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Reconhecendo 

a importância da cooperação internacional para a


melhoria das condições de vida da criança em todos os países em
Preâmbulo
desenvolvimento,

Os Estados Partes da presente Convenção, estabeleceram, de comum acordo, o que segue:

Considerando que, de acordo com os princípios proclamados na


Carta das Nações Unidas, a liberdade, a justiça e a paz no mundo
fundamentam-se no reconhecimento da dignidade inerente e dos PARTE I
direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família
humana;
Artigo 1
Conscientes de que os povos das Nações Unidas reafirmaram na
Carta sua fé nos direitos fundamentais do homem e na dignidade e
no valor da pessoa humana, e que decidiram promover o progresso Para efeito da presente Convenção, considera-se como criança todo
social e a elevação do nível de vida com mais liberdade; ser humano com menos de 18 anos de idade, salvo quando, em
conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja
alcançada antes.
Reconhecendo que as Nações Unidas proclamaram e concordaram,
na Declaração Universal dos Direitos Humanos e nos pactos
internacionais de direitos humanos, que todas as pessoas possuem
todos os direitos e liberdades neles enunciados, sem distinção de Artigo 2
qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, crença, opinião
política ou de outra natureza, seja de origem nacional ou social,
1. Os Estados Partes devem respeitar os direitos
posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição;
enunciados na presente Convenção e assegurarão sua
aplicação a cada criança em sua jurisdição, sem nenhum
Lembrando que na Declaração Universal dos Direitos Humanos as tipo de discriminação, independentemente de raça, cor,
Nações Unidas proclamaram que a infância tem direito a cuidados e sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra
assistência especiais; natureza, origem nacional, étnica ou social, posição
econômica, deficiência física, nascimento ou qualquer
Convencidos de que a família, como grupo fundamental da outra condição da criança, de seus pais ou de seus
sociedade e ambiente natural para o crescimento e o bem-estar de representantes legais.
todos os seus membros e, em particular, das crianças, deve receber 2. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
a proteção e a assistência necessárias para poder assumir apropriadas para assegurar que a criança seja protegida
plenamente suas responsabilidades dentro da comunidade; contra todas as formas de discriminação ou punição em
função da condição, das atividades, das opiniões
manifestadas ou das crenças de seus pais,
Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso
representantes legais ou familiares.
desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no seio da
família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão;

Considerando que a criança deve estar plenamente preparada para Artigo 3


uma vida independente na sociedade e deve ser educada de acordo
com os ideais proclamados na Carta das Nações Unidas,
1. Todas as ações relativas à criança, sejam elas levadas a
especialmente com espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade,
efeito por instituições públicas ou privadas de assistência
igualdade e solidariedade;
social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos
legislativos, devem considerar primordialmente o melhor
Conscientes de que a necessidade de proporcionar à criança uma interesse da criança.
proteção especial foi enunciada na Declaração de Genebra dos 2. Os Estados Partes comprometem-se a assegurar à
Direitos da Criança, de 1924, e na Declaração dos Direitos da criança a proteção e o cuidado que sejam necessários ao
Criança adotada pela Assembleia Geral em 20 de novembro de seu bem-estar, levando em consideração os direitos e
1959, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos deveres de seus pais, tutores legais ou outras pessoas
Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (em legalmente responsáveis por ela e, com essa finalidade,
particular, nos artigos 23 e 24), no Pacto Internacional de Direitos tomarão todas as medidas legislativas e administrativas
Econômicos, Sociais e Culturais (em particular, no artigo 10) e nos adequadas.
estatutos e instrumentos pertinentes das Agências Especializadas e 3. Os Estados Partes devem garantir que as instituições, as
das organizações internacionais que se interessam pelo bem-estar instalações e os serviços destinados aos cuidados ou à
da criança; proteção da criança estejam em conformidade com os
padrões estabelecidos pelas autoridades competentes,
Conscientes de que, conforme assinalado na Declaração dos especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde
Direitos da Criança, "a criança, em virtude de sua falta de da criança, ao número e à adequação das equipes e à
maturidade física e mental, necessita de proteção e cuidados existência de supervisão adequada.
especiais, incluindo a devida proteção legal, tanto antes quanto
após seu nascimento";
Artigo 4
Lembrando o disposto na Declaração sobre os Princípios Sociais e
Jurídicos Relativos à Proteção e ao Bem-Estar da Criança, com
Referência Especial à Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, Os Estados Partes devem adotar todas as medidas administrativas,
em nível Nacional e Internacional; as Regras Mínimas das Nações legislativas e de outra natureza necessárias para a implementação
Unidas para a Administração da Justiça Juvenil (Regras de dos direitos reconhecidos na presente Convenção. Com relação a
Pequim); e a Declaração sobre a Proteção da Mulher e da Criança direitos econômicos, sociais e culturais, os Estados Partes devem
em Situações de Emergência e de Conflito Armado; adotar tais medidas utilizando ao máximo os recursos disponíveis e,
quando necessário, dentro de um quadro de cooperação
internacional.
Reconhecendo que, em todos os países do mundo, existem
crianças vivendo em condições excepcionalmente difíceis, e que
essas crianças precisam de consideração especial;
Artigo 5
Dando a devida importância às tradições e aos valores culturais de
cada povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da Os Estados Partes devem respeitar as responsabilidades, os
criança; direitos e os deveres dos pais ou, quando aplicável, dos membros
da família ampliada ou da comunidade, conforme determinem os
costumes locais, dos tutores legais ou de outras pessoas
legalmente responsáveis pela criança, para proporcionar-lhe Artigo 10
instrução e orientação adequadas, de acordo com sua capacidade
em evolução, no exercício dos direitos que lhe cabem pela presente
Convenção. 1. De acordo com obrigação dos Estados Partes estipulada
no parágrafo 1 do artigo 9, toda solicitação apresentada
por uma criança ou por seus pais para ingressar em um
Estado Parte ou sair dele, visando à reintegração da
Artigo 6 família, deverá ser atendida pelos Estados Partes de
forma positiva, humanitária e ágil. Os Estados Partes
1. Os Estados Partes reconhecem que toda criança tem o devem assegurar também que a apresentação de tal
direito inerente à vida. solicitação não acarrete consequências adversas para os
2. Os Estados Partes devem assegurar ao máximo a requerentes ou seus familiares.
sobrevivência e o desenvolvimento da criança. 2. A criança cujos pais residem em Estados diferentes
deverá ter o direito de manter periodicamente relações
pessoais e contato direto com ambos, salvo em
circunstâncias especiais. Para tanto, e de acordo com a
Artigo 7 obrigação assumida em virtude do parágrafo 1 do artigo 9,
os Estados Partes devem respeitar o direito da criança e
de seus pais de sair do país, inclusive do próprio, e de
1. A criança deve ser registrada imediatamente após seu ingressar em seu próprio país. O direito de sair de
nascimento e, desde o momento do nascimento, terá qualquer país estará sujeito exclusivamente às restrições
direito a um nome, a uma nacionalidade e, na medida do determinadas por lei que sejam necessárias para proteger
possível, a conhecer seus pais e ser cuidada por eles. a segurança nacional, a ordem pública, a saúde pública
2. Os Estados Partes devem garantir o cumprimento desses ou os costumes, ou os direitos e as liberdades de outras
direitos, de acordo com a legislação nacional e com as pessoas, e que estejam de acordo com os demais direitos
obrigações que tenham assumido em virtude dos reconhecidos pela presente Convenção.
instrumentos internacionais pertinentes, especialmente no
caso de crianças apátridas.

Artigo 11
Artigo 8
1. Os Estados Partes devem adotar medidas para combater
a transferência ilegal de crianças para o exterior e a
1. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar o direito retenção ilícita das mesmas fora de seu país.
da criança de preservar sua identidade, inclusive a 2. Para tanto, os Estados Partes devem promover a
nacionalidade, o nome e as relações familiares, de acordo conclusão de acordos bilaterais ou multilaterais ou a
com a lei, sem interferência ilícitas. adesão a acordos já existentes.
2. Quando uma criança for privada ilegalmente de algum ou
de todos os elementos que configuram sua identidade, os
Estados Partes deverão prestar a assistência e a proteção
adequadas, visando restabelecer rapidamente sua Artigo 12
identidade.
1. Os Estados Partes devem assegurar à criança que é
capaz de formular seus próprios pontos de vista o direito
Artigo 9 de expressar suas opiniões livremente sobre todos os
assuntos relacionados a ela, e tais opiniões devem ser
consideradas, em função da idade e da maturidade da
1. Os Estados Partes devem garantir que a criança não seja criança.
separada dos pais contra a vontade dos mesmos, salvo 2. Para tanto, a criança deve ter a oportunidade de ser
quando tal separação seja necessária tendo em vista o ouvida em todos os processos judiciais ou administrativos
melhor interesse da criança, e mediante determinação que a afetem, seja diretamente, seja por intermédio de um
das autoridades competentes, sujeita a revisão judicial, e representante ou de um órgão apropriado, em
em conformidade com a lei e os procedimentos legais conformidade com as regras processuais da legislação
cabíveis. Tal determinação pode ser necessária em casos nacional.
específicos – por exemplo, quando a criança sofre maus-
tratos ou negligência por parte dos pais, ou, no caso de
separação dos pais, quando uma decisão deve ser
tomada com relação ao local de residência da criança. Artigo 13
2. Em qualquer procedimento em cumprimento ao estipulado
no parágrafo 1 deste artigo, todas as partes interessadas
devem ter a oportunidade de participar e de manifestar 1. A criança deve ter o direito de expressar-se livremente.
suas opiniões. Esse direito deve incluir a liberdade de procurar, receber e
3. Os Estados Partes devem respeitar o direito da criança divulgar informações e ideias de todo tipo,
que foi separada de um ou de ambos os pais a manter independentemente de fronteiras, seja verbalmente, por
regularmente relações pessoais e contato direto com escrito ou por meio impresso, por meio das artes ou por
ambos, salvo nos casos em que isso for contrário ao qualquer outro meio escolhido pela criança.
melhor interesse da criança. 2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito a certas
4. Quando essa separação ocorrer em virtude de uma restrições, que serão unicamente aquelas previstas em lei
medida adotada por um Estado Parte – por exemplo, e consideradas necessárias:
detenção, prisão, exílio, deportação ou morte (inclusive  
falecimento decorrente de qualquer causa enquanto a o para o respeito dos direitos ou da reputação de
pessoa estiver sob custódia do Estado) de um dos pais da outras pessoas; ou
criança, ou de ambos, ou da própria criança, o Estado o para a proteção da segurança nacional ou da
Parte deverá apresentar, mediante solicitação, aos pais, à ordem pública, ou para proteger a saúde
criança ou, se for o caso, a outro familiar as informações pública e os costumes.
necessárias a respeito do paradeiro do familiar ou dos
familiares ausentes, salvo quando tal informação for
prejudicial ao bem-estar da criança. Os Estados Partes
devem assegurar também que tal solicitação não Artigo 14
acarrete, por si só, consequências adversas para a
pessoa ou as pessoas interessadas.
1. Os Estados Partes devem reconhecer os direitos da quando for o caso, os tutores legais serão os
criança à liberdade de pensamento, de consciência e de responsáveis primordiais pela educação e pelo
crença religiosa. desenvolvimento da criança. Sua preocupação básica
2. Os Estados Partes devem respeitar o direito e os deveres será a garantia do melhor interesse da criança.
dos pais e, quando aplicável, dos tutores legais de 2. Para garantir e promover os direitos enunciados na
orientar a criança com relação ao exercício de seus presente Convenção, os Estados Partes devem prestar
direitos, de maneira compatível com sua capacidade em assistência adequada aos pais e aos tutores legais no
desenvolvimento. desempenho de suas funções na educação da criança e
3. A liberdade de professar a própria religião ou as próprias devem assegurar a criação de instituições, instalações e
crenças pode esta sujeita unicamente às limitações serviços para o cuidado da criança.
prescritas em lei e necessárias para proteger o interesse 3. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
público em relação à segurança, à ordem, aos costumes apropriadas para garantir aos filhos de pais que trabalham
ou à saúde, ou ainda aos direitos e liberdades acesso aos serviços e às instalações de atendimento a
fundamentais de outras pessoas. que têm direito.

