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FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA 1ºano - 2009/2010

AULAS FISIOLOGIA

Potencial de repouso e potencial de acção

Prof. Mário Gomes Marques 04 Janeiro de 2010

Responsável Dra. Isabel Rocha

1ºsemestre fisiologia geral e fisiologia do sistema nervoso autónomo

Matéria de avaliação – capítulos no livro: Principles of medical phisiology

POTENCIAL DE REPOUSO

Potenciais eléctricos através de membranas

Transformações em todas a células (musculares e nervosas)

Potencial electroquímico dos iões: corrente eléctrica compensa a diferente concentração


química entre o lado A e o lado B e leva ao equilíbrio

Equilíbrio electroquímico: potencial=0 EQUAÇÃO DE NERNST

Exemplo: potássio +, para atingir equilíbrio exerce-se corrente -, temos de ter é o valor
correcto, neste caso -60mV

Estado de não equilíbrio: Lado A, lado B, concentrações diferentes, é aplicado potencial


eléctrico que se sobrepõe à concentração, logo o movimento dos iões é no sentido contrário
ao indicado pela concentração.

EQUAÇÃO DE NERNST E O FLUXO IÓNICO

Potenciais causados por difusão:

Sódio

Potássio

Cloro

Potencial de difusão com permeabilidade na membrana a vários iões

EQUAÇÃO DE GOLDMAN

Potencial de repouso da membrana da célula nervosa: -90mV (gerado p uma ínfima


quantidade de iões num espaço de tempo mínimo)

Outros conceitos: BOMBA DE SÓDIO POTÁSSIO: expulsa 3 iões Na+ e entram 2K+, bombeia
continuamente, são electrogénicas, consomem energia, ajudam a manter potencial de
repouso; CANAIS “DE ESCAPE” Na+ e K+, canais proteicos

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Origem do potencial de repouso

 Contribuição do potencial de difusão do K+ - É O MAIS IMPORTANTE / DETERMINANTE

Se fosse o único a contribuir para o potencial de equilíbrio, este seria -94mV

 Contribuição do potencial de difusão do Na+

Para o sódio o potencial de equilíbrio seria 61mV

Para o sódio e potássio a equação dá -86mV

 Contribuição do potencial de difusão do Cl-

Influência mínima, o potencial de equilíbrio é cerca de -90mV

 Bomba sódio potássio

Aumente o potencial em 4mV =-90mV

 Aniões

Não atravessam a membrana, mas podem contribuir com as suas cargas negativas até -
10mV em algumas células

POTENCIAL DE ACÇÃO

Mudança rápida no potencial de membrana, que se propaga a toda a célula com rápido
retorno ao potencial de repouso

Célula é excitável = responde a estímulos

Potencial negativo: hiperpolariza a célula = não há resposta (pq os sinais são iguais)

Despolarizar a célula = resposta

Se for grande e transmitido muito rapidamente a toda a célula, é necessário para desencadear
um potencial de acção, se for pouco, pode ter efeito apenas local

Resposta local: a resposta diminui exponencialmente ao longo da membrana

Potencial de acção

Estímulo = subida do potencial, quando se atinge o limiar, a célula atinge um potencial positivo
e “dispara”, depois começa a repolarização, só ao fim de algum tempo atinge o valor de
potencial de repouso que tinha antes do estímulo

 Tem uma resposta muito maior do potencial, com inversão de sinal


 É propagado sem decréscimo por todo o comprimento da célula
 A amplitude e a forma do potencial é semelhante desde que o estímulo seja supra-
limiar = “LEI TUDO OU NADA”

Potencial de acção – bases iónicas

Pós potencial de hiperpolarização

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Potencial:

- Células nervosas e musculares esqueléticas

- Células musculares cardíacas

- Células musculares lisas

Propriedades:

 Inactivação por voltagem dos canais de Na+ (durante um período de tempo após a
abertura…)

Períodos refractários: absoluto (por mais intenso que seja o estímulo, não há resposta, canais
Na+ estão inactivados por voltagem) e relativo (só há despolarização com estímulos mais
amplos que o limiar)

