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Guião do Roteiro na ilha Terceira:

Formação da ilha:
A Terceira distingue-se das restantes ilhas pela enorme variedade de
elementos vulcânicos, onde se destaca a abundância de lavas de natureza
traquítica(provenientes da rocha vulcânica traquito que é uma rocha associada a
erupções efusivas de magmas ácidos (siliciosos) a intermédios).
A formação da ilha começou à 3 520 milhões de anos e decorreu em cinco
fases. O núcleo da ilha é o complexo vulcânico dos Cinco Picos, com uma cratera
de 7 Km. Seguiu-se a formação do complexo vulcânico de Guilherme Moniz, no
centro da ilha, com cratera de 15 Km de diâmetro. Emergiu há cerca de 600 mil
anos, resultando em dois cones surtsianos(cones de vulcões onde a água do mar
entra dentro da chaminé vulcânica) - o Monte Brasil e o Ilhéu das Cabras - e várias
nuvens ardentes.
Há 350 mil anos, o estratovulcão de Santa Bárbara emergiu a oeste da ilha
original. Sucessivamente, depósitos pomíticos, escoadas de lava e domos
traquíticos formaram um vulcão em escudo com dobras de pequena inclinação
(com uma altitude de 1 021 m e diâmetro de 13 Km). Nas falhas radiais do vulcão,
encontram-se cones de escórias e domos com escoadas lávicas (como o Pico das
Faias, o Pico do Teles, o Pico Negro, o Pico da Serrata, ...).
Da zona de Lajes até ao lugar dos Biscoitos, depósitos ignimbritos e a
presença de vários derrames lávicos e produtos piroclásticos atestam a atividade
explosiva do vulcão do Pico Alto. Por fim, a maior parte da zona central e sudeste
da ilha, durante um período de 2 mil anos, foi coberto por fissuras basálticas.
Descoberta:
Há várias teorias no que se refere à descoberta da ilha Terceira, uma delas
é que esta foi descoberta por marinheiros ao serviço do Infante D. Henrique, mas
não há documentos escritos que confirmem e comprovem tal facto. A apoiar esta
teoria, existe apenas um conjunto de escritos posteriores baseados na tradição
oral que foi criada na primeira metade do século XV.
Outras teorias consideram que a descoberta ad ilha Terceira ocorreu no
tempo de D. Afonso IV e que as viagens feitas no tempo de D. Henrique não
passaram de meros reconhecimentos.
Clima:
Na Terceira, o verão é curto, morno, húmido e seco, por sua vez, o
inverno é longo, ameno e de ventos intensos.
Durante o ano inteiro, o tempo é de céu parcialmente incoberto. Em
geral, ao longo do ano, temperatura varia de 12 °C a 25 °C e raramente é inferior
a 9 °C ou superior a 28 °C.
Os meses cujas temperaturas são mais elevadas são Julho, Agosto e
Setembro, sendo estes os meses que os turistas optam para visitar a ilha.
Gastronomia:
A receita mais famosa é a da
alcatra de carne. A alcatra é preparada
num alguidar de barro fabricado
localmente, que depois de untado
com banha é colocada a carne em
pedaços regada com o príncipe dos
vinhos, o verdelho que é costume
acompanhar qualquer refeição. São
adicionados os temperos e vai ao alcatra de carne
forno de lenha.
Os doces mais famosos são os
bolos D. Amélia, o mel de cana e a canela
assumem destaque. O nome do doce
tem uma lenda associada rainha D.
Amélia pela Ilha Terceira, em 1901. Há
ainda os coscorões, as cornucópias (com
recheio de doce de ovos) ou o arroz doce.
bolos D. Amélia
Roteiro: 1 a 4 de setembro-3 noites 4 pessoas
Hotel: Azoris Angra Garden-850€
Voos:
1ºDia:
Manhã: Visita rural a angra do heroísmo
Almoço: A Barrica-55€
Tarde: Visita do monte Brasil/viagem de barco (observação de
animais marinhos, golfinhos, baleias, etc.) -70€, por pessoa.
Jantar: Comida leve (BK)-30€

2ºDia (Zona centro e este da ilha):


Manhã: Visita á gruta das agulhas, Miradouro do cume
Almoço: Quinta dos Açores-55€
Tarde: Algar do carvão, gruta do carvão, furnas do enxofre-15€
Jantar: Comida leve (BK)-30€

3ºDia (Norte e oeste):


Manhã: Lagoinha, Lagoa do negro
Almoço: Caneta-55€
Tarde: Lagoa das patas
Jantar: Comida leve (BK)-30€

4º Dia:
Manhã: piscina naturais do biscoito

Saldo total: 2017,20


Locais a visitar:
• Serra do Cume;
• Algar do Carvão;
• Gruta do natal;
• Gruta das agulhas;
• Furnas de enxofre;
• Lagoinha;
• Lagoa das patas;
• Lagoa do negro;
• Vagem de barco;
• Monte do Brasil;
• Piscinas naturais dos biscoitos. Miradouro da Serra do Cume
Serra do cume
Esta serra é a caldeira de um vulcão logo, conclui-se que resultou de
uma erupção mista (sabemos isto pois o vulcão que formou esta caldeira
tinha erupções mistas) onde foram libertadas grandes quantidades de lavas
fazendo com que o vulcão ficasse vazio. Desta forma, o cone abate
formando uma caldeira. Atualmente, devido à sua grande fertilidade, esta
caldeira é utilzada como zona de cultivo agrícola, mais conecido como a
mana de retalhos da ilha Terceira.
Um local onde podemos observar a Serra do Cume é no Miradouro
da Serra do Cume.

Algar do Carvão
O algar do Carvão é a única chaminé
vulcânica no mundo em que é possível entrar, isto
é possível porque a lava solidificou nas paredes do
vulcão evitando o colapso do mesmo. Para entrar
nesta chaminé é necessário descer 338 escadas,
enquanto o fazemos é possível observar uma
grande quantidade de 22 espécies de musgo que
se formaram nas paredes da chaminé do vulcão.
Escadas do Algar do Carvão
Devido à presença de musgo podemos afirmar
que não só é terra muito fertil como há presença de
água, afirmamos isto pois já que o gameta masculino
é flagelado, para chegar ao gameta feminino, que é
imóvel, este desloca-se apenas em meio líquido. Para
além disso, os musgos crescem em locais húmidos e
abrigados da luz(como é o caso da chaminé
vulcânica) , isto porque não possuem estruturas para
evitar de forma eficiente a perda de água por
Rugathodes acoreensis
transpiração.
É de realçar ainda a presença de uma fauna diversificada de aranhas,
incluindo duas aranhas endémicas dos Açores uma é a Rugathodes
acoreensis e a outra é a Meta merianae.

Gruta do Natal
Até hoje os pesquisadores não chegaram a uma evidência quanto à
origem desta gruta, mas acredita-se que a sua formação se deveu às
correntes de lava de erupções de carácter fissural, decorrentes de um vale
que existiu antigamente nesta área. Assim, criou-se um tubo de lava de fácil
locomoção, ou seja, lavas fluidas(provenientes da erupção mista) que
depois seguiram direções diferentes.
Desta forma, formaram-se vários túneis (a lava que está em contacto
com o ar solidifica e a restante continua a escorrer e forma os túneis),
ramificações e estafilites, originando a gruta do natal. Atualmente,
encontra-se tudo solidificado e o túnel de lava, principal atração, possui
cerca de 697 metros de comprimento, mantendo o seu estado original, sem
modificações. A gruta tem este nome pois era comum que a missa de natal
fosse celebrada nesta gruta.