Artigo 15 Artigo 19

1. Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança à 1. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
liberdade de associação e à liberdade de realizar reuniões legislativas, administrativas, sociais e educacionais
pacíficas. apropriadas para proteger a criança contra todas as
2. Não serão impostas restrições ao exercício desses formas de violência física ou mental, ofensas ou abusos,
direitos, a não ser aquelas estabelecidas em negligência ou tratamento displicente, maus-tratos ou
conformidade com a lei e que sejam necessárias em uma exploração, inclusive abuso sexual, enquanto a criança
sociedade democrática, no interesse da segurança estiver sob a custódia dos pais, do tutor legal ou de
nacional ou pública, da ordem pública, da proteção à qualquer outra pessoa responsável por ela.
saúde pública e dos costumes, ou da proteção dos 2. Essas medidas de proteção devem incluir, quando
direitos e liberdades de outras pessoas. cabível, procedimentos eficazes para a elaboração de
programas sociais visando ao provimento do apoio
necessário para a criança e as pessoas responsáveis por
ela, bem como para outras formas de prevenção, e para
Artigo 16 identificação, notificação, transferência para uma
instituição, investigação, tratamento e acompanhamento
1. Nenhuma criança deve ser submetida a interferências posterior dos casos de maus-tratos mencionados acima e,
arbitrárias ou ilegais em sua vida particular, sua família, quando cabível, para intervenção judiciária.
seu domicílio ou sua correspondência, nem a ataques
ilegais à sua honra e à sua reputação.
2. A criança tem direito à proteção da lei contra essas
Artigo 20
interferências ou ataques.

1. Crianças temporária ou permanentemente privadas do


convívio familiar ou que, em seu próprio interesse, não
Artigo 17 devem permanecer no ambiente familiar terão direito a
proteção e assistência especiais do Estado.
1. Os Estados Partes reconhecem a função importante 2. Os Estados Partes devem garantir cuidados alternativos
desempenhada pelos meios de comunicação, e devem para essas crianças, de acordo com suas leis nacionais.
garantir o acesso da criança a informações e materiais 3. Esses cuidados podem incluir, inter alia, a colocação em
procedentes de diversas fontes nacionais e internacionais, orfanatos, a kafalah do direito islâmico, a adoção ou, caso
especialmente aqueles que visam à promoção de seu necessário, a colocação em instituições adequadas de
bem-estar social, espiritual e moral e de sua saúde física proteção da criança. Ao serem consideradas as soluções,
e mental. Para tanto, os Estados Partes devem: especial atenção deve ser dada à origem étnica, religiosa,
  cultural e linguística da criança, bem como à conveniência
o incentivar os meios de comunicação a difundir da continuidade de sua educação.
informações e materiais de interesse social e
cultural para a criança, de acordo com o
disposto no artigo 29; Artigo 21
o promover a cooperação internacional na
produção, no intercâmbio e na divulgação
Os Estados Partes que reconhecem e/ou admitem o sistema de
dessas informações procedentes de diversas
adoção devem garantir que o melhor interesse da criança seja a
fontes culturais, nacionais e internacionais;
consideração primordial e devem:
o incentivar a produção e a difusão de livros para
crianças;
o incentivar os meios de comunicação no sentido  assegurar que a adoção da criança seja autorizada
de dar especial atenção às necessidades exclusivamente pelas autoridades competentes, que
linguísticas da criança que pertença a um grupo determinarão, de acordo com as leis e os procedimentos
minoritário ou indígena; cabíveis, e com base em todas as informações
o incentivar a elaboração de diretrizes pertinentes e fidedignas, que a adoção é admissível em
apropriadas à proteção da criança contra vista do status da criança com relação a seus pais,
informações e materiais prejudiciais ao seu parentes e tutores legais; e que as pessoas interessadas
bem-estar, tendo em vista o disposto nos tenham consentido com a adoção, com conhecimento de
artigos 13 e 18. causa, com base em informações solicitadas, quando
necessário;
 reconhecer que a adoção efetuada em outro país pode
ser considerada como um meio alternativo para os
Artigo 18 cuidados da criança, quando a mesma não puder ser
colocada em um orfanato ou em uma família adotiva, ou
1. Os Estados Partes devem envidar seus melhores não conte com atendimento adequado em seu país de
esforços para assegurar o reconhecimento do princípio de origem;
que ambos os pais têm obrigações comuns com relação à
educação e ao desenvolvimento da criança. Os pais ou,
 garantir que a criança adotada em outro país goze de acesso a essas informações. Dessa forma, os Estados
salvaguardas e normas equivalentes àquelas existentes Partes poderão aprimorar sua capacidade e seus
em seu país de origem com relação à adoção; conhecimentos e ampliar sua experiência nesses campos.
Nesse sentido, devem ser consideradas de maneira
 adotar todas as medidas apropriadas para garantir que, especial as necessidades dos países em
em caso de adoção em outro país, a colocação não desenvolvimento.
resulte em benefícios financeiros indevidos para as
pessoas envolvidas;
 promover os objetivos deste artigo, quando necessário,
mediante arranjos ou acordos bilaterais ou multilaterais, e Artigo 24
envidar esforços, nesse contexto, para assegurar que a
colocação da criança em outro país seja realizada por 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de
intermédio das autoridades ou dos organismos gozar do melhor padrão possível de saúde e dos serviços
competentes. destinados ao tratamento das doenças e à recuperação
da saúde. Os Estados Partes devem envidar esforços
para assegurar que nenhuma criança seja privada de seu
direito de usufruir desses serviços de cuidados de saúde.
Artigo 22
2. Os Estados Partes devem garantir a plena aplicação
desse direito e, em especial, devem adotar as medidas
1. Os Estados Partes devem adotar medidas adequadas apropriadas para:
para assegurar que a criança que tenta obter a condição  
de refugiada, ou que seja considerada refugiada, de o reduzir a mortalidade infantil;
acordo com o direito e os procedimentos internacionais ou o assegurar a prestação de assistência médica e
internos aplicáveis, receba, estando sozinha ou
cuidados de saúde necessários para todas as
acompanhada por seus pais ou por qualquer outra
crianças, dando ênfase aos cuidados primários
pessoa, a proteção e a assistência humanitária
de saúde;
adequadas para que possa usufruir dos direitos
enunciados na presente Convenção e em outros o combater as doenças e a desnutrição, inclusive
instrumentos internacionais de direitos humanos ou de no contexto dos cuidados primários de saúde
caráter humanitário com os quais os citados Estados mediante, inter alia, a aplicação de tecnologia
estejam comprometidos. prontamente disponível e o fornecimento de
2. Para tanto, os Estados Partes devem cooperar, da alimentos nutritivos e de água limpa de boa
maneira como julgarem apropriada, com todos os qualidade, tendo em vista os perigos e riscos da
esforços das Nações Unidas e demais organizações poluição ambiental;
intergovernamentais competentes, ou organizações não o assegurar que as mulheres tenham acesso a
governamentais que cooperam com as Nações Unidas, atendimento pré-natal e pós-natal adequado;
para proteger e ajudar a criança refugiada; e para o assegurar que todos os setores da sociedade,
localizar seus pais ou outros membros de sua família, especialmente os pais e as crianças, conheçam
buscando informações necessárias para que seja os princípios básicos de saúde e nutrição da
reintegrada à sua família. Caso não seja possível localizar criança, as vantagens do aleitamento materno,
nenhum dos pais ou dos membros da família, deverá ser da higiene e do saneamento ambiental, e as
concedida à criança a mesma proteção outorgada a medidas de prevenção de acidentes; e que
qualquer outra criança que esteja permanente ou tenham acesso a educação pertinente e
temporariamente privada de seu ambiente familiar, seja recebam apoio para a aplicação desses
qual for o motivo, conforme estabelecido na presente conhecimentos;
Convenção. o desenvolver assistência médica preventiva,
orientação aos pais e educação e serviços de
planejamento familiar.
Artigo 23 3. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
eficazes e adequadas para eliminar práticas tradicionais
que sejam prejudiciais à saúde da criança.
1. Os Estados Partes reconhecem que a criança com 4. Os Estados Partes comprometem-se a promover e
deficiência física ou mental deverá desfrutar de uma vida incentivar a cooperação internacional para buscar,
plena e decente, em condições que garantam sua progressivamente, a plena realização do direito
dignidade, favoreçam sua autoconfiança e facilitem sua reconhecido no presente artigo. Nesse sentido, devem ser
participação ativa na comunidade. consideradas de maneira especial as necessidades dos
2. Os Estados Partes reconhecem que a criança com países em desenvolvimento.
deficiência tem direito a receber cuidados especiais, e
devem estimular e garantir a extensão da prestação da
assistência solicitada e que seja adequada às condições
da criança e às circunstâncias de seus pais ou das Artigo 25
pessoas responsáveis por ela, de acordo com os recursos
disponíveis e sempre que a criança ou seus responsáveis Os Estados Partes reconhecem que uma criança internada em uma
reúnam as condições exigidas. instituição pelas autoridades competentes, para fins de atendimento,
3. Reconhecendo as necessidades especiais da criança com proteção ou tratamento de saúde física ou mental, tem direito a um
deficiência, a assistência ampliada, conforme disposto no exame periódico para avaliação do tratamento ao qual está sendo
parágrafo 2 deste artigo, deve ser gratuita sempre que submetida e de todos os demais aspectos relativos à sua
possível, levando em consideração a situação econômica internação.
dos pais ou das pessoas responsáveis pela criança; e
deve assegurar à criança deficiente o acesso efetivo à
educação, à capacitação, aos serviços de saúde e de
reabilitação, à preparação para o emprego e às Artigo 26
oportunidades de lazer, de maneira que a criança atinja a
integração social e o desenvolvimento individual mais 1. Os Estados Partes devem reconhecer que todas as
completos possíveis, incluindo seu desenvolvimento crianças têm o direito de usufruir da previdência social,
cultural e espiritual. inclusive do seguro social, e devem adotar as medidas
4. Os Estados Partes devem promover, com espírito de necessárias para garantir a plena realização desse direito,
cooperação internacional, a troca de informações em conformidade com sua legislação nacional.
adequadas nos campos da assistência médica preventiva 2. Quando pertinentes, os benefícios devem ser concedidos
e do tratamento médico, psicológico e funcional das levando em consideração os recursos e a situação da
crianças com deficiência, incluindo a divulgação de criança e das pessoas responsáveis pelo seu sustento,
informações a respeito dos métodos de reabilitação e dos bem como qualquer outro aspecto relevante para a
serviços de ensino e formação profissional, bem como o
concessão do benefício solicitado pela criança ou em seu o desenvolver a personalidade, as aptidões e a
nome. capacidade mental e física da criança em todo
seu potencial;
o imbuir na criança o respeito aos direitos
Artigo 27 humanos e às liberdades fundamentais, bem
como aos princípios consagrados na Carta das
Nações Unidas;
1. Os Estados Partes reconhecem o direito de todas as o imbuir na criança o respeito por seus pais, sua
crianças a um nível de vida adequado ao seu própria identidade cultural, seu idioma e seus
desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral e social. valores, pelos valores nacionais do país em que
2. Cabe aos pais ou a outras pessoas responsáveis pela reside, do país de origem, quando for o caso, e
criança a responsabilidade primordial de propiciar, de das civilizações diferentes da sua;
acordo com as possibilidades e os recursos financeiros,
as condições de vida necessárias ao desenvolvimento da
o preparar a criança para assumir uma vida
criança. responsável em uma sociedade livre, com
3. De acordo com as condições nacionais e dentro de suas espírito de entendimento, paz, tolerância,
possibilidades, os Estados Partes devem adotar as igualdade de gênero e amizade entre todos os
medidas apropriadas para ajudar os pais e outras povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos, e
pessoas responsáveis pela criança a tornar efetivo esse populações autóctones;
direito; e caso necessário, devem proporcionar o imbuir na criança o respeito pelo meio
assistência material e programas de apoio, especialmente ambiente.
no que diz respeito à nutrição, ao vestuário e à habitação. 2. Nenhum inciso deste artigo ou do artigo 28 deverá ser
4. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas interpretado de modo a restringir a liberdade que cabe
adequadas para garantir que os pais ou outras pessoas aos indivíduos ou às entidades de criar e dirigir
financeiramente responsáveis pela criança respondam por instituições de ensino, desde que sejam respeitados os
seu sustento, sejam eles residentes no Estado Parte ou princípios enunciados no parágrafo 1 deste artigo, e
no exterior. Em especial, quando a pessoa desde que a educação ministrada em tais instituições
financeiramente responsável pela criança mora em outro esteja em consonância com os padrões mínimos
país que não o país de residência da criança, o Estado estabelecidos pelo Estado.
Parte em questão deve promover a adesão a acordos
internacionais ou a conclusão de tais acordos, bem como
outras medidas apropriadas.
Artigo 30

