primeiros anos de sua formação. Por exemplo, se Júpiter
estiver aí a pessoa poderá mudar de país logo depois do nascimento. Com
Saturno, pode haver uma sensação de privação na infância. Com Urano ou
Aquário, já significaria outra situação. Com Plutão e Escorpião, outra.
No entanto, se formos relacionar as cartas com a Astrologia ou com a
Cabala ou ainda com a Mandala Tibetana não chegaremos ao Tarot e este
curso ficaria extenso e incompreensível. Claro que em alguns momentos a
Astrologia estará presente, porque ela é capaz de nos nortear em situações
que exijam a sua presença.
Sabemos que com a cisão da ciência e da religião, nasceu o Estado laico,
o que é muito bom porque a ciência precisa de espaço neutro para descobrir
aquilo que é considerado pecado para os grupos religiosos e para as igrejas.
Copérnico e tantos outros sofreram e foram mortos pela Santa Inquisição
porque revelavam uma verdade que ninguém estava interessado em ver. De
que a Terra não era o centro do universo, e sim o Sol.
Nessa cisão, infelizmente, perdemos algumas diretrizes para nos
apropriarmos de outras. A Astronomia como ciência foi uma espécie de
simplificação da Astrologia, que continha um mundo bem maior porque
relacionava cada ser humano com cada astro em diferentes situações. No
entanto, as descobertas sobre o universo só foram possíveis com a
Astronomia. A química também foi uma simplificação da Alquimia, porque na
Alquimia, o objetivo além de ser o mesmo da química, não separava a
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experiência do alquimista do fato produzido. Por isso, as ciências se dividiram
entre ciência e ciência oculta.
Apesar de termos já experimentado muitas vezes a Astrologia como
orientadora de vidas e grupos que dela se servem, alguns ainda duvidam de
sua eficácia, já que aprendemos desde cedo a repudiar aquilo que não
conhecemos. Só bem mais tarde nos damos conta que a nossa vida se
resumiu em atender às necessidades do corpo, às necessidades sociais, às
necessidades dos poderosos, da mídia, daquilo que disseram que é a vida, que
acabamos por perceber que vivemos algo insignificante, mentiroso, para o qual
doamos o nosso sangue e recebemos algumas migalhas em troca. Estamos
todos confinados em pequenas gaiolas, assoberbados de contas pra pagar, de
problemas que nos desgastam, corrompidos por uma mídia mentirosa e
dominadora, à deriva dos manipuladores. Nada conhecemos do mundo em que
vivemos, do planeta que nos serve como morada, dos segredos que podemos
conhecer dentro de nós mesmos, das experiências que podemos ter uns com
os outros e que podem significar um avanço em nossa história humana.
O Tarot, mais do que um jogo adivinhatório é um grande aliado no
processo do autoconhecimento. É a forma mais agradável de abrirmos o
Terceiro Olho e começarmos a olhar a existência de maneira diferente, alegre e
gratificante.
Se o Tarot é, na verdade, o percurso do Mago na direção do
Autoconhecimento, na Mandala quem está em evidência é a Roda da Fortuna,
a Carta 10, que é expressão de um novo ciclo que sempre nos acompanha. A
carta 10, aplicada a Redução Teosófica, dá 1+0=1. O número da renovação e
do nascimento.
A Mandala e a Roda da Fortuna se baseiam no princípio de que o tempo e
o espaço são circulares. Tudo o que começa chega a seu fim abrindo um novo
começo. Portanto, depois que estivermos bem afiados na compreensão da
Mandala abriremos um espaço para estudarmos as correspondências e as
derivadas de cada Casa. O importante é conseguirmos enxergar a Mandala
como um ciclo que jamais termina, as casas circulando em torno de nossas
vidas e abrindo possibilidades novas à medida que interagem entre si.
Na verdade, o Tarot é conhecido como espelho da alma, e por isso mesmo
algumas cartas têm o fundo dourado ou prateado significando o espelho
necessário para que o consulente mire a si mesmo. Outra verdade, que a maior
parte do tarólogos não menciona, ou porque não sabem ou porque essa é uma
descoberta individual, é que as cartas significam aquilo que você projeta nelas.
O significado usual de cada carta é apenas uma orientação para que você não
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fique totalmente perdido, mas com o tempo você será capaz de identificar o
que cada carta significa exclusivamente pra você. É a carta que lhe revelará
seus segredos, formulando em cada situação uma resposta dentro da
compreensão que se tem naquele momento, mas também trazendo a
possibilidade de expansão da consciência do próprio tarólogo.
Os oráculos são mestres que estão a postos para ajudar nesse
intercâmbio entre a consciência individual e a consciência universal. Tudo o
que você precisa saber, terá acesso, basta perguntar. Você terá excelentes
interlocutores nos momentos difíceis, nos momentos de esclarecimento, nos
momentos de autoconhecimento, nos momentos em que a sua consciência
precisa se expandir em busca de mais entendimento. Enquanto escrevo este
livro, o planeta Terra está passando por muita transformação. Muitos
holocaustos estão dizimando milhões de pessoas em muitos países. Em nome
de Deus, de Alá, de Cristo, de Maomé, do amor, do petróleo, de território, do
dinheiro, do poder, da ganância, milhões de seres, principalmente crianças,
estão sendo dizimados. Os motivos são inúmeros para justificar o ódio que o
ser humano tem por si mesmo e o mesmo nível de consciência que mantém
desde a idade da pedra. Uma nova consciência é necessária para todos nós.
Por isso o Tarot não deve ser aberto levianamente. Ele é uma poderosa
ferramenta de expansão da consciência e de transformação, que temos a
nosso alcance. Utilize-o como um mestre que você tem sempre à mão, como
um degrau para acessar um plano melhor na existência. Ele é a porta de
entrada para uma pesquisa do ser3, uma pesquisa que deve envolver uma
nova atitude diante da vida. Você faz parte dessa história e é coadjuvante das
nossas tragédias e das nossas vitórias. Cabe a você a escolha.
A Mandala é um lugar de poder, onde a magia pode acontecer. Você pode
mudar a sua história individual e a história do planeta se você acreditar que a
sua consciência pode fazer diferença melhorando os lugares por onde você
passa e os lugares onde tem influência.
Durante este curso, faremos perguntas corriqueiras para você aprender a
usar a Mandala de forma ordinária. Mas seria interessante se você
compreendesse até o final do livro que a Mandala não se presta apenas para
se descobrir a cor da cueca do namorado da amiga. A Mandala é muito
superior a isso. Ela é um lugar de alta magia e de alto poder transformador.
Este é um livro que não estimula o preconceito. As mentes devem estar
abertas para o Tarot, senão você não irá usufruir de nenhuma resposta
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Se quiser conhecer mais sobre esta nova ciência que pesquisa o ser, leia A Cor do Negro, da Autora,
em e-book.
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honesta. Exatamente porque o Tarot e, mais ainda, a Mandala trabalha no seu
inconsciente, trazendo à tona aquilo que você se esqueceu, é que a qualquer
preconceito sua mente se fechará esperando por uma oportunidade melhor.
Tudo nos é concedido na medida da nossa compreensão. Não que haja um ser
de barba branca atrás de tudo medindo os nossos pensamentos. Isso é uma
criação infantil para nos assustar. Nós mesmos, seres livres, deuses da nossa
própria história, é que inconscientemente discernimos a respeito dos melhores
momentos para que o nosso entendimento se expanda.
Esta primeira parte iniciaremos apresentando os Arcanos Maiores, para
aqueles que não leram o meu livro anterior, ou para aqueles que pretendem
relembrar o que já conhecem, ampliando um pouco a compreensão desses
Arcanos. No entanto, acrescentamos mais um pouco sobre cada carta, mesmo
porque agora não estamos mais trabalhando com o Tarot de Marselha, como
no primeiro livro, mas com um Tarot inteiramente novo e exclusivo, criado para
este livro e para os que virão.
Portanto, vamos iniciar com a lâmina 0 para chegarmos à 21. Os Arcanos
Menores não entrarão aqui por falta de espaço, já que a Mandala, por si só, é
um empreendimento de fôlego. Em um próximo momento, abordaremos
apenas os Arcanos Menores e através deles você poderá fazer a junção,
utilizando-os também na Mandala.
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As Casas
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11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
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Como já disse anteriormente, não se deve olhar a Mandala como algo com
início e fim. Na verdade a Casa 1 será a casa que o Mago decidir, dependendo
daquilo que é prioritário investigar no Jogo. Mas para efeito de estudo vamos
iniciar pela Casa 1 da Mandala como está aqui disposta.
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Da Casa 5 à Casa 8 , o tema é o prazer, o afeto, o outro, o trabalho, os
sonhos, ou seja os aspectos exteriores e a forma como eles se apresentam
em cada casa.
Da Casa 9 à Casa 12 é a realização do ego ou do eu, dependendo do
nível de consciência do consulente.
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com o consulente. Se ele vive com os pais ou com amigos, a comunicação com
eles aparece aqui. Se vive com o companheiro ou a companheira, aparece na
casa 4. São os contatos não escolhidos. Se refere também às pequenas
viagens, ou seja, às de curta duração. Comércio, vizinhos, colegas e
professores também aparecem aqui.
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Qualquer aspecto jurídico, inclusive heranças. Negócios e finanças do cônjuge
ou dos sócios aparecem aqui, principalmente se forem escusos. É a casa da
transmutação e morte também. O amante aparece aqui. Ou seja, aquilo que é
escondido ou escuso aparece nesta casa.
Casa 9 - Casa dos ideais. Plano mental da pessoa. O que está pensando
ou idealizando. Estudos superiores, metafísicos. Religiões. Viagens de longa
duração, espiritualidade. Casa das viagens para o estrangeiro ou moradia no
estrangeiro. Comércio internacional ou por atacado. É o consciente racional,
que depois da Casa 8, que é o inconsciente, planeja o que quer atingir na 10,
que é a casa das metas. Estão aí também os conceitos e preconceitos. Nesta
casa podemos saber o nível espiritual do consulente.
Basta agora acrescentar o fato de que cada Mandala pode ser expressa
no plano ordinário, no plano astral, no mental e no espiritual. Para isso, basta
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que o Mago defina que tipo de investigação se pretende ao lançar a Mandala.
Nesse caso, poderá escolher dentre os três Magos, que acompanham este
livro, qual o mais expressivo para uma determinada situação. E então a casa
13 da Mandala terá a carta de um dos Magos.
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Arcanos Maiores
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O LOUCO
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Esta é a carta mais instigante do Tarot. Colocada à margem do caminho
do Mago - como um Coringa - esta carta significa o próprio caminho a ser
trilhado.
Em geral, necessitamos de certa entrega e despojamento, já que não
temos certeza do que nos pode ocorrer no minuto seguinte da nossa
existência. O Louco é aquele que se lança ingenuamente, desprovido de
armaduras e proteções externas. É o andarilho que há dentro de nós, para o
qual as surpresas fazem parte do percurso. É a entrega ao nosso destino, que
faz sermos buscadores, sem esperança e sem saudade, já que para o Louco
não existe nem futuro nem passado, mas apenas o estar no mundo.
Carrega, na mochila às costas, tudo o que necessitará no percurso, os
quatro elementos inclusive. O seu bastão é o seu guia, pois mantém os olhos
no céu à procura de uma correspondência com o que se passa na Terra. Suas
vestes demonstram certo desleixo com o seu corpo físico, pois o Louco sabe
que ele não é o corpo, nem a mente, nem as emoções. Por isso, o cão
(emoções) que o segue e o arranha, não o fere. Ele parece indiferente a tudo,
mas na verdade não se trata da indiferença intelectual que muitos adotam. No
Louco, ao contrário, este seu “ar” significa que ele está presente a cada
passada nesse imenso caminho que tem à frente, mas não está apegado a
nada.
Usando a roupa confortável dos mochileiros andarilhos, O Louco é bem-
humorado no sentido da aceitação por tudo que a vida lhe pode ofertar. Seu
chapéu o protege do sol e da chuva e os sapatos vermelhos, presentes
também em outras cartas do Tarot, significam que ele é guiado pelas
sensações.
Sem objetivos, pois qualquer lugar é um bom lugar para se estar, O Louco
é também conhecido como “a criança de deus”, aquele ser aparentemente
desprotegido, no entanto provido, mais do que qualquer um, pela essência
divina. Há uma frase que qualifica bem o Louco: Quem não tem nenhum
objetivo jamais se perde no caminho. Porque todo caminho é um caminho
válido, não há nada a alcançar.
No baralho de Crowley, o Louco é a representação de Dionísio, o deus da
primavera. No Tarot de Marselha é quase um mendigo, aquele que realmente
pode ser um deus interiormente, mas não se importa com a sua aparência. No
nosso Tarot, ele é um homem comum, entregue á sua própria sorte, capaz de
enfrentar a solidão da jornada e a alegria de uma salutar estadia no planeta
Terra. Entre o Mendigo e o ser divino está aquilo com o qual nos identificamos -
a nossa miséria ou a nossa divindade. E isso depende de cada um .
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Em seus Aspectos Positivos, esta carta significa: entrega, auto-aceitação,
prazer, alegria, desprendimento, espontaneidade, confiança, inocência,
ingenuidade, intuição, amoralidade, presença, liberdade, pequenas viagens,
situações passageiras, flerte.
A Casa 0, por ser a síntese das 12 cartas, e a Casa 13, por ser o futuro,
terão um significado muito próprio pois dependem da relação entre todas
as cartas que saírem na Mandala.
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Casa 6 - Risco de desemprego, de ser posto na rua. O trabalho dá poucos
resultados ou vai mudar. Viagem a trabalho. Saúde instável, febres ocasionais
podem acontecer, tipo virose.
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O Mago - O Mago Branco - O Mago Negro
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O MAGO
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MAGO BRANCO
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MAGO NEGRO
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O Mago, como o nome diz, é aquele que consegue solucionar, muitas
vezes magicamente, as situações do cotidiano. Está representado pelo deus
grego Mercúrio, no baralho de Crowley, o mensageiro que traz a energia que
se espalha e se irradia através do seu bastão.
Esta carta representa a Vontade, a Sabedoria e a Palavra através das
quais o mundo foi criado. Significa verdade e falsidade, por isso todas as
ideias e julgamentos passam pelos questionamentos de quem investiga a
realidade.
Como uma criatura criativa, ele usa todas as ferramentas e todos os
métodos para atingir seus objetivos. A tentação de abusar de seus talentos é
grande. Suas habilidades lhe trazem superioridade e poder. Ele se move,
então, na estreita faixa entre a magia branca e a negra, o que significa que ele
precisa de constante auto-exame. Ele pode usar seus talentos de modo a fazer
uma auto-avaliação e então poder se inclinar para servir ao amor e à
iluminação.
No três Magos, o ―ar‖ descontraído significa que eles se comunicam com
facilidade. E também, com facilidade, manipulam os elementos usando seu
potencial positivamente. Ele é o um, o indivisível, o coeso, o princípio yang
masculino. O primeiro Mago segura em uma das mãos um bastão, símbolo do
seu poder. O segundo Mago expõe para todos os elementos que estão sobre a
mesa. A mesa representa a realidade concreta que o Mago tem a sabedoria de
usar a seu favor. Os quatro elementos estão representados na bastão (ar), na
moeda (terra), no pote (água). O fogo pertence ao terceiro Mago, representado
pelos raios que aparecem por detrás de sua cabeça.
Os objetos que o Mago manipula representam os quatro naipes do
baralho, ou Arcanos Menores:
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posicionam para a direita, estão voltadas para o passado e as que olham ou se
posicionam para a esquerda, estão voltadas para o futuro. As que estão de
frente olham para o presente.
Suas emoções estão em equilíbrio na roupa azul e vermelha, e o cabelo
amarelo dos dois primeiros indica que eles usam o intelecto também em suas
magias. Já o Mago Negro, além de estar presente, usa apenas a intuição
podendo ser algumas vezes tomado pela emoção.
O Mago, no sentido corriqueiro, é o prestidigitador, o renovador, o novo em
qualquer empreendimento. Ele é a busca do caminho para ser o retorno a si
mesmo.
Eu sou é a afirmação dessa carta.
Potencial alquímico da transmutação dos elementos. A habilidade de
causar e influenciar eventos. Vontade de acreditar em si mesmo e na Criação.
Lei da Integração e Desintegração: O Mago desconhece portas e
fechaduras. Ele tem consciência da sua unidade, do seu eu, da sua presença.
É o ser humano descobrindo o seu eu interior, a divindade em si. Tudo começa
com a vontade. Aprender a pensar, a querer e ousar. O pensamento é um
grande e invisível poder. É o mundo da Emanação.
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Esta Carta nas Casas da Mandala
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Cabe lembrar que as relações hoje são multifacetadas. Quando digo “um homem”, pode
significar muitas vezes, numa relação homossexual, que é alguém que tende a ocupar mais o
papel masculino na relação. O mesmo acontece quando me refiro a “uma mulher”. E esta
observação serve para todas as cartas.
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Casa 7 - A vida conjugal com esta carta nesta casa nasce ou renasce. Um
fato novo na vida social, um novo sócio, atividades com o público, clientela.
Venda, movimentos de fundos, lucros inesperados.
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8
6
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13
20 1
18
11 16
2 14
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A SACERDOTISA
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A Sacerdotisa olha para o seu passado de Mago enquanto repousa à sua
frente o Thot, o livro da vida, que ela mesma escreve. Carta de memória e da
tradição, ela escreve o livro da vida baseada nos acontecimentos do passado,
nas observações do presente e nas projeções do futuro. Está sentada de lado,
e à sua frente está também a chave da sabedoria. Se conecta com o divino
através do chapéu que toca o céu e as nuvens. A Papisa representa o saber, o
oculto, a experiência adquirida, das antigas feiticeiras. Ela é passiva – até
mesmo o fato de estar sentada indica essa passividade - mas é uma
passividade ativa, cuja atividade principal é a união da consciência com a
sabedoria. Já conhece o caminho, no mínimo intuitivamente, e sabe onde cada
passo vai dar.
É representada pela deusa-lua, Ísis. Sua essência é de independência
irrestrita. Ela está em contato com as suas habilidades intuitivas e pode confiar
nelas completamente. Está conectada com sua própria voz interna, o médico
interno, por isso tem o poder da cura, tanto quanto o Mago, mas em seu
aspecto feminino. Arcano da Grande Mãe, da Grande Deusa, da mulher
misteriosa. Para se penetrar no templo, é preciso retirar o véu de Isis, e foi o
que ela fez. São os véus amarelos, que estão enrolados atrás de sua cadeira.
Tem o terceiro olho desenvolvido, por isso não precisa olhar para o futuro,
que ela já conhece. Esta carta pode indicar percepções extrassensoriais e
habilidades intuitivas tais como clarividência, telepatia, visualização criativa,
empatia, conhecimento intuitivo e poderes curativos. Essas habilidades
crescem em harmonia a serviço das leis cósmicas.
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Esta Carta nas Casas da Mandala
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Casa 7 - Para os dois sexos, possibilidade de casamento ou de um novo
caso de amor. Êxito público, aumento de clientela. Fatos importantes que se
revelarão em breve. Mensagem significativa do companheiro ou da
companheira.
