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Pode decompor-se o acto da fonação em três tempos:


– Laringe aberta (dilatação glótica) que permite o acesso do ar aos foles pulmonares.
– Laringe fechada (constrição glótica) que permite a formação da palheta vocal.
– Tensão das cordas a fim de dar aos lábios glóticos a tonicidade necessária que o
instrumento de palheta vai desenvolver através das suas linguetas vibrantes.
Os dois primeiros movimentos são automáticos e só necessitam do esforço muscular
normal, incapaz de provocar o menor sinal de fadiga.

É no terceiro movimento que a fadiga pode aparecer se, no processo que origina este
estado de tensão, o fisiologismo laríngeo normal não é respeitado

Ultrapassando-se o limiar da resistência dos ligamentos vocais, aparecem as


consequências derivadas deste «mau trato»,

Diapasão Vocal [Entoação]

Quando se fala, adopta-se, instintivamente, uma tonalidade sempre igual e que se situa,
geralmente, numa das notas médias da escala musical (de dó).

Tessitura [âmbito vocal]

Qualquer que seja a tonalidade da voz, ela pode, no desenrolar do discurso, elevar-se
ou abaixar-se alguns graus conforme a necessidade da expressão. As variações que sofre
nunca são consideráveis e comportam, em média, quatro a cinco notas vizinhas.

Num aspecto puramente fisiológico, estas notas constituem o teclado vocal ou a


tessitura média.
Esta tessitura varia de indivíduo para indivíduo. Ela permite, juntamente com o timbre natural
de cada voz, classificá-la, quer seja falada ou cantada, nos diversos grupos vocais

Registos Vocais [Voz de Peito e Voz de Cabeça]


Convém ter presente a noção do significado de registo vocal. Este termo de registo indica
uma delimitação mas, na realidade, trata-se antes de uma evolução
Leitura de uma passagem de um trecho: aumentar a intensidade sem aumentar a altura.
A Palheta Vocal em acção
Quaisquer que sejam as opiniões dos fisiologistas sobre a formação vocal, estão todos
de acordo sobre o mecanismo prático deste fenómeno e recomendam, tanto ao cantor como ao
orador, a observação dos princípios baseados sobre o que se poderia chamar gestos aparentes
da laringe no momento da fonação, os únicos que ao profissional da voz importa conhecer.

6.2.1 Os três tempos da fonação


Pode decompor-se o acto da fonação em três tempos:
– Laringe aberta (dilatação glótica) que permite o acesso do ar aos foles pulmonares.
– Laringe fechada (constrição glótica) que permite a formação da palheta vocal.
– Tensão das cordas a fim de dar aos lábios glóticos a tonicidade necessária que o
instrumento de palheta vai desenvolver através das suas linguetas vibrantes.
Os dois primeiros movimentos são automáticos e só necessitam do esforço muscular
normal, incapaz de provocar o menor sinal de fadiga.

É no terceiro movimento que a fadiga pode aparecer se, no processo que origina este
estado de tensão, o fisiologismo laríngeo normal não é respeitado.

Por fisiologismo normal pode entender-se a utilização, para um determinado efeito


vocal, do esforço suficiente para conseguir um grau óptimo de tensão das cordas, sem
correr o risco de ultrapassar os limites da sua resistência.

A fórmula junta-se à do máximo efeito para o mínimo de esforço e aos princípios


recomendados para a função respiratória no acto da fonação.

Ultrapassando-se o limiar da resistência dos ligamentos vocais, aparecem as


consequências derivadas deste «mau trato», demasiadas vezes funestas para o profissional não
informado.

Este limiar varia de voz para voz e não pode, infelizmente, ser determinado senão de uma
forma empírica. Está em função:

— Dinamicamente: da relação entre a pressão do sopro e o grau de tensão dos lábios


glóticos no momento da emissão vocal;
— Acusticamente: do volume e da altura do som;
— Anatomicamente: da capacidade torácica e da textura da laringe, mais particularmente
das cordas vocais (músculo vocal mais ou menos desenvolvido).
Entrevêem-se aqui as regras cuja observância vai permitir evitar os «maus-tratos». Em
primeiro lugar, coloca-se a necessidade absoluta de cada um conhecer a sua «constituição
vocal» e, mais particularmente, a relação entre a sua capacidade torácica e o potencial dos
seus músculos vocais. Este conhecimento ajudará a medir o volume máximo autorizado a dar
à sua voz e guiará na determinação da tessitura [âmbito vocal] e do diapasão vocal [altura
tonal] de cada um.

