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A QUESTÃO INDÍGENA E A IDENTIDADE CULTURAL1

Carina Marcovicz (UNICENTRO), e-mail: cary.mcz@hotmail.com


Oséias Oliveira (UNICENTRO), e-mail: oseias50@yahoo.com.br

Resumo

Este artigo relata as dificuldades impostas pelas ciências da Historia e da


Antropologia ao estudar a cultura indígena. E que apesar de conceitos pré-definidos
de que a cultura indígena sofreu a perda de sua identidade, pode-se perceber que
esta obteve a redefinição cultural após o contato com outras etnias, sem perder a
essência de sua cultura indígena. Os nativos brasileiros, por muito tempo foram
caracterizados como passivos em nossa historia, não resistindo à colonização
européia, tornado-se escravos e submissos a estes. No entanto, notou-se que esses
possuíam estratégias das quais os permitiam lutar por seus ideais e direitos, fazendo
com que houvesse a continuidade de seus valores impostos por sua cultura. Hoje o
senso comum impõe o conceito de que o indígena é vadio, preguiçoso e dependente
do governo, e se de fato isso ocorre, é devido à própria imposição da maioria étnica,
que os reprimiu culturalmente, desfavorecendo o seu desenvolvimento.

Palavras-chave: Cultura indígena; identidade cultural; valorização étnica.

Descaracterização étnica ou aculturados

Com a aproximação da História e da Antropologia obtivemos uma melhor


compreensão do contato que ocorreu entre os indígenas e os europeus, fato esse
que até hoje é visto de uma maneira muitas vezes preconceituosa. Estas duas
ciências andaram separadas por muito tempo, limitando assim seus objetos de
estudo e também a possibilidade de melhor interpretá-lo.
Os indígenas a partir de seu contato com os europeus, foram considerados
por muitos autores, especificamente antropólogos, como se estes fossem
aculturados, tendo a descaracterização étnica de seu povo perdendo assim sua
cultura e sua identidade. Quando se diz aculturado significa que estes tiveram sua
cultura esvaziada pelos colonizadores, não sendo considerados mais como
verdadeiros indígenas, foram por esse e outros motivos que os historiadores não se
voltaram tanto para a cultura indígena. Natan Wachtel (1988) citado por Leslie Bettel
(2004) discute aculturação não sendo como uma descaracterização total de
preceitos étnico-culturais, e sim como uma redefinição, ou seja, um processo de
ressignificação cultural a partir de uma nova realidade imposta.

1
Esta reflexão apresenta-se vinculada as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Estudos Étnico-
Raciais, a disciplina de Culturas Indígenas, no curso de História, e ao projeto de Extensão Vídeo Índio
Brasil em Irati-PR.

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Maria Regina Celestina de Almeida (2003), critica a visão imposta pelos
antropólogos, de que após o primeiro contato indígena com outras etnias estes
perdem sua identidade, sendo considerados como não puros e sem valor para
estudo, como visto no seguinte trecho:

“Na perspectiva assimilacionista predominante, então, na antropologia, o


índio integrado a colonização era visto como “aculturado”, vitima de um
sistema que ao incorporá-lo dava inicio a um processo de descaracterização
étnica e perdas culturais progressistas que o conduziria a perda da
identidade étnica e ao assimilacionismo, deixando, portanto, de constituir
categoria social especifica digna da investigação por parte dos
historiadores”. (ALMEIDA, p.26;27, 2003)

Todos esses questionamentos referentes a cultura reprimida dos indígenas no


pós contato com os brancos nos trouxe o interesse em discutir o quanto a sua
cultura foi, de certa forma, inferiorizada e que esse fato permaneceu com o passar
dos tempos.

