Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Reitor
Prof. Antonio Joaquim Bastos da Silva
Vice-reitora
Profª. Adélia Carvalho de Melo Pinheiro
Ministério da
educação
Ficha Catalográfica
E24
ISBN: 978-85-7455-172-2
Inclui bibliografia.
CDD 378.03
PEDAGOGIA
Coordenador UAB – UESC
Profª. Maridalva de Souza Penteado
Elaboração de Conteúdo
Maria Elizabete Souza Couto
Romari Alejandra Martinez Montano
Vani Moreira Kenski
EAD - UESC
Adriana Clementino
Instrucional Designers
Marileide dos Santos de Olivera
Gessilene Silveira Kanthack
Revisão
Sylvia Maria Campos Teixeira
Maria Luíza Nora de Andrade
Diagramação e Capa
Antônio Marcus Lima Figueiredo
SUMÁRIO
1 Introdução ................................................................................ 11
2 Demanda ................................................................................ 12
3 O Curso de Pedagogia ................................................................ 14
3.1 Objetivo do curso ................................................................ 15
3.2 Matriz curricular ................................................................ 15
3.3 Material de estudo .............................................................. 18
4 Referências ................................................................................ 19
1 Introdução ................................................................................. 22
2 Perspectiva dos fundamentos da educação ....................................... 24
3 Perspectiva da prática ................................................................ 27
4 Perspectiva da escola ................................................................ 28
5 Resumindo ................................................................................ 30
6 - Referências ................................................................................ 31
1 Introdução ................................................................................. 34
2 Senso comum e conhecimento científico ....................................... 34
2.1 Senso comum versus ciência ................................................ 34
2.2 Diferença entre senso comum e conhecimento popular ............... 36
3 Visões e Paradigmas sobre as ciências e seus estudos ....................... 38
3.1 Classificação e estudo das ciências ....................................... 38
3.1.1 Classificação de Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) ............... 39
3.1.2 Classificação de Bunge (1919-...) ....................................... 39
3.2 Características da ciência ................................................ 43
3.3 A noção de paradigma na ciência. O legado de Thomas Kuhn....... 44
3.4 Karl Popper e os paradigmas Kuhnianos ............................... 47
3.5 A visão de Edgar Morin sobre os paradigmas ....................... 48
3.6 Os paradigmas em educação ................................................ 49
UNIDADE 2 As Ciências e sua formalização: a produção do conhecimento
científico
1 introdução ................................................................................. 54
2 Estrutura de uma comunicação ........................................................ 55
3 Passos fundamentais na hora de planejar o trabalho científico .............. 57
4 Sistematização do trabalho científico ................................................ 59
4.1 O resumo ......................................................................... 59
4.1.1 Como fazer um resumo? ........................................... 59
4.2 A resenha ......................................................................... 60
4.2.1 Partes de uma resenha ................................................ 60
4.3 O fichamento ................................................................. 62
5 Realização de uma pesquisa ........................................................ 64
5.1 O projeto de pesquisa ........................................................ 66
5.1.1 Praticando a redação dos objetivos de uma pesquisa ....... 69
5.2 Metodologia da pesquisa em Educação ............................... 71
5.3 Análise dos resultados ........................................................ 72
5.4 Referências ........................................................................... 73
5.4.1 Regras gerais de apresentação: ................................ 74
5.4.2 Casos mais utilizados: ................................................ 74
5.5 Comunicação dos resultados da pesquisa ............................... 77
5.5.1 Monografia de final de disciplina: ............................... 78
5.5.2 O relatório de pesquisa de iniciação científica ............... 79
5.5.3 O Artigo científico ................................................ 80
5 Resumindo ................................................................................. 81
6 Referências ................................................................................. 82
ANEXO 1 (Metodologia do trabalho científico) .......................................... 85
ANEXO 2 (Metodologia do trabalho científico) .......................................... 89
ANEXO 3 (Metodologia do trabalho científico) ......................................... 90
UNIDADE 1
O Ensino a distância e a educação a distância
1 Introdução ................................................................................. 96
2 Um novo momento sociotecnológico e suas repercussões na Educação ..... 96
3 Educar na sociedade da informação ................................................ 100
4 O Ensino em novas bases ................................................................ 101
5 Educação a distância ................................................................ 102
5.1 Conceitos de EAD ................................................................ 104
6 Novas tecnologias e o ensino a distância ........................................ 106
7 O Ensino a distância ......................................................................... 108
8 Resumindo ................................................................................. 110
9 Referências ................................................................................. 111
UNIDADE 2
A História da EAD no Brasil
UNIDADE 3
As caracaterísticas da Educação a distância
UNIDADE 4
PEDAGOGIA
Maria Elizabete Souza Couto
1 Introdução
11
Módulo 1
is
Para saber ma
PEDAGOGIA
Para maiores detalhes desse histórico, pode-se consultar a Revista Em Aberto. Educação a
Distância. Brasília, ano 16, nº. 70, abr/jun, 1996. (http:// www.publicações.inep.gov.br)
2 Demanda
12
Módulo 1
PEDAGOGIA
tem a iniciativa, com ajuda dos seus pares ou não, para
planejar, desenvolver e avaliar as suas próprias atividades
de aprendizagem, tomando decisões, articulando normas,
possibilidades e limites da atividade, e a capacidade de au-
togestão para aprender com sua experiência.
Os adultos, quando buscam qualquer tipo de apren-
dizagem/curso de formação, estão movidos por fatores in-
ternos, isto é, experiências, interesses imediatos, práticos,
financeiros e operacionais, necessidade de construir mais
conhecimentos etc.
Na Universidade Estadual de Santa Cruz/UESC, foram
oferecidas 550 vagas, sendo 50 em cada Polo, que estão
situados nos seguintes municípios: Ilhéus, Itabuna, Ipiaú,
Itapetinga, Ibicuí, Alagoinhas, Amargosa, Jequié, Reman-
so, Barreiras e Vitória da Conquista.
13
Módulo 1
3 O Curso de Pedagogia
PEDAGOGIA
er
Para Conhec
Documentos oficiais que oferecem as bases legais para a elaboração de projetos de cursos
de graduação e a EAD:
14
Módulo 1
PEDAGOGIA
O eixo norteador do curso é a docência, entendida
como “[...] o conjunto de conhecimentos, competências e
habilidades necessárias ao seu cumprimento diário, assu-
mindo aqui uma coloração bastante experimental, existen-
cial: o ‘saber ensinar’ [...]. Um trabalho fortemente contex-
tualizado, concreto, posicionado (SCHÖN, 1983, citado por
TARDIF & LESSARD, 2005), marcado principalmente pelas
contingências situacionais [...]. Um trabalho cujo objeto
não é constituído de matéria inerte ou de símbolos, mas
de relações humanas com pessoas capazes de iniciativa e
dotadas de uma certa capacidade [...] de participar da ação
dos professores. [...] trata-se do âmago das relações in-
terativas” (TARDIF & LESSARD, 2005, p. 35-46).
is
Para saber ma
15
Módulo 1
dos:
• E1 - conhecimento da educação e da sociedade;
• E2 - educação e fundamentos dos conhecimentos
pedagógicos;
• E3 - educação, ensino, pesquisa, extensão e está
gios.
16
Módulo 1
PEDAGOGIA
docentes para formação de professores numa perspectiva
crítica, social e contextualizada.
Além dos componentes curriculares que você estu-
dará durante os quatro anos no curso, algumas atividades
acontecerão nos encontros presenciais, para apresentação,
reflexão e discussão de conteúdos, atividades de práticas
pedagógicas, oficinas, palestras, mostras de filmes, min-
icursos etc., bem como as atividades para avaliação dos
alunos. As atividades presenciais correspondem a cerca de
20% da carga horária do curso e serão realizadas em cada
Polo onde o aluno está matriculado, em datas predeter-
minadas. Esses momentos constarão na agenda de cada
módulo e serão divulgados aos alunos antecipadamente.
Os encontros não presenciais serão realizados sem
a presença do tutor, no local onde o aluno mora, no cam-
po de estágio, na biblioteca da universidade e do Polo, no
laboratório de informática, enfim, onde você encontrar as
condições necessárias ao desenvolvimento das atividades
relacionadas ao curso.
Durante a realização dos estudos, os professores e
tutores a distância estarão na UESC, para discutir os con-
teúdos, responder questões, tirar dúvidas, ou mesmo ori-
entar alunos via telefone, cartas, fax, e-mail, plataformas/
moodle, lista de discussão etc.
Teremos também os seminários integradores que
são atividades desenvolvidas para consolidação das apren-
dizagens no que se refere à compreensão de conceitos,
temáticas, esquemas teórico-conceituais e práticos etc.,
cuja finalidade é a interface de uma rede interdisciplinar de
saberes; atividades que relacionam a teoria e prática por
meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão, oficinas
etc., nos diferentes componentes curriculares. Essas ativi-
dades deverão ter relação direta com o objeto do curso e
acontecerão no final de cada módulo.
Durante o curso, você deverá participar de congres-
sos, seminários, encontros, oferecidos pela UESC ou por
outra instituição de ensino, pública ou particular, onde o seu
acesso seja mais fácil, para ampliar os conhecimentos e a
formação. No projeto do curso e atendendo às Diretrizes
Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia/2006, temos
uma carga horária de 100 horas destinadas às atividades
17
Módulo 1
18
Módulo 1
PEDAGOGIA
Inicialmente, temos A UAB e o curso de Pedagogia na UESC apresentando, de forma
sucinta, o curso, as bases legais, localização dos Polos, possibilidades de estudo e a
organização deste módulo de estudo.
A primeira disciplina apresentada é o Seminário Integrador que possui um caráter
interdisciplinar, com o objetivo de encadear e articular os conhecimentos estudados
necessários à formação de professores. A segunda, Metodologia do Trabalho Científico
que apresenta a construção do conhecimento retomando as relações entre o senso co-
mum e o conhecimento científico e como podemos construir o conhecimento na área
de educação e no curso de graduação. A terceira, Educação a Distância/EAD que apre-
senta o histórico e a história da EAD, as políticas públicas de formação de professores,
as oportunidades e desenvolvimento no momento atual.
A seguir, no volume 2 teremos os seguintes componentes curriculares: História
da Educação, Filosofia e Educação e Sociologia e Educação.
Para ajudar nos estudos, teremos uma equipe formada por: coordenador do cur-
so, supervisor de tutoria, professores e tutores – presencial/Polo e a distância/UESC -
para estudar com você, discutir, socializar conhecimentos e experiências pedagógicas.
Seremos parceiros(as) nos estudos e discussões, construindo novas possibili-
dades de ensino, aprendizagem e formação.
4 - Referências
BRANDÃO, C. R. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 2001.
