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Algar do Carvão

Beatriz Monteiro
6ºC
O fenómeno vulcânico do Algar do Carvão
situa-se na parte central da Ilha Terceira,
Arquipélago dos Açores, no interior da
Caldeira Guilherme Moniz.
É a cavidade vulcânica mais conhecida do
arquipélago.  
Desenvolve-se sob a forma de cone vulcânico,
com cerca de 90 metros de altura, desde a
abertura ao exterior até ao fundo, onde existe
uma lagoa.
• No seu interior, ao qual se acede através de
um túnel artificial e de uma escadaria,
conseguimos perceber o trajecto seguido pelo
rio de lava expelido pelo vulcão mas travado
por uma espessa cama de pedra. Destaque
para a lagoa subterrânea e para o conjunto de
estalactites e estalagmites de vidro vulcânico.
• Está classificado como Monumento Natural
Regional.
. Em termos gerais, desenvolve-se longitudinalmente segundo uma orientação geral E-W, com um comprimento de
90 m (incluindo duas salas abobadadas) e cerca de 80 m de profundidade máxima.

O Algar do Carvão teve a sua origem ao longo de duas fases distintas. Uma parte do algar corresponde à conduta
dum cone de escórias basálticas s.s. que esteve em actividade há cerca de 1.700 a 2.100 anos BP. Por outro lado, a
maior e mais antiga parte desta cavidade vulcânica desenvolve-se em domos ou coulées de composição traquítica
s.s. associados ao vulcão poligenético do Pico Alto.
No interior do Algar do Carvão, encastrados nestas formações traquíticas, e à cota da lagoa, existem carvões
vegetais com uma idade 14C de 3.200 anos BP.
Durante a actividade estromboliana do Algar do Carvão foram emitidas escoadas lávicas basáltica muito fluidas,
que cobriram todo o fundo da Caldeira de Guilherme Moniz e extravasaram esta caldeira, formando um campo
lávico com área de 16 km2, onde estão referenciados diversos outros tubos lávicos (cf. Furna D ’Água e Furna do
Cabrito). 
A água das chuvas que se infiltra desde a superfície até ao interior do algar alimenta uma lagoa de águas límpidas
e frias e, inter-agindo com as formações basálticas e traquíticas encaixantes, é responsável pela formação de
estalactites e de estalagmites de sílica amorfa (Si ? 77% a 82%), de origem química e biogénica. As estalactites de
Si, que chegam a atingir cerca de 1 metro de comprimento e 40 a 50 cm de diâmetro, são únicas no contexto
vulcanoespeleológico mundial.
Em algumas zonas, o tecto e as paredes primitivas da cavidade caíram na sequência de desabamentos, enquanto
noutras apresentam-se revestidas por materiais negros, vítreos e lisos, maioritariamente obsidiana.
Estalactites de sílica amorfa

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