Uma concepção entre indígenas e europeus

Os antropólogos pesquisavam aqueles índios considerados por eles puros,


autênticos com suas características originais, estes índios eram aqueles que não
haviam entrado em contato com os colonizadores, e se não fossem mais puros eram
considerados como aculturados. Os historiadores, por sua vez, também não
realizavam estudos capazes de intensificar os dados referentes à cultura dessa
etnia, baseados nos preceitos dos antropólogos.
Essa ordem minimalista da cultura indígena, pode ser considerada errônea,
tendo em vista a riqueza cultural que essa etnia apresenta. Podemos confirmar que
esta visão nas palavras a seguir:

“Ao contrário das expectativas, portanto, não deixaram de ser índios, nem
saíram da história. Isso aponta para a possibilidade de estarmos diante da
recriação de identidades, cultura e histórias desses índios aldeados a partir
de suas necessidades novas vivenciadas na experiência cotidiana das
relações com novos grupos étnicos e sociais no mundo colonial.”
(ALMEIDA, p.25, 2003)

A partir do século XIX temos o papel do indígena como coadjuvante de nossa


história sempre obedecendo a regras e imposições alheias, sendo submissos aos
europeus. Os nativos eram considerados a priori como inimigos, mas com a
catequização jesuíta foram civilizados e posteriormente tornaram-se escravos dos
colonizadores.
Os textos escritos nesse período revelam uma visão eurocêntrica abordando
o indígena de uma forma européia com preceitos e doutrinas de uma outra cultura,
intitulando o objeto analisado da melhor forma desejada os caracterizando como um
povo extremamente primitivo. Desta forma os nativos eram classificados como bons
ou maus, úteis para determinado serviço ou inúteis para outro, obedientes ou
revoltosos entre outros sinônimos.

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Uma abordagem através do festival Vídeo Índio Brasil

Este estudo foi realizado através de uma revisão baseada na amostra de


filmes Vídeo Índio Brasil, que ocorreu simultaneamente em 112 cidades brasileiras,
em Irati teve início no dia 31 de julho até o dia 07 de agosto. Sendo exibidos no Cine
Irati/Unicentro e no Mini Auditório do Campus da UNICENTRO, organizado pelo
professor do Departamento de História da UNICENTRO, Oséias de Oliveira.
Um dos principais objetivos do festival era fortalecer e divulgar a temática
indígena no Brasil com vídeos produzidos por próprios índios. Os índios mostraram
a valorização dos costumes do cotidiano e da historia das diversas comunidades
indígenas do país.
O Vídeo Índio Brasil deu a oportunidade de estabelecer um espaço para
discussão, debate e principalmente conscientização a respeito da temática indígena.
O fator predominante deste evento é a organização e realização destes vídeos feito
por comunidades indígenas, característica esta que faz com que possamos
compreender melhor a cultura indígenas e seus costumes como realmente o fazem.
Não são filmes dirigidos por brancos, dando a oportunidade de descaracterizar a
identidade indígena e interpretá-la da maneira desejável.
Os vídeos mostraram o quanto esta cultura é enriquecida de preceitos e
valores, mobilizando a população de que não deve haver preconceito ou má
interpretação em relação à população indígena. Pois devemos preservar e incentivar
na continuidade étnico-cultural das populações indígenas. E infelizmente nos
deparamos a uma população que ao longo do tempo se minimiza sendo cada vez
mais reprimida, onde os jovens já não seguem os preceitos adotados pelos mais
velhos, pela falta de oportunidade que a nossa sociedade estabelece aos nativos de
nossa terra.

Situações de contato para uma redefinição cultural

A partir dos trabalhos históricos do antropólogo Florestan Fernandes (1949),


com sua pesquisa sobre os aborígines, teve inicio a percepção do indígena com
papel ativo em nossa sociedade. Foi notado que estes não foram tão submissos
como pensávamos, pois havia a possibilidade de negociação entre ambos os povos
(colonizadores e indígenas) e os nativos não foram manipulados pelo português e
sim ocorreu um processo de cooptação, o indígena se adaptou ao europeu.
Assim, esse pensamento nos remete ao questionamento: como pensar no
povo nativo como sendo escravo? Se estes tinham sua cultura destacada entre as
outras, possuíam privilégios, direitos, autonomia, resistência. O índio realizava sim
trabalho para o português, mas ele recebia algo em troca (terra, alimento,
vestimentas, objetos, etc.).
Florestan Fernandes (1949) afirma também que os índios tiveram sim uma
reação aos colonizadores, ao contrário de muitos que supõem que estes eram
totalmente inatos, passivos e sem vontade própria. Para este antropólogo essa
reação é dividida em três etapas: a primeira é a rebelião, a segunda é a submissão