SHULMAN, L. Those who understand: knowledge growth in teaching. In: Educational Re-
searcher. V. 17, nº. 1, 1986.
SHULMAN, L. Knowledge and teaching: foundations of a new reform. In: Harvard Educa-
tional Review. V. 57, nº.1, February, 1987.
TARDIF, M. & LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
19
Módulo 1
PEDAGOGIA
suas anotações:
20
Módulo 1
PEDAGOGIA
SEMINÁRIO INTEGRADOR
Maria Elizabete Souza Couto
Ementa:
Atividades de integração curricular, mediadas pelo encadea-
mento das disciplinas no módulo em estudo.
Meta:
Trata-se de uma disciplina de caráter integrador com o ob-
jetivo de encadear e articular os conhecimentos e saberes
adquiridos durante o módulo, fazendo uma reflexão em
direção ao processo formativo para professores da educa-
ção infantil e anos iniciais do ensino fundamental.
Objetivos:
Ao final de cada módulo, o aluno deverá:
- refletir sobre os conhecimentos estudados nos compo-
nentes curriculares numa perspectiva de reflexão sobre o
cotidiano e a formação de professores;
- apresentar, em forma de seminário, os conhecimentos e
saberes adquiridos e mobilizados neste módulo, tendo como
ponto de partida o HOMEM como sujeito da ação - conhecer,
trabalhar, produzir cultura, ensinar, aprender, brincar, viver
em sociedade etc. - em diferentes contextos e atividades;
Conteúdo:
1 A construção do seminário integrador no curso de forma-
ção inicial de professores da educação básica;
2 Perspectiva dos fundamentos da educação;
3 Perspectiva da prática;
4 Perspectiva da escola.
21
Módulo 1
Seminário integrador 1
PEDAGOGIA
1 Introdução
Estamos em um curso em que os conhecimentos, sa-
beres, experiências são mediados e mobilizados por meio
das redes de comunicação, em que os aprendentes (profes-
sores, tutores e alunos) nem sempre estão fisicamente pre-
sentes, mas têm como objeto de estudo a aprendizagem
e a formação de professores. Tardif e Lessard (2005) afir-
mam que toda ação social é voltada para o outro, pouco im-
porta se ele está fisi- juntos:
Vamos pensar
camente presente ou
não. Essa caracterís- Os autores falam que “[...] toda ação social é voltada para o outro
tica da ação é estri- [...]”. Na escola, na sala de aula, enquanto alunos e professores,
realizamos uma ação social voltada para o outro? Aprender e ensi-
tamente vinculada nar fazem parte do que os autores chamam de ação social? O que
à linguagem, isto é, você entende por uma ação social?
à comunicação, em
sentido amplo.
O seminário integrador tem o objetivo de refletir so-
bre os conhecimentos estudados no módulo, nos compo-
nentes curriculares, numa perspectiva de reflexão sobre o
cotidiano e a formação de professores. São atividades de-
senvolvidas na perspectiva de relacionar as aprendizagens
no que tange à possibilidade de integração entre conceitos,
temáticas, conteúdos, esquemas de compreensão teórico-
conceituais e práticos etc., cuja finalidade é a compreensão
de uma rede interdisciplinar de saberes.
Os seminários aconte-
cerão no final de todos os módulos (semestres) do curso.
Cada um deles seguirá uma organização conforme os com-
ponentes curriculares que estão sendo estudados. Há um
professor para ser o mediador na sua organização e efeti-
vação.
A finalidade dos seminários é a organização e a apre-
sentação de atividades que relacionam a teoria, a prática
22
Módulo 1
is
Para saber ma
PEDAGOGIA
No campo das ciências humanas e sociais, a interdisciplinaridade aparece com maior
força. A educação é uma subárea das Ciências Humanas. Muitas são as definições,
contribuindo e refletindo seu conceito nos vários ramos do conhecimento. Sendo
assim, a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas, tentando
romper com a fragmentação das disciplinas, das ciências, enfim, do conhecimento.
É um movimento importante de articulação entre o ensinar e o aprender (THIESEN,
2008).
23
Módulo 1
PEDAGOGIA
24
Módulo 1
PEDAGOGIA
fessor.
25
Módulo 1
26
Módulo 1
PEDAGOGIA
Curso de Pedagogia (Resolução CNE/CP nº. 1 de 16 de maio
de 2006), o nosso curso tem como objetivo a docência, que
tem como eixo o conjunto de conhecimentos/fundamen-
tos, competências e habilidades necessários ao desenvolvi-
mento do trabalho diário, assumindo aqui um caráter que
deve estar relacionado com o contexto local – bairro onde
se situa a escola, alunos e professores, a cidade, estado,
condições de trabalho e, por fim, o que podemos oferecer
para a aprendizagem dos alunos.
3 Perspectiva da prática
27
Módulo 1
4 Perspectiva da escola
28
Módulo 1
PEDAGOGIA
historicamente construídos. Isso quer dizer, pensar no pro-
jeto de escola, percebê-la enquanto instituição social que
tem, nas concepções de sociedade, homem e educação, os
seus fundamentos, os quais podem ser encontrados nas
áreas: Filosofia, História, Sociologia, Antropologia, Pedago-
gia.
Ao mesmo tempo, começamos a compreender que,
no espaço escolar, são tecidas relações, construídos valores,
comportamentos e atitudes que estão baseados nos funda-
mentos dos componentes curriculares que estudamos.
Por isso, vale pensar a escola como espaço
de construção humana, homem/mulher sujeitos de seus
sonhos, ideias, concepções, certezas e incertezas. Uma es-
cola que seja um espaço democrático de construção da ci-
dadania será também o espaço para construção e desen-
volvimento da docência, numa ação mediada pelos diversos
conhecimentos e sujeitos (professores, alunos, pais,
gestores, coordenadores, funcionários etc.).
Por fim, vamos ampliar nossas discussões lendo a re-
portagem abaixo, sobre a “Defesa da Escola Pública”:
29
Módulo 1
PEDAGOGIA
5 Resumindo:
Atividade:
Durante o módulo, estudamos cinco componentes curriculares que explicam e
ajudam a refletir sobre a existência humana conforme o seu objeto de estudo. No
final de cada um, reflita e escreva sobre:
30
Módulo 1
6 - Referências
PEDAGOGIA
ALMEIDA, M. E. B. de. Prática pedagógica e formação de professores com projetos:
articulação entre conhecimentos, tecnologias e mídias. Texto 4. Disponível <http:imagres.
google.com.br/imgres?imgurl=http://2bp.blogspot.com>
- Acesso em: 21 de mar. 2009.
LIBÂNEO, J. C. A Pedagogia em questão: entrevista com José Carlos Libâneo. In: Revista
Olhar de Professor. Ponta Grossa, 10(10) 9-10, 2007. p.11-33.
TARDIF, M. & LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas Rio de Janeiro: Vozes, 2005.
31
Módulo 1
PEDAGOGIA
suas anotações:
32
Módulo 1
PEDAGOGIA
METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO
Romari Alejandra Martinez Montano
Ementa:
Senso Comum e Ciência. Visões e paradigmas sobre as ciên-
cias e seus objetos de estudo. As ciências e sua formaliza-
ção: a produção do conhecimento científico. Sistematização
do trabalho científico: resenha, resumo, fichamento, artigo,
relatório, projeto etc.
Meta:
Ao finalizar esta disciplina, o aluno deverá ser capaz de
saber que o senso comum e o conhecimento científico não
são antagônicos, mas que um pode complementar o outro;
conhecer as distintas classificações das ciências e como se
aplica o termo “paradigma” na filosofia de ciência e na edu-
cação; adquirir conhecimentos sobre as ferramentas para a
produção do conhecimento científico.
Objetivos:
1- relacionar o senso comum e o conhecimento científico;
2- conhecer as distintas classificações das ciências e em que
são baseadas;
3- familiarizar-se com o conceito de “paradigmas” em ciência;
4- conhecer sobre as mudanças de paradigmas na Educação;
5- saber que existem diferentes formas de produção do conheci-
mento científico;
6- conhecer as ferramentas disponíveis para a sistematização
do conhecimento científico.
33
Módulo 1
1 Introdução
34
Módulo 1
PEDAGOGIA
já tinha sido maior. Objetos aparentemente isolados, tais
como tesouras, agulhas e linhas, entravam em ação pelas
mãos de quem buscava fazer de algo, até então sem sen-
tido, apenas um pequeno retalho, uma outra coisa, bonita,
útil, vistosa e admirada por muitas outras pessoas. Apenas
mais uma estratégia para organizar elos de um todo que
gera beleza, admiração, formas e organizações de cores,
tamanhos e tecidos até então inusitados.
Foto:Damião Sanatana
35
Módulo 1
36
Módulo 1
PEDAGOGIA
oficina mais perto dali).
Foto:Marcelo CK
37
Módulo 1
PEDAGOGIA
Atividade 1:
Procurar a explicação científica por trás das seguintes frases, em que o senso co-
mum simplesmente “dá uma resposta” aos fatos. Se quiser, complemente esta lista
com mais fatos tradicionalmente explicados usando o senso comum. Precisa de
ajuda? Procure ao seu tutor!
2) Quando uma mulher faz xixi muitas vezes ao longo do dia, está sempre sono-
lenta, com náuseas e cospe muito, com certeza está grávida.
3) Melhor não comer um alimento que tem uma cor esverdeada e um cheiro po-
dre.
4) Quando um animal selvagem está nos “encarando”, melhor correr rápido! Não
deve ter boas intenções...
• O conteúdo;
38
Módulo 1
PEDAGOGIA
Ao longo da história da ciência, surgiram muitas clas-
sificações, tendentes a dar sentido às práticas científicas
da época. Podemos apreciar que as classificações a seguir
refletem também o que era tido como relevante para a so-
ciedade de onde surgiram.
40
Módulo 1
PEDAGOGIA
Agora, pare para pensar e resolva a seguinte questão:
24 + 1 = 1
Será isso possível?
Já sabe a resposta?
41
Módulo 1
is
Para saber ma
Trujillo (1974) sistematiza as características dos quatro tipos de conhecimento. A seguinte
tabela reflete um resumo delas:
Conhecimento Conhecimento Conhecimento Conhecimento
Popular Científico Filosófico Religioso
(Teológico)
Valorativo Real (fatual) Valorativo Valorativo
suas anotações:
42
Módulo 1
PEDAGOGIA
A palavra “ciência” é uma dessas que, com certeza,
“sabemos” o que significa, mas quando procuramos a sua
definição em um dicionário ficamos até mais confusos que
antes. Por exemplo: “Investigação racional ou estudo da
natureza, direcionado à descoberta da verdade”, ou “Toda
investigação realizada de acordo com o método científico”
ou, pior ainda, “Corpo organizado de conhecimentos ad-
quirido através de pesquisas seguindo o método científico”.
