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Resumo
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Esta reflexão apresenta-se vinculada as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos Étnico-
Raciais, a disciplina de Culturas Indígenas, no curso de História, e ao projeto de Extensão Vídeo Índio
Brasil em Irati-PR.
“Ao contrário das expectativas, portanto, não deixaram de ser índios, nem
saíram da história. Isso aponta para a possibilidade de estarmos diante da
recriação de identidades, cultura e histórias desses índios aldeados a partir
de suas necessidades novas vivenciadas na experiência cotidiana das
relações com novos grupos étnicos e sociais no mundo colonial.”
(ALMEIDA, p.25, 2003)
Para BRUIT (1991) a população indígena, após seu primeiro contato com os
colonizadores espanhóis na América, não foram um povo passivo, obediente e muito
menos desenganado. Ocorrendo sim a resistência por parte dos nativos, sendo
efetuada de inúmeras maneiras, entre elas a militar (que seria a resistência através
da luta armada ou não) e a de comunicação verbal. Esta resistência realizada pelos
indígenas através da comunicação verbal é destacada pelo silêncio, este era uma
forma de conter a manipulação ideológica feita pelos espanhóis e de evadir-se
daquele mundo que já não fazia mais sentido para eles.
Percebe-se que a atitude realizada por aquele povo nativo era uma
simulação a obediência à ingenuidade e a passividade, desta forma a simulação é
entendida como um mecanismo de defesa, fingindo os índios a aceitar a submissão.
Desta forma a simulação se caracteriza como uma resistência oculta a nossa
sociedade. (BRUIT, 1991)
Dentro desta perspectiva, podemos compreender que ao realizar a simulação
de estar aceitando a cultura do outro, os indígenas mantinham viva sua tradição. Ao
contrário do que se pensava, este era um povo de extrema inteligência e esperteza,
realizavam estratégias, fingiam aceitar a cultura alheia, mas na verdade eles
estavam preservando sua identidade e sua etnia, pois sendo cientes da audácia
européia, agiam de tal forma para dar continuidade a seu povo e consecutivamente
sobreviver.
Conforme Labrousse (1920) apud Febvre (1953) é a partir da Escola dos
Annales (1920) que a História aproximou-se da Antropologia, usufruindo desta,
principalmente, o conceito de história cultural aumentando assim o campo de
pesquisa em relação às fontes na história. Houve o início de estudos agora com os
homens simples, o cotidiano, os mitos, as fontes orais, as crenças e
consecutivamente os historiadores voltaram-se a pesquisa em relação aos
indígenas, fazendo estes agora parte da verdadeira história.
Referências Bibliográficas: