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METROCAMP – FACULDADE METROPOLITANA DE CAMPINAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAMILA CRUZ FELIPE DE BRITO

ESTUDO DA VIABILIDADE DE CONCRETO BLINDADO E CONCRETO PESADO


PARA PRODUÇÃO DE GUARITAS DE SEGURANÇA

CAMPINAS
2016
CAMILA CRUZ FELIPE DE BRITO

ESTUDO DA VIABILIDADE DE CONCRETO BLINDADO E CONCRETO PESADO


PARA PRODUÇÃO DE GUARITAS DE SEGURANÇA

Monografia apresentada ao curso de Engenharia


Civil, da Metrocamp – Faculdade Metropolitana de
Campinas, como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. M.Sc Jonatha Roberto Pereira

CAMPINAS
2016
[ficha catalográfica que vai no verso da folha de rosto]

615.82
Brito, Camila Cruz Felipe.
O51f
Estudo da viabilidade de concreto blindado e concreto pesado para
produção de guaritas de segurança/ Camila Cruz Felipe de Brito. –
2016.
XXf. Número de páginas
do trabalho
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade
Metropolitana de Campinas, 2016.
Orientadora: Prof. M.Sc. Jonatha Roberto Pereira

1. concreto 1. 2. Palavra-chave 2. 3. Palavra-chave 3. I. Pereira, Jonatha


Roberto. II. Estudo da viabilidade de concreto blindado e concreto
pesado para produção de guaritas de segurança
CAMILA CRUZ FELIPE DE BRITO

ESTUDO DA VIABILIDADE DE CONCRETO BLINDADO E CONCRETO PESADO


PARA PRODUÇÃO DE GUARITAS DE SEGURANÇA

Monografia apresentada ao curso de Engenharia


Civil, da Metrocamp – Faculdade Metropolitana de
Campinas, como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. M.Sc. Jonatha Roberto Pereira

Aprovado (a) em: ____/____/_____.

__________________________________________________________________
Prof. M.Sc. Jonatha Roberto Pereira
Metrocamp – Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas

__________________________________________________________________
Prof. [titulação] nome
Metrocamp – Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas

__________________________________________________________________
Prof. [titulação] nome
Metrocamp – Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas
Dedico este trabalho a Murillo e Sarah, meus filhos,
meus tesouros que colherão os frutos destes anos de
estudo.
AGRADECIMENTOS

A Deus, qυе iluminou mеυ caminho durante esta caminhada.


A meus pais, pelo amor, incentivo е apoio
Obrigada aos meus filhos, que nos momentos da minha ausência dedicados а
minha formação superior, sempre fizeram entender qυе о futuro é feito а partir da
constante dedicação no presente.
A meu amado marido, que sempre esteve ao meu lado, meu porto seguro, meu
companheiro incondicional.
Aos amigos Anderson Tanaka e Philipe Cavini, companheiros laboratório, que
me ajudaram imensamente quando mais precisei.
Ao meu orientador professor Jonatha, qυе se confiou em mim, que
compartilhou de seu conhecimento e tempo mim para que este trabalho fosse
executado da melhor maneira possível.
Aos docentes da Devry Metrocamp que durante esses cinco anos
compartilharam seus conhecimentos.
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes
coisas do homem foram conquistadas do que parecia
impossível. ”
Charles Chaplin

RESUMO
[Iniciar a partir daqui]
Deve conter de 150 a 500 palavras ressaltando o método, resultados e conclusão do
trabalho.

Apresentação concisa dos pontos relevantes do TCC, fornecendo uma visão rápida e
clara do conteúdo e das conclusões do trabalho; representa sequência de frases
concisas e objetivas e não enumeração de itens, recomendando-se o uso de
parágrafo único. Traz os objetivos do estudo, o método, os resultados e as conclusões.
Digitalizado em espaço simples e sem parágrafos, não ultrapassando 500 palavras;
verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. A primeira frase deve ser
significativa, explicando o tema principal do documento.

Palavras-chave: Palavra 1. Palavra 2. Palavra 3.


ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Armas por níveis de proteção


Figura 2 - Diferentes tipos de espoletas
Figura 3 - Estojos de diversos calibres
Figura 4 - Pólvora química
Figura 5 - Diferentes tipos de projéteis
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto


Tabela 2 - Tipos de concreto de acordo com sua massa específica
Tabela 3 - Classe de resistência
Tabela 4 - Classe de consistência do concreto no estado fresco
Tabela 5 - Tipos de cimento
Tabela 6 - Aditivos para concreto
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

[Somente se tiver cinco ou mais. Em ordem alfabética]


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
IBT Instituto Brasileiro de Treinamento
SUMÁRIO

Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 18

2. OBJETIVO ...................................................................................................... 19

3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 20

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 21

4.1. BLINDAGEM ................................................................................................... 21

5. MUNIÇÃO ....................................................................................................... 23

5.1. ESPOLETA ..................................................................................................... 24


5.2. ESTOJO .......................................................................................................... 24
5.3. PROPELENTE ................................................................................................ 25
5.4. PROJÉTIL ....................................................................................................... 25
6. DEFINIÇÃO DO CONCRETO ......................................................................... 26

6.1. CONCRETO .................................................................................................... 26


6.2. CIMENTO ........................................................................................................ 28
6.3. AGREGADOS ................................................................................................. 30
6.4. ADITIVOS........................................................................................................ 30
7. EFEITO DOS IMPACTOS SOBRE O CONCRETO ........................................ 31

8. FIBRA DE ARAMIDA ...................................................................................... 32

8.1. COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA...................................................................... 32


8.2. HISTÓRICO E DESENVOLVIMENTO ............................................................ 32
8.3. MARCAS COMERCIAIS DE FIBRA DE ARAMIDA ........................................ 32
9. POLICARBONATO ......................................................................................... 32

9.1. POLICARBONATO COMPACTO ................................................................... 33


9.2. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES ..................................................... 33
9.3. RESISTÊNCIA AO IMPACTO......................................................................... 33
10. ESTUDO DE CASO ........................................................................................ 34

11. ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................... 35

12. CONCLUSÃO ................................................................................................. 36

13. REFERENCIAS ............................................................................................... 39


1. INTRODUÇÃO

O concreto é um material amplamente utilizado na construção civil, por ser de


fácil manuseio pode ser utilizado em elementos estruturais de diversas formas e
tamanhos.
Guaritas de seguranças e bases policiais são o foco do desenvolvimento deste
estudo. Estas, são alvo de depredação por parte de bandidos, portanto, se faz
necessário realizar um estudo voltado exclusivamente a proteção dos agentes de
segurança que ali trabalham.
A adição de materiais afim de melhorar a capacidade de absorção de impactos
de uma estrutura em concreto é de fundamental importância para o estudo, pois assim
aumentará a segurança dos que utilizam aquele local.
Os impactos recebidos por uma parede de concreto diminuem sua vida útil,
assim sendo, ao adicionar elementos reforçantes fazem com que este desgaste seja
mínimo.
Sendo assim, este trabalho tem o intuito de analisar o comportamento de placas
de concreto expostas a impactos de armas de fogo e determinar qual seria a melhor
opção para emprego nas áreas solicitadas.
2. OBJETIVO

Verificar a performance do concreto utilizado na construção de guaritas de


segurança e bases policiais mediante testes empíricos de balística.
Verificar o comportamento do concreto após a adição de determinados
compósitos, com o intuito de determinar o de melhor eficácia. Dimensionar a
espessura ideal da estrutura de concreto para atender as necessidades de segurança
destes tipos de construções.
3. JUSTIFICATIVA

Com a finalidade de viabilizar uma melhoria na segurança e qualidade das guaritas


e bases policiais, foi observado a necessidade de ampliar as opções de blindagem
disponíveis no mercado.
Hoje existem guaritas e bases construídas em madeira, material frágil e não
destinados para o uso específico.
Sabendo-se que agentes de segurança pública são pessoas e precisam ser
tratadas como tal pela Administração Pública de um modo em geral e acima de tudo
respeitando o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, entende-se
necessário o estudo de meios de oferecer uma melhor segurança em relação ao
ambiente de trabalho administrativo.
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1. BLINDAGEM
A blindagem é uma técnica, desenvolvida nos tempos de guerra, para
proporcionar proteção pessoal contra disparos de armas de fogo e vem se
popularizando entre os cidadãos civis pelo aumento da criminalidade nos grandes
centros urbanos.
Em vista desta popularização, viu-se a necessidade de criar normas
regulamentadoras referentes a utilização de tal tecnologia. Foi tomado como base a
norma americana NIJ 0108.01 / NIJ 0101.04 para traçar diretrizes em relação a criação
da norma brasileira. Foi criada então na ABNT NBR 15.000/05 – Classificação e
critérios de avaliação.
Conforme a ABNT NBR 15.000/05 existem níveis diferentes de blindagem e sua
classificação varia de acordo com a velocidade que o projétil é capaz de atingir ao ser
disparado de uma arma de fogo, conforme tabela 1.
Tabela 1 Nível de proteção do sistema de blindagem quanto ao impacto