Mas... O que quer dizer isso tudo? Que “ciência” é uma
atividade muito ampla onde o denominador comum é a pro-
cura da verdade e a utilização de um método determinado,
chamado de “método científico”. Porém, qualquer definição
de ciência atrelada a outro conceito “complicado”, como o
de “verdade”, também não vai nos ajudar. Agora, não ache
que somos só nós, simples mortais, que temos problemas
em achar uma definição apropriada para a ciência. Os filó-
sofos da ciência e muitos grandes pensadores também não
conseguem chegar a um consenso, e alguns optaram por
Operacional: Que atende
esboçar as características do conhecimento científico, na
a uma finalidade, um esperança de que possamos chegar, pelo menos, a uma
propósito; serve para ser definição “operacional”.
usado de forma prática.
O primeiro caráter do conhecimento científico, sem
sombra de dúvidas, reconhecido por cientistas e filósofos
das mais diversas correntes, é a objetividade, no sentido de
que a ciência intenta se libertar de qualquer traço afetivo
ou subjetivo, e deseja ser plenamente independente dos
gostos e tendências pessoais do sujeito que a elabora. Outro
caráter universalmente conhecido é a positividade, no sen-
tido de total dependência aos fatos e de uma absoluta sub-
missão à fiscalização da experiência. O terceiro caráter do
conhecimento científico reside na sua racionalidade. Isto é,
não consta apenas de elementos extraídos da experiência,
mas é essencialmente uma construção do intelecto.
Além disto, os cientistas modernos são unânimes em
afirmar que não existem na ciência posições definitivas e
irreformáveis. Toda a verdade científica aparece, em certo
sentido, como provisória, susceptível de revisão, de aper-
feiçoamento, às vezes mesmo de uma completa reposição
em causa. Este pensamento é a base do Método Hipotético-
Dedutivo, reconhecido hoje como marco conceitual para a
produção do conhecimento científico.
43
Módulo 1
“Galileo Galilei: Cientista italiano que foi
obrigado pela Igreja a se retratar das
suas afirmações com relação ao Sol ser
o centro do universo, ao invés da Terra,
como era aceito pela Igreja.”
44
Módulo 1
PEDAGOGIA
limites, vivenciamos (VASCONCELLOS, 2002).
O termo paradigma surge amplamente no contexto
das ciências sociais e humanas depois da publicação, na
década dos setenta, do s[eculo XX, do livro “A Estrutura das
revoluções científicas”, onde Thomas Kuhn considera como
paradigma toda realização científica universalmente recon-
hecida que fornece à comunidade científica problemas e
soluções válidas durante um determinado período de tempo
(KUHN, 2003). Com seu livro, Kuhn pretendeu descrever a
dinâmica do conhecimento cientifico, chegando a relacionar
Coeso: 1. Firmemente a vigência de um determinado paradigma à existência de
unido ou ligado. 2. Asso-
ciado. 3. Harmônico.
um grupo coeso, uma comunidade que o sustentasse.
Para Kuhn, a ciência era movida por pulsos, sendo
que cada construção estava nas mãos de grupos estáveis
que defendiam ideias muito fortes ditadas pelo conheci-
mento reinante. Tais ideias, ou “paradigmas”, serviam de
guarda-chuvas para a comunidade científica, sendo que,
de tempos em tempos, apareciam entes isolados do eixo
Ente: Entidade, ser. do paradigma com fenômenos inexplicáveis por ele. Estes
fatos, fora do conhecido, juntavam-se até formarem eles
Poucas palavras têm sido tão incorporadas à linguagem comum quanto “paradigma”, ape-
sar de ser um termo de difícil interpretação fora do contexto acadêmico. Podemos entender
paradigma como:
Vemos, assim, que a palavra se associa tanto com a noção de indivíduo quanto com o pen-
samento coletivo. Em todo caso, os paradigmas estão associados com o olhar e a vivência do
observador, transpondo-se à sociedade. A evolução da humanidade é contínua e dinâmica;
assim modificam-se os valores, as crenças, os conceitos e as ideias acerca da realidade. Em
consequência, os paradigmas estão em constante transformação, dependendo também da
progressão histórica da sociedade. O ser humano constrói seus paradigmas e olha o mundo
por meio deles, pois eles funcionam como os “óculos” com que se efetua a leitura da reali-
dade. Essa leitura paradigmática possibilita o discernimento entre o “certo” e o “errado” ou
do que é aceito ou não pela comunidade científica e pela população em geral.
45
Módulo 1
THOMAS KUHN
46
Módulo 1
PEDAGOGIA
usada em cada paradigma, portanto, é consequência de um
quadro referencial mais amplo, próprio da ciência praticada
por aquele grupo de pessoas (NEVES, 1999).
47
Módulo 1
48
Módulo 1
PEDAGOGIA
7º Saber: Ética do gênero humano
É a antropo-ética. Não desejar para os outros, aquilo que não quer para você. A antropo-
ética está ancorada em três elementos:
• Indivíduo;
• Sociedade;
• Espécie.
ISAAC NEWTON
Eminente físico inglês que formulou as principais leis da física clássica (Lei de Inércia, Lei
de Ação e Reação) e as leis da gravitação e de atração dos corpos no espaço. Os seus
postulados só foram contestados parcialmente com as teorias da física quântica de Albert
Einstein.
49
Módulo 1
DOM QUIXOTE
sair da linha nem ultrapassar as margens, com uma pro-
Dom Quixote de La Man-
fessora rígida, lendo “Dom Quixote” na sua língua original. cha (Don Quijote de la
Tudo bem, talvez esteja exagerando um pouco! Mas, cer- Mancha, em castelhano) é
um livro escrito por Miguel
tamente, a metodologia no ensino tradicional focalizava-
de Cervantes y Saavedra
se apenas nas aulas expositivas. O conteúdo era invaria- (1547-1616). O livro é um
velmente apresentado pelo professor como pronto, sendo dos primeiros das línguas
repetido tantas vezes quanto fosse necessário para que to- europeias modernas e é
considerado por muitos o
dos os alunos pudessem assimilá-lo. A ênfase era: “escute,
expoente máximo da litera-
leia, decore e repita”! E quando chegava a hora de avaliar tura espanhola.
o aprendido, existiam apenas verificações de curto prazo
(exercícios para casa) e de prazo mais longo (provas escri-
tas), todas de forma repetitiva e mecânica.
Embora decadente, este paradigma continua vigente
em muitos aspectos. Por fortuito, vivemos em uma era de
construção de novos paradigmas em educação. Estamos
passando por um processo de transição paradigmática que
impõe novas abordagens na maneira de olhar o mundo.
De acordo com Morin (1990), há um crescente apelo para
substituir um pensamento que isola e separa por um pen-
samento que distingue e une; um pensamento disjuntivo e
redutor por um pensamento complexo, tecido na coletivi-
dade. A reflexão sobre a prática educativa em sua totalidade
não está centrada no educador, nem no educando, nem no
conteúdo ou nos métodos, mas nas relações estabelecidas
entre estes vários componentes. A avaliação é realizada
durante todo o processo e está a serviço da construção do
conhecimento, tendo como premissa uma melhor qualidade
de vida. Nesta visão avaliativa, percebe-se que o erro pode
vir a ser um caminho do acerto. O momento da avaliação
é significativo e o erro pode ser pretexto para desafiar o
Holístico: Relativo ao
grupo e o próprio aluno a encontrarem o caminho do suc- Holismo (Holismo: Com-
esso. Já a turma não é mais “uma só”. Respeitam-se a indi- preensão da realidade
em totalidades integradas
vidualidade e as aptidões únicas de cada aluno. Mais ainda,
onde cada parte está no
consideram-se as inteligências múltiplas no processo avali- todo, assim como o todo
ativo holístico. está na parte, numa inter-
relação constante).
Hoje, temos a tarefa de juntar muitas informações,
imensamente divulgadas e a nós disponibilizadas pela gama
complexa das mídias eletrônicas e tradicionais. Para tal es-
colha, é fundamental construir um repertório de estratégias
que filtrem o que efetivamente é significativo. Aprender,
hoje, mais do que nunca, deve ser ação humana vinculada
50
Módulo 1
PEDAGOGIA
venção significativa na realidade, viabilizando a construção
de sentidos.
Assim, novos paradigmas em educação necessaria-
mente devem privilegiar o desenvolvimento da capacidade
de sentir, interagir, pensar, decidir, criar, e adquirir referenciais
e competências novas, essenciais ao agir/fazer autônomo e
adaptado às complexas transformações de nosso tempo.
is
Para saber ma
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Módulo 1
PEDAGOGIA
• Crê-se que o professor é o único que tem o papel de interpretar e dar significado aos
dados, aos acontecimentos e às sensações.
• Novo tipo de instituição (ou abertura do caminho que eventualmente conduzirá a não
haver necessidade de educação institucionalizada);
Atividade 2:
Escolha um exemplo concreto de uma atividade em sala de aula que siga o paradigma
“tradicional” da educação: pode ser um assunto específico, ou uma aula prática,
e analise-o segundo os critérios tradicionais: como é planejado? como é transmitido
aos alunos? como é avaliado? Agora, pense em uma alternativa para essa atividade,
levando em conta as propostas do paradigma “emergente” em educação. Se preferir,
pode realizar a atividade em grupos pequenos.
suas anotações:
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Módulo 1
PEDAGOGIA
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Módulo 1
PEDAGOGIA
1 Introdução
Análise: Decomposição ou
Um fenômeno bastante peculiar no desenvolvimento separação de um todo, quer
do pensamento científico é que os conceitos não são seja uma substância mate-
rial, quer seja um produto
construídos somente a partir da análise e síntese do mun- do pensamento, em seus
do natural, (incluindo a cultura criada pelo homem), mas elementos constituintes.
também partindo da autorreflexão sobre o próprio ato da
Síntese: Generalização,
construção do pensamento científico, elaborando “ciência” agrupamento de fatos par-
sobre si mesma, abrindo caminho para outros tipos de con- ticulares em um todo que
hecimento aprofundarem-se sobre o que há por trás dele. os abrange e os resume.
is
Para saber ma
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Módulo 1
PEDAGOGIA
preendida segundo os cânones simplistas das diversas metodologias científicas.