Acomodação

Quando uma célula é despolarizada lentamente, o limiar de excitação pode ser ultrapassado
sem desencadear potencial de acção – Acomodação

Alguns canais abertos têm tempo para ficar inactivados antes de o número ser crítico e
desencadear potencial de acção

Alguns canais de K+ abrem em resposta à ligeira despolarização

CONDUÇÃO NERVOSA 05 Janeiro 2010

Há vários tipos de neurónios, ao nível do cérebro e cerebelo com um maior nível de


complexidade

Campos sensoriais, campos efectores

Axónios mielinizados (complexo proteico-lipídico) e axónios não mielinizados

Célula de shwann

 Células sem bainha de mielina

Parte interna é negativa em relação à parte externa – potencial de repouso, depois num ponto
há inversão de polaridade: despolarização – potencial de acção, que se percorre de um
extremo ao outro do axónio

Potencial de acção: entra sódio – despolarização

Repolarização (para voltar ao potencial de repouso: sai potássio)

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 Células com bainha de mielina

Quando há despolarização num ponto (inversão de sinal), faz com que o sinal passe de
nódulo de ranvier em nódulo de ranvier (Mielina oferece resistência à propagação do
estímulo), não percorre toda a extensão, logo é muito mais rápido

FASES

Período de repouso; artefacto do estímulo (estimulador); período de latência; nível de


disparo; ultrapassagem (potencial acção); pós-despolarização; pós-hiperpolarização

Potenciais electrónicos

Quando se dão estímulos sublineares o estímulo não chega a ser propagado no axónio

Estudo da condução nervosa: é sempre feito em situações monofásicas (e não bifásicas)

Período refractário absoluto (quando entra sódio), canais de sódio estão inactivados, não
pode haver resposta

Período refractário negativo (quando sai potássio), canais de sódio já não estão todos
inactivados, já pode haver resposta

EXPERIÊNCIA CRUCIAL – Erlanger e Gasser, 1924

Estimulação alfa mínima e alfa máxima em sentidos contrários = ao registar de um lado


obtemos uma alfa linha diferente das duas, porque o nervo conduz nos dois sentidos

Demonstraram que cada nervo conduz com determinada velocidade, com determinadas
fibras

Grupos de fibras, função, duração, velocidade…

GRUPO A

Alfa – propriocepção, motora somática

Beta

Lambda

Ómega

GRUPO B

GRUPO C

Raiz dorsal; Simpática

Susceptibilidade relativa das fibras nervosas

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Susceptibilidade a: Mais susceptível Intermédio Menos susceptível


Hipoxia A A C
Pressão A B C
Anestésicos locais C B A

Hipoxia, por exemplo o caso dos diabéticos, não sentem frio, calor

Anestésico local no nervo: destruição de algumas fibras nervosas que nunca mais voltarão a
funcionar – na pequena cirurgia a anestesia local é dada perto do local da intervenção, para
não lesar o nervo

COMUNICAÇÃO INTER-NERVOSA (SINAPSE) 08 Janeiro 2010

Sinapses

 Aspecto
 Propagação do estímulo
 Neurotransmissores
 Fenda sináptica (enzimas para boa ligação) comunicação nas sinapses QUÍMICAS
 Química – mais lenta; proteínas pós sinápticas SNARE, ajudam a fixação
 Eléctrica – mais rápida
 Pode ser excitatória ou inibitória (hiperpolarização)

SINAPSE ELÉCTRICA

 Células acopladas uma à outra; junção de conexão; passagem de iões cálcio de um lado
para o outro, a despolarização dá-se quase em simultâneo

SINAPSE QUÍMICA

 Vesículas são abertas na fenda sináptica, exocitose promove libertação de


neurotransmissores, entrada de cálcio pelos canais iónicos – despolarização pós-
sináptica também por acção de cálcio – transmissão ao axónio
 Quando há excesso de neurotransmissores na fenda sináptica têm de ser removidos,
caso contrário vão dificultar o processo
 Neurotransmissores podem ser re-captados ou destruídos
 Existem drogas que podem interferir com esta transmissão (podem actuar por
exemplo nas vesículas) – inibição de propagação do estímulo
 Atraso sináptico: tempo que decorre entre a libertação dos neurotransmissores e o
aparecimento do potencial excitatório pós-sináptico
 Neurotransmissores: excitatórios ou inibitórios do atraso sináptico