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A IMPERATRIZ
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A Imperatriz é o espírito feminino por excelência. É a mãe terra, a
protetora, a que dará à luz por absoluto entendimento de sua natureza. É
doadora, geradora em todos os níveis da existência. Está de frente, suas
pernas aparentemente estão abertas sob as vestes demonstrando a intenção
de gerar. Em sua mão direita está o cetro do poder sobre o mundo encimado
pela cruz-de-malta. E em sua mão esquerda traz o cajado também encimado
pela cruz. Se conecta com o divino através de sua coroa, e o seu trono está
flutuando pelo universo em meio aos astros e estrelas, acima dos poderes
mundanos. As colunas encobertas por panos da carta da Papisa aqui se
transformam nas colunas do trono da Imperatriz, que se assemelham a asas
que ficarão mais explícitas na Carta 14, Temperança. Há um equilíbrio perfeito
entre o vermelho das emoções e o azul, da firmeza e da paz. O amarelo em
seus cabelos, no trono e na coroa sugerem que intelectualmente há
discernimento em suas decisões. As esporas em seus sapatos são o símbolo
do poder pela dominação.
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A Imperatriz personifica e comanda o feminino em todas as suas formas.
Sente-se uma sensação de bem-estar em sua presença, tomando parte na
harmonia de seu ser. Sua beleza não é restrita apenas ao que é externamente
visível. Sua feminilidade a envolve totalmente, dando-lhe uma radiância
especial. Sua força resulta da união dos mais altos valores espirituais com as
mais baixas qualidades materiais.
As características essenciais de seu domínio são o amor em seus
aspectos receptivos (vermelho), criatividade e frutificação (amarelo),
compreensão e sabedoria (azul).
Lua e Terra estão unidas e cercadas por um campo de energia magnética.
Quando as profundezas emocionais do inconsciente (Lua) se manifestam
visivelmente (Terra) elas se tornam disponíveis para o uso consciente do
poder. Nesse caso, o ser irradiará totalidade e completude que atrairão outras
pessoas magneticamente, porque isso dá a elas um sentimento de segurança
e proteção em sua presença.
A união da Lua e da Terra aparece na coroa. A Cruz de Malta enfatiza a
importância da união entre o espiritual e o material. O escudo esconde a
gravidez pois, apesar da Imperatriz viver na gestação, carrega a sabedoria da
águia, que a conduz com serenidade e autonomia. Símbolo do amor em busca
da perfeição. Poder, amor, conhecimento e riqueza são os seus trunfos.
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o ego, mas também a dignidade. Dona do seu território, bem sucedida, pode
ser alguém com opinião própria e ativista consciente de seu papel como
mulher.
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Casa 10 - Quer ser bonita, bem vista como pessoa bem educada .Viagem
próxima trará novas oportunidades. Dona de boutique, de perfumaria, de
artefatos de beleza, de arte, etc.
Casa 12 - Seu desafio é se amar sem deixar o poder lhe subir à cabeça.
Dificuldades de pouca importância. Força e vigor para sair dos problemas de
saúde rapidamente. Pessoa leve, com problemas insignificantes.
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O IMPERADOR
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O Imperador é uma carta de realização no plano material. Sentado, mas
numa atitude ativa, já que parece disposto a levantar do seu trono se for
necessário, o Imperador tem as pernas em posição de alerta. O homem,
provido de intelecto, emoção, corpo e espírito, exibe a força ativa expressa na
carta do Imperador. Por estar em situação de poder absoluto, ele pode ser
benevolente com seus súditos.
Pode reinar com rigor e amor. Seu cetro, semelhante ao da Imperatriz,
está seguro em sua mão direita, mão do discernimento, que agora tem a forma
de uma espada erguida acima de sua cabeça, demonstrando que força e poder
estão à altura de sua coroa. E, sob o trono, o escudo com a águia – símbolo da
sabedoria - demonstra que O Imperador tem domínio total sobre as emoções.
A sua coroa resvala no divino e as nuvens por sobre a sua cabeça indicam
que sobre ele pairam as preocupações inerentes à sua função social. Apesar
de olhar para o passado, a sabedoria aguçada representada no escudo pela
águia, está de frente, sugerindo ser o Imperador conservador até o momento
em que isto não interfere decisivamente no presente.
O Imperador está retratado como um homem coroado e majestoso. O
globo que ele carrega na mão esquerda, a mão do coração significa que
apesar de gerenciar com o intelecto, suas emoções são consultadas para que
a verdadeira justiça prevaleça. As qualidades de verdadeira liderança incluem
humildade e submissão à lei cósmica, assim como dinamismo e poder. São
aquelas pessoas que sabem da sua importância mas também com um
profundo entendimento e uma consideração constante ao desejo do Todo. Um
regente com essas qualidades está preenchido com uma tremenda compaixão
que lhe permitirá sacrificar o próprio bem-estar em benefício de todos.
A águia simboliza as mudanças internas e externas trazidas pela energia
criativa do conhecimento e da sabedoria. Ele anuncia o início de um
empreendimento ou uma nova fase na vida. Esse novo começo pode ser uma
expansão na esfera das regras, do domínio, do poder, ou a conquista de novos
territórios. No plano material, o novo pode significar o começo de um projeto
promissor, uma mudança na carreira, viagem ou paternidade. No plano interno,
novas realizações podem surgir. Também é possível maior compreensão em
áreas anteriormente não familiares como, por exemplo, uma autorrevelação ou
autodescobrimento.
Enquanto os poderes do Imperador forem usados para transformações e
novos começos, seus efeitos serão benéficos. Quando usados para preservar
estruturas viciadas de poder, tudo em volta se petrifica. Sua autoridade, que
uma vez foi assentada na sabedoria, se expressa como domínio autoritário.
43
Vivendo com medo de mudança, ele tenta esmagar qualquer rebelião na
origem. Então ele estará condenado. Sua própria resistência, mais cedo ou
mais tarde, fará seu reino tombar.
No geral, a carta por si só expressa valores que fazem parte da estrutura
de um Imperador. Sua expressão é de vitória, sua atitude é de conquistador. O
Imperador pegou o melhor dos quatro elementos e procurou ver o real com os
seus cinco sentidos. Se preocupa com aquilo que pode governar e concretizar.
Busca a grandeza e se sente na obrigação de prover todas as coisas. Grande
guerreiro, quer tudo claro para que nada ameace o seu domínio, e que esse se
expanda cada vez mais.
44
comunicação, terá sucesso significativo. Convencido de sua própria
importância pode desprezar os seus adversários também pela oratória.
Casa 5 - Adora fartura, mas é organizado até nos prazeres, tem relações
sexuais em dias semanais específicos. Quer divertimento na sua hora e do seu
modo. O seu prazer é ser valorizado. Quer agradar, e às vezes dá dinheiro
para demonstrar poder. Na cama é bem tradicional. O Imperador é um amante
caprichoso.
Casa 7 - Casamento sólido, mas muito formal. Exige do outro coisas muito
objetivas. Em caso de inimizades, essas serão poderosas. Em caso de
sociedade, o sócio é alguém íntegro e competente.
45
Casa 12 - Necessidade de ser hábil e não subestimar os inimigos,
que poderão prejudicar sua carreira e trajetória. Nesta casa, que é o nosso
grande desafio, a carta do Imperador é a possibilidade de continuar pelo
caminho do ego, subjugando quem quer que seja em prol dos seus próprios
interesses, ou seguir em frente com mais dignidade, postura e compaixão pelos
seus companheiros de jornada, cumprindo assim o papel do provedor,
generoso e íntegro. Em caso de doença, recuperação.
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O PAPA
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O número cinco é o número da quinta-essência ou da superação da
matéria para outro plano, o espiritual. Aqui, as colunas encobertas da Papisa
estão aparentes e sedimentadas, transformadas em trono papal. O Papa ou
Hierofante olha para o futuro, apesar de retirar do passado a experiência de um
ancião. A bênção papal é, nesta carta, uma espécie de ritual de Iniciação, de
passagem do conhecimento para as duas crianças (os coroinhas) que estão
aos pés do trono.
Carrega a cruz papal, símbolo do encontro entre o plano material e
espiritual, em sua mão esquerda. Traz a verdade e estabelece uma forma de
ser e a sua coroa toca o divino na extremidade superior.
O Papa é o legislador, o organizador do caos, o protetor e o que consagra
os fiéis na ordem estabelecida. Conservador por natureza é, no entanto, um
exímio político, capaz de mudar as regras caso estas não atendam mais aos
interesses comuns.
Traz a verdade e estabelece uma forma de se direcionar para a
espiritualidade. Aquele que transmite as coisas sagradas, ligando o ego ao eu,
e por isso ele é considerado o Mestre dos Arcanos.
Regida por Taurus, o Hierofante, ou Papa, uniu todos os quatro elementos
em si e os trouxe para uma compreensão total. Ao ser verdadeiro, ele é O
Consciente, O Preenchido, O Iluminado. Ele pode ser um mestre espiritual, que
age como um intermediário entre o humano e o divino. Nesse caso, ele é o
estágio final do desenvolvimento no qual o humano é unido ao divino. Qualquer
um permaneça um tempo na presença de um Mestre é tocado por essa
qualidade.
Esse é o amor que pode ver o outro e dar a este outro o que realmente é
necessário naquele momento. Pode não ser aquilo que o outro deseja ou quer.
Mas um verdadeiro mestre não satisfaz os desejos dos discípulos, mas os
ajuda na justa medida de suas necessidades. A verdade é uma provocação
que nos sacode para fora do doce sono pesado da inconsciência. Somente
aqueles que estão na autobusca podem lidar com a verdade dessa maneira.
Enfim, o Papa é o rigor que barra o impulso. O que castra também porque
é dogmático e não permite que seus adeptos vivenciem experiências que não
conduzem a nada. Ensina e atua esperando que o outro aprenda. Arcano da
Iniciação, que avalia e pesa o emocional e o racional, os desejos e as múltiplas
facetas de um mesmo aspecto.
Esta carta, em seus Aspectos Positivos, significa: rigor, casamento,
instituição, conciliação. Quem tira esta carta é crítico, conciliador, juiz,
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legislador, guia espiritual, mestre. No plano material, os contratos assinados
são confiáveis e as negociações são honestas.
49
Casa 7 - Sempre acha que o outro o está criticando e desvalorizando.
Complexo de rejeição. Novo casamento já premeditado há algum tempo. Sócio
inteligente, rigoroso ou mais velho. Como é uma carta conciliadora, pode
significar esclarecimento das divergências.
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O ENAMORADO
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Após a sua iniciação com o Papa, o Mago se depara então com a primeira
contradição. Terá que escolher entre aquilo que já conhece, e torna seguro o
caminho a ser trilhado, e o novo, aquilo que desconhece. A figura central oscila
entre duas mulheres. À sua direita, ou no passado, vemos uma mulher mais
velha, provavelmente a mãe que lhe supre todas as necessidades e
exigências. E do seu lado esquerdo, no futuro, uma jovem que lhe toca o
coração com uma das mãos. Na verdade, a escolha parece estar feita, pois o
Cupido, símbolo do amor apaixonado, no alto da carta, aponta para a jovem.
Carta de escolha, a dúvida permanece mais no olhar do jovem que se vira para
o passado, enquanto seu coração se volta para o futuro.
Esta carta seria a primeira tomada de consciência para o fato de que
somos responsáveis pelo nosso destino, daí a nossa primeira dúvida real, a
nossa primeira divisão, que pode também significar o primeiro encontro com o
nosso ser. É uma carta de harmonia, pois a escolha é sempre uma confluência
de tensões tanto do nosso coração quanto da nossa mente. A conexão com o
divino se faz através do amor. O jovem, ainda inexperiente, tem as pernas
descobertas, está desprotegido diante do rumo que seguirá. A ousadia é que o
levará a trilhar este novo caminho em sua vida.
Como é uma carta que envolve três pessoas, no plano afetivo pode
significar também a ambiguidade de um relacionamento a três.
Símbolo do homem ativo, impulsivo, claro, contundente, envolvido por
duas mulheres fúteis que são a dicotomia. É a carta da escolha entre caminhos
aparentemente opostos como o certo e o errado, o bem e o mal, o honesto e o
desonesto, etc. Ou seja, é o que há de mais trivial no aspecto humano, a falta
de discernimento em saber que as dicotomias se completam e estão embutidas
uma na outra.
Harmonia, beleza, amor são os sentimentos com os quais este Arcano
está associado. Remete ao mito de Eros e Psiquê, o que significa a pulsão de
vida e o inconsciente como determinante. A emoção não pode ver a razão,
senão se perde. A mente não pode ver o que lhe dá prazer, pois não entende.
Mas a nossa liberdade está na junção da mente e do coração, que é o
elemento de uma consciência desperta. Ou seja, temos a liberdade, o livre–
arbítrio, mas também a responsabilidade pelas nossas escolhas.
Toda tentativa de aproximação, união e conexão, é uma expressão da
urgência passional de restabelecer a unidade perdida. Todo indivíduo, todo
homem e toda mulher, contêm a dualidade, o masculino e o feminino. Esses se
expressam em características pessoais diferentes, frequentemente
contraditórias. Cada parceiro em um relacionamento espelha a condição
52
mental e espiritual do outro, por isso qualquer aproximação é uma
oportunidade de ter experiências importantes no caminho em direção à
consciência. A lição não pode ser compreendida teoricamente, através de
exame intelectual, isso exige experiência direta, vivenciando todas as
dimensões de alegria, êxtase, enriquecimento mútuo, assim como a dor, o
esforço e o aniquilamento necessários para o crescimento. Um relacionamento
permite aos envolvidos experimentar suas dualidades, seus opostos. Com o
amor pode vir o ciúme, com a harmonia pode vir a desarmonia, com a unidade
pode vir a separação, com a excitação, a perda da compreensão.
Somente quando se consegue encontrar a unidade e a harmonia interna
haverá uma aproximação real do amor que tanto buscamos. O que significa
dizer que a felicidade que nós procuramos fora de nós só pode ser achada e
desenvolvida em nós mesmos. Toda perturbação que nos agita, todo
descontentamento que simplesmente nos conduz a maiores
descontentamentos, agem para nos colocar em busca da verdadeira
tranquilidade e paz interna. Essa é a razão pela qual mestres espirituais
repetidamente dizem que nenhum relacionamento pode ser realmente
satisfatório, e que ao colocar o nosso amor no outro podemos ter problemas.
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Casa 2 - Escolha daquilo que é mais importante tanto em situação
amorosa ou investimentos financeiros. Conciliação financeira. Lucro por duas
vias distintas. Nesta casa 2, não se sabe que rumo tomar.
Casa 4 - Amor entre a vizinhança. Casa bonita, cheia de gente. Pai e mãe
harmônicos. Dúvidas internas. Possibilidade de um novo amor.
Casa 10 - O principal fato aqui é a vida afetiva, que pode ser em relação a
um amor ou a uma criação artística, que envolva muitos sentimentos e
escolhas. Fama, sucesso. Com esta carta jamais se consegue plena liberdade,
a dualidade impede que o ser se desenvolva.
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Casa 11 - Socialmente, muitos amigos, paixão entre amigos. Possibilidade
de uma amizade se transformar em amor.
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O CARRO
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Carta do triunfo, do sucesso, da prática, do agir, do aqui e agora. Traz com
ele a espada, o escudo e o bastão, demonstrando que ele está a serviço de um
poder maior. A espada é o instrumento e a força para alcançar seus objetivos.
O bastão é a estrutura, saber para onde se quer ir. Venceu a dúvida, e vitorioso
sobre si mesmo sai em busca do sol, da consciência, da emoção da viagem e
do domínio dos dois animais que ele controla com maestria. É o Arcano da
rapidez e da velocidade. Como a primeira tomada de consciência ocorreu na
carta 6, aqui o nosso cavaleiro sabe que qualquer caminho escolhido implicará
em ser responsável pelo que possa acontecer. É o que chamamos de livre-
arbítrio.
Por isso, nesta carta, os dois cavalos fogosos, cada um querendo seguir
um rumo diverso do outro, devem ser conduzidos pelo cavaleiro, com rédeas
firmes, para que a carruagem possa seguir em uma única direção. Tem pressa,
por isso usa O Carro ao invés das pernas. Está conectado com o divino através
dos cavalos, que aqui representam as colunas da Papisa. Isso significa que o
saber e o poder adquiridos serão usados durante o percurso. Em seu corpo
ostenta uma armadura que o protege, já que as cores aí estão colocadas em
perfeito equilíbrio. É um observador sagaz, que assiste àquilo que vai pelo
mundo, com o olhar de um atento viajante.
Esta carta se refere geralmente a novos começos. Ela pode apontar para
uma viajem ou início de uma nova fase de vida (relacionamento, recuperação
da saúde, trabalho), que já está prestes a acontecer. Em épocas de
rompimento ou de novos começos, você precisa da proteção e suporte de um
relacionamento tranquilo. A mudança que chega traz consigo muito
excitamento, por isso é hora de evitar relacionamentos caóticos,
desorganizados ou sem amor. Um novo começo deixa para trás a rotina
tediosa da vida diária. Inspirações e ideias abundam e expandem suas áreas
de atividade.
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Quem tira esta carta é criativo, batalhador, alegre, valente, pioneiro,
vitorioso, líder.
Em seus Aspectos positivos, O Carro significa sucesso, vitória, livre-
arbítrio, ação, conquista, decisão, rapidez, agilidade.
Casa 5 - Não para quieto. Sedutor. Adora dirigir carro. Divertimento, férias.
Carta muito boa para todos os criadores, pois aqui representa enorme prazer
vindo pelo trabalho criativo. Alegre e animado. Muito tesão na área sexual, mas
pela rapidez do carro pode indicar ejaculação precoce.
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Casa 7 - Casando, tomando rumo com o outro, divorciando por outro
amor. Sucesso em obra artística.
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A JUSTIÇA
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É o momento em que o Mago, de posse do conhecimento que tem do
mundo, passa a julgar as atitudes humanas. É a carta do Equilíbrio. As colunas
da Papisa aqui também encobrem as emoções que a Justiça tenta afastar de
seus julgamentos. As mesmas colunas do Pendurado e da Papisa aqui
aparecem, também sob a forma de um trono de poder.
Apesar de sua roupa ser vermelha na altura do coração, ela está coberta
pelos seus cabelos amarelos (intelecto) que a mantém rigidamente investida de
racionalidade. Traz uma espada, útil para os pequenos cortes das imperfeições
humanas. E uma balança, onde pesa e pondera os atos para o julgamento.
Não é cega, tem os olhos abertos, por isso nos parece mais cruel até do que a
tradicional justiça de olhos vendados. Esta a tudo assiste e nem por isso se
deixa influenciar pelas emoções ou por qualquer tentativa de envolvimento.
Dura, rígida, imparcial, A Justiça é o equilíbrio que muitas vezes necessitamos
em inúmeras situações de nossas vidas. Enquanto O Papa legisla, A Justiça
executa as leis.
A Justiça é feminina para que possa julgar os homens como a mãe faria
com os seus filhos, ou seja, com força, equilíbrio e amor. Ela preserva as
palavras para que não se exceda em seu julgamento. Capacidade de ser fiel ao
seu próprio equilíbrio, corta os excessos, mantendo o equilíbrio entre o mundo
externo e interno. Ela sabe que a verdade é o fiel da balança, por isso o
equilíbrio pode ser momentâneo e circunstancial, dependendo da revelação em
cada situação. A nudez de seu corpo significa que ela está para além do
moralismo vulgar, nada a abala. Colunas do mal e do bem aparecem por
detrás, agora transformadas numa edificação, significando que a Justiça é a
mantenedora da paz e da segurança no ambiente das cidades erigidas pelo
homem.
Essa carta é um aviso para que sejam evitados todos os extremos. Isso
pode se referir a distúrbios emocionais em relacionamentos, ou no trabalho, em
alguma atividade criativa, ou no trato com dinheiro. A centralização total e
equilíbrio interno são necessários para que as grandes ideias que estão
surgindo agora sejam frutíferas. De uma posição de equilíbrio tudo se
desenvolve de modo harmonioso.