Seguindo também a filosofia de Edgar Morin, a prática científica é uma atividade
muito complexa que deve considerar os contextos sociais, políticos e econômicos
que regem o momento pontual da realização daquela atividade. Para Feyerabend,
só existiria uma regra: tudo vale. Não é possível falar em progresso científico sem
defender a plena liberdade de se propor hipóteses aparentemente contrárias às
teorias confirmadas. Apesar de parecer muito estranha segundo a óptica do para-
digma vigente da ciência, a postura de Feyerabend está baseada em um princípio
que sempre deve estar presente na prática científica: a liberdade, sem necessidade
de obediência cega a nenhuma regra. Pense um pouco e me diga se acredita que
Feyerabend não tinha um pouco de razão. Se deveríamos submeter-nos às im-
posições de determinadas normas de educação e formação da nossa comunidade
científica, ou aos critérios de financiamento das agências de fomento à ciência, ou
às altas esferas do poder de uma nação, que determinam os caminhos a percorrer
no progresso do conhecimento. Quer escrever um texto sobre isso? Então escreva!
E comente o texto com o seu tutor.
55
Módulo 1
ATIVIDADE 3:
Leia o artigo científico do Anexo 1 (pg. 85) e identifique as divisões dentro dele,
segundo o explicitado anteriormente. Mencione brevemente o conteúdo e as páginas cor-
respondentes à introdução, à metodologia, à discussão ou corpo do trabalho, e às
considerações finais. Existe alguma variação com relação a este esquema? Qual
seria? Agora selecione um artigo de um jornal. Você consegue reconhecer as mes-
mas partes nesse texto? Ele seria considerado também um trabalho científico?
56
Módulo 1
PEDAGOGIA
trabalho científico
57
Módulo 1
58
Módulo 1
PEDAGOGIA
resumo, resenha, fichamento
4.1 O resumo
3) Por último, deve ter uma estrutura lógica, e não ser ape-
nas um apanhado de frases soltas. Ele deve trazer as ideias
centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo,
com uma relação lógica entre elas.
1) Leia o texto inteiro e tente responder a seguinte pergunta: De que se trata o texto?
É fundamental ter uma visão do texto como um todo antes de resumi-lo;
59
Módulo 1
3) Agrupe as ideias que tenham algum vínculo. Se pequeno, pode dividi-lo em parágra-
fos; com textos maiores, a partir, por exemplo, de subtítulos;
4) Para finalizar, redija o resumo com suas palavras, sem esquecer de condensar e
de encadear os segmentos na mesma ordem em que sucedem no texto, e estabelecer
relações entre eles.
Atividade 4:
Faça um resumo do artigo contido no Anexo 1. (pg 84)
4.2 A resenha
60
Módulo 1
PEDAGOGIA
1) Elemento descritivo: contém informações sobre o texto,
tais como: nome do autor; título completo e exato da obra;
nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz
parte a obra; Lugar e data da publicação; número de
volumes e páginas.
61
Módulo 1
ATIVIDADE 5:
Escolha, em uma revista de sua preferência (Veja, Istoé, ou outras do gênero), uma
“resenha crítica” e faça um resumo a respeito dela. Peça ajuda ao seu tutor, se tiver
dificuldade em selecionar um texto.
4.3 O fichamento
62
Módulo 1
PEDAGOGIA
1) Corridas: Registrando apenas as palavras-chave;
2) Esquemáticas: Reproduzindo a ordenação hierárquica
das partes;
3) Resumitivas: Tentando a condensação do conteúdo.
Atividade 6
Escolha um livro e realize o fichamento dele por tópicos. Peça ajuda ao seu tutor
se tem dificuldade em escolher um livro.
63
Módulo 1
PEDAGOGIA
I) Projeto de pesquisa:
64
Módulo 1
PEDAGOGIA
Toda pesquisa pode ser vista à luz da sua relevância para
a ciência, para a sociedade ou para o conhecimento. Deve-
mos saber como justificar adequadamente o nosso projeto
para convencer os outros da sua importância.
• Como fazer?
Ou seja, quais os procedimentos a serem adotados para
coletar informações que auxiliem na resposta à pergunta
científica?
65
Módulo 1
66
Módulo 1
PEDAGOGIA
parceiros e colaboradores sobre os benefícios da nossa pes-
quisa. Possui três partes:
68
Módulo 1
PEDAGOGIA
objetivos de uma pesquisa; a elaboração correta dos obje-
tivos deverá ser praticada muitas vezes ao longo do cresci-
mento de qualquer pesquisador. A chave na elaboração dos
objetivos de uma pesquisa está na escolha dos verbos cer-
tos para colocar aquilo que desejamos fazer.
Os objetivos gerais devem conter verbos abrangen-
tes, que levem implícitas ações complexas. Para simplificar
a sua redação, tente não colocar mais de dois objetivos
gerais, contendo no máximo duas ações (dois verbos ati-
vos). No entanto, espera-se que os objetivos específicos
apresentem verbos de ação, que transmitam a sensação de
movimento, de atividade prática, mais do que de reflexão
ou aprofundamento de um fenômeno.
Por exemplo, se o objetivo geral de um projeto é o
de “contribuir para o estudo de uma dada realidade social”,
os objetivos específicos deverão estar orientados para esta
meta: descrever a realidade; compará-la com outras situa-
ções similares; sistematizar os pontos determinantes para
sua ocorrência.
Preste atenção às seguintes recomendações de quais
verbos são ideais para atingir a meta desejada. São válidas
tanto para a redação de objetivos gerais quanto de espe-
cíficos. Lembre de usá-los no infinitivo, e de não combinar
mais de dois deles no mesmo objetivo:
69
Módulo 1
a extrapolação de conhecimentos:
Um conselho:
Não se desespere! Simplesmente pratique.
70
Módulo 1
PEDAGOGIA
Na área de educação, a metodologia de um projeto
científico deve deixar claro qual o procedimento que o pes-
quisador utilizará para colher os dados necessários para re-
alizar o trabalho. A execução de um projeto de pesquisa
envolve duas atitudes fundamentais que, na maior parte
das vezes, são realizadas simultaneamente: leitura e ficha-
mento de textos que sirvam como embasamento teórico ao
trabalho; e a pesquisa propriamente dita, seja em sala de
aula, mediante entrevistas, seja a análise de diversos tipos
de documentos. A primeira, por ser inerente ao processo
investigativo, não precisa ser descrita na metodologia do
trabalho. Já a segunda, como existem muitos tipos de pes-
quisa, cada uma com visões diferentes do mesmo assunto,
deverá ser detalhada.
71
Módulo 1
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Para saber ma
72
Módulo 1
PEDAGOGIA
cluir um item de “Resultados esperados”, onde é importante
remeter-se aos objetivos específicos, e concretizar os des-
dobramentos esperáveis como produtos da pesquisa. Al-
gumas vezes é exigida a descrição de como os resultados
serão comunicados e divulgados; outras, apenas devem
descrever produtos concretos, tais como: monografias, dis-
sertações ou teses, artigos científicos, workshops ou mesas
redondas de discussão e divulgação dos resultados da pes-
quisa, e inovações que possam ser consequência do tra-
balho realizado.
5.4 Referências
73
Módulo 1
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Para saber ma
PEDAGOGIA
74
Módulo 1
PEDAGOGIA
educcionais. São Paulo: Cortez, 1996.
3) DOCUMENTO DE EVENTO:
4) OBRA TRADUZIDA
BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sári Knopp. Investigação quali-
tativa em educação: uma introdução à teoria e aos méto-
dos. Tradução de Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos
e Telma Mourinno Baptista. Porto (Portugal): Porto, 1994.
336p.
75
Módulo 1
7) ARTIGOS DE PERIÓDICOS:
LEITE, Sérgio Antônio da Silva. A passagem para a 5a sé-
rie: um projeto de intervenção. In: Cadernos de Pesquisa.
São Paulo: Fundação Carlos Chagas, n. 84, p. 31-42, fev.
1993.
8) ARTIGOS DE JORNAIS:
NAVES, Paulo. Lagos andinos são banho de beleza. Folha de
São Paulo, São Paulo, 28 jun.1999. folha Turismo, Caderno
8, p. 13.
76
Módulo 1
PEDAGOGIA
14) TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO, DISSERTA-
ÇÃO DE MESTRADO, TESE DE DOUTORADO:
OLIVEIRA, Sônia Regina. Formulação de políticas educacio-
nais: um estudo sobre a Secretaria de Educação do Es-
tado de São Paulo (1995-1998). Dissertação de Mestrado.
Campinas: FE/UNICAMP, 1999.
ATIVIDADE 7:
Descreva pelo menos três formas diferentes de realizar citações bibliográficas, com
exemplos.
ATIVIDADE 8:
77
Módulo 1
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Para saber ma
Embora cada disciplina tenha as suas regras, as seguintes premissas geralmente são con-
servadas:
Capa: contém o título, os autores, a sua filiação, a finalidade da mesma e a data de realiza-
ção;
78
Módulo 1
PEDAGOGIA
Referências: dá crédito ao material utilizado para desenvolver a pesquisa.
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Para saber ma
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Módulo 1
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Módulo 1
PEDAGOGIA
plar. Por ser um trabalho conciso, a qualidade da informação
passada é essencial para a avaliação positiva do contexto
geral.
ATIVIDADE 9
Compare as “Instruções para os Autores” das revistas da área de Educação “Edu-
cação em Revista” e “Educação e Pesquisa”, no anexo 3, (pg. 90), e aponte as se-
melhanças e diferenças entre elas.
6 Resumindo
81
Módulo 1
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Para saber ma
1) Apud: significa “citado por”. Nas citações, é utilizada para informar que o que foi tran-
scrito de uma obra de um determinado autor na verdade pertence a um outro. Por exemplo
“Napoleão apud Loi”, quer dizer Napoleão “citado por” Loi;
2) et al. (et alli): significa “e outros”. Utilizado quando a obra foi executada por muitos au-
tores;
6) ipsis literis: significa “pelas mesmas letras”, “literalmente”. Utiliza-se para expressar que
o texto foi transcrito com fidelidade, mesmo que possa parecer estranho ou esteja reconhe-
cidamente escrito com erros de linguagem;
9) sic: significa “assim mesmo”. Utiliza-se da mesma forma que ipsis literis;
7 Referências
82
Módulo 1
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez- Autores
Associados, 1990.
PEDAGOGIA
DRUYAN, Marcelo. Logosofia: uma nova forma de ver a vida – Disponível em <www.
ceticismoaberto.com/ceticismo/sensciencia.htm>. Acesso em 11/01/2009.
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. 7. ed. São Paulo: Perspectiva,
2003.
LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas,
1990.
MARCONI, Marina A.; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed.
São Paulo: Editora Atlas, 2003.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto Piaget. 1990.
MORSE, J.M. Designing funded qualitative research. In: Denzin, N.K. e Lincon, Y.(Eds). Hand-
book of Qualitative research. Thousand Oak, CA, USA, 1994.
SILVA, Roberto G. Metodologia – para alunos que desejam estudar de verdade. Disponível em
<http://www.arq.ufsc.br/urbanismo1/metodologia.pdf>. Acesso em 25/01/2009.
YUS, Rafael. Educação Integral: uma educação holística para o século XXI. Porto Alegre: Art-
med, 2002.