Massa do Número de
Nível Munição v (m/s)
Projétil (g) Impactos

I .22 LRHV Chumbo 2,6 ± 0,1 320 ± 10 5

.38 Especial RN Chumbo 10,2 ± 0,1 254 ± 15 5

II – A 9 FMJ 8,0 ± 0,1 332 ± 12 5

.357 Magnum JSP 10,2 ± 0,1 381 ± 12 5

II 9 FMJ 8,0 ± 0,1 358 ± 15 5

.357 Magnum JSP 10,2 ± 0,1 425 ± 15 5

III – A 9FMJ 8,0 ± 0,1 426 ± 15 5

.44 Magnum SWC GC 15,6 ± 0,1 426 ± 15 5

III 7,62 x 51 FMJ 9,7 ± 0,1 838 ± 15 5

(.308 Winchester)

IV .30 – 06 AP 10,8 ± 0,1 868 ± 15 1

LRHV – Long Rifle High Velocity - Rifle de alta velocidade.

RN – Round Nose – Munição para .38 especial de ponta redonda.

FMJ – Full Metal Jacketed – Munição com núcleo mole (chumbo), envolto em uma concha
de metal mais duro, totalmente jaquetada.

JSP – Jacketed Soft Point – Munição de.357 com ponta macia. Jaquetada com ponta macia.

SWC GC – Semi WadCutter Gas Check – Munição de .44 que tem uma ponta arredondada
em um cilindro ligeiramente maior que a ponta, tornando o projétil mais aerodinâmico. Ponta
semicanto-vivo.

AP – Armor Piercing- suporta o choque de perfuração de blindagem. Perfurante.

Fonte: ABNT NBR 15000/2005


Os níveis mais baixos oferecem blindagem para armas de menor calibre (.22, .38,
.380), enquanto os níveis mais altos oferecem proteção para armas de maiores
calibres – fuzis.

Figura 1 - Armas por níveis de proteção

Fonte: http://www.inovaglass.com.br/certificados/tabela-balistica/; Acessado em: Abril/2016

Por não haver normativa que oriente a blindagem balística utilizando concreto,
utiliza-se a NBR 15.000/05.

5. MUNIÇÃO
De acordo com o manual de formação de guardas municipais de Campinas, a
munição é um conjunto de materiais que será disposto em uma arma de fogo que ao
ser acionada inicia uma sequência de ações que resultará no atingimento do alvo. É
dividida em quatro partes: espoleta, estojo, propelente e projétil.
5.1. ESPOLETA
A espoleta é responsável por dar início a queima do propelente contida no cartucho.
No interior da espoleta há um composto que queima com facilidade. A queima deste
material gera calor que será transmitido ao propelente. (AGMC, 2010)

Figura 2 - Diferentes tipos de espoletas

Fonte: - http://www.espoletacbc.com.br/images/img_espoleta.png ; Acessado em: Abril, 2016.

5.2. ESTOJO
Trata-se de um corpo cilíndrico onde todas as partes de uma munição irão se
unir. Os estojos podem ser constituídos em metal, plástico e até mesmo papelão,
variando de acordo com o armamento utilizado e sua finalidade de emprego. (AGMC,
2010)
Os estojos comumente utilizados são os de material metálico, normalmente em
latão.
Figura 3 - Estojos de diversos calibres

Fonte: http://abordagempolicial.com/2010/03/especial-armas-de-fogo-%E2%80%93-bala-projetil-
municao-cartucho/ ; Acessado em: Abril/2016
5.3. PROPELENTE

O propelente é a fonte de energia que arremessará o projétil para fora do


armamento. Os gases gerados pela queima do propelente possuem uma pressão tão
grande que impulsionará o projétil em alta velocidade. O fato se dá devido a troca de
volume no interior do estojo. Nos dias de hoje, utiliza-se pólvora química como
propelente. (AGMC, 2010)
Figura 4 - Pólvora química

Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/constituicao-quimica-historia-dos-explosivos.htm;
Acessado em: Abril/2016

5.4. PROJÉTIL

O projétil é o item que completa a munição. É ele quem será lançado pelo cano
do armamento até atingir seu destino final – o alvo.
Figura 5 - Diferentes tipos de projéteis

Fonte: https://armasonline.org/armas-on-line/cartuchos-polvoras-e-projeteis-nocoes-basicas/;
Acessado em: Abril/2016
6. DEFINIÇÃO DO CONCRETO
6.1. CONCRETO
O concreto é o segundo material mais utilizado no mundo, ficando atrás apenas
da água. Já na construção civil é o material de maior consumo. Trata-se de um
material composto, feito por: cimento, areia, brita e água.
Segundo ABNT NBR 8953/2015 o concreto pode ser dividido em três classes
em função de sua massa específica.

Tabela 2 - Tipos de concreto de acordo com sua massa específica

Concreto Massa específica

Normal (C) 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³

Concreto leve (CL) < 2000 kg/m³

Concreto pesado ou denso (CD) > 2800 kg/m³

Fonte: ABNT NBR 8953/2015

A NBR 8953/2015 pondera sobre classes de resistência do concreto estrutural,


dividindo-o em dois grupos (I e II), segundo a resistência características à compressão
(Fck).

Tabela 3 - Classe de resistência

Classe de Resistência Classe de Resistência

Resistência característica à resistência característica à


compressão compressão
Grupo I MPa GRUPO II MPa

C20 20 C55 55

C25 25 C60 60
C30 30 C70 70

C35 35 C80 80

C40 40 C90 90

C45 45 C100 100

C50 50

Fonte: ABNT NBR 8953/2015

As classes de consistência em estado fresco, classificam o concreto de acordo


com a tabela 4.
Tabela 4 - Classe de consistência do concreto no estado fresco

Classe Abatimento Aplicações típicas


mm

S10 10 ≤ A < 50 Concreto extrusado, vibroprensado ou centrifugado.

S50 50 ≤ A < 100 Alguns tipos de pavimentos e de elementos de


fundações

S100 100 ≤ A < 160 Elementos estruturais, com lançamento convencional


do concreto.

S160 160 ≤ A < 220 Elementos estruturais com lançamento bombeado do


concreto

S220 ≥ 220 Elementos estruturais esbeltos ou com alta densidade


de armaduras

Nota 1 De comum acordo entre as partes, podem ser criadas classes especiais
de consistência, explicitando a respectiva faixa de variação do
abatimento

Nota 2 Os exemplos desta tabela são ilustrativos e não abrangem todos os


tipos de aplicação.

Fonte: ABNT NBR 8953/2015

6.2. CIMENTO
Conforme a Associação Brasileira de Cimento Portland - ABCP (2015), o cimento
pode ser definido como um pó fino, com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou
ligantes, que endurece sob a ação de água.
A evolução do cimento data de 1780, quando cientistas se propuseram a
desenvolver um material que atendesse a todas as necessidades, estavam em busca
da fórmula perfeita.
Em meados de 1830, o inglês Joseph Aspdin patenteou o processo de fabricação
de um material que viria a ser utilizado como ligante, utilizando as proporções certas
e definidas, de calcário e argila, conhecido mundialmente até hoje. O resultado foi um
pó que, por apresentar cor e características semelhantes a uma pedra abundante na
Ilha de Portland, foi denominado “cimento portland”. (SNIC)
No Brasil, o pioneiro na produção de concreto foi o engenheiro Louis Nóbrega, no
ano de 1892.
Os tipos de cimentos podem ser classificados de acordo com ABCP (2015),
conforme tabela abaixo:

Tabela 5 - Tipos de cimento

Cimento Tipo Clínquer + Escória Material Calcário


Portland gesso (%) siderúrgica pozolânico (%)
(ABNT) (%) (%)