- Um só potencial de acção NOMARLMENTE não é suficiente para tornar eficiente a


transmissão sináptica

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Somação temporal: a mesma sinapse lançou dois potenciais de acção

Somação espacial: são potenciais de acção de acção de sinapses diferentes

Receptores ionotrópicos: (sinapse rápida, contudo menos que a sinapse eléctrica)

Receptores metabotrópicos: não é tão rápido, tem uma acção através de um mediador (pode
ser proteína G), se não for necessário para abrir o canal pode utilizar um 2ºmensageiro

Serotonina

(proteína G e sistema fosfolipase C)

Vai interactuar com muitos canais iónicos, logo é mais lento mas torna-se mais eficaz

 O mesmo neurotransmissor pode ter diferentes efeitos, dependendo do receptor

PROPRIEDADES DAS COMUNICAÇÕES NEURAIS

 Facilitação (fica mais fácil ser despolarizada)


 Fadiga sináptica (por esgotamento dos neurotransmissores e por inactivação dos
receptores pós sinápticos)
 Potenciação pós-tetânica (acumulação de Ca+ dentro dos terminais pré-sinápticos
facilita a libertação dos neurotransmissores)
 Potenciação em longo prazo – LTP (associado a aprendizagem e memória)
 Condução unidireccional (excepto o óxido nítrico q vai do neurónio pós-sináptico para
o pré-sináptico)

Inibitório + excitatório = 0 não há transmissão sináptica (VER zona de gatilho)

TIPOS DE CIRCUITOS ABERTOS

 Divergente
 Convergente

TIPOS DE CIRCUITOS FECHADOS

 Feedback + (excitatório)
 Feedback – (inibitório)

Circuito inibitório lateral

 Inibição lateral

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 Desinibição

Circuito desinibitório

 Inibição da inibição excitação

Zona de descarga e orla sublimiar

Exemplo: quando estimulamos o neurónio A e B, obtemos resposta do A, B, 1,2,3, porque o


1,2,3 são sublimiares do A e do B

FACTORES QUE DETERMINAM A EFICÁCIA DAS SINAPSES

 Factores pré-sinápticos
 Factores pós-sinápticos
 Factores ???????

Neurotransmissores e neuromoduladores

Neuromoduladores: regulam o nível de excitabilidade da membrana pós-sináptica

Neurotransmissores: acetilcolina, … aminoácidos, aminas, purinas …

GABA: neurotransmissor inibidor ao nível do SNC

Junção neuromuscular: ligação entre o axónio terminal e a placa motora terminal

Organofosforatos; gases dos nervos – inibem a acetilcolisferase (provoca paralisias a até


morte)

MÚSCULO LISO E MÚSCULO CARDÍACO 12 Janeiro 2010

Não tomar banho depois de comer: o sangue não chega para todo o lado, e se se tirar de um
local falta noutro; durante a digestão concentra-se mais nessa zona, e ao entrar na água gelada
como há diminuição da actividade cardíaca e vasoconstrição o sangue falta no cérebro.

MÚSCULO LISO UNITÁRIO

 Estrutura multi-fibra que reage unitariamente


 Aderentes umas as outras em múltiplos pontos
 Chamado sincicial porque todas as fibras contraem ao mesmo tempo
 Visceral porque constitui todas as camadas musculares das vísceras ocas