83
Módulo 1
PEDAGOGIA
suas anotações:
84
Módulo 1
PEDAGOGIA
ANEXO 1 - Metodologia do trabalho científico
Introdução
86
Módulo 1
receptividade.
A avaliação orientada para o contexto é bastante rara pois,
além de ser inerentemente mais complexa que a avaliação ex-
PEDAGOGIA
perimental, muitos pesquisadores não estão convencidos de seu
valor. Begoña e Spector (1994), entretanto, estão certos de que
os resultados deste nível de avaliação podem ser muito úteis na
melhoria da qualidade do software educacional: “[...] entender o
sucesso ou o fracasso de um produto geralmente está vinculado
a uma profunda compreensão do contexto no qual este produto é
usado” (p. 40). Para Halff (citado por Begoña e Spector, 1994), a
maioria dos softwares tipo CAI são introduzidos em sala de aula e
o seu uso está relacionado com um currículo definido. Neste caso,
o contexto é geralmente estável e bem estabelecido.
Embora diversos estudos avaliativos se preocupem ape-
nas com um dos três níveis de avaliação mencionados, Begoña e
Spector (1994) acreditam que tais níveis não são completamente
independentes, e que uma avaliação completa de software educa-
cional deveria considerar o produto, os usuários, o contexto, e as
óbvias interdependências. O software não deve ser visto como um
objeto isolado mas como uma entidade integrada - um produto
usado por pessoas em um contexto para atingir vários objetivos.
Aedo, Catenazzi e Díaz (1996) acreditam que a avaliação
de software tem dois objetivos principais: (a) determinar a eficá-
cia de uma aplicação em uso; e (b) fornecer meios para sugerir
melhorias. Com base nos resultados da avaliação, o desenvolvi-
mento do software deve sofrer modificações e o processo deve
ser repetido com a finalidade de aprimoramento. Assim, o pro-
cesso de avaliação tem uma relação próxima com o ciclo de vida
do software e deve ocorrer em diferentes estágios de seu desen-
volvimento. O método de avaliação mais apropriado irá depender
do estágio de desenvolvimento e da disponibilidade de recursos.
Estes métodos, classificados em cinco categorias globais utilizan-
do a taxionomia de Benyon, Davies, Keller, e Rogers (citados por
Aedo et al, 1996), são: (a) avaliação analítica; (b) avaliação por
peritos; (c) avaliação observacional; (d) avaliação por inspeção;
e (e) avaliação experimental.
A avaliação analítica usa uma descrição formal ou semi-
formal da interface para predizer o desempenho do usuário no
que se refere às operações físicas e cognitivas que devem ser
realizadas, podendo ser empregada em estágios iniciais do de-
senvolvimento, pois demanda poucos recursos. Trata-se de uma
avaliação preliminar, que não exige testagem com o usuário, pos-
sui um foco muito estreito, e não gera resultados diagnósticos
para um replanejamento.
Na avaliação por peritos, estes são solicitados a julgar o
software e identificar os problemas potenciais de usabilidade, as-
sumindo o papel de usuários menos experientes. É um método
barato e bastante eficiente - não envolve testagem com usuários
nem exige um grande número de especialistas, e pode ser usa-
do nos primeiros protótipos ou especificações do sistema. Deve-
se ter cuidado, ao escolher os especialistas, para não introduzir
vieses.
A avaliação observacional consiste na coleta de dados a res-
peito do comportamento do usuário ao utilizar o software. As téc-
nicas mais comuns são observação direta, gravação de vídeo, log-
87
Módulo 1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEDAGOGIA
ANEXO 2 - Metodologia do trabalho científico
89
Módulo 1
PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO E PESQUISA
90
Módulo 1
PEDAGOGIA
5. Informações no texto ou referências que possam identificar o(s)
autor(es) deverão ser suprimidas. Uma vez aceito o trabalho, esses
dados poderão voltar para o texto na revisão final.
6. As citações deverão obedecer aos seguintes critérios:
Exemplos:
... esses são “anos de euforia do planejamento educacional” (Coll,
1987, p.169), quando se destaca o papel...
Segundo Coll, esses são “anos de euforia do planejamento educa-
cional” (1987, p.169), quando se destaca o papel...
Exemplo:
Rede, segundo Brown (1998, p.2),
Caso não haja citação, mas apenas referência ao autor, seu sobre-
nome deve ser indicado e, entre parênteses, o ano da publicação.
Exemplo:
Cunha (1993) analisa o pensamento de John Dewey como sendo
fator de equilíbrio entre essas tendências potencialmente opostas.
91
Módulo 1
PEDAGOGIA
92
Módulo 1
PEDAGOGIA
9) A bibliografia deve ser apresentada ao final do artigo, seguindo a
última versão das normas da ABNT.
93
Módulo 1
PEDAGOGIA
94
Módulo 1
PEDAGOGIA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Vani Moreira Kenski
Adriana Clementino
Ementa:
O ensino a distância e a Educação a Distância. A História da EAD
no Brasil. As características da educação a distância. As políticas
públicas de formação de professores e a EAD: oportunidades,
acesso e desenvolvimento.
Meta:
Oportunizar estudos sobre a história e o desenvolvimento da
Educação a Distância no Brasil no contexto amplo e também no
plano das políticas públicas de formação de professores
Objetivos:
1 - Distinguir a Educação a Distancia como modalidade educacional
distinta, diferenciada de outros tipos de educação e de ensino;
2 - caracterizar as especificidades do ensino realizado a distancia,
via internet.
Conteúdos:
Um novo momento sociotecnológico e suas repercussões na Edu-
cação. Educar na sociedade da informação. Educação a distância:
conceitos, histórico, tecnologias e características da EAD. A Uni-
versidade Aberta do Brasil. Gestão em Educação a Distância. EAD
e formação de professores. Políticas públicas para EAD: oportuni-
dades, acesso e desenvolvimento.
95
Módulo 1
PEDAGOGIA
UNIDADE 1
O ensino a distância e a Educação a Distância
1 Introdução
96
Módulo 1
PEDAGOGIA
Novas necessidades exigem novas aprendizagens e
um alargamento da compreensão da realidade em que se
atua, se vive, se diverte e se aprende. Não mais utilizamos,
apenas, o território físico e determinado concretamente
para realizar nossas atividades diárias e nos relacionarmos
com amigos e familiares. Nossas casas e trabalhos são
expandidos pelo acesso aos telefones e à internet e todas
as funcionalidades que eles trazem: celulares, e-mails,
ipods, blogs, Orkut... Neste novo mundo - que se anuncia
is como uma nova realidade, a virtual - nos relacionamos,
Para saber ma
E-mail (ou correio eletrônico) é um método que permite compor, enviar e receber
mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação.
iPod é uma marca registrada da Apple Inc. e refere-se a uma série de tocadores de áudio
digital projetados e vendidos pela empresa. Pode servir como um armazenador de dados
quando conectado a um computador.
Blog (contração do termo “Web log.”) é um site cuja estrutura permite a atualização
rápida a partir de acréscimos realizados por uma pessoa ou várias pessoas sobre um
determinado tema. Ele é, em geral, organizado de forma cronológica inversa, e funciona
mais como diário online. Um blog típico combina texto, imagens e links para outros blogs,
páginas da web e mídias relacionadas a seu tema. A possibilidade de leitores deixarem
comentários de forma a interagir com o autor e outros leitores é uma parte importante de
muitos blogs.
Orkut é uma rede social filiada ao Google, criada em 2004, com o objetivo de ajudar
seus membros a criar novas amizades e manter relacionamentos. Seu nome é originado
no projetista chefe, Orkut Büyükkokten, engenheiro turco do Google. Tais sistemas, como
esse adotado pelo projetista, também são chamados de redes sociais.
97
Módulo 1
POVO LETRADO
De Samuel Noah Kramer, da série Grandes Civilizações da
série Time-Life, Volume Mesopotâmia – Berço da Civilização,
Capítulo 6, Editora José Olímpio, Rio de Janeiro, 1969. @To-
dos os direitos reservados ao autor. Texto reproduzido aqui
para auxílio em estudos em pesquisas apenas. Em:
http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/letrados.html
98
Módulo 1
PEDAGOGIA
XXI se inicie no registro da polêmica e da controvérsia. Podem
anunciar-se novas sociedades ‘educativas’ ou ‘do conhecimento’,
mas serão apenas palavras se mantiver a distância entre ‘os que
sabem’ e ‘os que não sabem’, entre ‘os que podem’ e ‘os que não
podem’. Os sistemas de ensino – e os seus responsáveis – parecem
bloqueados, incapazes de romper com as ‘inércias’ e os ‘interesses’.
Resignam-se ao ‘jogo das reformas’, na sua agitação vazia, no seu
linguarejar sem sentido e sem ideias. ‘Falta um pensamento novo,
uma filosofia que ajude a imaginar outras lógicas, outros modelos e
outras formas de organização dos espaços educativos’.
http://www.esepf.pt/SeE/SeE11/entrevista-pelaeducacao.pdf
99
Módulo 1
100
Módulo 1
PEDAGOGIA
realidade, o principal papel da escola e da educação escolar
é o de ensinar os seus alunos a ter autonomia para saber
selecionar criticamente o que é importante para suas
aprendizagens, ou seja, “aprender a aprender”, de modo
a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e
acelerada transformação da base tecnológica (TAKAHASHI,
2000).
101
Módulo 1
5 Educação a Distância
102
Módulo 1
Você sabia
PEDAGOGIA
• Alguns dos líderes políticos mais emblemáticos do século XX, como Mahatma Gandhi,
Nelson Mandela e Mikael Gorbatchev, obtiveram as suas qualificações de ensino superior
por meio de cursos de Educação a Distância.
• O Brasil é o último país com mais de 100 milhões de habitantes a criar uma Universidade
Aberta.
103
Módulo 1
104
Módulo 1
[...] empregar bem essas tecnologias depende, por sua vez, da utilização
PEDAGOGIA
do tipo de técnicas de criação e comunicação específicas dessas
tecnologias e diferentes daquelas que os professores normalmente
aplicam em sala de aula. Usar essas tecnologias e técnicas para a
educação a distância exige mais tempo, planejamento e recursos
financeiros (ibid., p.1).
105
Módulo 1
106
Módulo 1
PEDAGOGIA
instituição que oferece cursos a distancia deve contar com
estrutura tecnológica e equipe para planejar, desenvolver e
oferecer seu curso. São várias e com diferenciadas formações
as pessoas que irão trabalhar para desenvolvê-los e manter
o ambiente online em que eles serão oferecido.