Gruta do Natal
Gruta das Agulhas
Esta gruta formou-se a partir de um
tubo de lava, proveniente da erupção do
vulcão Pico do Refugo cujas erupções apesar
de serem mistas são maioritariamente do tipo
efusivo, como foi o caso da erupçã que
formou esta gruta. Gruta das Agulhas
A lava fluida formou um tubo de lava que em contacto com a
superficie arrefecia e o restante escorria formando a gruta.
Passado algum tempo da sua formação, a gruta começou a
apresentar diversas plantas, principalmente na entrada da gruta, e começou
a surgir uma colonização de animais dentro da mesma, nomeadamente a
existência de morcegos, a presença de espécies troglóbias(possuem
modificações morfológicas e fisiológicas que lhes permitem sobreviver à
escuridão total, escassez de alimento e elevada humidade) e espécies
endémicas, como, Phthiracarus falciformis, Orchestia chevreuxi e
Pseudosinella azorica (estas espécies só sobrevivem no ambiente em que se
formaram).

Furnas do enxofre
As furnas de enxofre correspondem a um fenómeno de vulcanismo
secundário designado por fumarolas, consistindo na libertação de gases
para a superfície através de um sistema de fissuras(devido á infiltração de
água, por vezes, é possível ver vapores de água), em torno das quais se
formam alguns depósitos de enxofre. Estas saídas de gases vulcânicos
apresentam diversas temperaturas, algumas bastante elevadas, cerca de
95º C à superfície e cerca de 130º C a meio metro de profundidade.
As suas características tornam as
Furnas do Enxofre num dos espaços
naturais privilegiados da região, com forte
potencial de atracção de visitantes,
justificando-se, por isso, a sua protecção e
salvaguarda como área protegida.

Furnas do Enxofre
Lagoinha
É uma lagoa que se encontra
alojada na cratera de um vulcão que faz
parte do grande cone vulcânico que deu
origem à Serra de Santa Bárbara.
Enquadra-se num habitat de montanha
com águas oligomesotróficas(com um
nível baixo de produção de matéria
orgânica) com vegetação aquática, com
referência às espécies Littorela uniflora
e Issoëtes azorica. Lagoinha

É uma lagoa de pequenas dimensões, rodeada de abundantes


turfeiras que ajudam a reter e controlar as águas, contribuindo assim para
a alimentação da lagoa.

Lagoa das Patas


É uma pequena lagoa artificial,
alimentada pela Ribeira Brava, na Serra de
Santa Bárbara. Encontra-se a uma altitude
bastante elevada, o que justifica o
frequente nevoeiro, calma e silêncio. No
local encontram-se frequentemente
muitos patos que passeiam entre os
nenúfares, sendo por isso também Lagoa das Patas
conhecido como Lagoa das Patas.
Os patos são aves e uma vez que são oogâmicas (o macho e a fêmea
só possuem o gâmeta masculino e feminino, respetivamento), reproduzem
se de forma sexuada. Sendo assim, é necessária a fecundação para que
estes se reproduzam.
Toda a lagoa é envolvida de azáleas, hortênsias e outros arbustos e
árvores. Aproveitando um pequeno bosque de criptomérias, foi criado um
parque de lazer que permite aos utentes utilizar o espaço com conforto.
Ao longo da Ribeira Brava é possível observar-se uma grande
variedade da flora indígena das ilhas principalmente composta por cedro-
do-mato, urze endémica dos Açores e a faia-da-terra autóctone dos Açores.
Lagoa do negro

Nesta lagoa há 196 espécies, 83 delas são de briófitos, 19 de


pteriófitos e 93 de espermatófitos. Os briófitos são avasculares, produzem
oxigénio e sequestram dióxido de carbono, realizando a fotossíntese,
transformando assim água e sais minerais em produtos orgânicos, alguns
exemplos são musgos, hepáticas e antocerotas. Os pteriófitos são um
grupo de plantas vasculares e sem sementes, alguns exemplos são as
samambaias e avencas. Os espermatófitos incluiem todos os vegetais
vasculares com sementes, como por exemplo os girassóis.