1. Nos Estados Partes que abrigam minorias étnicas,


Artigo 28 religiosas ou linguísticas, ou populações autóctones, não
será negado a uma criança que pertença a tais minorias
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança à ou a um grupo autóctone o direito de ter sua própria
educação e, para que ela possa exercer esse direito cultura, professar ou praticar sua própria religião ou
progressivamente e em igualdade de condições, devem: utilizar seu próprio idioma em comunidade com os demais
  membros de seu grupo.
o tornar o ensino primário obrigatório e disponível
gratuitamente para todos;
o estimular o desenvolvimento dos vários tipos de Artigo 31
ensino secundário, inclusive o geral e o
profissional, tornando-os disponíveis e
acessíveis a todas as crianças; e adotar 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança ao
medidas apropriadas, como a oferta de ensino descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades
gratuito e assistência financeira se necessário; recreativas próprias da idade, bem como à livre
o tornar o ensino superior acessível a todos, com participação na vida cultural e artística.
2. Os Estados Partes devem respeitar e promover o direito
base em capacidade, e por todos os meios
da criança de participar plenamente da vida cultural e
adequados;
artística e devem estimular a oferta de oportunidades
o tornar informações e orientação educacionais e adequadas de atividades culturais, artísticas, recreativa e
profissionais disponíveis e acessíveis a todas de lazer, em condições de igualdade.
as crianças;
o adotar medidas para estimular a frequência
regular à escola e a redução do índice de
evasão escolar. Artigo 32
2. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
necessárias para assegurar que a disciplina escolar seja 1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de ser
ministrada de maneira compatível com a dignidade protegida contra a exploração econômica e contra a
humana da criança e em conformidade com a presente realização de qualquer trabalho que possa ser perigoso
Convenção. ou interferir em sua educação, ou que seja prejudicial
3. Os Estados Partes devem promover e estimular a para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico,
cooperação internacional em questões relativas à mental, espiritual, moral ou social.
educação, visando especialmente contribuir para a 2. Os Estados Partes devem adotar medidas legislativas,
eliminação da ignorância e do analfabetismo no mundo e sociais e educacionais para assegurar a aplicação deste
facilitar o acesso aos conhecimentos científicos e técnicos artigo. Para tanto, e levando em consideração os
e aos métodos modernos de ensino. Nesse sentido, dispositivos pertinentes de outros instrumentos
devem ser consideradas de maneira especial as internacionais, os Estados Partes devem, em particular:
necessidades dos países em desenvolvimento.  
o estabelecer uma idade mínima ou idades
mínimas para a admissão no trabalho;
Artigo 29 o estabelecer regulamentação apropriada relativa
a horários e condições de trabalho;
1. Os Estados Partes reconhecem que a educação da o estabelecer penalidades ou outras sanções
criança deve estar orientada no sentido de: apropriadas para assegurar o cumprimento
  efetivo deste artigo.
Artigo 33 Artigo 38

Os Estados Partes devem adotar todas as medidas apropriadas, 1. Os Estados Partes comprometem-se a respeitar e a fazer
inclusive medidas legislativas, administrativas, sociais e com que sejam respeitadas as normas do direito
educacionais, para proteger a criança contra o uso ilícito de drogas humanitário internacional aplicáveis à criança em casos
e substâncias psicotrópicas tal como são definidas nos tratados de conflito armado.
internacionais pertinentes, e para impedir que as crianças sejam 2. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas
utilizadas na produção e no tráfico ilícito dessas substâncias. possíveis para impedir que menores de 15 anos de idade
participem diretamente de hostilidades.
3. Os Estados Partes devem abster-se de recrutar menores
de 15 anos de idade para servir em suas forças armadas.
Artigo 34
Caso recrutem indivíduos que tenham completado 15
anos de idade, mas que tenham menos de 18 anos, os
Os Estados Partes comprometem-se a proteger a criança contra Estados Partes devem dar prioridade aos mais velhos.
todas as formas de exploração e abuso sexual. Para tanto, os 4. Em conformidade com as obrigações determinadas pelo
Estados Partes devem adotar, em especial, todas as medidas em direito humanitário internacional para proteger a
âmbito nacional, bilateral e multilateral que sejam necessárias para população civil durante conflitos armados, os Estados
impedir: Partes devem adotar todas as medidas possíveis para
assegurar a proteção e o cuidado das crianças afetadas
por um conflito armado.
 o incentivo ou a coação para que uma criança dedique-se
a qualquer atividade sexual ilegal;
 a exploração da criança na prostituição ou em outras
práticas sexuais ilegais; Artigo 39
 a exploração da criança em espetáculos ou materiais
pornográficos. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas apropriadas
para promover a recuperação física e psicológica e a reintegração
social de todas as crianças vítimas de: qualquer forma de
negligência, exploração ou abuso; tortura ou outros tratamentos ou
Artigo 35 penas cruéis, desumanos ou degradantes; ou conflitos armados. A
recuperação e a reintegração devem ocorrer em ambiente que
estimule a saúde, o respeito próprio e a dignidade da criança.
Os Estados Partes devem adotar todas as medidas em âmbito
nacional, bilateral e multilateral que sejam necessárias para impedir
o sequestro, a venda ou o tráfico de crianças, para qualquer fim ou
sob qualquer forma. Artigo 40

1. Os Estados Partes reconhecem que todas as crianças


Artigo 36 que, alegadamente, teriam infringido a legislação penal ou
que são acusadas ou declaradas culpadas de ter
Os Estados Partes devem proteger a criança contra todas as formas infringido a legislação penal têm o direito de ser tratadas
de exploração que sejam prejudiciais para qualquer aspecto de seu de forma a promover e estimular seu sentido de dignidade
bem-estar. e de valor, fortalecendo seu respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades fundamentais de terceiros,
levando em consideração sua idade e a importância de
promover sua reintegração e seu papel construtivo na
Artigo 37 sociedade.
2. Para tanto, e de acordo com os dispositivos relevantes
Os Estados Partes devem garantir: dos instrumentos internacionais, os Estados Partes
devem assegurar, em especial:
 
 que nenhuma criança seja submetida a tortura ou a outros o que não se alegue que uma criança tenha
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. infringido a legislação penal, nem se acuse ou
Não serão impostas a pena de morte e a prisão perpétua, declare uma criança culpada de ter infringido a
sem possibilidade de livramento, por delitos cometidos por legislação penal por atos ou omissões que não
menores de 18 anos de idade; eram proibidos pela legislação nacional ou
 que nenhuma criança seja privada de sua liberdade de internacional no momento em que tais atos ou
forma ilegal ou arbitrária. A detenção, a reclusão ou a omissões foram cometidos;
prisão de uma criança devem ser efetuadas em o que todas as crianças que, alegadamente,
conformidade com a lei e apenas como último recurso, e teriam infringido a legislação penal ou que são
pelo período de tempo mais breve possível; acusadas ou declaradas culpadas de ter
 que todas as crianças privadas de sua liberdade sejam infringido a legislação penal gozem, no mínimo,
tratadas com a humanidade e o respeito que merece a das seguintes garantias:
dignidade inerente à pessoa humana, e levando em  
consideração as necessidades de uma pessoa de sua i. ser consideradas inocentes enquanto
idade. Em especial, todas as crianças privadas de sua não for comprovada sua culpa, de
liberdade devem permanecer em ambiente separado dos acordo com a legislação;
adultos, a não ser que tal fato seja considerado contrário ii. ser informadas das acusações que
ao seu melhor interesse; e devem ter o direito de manter pesam contra elas prontamente e
contato com suas famílias por meio de correspondência diretamente e, quando for o caso, por
ou visitas, salvo em circunstâncias excepcionais; intermédio de seus pais ou de seus
de tutores legais, e dispor de
 que todas as crianças privadas de sua liberdade tenham assistência jurídica ou outro tipo de
direito a acesso imediato a assistência jurídica e a assistência apropriada para a
qualquer outra assistência adequada, bem como o direito preparação e a apresentação de sua
de contestar a legalidade da privação de sua liberdade defesa;
perante um tribunal ou outra autoridade competente, iii. ter a causa decidida sem demora por
independente e imparcial, e de ter uma decisão rápida autoridade ou órgão judicial
para tal ação. competente, independente e
imparcial, em audiência justa, de
acordo com a lei, contando com
assistência jurídica ou de outro tipo e 1. Com o objetivo de analisar os progressos realizados no
na presença de seus pais ou de seus cumprimento das obrigações assumidas pelos Estados
tutores legais, salvo quando essa Partes sob a presente Convenção, deve ser constituído
situação for considerada contrária ao um Comitê sobre os Direitos da Criança, que
seu melhor interesse, tendo em vista desempenhará as funções determinadas a seguir.
especialmente sua idade ou sua 2. O Comitê será composto por dez especialistas de
situação; reconhecida integridade moral e competência nas áreas
iv. não ser obrigada a testemunhar ou cobertas pela presente Convenção. Os membros do
declarar-se culpada, e poder Comitê devem ser eleitos pelos Estados Partes entre seus
interrogar as testemunhas de próprios cidadãos, e exercerão suas funções de acordo
acusação, bem como obter a com sua qualificação pessoal, levando em consideração
participação e o interrogatório de uma distribuição geográfica equitativa e os principais
testemunhas em sua defesa, em sistemas jurídicos.
igualdade de condições; 3. Os membros do Comitê serão escolhidos em votação
v. caso seja decidido que infringiu a secreta, a partir de uma lista de pessoas indicadas pelos
legislação penal, ter essa decisão e Estados Partes. Cada Estado Parte poderá indicar uma
qualquer medida imposta em pessoa entre seus próprios cidadãos.
decorrência da mesma submetida a 4. A eleição inicial para o Comitê deve ocorrer no máximo
revisão por autoridade ou órgão seis meses após a data em que a presente Convenção
judicial superior competente, entrar em vigor e, posteriormente, a cada dois anos. No
independente e imparcial, de acordo mínimo quatro meses antes da data marcada para cada
com a lei; eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas deve
vi. contar com a assistência gratuita de enviar uma carta aos Estados Partes convidando-os a
um intérprete caso não compreenda apresentar suas candidaturas no prazo de dois meses. Na
ou não fale o idioma utilizado; sequência, o Secretário-Geral deve elaborar uma lista da
vii. ter plenamente respeitada sua vida qual farão parte, em ordem alfabética, todos os
privada durante todas as fases do candidatos indicados e os Estados Partes que os
processo. designaram, e deve submetê-la aos Estados Partes da
3. Os Estados Partes devem buscar promover o presente Convenção.
estabelecimento de leis, procedimentos, autoridades e 5. As eleições serão realizadas na sede das Nações Unidas,
instituições especificamente aplicáveis a crianças, que em reuniões dos Estados Partes convocadas pelo
alegadamente, teriam infringido a legislação penal ou que Secretário-Geral. Nessas reuniões, para as quais
sejam acusadas ou declaradas culpadas de ter infringido o quorum será de dois terços dos Estados Partes, os
a legislação penal, e em especial: candidatos eleitos para o Comitê serão aqueles que
  obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta
o o estabelecimento de uma idade mínima antes de votos dos representantes dos Estados Partes
da qual se presumirá que a criança não tem presentes e votantes.
capacidade para infringir a legislação penal; 6. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato
o sempre que conveniente e desejável, a adoção de quatro anos. Poderão ser reeleitos caso suas
candidaturas sejam apresentadas novamente. O mandato
de medidas para lidar com essas crianças sem
de cinco dos membros eleitos na primeira eleição expirará
recorrer a procedimentos judiciais, desde que
ao término de dois anos; imediatamente após ter sido
sejam plenamente respeitados os direitos
realizada a primeira eleição, o presidente da reunião
humanos e as garantias legais.
escolherá por sorteio os nomes desses cinco membros.
4. Diversas medidas, tais como ordens de guarda,
7. Caso um membro do comitê venha a falecer, ou renuncie
orientação e supervisão, aconselhamento, liberdade
ou declare que por qualquer outro motivo não poderá
vigiada, colocação em orfanatos, programas de educação
continuar desempenhando suas funções, o Estado Parte
e formação profissional, bem como alternativas à
que indicou esse membro designará outro especialista,
internação em instituições devem estar disponíveis para
entre seus cidadãos, para que exerça o mandato até o
garantir que as crianças sejam tratadas de modo
final, sujeito à aprovação do Comitê.
apropriado ao seu bem-estar e de forma proporcional às
8. O Comitê deve estabelecer as regras para seus
circunstâncias e ao tipo de delito.
procedimentos.
9. O Comitê deve eleger os membros da mesa para um
período de dois anos.
Artigo 41 10. As reuniões do Comitê devem ocorrer normalmente na
sede das Nações Unidas ou em qualquer outro local que
o Comitê julgue conveniente. O Comitê deve reunir-se
Nenhuma determinação da presente Convenção deve sobrepor-se a normalmente todos os anos. A duração das reuniões do
dispositivos que sejam mais convenientes para a realização dos Comitê será determinada e revista, se for o caso, em uma
direitos da criança e que podem constar: reunião dos Estados Partes da presente Convenção,
sujeita à aprovação da Assembleia Geral.
11. O Secretário-Geral das Nações Unidas deve fornecer as
 da legislação de um Estado Parte;
equipe e as instalações necessárias para o desempenho
 das normas de legislações internacionais vigentes para eficaz das funções do Comitê, de acordo com a presente
esse Estado. Convenção.
12. Com a aprovação da Assembleia Geral, a remuneração
  dos membros do Comitê constituído sob a presente
Convenção será proveniente dos recursos das Nações
Unidas, de acordo com as condições e os termos
determinados pela Assembleia.
PARTE II