As tempestades da vida nos tiram do equilíbrio continuamente. A mudança
constante entre estar centralizado e descentralizado é o processo que nos
ensina a estar mais consciente a cada momento, para reter a paz interna e a
claridade, quando as achamos.
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Em seus Aspectos Positivos, A Justiça significa racionalidade,
imparcialidade, equilíbrio, julgamento, questionamento, heranças, casamento,
estabilidade, ponderação. Quem tira esta carta é racional, metódico, imparcial,
equilibrado, ou seja, dotado dos atributos aqui mencionados.
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Casa 7 - Casamento com contrato. Tudo muito esquematizado.
Casamento de aparências. Exigente com o outro. Cobranças. Divórcio.
Casamento oficializado depois de muito tempo. Divergências com o outro.
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O EREMITA
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Cansado da Justiça dos homens, o Mago se volta para dentro de si, talvez
no intuito, quem sabe, de observar sem julgamento o caminho do seu próprio
crescimento. O Eremita se volta para o passado para onde lança a luz de seu
pequeno lampião. É do passado que ele pode retirar a compreensão do
presente. Caminha para lá na tentativa de tomar consciência dos seus atos
aqui e agora. Tem a sabedoria da sua própria luz interna, representada no
lampião em sua mão direita. O seu cetro é um bastão que o guia num caminho
nem sempre reto e desprovido de surpresas. Veste uma túnica azul,
significando apaziguamento da mente, e seus cabelos o conectam com o divino
diretamente, sem mediações, já que não usa chapéu nem coroa, significando
despojamento e submissão às leis do universo.
Carta da sabedoria adquirida, o Eremita é o buscador que não se ilude
mais na sua busca. Sabe que o que necessita está dentro dele, bastando
apenas ter luz necessária para enxergar.
O mistério do iniciado, do vazio. É o poder de gerir sua própria vida com
tranquilidade. Está todo coberto, protegido e, diferente da Justiça, distante de
qualquer julgamento. É a voz do silêncio que ouve o seu próprio coração e a
sua intuição. Ele vê por trás das aparências. Tem luz própria por isso enxerga
sem que precise de muita luz externa, apenas do candeeiro que traz em sua
mão direita é suficiente. Mente de adulto e alma de criança. Ele pertence ao
passado, presente e futuro.
O ser humano tem 7 grandes crises que são superadas e transforma o ser
em algo forte, poderoso e íntegro. No caso do Eremita, pela vivência ele se
iluminou e não se degradou. Ele é o círculo na Redução Teosófica: 360=9.
Momento de descoberta de si, de sua própria luz. Porque não existem
verdades, mas existem verdades que criamos e que podemos seguir. O
Eremita é o conhecimento e a sabedoria.
Regido por Virgo, ele partiu em busca do preenchimento exterior e achou a
luz interior. Ele está tão alimentado pela riqueza do mundo interior que o
mundo exterior parece sem cor e sem importância. Quando se permanece em
si mesmo é como estar em casa. Não há nenhuma razão para almejar a luz
decepcionante daquilo que é exterior e transitório. Entretanto, a viagem para
dentro também tem seus aspectos difíceis e problemáticos. É necessário
coragem e autoconfiança para embarcarmos nessa jornada, consciente das
nossas próprias sombras projetadas, dos nossos próprios perigos.
O Eremita não é venerado por outros e raramente é entendido. Ele é um
indivíduo que vive de maneira diferente, não satisfeito com a superficialidade
das massas. Ele entra somente naqueles relacionamentos que oferecem união
65
de níveis mais profundos. Se isso não for possível, ele prefere permanecer só.
Essa carta adverte para estarmos atentos à sabedoria interna e nos juntarmos
com outras pessoas que serão suporte no caminho comum.
Ele tem cabelo comprido, que o conecta com o cosmo, com a energia que
flui para a matéria, o espírito e o intelecto. Sabedoria é agradecer ao universo a
oportunidade de estar vivo aqui neste planeta, usufruindo deste grande
mistério.
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Casa 4 - Expectativa, algo que se completará em breve. Momento de
morar sozinho. Solidão, longe dos parentes e agregados. Trancado no seu
mundo interno.
Casa 5 - Vida afetiva travada. Amor por uma pessoa de mais idade.
Problemas com os filhos. Simples e autossuficiente. Pessoa caseira. Prefere
ficar estudando a sair para se divertir. Sua diversão maior é dentro de casa.
Impotência devido à idade. Sublimação sexual.
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A RODA DA FORTUNA
68
Aqui O Mago retorna a si mesmo. O 10 volta ao 1 — a soma dos
algarismos de 10 é igual a 1 — para novo começo.
O Mago agora se depara com a Roda. A engrenagem que o faz repetir
incessantemente, ingressando agora na via úmida do Tarot, os mesmos
padrões que só terminarão quando o ciclo de compreensão estiver completo.
As figuras em torno da Roda permanecem estáticas enquanto ela se
movimenta. É o próprio ciclo da vida que determina a nossa história. O tempo
passa independente da nossa vontade e com ele o ciclo de vida e morte se
processa.
Semelhante à roda da vida, mesmo aquilo que está aparentemente
parado, como os animais em torno da carta, na verdade está em movimento
pela própria contingência do ciclo da vida. Nada está assentado em terra firme,
e os animais jogam seus infortúnios, suas dúvidas, seus crenças na mesa,
inconscientes e desprovidos de compreensão daquilo que estão fazendo. A
Roda indica também os altos e baixos, momentos de oscilação, naturais no
jogo, onde se perde e se ganha muitas vezes pela nossa inteligência e
esperteza e muitas vezes sem a nossa contribuição. Em seu sentido positivo,
são os ganhos materiais inesperados, mudança para melhor em vários planos -
material, mas também afetivo, emocional, etc. O 1 é a semente, e o zero é o
caos, e os dois combinados significa a busca por um novo ciclo.
O centro da roda representa o Sol, origem e unificação de todas as
energias criativas, é também um símbolo de consciência, realização e
iluminação. Precisamos de olhos vigilantes a fim de perceber os presentes que
a vida nos trás e as possibilidades que nos são oferecidas.
Roda da Reencarnação, o homem na busca de prazeres, das riquezas e
realizações. Para alguns, é a Roda do Karma, da constante transformação na
roda de Samsara, a roda incessante de nascimento e morte para este mesmo
plano.
Na magia, quase tudo é sinal, e o Mago precisa saber ler os sinais para se
antecipar aos eventos a fim de colher os frutos ou se proteger dos ataques. Por
isso, é importante ter o centro firme para que possa saber o que lhe pertence e
o que não. Aquilo que lhe é realmente destinado e o que é apenas passageiro.
Encontrar a fortuna é encontrar o seu eixo.
Também chamada de A Retribuição, esta carta significa tudo aquilo que
você pode ter no plano material, mas já com a consciência de que a riqueza é
maior do que o poder e o dinheiro. É quando se parte em busca de outros
planos de satisfação para alcançar a riqueza abundante da vida, ou na
natureza e também na conquista interior.
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A Roda da Fortuna, em seus Aspectos Positivos, significa: fortuna,
progresso, ganho material, conclusão, mudança para melhor, ganhos em jogos,
conquista do nosso próprio centro, transformação, superação, riqueza em
todos os planos da existência.
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nenhum. Aumento da independência financeira para aqueles que podem
controlar a roda. Sorte nos jogos. Casa dos banqueiros de jogos.
71
A FORÇA
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Ameaçado pela oscilação constante da Roda da Fortuna, o Mago se dirige
para A Força que há dentro dele. Mais maduro, mais consciente do processo
que o aprisiona, agora tem condições de subjugar os instintos com a suavidade
com que a mulher na carta domina o leão.
Duas vezes o número 1, conseguiu igualar a dualidade. É o número do
mestre perfeito.
Em total equilíbrio, já que a roupa azul que lhe cobre o corpo é revestida
da energia do vermelho nas botas e no chakra básico, A Força é a
personificação do controle das emoções aliada à compreensão que já se tem
de si mesma. Sua atitude demonstra que ela não tem mais medo de mostrar
seus sentimentos. Os pés estão no chão. A imaginação está dominada.
A escravidão imposta pelos instintos descontrolados tira a liberdade. Esta
carta, portanto, representa a persuasão da natureza feminina, docilidade da
alma contra os instintos, voltada agora mais para o poder contemplativo. O leão
é a nossa força primitiva e o controle desse aspecto em nós nos dá a condição
humana do discernimento, do lado ético e do respeito mútuo. O lado instintivo
não pode ser deixado solto, mas sem ele a natureza humana também deixa de
existir. Nesse caso, o mistério maior é amar seus instintos e saber contê-los. É
uma carta que também remete à kundalini e, por isso mesmo, à transmutação
das energias.
Carta 11, com Redução Teosófica dá 1+1=2, o poder do Mago com a
sabedoria e a intuição da Sacerdotisa. É o momento em que se consegue o
domínio dos desejos, dos instintos, mas preservando-os. O grande mistério
desse Arcano é o amor. É a relação do homem com o seu lado animal e a
capacidade que tem de domesticá-lo e de amá-lo.
O nome tradicional dessa carta é Força, mas Crowley a nomeou de
Luxúria porque seu significado inclui muito mais. Luxúria inclui também as
palavras alegria e gozo por possuírem força e paixão. E realmente no baralho
de Crowley, esta carta é a representação da intoxicação, do êxtase e da
loucura divina. O animal interior não será domesticado e integrado através de
luta e repressão, mas através de afirmação e rendição. A força que se ganha
nesse processo ajuda a superar velhos medos e condicionamentos restritivos.
A mulher está totalmente absorvida na energia da transformação inerente a
qualquer rendição consciente. Esse é o segredo do Tantra, a consciência que
percebe a totalidade de cada momento e aceita tudo na vida, não rejeitando
nada. O sexo é a maior manifestação do corpo na direção ao êxtase. Santa
Teresa, por exemplo, nas inúmeras alegorias de sua Iluminação revela um
rosto e um corpo tomado por algo semelhante àquilo quer esta carta contém.
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A luxúria revela seu valioso potencial criativo somente quando totalmente
provado, saboreado e bebido. Somente assim pode ser entendida e
implementada em seu próprio processo de se tornar consciente. O caminho
para a luz passa por todos os aspectos da escuridão.
Casa 1 - Para não ser devorada, a mulher procura dominar seus instintos,
controlando suas ações e até mesmo sua forma de pensamento. Forte,
dominadora, não aceita a falta de domínio interno e age com determinação no
controle de seus impulsos. No plano mais elevado, é a pessoa com nível de
excelência, calma, com compreensão da vida e das coisas. Está sempre atenta
ao que o outro pensa e sente. No plano espiritual, é a pessoa que cura com as
mãos como, por exemplo, os praticantes de Reiki, Johrey, Cura Prânica. Força
e energia a todo vapor, por isso são também aqueles que praticam esporte e
musculação.
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Casa 4 - Família dominadora. Força para pagar todas as contas, passado
com educação rígida. Magnetismo e sexualidade importantes dentro de casa.
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Casa 12 - O desafio maior é controlar a si mesmo e se ajudar. Doença ou
operação cirúrgica ligada a musculatura, tendões, ossos, etc.
76
O ENFORCADO
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Após a compreensão que adquiriu de si mesmo, O Mago descobre a sua
verdadeira prisão. Localizada no passado, essa prisão coloca aquele que um
dia foi Imperador, de cabeça para baixo. O mesmo número quatro do
Imperador, no Tarot de Marselha e em outros tarots, aqui aparece desenhado
nas pernas do Enforcado, de forma invertida. Ou seja, as quatro qualidades do
aspecto humano encontram-se aqui de pernas pro ar.
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Com um passo no futuro e outro no passado, esta carta é também a
busca da espiritualidade por meio de sacrifícios. Significa renúncia, deixar de
fazer alguma coisa em prol dos outros ou da humanidade. Ou seja, no plano
espiritual, maravilhas podem ocorrer. Ou seja, para os que são desenvolvidos
espiritualmente, tirar esta carta pode significar aquilo que os católicos chamam
de “cordeiro de deus‖, pois é uma carta de entrega e de confiança absoluta em
algo acima de todas as coisas. É o despojamento, a entrega do ego.
Essa forma de capitulação, a desistência da teimosia e de ideais
congelados, conduzem a uma transformação de longo alcance, na quebra de
padrões rígidos de comportamento, na limpeza de velhos entulhos, na rendição
total ao mais alto poder e na liberação de dogmas estreitos. Aquele que se
curva com vontade à ordem cósmica do Universo está apto a se tornar uno
com o fluxo do Tao. ―Não à minha vontade, mas que a Sua vontade seja feita,
pois a Sua vontade é também a minha‖, esse é o pensamento transformador
capaz de libertar O Enforcado. Nesse caso, o mundo poderá ser visto de uma
nova perspectiva, o da entrega absoluta e do desapego final.
É também o Arcano do deficiente físico, e daqueles que são acometidos
constantemente por alergias, problemas respiratórios e também problemas nos
ouvidos e na garganta.
.
79
Esta Carta nas Casas da Mandala
Casa 7 - O outro que derruba o que você faz o tempo todo. Preso a um
sócio, que nunca faz a parte dele, sem conseguir sair. Pessoa presa a uma
relação antiga insatisfatória. Parceiros desleais, preso nas mãos do inimigo.
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Casa 8 - Fora do amante, sonhos podados. Sonhos de suicídio. Desejo
não realizado. Sócios desonestos, risco de fraude, período de fadiga. Falta de
clareza nas escolhas.
Casa 11 - Dá tanto para os amigos que se sente sem nada. Podado pelos
amigos. Traição de amigo. Prudência nas relações, pois elas não serão
confiáveis. Inimizades. Dissabores.
É o suicida que acha que nada vale a pena e tenta a busca de outros
mundos. Na astrologia é Netuno, que rege os pés. Quando não conseguimos
resolver o nosso destino e nem lidar com os nossos desafios, nos sentimos
presos àquilo que não conseguimos superar. Ficamos impotentes diante das
dificuldades, prisioneiros, os pés e as pernas pesadas, sem vigor. A cura pode
estar na investigação de situações traumáticas através da Regressão a Vidas
Passadas ou Constelação Familiar, ou mesmo uma terapia holística que inclui
múltiplas abordagens.
81
A MORTE
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é experiência. Plantamos sementes para colhermos frutos graúdos, saudáveis
e nutritivos. Portanto, a Carta da Morte se refere basicamente à seleção
natural, pois somente o mais forte sobrevive.
Nesse momento, o Mago encontra A Morte. Ou física ou de outra natureza.
O que importa é que a Morte aqui nem sempre significa morte física, mas
limpeza. Acostumados que estamos a associar A Morte apenas ao indesejável,
esquecemos que, por já estar embutida na vida, ela é a purificação necessária
da própria vida. Que o que está deteriorado possa ser imediatamente
reprocessado por ela.
É necessário um terreno limpo, para que novas sementes brotem. Esta é a
função desta carta. Função de limpar e renovar o solo para que novas vidas,
novas ideias, novas atitudes possam surgir. Na carta, A Morte nada faz.
Apenas senta e espera que o próprio tempo, representado na ampulheta,
cumpra o seu papel - o crescimento do novo.
É necessário que O Pendurado, carta anterior, tome a atitude de um
ceifador para poder se libertar da sua prisão. Velhos relacionamentos estão
pedindo para serem desintegrados. Esse processo pode estar ligado a
experiências dolorosas. Entretanto, o fato de se tirar essa carta indica a
prontidão no ato de deixar partir aquilo que nos libertará. A Morte tem suas
fases, uma destruindo e arrancando, a outra libertando o ser de velhos valores
que se tornaram conflitantes, impedindo a vida de seguir seu rumo. Qualquer
desejo de segurar ou de se agarrar aos velhos padrões, fará a morte parecer
mais agonizante. Quando tivermos renunciado a nossos suportes, de modo
que ouçamos finalmente o guia em nossos corações, então tudo estará em
harmonia. Não haverá mais medo, nós os deixaremos partir.
O ceifador é um mistério. É quando cortamos tudo, todas as amarras.
Quando podamos o nosso ego, o que muitas vezes significa o estabelecimento
do caos em nossa mente. Então tentamos voltar ao passado que para nós é
um lugar seguro. Mas a Morte não permite retorno ao que foi ceifado. Por isso
essa carta nos parece negativa, temos medo da mudança radical. O 13 sempre
é mudança radical e a busca da perfeição. O caminho crístico é 13. A Morte é
símbolo da vida, de transformação, do novo. O ser muitas vezes vem do futuro
para realizar o seu passado ou ceifá-lo. Ou seja, a semente é uma ideia, é a
menor parte de um futuro. Com a energia da água e do fogo, após a morte, ela
pode florescer.
Pessoa Morte tem poder e capacidade de discernir. É radical, renovadora,
tem capacidade de escolher, de saber o que é útil e inútil, de requalificar as
83
coisas. Olha o seu cemitério e sabe o que vai matar e o que vai ressuscitar ou
deixar vivo.
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níveis da vida. Partida de um dos cônjuges, sem que se esperasse. Situação
afetiva passando por transformações dolorosas e definitivas. Divórcio.
Casa 7 - Pode ser o parceiro que morre. Corte com o parceiro e/ou
sociedades. Reformulação da mesma relação em outras bases que vão trazer
novas possibilidades para o casal como, por exemplo, morar em casas
separadas.
Casa 8 - Casa da morte com a Carta da Morte é perigoso. Pode ser morte
física ou morte dos sonhos. Ou o fora do amante. Casa do astral, entidades de
morte atuando sobre o inconsciente. Ou transmutação de energia sexual em
energia de autoconhecimento, como as experiências tântricas. Sonhos
premonitórios. Sonhos de desdobramento do corpo físico em outros planos.
Viagem astral com interferência de outros planos.
85
Casa 12 - Desafio é encarar a própria morte. Ou o começar de novo.
Saúde: doenças sérias, curáveis e incuráveis, como reumatismo, flebite,
osteoporose (ossos e articulações). Pode significar operação nos ossos.
86
A TEMPERANÇA
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Após A Morte, resta ao Mago alquimizar o que sobrou. Revitalizar,
digamos assim, através de um processo paciente de depuração interior, o que
restou. Após a destruição da Morte, é necessário passar por uma revisão da
vida para um reaproveitamento em novas bases.
Aqui, as colunas da Papisa se transformam nas asas do anjo. Esse anjo
deve transmutar, através da água que corre de um jarro para outro, todas as
sequelas, traumas e negatividades provenientes das duas cartas anteriores. É
também um processo de maturação e de captação de energia. Junção de fogo
e água, luz e escuridão, macho e fêmea, morte e renascimento, a Temperança
é um processo interno que possibilita o uso das asas para se encontrar novos
campos já harmonizados. A fusão de contradições é o principal passo em
direção à unidade. As forças opostas se transformam em um novo estado do
ser. É a mais alta arte da transformação - a Alquimia interior.
Com a emoção equilibrada, A Temperança se conecta com o divino
através do chakra coronário representado na flor vermelha em sua cabeça.
Tem os cabelos amarelos, indicando que o intelecto também passa pelo
processo de transformação. A Temperança é o perdão para nós mesmos. É o
Arcano da Arte, mas também do desenvolvimento espiritual. É o Arcano da
primavera, do pensamento livre, da emoção equilibrada.