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ESTRUTURA DO MÚSULO LISO

 Fibras de actina ligadas a corpos densos


 Filamentos de miosina no meio da actina
 Pontes intercelulares
 Miosina puxa filamentos de atina nos dois extremos p o centro (encurtamento de 80%
dos seus comprimentos vs 30% no esquelético)
 Contracções de horas ou dias
 Menor quantidade de ATPase permite longas ligações das pontes cruzadas actina-
miosina
 Daqui resulta maior força de contracção do que no esquelético
 Só uma molécula de ATP é necessária para cada ciclo, independentemente da duração
 Fenómenos de stress-relaxamento e stress-relaxamento inverso
 Mecanismo de “trinco”
- Manutenção de contracções de horas, quase sem consumo energético e com
reduzida excitabilidade, aporte nervoso ou hormonal
 Fenómenos de stress-relaxamento e stress-relaxamento inverso
- Adaptação às variações de volume, com manutenção das pressões internas das
vísceras ocas (ex: bexiga)

CALMODULINA

Miosina Quinase

 Em vez da troponina o músculo liso usa a calmodulina como proteína reguladora

Miosina Fosfatase

 Para reverter as cabeças de miosina é necessária a intervenção de outra enzima, a


miosina quinase (…)

Ondas marca-passo

 Muitas fibras lisas têm auto-regulação

Resposta ao estiramento

 Gera-se um potencial de acção espontâneo


 Arteríolas respondem com vasodilatação a alterações químicas locais: hipoxia, redução
do pH, hipercápnia, ácido láctico, adenosina, febre, potássio, redução de cálcio

ENERVAÇÃO

Cálcio libertado do retículo sarcoplásmático – início do processo de contracção

MÚSCULO CARDÍACO – Miocárdio

 Funciona como uma unidade, ao contrário do músculo-esquelético


 É fundamental que se contraia todo ao mesmo tempo, para que seja eficaz
 Apresenta estrias

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Tipos de tecidos musculares

 Tecido muscular cardíaco (de contracção)

 Sistema cárdio-vector

Nasce na aurícula, no nódulo sinoatrial o estímulo que se propaga por todo o coração: “marca
passo”. Entre a contracção auricular e a contracção ventricular há um compasso de espera que
se dá neste nódulo (principal função.)

Se a aurícula e o ventrículo se contraíssem ao mesmo tempo, o sangue não passava de um


para o outro. Os ventrículos contraem-se os dois numa vez só, através de um estímulo que
atinge o miocárdio. Quando o lado esquerdo não contrai ao mesmo tempo direito há uma
eficácia muito menor.

Electrocardiograma

 Potencial de repouso: -90mv, equilíbrio do potencial do K+


 Potencial de acção

Fase 0 influxo de Na+, fase 1, fase 2, fase 3

 Potencial de repouso

Tecido cardionector

 As fases 0 a 3 são quase idênticas às das células ventriculares


 Na fase 4, o potencial de membrana não se mantém estável, mas despolariza-se
automaticamente – o AUTOMATISMO

Frequência normal cardíaca: (abaixo de 60: pericárdio?) 60-100 (acima de 100: taquicárdio)

PROPRIEDADES CARDÍACAS

(Sinónimos)

 Automatismo – cronotropismo
 Condutibilidade – dromotropismo eléctricas
 Excitabilidade – batmotropismo
 Contractilidade – inotropismo
 Distensibilidade – lusitropismo mecânicas

A ligação entre a cabeça de miosina e a actina faz-se através da troponina

O coração é como uma “bomba”, que tem de retirar o sangue com uma velocidade maior do
que aquela com que ele entra, mas também não pode ser demasiado, senão seria superior ao
sangue existente. Há uma adaptação do coração em relação à quantidade de sangue que
chega, respondendo com mais força quando chega mais sangue.

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MÚSCULO ESQUELÉTICO 15 Janeiro 2010

Prof. Francisco Sampaio

 Estriado

Músculo

 Capacidade de transformar energia química em energia mecânica


 Tecido mais abundante (40 a 45%)
 Unidade estrutural – fibra muscular

Energia, termodinâmica

Trocas de energia com o meio envolvente sob a forma de trabalho ou calor

Interacção mecânica e térmica

MÚSCULO

Organismo realiza trabalho químico, osmótico, mecânico

30% Energia ATP – repouso

80% Energia ATP – exercício

Energia química energia mecânica

Sem ruído, sem produção de escórias, baixa temperatura, grande eficiência, nutrientes
económicos