Segundo Hanna et al (2000), o bom professor de EAD
deve: conhecer sua fundamentação pedagógica; determinar
sua filosofia de ensino e aprendizagem; ser parte de uma
equipe de trabalho com diversas especificidades; aprender
novas habilidades para o ensino online; conhecer seus
aprendizes; conhecer o ambiente online; aprender sobre
tecnologia; aprender sobre os recursos tecnológicos;
reconhecer a ausência da presença física; criar múltiplos
espaços de trabalho, interação e socialização; incluir
múltiplos tipos de interação; estabelecer o tamanho de
classe desejável; criar relacionamentos pessoais online;
desenvolver comunidades de aprendizagem; aprender por
meio do diálogo; estar preparado e ser flexível; definir suas
regras para as aulas online; esclarecer suas expectativas
sobre os papéis dos aprendizes.
is
Para saber ma
Para saber mais sobre atuação de qualidade do professor, consulte o site (http://
www.ccuec.unicamp.br/ead/index_html?foco2=Publicacoes/58830/493980&foc
omenu=Publicacoes). Nele você encontrará sugestões que representam trechos
traduzidos do livro “147 Pratical tips for teaching online groups” (Autores: Donald
E. Hanna; Michelle Glowacki-Dudka; Simone Conceicao-Runlee. Editora: Atwood
Publishing, 2000).
107
Módulo 1
7 O ensino a distância
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Módulo 1
PEDAGOGIA
Conteudista - É o professor responsável pela seleção do conteúdo e pela montagem do
material didático-pedagógico do curso a distancia. Deve possuir formação e competência
profissional na área do saber que irá desenvolver os conteúdos e conhecer as linguagens
apropriadas para a disponibilização do material a distância.
109
Módulo 1
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Para saber ma
PEDAGOGIA
8 Resumindo
110
Módulo 1
PEDAGOGIA
1- Sobre educação a distância: http://www.penta.ufrgs.br/edu/edu1.html
ATIVIDADE
Professores Alunos
9 REFERÊNCIAS
ALVES, João Roberto M. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA,
Marcos (orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2009, p.9-13.
111
Módulo 1
php?co_pagina=20&tipo_pagina=1
LITWIN, Edith. Das tradições à virtualidade. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a
Distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed,
2001.
NUNES, Ivônio Barros. A história da EAD no mundo. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA,
Marcos (Orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2009, p.2-8.
PEREIRA, Henrique Manuel S.; VIEIRA, Maria Cristina. Entrevista: pela Educação, com
António Nóvoa. Revista Saber (e) Educar. Nº 11, 2006. In: http://www.esepf.pt/
SeE/SeE11/entrevista-pelaeducacao.pdf. Acesso em: jan. 2009.
112
Módulo 1
PEDAGOGIA
TREVISAN, Suely A.; MALTEZ, M. G. Educação a Distância: retrospectiva histórica. In:
http://www.designtotal.com.br/conteudo.php?destino=inst_historia Acesso em: mar.
2009.
suas anotações:
113
Módulo 1
UNIDADE 2
PEDAGOGIA
1 Introdução
2 Histórico da EAD
PEDAGOGIA
a importância educacional, política e cultural de oferecimento
de cursos a distancia de qualidade. Em 2008 a University of
London, por exemplo, comemorou 150 anos de atividades
continuadas em Educação a distância, iniciadas em 1858 com
cursos por correspondência. Segundo Litto (2009), entre
seus alunos estão indivíduos que, mais tarde, tornaram-
se célebres, como Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Wole
Soyinka e vários cientistas ganhadores do Prêmio Nobel,
além de ter como professor ninguém menos que o poeta e
crítico T. S. Eliot.
São vários os informes sobre o uso de EAD em cursos
superiores em diversos países, já no século XIX. Na Suécia,
em 1833, era iniciado o ensino por correspondência com
um curso de Contabilidade. Em Berlim, em 1856, foi criada
a primeira escola de línguas por correspondência (FIRMO,
2003). Nos Estados Unidos, em 1891, a administração
da Universidade de Wisconsin aceitou a proposta de seus
professores para organizar cursos por correspondência nos
serviços de extensão universitária. Um ano depois, em
1892, a Universidade de Chicago cria a Divisão de Ensino por
Correspondência, no Departamento de Extensão daquela
Universidade. A modalidade obtém resultados positivos e, em
1930, segundo Firmo, 39 universidades norte-americanas
ofereciam cursos a distância (apud CLEMENTINO, 2008).
Ao final da primeira guerra mundial, surgem novas
iniciativas de ensino a distância em virtude do considerável
aumento da demanda social por educação. Segundo Araujo
e Maltez,
115
Módulo 1
is
Para saber ma
PEDAGOGIA
PEDAGOGIA
de políticas públicas para o setor. Conforme Alves (2009, p.9),
117
Módulo 1
118
Módulo 1
PEDAGOGIA
com mais de 100 milhões de habitantes, a ter uma universidade
aberta oficial. Países como a Índia, Paquistão e muitos outros
possuem suas universidades abertas há muitos anos quando é
iniciada a versão brasileira.
er A UAB é uma iniciativa do Fórum das Estatais pela Educação
Para Conhec com o principal propósito de capacitar professores da educação
básica. Constituída por uma rede de polos de apoio presencial
Para conhecer mais sobre
a UAB, acesse o site www. e cursos ofertados por universidades federais, ela atualmente
uab.capes.gov.br oferece, além de cursos de licenciatura e de formação continuada,
vários outros cursos superiores nas mais diversas áreas do
conhecimento.
119
Módulo 1
diferenças.
As possibilidades de interação e comunicação síncronas e assíncronas entre
todos os participantes do processo educacional reorientam toda a estrutura pedagógica
da EAD. Garante a personalização dos caminhos de aprendizagem e a interlocução
aberta de todos com todos, saindo dos esquemas anteriores de relação dialógica de
“professor- aluno” dos cursos por correspondência ou da apresentação massiva, em
broadcasting dos telecursos.
Neste novo momento, orientados pela ação de professores e tutores, os alunos
têm caminhos abertos para trocas de informações e experiências pessoais com outros
alunos e demais envolvidos no processo, tornando a educação uma experiência única
de aprendizagem e eliminando as distâncias entre todos os participantes.
6 Resumindo
Filmes e apresentações
Outras leituras
120
Módulo 1
PEDAGOGIA
3- História da EAD no Brasil
http://www.ipae.com.br/ead/historia.htm
Curiosidades...
Atividades:
1. Baseando-se no processo de evolução da EAD, crie uma linha do tempo, identificando os
principais momentos da EAD no Brasil.
2. Faça outra linha do tempo, identificando os principais momentos da EAD no mundo. Consulte
a Internet para obter mais detalhes e enriquecer sua linha do tempo.
7 REFERÊNCIAS
ALVES, João Roberto M. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos
(orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009,
p.9-13.
ARAÚJO, Suely T.; MALTEZ, Maria Gil L. Educação a Distância: Retrospectiva Histórica. Disponível
em <http://www.designtotal.com.br/conteudo.php?destino=inst_historia>. Acesso em 03/2009.
LITTO, Frederic.; FORMIGA, Marcos. Apresentação. In: LITTO, Frederic; FORMIGA, Marcos (Orgs.).
Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. p. 13.
LITWIN, Edith. Das tradições à virtualidade. In: LITWIN, Edith (Org.). Educação a Distância: temas
para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed, 2001.
NUNES, Ivônio Barros. A história da EAD no mundo. In: LITTO, Frederic M.; FORMIGA, Marcos
(Orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009,
p.2-8.
TREVISAN, Suely A.; MALTEZ, M. G. Educação a Distância: retrospectiva Histórica. In: http://www.
designtotal.com.br/conteudo.php?destino=inst_historia Acesso em: mar. 2009.
suas anotações:
122
Módulo 1
UNIDADE 3
PEDAGOGIA
As caracaterísticas da Educação a distância
1 Introdução
123
Módulo 1
124
Módulo 1
PEDAGOGIA
Para Harmon e Jones (1999), o conceito de educação online fica mais
claro quando o compreendemos como um continuum de ênfases didáticas,
situações de aprendizagem e padrões de utilização de TICs, que vão desde
o acesso ocasional pelos estudantes a informações inalteráveis e não-críticas
até a imersão total em um ambiente de prática liderado por um docente
(professor ou tutor) e apoiado por uma comunidade de aprendizagem.
WBT (web based training) é o mesmo tipo de curso do CBT. O que o diferencia é estar
disponível em site ou portal online de empresa ou de instituição de ensino.
LMS – (Learning management system). AVA é a forma como LMS foi traduzido aqui no
Brasil. Portanto, LMS e AVA são a mesma coisa: ambientes virtuais de aprendizagem.
125
Módulo 1
Tipo de Totalmente
Autoinstrucional
Autoinstrucional Semipresencial a distância
curso com apoio
online
126
Módulo 1
PEDAGOGIA
Curso autoinstrucional sem apoio (CBT ou WBT tutorial):
o curso é disponibilizado na forma de um “hipertexto com
recursos multimídia e animações que visam demonstrar
alguns conceitos. O aluno só interage com as telas do curso e
suas opções de escolhas dos caminhos a seguir se limitam a
trajetos já previstos pela programação do software” (CAROLEI,
2007).
Curso autoinstrucional com apoio de tutoria (CBT ou WBT
com tutoria): assim como o curso autoinstrucional sem apoio,
este também é disponibilizado na forma de um hipertexto com
recursos multimídia e animações demonstrativas. A diferença
é que neste modelo pode-se obter alguma interação com
tutores que respondem às dúvidas dos alunos.
Cursos que têm a ênfase educacional nas atividades
(essenciais) transitam entre a “entrega em rede” e o “trabalho
em rede”. São cursos que apresentam pouca ou nenhuma
variação no calendário das aulas presenciais, mas que adotam
algum ambiente virtual de aprendizagem para dar continuidade
ao processo de ensino-aprendizagem, ou ainda, cursos que
diminuem a carga horária presencial (encontros uma vez por
semana, por exemplo) e trabalham atividades - normalmente
de forma individual - no LMS adotado. Em função de a
legislação possibilitar que 20% da carga horária dos cursos
superiores possam ser realizadas a distância, enquadra-se
nesta categoria a forma como muitas instituições de ensino
superior vêm adotando a Educação a Distância online.
A ênfase educacional na comunicação (colaborativo e
imersivo) diz respeito a cursos baseados na utilização de um
ambiente virtual de aprendizagem com diversas ferramentas/
dispositivos que possibilitem interação e comunicação entre
todos os participantes. A EAD é entendida como “trabalho em
rede”. O processo de ensino-aprendizagem se dá pela troca,
pelo compartilhamento; o conhecimento é construído, e não
dado.