Ao sintonizar com o número 10, na verdade, estamos sintonizando com a
Integração com o Todo. O 10 é a união do universo com a individualidade. É o
encontro do homem com Deus. Já o número 11 é o segundo número da
iniciação. Os povos primitivos iniciavam seus jovens exatamente aos 11 anos
de idade. É o momento do ingresso na vida social da tribo, como pequenos
adultos dotados já da capacidade de autossobrevivência.
O número 12 é o encontro do indivíduo com a sua dualidade. É o momento
de rever padrões de comportamento antigos, que não se sustentam mais,
dividem e tornam seres humanos em enforcados no próprio território interno.
O número 13 é a morte da matéria. Número do azar ou da sorte para os
supersticiosos. Um número que exige reflexão madura para a superação dos
nossos preconceitos. O número 14 é o número da depuração dos três números
anteriores.
Temperança é o Alquimista, que carrega dois vasos - a energia e o
sagrado. Ela conhece a alma do elemento. Cada elemento tem sua energia. É
ela que constrói a Torre. É a digestão energético-afetiva. É o autoconhecimento
e a possibilidade de renascer.
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Positivamente, é uma pessoa consciente, vivida, experiente. Não é uma
pessoa sofrida, mas consciente. Significa transmutação, alquimia, maturação,
depuração, consciência ampla, experiência, paciência, fidelidade, moderação,
temperança, espera, discernimento, compreensão, compaixão, perdão, criação
de obras artísticas, notícias pelo telefone.
Casa 2 - Progresso a favor dos ganhos, mas tudo muito demorado, muito
lento. A pessoa muitas vezes quer mais rapidez na solução das dificuldades,
mas esta carta é lenta e morosa. A maior contribuição desta carta é tomar
consciência de nossa participação na criação das nossas dificuldades.
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Casa 5 - Até as diversões são chatas, onerosas e complicadas. Festa com
complicação, com desperdício, e tediosas.
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É claro que depois de uma reclusão consciente, quando colocamos em dia
os resultados de uma transformação em nossas vidas, como sugere a carta 14,
surge um fogo que nos assola mas também nos embala. Partimos para a
criação de algo novo. O poder da criatividade está aqui representado pelo
Diabo. Esta carta é frequentemente mal compreendida. Para entendê-la, é
necessário se libertar de toda moral popular e ideias supersticiosas, em geral
provenientes de religiões cristãs.
O Diabo está representado pelo deus Pan, na forma de um bode
montanhês com poderosos chifres retorcidos. Essa é uma representação da
energia criativa nos aspectos material e masculino. Os seus poderes são
simbolizados aqui pela caneta em sua mão e o papel onde ele traça o destino
daqueles que estão sob o seu jugo. No seu sentido mais vulgar, usa a bebida,
o cigarro e o jogo pra seduzir a humanidade. Mas, confinado no seu próprio
espaço, preso pela cruz da religiosidade, é considerado uma entidade vulgar
no aspecto mais corriqueiro. No entanto, o Diabo pode ser um ilusionista, mas
também o detentor do mistério da vida. A energia necessária para impulsionar
o ser para além dos seus limites. É o corpo físico, mas também o corpo
espiritual, o fogo da kundalini. Uma fusão de energias, cósmica e terrestre, nos
leva a direções criativas e nos tornam capazes de manifestar essa inspiração
muitas vezes através da arte. Indica também extensas habilidades nas esferas
da percepção extra-sensorial. Ele é um vidente que pode ver não somente o
óbvio, mas também a essência profunda daquilo que observa. Sua expressão é
de surpresa por tudo o que a vida pode oferecer. Todas as pessoas que vêm a
essência do mundo podem ser reconhecidas por seu notável senso de humor.
Somente pessoas ignorantes são mortalmente sérias e totalmente identificadas
com seus pensamentos e ações. Pan sorri das pessoas e de suas projeções,
com as quais elas o ―demonizam‖. Em sua sabedoria O Diabo vê que, de fato,
todo desejo, todo aprisionamento, toda possessividade conduz somente à
frustação e ao sofrimento. Os seres humanos somente chegarão a essa
conclusão através de repetidas experiências.
Controlar o fogo é a arte da cozinha e da magia. Com fogo a menos
qualquer vento apaga, mas quando é demais, ele queima e mata. O Diabo é
vermelho que, misturado com o azul, dá violeta, que é a cor de seus cabelos.
Ele era filho de Deus e vivia em grande harmonia. Quando sai do paraíso e
vive o caos, vive também o desejo de vida, o ego, a individualidade, a
diferença, a ruptura. Pretende agora ser um Deus reinventado. Com total
vontade de tudo, por causa da lembrança do paraíso, da paz e da harmonia, é
a pulsão de vida, o exagero e a audácia. Onde sai o Diabo há confusão porque
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há individualidade e separatividade. Ligado a sexo, mas também ligado ao
divino, esta é a carta necessária para manter o fogo da transmutação da carta
14 em operação constante.
É a carta das paixões, da criação, mas também da perdição. Depende de
como ela, com a sua energia poderosa, pode influenciar cada um de nós. O
Diabo é a neurose também, porque ao se perder no emaranhado de si mesmo,
o ser não enxerga mais nada, apenas o poder de esmagar os outros, agindo
muitas vezes exclusivamente em causa própria. Mas, como dito anteriormente,
é a energia sexual, a libido. A carta 6, O Enamorado, que é também o
resultado da soma dos algarismos da carta 15, está aqui presente, porque
ambas contêm a desconfiança, a dúvida e a contradição.
Só podemos enfrentar o nosso Diabo quando estamos equilibrados pela
Temperança. Você é o seu Mestre, a escolha da perdição e da salvação está
em suas mãos. É o momento de descobrir a confiança em si mesmo e o amor
próprio. É o impulso da grande virada na busca do eu e do abandono do ego.
Se você tem controle sobre a sua vida, sobre a dor, tem tudo.
O Diabo é o nosso desejo de comer, engolir e devorar o mundo. É sair do
paraíso, da grande harmonia, do todo, e passar a buscar a individualidade, a
vida, o átomo. É a saída do céu para a condensação da terra. Toda vez que
materializamos ou condensamos estamos lidando com o Diabo. É o processo
instintivo de sobrevivência, não importa o preço. Tem necessidade de tudo, do
social também. Precisa ser ouvido e ouvir. Precisa de estímulo, tesão, vida, por
isso gosta dos grupos e das multidões. Ele quer ser deus, quer ser tudo. O
problema do Diabo é o desejo. Mas é um processo animal, porque ele quer
repetir sempre o que foi bom.
Quando estamos livres de limitações morais, podemos nos render com
sensualidade completa ao prazer da terra, descobrindo o êxtase em toda
manifestação, saboreando o divino em tudo, usufruindo da nossa estadia no
planeta.
Com algumas cartas, ele pode vir a causar problemas. O Diabo é
imediatista. Se ele sair junto com o Carro, tudo bem, mas com a Temperança
ele fica emperrado porque a Temperança é lenta. Se sair com o Papa ou com a
Justiça, é complicado, porque o Diabo se sente reprimido. Já o Imperador tem
afinidade com ele. Se ele sai com o Mago, temos grande chance de estarmos
vislumbrando um mau caráter. O Diabo com o Louco significa aquela famosa
expressão: “ tá como o Diabo gosta”.
93
O Diabo, positivamente, significa sexualidade, libido, criatividade, pulsão,
emoção, energia kundalini, ganhos materiais, instinto, desejos realizados,
garra, libertação.
Quem tira esta carta pode sofrer consequências negativas. São em geral
pessoas neuróticas, mentirosas. Mas pode também significar pessoas
extremamente sensuais e também aqueles que comercializam com o sexo,
como os donos de sex-shops, por exemplo.
Casa 4 - A casa vira um inferno. Sexo entre pai e filha, mãe e filho ou
irmãos. Incesto. Abuso sexual na infância. Despejo. Infância terrível. Muitas
doenças sexuais, principalmente, e problemas que podem trazer muita
desarmonia na família. Desagregação familiar. Em casos raros,
desenvolvimento da Kundalini, o que precisa ser confirmado com a carta na
Casa 9.
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Casa 5 - Qualquer prazer diverte. Filhos infernais. Sexo grupal. Orgias. O
Diabo é o pai da mentira. Ciúme e paixão. Problemas sexuais como, por
exemplo, dificuldade de ereção.
Casa 11- Amigos não serão francos nem leiais. Risco de traição e
adultério por parte do companheiro ou companheira. Fofocas, brigas,
baixarias. Caso de sexo entre amigos, orgias.
95
A TORRE
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É o Arcano da Libertação. A providência divina tem seus sinais e às
vezes esse sinal irrompe dos céus desabando sobre nós. É quando pela força
do raio, no lado esquerdo superior da carta, A Torre desmorona, mostrando
que o poder concreto do Imperador pode ruir e se desfazer em mil pedaços.
Que nem todos os planos argutos de uma mente acostumada a pensar e
elaborar estão livres dos infortúnios e dos imprevistos. Que uma força maior é
capaz de modificar, de cortar, de quebrar o mais sólido dos edifícios. Assim é a
carta da Torre. Uma nova ordem deve surgir, uma nova organização. É o
momento de cuidado redobrado, pois todos os esforços serão inúteis e o que
podemos fazer é tentar minimizar os prejuízos. É quando o aspecto material do
Imperador, já corporificado em seu castelo, cai. Todos os envolvidos, na
verdade, caem na real, pois habitar uma Torre muito alta nos coloca sempre
com a cabeça nas nuvens. A parte superior da Torre é a coroa do Imperador
destronado, que oscila a ponto de desabar junto com as duas figuras. O poder
do fogo consumidor e purificador destrói o velho e o varre para longe, nada
poupando, fazendo com que a torre do ego seja sacudida em suas crenças
mais profundas. Qualquer coisa a que se tente agarrar será destruída por esse
poder transformador, inclusive as aparentes seguranças do passado que
oscilam, mas finalmente tombam. Tudo o que restará será a confiança, o
conhecimento de que todos os eventos na vida surgem do amor sem fim do
universo e nos traz a possibilidade de aprender. Esse entendimento da
verdadeira natureza dos eventos transforma mesmo perdas aparentes ou
desapontamentos dolorosos nos presentes valiosos que verdadeiramente são.
As épocas de desespero e tensão interna, quando conscientes, podem se
tornar os momentos de crescimento mais frutíferos de nossas vidas.
A Torre é também uma das cartas mais altas de cura. Assim como a
extração de um dente podre dá alívio ao corpo, a destruição de situações e
relacionamentos estagnados, que impedem o crescimento, inicia um processo
de cura para o organismo inteiro. Ter um dente extraído pode ser doloroso,
mas quando o dente está envenenando o sistema não há escolha. Os golpes
do destino podem parecer igualmente trágicos e inconsoláveis, mas eles vêm a
nós somente porque necessitamos ou os criamos para nós mesmos,
consciente ou inconscientemente. Se conseguirmos reconhecer e aceitar essas
97
leis do universo, possuímos tudo que precisamos para que uma verdadeira
liberação e total transformação ocorram.
É também o poder de manipulação do Mago que cai, mostrando a sua
fragilidade. Cai o mundo, cai o mito, caem os preconceitos, cai a construção de
um ego que não serve mais, caem os padrões de comportamento para que
possamos conhecer o verdadeiro Mestre. É a quebra de estruturas limitantes.
O arquiteto é quem constrói um castelo inseguro, e o Imperador paga pela
construção. São os dois que caem da Torre, em direção à terra, em direção ao
concreto, em direção á realidade. A Torre junto com a Carta 19 ou a carta 21
pode significar morte física.
Esta carta está associada à nossa fragilidade. Pedras montadas
cuidadosamente umas sobre as outras, a nossa construção interior, pode ruir
se estiver sustentada pelo ego. À medida que crescemos , além de não
conseguirmos nos despegar do passado, não vemos também os nossos
limites. Então é necessário muitas vezes que tudo desmorone para que possa
ser reconstruído de novo em outras bases. São nossas realizações que temos
que saber reformular e reerguer. É o nosso ego que quebra e que dos
escombros podemos vislumbrar o nosso verdadeiro eu.
Nosso grande sofrimento com a Torre é a nossa incapacidade de
reconstruir a nossa história. É a quebra de valores necessários para o nosso
crescimento. Outro nome para este Arcano é A Casa de Deus, a morada da
perfeição. É a nossa grande coerência, quando sentimos que a nossa estrutura
foi abalada e que a nossa única saída é mudar. É o nosso poder de
reconstrução, a nossa força interior.
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Casa 1 - Grande poder de renovação, de destruir e remontar as coisas.
Pessoa com ideias revolucionárias, disposta a quebrar antigos valores para
renascer. Pode ser também aquela pessoa que sofreu muito na vida e segue o
caminho com coragem e destemor. No plano do dia-a-dia, a Carta nesta Casa
pede prudência ao consulente para se resguardar de possíveis acidentes.
Dificuldades em relação ao outro certamente virão a curto prazo podendo se
desdobrar em separação.
Casa 4 - Casa do lar, família remonta à infância quando a nossa casa era
a mais bonita, a mãe era a mais bonita e o pai era o maior, depois você vê a
realidade e vem a decepção. Significa também obras em casa.
Desestabilização no lar. Separação de casais. Infâncias acidentadas.
Problemas de moradia. Mudança de casa. Inundação, forças da natureza que
desabam sobre a casa.
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ou companheiro, ou aquele que odeia o nosso consulente. Discórdia por todos
os lados. Em caso de pessoa celibatária, indício de desacordo grave com o
círculo habitual ou o chefe hierárquico. Desencanto com o outro. Perigo de
sofrer uma traição.
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A ESTRELA
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A Estrela ou A Esperança é bem-vinda após a quebra da Torre. Aliás,
apenas após uma quebra podemos permitir para o nosso ser a entrega, a paz
que a confiança concede. Aqui O Mago se depara com uma alquimia diferente,
apesar de semelhante em alguns aspectos à Temperança.
Aqui, a Temperança tirou a roupa. Está nua. Sua intenção não é mais a de
depuração, mas de entrega. Não temos aqui um anjo, mas um ser humano em
seu aspecto feminino (yin). A energia que flui é a da água, que toma a forma
ora de jarro, ora de rio. É uma carta de fartura e bem-aventurança, já que a
mulher é quem despeja no rio a água que o alimenta. Poucas mulheres sabem
de seu valor na Terra. Além de conceber o filho ela guarda em seu corpo o
alimento que o nutrirá, assim como este rio está sendo nutrido por ela. A
mulher é abundante, doadora, amorosa e suficientemente sábia para criar e
não para destruir seres. Enquanto são os homens que alimentam a terra de
sangue provenientes das guerras, é a mulher que alimenta o rio com o fluxo de
vida que é liberado do seu corpo. A mulher já é um ser iluminado, só que são
poucas mulheres que sabem disso. Como a maior parte dos Avatares e
Mestres Iluminados são do sexo masculino, há muito desconhecimento em
relação à espiritualidade da mulher. O fluxo da menstruação, por exemplo, só
ocorre quando a kundalini ainda não está desperta. Ou seja, quando a energia
feminina flui para baixo para o ato da concepção. Quando a energia flui em
direção ao chakra coronário, a kundalini desperta e o fluxo sanguíneo deixa de
acontecer. A mulher está então pronta para conceber a si mesma e não mais
outro ser. Isso acontece mais facilmente com mulheres acima de 45 anos,
quando naturalmente a direção da energia muda para o chakra mais
importante, o da coroa.
Orion é a constelação que tem as Três Marias. Essa constelação aparece
no céu do Egito no primeiro dia de verão, que é o tempo das chuvas. A energia
do fogo é a fugaz energia das estrelas, lembrando os nossos velhos e
minúsculos insights. Carta da natureza, sua Redução Teosófica é 8 – a soma
dos algarismos 1 e 7 – o que a conecta com a carta da Justiça. Os dois pratos
da balança da Justiça, transformados em dois jarros de ouro, agora não
medem nem pesam mais no plano do julgamento humano. O julgamento, se
há, é a partir das leis cósmicas. Carta da confiança incondicional, A Estrela
pode fluir em todas as direções tal como o leito de um abundante rio que não
cessa. Seria o amadurecimento da Justiça, agora mais consciente de que seu
julgamento precisa ser voltado para o bem-estar de todos.
Ela tem a vida e o conhecimento iniciático, por isso é o momento da
espera, de ser espectador de sua própria evolução. É o momento de
102
recolhimento para perceber a mudança interna que está ocorrendo. É a
elaboração da ansiedade e o treino da paciência. Essa carta é a inspiração
cósmica da mais alta natureza, manifestada no plano material. Ela é o canal
usado pela energia divina para se manifestar na terra. A carta é regida por
Aquarius. No baralho do Crowley, por exemplo, em cada mão ela segura uma
taça através da qual se derramam vórtices de energia. Seu cabelo age como
uma antena para estender a sua percepção e flui para a terra, carregando com
ele a inspiração cósmica.
Uma visão nova e clara dá forma e propósito àquilo que há um instante era
apenas uma vaga impressão. Você ganha uma visão mais penetrante a
respeito da realidade. O poder de inspiração dá asas à alma e faz o impossível
se tornar manifesto. Uma pessoa conduzida por essa sabedoria, exala tal
qualidade do ser, que atrai outras pessoas como um imã. A força total da
transformação espiritual, faz com que as máscaras da personalidade e as
limitações do pequeno ―eu‖ se tornem insignificantes.
Tem nela a representação dos quatro elementos, onde a água são as
emoções, o céu é o ar, a terra as coisas materiais e o fogo está no brilho das
estrelas. Na carta do Poland um pequeno pássaro, sobre a copa de uma das
árvores, reforça a presença do elemento ar.
É a Carta do conhecimento cosmológico e cosmogônico.
É o Arcano da Verdade. Conta-se que a Verdade usava roupas lindas e a
Mentira usava andrajos. Um dia a Verdade tirou a roupa para se banhar no rio.
A Mentira passou e trocou as vestes. A Mentira foi acolhida na cidade,
confundida com a Verdade e a Verdade não foi aceita pois vestia as roupas
rasgadas da Mentira. Então a Verdade tirou as roupas e se dirigiu nua para a
cidade, pois só a Verdade pode aparecer assim. Já a Mentira, pra ser aceita,
precisa de vestes bonitas e ricas. E, então, a Verdade foi imediatamente
reconhecida.
Mas pode também ser uma pessoa alienada e imatura, caso analisemos a
carta em seu aspecto negativo. Nesse aspecto, esta carta significa morosidade,
passividade, lentidão, platonismo, alienação, preguiça e imaturidade. Pode
103
também representar aquele comportamento hippie de que está tudo bem. É o
pessoal da maconha, da paz e do amor. É também a garota mimada, que gosta
de ser protegida.
Casa 7 - Relação com o outro, sendo que o outro é puro e solto. Relação
leve, harmoniosa, e pode ser também amor platônico.
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Casa 8 - Sonhos de infância, amores puros, platônicos e espirituais.
Sonhos com casa de campo, jardins. Sonhos aquarianos. As provações são
afastadas. A esperança é a tônica principal desta carta nesta Casa.
Casa 9 - Religião que prometa o paraíso são típicos desta carta nesta
Casa. Ideais políticos de igualdade, fraternidade,etc. Viagem ao estrangeiro
voltada para o desenvolvimento espiritual, Índia, ou o Caminho de Santiago,
por exemplo. Esse Arcano representa guerras religiosas. Esta carta é
abundante e generosa quando o consulente já atingiu a capacidade de dar ao
outro o que o outro necessita. Carta dos terapeutas holísticos.
Casa 10 - Sua meta pode ser a espera, a não ação. Mas pode ser também
o futuro congelado, inativo, sem ação. Pode ser tanto a meta de alcançar a
harmonia com a natureza quanto vencer uma guerra religiosa.