Artigo 44
Artigo 42
1. Os Estados Partes assumem o compromisso de
Os Estados Partes assumem o compromisso de divulgar apresentar ao Comitê, por intermédio do Secretário-Geral
amplamente os princípios e dispositivos da Convenção para adultos das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas que
e crianças, mediante a utilização de meios apropriados e eficazes. tenham adotado com vistas a tornar efetivos os direitos
reconhecidos na Convenção e sobre os progressos
alcançados no exercício desses direitos:
 
Artigo 43
o no prazo de dois anos a partir da data em que a A presente Convenção está aberta à assinatura de todos os
presente Convenção entrou em vigor para cada Estados.
Estado Parte;
o a partir de então, a cada cinco anos.
2. Os relatórios elaborados em função deste artigo devem Artigo 47
indicar as circunstâncias e as dificuldades, caso existam,
que afetam o grau de cumprimento das obrigações
A presente Convenção está sujeita a ratificação. Os instrumentos de
decorrentes da presente Convenção. Devem conter
ratificação serão depositados em poder do Secretário-Geral das
também informações suficientes para que o Comitê tenha
Nações Unidas.
um amplo entendimento da implementação da Convenção
no país.
3. Um Estado Parte que tenha submetido um relatório inicial
abrangente ao Comitê não precisará repetir em relatórios Artigo 48
posteriores informações básicas já fornecidas, conforme
estipula o subitem (b) do parágrafo 1 deste artigo.
A presente Convenção permanecerá aberta à adesão por qualquer
4. O Comitê poderá solicitar aos Estados Partes mais
Estado. Os instrumentos de adesão serão depositados em poder do
informações sobre a implementação da Convenção.
Secretário-Geral das Nações Unidas.
5. A cada dois anos, o Comitê deve submeter relatórios
sobre suas atividades à Assembleia Geral das Nações
Unidas, por intermédio do Conselho Econômico e Social.
6. Os Estados Partes devem tornar seus relatórios Artigo 49
amplamente disponíveis ao público em seus respectivos
países.
1. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo dia
após a data em que tenha sido depositado o vigésimo
instrumento de ratificação ou adesão em poder do
Artigo 45 Secretário-Geral das Nações Unidas.
2. Para cada Estado que venha a ratificar a Convenção ou
aderir a ela após ter sido depositado o vigésimo
A fim de incentivar a efetiva implementação da Convenção e instrumento de ratificação ou de adesão, a Convenção
estimular a cooperação internacional nas esferas regulamentadas entrará em vigor no trigésimo dia após o depósito, por
pela Convenção: parte do Estado, de seu instrumento de ratificação ou de
adesão.
 as agências especializadas, o Fundo das Nações Unidas
para a Infância e outros órgãos das Nações Unidas
poderão estar representados quando for analisada a Artigo 50
implementação de dispositivos da presente Convenção
que estejam compreendidos no escopo de seus
mandatos. O Comitê poderá convidar as agências 1. Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda e
especializadas, o Fundo das Nações Unidas para a registrá-la com o Secretário-Geral das Nações Unidas. Na
Infância e outros órgãos competentes que considere sequência, o Secretário-Geral comunicará a emenda
apropriados para que forneçam assessoria especializada proposta aos Estados Partes, solicitando que estes o
sobre a implementação de dispositivos da presente notifiquem caso apoiem a convocação de uma
Convenção que estejam compreendidos no escopo de Conferência de Estados Partes com o objetivo de analisar
seus respectivos mandatos. O Comitê poderá convidar as as propostas e submetê-las à votação. Se no prazo de
agências especializadas, o Fundo das Nações Unidas quatro meses a partir da data dessa notificação pelo
para a Infância e outros órgãos das Nações Unidas para menos um terço dos Estados Partes declarar-se favorável
que submetam relatórios sobre a implementação da a tal Conferência, o Secretário-Geral convocará a
Convenção em áreas compreendidas no escopo de suas Conferência, sob os auspícios das Nações Unidas.
atividades; Qualquer emenda adotada pela maioria dos Estados
Partes presentes e votantes na Conferência deverá ser
 conforme julgar conveniente, o Comitê deve transmitir às
submetida pelo Secretário-Geral à Assembleia Geral, para
agências especializadas, ao Fundo das Nações Unidas
sua aprovação.
para a Infância e a outros órgãos competentes quaisquer
2. Uma emenda adotada em conformidade com o parágrafo
relatórios dos Estados Partes que contenham uma
1 deste artigo entrará em vigor quando aprovada pela
solicitação de assessoria ou que indiquem a necessidade
Assembleia Geral das Nações Unidas e aceita por dois
de orientação ou de assistência técnica, acompanhados
terços dos Estados Partes.
por observações e sugestões do Comitê, se houver, sobre
3. Quando entrar em vigor, a emenda será vinculante para
tais pedidos ou indicações;
os Estados Partes que as tenham aceitado, e os demais
 o Comitê poderá recomendar à Assembleia Geral que Estados Partes continuarão regidos pelos dispositivos da
solicite ao Secretário-Geral que realize, em seu nome, presente Convenção e pelas emendas anteriormente
estudos sobre questões específicas relativas aos direitos aceitas por eles.
da criança;
 o Comitê poderá formular sugestões e recomendações
gerais com base nas informações recebidas de acordo
com os termos dos artigos 44 e 45 da presente Artigo 51
Convenção. Essas sugestões e recomendações gerais
devem ser transmitidas aos Estados Partes em questão e 1. O Secretário-Geral das Nações Unidas deve recebe e
encaminhadas à Assembleia Geral, acompanhadas por comunicar a todos os Estados Partes o texto das
comentários eventualmente apresentados pelos Estados ressalvas feitas no momento da ratificação ou da adesão.
Partes. 2. Não será permitida nenhuma ressalva incompatível com o
objetivo e o propósito da presente Convenção.
  3. Quaisquer ressalvas poderão ser retiradas a qualquer
momento mediante notificação dirigida ao Secretário-
Geral das Nações Unidas, que deve transmitir essa
informação a todos os Estados. Tal notificação entrará em
PARTE III vigor na data de seu recebimento pelo Secretário-Geral.

Artigo 46 Artigo 52
Um Estado Parte pode requerer a denunciação da presente desigualdades na estrutura socioeconômica, famílias disfuncionais,
Convenção mediante notificação por escrito ao Secretário-Geral das falta de instrução, migração urbano-rural, discriminação de gênero,
Nações Unidas. A denunciação entrará em vigor um ano após a comportamento sexual irresponsável dos adultos, práticas
data em que a notificação for recebida pelo Secretário-Geral. tradicionais prejudiciais, conflitos armados e tráfico de crianças;

Convencidos também de que são necessárias medidas de


Artigo 53 sensibilização pública para reduzir a demanda que resulta na venda
de crianças, na prostituição infantil e na pornografia infantil, e
convencidos ainda da importância de estreitar a parceria global
O Secretário-Geral das Nações Unidas é designado depositário da entre todos os atores e de aperfeiçoar a aplicação da lei em nível
presente Convenção. nacional;

Observando os dispositivos dos instrumentos jurídicos


Artigo 54 internacionais relevantes para a proteção da criança, inclusive a
Convenção da Haia relativa à Proteção das Crianças e à
O texto original da presente Convenção, cujas versões em árabe, Cooperação em Matéria de Adoção Internacional; a Convenção de
chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente autênticas, Haia sobre os Aspectos Civis do Rapto Internacional de Crianças; a
deve ser depositado em poder do Secretário-Geral das Nações Convenção de Haia sobre Jurisdição, Direito Aplicável,
Unidas. Em testemunho do quê os plenipotenciários abaixo Reconhecimento, Aplicação e Cooperação Relativamente à
assinados, devidamente autorizados por seus respectivos governos, Responsabilidade Parental e Medidas para a Proteção das
assinaram a presente Convenção. Crianças; e a Convenção No 182 da Organização Internacional do
Trabalho sobre a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e
Ação Imediata para sua Eliminação;
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança
Estimulados pelo apoio maciço à Convenção sobre os Direitos da
sobre a Venda de Crianças, a Prostituição Infantil e a Pornografia Criança, que demonstra o amplo compromisso em favor da
promoção e da proteção dos direitos da criança;

Infantil
Reconhecendo a importância da implementação dos dispositivos do
Programa de Ação para a Prevenção da Venda de Crianças, da
Em vigor desde 18 de janeiro de 2002. Prostituição Infantil e da Pornografia Infantil e do documento
Declaração e Programa de Ação, adotados no Congresso Mundial
contra a Exploração Sexual Comercial de Crianças, realizado em
Estocolmo de 27 a 31 de agosto de 1996, e outras decisões e
recomendações relevantes dos organismos internacionais
Os Estados Partes no presente Protocolo,
pertinentes;

Considerando que, para realizar os objetivos da Convenção sobre


Considerando a importância das tradições e dos valores culturais de
os Direitos da Criança e a aplicação de seus dispositivos,
cada povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da
especialmente dos artigos 1, 11, 21, 32, 33, 34, 35 e 36, seria
criança,
adequado ampliar as medidas que os Estados Partes devem adotar
para garantir a proteção da criança contra a venda de crianças, a
prostituição infantil e a pornografia infantil; estabeleceram, de comum acordo, o que segue:

Considerando também que a Convenção sobre os Direitos da


Artigo 1º
Criança reconhece o direito da criança a ser protegida contra a
exploração econômica e contra a realização de qualquer trabalho
perigoso ou que interfira com sua educação, ou que prejudique sua Os Estados Partes deverão proibir a venda de crianças, a
saúde ou seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou prostituição infantil e a pornografia infantil, conforme disposto no
social; presente Protocolo.