Briófitos:
• São avasculares, assim, passam a água por capilaridade ou por
contacto directo com as células;
• A ausência de tecidos vasculares especializados faz com que não se
diferenciem verdadeiras raízes, caules e folhas;
• Estão constantemente dependentes das condições atmosférica;
• No ciclo de vida dos briófitos a geração sexuada (também conhecida
por geração gametófita, haplóide ou formadora de gâmetas) é
dominante em relação à geração esporófita (geração assexuada,
diplóide ou formadora de esporos). É um ciclo de vida haplonte e
tem uma meiose pós-zigótica.

Pteriófitos:

• São plantas vasculares que apresentam xilema e floema (estruturas


responsáveis pelo transporte de substâncias no interior da planta);
• Reproduzem-se sexuada e assexuadamente;
• Apresentam estruturas como raízes, caules e folhas;
• Na reprodução sexuada observa-se alternância de gerações, com
esporófito diploide (2n) e um gametófito haploide (n);
• Ciclo de vida haplodiplonte com meiose pré-espórica;
• São oogâmicas(possuem oosferas imóveis e anterozoides que devem
de ser levados até ela);
• Podem ser pteridófitas homosporadas(produz apenas um tipo de
esporo que pode originar um gametófito bissexuado) ou
heterosporadas (produzem micrósporos e megásporos que dão
origem aos gametófitos masculinos e femininos, respectivamente).
Espermatófitos:

• São plantas vasculares que apresentam xilema e floema (estruturas


responsáveis pelo transporte de substâncias no interior da planta);
• O grão de pólen das espermatófitas produz um tubo, pólen ou
haustorial, cujo objetivo é chegar ao óvulo para a fertilização;
• O reino das plantas alcançou a sua melhor adaptação ao meio
terrestre por meio da produção de sementes;
• O esporófito passou a predominar enquanto o gametófito foi cada
vez mais reduzido até se tornar uma estrutura dependente dentro do
esporófito;
• Ciclo de vida diplonte com meiose pré-gamética.
• As plantas substituíram os espermatozoides flagelados por
polinização. Graças a este processo, tornaram-se independentes da
água;
• O zigoto e o embrião não dependem da água, isto porque a semente
lhes oferece proteção através de um invólucro rígido.

Viagem de barco
Observamos 28 espécies de golfinhos e baleias. Golfinhos e baleias
são mamíferos, logo, têm um sistema circulatório fechado, duplo e
completo, são heterotróficos, fazem ematose pulmonar e reproduzem-se
de forma sexuada (dioico, ciclo de vida diplonte com meiose pré-gamética).

Monte Brasil
Um antigo vulcão extinto que
teve origem no mar e se juntou à
cidade de Angra do Heroísmo.
Atualmente é uma paisagem
protegida e o parque natural da
cidade, com espécies arbóreas e
arbustivas de especial interesse e com
excelentes miradouros.
Monte Brasil
Piscinas naturais biscoitos
As Piscinas naturais dos
Biscoitos são um conjunto de
formações geológicas, formaram-
se devido às escoadas lávicas que,
ao entrarem em contacto com a
água do mar, deram origem às
depressões e formações rochosas
que com o tempo se foram
acentuando até formarem uma
Piscinas naturais biscoitos
zona balnear.
Foi apenas em 1969 que estas formações foram adaptadas para
serem usufruidas pelas pessoas, sendo assim, foram as primeiras da ilha a
sofrerem essas mudanças. As piscinas são formadas com a água salgada do
mar e pelas depressões causadas pelas erupções. Após as Piscinas Naturais
dos Biscoitos serem adaptadas para serem usufruidas pelas pesssoas, várias
outras da costa passaram a receber essa preparação, tais como Abismo,
Canto Maria Caldeira e outras.

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