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A LUA
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Também conhecida como O Crepúsculo, é o Arcano da Revelação. Mas
também da confusão mental, dos inimigos ocultos, dos fantasmas, vampiros,
mortos vivos. É enfrentar a nossa sombra. Os dois lobos uivam para a lua
como num espelho onde a imagem dos dois é dupla, ou seja, um é a sombra
do outro refletida no espelho.
É noite escura e a Lua solitária usa de magia pra brincar com os lobos.
São dois, um mais suave e yin, e o outro mais agressivo, yang, uivando
amedrontados para o céu. Por baixo do solo, um escorpião traiçoeiro emerge
de águas lamacentas, tornando esta carta obscura e repleta de maus
presságios. Alguns prédios afastados nos dão a certeza de que tal visão é fruto
da imaginação dos homens. Fantasia misturada à realidade, o escorpião
significa corte, morte e ressurreição.
A carta da Lua é o inconsciente do Mago. É aquilo que vive no submundo
da nossa consciência. Apesar de lançar sombras e dúvidas, que A Lua projeta
sobre nós em noites de incertezas, esta Carta pode ser de uma profunda
lucidez para quem, como O Mago, está em busca do autoconhecimento.
A soma dos algarismos desta carta é 9. Se na carta 9, O Eremita tem um
lampião que o orienta, aqui O Eremita teria puramente a intuição. Caminhar no
escuro é um empreendimento audacioso, mas perfeitamente seguro para os
que são dotados da terceira visão. Por isso é considerada uma carta de alta
magia além de, numa leitura mais mundana, significar incertezas e
aborrecimentos que seguramente aparecerão.
A lua é o processo de mergulhar além e mais profundamente nas esferas
escuras da alma. Está na hora do teste final e frequentemente mais difícil. É
grande o perigo de esquecer o seu verdadeiro objetivo na escuridão.
Tentações e percepções ilusórias espreitam ao longo do caminho, prontas para
tirarem o consulente da trilha que o conduzirá para o Sol.
Mas somente através dessa passagem é que uma nova vida surgirá. O
caminho para a consciência nos conduz através da inconsciência, do
desconhecido, do ameaçador. Qualquer um que deseje ser uma pessoa de
sabedoria, deve se ligar à essa carta. Somente através da experiência é que se
poderá conhecer os véus da ilusão, banindo-os.
Uma analogia a esse processo é o rito de iniciação realizado em muitas
tribos. O ingresso no estado adulto requer a conclusão de uma tarefa muito
difícil e perigosa, para a qual é necessária uma preparação longa e cuidadosa.
A pessoa que ousar passar através desses portais, necessita de muita
coragem. Feliz aquele que tem a boa sorte de encontrar um guia que possa
ajudar nesse estágio do caminho. Mesmo assim, ou talvez especialmente
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nesse caso, é necessária uma tremenda consciência. Somente estando em
contato constante com a voz do nosso coração, estaremos aptos a transformar
erros em oportunidades para progredirmos no trajeto.
O limiar da morte é também o limiar para uma nova vida. Sempre que a luz
da consciência aparece, a escuridão desaparece. Apesar disso, significa
também pouca energia para resolver os problemas do cotidiano. A Carta
sugere uma pirâmide invertida, já que a cauda do escorpião toca a carta na
base, o que significa que a força está sendo dispersa na terra.
São 3 as cartas de iniciação para nos defrontarmos com a nossa sombra.
O Diabo, A Torre e A Lua. Se as três estiverem juntas num mesmo momento
teremos a oportunidade de perceber as nossas pequenas misérias e os nossos
pequenos e grandes medos em um só momento. O que significa que podemos
superar, nesse momento, as desconfianças, dúvidas e perturbações do ego
mais facilmente.
O número 15, composto do número 1 do Mago e do número 5 do Papa, é
altamente incongruente. Se de um lado temos um ladrão e manipulador, do
outro temos o rigor e a ordem, o que nos parece um verdadeiro inferno. Essa é
a divisão irregular da carta do Diabo. O número 5 tem que medir esforços com
o 1, pois o peso e o equilíbrio entre eles não é proporcional.
O número 16 é o 8 da Justiça duplicado e o 4 do Imperador
quadruplicado. Por isso a carta da Torre é a carta de maior densidade do Tarot.
Tudo nela é terra convulsionada. É a matéria que se desfaz e desaba sobre si
mesma.
E o número 18 é o número da terceira e última iniciação. O momento em
que deixamos nossa juventude e passamos para o mundo adulto. É o momento
da nossa inserção efetiva na sociedade. Dúvidas e incertezas pairam sobre o
nosso destino quando completamos 18 anos.
É o momento mágico, oculto, uma outra dimensão. É o choque com a
dualidade. É o homem e a mulher agora como animais, como opostos, mas
também como complementação. É quando as coisas vão se fundir. Ninguém
quer mistério, todo mundo quer certeza. Ninguém quer conviver com o escuro,
mas as dificuldades, as incertezas, os medos nos jogam na obscuridade da
alma. O amor remete à carta 19. A paixão, a esta carta 18.
O pântano é cheio de vida, de energia, de riqueza. O petróleo, por
exemplo, vem do centro da terra e dos oceanos, do pântano, do que está
escondido. E o que você sente vem à tona. Simboliza a tristeza ou porque você
perdeu alguma coisa preciosa ou porque está identificado com alguma coisa.
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Preconceitos estão ligados a esta carta. Tem a ver com o passado, nostalgias
alimentadas pela sua necessidade de reter o que já não existe mais.
Tanto em seus Aspectos Positivos quanto nos Negativos, a magia contida
nesta carta depende da compreensão do Mago.
Casa 3 - É a casa que ela mais sai porque é a casa da família. Fofoca,
discussão, comunicação ruim. Se o consulente perguntar sobre pequena
viagem, e sair esta carta, é melhor não viajar, porque pode acontecer de tudo:
blitz, carro enguiça, assaltos na estrada, etc. Ela indica também que deve
haver cuidado redobrado ao volante.
109
Casa 4 - Angústia interna, preocupações com a casa, a hipoteca. Briga no
lar. Desconforto familiar. Despesas acima das posses. Clima pesado com
possibiidade de manifestações extra-sensoriais.
Casa 9 - Tudo aquilo que se vivia não interessa mais. Está na hora de
mudar. Estudo do oculto e da filosofia oculta. Na magia é uma carta de poder
sobre si mesmo. Controle de todos os medos e surgimento de uma profunda
confiança interior. Intuição desenvolvida. Magia e capacidade de conhecer o
futuro. Clarividência desenvolvida.
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desvendado. É a capacidade de se tirar os véus da ignorância para poder olhar
o mundo com os olhos da Verdade. É a coragem de ultrapassar limites e
encarar aquilo que ficou escondido por preconceitos ou culpas. Doenças: vírus,
câncer, angústia, depressões.
111
O SOL
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Após uma noite muito escura vem sempre um dia de forte Sol. A carta do
Sol, também conhecida como O Amor, é a carta de maior energia do Tarot. É a
energia da espiritualidade, do amor universal. Por isso, as duas crianças estão
praticamente nuas, desprovidas de qualquer proteção, a não ser o muro ao
fundo que as isolam do mundo. É o encontro das nossas crianças dentro de
nós. As duas colunas, já transformadas em homem e mulher aqui representam
a pureza no coração dos amantes.
A pessoa representada pela Lua é um refletor da luz, enquanto a pessoa
representada pelo Sol se tornou a fonte de luz, incorporando as qualidades da
sabedoria e da espiritualidade. Ela não é mais simplesmente um espelho como
a Lua que reflete a luz do Sol sem ser capaz de radiar calor por si mesma. Ela
achou a fonte de luz suprema, irradiando sabedoria e amor divino sobre o
mundo inteiro, inundando-o com a luz da transformação amorosa. É a carta do
Sartori, a mais bela e forte experiência que o ser pode experimentar antes da
Iluminação final.
É uma carta de realizações afetivas. E, detalhe, as gotas que caem do Sol
é a energia que alimenta a Terra e todos os seres que vivem sobre ela. É uma
carta de felicidade em todos os sentidos.
Aqui o Mago inicia a última via. A soma dos algarismos desta carta nos
remete à carta 10, que também somada nos leva à carta 1, de volta ao Mago.
Simboliza a alma gêmea, união, Samadhi, Sartori, encontro. Aquilo que
mais representa Deus é o Sol. Os maias, incas e astecas adoravam o Sol como
deus supremo. O deus para eles era a fonte de energia permanente que vinha
do Sol. O sol simboliza a energia maior, a luz e o alimento. A união com o
absoluto, com a energia da unificação. Duas metades formam um inteiro
através do casamento, da aliança, do encontro de duas pessoas jovens
simbolizando pureza e idealismo.
Se o sol deixar de existir, tudo desaparece. Esse Arcano é perigoso
porque se temos sabedoria e compreensão dos nossos sentimentos, tudo bem.
Mas, se não, esse mesmo Sol vai acabar nos queimando porque a energia
que vem dele é a mesma energia dos explosivos, das bombas atômicas.
Alguma coisa nova e transformadora está sendo amadurecida em toda a
humanidade, assim como a fruta é amadurecida através de um processo
químico causado pelo aquecimento dos raios do Sol. O nascimento de uma
―Nova Humanidade‖ requer a conclusão de um processo descrito em velhos
textos alquímicos. A Fênix queima somente para levantar das cinzas um novo e
magnífico pássaro. O que significa que a nossa fênix, gestada na carta da lua,
113
agora se ilumina em roupas novas e alcança voo em busca da inspiração e do
amor.
Casa 1 - Significa que a pessoa que está se consultando tem luz própria.
Pode significar também que ela está em comunhão amorosa com outro ser.
Pode se referir a um filho que acabou de nascer, por exemplo. São, em geral,
pessoas puras, idealistas, filosóficas, altruístas. Pode estar nascendo um
período de entrega, muito positivo. Desenvolvimento em todos os domínios,
sorte e proveito. Período de êxito.
114
para o que se relaciona com a casa e o lar. Para os solteiros, possibilidade de
um novo matrimônio. Sorte no plano imobiliário.
115
Casa11 - Boa relação com amigos. Pessoa cheia de sol e de energia para
com os amigos. Possibilidade de transformação de amizade em amor. Grupos
voltados para energia do Sol, como os surfistas e esportes nas praias.
116
O JULGAMENTO
117
Diferente da Justiça, que julga a partir das leis mundanas, O Julgamento
seria a Justiça divina, com suas leis próprias. É a Ressurreição. As duas
colunas da Justiça aqui se materializam uma como homem e a outra como
mulher.
O anjo anunciador toca para que os mortos ressuscitem para o julgamento
final. A energia da carta é de transformação plena. O que estava morto revive,
não no sentido de reviver o passado, mas no sentido de um renascimento
completo, com uma identidade absolutamente nova, sem nenhum ponto de
contato com aquilo que já passou.
Além da carta 8, Justiça, podemos analisar esta carta 20 pelas cartas 6 e
15. Não há mais aqui uma prisão como na carta 15. Há um resgate das três
figuras da carta 6, no que parece ser um casamento. A figura de costas, azul, é
o equilíbrio necessário entre a mulher (princípio yin) e o homem (princípio
yang). Esta figura azul parece ser também o que vai oficiar o casamento, ou
seja, ele será o mestre que vai possibilitar essa união. O anjo, na verdade,
tomou o lugar do Cupido, pois não se trata mais de uma paixão, mas do amor
incondicional de um ser por si mesmo. Ou seja, esse casamento, no plano
espiritual, será um casamento andrógino, de um único ser unindo suas duas
partes, antes separadas.
Uma personalidade Julgamento é uma pessoa de ideais revolucionários,
com cultura ou espiritualidade ampla. Aquela pessoa que depois que você
conhece nunca mais será o mesmo. Pessoas construtivas, criativas,
renovadoras. Tem o poder de transformação e sedução. É uma carta que pode
desenterrar tanto coisas boas quanto más.
O Julgamento aponta para uma necessidade de pensar bem uma situação.
Um longo e difícil processo pode ser necessário antes que se alcance o
Julgamento. A compreensão abrangente não pode ser alcançada somente
através do intelecto. Corpo, Espírito e Alma (as três figuras abaixo na carta)
são arrastados pelo processo e, instintivamente nos aproximamos daquilo que
suportará nosso florescimento e nos afastaremos daquilo que não nos oferece
ajuda.
É o momento da Morte e da Ressurreição e da posterior Iluminação que
virá com a carta 21.
O Espiritual é a busca daquilo que não se conhece. Procurar consciência
além do lógico, do objetivo, do racional, é uma empreitada nem sempre bem
aceita. Na psicologia esotérica procura-se o lado transcendental, o inconsciente
mágico, aquilo que o homem poderá vir-a-ser. É a saída do mundo concreto
para o mundo abstrato. O anjo faz ressuscitar, reviver aquilo que estava morto.
118
Na carta, o homem é o símbolo do racional, a mulher é o símbolo do amor, e a
figura de costas é o símbolo do conhecimento.
É a carta do Mago e do Astrólogo. Aqui o Mago já tem o instrumental e
está aprendendo como agir. O Julgamento é a Inquietação daquilo que mudou
de fato, porque depois desta carta, nada mais tem importância, a compreensão
mudou. É a passagem da vida física para a vida espiritual. Porta nova que se
abre para uma superação ou transmutação. Transmutação não é coisa para se
adquirir quando se quer, mas coisa que acontece. É a carta da transformação
total.
119
Casa 4 - Mudanças, transformações internas. Pode ser divórcio,
dependendo da Carta na Casa 7. Reavaliação das circunstâncias tendo a
superação do ego como conquista principal.
120
O MUNDO
121
No mundo estão os quatro elementos dispostos em volta da carta. Nela,
os quatro elementos circundam toda a atmosfera para se fundirem num só –
síntese da energia universal. É o que esta Carta significa. Ou seja, de que a
compreensão da Iluminação — esse coroamento a que reporta a figura — só é
possível quando se perde o sentido da individualidade e a personalidade se
dilui no Todo. O Mago descobre finalmente o potencial necessário que habita
em todos nós para atingir o universo pleno e se fundir nele.
Essa é a última carta dos Arcanos Maiores. A grande tarefa foi cumprida. A
gota desaparece no oceano e o oceano verte na gota. Essa conclusão é ao
mesmo tempo um novo começo em um nível mais profundo do ser. O objetivo
final está alcançado - o retorno à Unidade cósmica original. Agora pode-se ver
a si mesmo e o mundo como ele realmente é. Todas as vestimentas e
máscaras se tornaram supérfluas e inúteis porque aqui somos a natureza
original. Estamos girando, no movimento perpétuo da dança do universo. As
fronteiras de nosso pequeno ―eu‖ se dissolveram em união orgástica com o
Todo. O anjo, no canto direito superior, significa o espírito e o elemento fogo,
no naipe de Paus. A águia, no canto esquerdo superior, significa nosso
processo mental e o elemento ar do naipe de Espadas. O leão, no canto
esquerdo inferior, significa as emoções e o elemento água do naipe de Copas.
E o touro, no canto direito inferior, significa o elemento terra do naipe de Ouros.
Numa leitura voltada para as forças da natureza, podemos dizer que Touro
seria a energia dos duendes, anões, dos que vivem nas profundezas materiais.
O Leão seria a gestação da vida, remetendo às salamandras porque o Sol, que
é a energia do fogo, esquenta a terra para que seus filhos possam se
multiplicar. O Anjo nos remete às ondinas e sereias do elemento água. E a
Águia se refere ao ar, ou seja aos elphos e silphos.
Todas as grandes obras de arte usam estas manifestações e mais o éter
da inspiração. Além dessa interpretação, podemos dizer que o Touro significa
nossos sentimentos. O Leão, as sensações. A Águia, o pensamento e o Anjo a
intuição. A figura central está nua e despojada de seus bens. Segura em sua
mão esquerda, a mesma varinha do Mago, o que nos dá a possibilidade de
reconhecê-lo. Apenas uma faixa azul, significando domínio das emoções,
encobrem pequena parte do corpo. À sua volta, uma guirlanda trançada é a
única proteção, sugerindo também expansão da aura e dos corpos sutis, antes
aprisionados no corpo físico.
A energia yin – energia da espiritualidade – prevalece já que a figura é
feminina. As suas pernas desenham o mesmo número quatro da realidade
concreta do Imperador. A perna que está no ar é a esquerda, das emoções,
122
enquanto a do discernimento intelectual está levemente apoiada no chão. Aliás,
há um extravasamento desse chão para o centro inferior da carta, confirmando
a conexão com a terra através das figuras inferiores - touro e o leão - e a
conexão com o divino através das figuras superiores - a águia e o anjo.
Indica que tudo está bem em qualquer plano de nossas vidas, e que o
coroamento pelos nossos esforços já está acontecendo.
123
Casa 4 - O mundo dele é o lar, a casa, a esposa, a família. Compra e
venda imobiliária de envergadura.
124
Casa 12 - Sorte oculta. Cuidados com a saúde, sendo que há possibilidade de
cura. Depressão e euforia, necessidade de centramento porque o mundo é
amplo e o consulente pode facilmente se perder. Voltar para o seu eixo. Muito
cuidado com o despertar kundalini – verificar se o Diabo está na Casa 9, pois
poderá haver provações inesperadas que poderão afetar a saúde. O grande
desafio é a superação das dificuldades físicas para alcançar a Iluminação.
Os Quatro Elementos
e a sua Correspondência nos Arcanos
125
Mas, dito isso, vamos nos ater apenas aos 4 elementos, esperando que o
tarólogo que estuda essas páginas aproveite a informação que acabei de dar
em proveito próprio.
126
O Arcano 18, A Lua, possui o elemento água. É regido por Peixes, e se
estabelece na Lei do Ritmo.
O Arcano 19, O Sol, possui os elementos fogo e ar. É regido pelo Sol, e
se estabelece na Lei das Polaridades.
O Arcano 20, O Julgamento, possui os elementos ar e terra. É regido por
Saturno, e se estabelece na Lei da Reencarnação.
O Arcano 21, O Mundo, possui todos os elementos e mais quatro níveis
de consciência. É regido por todos os astros, e se estabelece na Lei das
Correspondências.
127
propina e situações por baixo dos panos. Representa também as enfermeiras,
as freiras, as beatas, as fanáticas religiosas, as mães de santo, professoras,
detetives, grandes mulheres pensadoras, bruxos e feiticeiras.
128
vendedores, os que trabalham na Bolsa de Valores. As costureiras se
encaixam aqui por analogia com a roda de fiar.
129
Remetem também aos comissários de bordo, professores de yoga e de
ginástica.
Carta 18, A Lua, é uma carta que se volta para os mistérios da vida,
representante dos magos, bruxos, feiticeiros, esotéricos. Tem a ver com
práticas ilícitas e camufladas também, do tipo corrupção nos negócios e envio
de propinas. Remetem aos donos de cemitério e donos de centro espírita.
Pessoas que trabalham à noite como vigias noturnos, músicos, atores, técnicos
ligadas a atividades artísticas e noturnas. Contrabandistas.
Carta 21, O Mundo, são os que lidam com o mundo. Artistas que
atingiram a fama, relações públicas, divulgadores, publicitários, sociólogos,
modelos famosos, atores e atrizes de nível internacional. Artistas, cientistas e
qualquer tipo de profissão que tenha tido reconhecimento internacional.
