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Casamento na Roma antiga

Ao contrário do que diz a lenda de S. Valentim, na Roma antiga e já no tempo de Augusto, as


autoridades romanas, preocupadas com a diminuição de natalidade, publicaram leis obrigando
todos os homens entre os 25 e 60 anos e as mulheres entre os 20 e os 50 a estarem casados ou
seriam penalizados, isto para as classes nobres, porque os outros não contavam. O casamento
poderia ser feito de forma pública com cerimónia e testemunhas, presidido por um sacerdote
da religião oficial, claro, mas também poderia não ter cerimónia, pois bastava que homem e
mulher vivessem juntos durante um ano para serem considerados casados.

Em Fevereiro celebrava-se em Roma uma festa muito importante chamada Lupercália


dedicada ao culto da saúde e da fertilidade. Essa festa tinha lugar a 15 de Fevereiro. O principal
lugar das festividades era junto à caverna de Lupercal perto do monte Palatino, onde segundo
a lenda a loba amamentou as crianças gémeas Rómulo e Remo. Ainda hoje no cimo da colina
do Capitólio, decorada pela arte de Miguel Ângelo, e bem perto do Monte Palatino, onde
existem as ruínas da casa de Augusto e ainda das ruínas do Fórum Antigo, está a estátua da
Loba e dos irmãos gémeos. No ano 494 o papa Gelásio I resolveu cristianizar esta festa, como
já tinham sido cristianizadas outras festas pagãs, como a Saturnália (ou Dies Natalis Solis
Invicti). O papa Gelásio passou essa festa para o dia 14 de Fevereiro e dedicou-a a S. Valentim,
sendo considerado o Dia dos Namorados. Inventou-se a lenda que dizia que o imperador tinha
proibido o casamento (a lenda a contradizer a realidade) e que S. Valentim casava os jovens às
escondidas. Como escrevi acima não era precisa cerimónia para casar, mas se existisse só era
válida com sacerdotes da religião oficial. A lenda acrescenta que os jovens visitavam Valentim
na prisão, entretanto preso por casar pessoas ilegalmente, e esses jovens lançavam bilhetinhos
por entre as grades da prisão onde estava o santo. Todas as lendas são estúpidas e esta é uma
delas. Nessa altura não havia papel na Europa que só chegou nos séc. XV ou XVI. Escrevia-se
em tabuinhas ou em pele de vitela ou ovelha, materiais caros e difíceis de utilizar e que não
cabiam entre as grades da prisão.

https://historiasderoma.com/2018/02/15/as-lupercais/

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