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10 DE MAIO DE 2023
MARIA BEATRIZ MENDES
11ºB
Memória descritiva 10 de maio de 2023
Foi na passada quarta-feira que, juntamente com os alunos do 10º ano, nós, alunos de 11º,
visitamos o Arouca Geopark, localizado no concelho de Arouca e considerado um Geoparque
Mundial da UNESCO.
A visita iniciou-se com uma breve abordagem relativamente à história do geosítio e sua
respetiva origem, sendo clarificadas várias definições como geosítio, trilobites, clivagem e
fossilização. Fora-nos explicado em formato vídeo, toda a história da região e a origem do
famoso Museu das Trilobites, seguido por um guia que com maior detalhe esclareceu vários
assuntos integrantes do programa de geologia do 10/11 ano.
Depois desta breve introdução, dirigimo-nos ao museu das trilobites onde constava a 4ª
maior trilobite do mundo. Foi explicado com precisão a formação destes fósseis, desde as
posições dos seres, métodos de cálculo e de tamanho até ao modo de vida destes animais. As
trilobites constituem uma classe extinta de artrópodes marinhos, tendo sido um dos grupos de
fósseis mais frequentes no período compreendido entre o Câmbrico e o Devónico, da era
paleozoica. O seu sentido da visão era extremamente apurado e foram dos primeiros animais a
desenvolver olhos complexos. As suas marcas de deslocamento, icnofósseis, são
frequentemente conhecidas como Cruzianas. Achei bastante pertinente principalmente o facto
de que para se desenvolverem, eram obrigadas a deixar a sua carapaça para traz, vezes e vezes
sem conta, podendo atingir até os 90 cm de comprimento. São de facto incríveis os
mecanismos da natureza, desde os seus modos de defesa, até aos de criação. Estas carapaças
foram, tecnicamente, o que deu origem a todos os vestígios que encontramos hoje em dia; os
sedimentos depositavam-se em cima destas, que passado milhões de anos, acabavam por se
decompor – deixando apenas a sua marca, que é hoje em dia encontrada pelo ser humano.
Figura 1 Trilobite
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Memória descritiva 10 de maio de 2023
Figura 3 Museu
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Memória descritiva 10 de maio de 2023
Seguimos pela Frecha da Mizarela. Este contacto é formado por duas rochas distintas que se
encontram lado a lado, proporcionando uma visão fascinante da evolução geológica da região.
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Memória descritiva 10 de maio de 2023
A nível paisagístico, a Cascata da Mizarela oferece uma imagem deslumbrante, com águas
cristalinas a fluir por uma parede rochosa. A queda de água cria um espetáculo natural
impressionante, com uma altura de cerca de 75 metros. A nível geológico, o contacto litológico
da Mizarela é formado pela transição entre duas formações rochosas diferentes. Na base da
cascata, encontramos xistos, uma rocha metamórfica foliada composta principalmente por
minerais como mica, clorita e quartzo. Esses xistos resultam de um processo de metamorfismo
regional que ocorreu há milhões de anos, quando sedimentos pré-existentes foram sujeitos a
altas pressões e temperaturas, deformando-se e reorganizando-se em camadas. Acima dos
xistos, surge um afloramento de granito, uma rocha ígnea intrusiva composta principalmente
por quartzo, feldspato e mica. O granito da Mizarela é resultado da solidificação de magma
subterrâneo, que resfriou e cristalizou lentamente ao longo de milhões de anos. A formação
deste contacto litológico específico na Cascata da Mizarela pode ser explicada pela atividade
geológica que moldou a região ao longo de milhões de anos: provavelmente, a região foi
inicialmente formada por depósitos sedimentares, que foram gradualmente deformados e
metamorfizados devido a movimentos tectónicos, pressões e temperaturas elevadas,
enquanto, posteriormente, a intrusão do magma de granito ocorreu, solidificando-se e
emergindo à superfície. A erosão causada pela água ao longo do tempo esculpiu o relevo,
expondo o contacto entre o granito e os xistos e criando a bela Cascata da Mizarela que
observamos hoje.
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Memória descritiva 10 de maio de 2023
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Memória descritiva 10 de maio de 2023
Concluindo, gostei bastante desta visita de estudo. Pelo menos da minha parte, ficou
bastante mais claro os assuntos envolventes a metamorfismo, e penso que isso vai ajudar e
muito a entender melhor a matéria lecionada nas aulas - afinal, não há melhor forma de
entender a geologia: experienciando.
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