130
4
10
11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
4
132
Vamos então para o primeiro jogo. Pedimos que o nosso consulente tire
as treze cartas, que ele mesmo colocará de forma fechada sobre cada Casa,
começando pela 0 quando ele quiser saber o presente ou o passado que
desencadeou a situação atual. Quando o consulente quiser ver o futuro
desdobramento das 12 cartas nas respectivas Casas, então a carta 0 se
transforma na carta 13, sendo tirada ao final da disposição das 12 cartas.
Iniciamos a leitura pela casa 1. Então, suponhamos que o consulente retire as
seguintes cartas, considerando a Casa central como a décima terceira:
10
15
6
12
2
17 11
19
8 7
3 14
133
Casa 1 com Carta 17 nos revela aquilo que o nosso consulente é naquele
momento, como resultado de sua vida até agora. Ou ele está de férias ou é
aquela pessoa cuja paz interior é imperturbável porque já adquiriu consciência
de sua importância no mundo. O consulente nos revela a sua ingenuidade e
também a sua leveza nessa carta. É alguém honesto, que gosta da natureza e
se empenha em ser sempre sincero consigo mesmo.
Nesta Casa, que é o Self do consulente, já temos então um perfil
daquele(a) que está à nossa frente.
Na Casa 2 com a Carta 8 temos aquilo que é o mais importante no nosso
jogo. Aquilo que certamente trouxe o consulente até nós. A carta 8, Justiça,
pode significar algum caso judicial que o preocupa ou algo relacionado a
trabalho. Para isso devemos consultar a Casa 7 e a Casa 10 para termos
certeza do que se trata. Acreditamos que o que o trouxe foi uma questão
pendente na Justiça, já que não há nada complicado nas Casas 7 e 10, que
são casas do trabalho.
Na Casa 3 com a Carta 3, temos uma carta de comunicação na casa da
comunicação. Ou seja, a comunicação do nosso consulente está perfeita,
fluindo e confiante. É a casa dos agregados, de pai e mãe, caso não morem
com ele. Parece que nesse quesito está tudo bem. Até agora tudo indica que o
nosso consulente é uma mulher, e é sofisticada, bem vestida e comunicativa.
A Casa 4, que é a nossa casa interior, está ocupada por um Imperador.
Como nosso consulente é uma mulher, ou alguém com aspectos femininos
definidos, podemos afirmar que ela mora com um homem, provavelmente um
marido que a provê, e cujo comportamento é semelhante ao Imperador, dono
dos seus espaços.
Se for um homem a consultar significa que ele é Imperador de seus
domínios. Que a sua casa está sendo firmemente dirigida por ele. Que apesar
da Casa 1 ter a Carta 17, que significa paz e tranquilidade, o Imperador na
Casa 4 significa que o nosso consulente é rígido quando se trata das
obrigações familiares. No entanto, acredito que o consulente é do sexo
feminino. O que é fácil de saber quando o consulente está na nossa frente, é
óbvio.
A Casa 5, que é a casa do prazer, da sexualidade e dos filhos, com a
Carta 14 significa que nessa área a situação está acomodada e bem devagar.
Os filhos estão seguros, mas a vida sexual e afetiva está precisando de um gás
novo. As diversões já não são prazerosas, mas entediantes e sem renovação.
Casa 6 com Carta 7 nos remete ao fato de que na área do trabalho o
nosso consulente é uma pessoa de sucesso, que novas oportunidades estão
134
surgindo e que ele terá a capacidade de escolher com clareza o que é mais
importante. Dando uma olhadinha na Casa 10 com a carta 10, confirma o
sucesso da Casa 6 com a carta 7. A carta 10, a Roda da Fortuna, é a carta de
ganhos financeiros e/ou de mudança para melhor. Como o Carro é uma carta
de mudança, parece significar que o consulente está mudando para um
emprego melhor ou iniciando um investimento promissor.
A Casa 7 com a Carta 19 é bastante significativa, já que a Casa 7 é a
casa em que o outro aparece. No caso, com a Carta 19, esse outro vem cheio
de amor. Voltando à Casa 1 com a carta 17 percebemos então que o
consulente já tem afeição por essa pessoa que lhe oferece seu amor. A carta
17 é a própria cara da afeição, mesmo que esta ainda não tenha se revelado
completamente. É aquela simpatia especial que temos pelo outro. É também
uma carta de prudência no plano afetivo. A carta 19 aqui é um complicador
deste jogo, caso o nosso consulente seja casado. Porque com a Carta 14 na
Casa 5 da sexualidade, com a carta 4 dentro da casa do consulente, e a Carta
17 no self podemos deduzir que a Carta 19 é um sinalizador para uma terceira
pessoa estar se aproximando. Vamos confirmar adiante.
A Casa 8 com a Carta 12 revela que os sonhos estão prejudicados por
sentimentos negativos como culpa e medo. A carta do Enforcado também
pode significar que o medo e a culpa existem porque os preconceitos
engessam o ser em algumas poucas atitudes que provocam sofrimento. E que
é momento do consulente rever seus padrões de pensamento. O consulente
não está apto a discernir e escolher no momento qual o melhor caminho a
trilhar para a realização de seus sonhos.
A Casa 9 com a Carta 15 nos leva a crer, já que a Imperatriz está na casa
3, que o nosso ou a nossa consulente deve estar planejando uma viagem
turística em breve. Se for uma pessoa com desenvolvimento espiritual, com
trabalho de corpo, como por exemplo os praticantes de Hatha Yoga, podemos
dizer que ela está no caminho certo porque há indicação de um despertar da
kundalini acontecendo. Muitas vezes, até mesmo trabalhos de musculação
intensos, que mudam a química corporal, já podem sugerir algo parecido com o
despertar da kundalini, com esta carta nesta Casa.
A Casa 10 com a Carta 10 significa que no trabalho e nas relações
interpessoais, ela terá sucesso com ganhos. Ou encontrará um emprego
melhor, ou terá uma promoção ou, se for patrão ou patroa, terá lucros
inesperados.
Na Casa 11, que é a casa das associações e dos amigos, temos a Carta 6,
que é uma boa carta nesta posição. Significa que muitas pessoas entrarão no
135
seu convívio de forma amigável. Esta é uma carta da dúvida, o que significa
que mesmo sendo boa, ela pede prudência e atenção. Pode nos sugerir que
essa terceira pessoa da Casa 7, pode estar entrando aqui pela Casa 11, casa
dos amigos ou dos colegas de trabalho.
Na Casa 12, que é a casa do nosso maior desafio, aquela que comandará
a Mandala no plano mais inconsciente, temos a Carta 2, que é uma carta onde
os acontecimentos não estão bem definidos, mas dissimulados. É uma carta
perigosa, representante do próprio inconsciente, pode trazer para o consulente
perigos ainda não revelados e que exigem cautela. Com esta carta nessa
posição confirmamos a presença de uma terceira pessoa na vida do
consulente, caso ele seja casado ou tenha compromisso sério, pois a Papisa é
mestre daquilo que é escondido e não pode ser revelado.
Na Casa 13, que é o futuro ou a síntese da Mandala, temos a Carta 11, a
Força. Ou seja, aconteça o que acontecer, o consulente terá o instrumental
necessário, a força e a clareza para lidar com as adversidades, sejam elas
quais forem. Carta típica de quem sabe o que quer. E que a orientação do
Tarot é que não se tome nenhuma iniciativa agora, mas aguarde os
acontecimentos.
Esta é a leitura básica desta primeira Mandala. Como é um curso, a
ideia é introduzir aos poucos aquilo que só pode ser assimilado devagar e com
a prática.
136
5
Mandala do Amor
10
4
11 9
5 3
12 8
6 2
0
1 13 7
7 13 1
2 6
8 12
3 5
9 4 11
10
0
137
Para se entender melhor:
138
ou esposa, o que podem fazer juntos para que os objetivos comuns sejam
alcançados.
Na Casa 11 está o relacionamento com os amigos, os grupos que cada um
traz para o convívio do casal.
A Casa 12 é o desafio da relação, aquilo que precisa ser modificado,
aquilo que incomoda, aquilo que prejudica o cotidiano de ambos.
Então, de posse dessas novas informações, podemos fazer a leitura da
primeira Mandala do Amor.
21 18
9 4
6 14
3
7 1
5 15
17
139
Na Casa 1 do consulente, temos a carta 6, que é o Enamorado, o que
significa que há grande chance de que a pessoa que está à nossa frente esteja
apaixonada. No entanto, esta carta é também uma carta que levanta dúvidas. A
paixão pode ser forte, mas ela precisa conduzir os amantes na mesma direção.
Como a Casa 1 é também a Casa 7 do outro, companheiro ou companheira do
consulente, podemos dizer que o outro tem consciência de que está sendo alvo
de uma paixão. No entanto, como ele tem a Carta 3 na Casa 1, parece que ele
mesmo não está tão apaixonado assim. Ele, na verdade, tem uma Imperatriz
na 1, que é a carta do egoísmo, da futilidade, e também do controle da
situação. Ou seja, o Enamorado na Casa 1 do consulente e na casa 7 do outro
significa que está havendo uma paixão, alimentada pelos dois lados, mas que
tende com maior peso para o consulente. Daí esta casa estar com a carta 6 e
não a 19. Se tivéssemos aí a carta 19 não haveria dúvidas do amor dos dois e
a confiança que o consulente poderia depositar no outro. Mas com a carta 6
significa que o nosso consulente está no meio de algumas escolhas que podem
prejudicar a relação, talvez mesmo em função do comportamento daquele por
quem está apaixonado.
Na Casa 2 do consulente temos a carta 7, o Carro, e na Casa 2 do outro,
temos o Imperador, carta 4. O carro significa que a necessidade maior do
consulente é que tudo se organize de forma rápida, sem atropelos, mas numa
direção segura. Enquanto que o Imperador na Casa 2 do jogo do parceiro
significa que a necessidade deste é manter o seu poder na relação. Percebe-se
aí que ele não está dominado pelas emoções, mas por uma definição da
relação em que ele deverá manter o controle. Podemos até apostar, que o
consulente é uma mulher submissa aos encantos do parceiro e que o parceiro
é um homem dominador, viril e controlador.
Na Casa 3 do consulente temos a carta 5, o Papa e na Casa 3 do parceiro
temos a Carta 18, A Lua. Como é a casa da comunicação e dos agregados,
podemos dizer que a carta 5 sugere harmonia e uma certa sabedoria nesse
plano. Mas a carta 18 significa que há alguns entraves, provavelmente a nível
familiar, e que preocupam.
Na Casa 4, que é a Casa da nossa realidade interior, temos a carta 17
para o consulente, o que significa que há paz e tranquilidade no seu ambiente
familiar. Para o outro, a Carta 8, Justiça, confirma que há realmente controle
rígido também no ambiente familiar. Pode ser que o parceiro seja casado com
outra pessoa e que o nosso consulente esteja em maus lençóis. Como a carta
8 é a redução teosófica da carta 17, pode-se também dizer que a harmonia
140
conquistada com a carta 17 é semelhante à conquistada com a carta 8, cada
um com a sua forma de se encaixar no seu próprio universo. As duas cartas
são cartas de equilíbrio.
Na Casa 5 temos a Carta 15, o Diabo, para o consulente. E a Carta 21
para o parceiro. A carta 15 está no lugar certo. A Casa da sexualidade está
com a Carta da sexualidade. Alguém apaixonado precisa de uma carta dessas
na Casa 5. Já o outro tem a Carta 21, o Mundo, na sua casa 5, o que significa
no nosso caso aqui, já que é também a casa onde os filhos aparecem, que o
outro ou investe nos prazeres ou provavelmente é casado e que o seu mundo
são os filhos, com quem se diverte e investe o seu amor. Vejamos adiante.
Na Casa 6, a casa da saúde e do trabalho, temos a Carta 1 para o
consulente e a 9 para o outro. A Carta 1 é muito boa tanto para a saúde quanto
para o trabalho. Na saúde significa que está tudo bem, que não temos que nos
preocupar. No trabalho significa algo novo, que está começando e que tem
tudo pra dar certo. Já a Carta 9 do parceiro do nosso consulente indica que o
trabalho já está consolidado, mas a saúde está exigindo cuidados. Um check-
up seria bem-vindo com ênfase num oftalmologista, porque o Eremita tem
problemas de visão, que podem ser sérios.
Mais adiante darei uma lista de doenças que podem ser detectadas na
Mandala.
Na Casa 7, temos a Imperatriz para o consulente e o Enamorado para o
outro. Já mencionamos algumas coisas sobre as duas cartas nessas casas.
Temos apenas que acrescentar que provavelmente o consulente já percebeu
que o seu companheiro ou companheira gosta mais de tratar de futilidades e
de coisas prazerosas do que realmente levar a relação a sério. Daí o
Enamorado, e as suas dúvidas, na Casa 1 do consulente. Por outro lado, a
Casa 7 do outro é o Enamorado que significa que o parceiro ou a parceira está
realmente envolvido afetivamente na relação, apesar das dúvidas do
consulente.
A Casa 8, que é a Casa dos sonhos, dos desejos e conquistas, está
ocupada pela carta do Imperador, o que significa que o nosso consulente tem
sonhos bem objetivos. Se for uma pessoa de sexo feminino, como parece ser
em toda a Mandala até agora, o seu sonho é um amante ou companheiro
provedor. Seus sonhos são bem concretos e apontam na conquista da maior
parte daquilo que o consulente deseja. Já a Casa 8 do outro é a Carta 7, ou
seja, sonhos de direção, de conquistas e sucessos mais no plano financeiro.
A Casa 9, que se refere às viagens longas, à prática de meditação, e ao
desenvolvimento espiritual tem a carta 18 para o Consulente e a carta 5 para o
141
outro. A carta 18 é uma carta nebulosa, em que muitas vezes o trabalho feito
na questão espiritual não atinge bons resultados. No entanto, para as pessoas
adeptas da wicca, por exemplo, esta carta, por ser uma carta de magia, é
ideal. A Carta 5 na Casa 9 já é de outro tipo de espiritualidade. Como o Papa
muitas vezes significa o Mestre, podemos investir numa leitura que nos leva a
um certo desenvolvimento do outro, conduzido por um guia espiritual. O que é
surpreendente devido ao enorme ego que ele parece ter com a carta da
Imperatriz na Casa 1. No entanto, muitos sabem que o ego é algo que nos
frequenta até que possamos domesticá-lo, como fazemos com os nossos
monstros, independente de credo, religião ou qualquer outra coisa.
Casa 10, que é a casa das aparências, mas também do patrão, daquele
que domina, e que revela para a sociedade apenas o que quer revelar, temos
para o consulente a carta 8 e para o parceiro a carta 17. A carta 8 é a redução
teosófica da Carta 17. Ou seja, se somarmos 1+7, teremos 8. O que significa
que os dois estão sintonizados socialmente. Um pela Justiça, pelo certo e o
errado, e outro pela leveza, por aquilo que pode até ser condenado
socialmente, mas que ele releva e, por isso, tem uma vida feliz. Bem típico do
Imperador, que reina nos seus domínios, sem precisar dar satisfação a
ninguém, mas nesse caso da carta 17 com mais leveza.
A Casa 11, casa dos amigos, associações, academias e entidades, está
ocupada pela carta 21 para o consulente e a 15 para o parceiro. A carta 21
nesta posição significa que o consulente dá muita importância aos amigos, que
é sociável e lida bem com um número grande de pessoas. A construção de
sua personalidade passa pelos amigos. Já a Carta15 do outro significa que ele
está se envolvendo sexualmente com algum amigo (a) ou alguém que ele tem
sempre acesso, que pode até ser o próprio consulente.
A Casa 12, a Casa dos desafios que os dois terão que enfrentar, está
ocupada pela carta 9 para o consulente e a carta 1 para o seu parceiro. A carta
9, Eremita, nos indica que o maior desafio que o nosso consulente enfrenta na
relação é o medo de ficar sozinho, a solidão. Como também envolve a saúde, a
indicação é que faça um check-up. Já o outro, com a carta 1, nos remete ao
fato de que não há realmente um desafio a ser vencido na relação. Ele está
relaxado e disposto a seguir em frente do jeito que está. Como o Mago é
renovação, talvez a própria relação seja a renovação que ele esperava no
plano afetivo. Na saúde, o Eremita na Casa 6 não é preocupante, afinal, já que
a carta 1 do Mago revela que seja o que for é algo simples e facilmente
curável. Por exemplo, uma simples vista cansada.
142
6
Peladans e Triângulos
Discussão
Resultado
143
Triângulo do Fogo
10
11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
4
144
Triângulo da Terra
10
11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
4
Triângulo do Ar
10
11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
4
145
E, finalmente, o Triângulo da Água, que são os desafios que eu terei que
enfrentar e superar. O que eu vivi na infância, os sonhos e os desafios que
terei. O Arcano é também o 6 porque a Redução Teosófica é a seguinte:
4 + 8 + 12 = 24 = 6
Triângulo da Água
10
11 9
12 8
0
1 13 7
13
2 6
3 5
4
146
10
00
15
6
12
2
17 11
19
8 7
3 14
147
podia ser melhor. É a carta do Amor na Casa do nosso Parceiro. Apenas a
carta 6 na casa dos amigos nos coloca um pouco na dúvida. Parece que o
parceiro da Casa 7 é o mesmo que entra pela casa dos amigos, ou fazendo
parte de um grupo de pessoas amigas do consulente, ou um amigo que virou
algo mais. No geral, as cartas aqui estão boas. A Redução Teosófica é a
seguinte: 3 + 6 + 19= 3 + 6+ 1= 10=1. O que significa que neste triângulo
também teremos novidades.
No Triângulo da Água, das Casas 4 - 8 -12, que é o triângulo do desafio,
temos aquilo que é trazido e cultivado às vezes por anos desde a mais tenra
infância. Seria o nosso legado existencial, as nossas vidas passadas, aquilo
que aprendemos com os nossos pais, com a sociedade, com o universo. Este
Triângulo está ocupado pelas cartas 2 - 4 - 12, que são ao mesmo tempo
cartas de força diante dos desafios, por causa do Imperador, e que contém
também cartas de sacrifício, dor e enfrentamento – carta 12 - com a sabedoria
da Sacerdotisa, que não é pouca coisa. A Redução teosófica é 2+ 4+ 12= 2 + 4
+ 3 = 9, O Eremita, que quer dizer que os nossos desafios deverão ser
pacientemente vividos pela capacidade que o Eremita tem de se tornar um
mestre em seu próprio caminho. O caminho será longo, mas frutífero.
10
15
6
12
2
11
17 19
8 7
3 14
148
O Peladan do Poder se refere às Casas 1- 4- 7- 10. É chamado de Peladan
do Poder porque as cartas que ocuparão essas casas me darão o mapa que
preciso para saber se terei poder para superar as dificuldades. A síntese desse
Poder é a Redução Teosófica dessas cartas.
As Casas Opostas também nos dão uma medida para o nosso jogo. Por
exemplo, a carta 14 está ocupando a Casa 5, dos prazeres e da sexualidade, o
que significa um entrave nas duas áreas. Mas, acima da Casa 5, temos a Casa
9, ocupada pela carta 15, O Diabo, oposta à carta 14, o que significa que
mesmo com entrave, O Diabo indica que o sexo é algo que não sai da cabeça
do nosso consulente, e que isso deve ser levado em conta na Mandala. Há um
conflito sexual claro aí. E por aí vai. Ou seja, a Casa que estivar acima é o que
se passa nos pensamentos do consulente. E as Casas que estiverem abaixo
são as de estrutura, de base.
Agora, de posse das informações que obtivemos com os Triângulos e os
Peladans, podemos fazer uma leitura mais aprofundada da Mandala.