CP I Comum 100 - - -

CP I – S Comum 95-99 1-5 1-5 1-5

CP II – E Composto 56-94 6-34 - 0-10

CP II – Z Composto 76-94 - 6-14 0-10

CP II - F Composto 90-94 - - 6-10

CP III Alto-forno 25-65 35-70 - 0-5

CP IV Pozolânico 45-85 - 15-50 0-5


CP V - ARI Alta 95-100 - - 0-5
resistência
inicial

Fonte: ABCP, 2015

6.3. AGREGADOS
Os agregados podem ser definidos como sendo os materiais granulares – areia,
pedrisco, rocha britada, escoria de alto forno, entre outros. Tais agregados
representam cerce de ¾ do volume total do concreto.
De acordo com a ABNT NBR 7211:2009, em relação ao tamanho dos grãos,
há uma divisão entre agregados graúdos e miúdos. Graúdos são aqueles que
possuem dimensão maior que 4,8 mm, já os miúdos são os que apresentam dimensão
menor que 4,8 mm.
São também classificados como artificiais ou naturais, sendo os artificiais
oriundos de rochas maiores que foram trituradas através de ação mecânica exercida
pelo homem, enquanto que os naturais são extraídos de rios, barrancos e os seixos
rolados (pedras do leito dos rios) (NEVILLE e BROOKS, 2013).
A massa específica aparente também é um fator de classificação dos
agregados. São divididos em leves (arglia expandida, pedra-pomes, vermiculita),
normais (pedras britadas, areias, seixos) e pesados (hematita, magnetita, barita).
Os agregados são de suma importância para a formação de um bom concreto, pois
estão diretamente ligados à resistência e a durabilidade.

6.4. ADITIVOS
Os aditivos carregam em si dois objetivos fundamentais, o de ampliar as
qualidades de um concreto, ou de minimizar seus pontos fracos.
A ABNT NBR 11768/2011, define aditivo como sendo materiais que
acrescentados em pequenas quantidades aos concretos modificam suas
propriedades, tendo como objetivo melhorar determinadas condições de uso dos
concretos.
O uso de aditivos pode melhorar a qualidade do concreto nos seguintes
aspectos: trabalhabilidade, resistência, compacidade, durabilidade, dentre outros.
Os tipos de aditivos descritos pela ABNT NBR 11768/2011 são os expostos na
tabela 6.

Tabela 6 - Aditivos para concreto

Tipo Função

P Aditivo Plastificante

R Aditivo Retardador

A Aditivo Acelerador

PR Plastificante Retardador

PA Plastificante Acelerador

IAR Aditivo Incorporador de Ar

SP Aditivo Superplastificante

SPR Aditivo Superplastificante Retardador

SPA Aditivo Superplastificante Acelerador

Fonte: ABNT NBR 11768/2011

7. EFEITO DOS IMPACTOS SOBRE O CONCRETO


Visando o aumento da segurança, diversos materiais vêm sendo colocados a
prova, afim de estudar suas resistências ao impacto balístico. Um destes materiais é
o concreto, um material muito presente na construção civil.
Ao ser atingido por um projetil, há o esforço de tração atuando sobre o concreto.
Os danos causados pelo impacto podem afetar sua estrutura e também afetar apenas
o exterior, causando fragmentação direta onde teve o impacto ou na face posterior ao
choque.
Os danos causados variam de acordo com as propriedades da munição (massa,
geometria e velocidade). Dependendo do calibre utilizado a da espessura da estrutura
em concreto, o projétil poderá atravessá-lo.
Segundo BANGASH (2009), podem ocorrer danos por penetração, perfuração,
destacamento, estilhaçamento e estilhaçamento por punção.
A penetração ocorre quando o projétil adentra no concreto sem que o atravesse
por inteiro.
Já a perfuração é a completa transposição da estrutura em concreto, deixando um
local de entrada e um de saída.
O destacamento é a liberação de fragmentos na direção de onde foi recebido o
impacto. O estilhaçamento é a liberação de fragmentos para o lado oposto ao impacto,
enquanto o estilhaçamento por punção caracteriza-se por não desprender pequenos
fragmentos e sim peças grandes.
A extensão dos danos causados pelo impacto em uma estrutura, dificilmente
poderá ser prevista matematicamente, pois existem certos fatores como a falta de
homogeneidade do concreto e a deformação do projétil que tornarão os efeitos
causados na estrutura algo extremamente complexo.