Seriamente preocupados com o significativo e crescente tráfico


internacional de crianças para fins de venda de crianças, Artigo 2º
prostituição infantil e pornografia infantil;
Para os fins do presente Protocolo:
Profundamente preocupados com a prática generalizada e contínua
do turismo sexual, ao qual as crianças são especialmente a) Venda de crianças significa qualquer ato ou transação pelo qual
vulneráveis, uma vez que promove diretamente a venda de uma criança seja transferida por qualquer pessoa ou grupo de
crianças, a prostituição infantil e a pornografia infantil; pessoas para outra pessoa ou grupo mediante remuneração ou
qualquer outra retribuição;
Reconhecendo que diversos grupos particularmente vulneráveis,
inclusive as meninas, encontram-se em maior risco de exploração b) Prostituição infantil significa a utilização de uma criança em
sexual, e que o número de meninas entre as vítimas de exploração atividades sexuais mediante remuneração ou qualquer outra
sexual é desproporcionadamente elevado; retribuição;

Preocupados com a crescente disponibilidade de pornografia infantil c) Pornografia infantil significa qualquer representação, por qualquer
na Internet e em outros novos meios tecnológicos, e evocando a meio, de uma criança no desempenho de atividades sexuais
Conferência Internacional sobre o Combate à Pornografia Infantil na explícitas reais ou simuladas ou qualquer representação dos órgãos
Internet, realizada em Viena em 1999, e, em particular, suas sexuais de uma criança para fins predominantemente sexuais.
conclusões, que demandam a criminalização mundial da produção,
da distribuição, da exportação, da transmissão, da importação, da
posse intencional e da publicidade da pornografia infantil, e Artigo 3º
ressaltando a importância de cooperação e parceria mais estreitas
entre os governos e a indústria da internet; 1. Todos os Estados Partes deverão garantir que, no mínimo, os
seguintes atos e atividades sejam plenamente abrangidos pelo seu
Convencidos de que a eliminação da venda de crianças, da direito criminal ou penal, quer sejam cometidos em nível interno ou
prostituição infantil e da pornografia infantil será facilitada pela transnacional ou numa base individual ou organizada:
adoção de uma abordagem holística que considere os fatores que
contribuem para tais práticas – particularmente a) No contexto da venda de crianças, conforme definida na alínea a)
subdesenvolvimento, pobreza, desigualdades econômicas, artigo 2º:
i) A oferta, entrega, ou aceitação de uma criança, por qualquer por um outro Estado Parte com o qual não tenha celebrado qualquer
meio, para fins de: tratado de extradição, esse Estado pode considerar o presente
Protocolo como base jurídica da extradição em relação a essas
a. Exploração sexual da criança; infrações. A extradição ficará sujeita às condições previstas pela lei
do Estado requerido.
b. Transferência dos órgãos da criança com intenção lucrativa;
3. Os Estados Partes que não condicionam a extradição à
existência de um tratado deverão reconhecer essas infrações como
c. Submissão da criança a trabalho forçado; passíveis de extradição entre si, nas condições previstas pela lei do
Estado requerido.
ii) A indução do consentimento de forma indevida, como
intermediário, para a adoção de uma criança em violação dos 4. Tais infrações serão consideradas, para fins de extradição entre
instrumentos internacionais aplicáveis em matéria de adoção: os Estados Partes, como tendo sido cometidas não apenas no local
onde tenham ocorrido mas também nos territórios dos Estados
b) A oferta, obtenção, procura ou entrega de uma criança para fins obrigados a estabelecer a sua competência em conformidade com o
de prostituição infantil, conforme definida na alínea b) artigo 2º; artigo 4º.

c) A produção, distribuição, difusão, importação, exportação, oferta, 5. Sempre que apresentado um pedido de extradição em relação a
venda ou posse para os anteriores fins de pornografia infantil, uma infração prevista no artigo 3º, item 1, e caso o Estado Parte
conforme definida na alínea c) do artigo 2º; requerido não possa ou não queira extraditar com fundamento na
nacionalidade do infrator, esse Estado deverá adotar medidas
2. Sem prejuízo das disposições da lei interna do Estado Parte, o adequadas para apresentar o caso a suas autoridades competentes
mesmo se aplica à tentativa de cometer qualquer desses atos e à para efeitos de exercício da ação penal.
cumplicidade ou participação em qualquer desses atos.

Artigo 6º
3. Todos os Estados Partes deverão penalizar estas infrações com
penas adequadas que tenham em conta a sua grave natureza.
1. Os Estados Partes deverão prestar-se mutuamente toda a
4. Sem prejuízo das disposições da sua lei interna, todos os colaboração possível no que concerne a investigações ou
Estados Partes deverão adotar medidas, sempre que necessário, processos criminais ou de extradição que se iniciem relativamente
para estabelecer a responsabilidade das pessoas coletivas pelas às infrações previstas no artigo 3º, item 1, incluindo assistência na
infrações enunciadas no item 1 do presente artigo. De acordo com obtenção dos elementos de prova a seu dispor que sejam
os princípios jurídicos do Estado Parte, a responsabilidade das necessários ao processo.
pessoas coletivas poderá ser penal, civil ou administrativa.
2. Os Estados Partes deverão cumprir as suas obrigações ao abrigo
5. Os Estados Partes deverão adotar todas as medidas legislativas do item 1 do presente artigo em conformidade com quaisquer
e administrativas adequadas a fim de garantir que todas as pessoas tratados ou outros acordos sobre assistência judiciária recíproca
envolvidas na adoção de uma criança atuem em conformidade com que possam existir entre eles. Na ausência de tais tratados ou
os instrumentos jurídicos internacionais aplicáveis. acordos, os Estados Partes deverão prestar-se assistência mútua
em conformidade com as disposições da sua lei interna.

Artigo 4º
Artigo 7º

1. Todos os Estados Partes deverão adotar as medidas que possam


Os Estados Partes deverão, em conformidade com as disposições
ser necessárias para estabelecer a sua competência em relação às
da sua lei interna:
infrações previstas no artigo 3º, item 1, caso essas infrações sejam
cometidas no seu território ou a bordo de um navio ou aeronave
registrado nesse Estado. a) Adotar medidas a fim de providenciar pela apreensão e o
confisco, conforme necessário, de:
2. Cada Estado Parte poderá adotar as medidas que possam ser
necessárias para estabelecer a sua competência relativamente às i) Bens tais como materiais, valores e outros instrumentos utilizados
infrações previstas no artigo 3º, item 1, nos seguintes casos: para cometer ou facilitar a comissão das infrações previstas no
presente Protocolo;
a) Caso o alegado autor seja nacional desse Estado ou tenha a sua
residência habitual no respectivo território; ii) Produtos derivados da prática dessas infrações;

b) Caso a vítima seja nacional desse Estado. b) Satisfazer pedidos de outro Estado Parte para apreensão ou
confisco dos bens ou produtos enunciados na alínea a) i);
3. Todos os Estados Partes deverão adotar também as medidas
que possam ser necessárias para estabelecer a sua competência c) Adotar medidas destinadas a encerrar, temporária ou
em relação às infrações acima referidas sempre que o alegado definitivamente, as instalações utilizadas para cometer tais
autor encontre-se no seu território e não seja extraditado para outro infrações.
Estado Parte com fundamento no fato de a infração ter sido
cometida por um dos seus nacionais.
Artigo 8º
4. O presente Protocolo não prejudica qualquer competência penal
exercida em conformidade com a lei interna. 1. Os Estados Partes deverão adotar medidas adequadas para
proteger, em todas as fases do processo penal, os direitos e
interesses das crianças vítimas das práticas proibidas pelo presente
Artigo 5º Protocolo, em particular:

1. As infrações previstas no artigo 3º, item 1, serão consideradas a) Reconhecendo a vulnerabilidade das crianças vítimas e
incluídas em qualquer tratado de extradição existente entre os adaptando os procedimentos a suas necessidades especiais,
Estados Partes e serão incluídas em qualquer tratado de extradição incluindo suas necessidades especiais como testemunhas;
que venha a ser concluído entre eles subsequentemente, em
conformidade com as condições estabelecidas nesses tratados. b) Informando as crianças vítimas a respeito dos seus direitos, do
seu papel e do âmbito, duração e evolução do processo, e da
2. Sempre que a um Estado Parte que condiciona a extradição à solução dada a seu caso;
existência de um tratado for apresentado um pedido de extradição
c) Permitindo que as opiniões, necessidades e preocupações das
crianças vítimas sejam apresentadas e tomadas em consideração Artigo 10º
nos processos que afetem seus interesses pessoais, de forma
consentânea com as regras processuais do direito interno; 1. Os Estados Partes deverão adotar todas as medidas necessárias
a fim de reforçar a cooperação internacional por meio de acordos
d) Proporcionando às crianças vítimas serviços de apoio adequados multilaterais, regionais e bilaterais para a prevenção, detecção,
ao longo de todo o processo judicial; investigação, exercício da ação penal e punição dos responsáveis
por atos que envolvam a venda de crianças, prostituição,
pornografia e turismo sexual infantis. Os Estados Partes deverão
e) Protegendo, sempre que necessário, a privacidade e identidade
também promover a cooperação e coordenação internacionais entre
das crianças vítimas e adotando medidas em conformidade com a
as suas autoridades, organizações não-governamentais nacionais e
lei interna a fim de evitar uma imprópria difusão de informação que
internacionais e organizações internacionais.
possa levar à identificação das crianças vítimas;

2. Os Estados Partes deverão promover a cooperação internacional


f) Garantindo, sendo caso disso, a segurança das crianças vítimas,
destinada a auxiliar as crianças vítimas na sua recuperação física e
bem como de suas famílias e testemunhas favoráveis, contra atos
psicológica, reinserção social e repatriamento.
de intimidação e represálias;

3. Os Estados Partes deverão promover o reforço da cooperação


g) Evitando atrasos desnecessários na decisão das causas e
internacional a fim de lutar contra as causas profundas, em especial
execução de sentenças ou despachos que concedam indenização
a pobreza e o subdesenvolvimento, que contribuem para que as
às crianças vítimas;
crianças se tornem vulneráveis aos fenômenos da venda de
crianças, prostituição, pornografia e turismo sexual infantis.
2. Os Estados Partes deverão garantir que a incerteza quanto à
verdadeira idade da vítima não impeça o início das investigações
4. Os Estados Partes em posição de o fazer deverão prestar
criminais, especialmente das investigações destinadas a apurar a
assistência financeira, técnica ou de outro tipo por meio dos
idade da vítima.
programas existentes em nível multilateral, regional, bilateral ou
outro.
3. Os Estados Partes deverão garantir que, no tratamento dado pelo
sistema de justiça penal às crianças vítimas das infrações previstas
no presente Protocolo, o interesse superior da criança seja a Artigo 11º
consideração primacial.
Nenhuma disposição do presente Protocolo afeta as disposições
4. Os Estados Partes deverão adotar medidas destinadas a garantir mais favoráveis à realização dos direitos da criança que possam
a adequada formação, em particular nos domínios do direito e da figurar:
psicologia, das pessoas que trabalham com vítimas das infrações
proibidas nos termos do presente Protocolo.
a) Na legislação de um Estado Parte;
5. Os Estados Partes deverão, sempre que necessário, adotar
medidas a fim de proteger a segurança e integridade das pessoas b) No direito internacional em vigor para esse Estado.
e/ou organizações envolvidas na prevenção e/ou proteção e
reabilitação das vítimas de tais infrações.
Artigo 12º

6. Nenhuma das disposições do presente artigo poderá ser


interpretada no sentido de prejudicar ou comprometer os direitos do 1. Cada Estado Parte deverá apresentar ao Comitê dos Direitos da
arguido a um processo equitativo e imparcial. Criança, no prazo de dois anos após a entrada em vigor do
Protocolo para o Estado Parte em causa, um relatório contendo
informação detalhada sobre as medidas por si adotadas para tornar
Artigo 9º efetivas as disposições do Protocolo.

1. Os Estados Partes deverão adotar ou reforçar, aplicar e difundir 2. Após a apresentação do relatório detalhado, cada Estado Parte
legislação, medidas administrativas, políticas e programas sociais a deverá incluir nos relatórios que apresenta ao Comitê dos Direitos
fim de prevenir a ocorrência das infrações previstas no presente da Criança, em conformidade com o artigo 44º da Convenção,
Protocolo. Deverá ser prestada particular atenção à proteção das quaisquer informações suplementares relativas à aplicação do
crianças especialmente vulneráveis a tais práticas. Protocolo. Os outros Estados Partes no Protocolo deverão
apresentar um relatório a cada cinco anos.
2. Os Estados Partes deverão promover a sensibilização do público
em geral, especialmente crianças, pela informação por todos os 3. O Comitê dos Direitos da Criança poderá solicitar aos Estados
meios apropriados, pela educação e formação, a respeito das Partes o fornecimento de informação suplementar pertinente para
medidas preventivas e efeitos nocivos das infrações previstas no efeitos da aplicação do presente Protocolo.
presente Protocolo. No cumprimento das obrigações impostas pelo
presente artigo, os Estados Partes deverão estimular a participação
Artigo 13º
da comunidade e, em particular, das crianças e crianças vítimas,
nesses programas de educação e formação, designadamente em
nível internacional. 1. O presente Protocolo está aberto à assinatura de todos os
Estados que sejam partes na Convenção ou a tenham assinado.
3. Os Estados Partes deverão adotar todas as medidas que lhes
sejam possíveis a fim de assegurar toda a assistência adequada às 2. O presente Protocolo está sujeito à ratificação e aberto à adesão
vítimas de tais infrações, em especial a sua plena reinserção social de todos os Estados que sejam partes na Convenção ou a tenham
e completa recuperação física e psicológica. assinado. Os instrumentos de ratificação ou adesão serão
depositados em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas.
4. Os Estados Partes deverão garantir que todas as crianças vítimas
das infrações enunciadas no presente Protocolo tenham acesso a
procedimentos adequados que lhes permitam, sem discriminação, Artigo 14º
reclamar indenização por danos aos alegados responsáveis.
1. O presente Protocolo entrará em vigor três meses após o
5. Os Estados Partes deverão adotar todas as medidas adequadas depósito do décimo instrumento de ratificação ou adesão.
a fim de proibir eficazmente a produção e difusão de material que
faça publicidade às infrações previstas no presente Protocolo. 2. Para cada um dos Estados que ratifiquem o presente Protocolo
ou a ele tenham aderido após a respectiva entrada em vigor, o
presente Protocolo entrará em vigor um mês após a data de Os Estados Partes no presente Protocolo,
depósito do seu próprio instrumento de ratificação ou adesão.
Estimulados pelo apoio maciço à Convenção sobre os Direitos da
Criança, que demonstra o amplo compromisso em favor da
Artigo 15º promoção e da proteção dos direitos da criança;