No entanto, suponhamos que o nosso consulente tenha também uma
pergunta específica sobre amor, por exemplo. Ele quer saber o que o outro
significará para ele no futuro. Ao colocarmos a Mandala, sabemos que a Casa
13 pode ser para nós a síntese futura das 12 Casas. Então, já temos a síntese
do que poderá acontecer com todas as Casas da Mandala, que envolvem
amor, trabalho, dinheiro, saúde, etc. Mas para respondermos a essa pergunta
do consulente temos um recurso maravilhoso. Usamos as Derivadas.
Estabelecemos que a Casa 7, que é a Casa onde vemos o outro, o parceiro do
nosso consulente, agora deixa de ser a Casa 7 e passa a ser a Casa1 . Então
todas as outras subsequentes serão derivadas dessa nova Casa1, e
renumeradas a partir desta primeira. Vamos ver como ficaria.
Acompanhando a mesma Mandala acima, podemos dizer que a Casa 1
seria ocupada pela carta 19, a Casa 2 pela carta 12, a Casa 3 pela Carta 15, a
Casa 4 pela Carta 10, e assim por diante. Fazendo a primeira leitura, podemos
dizer que o parceiro do nosso consulente lhe daria amor, mas haveria
problemas a serem discutidos e reavaliados. A Casa 2, ocupada pela Carta 12,
significa que o nosso consulente teria provavelmente problemas de liberdade
150
nessa relação. O Enforcado nesse lugar pode conter elementos que
desagradarão o consulente e o impedirão de ter aquilo que realmente deseja. A
Casa 3 ocupada pela Carta 15, que é a casa da comunicação, significa que o
nosso consulente teria que enfrentar brigas e dissabores no futuro para poder
manter essa relação, e a Casa 4 ocupada pela Carta 10 significa que mesmo
com as dificuldades que pudessem aparecer, o envolvimento com este parceiro
aponta para a construção de algo melhor.
Enfim, podemos fazer a leitura de toda a Mandala iniciando na Casa que
quisermos, mantendo a relação entre as casas e cartas para que possamos
responder a um número infinito de perguntas. Suponhamos que queremos
saber sobre a nossa saúde ou o nosso trabalho, iniciaríamos a Mandala na
Casa 6, transformando-a em Casa 1 e percorrendo todo o caminho em busca
de orientação, renumerando as demais casas.
As Casas Derivadas também podem ser olhadas na relação imediata com
a anterior ou a subsequente. Pegando a Casa mais importante da Mandala,
porque se refere aos nossos sonhos e ao inconsciente, a Casa 8, podemos
dizer que as Casas 9 e 7 são as derivadas da 8, que aqui vira a nossa Casa 1.
Ou seja, a Casa 9 sempre será a Casa 2 da Casa 8. O que, nesse caso
significaria que o nosso maior bem (espiritual), já que na Casa 2 está o nosso
maior bem, seria a realização de sonhos inconscientes da Casa 8. E a Casa 7
será sempre a 12 da 8, ou seja, seus desafios.
A Casa 10 é a 3 da 8. A Casa 11 é a 4 da 8. A Casa 12 é a 5 da 8. E assim
por diante, bastando apenas inferir sobre o significado das Casas sob a luz dos
sonhos inconscientes da Casa 8.
No jogo da página 131, a Casa 8 está ocupada pela Carta 12, o que por si
só já dá pra encher um livro com milhares de páginas. Mas como a nossa
intenção aqui é mostrar as múltiplas possibilidades na leitura aprofundada da
Mandala, sem precisarmos tornar esta leitura algo de difícil entendimento,
temos certeza que o entendimento geral das Casas Derivados já foi assimilado
aqui. Então, vejamos.
No nosso exemplo, a Casa 9 está ocupada pela Carta 15. Como a Casa 9
é a 2 da Casa 8, podemos dizer que a Carta do Diabo (15) é a 2 do Enforcado.
Ou seja, que o nosso Enforcado pode se libertar se usar a sexualidade como
instrumento de libertação. E este fato é aquilo que parece ser o mais
importante nesse momento nos sonhos do nosso consulente. Se quisermos,
podemos fazer o mesmo para as outras cartas que ocupam as Casas
subsequentes à 8. O que cada uma significa na Mandala e que se refere à
Carta da Casa 8 exclusivamente.
151
Com a prática, com a intuição e com a memória podemos transformar o
nosso dia-a-dia algo prazeroso e confortável. O Tarot é uma conversa com o
inconsciente e, como toda conversa, precisa de duas pessoas dispostas a
entender o que cada uma está falando. Para isso temos recursos que
principalmente a Mandala pode nos fornecer. Podemos, na verdade, fazer o
que quisermos com o Tarot, apenas respeitando algumas regras básicas. Mas,
podemos manipular os Arcanos de forma a acessar aquilo que nem mesmo
nós sabemos a nosso respeito. Podemos conversar com as cartas a fim de
descobrirmos os seus mistérios. De repente, uma carta que nos livros se
encontra descrita de uma determinada maneira, pode nos revelar uma outra
faceta que sequer suspeitávamos. É claro que isso demanda tempo e
disponibilidade. Mas a intuição desenvolvida faz milagres e é com ela que
temos que contar para sermos tarólogos excepcionais.
Para completar o nosso jogo, devemos dizer que há três tipos de casas
astrológicas, que podemos também usar na Mandala. São as Casas Angulares,
Sucedentes e Cadentes. Há sempre tensão com as casas angulares, que são a
1 e a 7, a 4 e a 10. São Casas que ativam e geram energia. A Casa 1 e a 7 são
casas opostas, e a tensão entre elas está na dificuldade que o Ser na Casa 1
terá para se relacionar com o seu parceiro na Casa 7. A Casa 4 está em
oposição à Casa 10. Pode-se entender que há um conflito permanente em se
ficar em casa, no conforto dos que amamos, do que ir para a Casa 10 e
conquistarmos uma carreira.
As Chamadas Casas Sucedentes estabilizam e concretizam a energia, e
são as Casas 2 e 8, e a 5 e 11. Já as Casas Cadentes distribuem, reajustam e
reorganizam a energia. São as Casas 3 e 9, 6 e 12. As Casas Sucedentes e a
Cadentes cruzam a Mandala em diagonal.
A Casa 2 em oposição à 8 nos mostra o conflito que a pessoa vive entre
aquilo que ela possui e os sonhos daquilo que ela realmente gostaria de ser,
ter ou fazer.
Na Casa 5, oposta à Casa 11 vê-se nitidamente o conflito daquilo que
quero fazer ou viver na 5 e aquilo que o grupo ao qual pertenço quer fazer e
viver na Casa 11. No entanto, pode haver convergência de interesses, como
por exemplo criar uma obra de arte na Casa 5 – quando então sairia aqui a
Carta 6, o Enamorado - para o mundo da Casa 11, quando então aqui sairia a
Carta 21, o Mundo. Nesse caso, a obra de arte teria encontrado o caminho
certo para ser reconhecida.
152
A Casa 3 fala da natureza de uma mente mais analítica e concreta
enquanto que na Casa 9 a mente é mais abstrata e intuitiva. Daí pode nascer
um conflito ou um equilíbrio, dependendo das cartas que sairão nas duas.
153
7
Mandala da Saúde
9
5
12
2
1 11
4
3 15
8 16
18
155
A Casa 1 ocupada pela Carta 1 é um bom sinal. A nossa consulente tem
boa saúde. Está grávida por causa da Carta 2 na Casa 12, com infecção no
útero por causa da carta 18 na 4 e com risco de aborto, por causa da carta 16
na Casa 5. Isso é o que aparece imediatamente na Mandala, chamando a
nossa atenção. No entanto, ela não sabe ainda dos riscos que está correndo. A
Casa 3, ocupada pela Imperatriz denota a sua inconsciência, já que ela está
voltada para questões estéticas, que é o que ela dá mais importância no
momento. Vamos verificar se a leitura é essa mesma.
Levando em consideração que a Casa 1 se refere à testa, olho direito e
cabeça, podemos dizer que aqui está tudo OK. Na casa 2, ocupada pela
Imperatriz, que também é uma carta saudável, podemos dizer que no olho
esquerdo, mãos, pescoço e garganta está tudo bem.
A carta 8 na Casa 3 confirma que há problemas, mas que não são muito
sérios. Como a Casa 3 se refere a pulmões, braços e clavículas, podemos
dizer que aí a Carta 8 mantém tudo em certo equilíbrio.
A carta 15 na Casa da saúde é mais um indicador de problemas nos
órgãos sexuais. É necessário investigar imediatamente o que está ocorrendo
sob o risco de aborto e de complicações mais sérias de saúde. Pode ser uma
infecção por bactéria, tipo clamídia, e que causaria sérios problemas se não for
detectado imediatamente.
O fato da Casa 7 estar com o carta 4, o Imperador, significa que as vias
urinárias, apesar de próximas aos órgãos sexuais, estão preservadas,
indicando que a infecção não seria tão séria, se a consulente não estivesse
grávida.
A carta 12 na Casa 8, que é a casa dos órgãos sexuais, mais uma vez
confirma a nossa suposição, pois o Enforcado padece sempre de algum mal.
Mesmo, em geral, tendo problemas respiratórios, já vimos que esta parte está
saudável na nossa consulente. No entanto, ela está Enforcada nos sonhos e no
inconsciente porque o filho, que ela provavelmente tanto espera, está sendo
ameaçado.
A carta 9 na Casa 9 nos indica que a nossa consulente poderia fazer um
check-up completo porque há outros órgãos, como a visão, que podem estar
comprometidos. A Carta 7 na Casa 10 nos leva a crer que realmente o
aparelho urinário não foi afetado. A carta 5 na Casa11, indica que um bom
médico estará entrando na casa dos amigos, provavelmente num curto espaço
de tempo. O que será providencial.
156
A carta 2 na Casa 12, vimos que é algo que ameaça a gravidez, mas é
também a confirmação de que outros órgãos, como a visão, podem ser
afetados.
E a carta 11 ao centro sugere que a consulente tem força suficiente para
encarar as adversidades e que tudo parece que ficará bem. No entanto, há
sério risco de aborto, mesmo assim.
A nossa sugestão é que a consulente procure um bom ginecologista
imediatamente. E também um oftalmologista.
Este exemplo, bem superficial, não pretende criar pânico nem intimidar.
Em geral os problemas de saúde são sempre mais simples do que a nossa
imaginação. Por isso, um Tarólogo jamais pode abrir um jogo e proceder a
leitura usando a imaginação. Para tanto terá que desenvolver a intuição, a
sensitividade, e se depois disso tudo ainda houver risco de doença mais séria
para o nosso consulente, começar a promover a cura através das cartas, como
foi sugerido aqui neste livro, anteriormente.
Cuidado sempre com o que sai de sua boca, a legitimidade de um
Tarólogo está na proporção de seus acertos. Posso dizer que você estará apto
a alcançar 100% de acertos quando afastar o ego e se tornar um canal, ou
seja, um facilitador para que a consciência do outro possa enxergar a si
mesma.
Evidente que esse é um caminho longo mas frutífero, e que um Tarólogo
de excelência se faz com a prática, o estudo, a meditação, a entrega e um
especial amor pela humanidade e pelo nosso planeta.
157
8
Mandala da Casa
Nas casas 1 e 5 podemos ver a fiação elétrica. E nas casas 11 e 12, os canos
e infiltrações.
158
Então, suponhamos que o nosso jogo tenha sido aberto com as seguintes
cartas:
15
2
12
18
3 21
9
6 16
7 17
13
Fazendo uma leitura simples e rápida, podemos dizer que a Mandala abre
com uma boa carta, a da Imperatriz, o que significa que a aparência da casa
está ótima e a fiação também. Deve ter sido pintada recentemente e a fachada
não precisa, no momento, de nenhum retoque. Assim como a carta 17, na
Casa 5, nos indica também que a parte elétrica está OK.
Na Casa 2, podemos já nos preocupar. Há consertos a serem feitos nos
eletrodomésticos, mas nada muito grave. Tipo liquidificador velho, ou chama do
fogão queimando a panela. A Carta 6, O Enamorado, é sempre dúbia, mas não
é de todo ruim.
Na Casa 3 parece que as coisas estão bem encaminhadas. O telefone, os
computadores, a internet parecem estar funcionando bem e nesta área não há
nada a fazer no momento, com a carta 7 , O Carro, que é a Carta dos
caminhos abertos e do sucesso.
Na Casa 4, com a carta 13, a coisa complica. Parece que teremos que
começar os cuidados com a casa pelos quartos. Parece haver infiltração, já
159
que as casas 11 e 12 estão ocupadas pelas cartas 2 e 18, que são cartas
complicadas. A Casa 4 é o quarto do casal ou do consulente.
Na Casa 5, tudo está tranquilo. O quarto dos filhos, a sala da tv, o quarto
dos brinquedos, se houver, está tudo bem com a carta 17.
Na Casa 6, a situação complica novamente e então começamos a
entender que a cozinha deve ser perto ou contígua aos quartos. Também a
cozinha está com problemas e precisa de obra urgentemente porque a Carta
16 sugere isso com uma certa presteza. Esse fato nos leva a crer que a
infiltração encontrada no quarto do consulente provavelmente vem da cozinha.
No entanto, no quarto de hóspedes (se houver), nada a acrescentar. O
Eremita nos indica tranquilidade nesse cômodo da casa.
Nas Casas 8 e 9 temos problemas sérios. A carta 12 na casa 8 significa
que, provavelmente, a infiltração também vem de um dos banheiros ou da
lavanderia.
A Casa 10, está tudo OK, com o Imperador.
E as Casas 11 e 12, nos indica que a carta 2 sugere algo ainda
desconhecido, porque está oculto. E a carta 18, sugere que há problemas que
vão implicar num gasto extra.
Podemos concluir que temos problemas no quarto do consulente, na
cozinha, nos banheiros e na lavanderia, que devem ser próximos uns dos
outros. O problema pode ser no encanamento que percorre quase toda a casa,
e que pode estar rompido ou com algum vazamento para o quarto do
consulente.
Assim, tivemos um mapa aproximado daquilo que temos que dedicar a
nossa atenção e aquilo que não precisamos nos preocupar.
Este é apenas mais um exemplo rápido do que você pode fazer com a
Mandala. Ela é o Mapa de Acesso ao seu inconsciente, ao inconsciente
daqueles que estão envolvidos no jogo aberto. Use a seu favor e a favor dos
demais.
Claro que você pode abrir as cartas para jogos de pouca importância que
servem apenas como entretenimento. No entanto, à medida que você evolui na
compreensão dos Arcanos e nos arquétipos que eles representam, o seu Tarot
tenderá para questões que envolvam o desenvolvimento humano e a
compreensão emocional, intelectual e espiritual que nós e os nossos
consulentes terão na medida em que também o tarólogo evolui em sua
caminhada. Realmente, as cartas não mentem jamais, mas nem sempre
estamos aptos para a leitura e nem sempre o nosso consulente está pronto
160
para entender as mensagens. No entanto, todo o esforço na ampliação da
consciência dos dois envolvidos deve ser o objetivo final na abertura das
cartas.
Agora vamos disponibilizar duas Mandalas para você exercitar. Mas,
lembre-se, nenhum exercício substitui a prática. Chame seus amigos e abra
algumas Mandalas para eles, avisando que se trata ainda de estudos que você
está fazendo com o Tarot. Brinque à vontade para um dia acontecer de estar
apto para se envolver com a magia do Tarot em todos os momentos da sua
vida.
161
Exercícios
162
Exercício 1
Vamos supor que o nosso primeiro consulente seja uma pessoa de mais
ou menos 40 anos, do sexo feminino. Nada mais sabemos a respeito dessa
pessoa. Pedimos, então, que ela embaralhe os Arcanos Maiores, corte em três
montinhos, que recolheremos ao contrário, ou seja, o terceiro montinho, depois
o segundo e depois o primeiro. Pedimos então que ela retire 13 cartas, já tendo
definido com ela que a décima terceira carta será a síntese da Mandala, e será
colocada ao centro.
Vou ensinar um macete que já havia ensinado no meu livro anterior. A
última carta do baralho, logo após termos recolhido as cartas, chama-se carta
oculta. Devemos levar esta carta em consideração porque ela nos revela
aquilo que o consulente quer ocultar até de si mesmo, tendo então importância
e peso na nossa leitura.
17
12
3
8
5
9 6
1
4 7
13 10
19
163
E vamos supor que a carta oculta tenha sido a carta 15, o Diabo.
Faça a leitura de cada carta em sua casa correspondente. A carta 9, que é
o self, na casa 1, o que ela significa. A carta 4 na Casa 2, e assim por diante.
Após completar a leitura, leia os peladans, fazendo a Redução Teosófica e, em
seguida, os Triângulos, também fazendo a Redução Teosófica. E, então, as
casas opostas e angulares, vendo o que elas significam em relação com a sua
opositora. E, finalmente se quiser, esta leitura não é obrigatória, interprete as
Derivadas.
Logo a seguir vou disponibilizar a resposta. Mas só a visualize depois que
fizer a sua própria experiência de leitura sozinho.
Anote no seu caderno de estudo, é absolutamente necessário que você
tenha um para registrar todos os jogos e as devidas datas, até que tenha
experiência suficiente para prescindir dele. O interessante é que depois de
muito praticar e anotar todos os jogos você terá a medida do seu
amadurecimento.
164
A carta 10 na casa 5 confirma que há um novo amor surgindo e que o sexo
tem sido um componente importante nos prazeres da consulente.
A carta 7 na casa 6, indica que no trabalho há um clima de sucesso e
euforia. Que neste setor a nossa consulente parece estar se deslocando para
um trabalho melhor, cujo sucesso poderá vir rapidamente. A carta 17 na Casa
10 confirma que o momento é de esperança que novas conquistas aconteçam.
Olhar a Casa 10 com a Casa 6 é sempre adequado, já que as duas se referem
a trabalho. A saúde parece que vai bem com a carta 7, mas verificar se há
problemas relacionados a aparelho urinário, rim, bexiga, etc.
A grande novidade é a carta 1 na Casa 7, ou seja, parece que no plano
afetivo novidades ocorrerão. Como estamos vendo que há possibilidade de
casamento na Casa 4 com a carta 19 e na Casa 5 com a carta 10, deduzimos
que a nossa consulente está nesse momento vivendo uma situação afetiva que
conduzirá a um desfecho feliz.
Voltamos novamente à casa 2 e verificamos que esse Imperador parece
ser alguém concreto que, neste momento, representa o bem maior da nossa
consulente. Provavelmente é a pessoa com quem ela pretende ter um
relacionamento sério.
Voltando também à Casa 1, com o Eremita, podemos deduzir que a nossa
consulente é uma pessoa só, consciente, madura e que está refletindo
bastante sobre essa provável união que está prestes a acontecer, talvez com
uma certa expectativa em relação ao desenrolar dos acontecimentos.
A carta 13 na Casa 3 pode também estar influenciando na decisão, já que
há uma previsão de morte ou de grande transformação em relação aos pais ou
familiares que podem estar deixando este Eremita, neste momento, mais
recolhido em seus próprios pensamentos.
Carta 8 na Casa 8, casa dos sonhos e dos desejos íntimos, podemos dizer
que a nossa consulente é muito racional e gosta de organizar tudo para que
nada saia do seu controle. E que um casamento formal, dentro da lei, é o que
no fundo conta em sua matemática afetiva.
A carta 12 na Casa 9 indica que ela é uma pessoa com ideias negativas
que podem prejudicar o encaminhamento das novidades que estão por
acontecer. Apesar de ser uma pessoa altruísta, esta carta nesta casa, neste
momento, pode ser prejudicial. Quando formos fazer a leitura diagonal das
cartas e a sua relação com as outras poderemos perceber que a Casa 3 e a
Casa 9 aqui são complementares. Parece, portanto, que o que está ocorrendo
na Casa 3 está influenciando a 9.