8. FIBRA DE ARAMIDA
8.1. COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA
8.2. HISTÓRICO E DESENVOLVIMENTO
8.3. MARCAS COMERCIAIS DE FIBRA DE ARAMIDA
9. POLICARBONATO
O Policarbonato é um termoplástico de engenharia composto de uma resina
resultante da reação entre derivados do Ácido Carbônico e o Bisfenol A. Possui
características de transparência, beleza e alta resistência mecânica e vantagens como
seu baixo peso, excelente isolamento termo-acústico e maior resistência ao fogo, que
o tem tornado muito conhecido e utilizado em aplicações diversas.
Estas características têm proporcionado grande aplicação na construção civil,
como envidraçamento e coberturas translúcidas planas ou curvas, em substituição ao
vidro, pois as chapas de policarbonato podem ser curvadas a frio na própria obra,
desde que obedecidas as especificações dos fabricantes
9.1. POLICARBONATO COMPACTO
A chapa de Policarbonato Compacto constitui um material de envidraçamento
praticamente inquebrável. A sua grande resistência ao impacto, que proporciona uma
eficaz proteção anti-roubo, acresce uma excelente transmissão luminosa. Sua
excelente resistência ao impacto faz com que seja a opção ideal para proteção contra
vandalismo, de montras e janelas. Sua aplicação evita os elevados custos de
substituição dos vidros partidos bem como os objetos danificados pelos estilhaços
destes.
9.2. CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES
O Policarbonato é semelhante ao vidro, caracteriza-se por possuir alta
transparência, que pode chegar acima de 90%. Essa transparência é conseguida
graças à sua estrutura amorfa. Dentre todos os termoplásticos, o Policarbonato é o
que possui maior resistência ao impacto, sem qualquer aditivação, a não ser os
elastômeros.
A produção das chapas utiliza a alta tecnologia da coextrusão, a qual, aumenta
a resistência aos raios ultravioletas solares.
A Tg, temperatura de transição vítrea ou de amolecimento VICAT, a qual se
refere a mobilidade molecular das regiões amorfas, é de 150°C, permitindo aplicações
onde a temperatura de trabalho chegue a 130ºC, e a raios ultravioletas. A temperatura
de amolecimento VICAT é a temperatura quando uma agulha de aço de 1mm² de área
de seção transversal penetra 1mm em um corpo de prova.
A Tm, temperatura de fusão cristalina, a qual se refere a mobilidade molecular
das regiões cristalinas, é de 268ºC.
A cristalinidade, a qual se refere a quantidade de regiões cristalinas, é muito
baixa, o que confere a excelente transparência do material.
9.3. RESISTÊNCIA AO IMPACTO
O Policarbonato possui grande resistência ao impacto. Chapas compactas utilizadas
isoladamente ou em sistema composto incorporando vidros, constituem uns dos mais
avançados meios de segurança em envidraçamento.
O Policarbonato é classificado como material para envidraçamento estrutural, pois é
cerca de 250 vezes mais resistente que o vidro e cerca de 30 vezes mais que acrílico.
As chapas de Policarbonato adequadamente especificadas podem resistir a impactos
de projéteis disparados por armas de grande potência, e muito utilizado por oferecer
alta segurança contra atos de vandalismo.
10. ESTUDO DE CASO
Para atingir os objetivos propostos por este trabalho fora confeccionados corpos
de prova em concreto, placas de concretos medindo 30x30x5 cm, com diferentes
compostos afim de determinar qual apresentará melhor resultado.
Os testes serão realizados em ambiente controlado, efetuando disparos de armas
de fogo nos corpos de prova e os resultados serão analisados posteriormente.
O traço utilizado para a confecção dos corpos de prova foi 1:1,6:2,9:0,52.
11. ANÁLISE DE DADOS
12. CONCLUSÃO
13. REFERENCIAS
AGMC. (2010). Armamento, Munição e Tiro: Curso de formação de guardas
municipais. Campinas.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. (2005). NBR 15000 –
Blindagens para impactos balísticos - Classificação e critérios de avaliação.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. (2009). NBR 7211:
Agregados para concreto – Especificação. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. (2011). Aditivos para
concreto de cimento Portland - Requisitos. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT. (2015). NBR 8953:
Concreto para fins estruturais – Classificação pela massa específica, por
grupos de resistência e consistência. Rio de Janeiro.
BANGASH M.Y.H. (2009). Shock, Impact and Explosion: Structural Analysis and
Design. Germany: Springer.
CONSULTEC. (1967). A Indústria do Cimento no Brasil - Aspectos de seus Custos e
Desenvolvimento.
DU PONT. (s.d.). E.I Catálogo Técnico. 199-.
NEVILLE, A. M., BROOKS, J. J. (2013). Tecnologia do concreto. Bookman.
SNIC - Sindicato Nacional da Indústria do Cimento. (s.d.). História do Cimento.
YANG, H.H. (1993). Kevlar Aramid Fiber. Wiley.

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