1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar o presente Protocolo a Reafirmando que os direitos da criança demandam proteção
todo o tempo, por notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral especial, e conclamando pela contínua melhoria da situação das
das Nações Unidas, que deverá então informar os outros Estados crianças, sem distinção, assim como por seu desenvolvimento e sua
Partes na Convenção e todos os Estados que tenham assinado a educação em condições de paz e segurança;
Convenção. A denúncia produzirá efeitos um ano após a data de
recepção da notificação pelo Secretário-Geral das Nações Unidas.
Inquietos com o impacto profundo e prejudicial dos conflitos
armados sobre as crianças e com as consequências no longo prazo
2. Tal denúncia não terá como efeitos exonerar o Estado Parte das para a manutenção da paz, da segurança e do desenvolvimento;
suas obrigações em virtude do Protocolo em relação a qualquer
infração que ocorra antes da data em que a denúncia comece a
Condenando a utilização de crianças como alvo em situações de
produzir efeitos. A denúncia não obstará de forma alguma a que o
conflitos armados, bem como os ataques diretos contra objetos
Comitê prossiga a consideração de qualquer matéria cujo exame
protegidos por legislação internacional, inclusive locais em que
tenha sido iniciado antes da data em que a denúncia comece a
geralmente há grande presença de crianças, tais como escolas e
produzir efeitos.
hospitais;

Artigo 16º Observando a adoção do Estatuto de Roma do Tribunal Criminal


Internacional, que, em especial, inclui como crime de guerra o
recrutamento ou o alistamento de crianças menores de 15 anos de
1. Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda e depositar o idade, ou a utilização dessas crianças para participar ativamente em
seu texto em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. O hostilidades em conflitos armados, sejam eles internacionais ou não;
Secretário-Geral transmite, em seguida, a proposta de emenda aos
Estados Partes, solicitando que lhe seja comunicado se são
favoráveis à convocação de uma conferência de Estados Partes Considerando por conseguinte que, para fortalecer ainda mais os
para apreciação e votação da proposta. Se, nos quatro meses direitos reconhecidos na Convenção sobre os Direitos da Criança, é
subsequentes a essa comunicação, pelo menos um terço dos necessário aumentar a proteção das crianças contra qualquer
Estados Partes declarar-se a favor da realização da referida envolvimento em conflitos armados;
conferência, o Secretário-Geral convocá-la-á sob os auspícios da
Organização das Nações Unidas. As emendas adotadas pela Observando que o artigo 1 da Convenção sobre os Direitos da
maioria dos Estados Partes presentes e votantes na conferência Criança especifica que, para os objetivos da Convenção, entende-
serão submetidas à Assembléia Geral das Nações Unidas para se por criança qualquer ser humano menores de 18 anos de idade,
aprovação. salvo quando, nos termos da lei que lhe seja aplicável, a criança
atingir a maioridade mais cedo;
2. As emendas adotadas nos termos do disposto no item 1 do
presente artigo entrarão em vigor quando aprovadas pela Convencidos de que a adoção de um protocolo facultativo à
Assembléia Geral das Nações Unidas e aceitas por uma maioria de Convenção que aumente a idade mínima para o possível
dois terços dos Estados Partes. recrutamento de indivíduos nas forças armadas e para sua
participação nas hostilidades contribuirá efetivamente para a
3. Quando uma emenda entrar em vigor, será obrigatória para os implementação do princípio que determina que o melhor interesse
Estados Partes que a tenham aceitado, ficando os restantes da criança deve ser uma consideração primordial em todas as
Estados Partes obrigados pelas disposições do presente Protocolo ações relativas a ela;
e por todas as emendas anteriores que tenham aceitado.
Observando que a 26a Conferência Internacional da Cruz Vermelha
e do Crescente Vermelho, realizada em dezembro de 1995,
Artigo 17º recomendou, inter alia, que as partes em conflito adotem todas as
medidas possíveis para evitar que crianças com menos de 18 anos
1. O presente Protocolo, cujos textos em árabe, chinês, inglês, de idade participem em hostilidades;
francês, russo e espanhol fazem igualmente fé, ficará depositado
nos arquivos das Nações Unidas. Acolhendo a adoção por unanimidade, em junho de 1999, da
Convenção No 182 da Organização Internacional do Trabalho sobre
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas enviará cópias a Proibição das Piores Formas de Trabalho Infantil e Ação Imediata
certificadas do presente Protocolo a todos os Estados Partes na para sua Eliminação, que proíbe, inter alia, o recrutamento forçado
Convenção e a todos os Estados que tenham assinado a ou obrigatório de crianças para utilização em conflitos armados;
Convenção.
Condenando com a mais profunda preocupação o recrutamento, o
treinamento e a utilização de crianças em hostilidades, dentro e fora
das fronteiras nacionais, por grupos armados que não as forças
armadas de um Estado, e reconhecendo a responsabilidade
O Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança daqueles que recrutam, treinam e utilizam crianças dessa forma;
sobre a Venda de Crianças, a Prostituição Infantil e a Pornografia
Infantil foi ratificado pelo Brasil em 27 de janeiro de 2004. Evocando a obrigação de cada parte em um conflito armado de
respeitar os dispositivos da legislação humanitária internacional;

Salientando que o presente Protocolo não invalida os objetivos e os


princípios contidos na Carta das Nações Unidas, inclusive o
artigo 51 e as normas relevantes da legislação humanitária;
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança
Considerando que as condições de paz e segurança baseadas no
sobre o Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados pleno respeito pelos objetivos e princípios contidos na Carta e na
observância dos instrumentos de direitos humanos aplicáveis são
indispensáveis para a plena proteção das crianças, especialmente
Em vigor desde 12 de fevereiro de 2002. durante conflitos armados e em situações de ocupação estrangeira;

Reconhecendo as necessidades especiais das crianças que, em


função de seu status econômico e social ou de gênero, são
especialmente vulneráveis ao recrutamento ou à utilização em
hostilidades, ações ilícitas sob o presente Protocolo; Artigo 4º

Conscientes da necessidade de levar em consideração as causas 1. Os grupos armados distintos das forças armadas de um Estado
profundas de natureza econômica, social e política que motivam o não devem, em circunstância alguma, recrutar ou usar pessoas com
envolvimento de crianças em conflitos armados; idade abaixo dos 18 anos em hostilidades.

Convencidos da necessidade de fortalecer a cooperação 2. Os Estados Partes adotam todas as medidas possíveis para
internacional na implementação do presente Protocolo, bem como a evitar esse recrutamento e uso, incluindo a adoção de medidas de
reabilitação física e psicossocial e a reintegração social de crianças natureza jurídica necessárias para proibir e penalizar essas práticas.
vítimas de conflitos armados;
3. A aplicação do presente preceito não afeta o estatuto jurídico de
Encorajando a participação das comunidades e, em particular, das nenhuma das partes num conflito armado.
crianças e das crianças vítimas na divulgação de programas
informativos e educativos voltados à implementação do Protocolo,
Artigo 5º
estabeleceram, de comum acordo, o que segue:
Nenhuma disposição do presente Protocolo poderá ser interpretada
de forma a impedir a aplicação de disposições da legislação de um
Artigo 1º Estado Parte, de instrumentos internacionais ou do direito
internacional humanitário mais favoráveis à realização dos direitos
da criança.
Os Estados Partes devem adotar todas as medidas possíveis para
assegurar que os membros das suas forças armadas que não
atingiram a idade de 18 anos não participem diretamente nas Artigo 6º
hostilidades.

1. Cada Estado Parte adotará, dentro da sua jurisdição, todas as


Artigo 2º medidas jurídicas, administrativas e outras para assegurar a
aplicação e o respeito efetivos das disposições do presente
Protocolo.
Os Estados Partes devem assegurar que as pessoas que não
atingiram a idade de 18 anos não sejam alvo de um recrutamento
obrigatório nas suas forças armadas. 2. Os Estados Partes comprometem-se a divulgar e promover
amplamente, pelos meios adequados, os princípios e disposições
do presente Protocolo, tanto para adultos como para crianças.
Artigo 3º
3. Os Estados Partes devem adotar todas as medidas possíveis
1. Os Estados Partes devem aumentar a idade mínima de para assegurar que as pessoas que se encontram sob a sua
recrutamento voluntário de pessoas nas suas forças armadas jurisdição e tenham sido recrutadas ou utilizadas em hostilidades de
nacionais para uma idade acima daquela que se encontra fixada no forma contrária ao presente Protocolo sejam desmobilizadas ou de
item 3 do artigo 38º da Convenção sobre os Direitos da Criança, outra forma libertadas das obrigações militares. Os Estados Partes
tendo em conta os princípios contidos naquele artigo e devem, quando necessário, conceder a essas pessoas toda a
reconhecendo que, nos termos da Convenção, as pessoas abaixo assistência adequada a sua recuperação física e psicossocial e a
de 18 anos têm direito a uma proteção especial. sua reintegração social.

2. Cada Estado Parte deve depositar uma declaração vinculada no Artigo 7º


momento da ratificação ou adesão ao presente Protocolo, indicando
uma idade mínima a partir da qual autoriza o recrutamento
voluntário nas suas forças armadas nacionais e descrevendo as 1. Os Estados Partes devem cooperar na aplicação do presente
garantias adotadas para assegurar que esse recrutamento não se Protocolo, incluindo a prevenção de qualquer atividade contrária ao
realize por força nem por coação. mesmo, e na readaptação e reinserção social das pessoas vítimas
de atos contrários ao presente Protocolo, nomeadamente pela
cooperação técnica e assistência financeira. Tais assistência e
3. Os Estados Partes que permitem o recrutamento voluntário nas
cooperação deverão ser empreendidas em consulta com os Estados
suas forças armadas nacionais de pessoas abaixo dos 18 anos de
Partes afetados e com as organizações internacionais pertinentes.
idade devem estabelecer garantias que assegurem no mínimo que:

2. Os Estados Partes em posição de fazê-lo, devem prestar


(a) Esse recrutamento seja genuinamente voluntário;
assistência por meio de programas de natureza multilateral, bilateral
ou outros já existentes ou, entre outros, por meio de um fundo
(b) Esse recrutamento seja realizado com o consentimento voluntário estabelecido de acordo com as regras da Assembléia
informado dos pais ou representantes legais do interessado; Geral.

(c) Essas pessoas estejam plenamente informadas dos deveres que


decorrem do serviço militar nacional; Artigo 8º

(d) Essas pessoas apresentem provas fiáveis da sua idade antes de 1. Cada Estado Parte deverá apresentar ao Comitê dos Direitos da
ser aceitas no serviço militar nacional. Criança, no prazo de dois anos após a entrada em vigor do
Protocolo para o Estado Parte em causa, um relatório contendo
4. Cada Estado Parte poderá, a todo o momento, reforçar a sua informação detalhada sobre as medidas por si adotadas para tornar
declaração, por meio de uma notificação para tais fins dirigida ao efetivas as disposições do Protocolo, incluindo as medidas adotadas
Secretário-Geral das Nações Unidas, o qual deve informar todos os para aplicar as disposições sobre participação e recrutamento.
Estados Partes. Essa notificação deve produzir efeitos a partir da
data em que for recebida pelo Secretário-Geral. 2. Após a apresentação do relatório detalhado, cada Estado Parte
deverá incluir nos relatórios que apresenta ao Comitê dos Direitos
5. A obrigação de aumentar a idade referida no item 1 do presente da Criança, em conformidade com o artigo 44º da Convenção,
artigo não é aplicável aos estabelecimentos de ensino sob a quaisquer informações suplementares relativas à aplicação do
administração ou controle das forças armadas dos Estados Partes, Protocolo. Os outros Estados Partes no Protocolo deverão
em conformidade com os artigos 28º e 29º da Convenção sobre os apresentar um relatório a cada cinco anos.
Direitos da Criança.
3. O Comitê dos Direitos da Criança poderá solicitar aos Estados 1. O presente Protocolo, cujos textos em árabe, chinês, inglês,
Partes informação adicional de relevo sobre a aplicação do presente francês, russo e espanhol fazem igualmente fé, ficará depositado
Protocolo. nos arquivos das Nações Unidas.