165
A carta 17 na Casa 10, apesar de ser uma carta com bons fluidos, significa
também a não ação, A Espera. O que significa dizer que o novo trabalho que
aparece na casa 6 ainda precisa de tempo para se consolidar e que a Estrela,
ou a Esperança, que é um outro nome para esta carta, é a maneira mais sábia
de permitir que o tempo coloque tudo em seu devido lugar.
A carta 3 na Casa 11, casa dos amigos e associações, significa que a
nossa consulente tem amigos com um certo poder aquisitivo e que a
incentivam em seu dia-a-dia. É uma pessoa bem relacionada e vive cercada de
pessoas que acreditam nela.
A carta 5 na casa 12, que é a casa dos desafios, significa que o Papa a
ajudará a sair de qualquer provação, inclusive as adversidades apontadas na
Casa 3.
Em síntese, com a carta 6 no futuro, indica que a questão principal da
consulente é a sua vida afetiva que parece estar se renovando agora com um
provável pedido de namoro mais sério ou até mesmo casamento. No entanto, a
tendência dela é ainda pesar os prós e os contras porque não está cem por
cento segura das consequências de suas escolhas.
Você poderia interromper a leitura nesse estágio, porque aquilo que as
cartas nos revelaram até agora já seria suficiente. Mas, suponhamos que nós e
a consulente não estejamos satisfeitos e que queremos aprofundar os motivos
das dúvidas e as dificuldades que ela ainda terá que enfrentar. Vamos então
usar os Peladans e depois os Triângulos.
9 10 19
17
166
A Carta 10, A Roda da Fortuna, é uma carta que anuncia a mudança em
geral para melhor e que conduzirá a nossa consulente por caminhos que
podem trazer uma série de benefícios e de novas oportunidades.
4 16 10
12
3 9 7
167
Ou seja, o que as cartas, nos seus posicionamentos nas casas, não
haviam revelado, mas apenas sugerido, aqui aparece com mais intensidade
por causa da Torre na Redução Teosófica do Peladan do Amor.
10
9
=13
12
17
4
=19
168
O Terceiro Triângulo, que é o Triângulo do Ar, o Triângulo Social, que são
os amigos, o afeto distribuído entre as pessoas que escolhemos para o nosso
convívio. Este triângulo, com as Casas 3 - 7 -11, estão ocupadas pelas cartas
13 -1 - 3, que nos dá a Redução Teosófica, 13 + 1 + 3 = 8
13
=8
O que significa dizer que no afeto ela é uma pessoa rígida, que mede as
amizades pelo fio da navalha. Não entende que os amigos e as pessoas de
seu convívio têm dificuldades que podem ser superadas se ela puder lhes
conceder um pouco de tolerância. Esse seu comportamento deve nos dar uma
dimensão melhor do que ela está fazendo com este amor que lhe chega.
E, finalmente, o Triângulo da Água, que são os desafios que ela terá que
enfrentar. Esses desafios são muitas vezes originários de nossa história de
vida, que começam na infância e se desdobram depois em características do
ego ou daquilo que chamamos de personalidade. Neste Triângulo, ocupado
pelas Casas 4 - 8 -12, as cartas correspondentes são: 19 - 8 - 5, que nos dá a
seguinte Redução Teosófica: 19 + 8 + 5 = 14, A Temperança. Pois o grande
desafio da nossa consulente é a paciência necessária para poder alquimizar
seus próprios sentimentos que estão sendo revolvidos por negatividades que
precisam ainda ser depuradas. Provavelmente uma história de fracassos
sentimentais que a fazem desacreditar do outro, seja ele quem for.
169
5
19
=14
170
momento de amenizar um pouco para evitar consequências ainda mais
funestas.
Esta leitura foi feita sem nenhuma conversa com a consulente, sem que
ela expusesse no decorrer do jogo nenhuma apreensão a respeito de nada, o
que é muito raro. Em geral o jogo vai tomando contornos mais realistas na
medida em que trocamos informações com o consulente para sairmos do plano
da suposição e entrarmos no plano do aconselhamento.
Mas, mantendo a leitura feita, acredito que tenhamos já um mapa
completo da situação. Cabe agora à consulente, de posse da nossa leitura,
efetivamente utilizar essas informações na sua vida, com mais compreensão
sobre aquilo que a está prejudicando. A paciência é o seu desafio e a sábia
decisão do Eremita em avaliar melhor a situação é um ponto a favor e deve ser
o principal norteador da questão. No entanto, cuidado exagerado e excesso de
autoproteção podem ser mais prejudiciais do que benéficos. Aconselharíamos,
nesse caso, menos pensamentos negativos, mais positividade e um pouco de
distensão, para que a avaliação do Eremita não fique tendendo apenas para a
separação.
171
Exercício 2
12
20
8
16
14
6 5
18
4 15
2 11
13
172
A Casa 1 do nosso consulente está ocupada pela Carta 6, que nesse caso
nos revela uma apreensão em relação ao futuro, já que há uma relação de
dúvida com o passado e o presente. Ele nitidamente não sabe o que quer, que
caminho tomar, e o que vai acontecer. A Mandala, de alguma forma, está
direcionada para aquilo que mais o perturba, que é a herança, motivo principal
que o trouxe até nós. E como já sabemos que a questão principal é com os
irmãos, fica evidente que O Enamorado aqui nos revela um emocional alterado
pelo amor que sente por eles, independente da discórdia. Sabemos agora que
ele procura ser diplomático, sociável, mas que há controvertidas opiniões que
esbarram com a dele.
A Casa 2, com O Imperador, nos dá a dimensão da necessidade que ele
sente em objetivar e concretizar seus sonhos. A herança, na verdade, aponta
para a concretização de desejos que podem ser finalmente conquistados se o
que o pai destinou a ele chegar em suas mãos. No entanto, esta Carta é
favorável aos bens, mesmo que haja problemas a serem resolvidos.
A Casa 3 com A Sacerdotisa, nos revela que realmente há fatos não
revelados na Casa dos agregados. Muita discórdia e baixaria, já que a
Sacerdotisa, em seus aspectos negativos, pode manipular e controlar pela
intriga aquilo que ela deseja. Aliás, nessa Casa, a Sacerdotisa é realmente
capaz de promover um estrago na vida de qualquer pessoa.
A Casa 4, também está complicada com a Carta da Morte. A perda do pai,
que parece tê-lo afetado, é um dos motivos para esta carta aparecer nesta
Casa. Mas há também outros fatos Certamente o nosso consulente está
varrendo a sua casa interior, sabendo agora quem está a seu favor, quem
realmente o ama e aqueles que não. Parece bastante decepcionado com a
atitude das pessoas à sua volta e está promovendo cortes que trarão
modificação em sua vida íntima.
A Casa 5, com a Carta 11, não é boa nem ruim. Aqui os prazeres estão
suspensos pela rigidez que ele tem conduzido a sua vida neste momento. Na
verdade, a última coisa que ele quer agora é se divertir ou pensar em sua vida
sexual. Se há filhos, estes estão à margem dos acontecimentos mantendo
uma atitude salutar de força e compreensão.
A Casa 6, com a carta 15 nos revela que há problemas no trabalho,
provavelmente por causa de seu corpo físico que também está sofrendo
alterações. Dívidas acumuladas, que o consulente quer resolver, também são
mais um dos componentes que estão promovendo nele um estado emocional
muito negativo. O conselho aqui é que ele antes de tudo procure monitorar a
saúde, porque na Casa 12 temos uma Temperança com a carta 14, que indica
173
que os problemas de saúde são os mesmos, e que precisam de cuidados
constantes. A Casa 10 com a Carta 12, O Enforcado, confirma que no trabalho
a situação não é das melhores.
A Casa 7 com a Carta 18, A Lua, é um indicativo de que o outro não é
confiável. A desilusão desta carta nesta casa é certa e no caso do nosso
consulente, sabemos que esse sentimento se relaciona ao comportamento e
atitude dos irmãos com ele, na questão da herança.
A Casa 8 com a Carta 16 é uma carta de cautela no domínio financeiro. Há
quebra dos sonhos, e por mais que O Imperador, na Casa 2, seja um
concretizador, muitos obstáculos estão prejudicando o andamento daquilo que
ele havia dado como certo. As dívidas e as dificuldades financeiras aparecem
maiores do que os sonhos de concretização.
A Casa 9, com a carta 20 indica que um dos sonhos são viagens para
locais de energia espiritual como, por exemplo, o Caminho de Santiago, na
Espanha. O nosso consulente pretende viajar assim que a sua parte na
herança estiver a seu alcance.
A Casa 10, com a Carta 12 é bem sintomática das dificuldades pelas quais
o nosso consulente está passando tanto na vida financeira quanto no seu
trabalho. Muito alterado emocionalmente, os prejuízos desta situação está
atingindo também essas áreas. Muito fragilizado, o nosso consulente está
vendo a sua família em crise, o que é para ele algo assustador, e esta carta
aqui nos orienta a ajudá-lo a superar também psiquicamente as adversidades.
Ele parece estar deprimido e sendo acometido por ideias muito negativas. De
uma forma ou de outra a orientação é que nosso consulente procure um bom
terapeuta para iniciar algum tratamento de apoio emocional, porque está
precisando.
Claro que o Tarólogo consciente orientará o consulente sem assustá-lo,
dizendo apenas que ele precisa dar mais atenção à sua saúde e a si mesmo do
que aos problemas familiares. Que todos nós temos problemas, que serão
resolvidos de uma forma ou de outra, e que há momentos em que precisamos
da ajuda de profissionais.
A Casa 11, com a carta 8, nos indica que a questão do ponto de vista
judicial está prestes a ter novidades. E que o fato desta carta ter entrado pela
casa do coletivo, indica que muitos são os interessados e que a contenda será
analisada friamente por todas as partes envolvidas e seus advogados.
A Casa 12 com a Carta 14, nos sugere que a saúde está sob controle e
que o ponto primordial é saber superar este momento alquimizando as
dificuldades. O medo de ficar só, sem a família, que é o seu ponto de
174
referência emocional, também o assusta. A Casa 12 é a casa do nosso desafio,
ou seja aquilo que promoverá uma transformação se tivermos a coragem de
enfrentar. Devemos enfatizar para ele, que a solidão é algo subjetivo e, em
relação à família, muita mudança ocorrerá.
E finalmente, a décima terceira Casa ocupada pelo Papa, nos dá a sutileza
de observar que o nosso consulente não está desprovido de proteção. O seu
mestre interior é sábio e o conduzirá a um desfecho em que todos sairão
apenas chamuscados. Nada que o consulente não possa superar mais tarde.
Significa também o rompimento com estruturas limitantes, o que no caso
familiar é de bom tom, porque nem sempre os nossos familiares são os nossos
melhores parceiros.
18
6 4 13
12
175
carta 12 nos dá a dimensão da prisão que foi erguida e que está impedindo que
ele usufrua do que lhe pertence por direito. A carta 4, O Imperador, na Síntese,
é auspiciosa. O Imperador, mesmo oprimido pelo Enforcado, sabe definir seus
objetivos e avança impiedoso sobre aqueles que merecem conhecer a força de
sua majestade. Apesar de tudo, no Peladan do Poder, ele tem o poder do
Imperador para resolver o que for.
16
4 12 11
176
20
2 1 15
14
20
6
=1
11
177
é a carta do Imperador. Fazendo um parêntesis aqui, acredito que já se pode
perceber que em alguns casos há confusão com a Redução Teosófica. Neste
caso poderíamos dizer que a Redução nos deu a carta 13, A Morte ou a carta
4, O Imperador, já que a soma dos algarismos da carta 13 é 4. Devemos levar
isso em consideração. Então podemos ler o resultado como a carta do
Imperador, tomando o cuidado de passar pela carta da Morte, que também
está ativa aqui. O que significa dizer que o Imperador, apesar da carta 12 na
Casa 10, sabe o que quer. Ele quer atingir e concretizar seus objetivos, doa a
quem doer. Passando a leitura pela carta da Morte podemos dizer que esse
Imperador é quem está ceifando, ou seja, eliminando aqueles que se
colocaram em seu caminho de forma a eliminar aqueles que o estão
prejudicando.
12
4
=4
15
178
8
2
= 19 =1
18
E, finalmente, o Triângulo da Água, que são os desafios que ele terá que
enfrentar. Esses desafios, no caso do nosso consulente, como já vimos, se
refere muito ao seu medo de ficar só, já que a família é a referência afetiva que
ele tem. Neste Triângulo, ocupado pelas casas 4 – 8 -12, as cartas
correspondentes são: 13 - 16 - 14, que nos dá a seguinte Redução Teosófica:
4 + 7 + 5 = 16, A Torre. O grande desafio é a quebra das nossas estruturas. A
queda provocada por sentimentos que ainda estão se entrechocando, não
permitindo que o consulente tenha um distanciamento necessário para
realmente avaliar as consequências futuras. Paciência ativa, é a indicação que
o Tarot dá para o nosso consulente. A paciência capaz de lidar com as
mudanças bruscas que estão acontecendo, procurando alquimizar aquilo que
é negativo, transmutando as consequências para um aprendizado de vida. A
Redução teosófica final da Carta 16 nos dá O Carro, a Carta 7, que contribui
com a Torre quando se trata de rapidamente processar e transmutar os
resultados nocivo das rupturas.
14
13
= 16 = 7
16
179
A Casa 5 com a carta 11 está abaixo da Casa 9, com a carta 20. Ou seja,
A Força está rígida e forte em relação à carta do Julgamento, que significa
além das viagens, o julgamento espiritual que o nosso consulente está fazendo
em relação aos seus próximos. A Força é a base de sustentação adequada
para o Julgamento. E aqui nos lembramos que a carta oculta do nosso
consulente foi a carta 12, O Enforcado, que também saiu na Casa 10. O
inconsciente do nosso consulente neste momento está prisioneiro da situação,
não vendo uma saída.
A carta 13, na Casa 4 está na base da carta 12, o que nos leva a crer que
ao mesmo tempo em que este Enforcado predomina no jogo, a Morte ceifa a
terra eliminando sentimentos antigos, padrões de pensamento, dificuldades
internas, contribuindo com este Enforcado para promover o equilíbrio
emocional necessário ao que está explícito na Casa 3 dos agregados e na
Casa 11 dos amigos. Nestas duas casas, está claro que a Justiça não foi
acionada pelo nosso consulente que, provavelmente, queria um acordo
amigável. Mas foi acionada pelos irmãos, entrando pela casa dos amigos, que
tentam de alguma forma prejudicar o andamento amigável das negociações,
impondo outras regras a serem seguidas.
Quase já no final da leitura, devemos ouvir mais o nosso consulente, para
que ele possa se aliviar um pouco das pressões e também analisar o que está
ocorrendo e modificar para melhor os sentimentos negativos que porventura
povoam o seu espírito.
A partir das orientações que demos aqui, podemos criar uma lista de
estratégias que ele pode seguir para que o andamento da questão não crie
mais dissabores além dos que já foram criados. Essas estratégias incluem
formas de pensamento, atitudes, mudança de crenças, quebra de padrões que
possam criar um clima de aceitação e concordância de todos os envolvidos
para que não haja mais prejuízos emocionais.
O Tarólogo é um conselheiro, que deve usar de sua inteligência e
compaixão para ajudar a todos que o procuram. Como o Tarot é isento de
sentimentos, expondo o que precisa ser conhecido sem nenhum critério de
valor, pode ser utilizado como aquele mediador neutro que poderá oferecer um
leque de opções inteligentes e baseadas em vários fatores. Com a posição
mais distanciada dos problemas, o tarólogo pode ajudar o consulente a
encontrar, também para si, uma posição mais vantajosa diante de conflitos
para que juntos possam promover a paz ao final.
180
Os conflitos devem ser vistos como desafios na superação dos nossos
entraves. É através dos desafios que conhecemos muito de nós mesmos e
partimos para a confirmação ou superação de problemas que envolvem a
nossa personalidade.
A consciência de um Tarólogo se expande na medida em que amplia sua
sabedoria para ajudar cada um que entre no seu espaço mágico, promovendo
uma transformação para melhor. Ele também sofre esse processo de
transformação, se tornando cada vez mais como um vinho de excelente
qualidade para ser sorvido em prol do prazer e bem-estar do outro.
FIM
181
Cartas para Você Imprimir em Papel Cartão, Manusear e Usar
O LOUCO O MAGO
182
A SACERDOTISA A IMPERATRIZ
O IMPERADOR O PAPA
183
O ENAMORADO O CARRO
A JUSTIÇA O EREMITA
184
A RODA DA FORTUNA A FORÇA
O ENFORCADO A MORTE
185
A TEMPERANÇA O DIABO
A TORRE A ESTRELA
186
A LUA O SOL
O JULGAMENTO O MUNDO
187
Autora do Texto
Eliane Ganem, PhD, nasceu no Rio de Janeiro e tem 30 livros publicados no Brasil,
seis no exterior, e muitos deles premiados. Escritora, dramaturga, jornalista, publicitária, é
considerada uma das mais importantes terapeutas holísticas, residente no Brasil. Seu
livro “Os Florais do Dr. Bach e o Eneagrama”, publicado no Brasil, Alemanha e
Espanha com enorme sucesso, tem possibilitado a um grande número de pessoas a
ampliação de suas consciências, em direção à autossuperação. Seu Curso de Tarot,
para iniciantes alcançou um enorme sucesso e tem sido usado como guia importante
para professores e alunos de Tarot. O desdobramento é este seu livro Mandala,
resultado de muitos anos de dedicação e descoberta com as cartas, demonstrando
que as ciências ditas ocultas podem ser desvendadas através do autoconhecimento.
Seu objetivo principal é promover a busca daqueles que a procuram utilizando
ferramentas dos mestres Sufis, do Mestre Osho, e também aquelas desenvolvidas em
seus trabalhos de pesquisa como Doutora em Comunicação e como terapeuta. A
Comunicação Transpessoal, a Programação Neurolinguística, o Eneagrama, os
Florais, o Tarot, a Cura Quântica, o Amor e a Consciência são alguns dos
instrumentos usados em seus cursos e workshops para que os participantes alcancem
definitivamente o verdadeiro estado de excelência. Seus livros de cunho espiritual têm
oferecido aos leitores um instrumental valioso de compreensão da alma humana.
188
Prêmios
As 13 Chaves
- Altamente Recomendável para o Jovem da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil
Coisas de Menino
- Prêmio Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Letras
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O Coração de Corali
- Menção Especial no Prêmio Fernando Chinaglia
- ―Altamente Recomendável para Crianças‖ pela Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil
Todos os Sentidos
- Prêmio União Brasileira de Escritores - Melhor Livro de 2003. Coletânea de
contos de 10 autoras
Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz com o projeto Teatro Lido, junto com
outros autores.
190
Autor das Cartas
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Com o surgimento de uma decoração de interiores sofisticada, apoiada por um
designer avançado, veio toda uma época em que coloquei esculturas e pinturas nos
espaços profissionais das melhores lojas do Rio de Janeiro, como a AMC e Arte
Movimento. Sigo produzindo desenhos e pinturas com bastante regularidade, sempre
para projetos de decoração de interiores.
Recentemente, convidado por Eliane Ganem, minha amiga há muitos e muitos
anos, venho realizar um fascinante estudo do Tarot, que é, segundo penso, a única
coisa capaz de esclarecer alguma coisa nos tempos em que vivemos.
https://www.facebook.com/luiz.c.poland
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