Cursos cooperativos e cursos colaborativos: algumas
confusões na utilização de determinados termos têm sido
constatadas na Educação a Distância via Internet. Um dos
mais recorrentes é a utilização das palavras cooperação e
colaboração como sinônimas. Segundo Kenski (2003, p.112),
127
Módulo 1
is
Para saber ma
128
Módulo 1
PEDAGOGIA
aprendizagem cooperativa e aprendizagem colaborativa que
apresenta as distinções entre elas. Vamos vê-lo:
Compartilhamento de autoridade
Estrutura hierárquica em um
e aceitação de responsabilidades
Estruturação processo mais direcionado pelo
entre os membros, nas ações do
professor.
grupo.
130
Módulo 1
PEDAGOGIA
interações entre alunos e mesmo desses com os professores e/
ou tutores. Esse tipo de curso não foi incluído nas categorias
informacional, suplementar, essencial, colaborativo ou imersivo,
porque não é o uso das várias tecnologias que o define, mas sim
o uso didático delas (ênfase no conteúdo, nas atividades ou na
comunicação).
Por definição, o m-learning ocorre quando um ou mais
aprendizes são móveis, ou seja, utilizam aparelhos móveis para
a realização do curso. No entanto, não está restrito a isto. Os
aprendizes do mobile learning também podem ter acesso a
equipamentos fixos no ambiente de aprendizagem. Segundo
Bulcão (2009, p.85), “a aprendizagem móvel está imbricada com
outras atividades cotidianas, e os aprendizes podem aproveitar-se
quando necessário do acesso das tecnologias portáteis para suprir
suas necessidades de aprendizagem”. Esse tipo de curso faz uso
das tecnologias de redes sem fio e dos novos recursos fornecidos
pela telefonia celular. No que diz respeito ao processo pedagógico,
Silander (apud BULCÃO, 2009) sugere que uma pedagogia
que fundamente o m-learning deve levar em consideração a
necessidade de adaptação tempo/espaço que o movimento do
indivíduo requer.
Curso por webconferência: “curso em que as aulas são
assistidas pela transmissão de vídeo sincronicamente, via web”
(CAROLEI, 2007).
Apesar das categorizações apresentadas e dos tipos de
cursos provenientes delas, não cabem simplificações do tipo qual
é o melhor e/ou o pior modelo. O tipo de curso a ser adotado
por uma instituição deve levar em consideração questões como: o
público-alvo; os objetivos que o curso deve atingir; as tecnologias
disponíveis para o curso; a fluência tecnológica (tanto do professor
e/ou tutor quanto dos prováveis alunos); a filosofia educacional da
instituição; dentre outras coisas. A variação possível na definição
de cada um desses elementos no momento do planejamento leva
à escolha de um dos tipos de cursos que, conforme visto, têm
perfis específicos, mas que devem corresponder, antes de mais
nada, às necessidades da instituição.
No Brasil, segundo relatórios produzidos pelo Ministério da
Educação, a EAD no ensino superior apresenta cinco vertentes
metodológicas principais (dentro das quais é possível identificar
alguns dos tipos de cursos apresentados), como você pode observar
no quadro a seguir:
131
Módulo 1
PEDAGOGIA
3 Equipe multidisciplinar
132
Módulo 1
PEDAGOGIA
humanos para trabalhar nos cursos a distância devem
configurar uma equipe multidisciplinar com funções de
planejamento, implementação e gestão dos cursos. Para a
realização destas funções, três categorias profissionais são
consideradas essenciais para a oferta de cursos de qualidade:
docentes; tutores e pessoal técnico-administrativo.
O documento considera que o trabalho dos docentes
requer alta qualificação uma vez que suas funções se
expandem e, para uma participação efetiva no projeto, eles
devem ser capazes de:
133
Módulo 1
134
Módulo 1
equipamentos tecnológicos.
Na dimensão administrativa, os profissionais devem
PEDAGOGIA
atuar em funções de secretaria acadêmica (registro e
acompanhamento de procedimentos de matrícula, avaliação
e certificação dos estudantes) e no apoio ao corpo docente
e aos tutores nas atividades presenciais e/ou a distância, na
distribuição e recebimento de material didático, atendimento
a estudantes usuários de laboratórios e bibliotecas, entre
outros.
Entre os profissionais do corpo técnico-administrativo,
destaca-se o coordenador do polo de apoio presencial
como o principal responsável pelo bom funcionamento dos
processos administrativos e pedagógicos da unidade.
Segundo o documento, tanto professores quanto
tutores e corpo técnico-administrativo devem estar em
constante qualificação e aprendizado para que a qualidade
dos cursos seja mantida.
Um dos profissionais que faz parte dessa equipe
multidisciplinar, mas que não é citado pelo MEC, é o designer
instrucional (DI). Segundo Filatro (2004, p.135), “o designer
instrucional é aquele responsável por planejar, desenvolver
e aplicar métodos, técnicas e atividades de ensino a fim de
facilitar a aprendizagem”. Na equipe de desenvolvimento de
um curso online, o DI é um dos profissionais que necessita
de competências mais abrangentes, uma vez que a principal
característica do seu trabalho é relacionar os conceitos
e teorias educacionais com a utilização das tecnologias,
visando promover a aprendizagem. Para tanto, sua formação
deve privilegiar as áreas da Educação, da Comunicação, da
Gestão de equipe e projetos e das Tecnologias.
Para que essa equipe multidisciplinar obtenha
resultados qualitativamente bons, é preciso que todos
trabalhem juntos. Isso porque os princípios da participação
e colaboração são primordiais no desenvolvimento dos
projetos, pois, quando a equipe é coesa nas atitudes, nas
decisões e na forma de pensar e agir, tal coesão é percebida
pelos alunos na estrutura final do curso.
135
Módulo 1
PEDAGOGIA
cursos a distância, o MEC define dez itens básicos aos quais
as IES devem dar atenção no momento da elaboração dos
programas. Esses itens, em sua maioria, estão relacionados
à Estrutura de EAD. São eles:
Outras leituras
Para complementar esta unidade, sugerimos a leitura dos textos abaixo, disponibilizados
nos endereços em destaque:
137
Módulo 1
qualidade para educação superior a distância. Brasília, 2007. 31p. Disponível em <http://
portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf>
5. MARÇAL, Edgar et alli. Museum: uma aplicação de m-learning com realidade virtual. XXV
Congresso da Sociedade Brasileira de Computação. São Leopoldo – RS. Disponível em <
www.sbc.org.br/bibliotecadigital/download.php?paper=172>
5 Resumindo
ATIVIDADES:
138
Módulo 1
d) verifique se as instituições possuem um programa institucional de Educação a
PEDAGOGIA
Distância, e identifique o tipo de estrutura montada por essas IES.
2. Realize um chat com um grupo de alunos, propondo uma situação em que cada
aluno deverá representar um tipo de curso. Simule uma situação, por exemplo, de
uma instituição de ensino que queira iniciar suas atividades com cursos a distância,
em que cada aluno deva ser responsável por mostrar a essa instituição que o “seu”
curso é a melhor opção.
6 REFERÊNCIAS
ALVES, João Roberto M. A história da EAD no Brasil. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA,
Marcos (Orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2009. p.9-13.
BIANCO, Nelia R. Del. Aprendizagem por rádio. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA, Marcos
(Orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2009. p. 56-64.
BULCÃO, Renato. Aprendizagem por m-learning. In: LITTO, Fredric M.; FORMIGA,
Marcos (orgs.). Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2009. p.81-86.
HARMON, Stephen W., JONES, Marshall G. The five levels of Web use in education:
factor to consider in planning online courses. In: Educational Technology. 1999,
p.28-30.
139
Módulo 1
2003.
MORAES, Dênis (Org.). Por uma outra comunicação: mídia, mundialização cultural
e poder. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 57-86.
VIANNEY, João. A ameaça de um modelo único para a EAD no Brasil. In: Revista
Colabor@. CVA-Ricesu, set. 2008.
suas anotações:
140
Módulo 1
UNIDADE 4
PEDAGOGIA
As políticas públicas de formação de professores a distância: opor-
tinidades, acesso e desenvolvimento
1 Introdução
142
Módulo 1
PEDAGOGIA
A modalidade Educação a Distância, como você já viu,
é ampla e abrange diferenciados tipos de ofertas de cursos,
reconhecidos pela ênfase em um determinado suporte
tecnológico. Existe, no entanto, alguns pontos comuns e
específicos da EAD. Um deles é o planejamento detalhado de
todos os momentos do processo educacional. Outro ponto é a
expressiva necessidade de se preocupar com o aluno distante
e trazê-lo ao convívio, à comunicação, à ação. O cuidado com
a comunicabilidade da informação, seja no conteúdo a ser
trabalhado ou nas mensagens orientadoras do professor aos
alunos, é também um motivo de preocupação constante em
cursos com qualidade, ou seja, que tenham como objetivo
fundamental a aprendizagem significativa dos alunos em
geral; de cada aluno, em particular.
A complexidade da organização dos cursos a distância
exige a atuação em equipes. As competências necessárias a
um professor em um curso a distância são tantas que não se
pode pensar em sua atuação isolada. Não podemos deixar,
no entanto, que a atuação multifacetada e segmentada de
professores, existente em grandes projetos educacionais a
distância, seja a marca que caracterize a identidade docente
como a de outro profissional. Ele passa, segundo Belloni
(2001), de um professor com identidade individual para uma
identidade coletiva chamada “professor”.
As múltiplas funções do professor em EAD são
caracterizadas na prática com os seguintes nomes: formador,
conceptor, orientador, tutor, monitor, entre outras. Essas
funções, em geral, são segmentadas e isoladas, dividindo-se,
na prática, o processo pedagógico entre os que pesquisam,
selecionam e apresentam os conteúdos e temas a serem
trabalhados em situações de ensino; os que planejam,
selecionam e desenvolvem as estratégias e atividades a
serem trabalhadas pelos alunos; os que acompanham os
alunos e são responsáveis pelas interações, comunicações,
respostas às dúvidas e encaminhamento das atividades;
e os que organizam ou apenas monitoram as atividades
presenciais, entre outras.
O risco é grande de a segmentação contribuir para
a distribuição das funções e perder-se a garantia da
relação educacional colaborativa, baseada na interação e
143
Módulo 1
144
Módulo 1
qualidade no processo.
Nos formulários de avaliação das instituições e dos
PEDAGOGIA
polos de apoio presencial à EAD, por exemplo, o que se
verifica é a atenção redobrada às condições concretas dos
espaços físicos. Há uma notificação discreta em relação aos
“recursos humanos”, professores e tutores, apresentada
pela necessidade de serem profissionais formados em áreas
relacionadas aos conteúdos oferecidos pelos cursos, e não
como professores.
Os Referenciais de Qualidade de EAD de Cursos de
Graduação a Distância, apresentados no website da SEED
(Secretaria de Educação a Distância) do MEC, não fazem
referência à qualidade da formação do corpo docente.