6.3 Diapasão Vocal [Entoação]

Quando se fala, adopta-se, instintivamente, uma tonalidade sempre igual e que se


situa, geralmente, numa das notas médias da escala musical (de dó). Esta nota constitui, se for
bem escolhida, isto é, em função de cada constituição vocal, o diapasão sobre o qual se deve
regular sempre a entoação.

Eis uma forma de facilitar esta regulação:

Emitir, em voz alta um determinado fonema. Seguidamente, cantá-lo sem lhe alterar a
tonalidade. Se aparecer uma sensação de fadiga, a entoação não é a correcta. Existem grandes
probabilidades, neste caso, de que se tenha adquirido o hábito de falar abaixo do diapasão
fisiológico; é uma atitude vocal defeituosa. Os esforços deverão dirigir-se desde logo para a
modificar, situando o órgão vocal no quadro da tessitura que os meios anatómicos de cada um
lhe impõem.

6.4 Tessitura [âmbito vocal]


Qualquer que seja a tonalidade da voz, ela pode, no desenrolar do discurso, elevar-se
ou abaixar-se alguns graus conforme a necessidade da expressão. As variações que sofre
nunca são consideráveis e comportam, em média, quatro a cinco notas vizinhas.

Num aspecto puramente fisiológico, estas notas constituem o teclado vocal ou a


tessitura média.
Esta tessitura varia de indivíduo para indivíduo. Ela permite, juntamente com o timbre
natural de cada voz, classificá-la, quer seja falada ou cantada, nos diversos grupos vocais:
baixos, barítonos, tenores, para os homens, contralto, mezzo, soprano, para as mulheres.

6.5 Registos Vocais [Voz de Peito e Voz de Cabeça]


Convém ter presente a noção do significado de registo vocal. Este termo de registo
indica uma delimitação mas, na realidade, trata-se antes de uma evolução.
Um exercício acessível para uma boa compreensão do registo vocal pode ser ler, de
um livro, uma passagem em voz alta, sem «forçar». Para isso, deve fazer-se uma inspiração
longa, deixando que o ar saia muito lentamente, aplicando (na leitura) uma entoação
conforme a sua anatomia laríngea, por conseguinte, no seu tom normal. Aumentar, a seguir, a
intensidade, mas não alterando a altura tonal da leitura. Aperceber-se-á, então, um esforço
pulmonar que o ouvido detectará por uma modificação tímbrica, um engrossamento da voz e,
ao fim de mais ou menos tempo, por uma sensação de fadiga (picadas, tosse, rouquidão, etc.)
Ao nível da palheta vocal sucedeu o seguinte:
 No princípio, a pressão do sopro sendo moderada, a coluna de ar, para colocar
em vibração as cordas vocais, encontra uma resistência fraca. A tensão das
cordas é reduzida e o músculo vocal sofre uma contracção média;
 Com o aumento da pressão do sopro, obrigou-se o músculo a aumentar a sua
contracção. As cordas, estando mais espessas, atingem o seu grau máximo de
tensão. A laringe, nesta luta contra a força do ar, aplicou o seu esforço
máximo.
 Esta situação, por causa destes dois mecanismos de acção, originou uma
alteração tímbrica.
Neste exercício, caso se coloque uma mão sobre o peito, e à medida que o esforço
aumenta, sentir-se-ão vibrações torácicas indicando que nesse momento a ressonância da voz
parece fazer-se completamente no peito. Esta ressonância justifica o nome de Voz de Peito.
Por oposição, à primeira situação chama-se Voz de Cabeça, porque as ressonâncias
operam-se nas cavidades faringo-nasais. Caso se apertem levemente os ossos dessa região,
apercebem-se aí as vibrações que no segundo caso baixaram para a região torácica.
PROPOSTAS DE ALGUNS EXERCÍCIOS

7.1.1 Leitura silábica

Normas a ter em conta:

 A leitura, no início, deve ser lenta e de forma natural.