FIBRA MUSCULAR – aparelho contráctil

Ponto de vista Biomecânico:

1) Componente contráctil: miofibrilhas


2) Componente elástica (tendões, epimísio, perimísio)

Envolvidas por tecido conjuntivo, vão juntar-se e ancorar nos ossos através dos tendões

1) Tecido Muscular Liso


2) Tecido Muscular Estriado
3) Esquelético
4) Cardíaco

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FUNÇÕES

Mecânicas

 Protecção
 Resistência (dissipa forças)
 Contracção muscular

TIPOS DE CONTRACÇÃO

 Estática ou isométrica (carga = velocidade)


 Dinâmica ou isotónica (não há encurtamento)
 Concêntrica (encurtamento)
 Excêntrica (alongamento, aumenta velocidade)

BINÓMIO EXCITAÇÃO/CONTRACÇÃO

Estímulo, desporalização do sarcolema, potencial de acção, libertação de Ca+…?

Unidade Motora

Unidade funcional do músculo-esquelético

Neurónio motor e fibras musculares

FIBRA MUSCULAR Isolada

Resposta ao potencial de acção – abalo

Tempo de latência/ fase de contracção/ fase de relaxamento

Relação tensão / frequência

Estímulo, abalo, 2ªestímulo tempo depois, abalo, …

Se aumentarmos a frequência de estimulação (diminuir o tempo entre estímulos) vai haver um


efeito de somação e a amplitude da resposta é maior, a fibra não chega a relaxar
completamente, está sempre um pouco contraída

Relação tensão / comprimento

Se os sarcómeros forem muito alongados, as pontes entre actina e miosina são menos, a
tensão é menor

Se estiver no comprimento óptimo permite mais interacção entre as pontes de actina e


miosina

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MÚSCULO

Relação tensão / comprimento

Se estirarmos muito o tendão ele desenvolve muita tensão portanto tem tendência para voltar
à posição inicial – componente do tecido conjuntivo que não há nas fibras isoladas

TIPOS DE FIBRAS

1) Características
2) Classificação
 Fibras tipo I: lentas oxidativas (resistentes à fadiga, ex: maratonistas) - 50 a 55%
 Fibras tipo IIa: intermédias - 30 a 35%
 Fibras tipo IIb: rápidas glicolíticas (entram em fadiga muito rapidamente) – 10 a 20%

CONTRACÇÃO MUSCULAR

Tensão depende de:

1) Tensão desenvolvida por cada fibra


 Frequência do potencial de acção
 Comprimento da fibra
 Diâmetro da fibra
2) Número de fibras activas
 Número de fibras por unidade motora
 ¿

MÚSCULO E EXERCÍCIO

Falta de utilização – atrofia

 Atrofia por desuso


 Atrofia por desnervação
 Diminuição do diâmetro e do potencial oxidativo
 Sedentário – inicia-se pelas fibras tipo I
 Atleta – inicia-se pelas mais desenvolvidas

Exercício – hipertrofia

 Curta duração e alta intensidade (tipo II b) – força


 Longa duração e baixa intensidade (tipo I e tipo II a) – resistência

Músculo e envelhecimento (já não sai no exame!!!)

Força máxima diminui 30% a 40% (30-80 anos)

Diminuição do diâmetro (atrofia)

Diminuição da capacidade de adaptação ao exercício

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18 Janeiro 2010 falta

Organização geral neuroatómica e funcional

Controlo central das funções autonómicas

Métodos de estudo da função autonómica

19 Janeiro 2010

Precisão da acção e da importância biológica

Sistema nervoso autónomo promove a adaptação em cada instante

Está disfuncionante quando: (falência autonómica)

 Quando há falha no seu próprio funcionamento

 Quando há lesões ou alterações da própria estrutura física rede neuronal

 No decurso do envelhecimento

Parassimpático (distribuição??) / Simpático (distribuição toraco-lombar)