2. O Secretário-Geral das Nações Unidas enviará cópias


Artigo 9º certificadas do presente Protocolo a todos os Estados Partes na
Convenção e a todos os Estados que tenham assinado a
1. O presente Protocolo está aberto à assinatura de todos os Convenção.
Estados que sejam partes na Convenção ou a tenham assinado.

2. O presente Protocolo está sujeito à ratificação e aberto à adesão


de todos os Estados que sejam partes na Convenção ou a tenham
assinado. Os instrumentos de ratificação ou adesão serão O Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança
depositados em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. sobre o Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados foi
ratificado pelo Brasil em 27 de janeiro de 2004.
3. O Secretário-Geral, na sua capacidade de depositário da
Convenção e do Protocolo, deve informar todos os Estados Partes
na Convenção e todos os Estados que a tenham assinado de cada
um dos instrumentos de declaração que tenham sido depositados
em conformidade com o artigo 3º.
Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança

Artigo 10º
sobre um Procedimento de Comunicações

1. O presente Protocolo entrará em vigor três meses após o


depósito do décimo instrumento de ratificação ou adesão. Em vigor desde 14 de abril de 2014

2. Para cada um dos Estados que ratifiquem o presente Protocolo


ou a que ele tenham aderido após a respectiva entrada em vigor, o
presente Protocolo entrará em vigor um mês após a data de   Os Estados partes do presente Protocolo,
depósito do seu próprio instrumento de ratificação ou adesão.
    Considerando que, de acordo com os princípios proclamados na
Carta das Nações Unidas, o reconhecimento da dignidade inerente
Artigo 11º e dos direitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família
humana é a base da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar o presente Protocolo a
todo o tempo, por notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral     Observando que os Estados partes da Convenção sobre os
das Nações Unidas, que deverá então informar os outros Estados Direitos da Criança (doravante denominada "a Convenção")
Partes na Convenção e todos os Estados que a tenham assinado. A reconhecem os direitos nela enunciados a toda criança sob a sua
denúncia produzirá efeitos um ano após a data de recepção da jurisdição sem discriminação de nenhum tipo, independentemente
notificação pelo Secretário-Geral das Nações Unidas. da raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra
índole, origem nacional, étnica ou social, situação econômica,
2. Tal denúncia não terá como efeitos exonerar o Estado Parte das incapacidade, nascimento ou qualquer outra condição da criança ou
suas obrigações em virtude do Protocolo relativamente a qualquer de seus pais ou responsáveis legais,
infração que ocorra antes da data em que a denúncia comece a
produzir efeitos. A denúncia não obstará de forma alguma a que o     Reafirmando a universalidade, a indivisibilidade, a
Comitê prossiga a consideração de qualquer matéria cujo exame interdependência e a inter-relação de todos os direitos humanos e
tenha sido iniciado antes da data em que a denúncia comece a liberdades fundamentais,
produzir efeitos.
    Reafirmando também a condição da criança como sujeito de
direitos e como ser humano com dignidade e com capacidades em
Artigo 12.º evolução,

1. Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda e depositar o     Reconhecendo que, à luz de sua situação especial e de seu
seu texto em poder do Secretário-Geral das Nações Unidas. O estado de dependência, crianças podem enfrentar dificuldades reais
Secretário-Geral transmite, em seguida, a proposta de emenda aos para se beneficiarem dos recursos disponíveis em caso de violação
Estados Partes, solicitando que lhe seja comunicado se são de seus direitos,
favoráveis à convocação de uma conferência de Estados Partes
para apreciação e votação da proposta. Se, nos quatro meses
    Considerando que o presente Protocolo reforçará e
subsequentes a essa comunicação, pelo menos um terço dos
complementará os mecanismos nacionais e regionais que permitem
Estados Partes declarar-se a favor da realização da referida
às crianças apresentar denúncias pela violação de seus direitos,
conferência, o Secretário-Geral convocá-la-á sob os auspícios da
Organização das Nações Unidas. As emendas adotadas pela
maioria dos Estados Partes presentes e votantes na conferência     Reconhecendo que o interesse superior da criança deve ser uma
serão submetidas à Assembléia Geral das Nações Unidas para consideração fundamental a ser respeitada na aplicação de
aprovação. recursos para reparar a violação de seus direitos e que esses
recursos devem levar em conta a necessidade de procedimentos
adaptados à criança em todas as instâncias,
2. As emendas adotadas nos termos do disposto no item 1 do
presente artigo entrarão em vigor quando aprovadas pela
Assembléia Geral das Nações Unidas e aceitas por uma maioria de     Encorajando os Estados partes a desenvolverem mecanismos
dois terços dos Estados Partes. nacionais apropriados a fim de possibilitar que as crianças cujos
direitos tenham sido violados tenham acesso a recursos efetivos em
seus países,
3. Quando uma emenda entrar em vigor, terá força vinculativa para
os Estados Partes que a tenham aceitado, ficando os restantes
Estados Partes vinculados pelas disposições do presente Protocolo     Recordando o papel importante que podem desempenhar a esse
e por todas as emendas anteriores que tenham aceitado. respeito as instituições nacionais de direitos humanos e outras
instituições especializadas competentes, as quais tenham o
mandato de promover e de proteger os direitos da criança,
Artigo 13º
    Considerando que, a fim de reforçar e de complementar estes      (a) A Convenção; 
mecanismos nacionais e de melhorar a implementação da      (b) O Protocolo Facultativo à Convenção referente à venda de
Convenção e, quando aplicável, de seus Protocolos Facultativos crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil; 
referentes à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia      (a) O Protocolo Facultativo à Convenção referente ao
infantil e à participação de crianças em conflitos armados, conviria envolvimento de crianças em conflitos armados.
permitir ao Comitê dos Direitos da Criança (doravante denominado
"o Comitê") que desempenhe as funções previstas no presente      2. Quando uma comunicação for apresentada em nome de uma
Protocolo, pessoa ou de um grupo de pessoas, isto requererá o seu
consentimento, ao menos que o autor possa justificar a atuação em
Acordam o seguinte:  seu nome sem esse consentimento.

Parte I Artigo 6 - Medidas Provisórias

Disposições gerais      1. Após receber uma comunicação e antes de pronunciar-se


sobre o mérito, o Comitê poderá, a qualquer momento, transmitir ao
Artigo 1 - Competência do Comitê dos Direitos da Criança Estado parte interessado, para sua consideração urgente, uma
solicitação para que adote as medidas provisórias que sejam
     1. Os Estados partes do presente Protocolo reconhecem a necessárias em circunstâncias excepcionais para evitar possíveis
competência do Comitê conforme o disposto no presente Protocolo. danos irreparáveis à vítima ou às vítimas das alegadas violações.

     2. O Comitê não exercerá sua competência a respeito de um      2. O exercício pelo Comitê da faculdade que lhe confere o
Estado parte do presente Protocolo em relação à violação dos parágrafo 1º do presente artigo não prejulgará sua decisão relativa à
direitos estabelecidos em um instrumento do qual este Estado não admissibilidade ou ao mérito da comunicação.
seja parte.
Artigo 7 - Admissibilidade
     3. O Comitê não receberá nenhuma comunicação relacionada a
um Estado que não seja parte do presente Protocolo.      1. O Comitê considerará inadmissível toda comunicação que:

Artigo 2 - Princípios gerais que regem as funções do Comitê      (a) For anônima; 
     (b) Não for apresentada por escrito; 
     Ao exercer as funções que lhe confere o presente Protocolo, o      (c) Constituir um abuso do direito de apresentar comunicações
Comitê será guiado pelo princípio do interesse superior da criança. ou for incompatível com as disposições da Convenção e/ou de seus
Também terá em conta os direitos e as opiniões da criança e dará a Protocolos Facultativos; 
essas opiniões o devido peso, de acordo com a idade e a      (d) Se referir a uma questão que já tenha sido examinada pelo
maturidade da criança. Comitê ou que tiver sido ou estiver sendo examinada sob outro
procedimento internacional de investigação ou solução; 
     (e) For apresentada sem que tenham sido esgotados todos os
Artigo 3 - Regras de procedimento recursos internos disponíveis, a menos que a tramitação desses
recursos se prolongue injustificadamente ou que seja improvável
     1. O Comitê adotará regras de procedimento a serem seguidas que com eles se obtenha uma reparação efetiva; 
no exercício das funções que lhe confere o presente Protocolo. Ao      (f) For manifestamente infundada ou não estiver suficientemente
fazê-lo, terá em conta, em particular, o artigo 2º do presente fundamentada;
Protocolo, a fim de garantir que os procedimentos sejam adaptados      (g) Se referir a fatos ocorridos antes da data de entrada em vigor
à criança. do presente Protocolo para o Estado parte interessado, salvo se
esses fatos tenham continuado a ocorrer depois dessa data;
     2. O Comitê incluirá em suas regras de procedimento      (h) Não for apresentada no prazo de um ano após o
salvaguardas para evitar a manipulação da criança por quem atue esgotamento dos recursos internos, salvo nos casos em que o autor
em seu nome e poderá recusar-se a examinar qualquer possa demonstrar que não foi possível apresentá-la dentro desse
comunicação que considere não ser do interesse superior da prazo.
criança.
Artigo 8 - Transmissão da Comunicação
Artigo 4 - Medidas de proteção
     1. A menos que o Comitê considere uma comunicação
     1. Os Estados partes tomarão todas as medidas apropriadas inadmissível sem referi-la ao Estado parte interessado, o Comitê
para garantir que pessoas sujeitas à sua jurisdição não sofram levará ao seu conhecimento, de modo confidencial e tão logo
nenhuma violação de seus direitos humanos, nem sejam objeto de possível, qualquer comunicação que lhe seja apresentada sob o
maus-tratos ou de intimidação, em consequência de terem-se amparo do presente Protocolo.
comunicado ou cooperado com o Comitê, em conformidade com o
presente Protocolo.      2. O Estado parte apresentará ao Comitê explicações ou
declarações escritas que esclareçam a questão e indiquem as
     2. A identidade de qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos eventuais medidas que tenham sido adotadas para solucioná-la. O
interessados não será revelada publicamente sem o seu Estado parte apresentará sua resposta tão logo seja possível e
consentimento expresso. dentro do prazo de seis meses.

Parte II Artigo 9 - Solução Amistosa

Procedimento de Comunicações      1. O Comitê porá seus bons ofícios à disposição das partes
interessadas com vistas a chegar a uma solução amistosa da
questão com base no respeito às obrigações estabelecidas na
Artigo 5 - Comunicações Individuais
Convenção e/ou em seus Protocolos Facultativos.