 A leitura far-se-á silabada, destacando bem cada vogal e procurando que cada uma delas
tenha a mesma força sonora.
 Cada sílaba deve projectar-se com força e pronunciá-las todas com a mesma duração.
 O som de cada sílaba deve levar-se bem para a frente, ampliando bem a cavidade bucal e
articulando muito bem.
 Cuidar, com especial cuidado, da igualdade da cor das vogais e da emissão do som.
 Como sempre se farão exercícios de respiração, na expulsão do ar, projectar bem cada
sílaba.
 Na expulsão do ar, devem pronunciar-se bem todas as sílabas.
 As palavras devem arredondar-se, procurando que saiam claras, límpidas e sonoras.

7.1.2 Leitura em diferentes alturas

 Começar a ler de forma natural como que a falar. Qualquer texto serve.
 Procurar não interpretar o que se lê, mas sim estar atento ao som das palavras que se
pronunciam.
 Flexibilizar a articulação em cada uma das palavras.
 Controlar devidamente a respiração, doseando e regulando a projecção do ar na leitura.
 Ler no tom natural de cada um, mas logo subindo e descendo por tons e meios-tons a
altura, dentro do âmbito de uma oitava.

7.2 PREOCUPAÇÕES NO DISCURSO

 Para falar é necessário escutar-se a si próprio, articulando, pronunciando e dizendo bem as


palavras.
 O jogo das palavras é o resultante do jogo das ideias, das imagens e dos sentimentos.
 A palavra não consegue expor tudo o que a alma quer e pode exprimir.
 À palavra, aplica-se um tom e um timbre ao que se acrescenta o que se pretende exprimir:
alegria, tristeza, satisfação, surpresa, súplica e todos os estados de alma que se quiserem
expressar.
 A dicção, no começo, tem que ser muito lenta, procurando falar claro e espaçadamente.
 Não comer as sílabas finais das frases, acabando-as com pronúncia correcta, elevada, sem
descair.
 Pensar que quem escuta deve ouvir bem, compreender e ficar satisfeito com o que ouve.
 Deve administrar-se bem a voz, já que é o instrumento de comunicação próprio de cada
pessoa e que uma vez estragado, resulta muito difícil recuperá-lo como antes.

Na dicção deve, pois, ter-se em conta:

 O respeito pela pronúncia.


 Fazer ouvir-se melhor as palavras mais importantes.
 Distribuir bem o tempo entre palavras e frases.
 Utilizar bem as inflexões da voz e dos matizes.
 Saber adaptar o timbre e a qualidade da voz aos sentimentos que se pretendem exprimir.
 Conseguir com a voz dar vida e a imagem do que se descreve.
 Ornamentar a voz com acentos de força, de doçura e de suavidade.
 No estudo da voz falada deve variar-se a intensidade da voz: primeiro de forma normal;
depois, muito suavemente, com voz cochichada; finalmente com grande intensidade. Deve
observar-se o comportamento vocal e muscular do pescoço para constatar se a maior
dificuldade reside no falar com voz suave ou com voz forte.
 Todos os aspectos vocais se devem estudar repetindo frases ou versos preparados, através
da leitura, passando por distintas intensidades, desde a voz muito suave à voz muito
intensa.
 A voz deve chegar clara a todos os ouvidos do auditório e o tom de voz deve ser agradável;
a articulação tem que ser clara e distinta e o ouvinte deve ter a certeza do que ouviu; o
timbre não deve ser fanhoso, nasal ou monótono, mas sim claro e puro.
 A voz deve ser flexível e expressiva, evitando-se a monotonia e jogando com as diferentes
intensidades da voz e a diferente velocidade na pronúncia.
 Para o estudo da técnica vocal tem que aprender-se a relaxar toda a musculatura do corpo,
especialmente a do pescoço e da boca.

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