Neuroquímica

 Polinérgica
 Anérgica

Neurotransmissão NANC

 Nitrérgica
 Purinérgica

Sistema mural: neurónios entéricos

Sistema extramural: neurónios simpáticos e parassimpáticos

Resposta ganglionar excitatória rápida

Neurónios pré-ganglionares simpáticos descarga tónica 2-6 Hz (neurónios simpáticos


da FRVLB)

Via autonómica final

Actividade simpática

 Reacção de alerta
 Ostotatismo
 Choque espinhal

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Padrões reflexos distintos; neurónios pré-ganglionares + gânglios que inervam = actividade


simpática periférica (classificação funcional de neurónios pré-ganglionares simpáticos)

Comparação e depois resposta

Influência das aferências autonómicas em células da FRVLB

 Excitação
 Inibição
 Facilitação
 …

Respostas fisiológicas dos órgãos efectores

Sistema nervoso simpático actua no sentido de manter a homeostase

Sistema nervoso parassimpático mantém o seu tónus, o simpático é que varia

Nem sempre têm acções contrárias

REDE AUTONÓMICA CENTRAL

Princípios gerais e organização

 Circuitos organizados sob a forma de arco reflexo


 Circuitos produzindo uma ampla resposta autonómica, neuroendócrina e
comportamental

Homeostase

Organização do NTS

 Anatómica, viscerotópica, funcional

Principais áreas e zonas

NTS (núcleo do trato solitário); núcleo parabraqueal; substância cinzenta; hipotálamo;


amígdala; corte

CONTROLO CENTRAL DA CIRCULAÇÃO

 Circuito do barorreflexo
 Reacção de alerta (aferências, eferências)

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INTERACÇÃO NTS e AHD

Inibição da actividade de neurónios barorreceptores do NTS pela ADH

 Resposta central – neurónio laríngeo


 Resposta central – neurónio carotídeo
 Resposta periférica com facilitação pós-inspiratória

Facilitação da actividade de neurónios quimiorreceptores carotídeos do NTS pela ADH

 Resposta central
 Resposta periférica (observa-se a actividade do nervo frénico – actividade inspiratória)

ADH

 Inibe o barorreflexo carotídeo


 Inibe os reflexos mecânicos laríngeos
 Facilita o quimiorreflexo

Baquicardia, apneia, hipotensão – NORMAL

Circuitos neuronais não completamente desenvolvidos – ANORMAL

Alterações na neuroquímica

Osciladores em fases opostas (sem capacidade de direccionamento de resposta)

 Síndroma de morte súbita infantil


 Síndrome da apneia no sono

RESPOSTAS NÃO FISIOLÓGICAS DOS ÓRGÃOS EFECTORES

 Primárias
 Secundárias

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO AUTONÓMICA em HUMANOS

Medicina

Saber se a função autonómica está normal ou não

 Grau
 Local da lesão

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 Deficit funcional
 Primária ou secundária

Diagnóstico, terapêutica, acompanhamento

Fisiologia

Estudos Humanos

 Definir a normalidade dentro da variabilidade inter e intra - individual


 Reapreciar as provas já existentes tendo em conta a aplicação de novas metodologias
e novos conhecimentos
 Desenvolver novas formas de avaliação mais eficazes e mais dirigidas e que tenham
valor diagnóstico e prognóstico

AVALIAÇÃO EM MODELOS ANIMAIS

Métodos de estudo invasivos

 Registo extracelular de células no NTS


 Registo intracelular na FRVLB
 Estimulação química central (SCP)
 Estimulação química periférica após alteração do ambiente central (NTS)
 Interacção de diferentes reflexos num modelo animal de doença

Modelo ex-vivo: circulação ocular/glaucoma – fase inicial de estudo de fármacos

Avaliação contínua por telemetria

MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE AVALIAÇÃO

Provas de função autonómica

 Fisiológicas (cardiovasculares)
 Bioquímicas, farmacológicas e neurofisiológicas (INVASIVAS)
 Fisiológicas
 …

Fisiológicas

Testes mistos (simpático e parassimático)