     1. As comunicações poderão ser apresentadas por pessoas ou


     2. O acordo em uma solução amistosa obtido sob os auspícios
grupos de pessoas, ou em nome de pessoas ou grupos de pessoas,
do Comitê encerrará o exame da comunicação no marco do
sujeitas à jurisdição de um Estado parte, que afirmem ser vítimas de
presente Protocolo.
uma violação cometida por esse Estado parte de quaisquer dos
direitos enunciados em qualquer um dos seguintes instrumentos de
que esse Estado seja parte: Artigo 10 - Exame das Comunicações

     1. O Comitê examinará as comunicações recebidas sob o


amparo do presente Protocolo o mais rapidamente possível e à luz
de toda a documentação que lhe tenha sido apresentada, sempre Parte III
que essa documentação seja transmitida às partes interessadas.
Procedimento de Investigação
     2. O Comitê examinará em sessão fechada as comunicações
recebidas sob o amparo do presente Protocolo. Artigo 13 - Procedimento de investigação em caso de violações
graves ou sistemáticas
     3. Quando o Comitê houver solicitado medidas provisórias,
acelerará o exame da comunicação.      1. O Comitê, se receber informações confiáveis que indiquem
violações graves ou sistemáticas por um Estado parte dos direitos
     4. Ao examinar uma comunicação em que se aleguem violações enunciados na Convenção ou em seus Protocolos Facultativos
de direitos econômicos, sociais ou culturais, o Comitê avaliará a referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia
razoabilidade das medidas adotadas pelo Estado parte de acordo infantil, e referente ao envolvimento de crianças em conflitos
com o artigo 4º da Convenção. Ao fazê-lo, o Comitê terá presente armados, convidará esse Estado parte a cooperar no exame da
que o Estado parte pode adotar uma variedade de possíveis informação e, para este fim, apresentará sem demora suas
medidas de políticas públicas para a implementação dos direitos observações a esse respeito.
econômicos, sociais e culturais enunciados na Convenção.
     2. O Comitê, ao levar em conta as observações que tenham sido
     5. Após examinar uma comunicação, o Comitê transmitirá, sem apresentadas pelo Estado parte interessado, assim como qualquer
demora, às partes interessadas suas opiniões sobre a comunicação, outra informação confiável que tenha sido posta à sua disposição,
juntamente com suas eventuais recomendações. poderá designar a um ou mais de seus membros para que realizem
uma investigação e lhe apresentem um relatório de caráter urgente.
Artigo 11 - Seguimento Quando se justifique, e com o consentimento do Estado parte, a
investigação poderá incluir uma visita ao seu território.
     1. O Estado parte dará a devida consideração às opiniões do
Comitê, assim como a suas eventuais recomendações, e lhe      3. A investigação terá caráter confidencial e buscará a
apresentará uma resposta escrita que inclua informação sobre as cooperação do Estado parte em todas as etapas do procedimento.
medidas que tenha adotado ou pretenda adotar à luz das opiniões e
das recomendações do Comitê. O Estado parte apresentará sua      4. Após examinar as conclusões da investigação, o Comitê as
resposta tão logo seja possível e dentro do prazo de seis meses. transmitirá sem demora ao Estado parte interessado, juntamente
com os comentários e as recomendações pertinentes ao caso.
     2. O Comitê poderá convidar o Estado parte a apresentar
informações adicionais sobre quaisquer medidas que tenha adotado      5. O Estado parte interessado apresentará suas próprias
em relação a suas opiniões ou a suas recomendações, ou à observações ao Comitê tão logo possível e dentro de um prazo de
implementação de eventual acordo de solução amistosa, inclusive, seis meses contado a partir da data de recebimento dos resultados
se o Comitê o considerar apropriado, nos relatórios que o Estado da investigação e dos comentários e recomendações transmitidos
parte apresentar posteriormente, em conformidade com o artigo 44 pelo Comitê.
da Convenção, o artigo 12 do Protocolo Facultativo à Convenção
referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à pornografia      6. Após a conclusão dos procedimentos relacionados a uma
infantil ou o artigo 8º do Protocolo Facultativo à Convenção investigação realizada em conformidade com o parágrafo 2º do
referente ao envolvimento de crianças em conflitos armados, presente artigo, o Comitê, após consulta prévia ao Estado parte
conforme o caso. interessado, poderá decidir incluir um resumo de seus resultados no
relatório a que se refere o artigo 16 do presente Protocolo.
Artigo 12 - Comunicações entre Estados
     7. Cada Estado parte, no momento de assinar ou de ratificar o
     1. Todo Estado parte do presente Protocolo poderá declarar a presente Protocolo ou de aderir a ele, poderá declarar que não
qualquer momento que reconhece a competência do Comitê para reconhece a competência do Comitê prevista no presente artigo em
receber e examinar comunicações nas quais um Estado Parte relação aos direitos enunciados em alguns ou em todos os
alegue que outro Estado Parte não cumpre as obrigações instrumentos enumerados no parágrafo 1º.
decorrentes de qualquer um dos seguintes instrumentos do qual
este Estado seja parte:      8. O Estado parte que tenha feito uma declaração conforme o
disposto no parágrafo 7º do presente artigo poderá retirá-la a
     (a) A Convenção;  qualquer momento, por meio de notificação dirigida ao Secretário
     (b) O Protocolo Facultativo à Convenção referente à venda de Geral das Nações Unidas.
crianças, à prostituição infantil e à pornografia infantil; 
     (c) O Protocolo Facultativo à Convenção referente ao Artigo 14 - Seguimento do procedimento de investigação
envolvimento de crianças em conflitos armados.
     1. Depois de transcorrido o prazo de seis meses indicado no
     2. O Comitê não admitirá comunicações relativas a um Estado artigo 13, parágrafo 5º, o Comitê poderá, se necessário, convidar o
parte que não tenha feito esta declaração, nem comunicações Estado parte interessado a informá-lo das medidas adotadas e das
procedentes de um Estado parte que não tenha feito esta que pretenda adotar em resposta a uma investigação realizada com
declaração. base no artigo 13 do presente Protocolo.

     3. O Comitê porá seus bons ofícios à disposição dos Estados      2. O Comitê poderá convidar o Estado parte a apresentar
partes interessados com vistas a chegar a uma solução amistosa da informações adicionais sobre quaisquer medidas que tenha adotado
questão com base no respeito às obrigações estabelecidas na em razão de uma investigação realizada com base no artigo 13,
Convenção e em seus Protocolos Facultativos. inclusive, se o Comitê o considerar apropriado, nos relatórios que o
Estado parte submeter posteriormente em conformidade com o
     4. Os Estados partes depositarão a declaração prevista no artigo 44 da Convenção, o artigo 12 do Protocolo Facultativo à
parágrafo 1º do presente artigo junto ao Secretário Geral das Convenção referente à venda de crianças, à prostituição infantil e à
Nações Unidas, que transmitirá cópias dela aos demais Estados pornografia infantil ou o artigo 8 do Protocolo Facultativo à
partes. A declaração poderá ser retirada a qualquer momento Convenção referente ao envolvimento de crianças em conflitos
mediante notificação ao Secretário Geral. Esta retirada não armados, conforme o caso.
prejudicará o exame de uma matéria que seja objeto de
comunicação já transmitida sob o amparo do presente artigo; Parte IV
nenhuma outra comunicação de qualquer Estado parte será
recebida sob o amparo do presente artigo depois que o Secretário
Geral tiver recebido a notificação correspondente de retirada da Disposições Finais
declaração, a menos que o Estado parte interessado tenha feito
uma nova declaração. Artigo 15 - Assistência e cooperação internacionais
     1. O Comitê, com o consentimento do Estado parte interessado, Artigo 21 - Emendas
poderá transmitir aos organismos especializados, aos fundos, aos
programas e a outros órgãos competentes das Nações Unidas, suas      1. Qualquer Estado parte poderá propor emendas ao presente
opiniões ou recomendações relativas às comunicações e às Protocolo e apresentá-las ao Secretário Geral das Nações Unidas.
investigações que indiquem a necessidade de assistência ou de O Secretário Geral comunicará aos Estados partes as emendas
assessoramento técnico, juntamente com as eventuais observações propostas e lhes pedirá que o notifiquem se desejam que convoque
e sugestões do Estado parte sobre essas opiniões ou uma reunião dos Estados partes para examinar as propostas e
recomendações. tomar uma decisão a respeito. Se, no prazo de quatro meses a
partir da data dessa comunicação, ao menos um terço dos Estados
     2. O Comitê também poderá levar à atenção desses órgãos, com partes forem favoráveis a essa reunião, o Secretário Geral a
o consentimento do Estado parte interessado, qualquer assunto que convocará sob os auspícios das Nações Unidas. As emendas
surja nas comunicações examinadas com base no presente aprovadas por uma maioria de dois terços dos Estados partes
Protocolo que possa auxiliá-los a decidir-se, cada qual dentro de presentes e votantes serão apresentadas pelo Secretário Geral à
sua esfera de competência, sobre a conveniência de adotar aprovação da Assembleia Geral e, posteriormente, à aceitação de
medidas internacionais para ajudar os Estados partes a alcançar todos os Estados partes.
progressos na implementação dos direitos reconhecidos na
Convenção e/ou em seus Protocolos Facultativos.      2. As emendas adotadas e aprovadas em conformidade com o
parágrafo 1º do presente artigo entrarão em vigor no trigésimo dia
Artigo 16 - Relatório para a Assembleia Geral após a data em que o número de instrumentos de aceitação
depositados alcançar dois terços do número de Estados partes na
     O Comitê incluirá no relatório que apresenta a cada dois anos à data de sua adoção. Posteriormente, a emenda entrará em vigor
Assembleia Geral, em conformidade com o artigo 44, parágrafo 5º, para qualquer Estado parte no trigésimo dia após o depósito do seu
da Convenção, um resumo das atividades que tenha realizado em próprio instrumento de aceitação. Uma emenda somente terá força
relação ao presente Protocolo. vinculante para os Estados partes que a tiverem aceitado.

Artigo 17 - Divulgação e informação sobre o Protocolo Artigo 22 - Denúncia


Facultativo
     1. Qualquer Estado parte poderá denunciar o presente Protocolo
     Cada Estado parte compromete-se a tornar amplamente a qualquer momento mediante notificação escrita ao Secretário
conhecido e a divulgar o presente Protocolo, assim como a facilitar Geral das Nações Unidas. A denúncia entrará em vigor um ano
o acesso a informações sobre as opiniões e as recomendações do após a data do recebimento da notificação pelo Secretário Geral.
Comitê, particularmente no que se refere a questões que envolvam
o Estado Parte, por meios eficazes e apropriados, em formatos      2. A denúncia ocorrerá sem prejuízo de que se sigam aplicando
acessíveis a adultos e a crianças, inclusive àqueles com as disposições do presente Protocolo às comunicações
deficiências. apresentadas sob o amparo do artigo 5º ou do artigo 12 ou de
qualquer investigação iniciada com base no artigo 13 antes da data
Artigo 18 - Assinatura, ratificação e adesão efetiva da denúncia.

     1. O presente Protocolo está aberto à assinatura de qualquer Artigo 23 - Depositário e notificação pelo Secretário Geral
Estado que tenha assinado, ratificado ou aderido à Convenção ou a
algum de seus dois primeiros Protocolos Facultativos.      1. O Secretário Geral das Nações Unidas será o depositário do
presente Protocolo.
     2. O presente Protocolo está sujeito à ratificação por qualquer
Estado que tenha ratificado ou aderido à Convenção ou a algum de      2. O Secretário Geral notificará a todos os Estados:
seus dois primeiros Protocolos Facultativos. Os instrumentos de
ratificação serão depositados junto ao Secretário Geral das Nações      (a) As assinaturas, as ratificações e as adesões ao presente
Unidas. Protocolo;
     (b) A data de entrada em vigor do presente Protocolo e de
     3. O presente Protocolo estará aberto à adesão de qualquer qualquer emenda que lhe for aprovada com base no artigo 21;
Estado que tenha ratificado ou aderido à Convenção ou a algum de      (c) Qualquer denúncia que for recebida sob o amparo do artigo
seus dois primeiros Protocolos Facultativos. 22 do presente Protocolo.

     4. A adesão será efetuada por meio do depósito de um Artigo 24 - Idiomas


instrumento de adesão junto ao Secretário Geral.
     1. O presente Protocolo, cujos textos em árabe, chinês, inglês,
Artigo 19 - Entrada em vigor francês, russo e espanhol são igualmente autênticos, será
depositado nos arquivos das Nações Unidas.
     1. O presente Protocolo entrará em vigor três meses após o
depósito do décimo instrumento de ratificação ou de adesão.      2. O Secretário Geral das Nações Unidas transmitirá cópias
autenticadas do presente Protocolo a todos os Estados.
     2. Para cada Estado que ratificar ou aderir ao presente Protocolo
após o depósito do décimo instrumento de ratificação ou de adesão,
o presente Protocolo entrará em vigor três meses após a data do
depósito do seu próprio instrumento de ratificação ou de adesão.

Artigo 20 - Violações ocorridas após a entrada em vigor

     1. O Comitê terá competência somente em relação a violações


pelo Estado parte de quaisquer dos direitos enunciados na
Convenção e/ou em seus dois primeiros Protocolos Facultativos que
ocorrerem após a data de entrada em vigor do presente Protocolo.

     2. Se um Estado se tornar parte do presente Protocolo após sua


entrada em vigor, suas obrigações em relação ao Comitê serão
relacionadas apenas a violações dos direitos enunciados na
Convenção e/ou em seus dois primeiros Protocolos que ocorrerem
após a data de entrada em vigor do presente Protocolo para esse
Estado.

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