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voluntária e a terceira e ultima é o isolamento tribal (que origina a continuidade da
cultura, da etnia).
A cultura é recriada, pois sabemos que o conceito de cultura é determinado
pelo tradicional juntamente com novas experiências que seria a mudança, desta
forma os indígenas recriaram sua cultura pela necessidade de uma forma
consciente, por exemplo, se eles usam calça jeans ou assistem TV é devido não por
estes terem sido aculturados, mas sim porque o realizaram por opção. A mudança é
um dinamismo da cultura, onde os índios possuem uma resistência adaptativa,
colaboram com os europeus integrando-se a colonização, desta forma a cultura é
recriada, as mudanças garantem colaboração, negociação, vantagens e melhores
condições de vida por parte do indígena. Podemos confirmar que os indígenas não
perderam sua cultura e nem deixaram de serem índios no seguinte trecho:

“A compreensão da cultura como produto histórico, dinâmico e


flexível, formado pela articulação continua entre tradições e experiências
novas dos homens que a vivenciam, permite perceber a mudança cultural
não apenas enquanto perda ou esvaziamento de uma cultura dita autentica,
mas em termos do seu dinamismo, mesmo em situações de contato,
quando as transformações se fazem com muita intensidade e violência.”
(ALMEIDA, p. 33, 2003)

Para BRUIT (1991) a população indígena, após seu primeiro contato com os
colonizadores espanhóis na América, não foram um povo passivo, obediente e muito
menos desenganado. Ocorrendo sim a resistência por parte dos nativos, sendo
efetuada de inúmeras maneiras, entre elas a militar (que seria a resistência através
da luta armada ou não) e a de comunicação verbal. Esta resistência realizada pelos
indígenas através da comunicação verbal é destacada pelo silêncio, este era uma
forma de conter a manipulação ideológica feita pelos espanhóis e de evadir-se
daquele mundo que já não fazia mais sentido para eles.
Percebe-se que a atitude realizada por aquele povo nativo era uma
simulação a obediência à ingenuidade e a passividade, desta forma a simulação é
entendida como um mecanismo de defesa, fingindo os índios a aceitar a submissão.
Desta forma a simulação se caracteriza como uma resistência oculta a nossa
sociedade. (BRUIT, 1991)
Dentro desta perspectiva, podemos compreender que ao realizar a simulação
de estar aceitando a cultura do outro, os indígenas mantinham viva sua tradição. Ao
contrário do que se pensava, este era um povo de extrema inteligência e esperteza,
realizavam estratégias, fingiam aceitar a cultura alheia, mas na verdade eles
estavam preservando sua identidade e sua etnia, pois sendo cientes da audácia
européia, agiam de tal forma para dar continuidade a seu povo e consecutivamente
sobreviver.
Conforme Labrousse (1920) apud Febvre (1953) é a partir da Escola dos
Annales (1920) que a História aproximou-se da Antropologia, usufruindo desta,
principalmente, o conceito de história cultural aumentando assim o campo de
pesquisa em relação às fontes na história. Houve o início de estudos agora com os
homens simples, o cotidiano, os mitos, as fontes orais, as crenças e
consecutivamente os historiadores voltaram-se a pesquisa em relação aos
indígenas, fazendo estes agora parte da verdadeira história.

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Em relação a essas fontes indígenas temos no Paraná, no período imperial
especificamente, a preocupação dos governantes do país no século XVIII e XIX, em
“do que fazer” com os indígenas. Esses relatos são encontrados no livro Os
Kaingang do vale do rio Ivaí: história e relações interculturais escrito pelo historiador
Lúcio Tadeu Mota (2008) no qual consta que várias foram as alternativas para tentar
acabar com a população indígena no Brasil, entre elas destaca-se combatê-los
(guerra), realizar o branqueamento (miscigenação), catequizá-los para só assim
ocorrer à civilização.
O dinheiro investido pelo governo não estava gerando resultado, pois o
número de índios aldeados era insignificante se comparado com o número que
ainda viviam afastados dos aldeamentos. Confirma-se através do relato:

“Dessa forma, no entender dos presidentes provinciais do Paraná,


pelonúmero de anos de existência dos aldeamentos e pelos investimentos
feitos, os resultados eram quase nulos. O que eles não percebiam era que
os índios tinham uma política em relação aos aldeamentos, que era de
utilização e aproveitamento dos recursos ali investidos, ao mesmo que
rejeitavam o enquadramento no modo de vida branco, pregado pela
catequese, e continuavam a defender seus territórios diante do processo de
desterritorialização impostos quer pela política imperial de aldeamentos,
quer pela conquista militarizada levada a cabo pelas elites locais”. (MOTA,
p.66, 2008)

Isso sugere a resistência estabelecida pelos indígenas, sua inteligência e


suas estratégias. Eles reagiam, defendiam seu território, realizavam reivindicações
as autoridades exigindo direitos, requerendo a demarcação de sua terra e verba
para comprar alimentos, ferramentas de trabalho, vestimentas, pois eles eram
cientes que o governo deveria ajudá-los (MOTA, 2008).
Os nativos se submetiam aos aldeamentos, pois eles sabiam que lá
encontrariam terra, moradia, não passariam fome e teriam seus instrumentos de
trabalho (MOTA, 2008).
A população indígena era consciente de que os europeus, os brancos haviam
invadido seus territórios, que suas terras estavam sendo “roubadas” e que eles
precisavam fazer algo para que sua cultura não fosse extinta. Desta forma eles
lutaram e reivindicaram ao Governo (MOTA, 2008).
Essas fontes constadas na obra de Lúcio Tadeu Mota (2008), que são
exigências feitas especificamente pelos Kaingangs da região de Guarapuava, não
podem ser considerados como simples documentos, mas sim como um fator político,
para os indígenas e para as autoridades locais, vereadores, governantes.
Os indígenas realizavam estratégias, pois estes ao mandar seus relatos
mostravam-se interessados em fixar-se naquele território demarcado e a mudar seus
modos de vida baseando-se agora na agricultura. Mas na verdade muitos nativos
não se encontravam reunidos em aldeamentos, continuavam nômades pelas matas,
praticando a coleta, a pesca (realizando emboscadas iguais a seus antepassados),
dando assim continuidade em sua tradição.
Podemos então, assim compreender, que os indígenas mostravam-se
interessados pelas propostas governamentais para atingir seus objetivos, aumentar
suas propriedades, suas riquezas e principalmente dar continuidade a seu povo, sua
cultura.

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Com isso, podemos questionar a respeito do senso comum que nos remete a
acreditar que o povo indígena após seu contato com europeu foi aculturado, tendo a
descaracterização étnica de sua cultura, que estes obedeciam a regras e imposições
alheias, e que o povo indígena não tinha vontade própria, era subordinado, com um
papel passivo em nossa história brasileira e se caracterizou como escravo do
europeu.
Hoje em dia os indígenas ainda são vistos de uma maneira totalmente
preconceituosa, sendo caracterizados como vadios, preguiçosos, ladrões, indivíduos
perigosos. Também são rotulados como falsos índios, porque não se pintam mais,
não andam nus e nem moram em aldeias. Essa visão que é abarcada pela nossa
sociedade é de tamanha ignorância e falta de conhecimento. Dessa forma, conforme
Comegna para conhecer as características históricas, culturais e censitárias de
grupos populacionais, se faz importante, se quisermos entender seus hábitos como
sua inserção na atual sociedade do país.
Se a tecnologia foi imposta em nossa maneira de vida sendo diariamente
mutável, porque estes não têm o direito de também mudar? Assim, explica-se a
maneira como eles se vestem conforme o restante da sociedade, e também
usufruem de nossos hábitos, tendo em vista a nossa invasão de seus territórios e
banalização do seu modo tradicional de viver. A adaptação dessa etnia as
características do restante da sociedade serviu como válvula de escape para a não
extinção dos povos indígenas. Podemos confirmar esta afirmação no seguinte
trecho:
“As ações dos governos estaduais do Paraná, desde a província, e
do governo federal confiscando os territórios indígenas para projetos de
colonização e estabelecimentos de cidades e vilas levou as populações
indígenas a implementarem novas estratégias de sobrevivência
institucionalizando a dependência. Esse processo, se por um lado garantiu
a existência das populações indígenas, por outro fez com eles tivessem que
readequar seus modos de vidas tradicionais a novas situações. O wãxi
(tempo antigo) se transformou no uri (tempo atual), como afirmam os
Kaingang.” (MOTA, p. 67, 2009)