 Manobra de Valsalva

Avalia-se as variações de frequência cardíaca e pressão arterial decorrentes da activação


barorreflexa

vR>1 prova normal

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vR<1 prova com alterações

 Ortostastismo activo

Avalia-se o SNsimpático e parassimpático através de alterações barorreflexas

30:15>1 Prova normal

30:15<1 Prova com alterações

 Respiração profunda

Avalia as variações de FC decorrentes das alterações respiratórias

EI> 15 prova normal

EI <15 prova com alteração vagal

 Ortostatismo passivo

Pasist>10mmHg

Padiast>5-10mmHg

Teste avaliação da actividade simpática

 Teste pressor ao frio

Avalia-se a activação simpática mediada por nociceptores

Outros testes pressores: stress mental, contracção isométrica (actividade parassimpática?)

PROCESSAMENTO DE SINAL E AVALIAÇÃO AUTONÓMICA

Metodologias de processamento de sinal

VARIABILIDADE: assinatura do sistema nervoso autónomo

Domínio do tempo

Variação do registo em torno de uma média

Métodos estatísticos

Registos curtos: período médio, desvio padrão de cada período

Registos longos: desvio padrão de intervalos normais (SDNN), de cada RR (SDRR), da média dos
ciclos durante 5min/24h…

Domínio de frequência

Análise de frequências que compõem um sinal (decompõe-se o sinal em funções seno): análise
de Fourier (análise LF/HF)

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Simpático: baixa frequência

Parassimpático: alta frequência

Limitações: aplicação só a sinais estacionários com tempo mínimo de 5min; Não é possível
saber a frequência e o tempo da zona em que ocorre a modificação

Domínio do tempo - escala

Transformada discreta de wavelets – bloqueio farmacológico

SEMINÁRIO FISIOLOGIA 22 Janeiro 2010

Prof. Carlos Marques Neves

ULTRA-SONS (conceitos gerais e aplicações)

Som; ondas sonoras

Infra-sons; sons (audíveis); ultra-sons (frequência superior a 20000Hz); hiper-sons

Aplicação à medicina

 Terapêutica ultrassonoterapia
 Diagnóstico utrassonografia

Qualidades do som:

 Intensidade (Forte ou fraco: em decibéis)


 Timbre (composição em harmónicas; permite distinguir sons com a mesma intensidade
e altura)
 Altura (frequência: agudo = alta frequência ou grave = baixa frequência)

Se for ultrapassado o limiar de excitação/estimulação = sensação de dor

HISTÓRIA

Efeito Piezo-elétrico

É uma estrutura cristalina ou semi cristalina que tem um potencial diferente nas duas faces
que varia consoante a força de compressão, o que faz oscilar o mecanismo mecânico. É uma
espécie de transdutor (energia eléctrica – energia mecânica ou e mecânica – e eléctrica). No
caso dos relógios analógicos permite mover as rodas. Aparece durante a 2ª Guerra Mundial.

PRINCÍPIOS FÍSICOS

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Onda: caracteriza-se pela velocidade e frequência

Reflexão: depende da impedância dos meios, depende do ângulo incidente

Refracção: depende das velocidades de propagação (ver Ângulo crítico)

Meio de> velocidade para <velocidade aproxima-se

Meio de <velocidade para> velocidade afasta-se

PRODUÇÃO DE ULTRA-SONS

Zonas de Fresnel (representação linear) e de Fraunhover (efeito dispersivo)

Fenómenos de interferência (construtiva e destrutiva) entre ondas de frequências parecidas

Quando são somadas quando se subtraem

ULTRASSONOTERAPIA (terapêutica)

Ultra sons: efeitos térmicos; mecânicos; biológicos

Por ex: contractura muscular, aquece-se o músculo para o relaxar e contrariar o ciclo de
contracção (tratamento: massagens, ultra-sons) - Térmico

ECOGRAFIA

Emite-se ultra-som que bate na parede reflectora, volta e é recebido num receptor, o que
permite saber as características do local onde a onda bateu através o estudo da mesma (eco
do som que foi inicialmente emitido). Aplica-se um gel para diminuir a resistência da pele aos
ultra-sons.