Identifica apenas que os cursos devem possuir “equipe
profissional multidisciplinar”. Nessa equipe, segundo o
detalhamento do documento, devem participar professores
especialistas nas disciplinas ofertadas... (que realizam)
parcerias com profissionais das diferentes TICs, conforme
a proposta do curso e ainda: dispor de educadores (grifo
nosso) capazes de realizar inúmeras atividades didático-
pedagógicas, entre outras. A esses educadores não está
vinculada a necessidade de formação como professores.
Dessa forma, para a oferta de EAD, enfatizam-se, no
discurso legal e na prática institucional, os aspectos ligados
às condições estruturais físicas e tecnológicas dos cursos, a
prevalência dos especialistas dos conteúdos, dos profissionais
especializados nas diferentes TICs, e a indefinição quanto à
formação e especialização dos “educadores capazes”.
A formação de professores para EAD é necessária,
é indispensável para não retornarmos, após décadas de
avanço na relação teoria e prática pedagógica, a um modelo
ultrapassado em que se dividem funções e não se articulam
ações. Mais ainda. A concepção, o planejamento, a execução
e avaliação de cursos a distância exigem uma formação
específica e complexa, que não vem sendo contemplada e
exigida nos cursos de formação de professores existentes.
Ao fracasso do modelo tradicional de licenciatura
- denominado de 3 + 1 (três anos de conhecimentos
específicos e um ano de formação pedagógica) - devido
à frágil articulação entre os conteúdos específicos e os
conteúdos da área pedagógica, soma-se a necessidade de
inclusão para aprendizagem de novos conteúdos, habilidades
e atitudes, ligadas às especificidades da EAD.
145
Módulo 1
146
Módulo 1
PEDAGOGIA
são tratados temas que estejam diretamente ligados às
metodologias e aos procedimentos pedagógicos para EAD.
É preciso ter em mente que as escolas de todos os
níveis são instituições sociais, relacionadas às necessidades
de manutenção da cultura e de formação em cada momento
de existência da sociedade na qual se reflete. A evolução
acelerada das tecnologias altera significativamente
as necessidades sociais de cada grupo. Tecnologias
inovadoras surgem a cada momento e exigem estruturas
e organizações diferenciadas para a sua viabilização em
projetos educacionais.
Não se trata, portanto, nos projetos educacionais de
formação de professores para atuação em EAD, de termos
fragmentações e divisões que contemplem a formação de
professores-conteudistas, professores-tutores, professores-
formadores e tantas outras denominações oportunistas.
Trata-se, sobretudo, da formação de professores que
tenham consciência e conhecimento da lógica, da finalidade,
da importância e do processo a ser desencadeado para o
oferecimento de cursos a distância com a máxima qualidade
e que possa dar sua contribuição para que ocorra a melhor
aprendizagem dos alunos.
O desconhecimento, a negação, a rejeição do processo
e dos procedimentos necessários para a viabilização dos
cursos a distância de qualidade não impedem que eles
proliferem de forma mercantilista e acrítica, sob a forma de
pacotes importados e “tropicalizados”.
A expansão de cursos prontos, “turn-keys” em EAD,
não é impedida apenas com a nossa manifestação de repulsa
a essas práticas nada educativas. É preciso mais. É preciso
que formemos bons profissionais-professores que tenham
autonomia nos seus conhecimentos em EAD, sabendo lidar,
planejar e executar uma educação de qualidade, dentro da
amplitude da realidade brasileira: da miséria das escolas sem
paredes aos usos de diferenciados e inovadores recursos
tecnológicos em atividades presenciais e/ou a distância.
Essa formação não é breve nem é fácil. Ela decorre
da vontade política dos sistemas. Ela se define nos formatos
com que os cursos em EAD são legalmente credenciados.
Ela se viabiliza a partir das exigências e dos controles com
que o poder governamental fiscaliza e avalia as iniciativas
147
Módulo 1
todos os participantes.
Novos papéis para professores e alunos são
PEDAGOGIA
desejados no momento social em que nos encontramos.
Como modalidade educativa, a EAD objetiva o pleno
desenvolvimento do educando, preparando-o para o
exercício da cidadania e qualificando-o para o trabalho,
como expressam as diretrizes da educação nacional.
A formação de professores via EAD pode ser feita
com maior qualidade, desde que todos compreendam as
necessidades de mudança nas estruturas e na qualidade da
educação. Considerar as mudanças não apenas em relação
à fluência no uso e o conhecimento da lógica que permeia as
mais novas tecnologias digitais, mas também o significado
que o acesso à informação e as possibilidades de interação
e comunicação trazem para a prática pedagógica.
Desenvolver cursos de formação de professores
a distância, utilizando as mais novas possibilidades
tecnológicas, com velhos conteúdos e práticas pedagógicas
obsoletas é um desserviço à educação e à sociedade. É
reforçar ainda mais o fosso que separa a preocupação com
o oferecimento de educação de qualidade – base para o
crescimento e desenvolvimento do país em uma era em
que se privilegia o conhecimento - e a realidade educacional
brasileira, com todas as suas dificuldades, atrasos e
imperfeições.
150
Módulo 1
is
Para saber ma
PEDAGOGIA
Foram elas: Lei 9.131, de 24 de novembro de 1995 (cria o Conselho Nacional de Educação);
Emenda Constitucional n. º 14, em setembro de 1996 (institui o FUNDEF – Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério);
Lei n. º 9192/95 (escolha de dirigentes das universidades) e Decreto 2.026, de 10/10/96
(avaliação dos cursos e instituições de ensino superior), além da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (9394/96). A Lei n. 11.079, de 30 de dezembro de 2004, institui
normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada (PPP) no âmbito
da administração pública. A Lei n. 11.096, de 13 de janeiro de 2005 instituiu o Programa
Universidade para Todos (PROUNI), regulando a atuação de entidades beneficentes de
assistência social no ensino superior e outras.
151
Módulo 1
152
Módulo 1
PEDAGOGIA
sistemáticas ações governamentais de utilização de
procedimentos educacionais a distancia para a formação
de professores. Entre as primeiras iniciativas, conforme
apresenta Oliveira (2008), destacam-se:
154
Módulo 1
PEDAGOGIA
sexual e temas da atualidade no cotidiano das práticas das
redes de ensino pública e privada de educação básica no
Brasil.
As ações atuais da UAB não são inéditas. Durante
as últimas décadas, várias iniciativas governamentais
aconteceram, visando à formação (continuada,
principalmente) e o uso das mais diferenciadas mídias.
Essas ações se diferenciam, no entanto, das propostas da
a UAB. Em nenhuma dessas atuações anteriores havia a
e r m a i s
Para sab preocupação da formação inicial e a certificação em nível
de graduação.
Para obter mais informações,
consulte o endereço: Na prática educacional, no entanto, a EAD é ainda
http://portal.mec.gov.br/ uma réplica do ensino presencial, pois as diversas iniciativas
index.php?option=com_cont educacionais apresentadas pelas IES na atualidade não
ent&view=article&id=12265
exploram com propriedade todas as potencialidades que
&Itemid
as TICs oferecem.
Muitos ainda são os desafios para a definição
das melhores condições de ensino e de aprendizagem,
aproveitando todas as funcionalidades desses novos meios.
Novas formações devem ser previstas para professores
que fazem a opção por atuar na modalidade a distância.
Acompanhando essas ações, espera-se que as políticas
públicas possam oferecer grau maior de flexibilidade para a
viabilização de novos e diferenciados projetos de formação
de professores, de acordo com as possibilidades oferecidas
pelas tecnologias mais inovadoras.
7 Resumindo
4. Gatti, Bernardete A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na
última década. Rev. Bras. Educ., Abr 2008, vol.13. nº 37. Disponível em: http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141324782008000100006&lng=en&nrm=iso
ATIVIDADES:
156
Módulo 1
PEDAGOGIA
4. Discuta com seus colegas a seguinte questão: o atual modelo previsto de
organização da EAD é adequado para a formação de professores com qualidade? Por
quê?
is
Para saber ma
TV ESCOLA
PROLICENCIATURA
157
Módulo 1
selecionados pelas instituições de ensino superior para ingresso no curso recebem bolsa
de estudos. O programa é desenvolvido no âmbito da Universidade Aberta do Brasil.
PEDAGOGIA
PROFORMAÇÃO
O PROFORMAÇÃO, Programa da Secretaria de Educação a Distância, é um curso em
nível médio, com habilitação para o magistério na modalidade Normal, realizado pelo MEC em
parceria com os estados e municípios. Destina-se aos professores que, sem formação específica,
encontram-se lecionando nas quatro séries iniciais, classes de alfabetização ou Educação
de Jovens e Adultos – EJA das redes públicas de ensino do país. O PROFORMAÇÃO utiliza
para sua consecução atividades a distância, orientadas por material impresso e videográfico,
atividades presenciais, concentradas nos períodos de férias escolares e nos sábados (encontros
quinzenais), e atividades de prática pedagógica nas escolas dos professores cursistas,
acompanhadas por tutores e distribuídas por todo o período letivo. Dessa forma, somam-
se os benefícios da formação em serviço às vantagens da educação a distância, atingindo
uma população numerosa e dispersa geograficamente, com o fornecimento de orientações e
conteúdos pedagógicos de qualidade.
PROGESTÃO
O Progestão é um curso de formação continuada organizado na modalidade à
distância, para gestores escolares, visando modificar a forma de administração escolar
no estado. O Programa investe diretamente no desenvolvimento de competências
profissionais. A meta do Progestão é desenvolvimento de lideranças escolares,
através da formação continuada, objetivando a construção de uma escola autônoma,
democrática e comprometida com a qualidade da aprendizagem de todos os seus alunos.
Filmes e apresentações
1. Formação de professores- entrevista Bernadete Gatti - http://www.youtube.com/
watch?v=WH6kuIPXkvA
8 REFERÊNCIAS
158
Módulo 1
PEDAGOGIA
BRASIL. MEC. Sobre a UAB – Apresentação. Disponível em: http://www.uab.capes.
gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=111&Itemid=27. Acesso em
março/2009.
suas anotações:
159
Módulo 1
PEDAGOGIA
suas anotações:
160
Módulo 1
PEDAGOGIA
161
Módulo 1
Sobre os autores
PEDAGOGIA
Adriana Clementino
Doutora em Educação. Professora do programa de mestrado “Tecnologias da Informação
e Comunicação em EAD” da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Professora do
curso de pós-graduação (latu sensu) “Design Instrucional para Educação online” da
Universidade Federal de Juiz de Fora. Professora do curso de pós-graduação (latu sensu)
“Tecnologias na Aprendizagem” do SENAC-SP. Coordenadora de Educação a Distância
do Instituto Nacional de Educação e Cultura – INEC.
162