Analisamos a cultura do outro como sendo sempre a errada, a esquisita, a


vulgar e nunca paramos para pensar qual é a visão que o outro possui de nós, que a
nossa cultura também é vista de uma forma errônea perante os demais. Por isso o
respeito e a compreensão de outras culturas é de grande valia, pois assim,
poderemos assimilar que o índio não é aquele individuo que hoje vive em
dependência do governo porque é vadio.
A cultura indígena possui uma preciosidade sem tamanho comprada às
demais sociedades, pois estes têm uma visão mais ampla em relação ao mundo,
não são restritos e reprimidos pelo capitalismo, pela moda, tecnologia, beleza,
estética, etc.
O sentido da vida para eles é originado da natureza, suas lendas, seus mitos,
suas histórias são algo que interferem intensivamente em sua vida cotidiana dando
um maior brilho e beleza nessa. A espiritualidade, através do mito, é determinante
para a cultura indígena ao explicar o mundo, e são esses valores que acabam por
ser oprimidos no contato com outras culturas.

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Pela superação do etnocentrismo

Os povos indígenas, foram marginalizados no decorrer da historia, sendo


caracterizados como dependentes sócio-econômicos, não sendo capazes de prover
por sua segurança e subsistência. Mas se esses encontram-se nessa dependência,
isso deve ao julgamento e a imposição posta pela sociedade majoritária.
Mesmo com as diversidades impostas pelas ciências que estudaram e
estudam essa etnia, hoje a cultura indígena consegue destacar-se entre as demais,
mostra a sua mutabilidade perante a imposição cultural da sociedade branca.
A sociedade como um todo converge aos indígenas um julgamento baseado
no entnocentrismo, com preceitos regidos pela nossa cultura, com características
próprias e enriquecidas por valores da nossa etnia. Esse conceito não deve ser
valorizado, tendo em vista que cada grupo populacional possui identidade própria e
essas diferenças de identidade é que enriquecem a sociedade como um todo.
Os povos indígenas possuem uma riqueza de detalhes significativos
compondo a sua cultura, sendo que sua herança cultural é muito vasta, por isso a
luta pela não desagregação dessa cultura é de extrema importância, tendo em vista
que o contato com o branco pode deferir esse dano.
Cabe ao todo da população estimular esta reflexão por parte dos indígenas
pela continuidade étnica, com suas crenças, mitos, hábitos e costumes.
São esses fatores que devemos analisar e prestigiar, pois esses indígenas
são os nativos de nossa terra, deram origem a essa mistura de raças que é o povo
brasileiro, por isso devem ser motivo de orgulho e não de aversão e preconceito

Referências Bibliográficas:

ALMEIDA, Maria Regina Celestino. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura


nas aldeias colônias do Rio de Janeiro. RJ: Arquivo Nacional, 2003.

COMEGNA, Maria Ângela. Comunidades locais e proteção aos conhecimentos


tradicionais na Bolívia. Biblioteca Digital Andina.

FERNANDES, Florestan. (1949), A organização social dos Tupinambá. São


Paulo, Instituto Progresso Editorial.

MOTA, Lúcio Tadeu. Os Kaingang do Vale do Rio Ivaí: história e relações


interculturais. / Lúcio Tadeu Mota, Eder da Silva Novak. Maringuá: Eduem, 2008.

WACHTEL, N. (1988) in BETHELL, Leslie (org), História da América Latina:


América Latina Colonial, volume 1. Os índios e a cultura espanhola. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

BRUIT, H. H. Derrota e simulação. Os índios e a conquista da América. Resgate


Revista de Cultura. Campinas, n. 2, 1991.
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SCHLEUMER, Fabiana, OLIVEIRA, Oséias (ORGS). Estudos Étnico-Raciais.
Bauru, SP: Canal 6, 2009.

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