Resolução: axial (capacidade de distinguir dois pontos seguidos); lateral (capacidade de


distinguir um som em cima e outro em baixo)

Métodos de representação: Modo – A; Modo – B; Modo – M; Efeito Doppler

Modo A

 Modo de amplitude
 Permite medições com grande precisão
 Representação unidimensional

Modo B

 Representação bidimensional
 Registo estático
 Modo de brilho
 Representação topográfica (ecotomografia)

Modo M

 Modo de movimento

Alexandra Maria Guerreiro Gonçalves 19


FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA 1ºano - 2009/2010

 Obtido por processos mecânicos ou electrónicos


 Permite ver movimentos valvulares

Efeito Doppler

 A altura do som depende não só da frequência mas da velocidade relativa entre


emissor e receptor
 Feixe contínuo
 Determina-se electronicamente a mudança de frequência e o efeito de Doppler
 Código de cores: aproximação (amarelo e verde) e afastamento (vermelho e azul)

Aproximar: frequência aumenta depende da posição (ângulo) em relação à propagação

Afastar: frequência diminui deve medir-se sempre com a mesma inclinação para
não variar a velocidade

Vantagens

 Técnicas não invasivas


 Inócuas
 Baixo custo
 À excepção do osso e pulmão todos os órgãos podem ser analisados (estes não podem
por causa do ar)

APLICAÇÃO DOS LASERS EM MEDICINA

Sistema laser: é um sistema que emite uma radiação

Utilizados em terapêutica e em diagnósticos

Hoje em dia usados principalmente na oftalmologia e na dermatologia

LASER: Light Amplifications by Simulated Emition of Radiation

Emissão expontânea (fotões)

Meio num estado fundamental; fornecer-lhe energia através do mecanismo de bombeamento;


a maioria da população do meio fica no estado excitado e encontra-se numa cavidade fechada,
o processo é cumulativo: o 2º fotão tem a mesma energia, polarização, comprimento de onda;
apenas os fotões que são paralelos ao espelho é que resistem (os outros são absorvidos pelo
meio) e emparelham entre si formando uma onda electromagnética; quando se abre o
espelho, a radiação sai toda, formando-se um campo eléctrico e um campo magnético.

Propriedades da radiação LASER

 Monocromaticidade (todos os fotões têm o mesmo comprimento de onda)


 Direccionalidade – COLIMAÇÃO (vêm todos com a mesma direcção)
 Coerência: espacial e temporal (estão todos em fase)
 Intensidade ou brilho (a energia que transportam é a mesma)

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FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA 1ºano - 2009/2010

 Polarização (estão todos polarizados no mesmo sítio)

Interacção laser – tecido

 Efeitos térmicos (Foto – Coagulação)

Podem ser usados para esticar a pele, para devolver elasticidade às veias…

 Efeitos fotodisruptivos

É induzido por plasma (criado por lasers). Plasma é um estado de matéria de


desorganização total, presente no núcleo das estrelas, pode ser criado no laboratório ou
criado num determinado sítio se se fornecer uma energia muito elevada, em 10-12
segundos, desaparece quase instantaneamente. A matéria que está à volta “cai” para o
buraco onde estava o plasma, o que permite fazer cortes precisos e em locais pouco
acessíveis de outro modo (ex: pedras na bexiga).

 Efeitos fotoablativos (foto-refractivo)

É conseguida a partir de laser fabricados (criado totalmente pelo homem e não com
componentes existentes na natureza). É sinónimo de fotodecomposição ablativa por UV,
consegue fazer-se sem ter efeito químico nem térmico. Há absorção de fotões UV de alta
energia e depois dissociação. É usada energia para quebrar ligações específicas (a radiação
tem a mesma energia da ligação).

 Efeitos fotoquímicos

Administração de substância fotossensibilizante, luz com determinado comprimento de onda,


na presença de oxigénio. Usado por exemplo na retinografia em pessoas com DMI –
degenerescência macular da idade

Principais cromofobos tecidulares – espectro de absorção

Exemplos: água absorve muito infra vermelhos; melanina absorve radiação visível

Interacções: Reflexão, refracção, absorção e dispersão

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