Um Olhar Científico sobre a Terra: Estudo Geológico e Químico nas Praias
da Lourinhã e Grutas de Mira de Aire”
29/05/2023 - 11ano A e 11ano B Trabalho feito por: Bruna Guedes, Francisco Silva e Giovanna Pedreira A visita de estudo, organizada pela Escola Secundária da senhora da Hora, visava aprofundar o conhecimento dos alunos sobre os processos geológicos e químicos que moldaram esses locais fascinantes. Guiados por especialistas locais, os estudantes embarcaram em uma jornada repleta de descobertas e aprendizado. Nessa visita observamos diferentes tipos de rochas, fósseis e uma gruta.
Praias de Lourinhã (Praia de Porto das Barcas e Praia de Porto Dinheiro)
A Lourinhã é uma região em Portugal conhecida por sua rica geologia,
particularmente suas formações rochosas. Ela faz parte da Bacia Lusitaniana, que se formou durante o período Jurássico, entre 200 e 145 milhões de anos atrás. Durante esse período, a região estava coberta pelo mar, e depósitos sedimentares foram se acumulando no fundo marinho ao longo do tempo. As rochas presentes são predominantemente calcárias, que se formaram a partir da acumulação de sedimentos ricos em carbonato de cálcio. Essas rochas calcárias são compostas principalmente por conchas, fragmentos de corais, esponjas e outros organismos marinhos fossilizados mas também podem ser encontrados arenitos e argilitos (foto 1) Ao longo dos milhões de anos após a sua formação, as rochas foram submetidas a diversos processos como a compactação, a cimentarão e a litificação. A erosão também tem um papel muito importante na modelagem das rochas. As rochas que estavam localizadas nas Praias de Lourinhã eram predominantemente sedimentares que são subdivididas em detríticas, em que são formadas pela deposição de fragmentos de outras rochas (foto 2), as quimiogénicas são formadas a partir de um processo de precipitações de substâncias químicas dissolvidas em uma solução aquosa e as biogénicas são formadas por restos de seres vivos ou por substancias provenientes de sua decomposição. Em resumo, as condições das rochas na Lourinhã são o resultado da sedimentação e deposição de sedimentos marinhos durante o período Jurássico. Essas rochas são conhecidas por suas características calcárias e pela abundância de fósseis, tornando a região um local de grande interesse para a geologia e a paleontologia
Grutas de Mira de Aire
A visita às grutas, sempre guiada por um especialista, começou num
pequeno auditório com a apresentação de um vídeo coma explicação da formação das grutas e da sua descoberta. Depois, fomos até ao local em que os exploradores entraram pela primeira vez, ao descobri-la. A descida fez-se por 683 degraus, distribuídos entre as diversas “salas” e muitas plataformas, cada uma com sua peculiaridade. Passamos por alguns precipícios, lagos com moedinhas e as suas maravilhosas estalactites e estalagmites que crescem à “extraordinária velocidade” de um centímetro por século. As grutas de Mira de Aire são formadas pela dissolução de rochas carbonatadas, como o calcário, pela ação da água ao longo de milhares de anos. Durante a visita, tivemos a oportunidade de observar as formações espetaculares, como estalactites e estalagmites, que se desenvolvem nessas grutas. Também aprendemos sobre os processos químicos envolvidos na formação dessas estruturas e como a interação entre a água e as rochas pode criar essas maravilhas naturais. No término da visita, chegámos a 130 metros de profundidade e volta para a superfície foi feita num grande elevador. As grutas de Mira de Aire são formadas pela dissolução de rochas carbonatadas, como o calcário, pela ação da água ao longo de milhares de anos. A gruta é constituída por diversas cascatas e fontes artificiais que proporcionam a humidade para que as paredes da gruta não fraturem e consequentemente não desmoronem. A água nessas condições constituem uma dureza alta pois tem uma concentração de carbonato de cálcio superior á 180 mg/L. O calcário que é formado sobretudo graças ao carbonato de cálcio, ao entrar em contacto com as águas saturadas em dióxido de carbono origina bicarbonato de cálcio, passando assim de uma substância insolúvel a uma substância solúvel. No seu processo de permeabilização estas águas ao atingirem as amplas cavidades anteriormente formadas (grutas) geram pequenas gotas que se desprendem dos tectos, das mais variadas alturas criando nesse processo todo o tipo de formações.